22. O Que Acontece Quando Cristãos Bagunçam o Coreto? (Gênesis 21:1-34)
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Em um de seus filmes, Julie Andrews canta uma linda canção chamada Something Good, uma das minhas favoritas, mas que tem uma teologia abominável. A letra diz mais ou menos o seguinte: “Nada vem do nada, nada jamais poderia vir. Por isso, em algum lugar da minha infância ou da minha mocidade, devo ter feito algo de bom”. Muitos cristãos parecem ter o mesmo tipo de teologia. Eles acreditam que as coisas boas que acontecem em nossa vida são resultado de algo de bom que tenhamos feito. E, como os amigos de Jó, eles também acham que todas as coisas desagradáveis são consequência de algum mal que fizemos.
Não desejo contestar o fato de que a obediência traz bênção, pois, no final das contas, sempre traz. No entanto, muitas vezes, Deus permite que um cristão fiel passe por tribulações para que ele cresça e amadureça. Do mesmo modo, Ele também abençoa os cristãos muito mais a despeito do que fizeram do que por causa disso. Isso é graça — favor imerecido. Gênesis 21 é uma prova desse tipo de bênção na vida do crente.
O contexto deste capítulo é algo que Abraão gostaria que Moisés não tivesse se incomodado em registrar no livro sagrado. Enquanto peregrinava em Gerar, ele, mais uma vez, fez Sara, sua esposa, se passar por sua irmã. As consequências não foram muito agradáveis, pois ele foi repreendido por um rei pagão. No entanto, a verdadeira tragédia foi que Abraão parece não ter ficado triste ou ter se arrependido pelo pecado cometido. Até onde podemos dizer, Abraão não estava na melhor fase da sua vida espiritual quando Sara deu à luz o “filho da promessa”, Isaque. Foi em uma das suas piores fases que Deus lhe concedeu uma das bênçãos prometidas a ele.
O Nascimento do Filho Prometido (21:1-7)
Os acontecimentos dos versículos 1 a 7 podem ser vistos sob três aspectos diferentes. Nos versículos 1 e 2, temos o aspecto divino, o nascimento do filho prometido como uma dádiva de Deus. Os versículos 3 a 5 registram a reação de Abraão ao nascimento desse filho. Finalmente, nos versículos 6 e 7, temos a exultação de Sara pela chegada dessa criança há tanto esperada, a qual é a alegria da sua vida.
Um Ato de Deus (v. 1-2)
Tenho um amigo que é corretor de seguros e ele não hesitaria em dizer que um “ato de Deus”, no ramo de seguros, é um desastre natural sobre o qual o homem não tem controle. No entanto, Isaque foi “um ato de Deus” num sentido bem diferente. Ele foi o resultado da intervenção divina nas vidas de Abraão e Sara, os quais eram velhos demais para gerar filhos. Foi o cumprimento de uma promessa feita e reiterada a Abraão muito antes do nascimento de Isaque (cf. Gênesis 12:2; 15:4; 17:15-16; 18:10):
Visitou o SENHOR a Sara, como lhe dissera, e o SENHOR cumpriu o que lhe havia prometido. Sara concebeu e deu à luz um filho a Abraão na sua velhice, no tempo determinado, de que Deus lhe falara. (Gênesis 21:1-2)
Várias coisas chamam a atenção nesta passagem. Primeiro, não podemos deixar de notar a serenidade dessa declaração. Não há suspense. Não há surpresa, o fato é registrado como se nada mais pudesse ocorrer. E, é claro, é exatamente isso.
Segundo, há uma ênfase distinta na questão do cumprimento. Não houve surpresa no nascimento de Isaque simplesmente porque foi exatamente isso o que Deus prometeu. Nestes dois breves versículos, o cumprimento da promessa é ressaltado quatro vezes (v. 1: “como lhe dissera”; “o que lhe havia prometido”; v. 2: “no tempo determinado”; “que Deus lhe falara”). Foi Deus quem prometeu o filho; foi Deus quem cumpriu Sua palavra. E tudo aconteceu no tempo determinado. Os propósitos de Deus nunca são retardados ou frustrados pelo pecado do homem. Os propósitos de Deus são certos. O que Deus prometeu, Ele cumprirá.
Terceiro, aqui, o filho parece ser concedido mais para o benefício de Sara do que para o de Abraão. “E o SENHOR”, escreveu Moisés, “visitou a Sara”...e “fez… a Sara” (versículo 1, ARC). Não acho que estou indo longe demais ao sugerir que Sara quisesse esse filho muito mais que Abraão. Lembrem-se de que ele rogou a Deus por Ismael, aparentemente, para aceitá-lo como o filho da promessa (cf. 17:18). Abraão também não pareceu levar essa promessa muito a sério quando se dispôs a sujeitar Sara aos perigos do harém de Abimeleque, justamente quando ela estava prestes a conceber o filho prometido (cf. 17:21; 18:14). Ainda assim, embora Abraão não desejasse essa criança tanto quanto sua esposa, Deus manteve Sua promessa.
A Falta de Entusiasmo de Abraão (v. 3-5)
Os versículos seguintes parecem confirmar minhas suspeitas de que Abraão não ficou muito entusiasmado com Isaque, pelo menos não tanto quanto sua esposa:
Ao filho que lhe nasceu, que Sara lhe dera à luz, pôs Abraão o nome de Isaque. Abraão circuncidou a seu filho Isaque, quando este era de oito dias, segundo Deus lhe havia ordenado. Tinha Abraão cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho. (Gênesis 21:3-5).
A reação de Abraão ao nascimento de Isaque poderia ser descrita como “obediente”. Em obediência às instruções recebidas em Gênesis 17, ele chamou o bebê de Isaque e o circuncidou ao oitavo dia. Portanto, Abraão seguiu as instruções de Deus ao pé da letra, mas sem a alegria que poderia ter sentido.
Lembrem-se de que agora ele estava com cem anos de idade. De certa forma, ele e Sara foram mais avós do que pais para Isaque. Quem de nós teria ficado supercontente com o nascimento de um filho nessa idade? Quando Abraão poderia estar desfrutando dos benefícios do seguro social há mais de 35 anos, ele se tornou pai. E, quando estivesse com 113 anos, seu filho estaria entrando na adolescência.
O Entusiasmo de Sara (v. 6-7)
Se a reação de Abraão ao nascimento do filho foi de mera obediência, a de Sara foi simplesmente radiante:
E disse Sara: Deus me deu motivo de riso; e todo aquele que ouvir isso vai rir-se juntamente comigo. E acrescentou: Quem teria dito a Abraão que Sara amamentaria um filho? Pois na sua velhice lhe dei um filho.
O nome Isaque significa “riso”. Tanto Abraão quanto Sara, ao serem informados sobre o filho que devia nascer deles, se riram (cf. 17:17; 18:12). Acima de tudo, seu riso foi motivado pelo pensamento absurdo de ter um filho num período tão tardio da vida. No entanto, agora o nome Isaque assume um significado totalmente novo, pois ele é um deleite para sua mãe, que experimenta os prazeres da maternidade em idade tão avançada.
Ismael é Afastado (21:8-21)
A falta de entusiasmo de Abraão a respeito de Isaque pode parecer mera conjectura, e precisamos admitir isso com toda franqueza, mas os acontecimentos dos versículos 8 a 21 com certeza parecem reforçar essa impressão.
No dia em que Isaque foi desmamado, Abraão deu um grande banquete. Parece que esse era um motivo de comemoração. Precisamos ter em mente que o desmame de uma criança naquele tempo ocorria bem mais tarde do que hoje em dia. Isaque devia ter mais ou menos uns três ou quatro anos, ou até mais.
A visão do filho de Agar na festa tirou de Sara toda a alegria. Nessa época, Ismael provavelmente já tinha entrado na adolescência e devia refletir o desprezo de sua mãe por Sara e seu filho. Pelo contexto, é difícil dizer se ele estava mesmo caçoando de Isaque ou se estava apenas brincando e se divertindo, uma vez que a palavra empregada no versículo nove pode significar tanto uma coisa como outra. O comentário de Paulo em Gálatas 4:29, no entanto, nos informa que o sentido pretendido por Moisés era o de zombaria1. Sara decidiu que alguma coisa precisava ser feita para acabar com aquilo de uma vez por todas. Com determinação, ela deu um ultimato a Abraão:
Rejeita essa escrava e seu filho; porque o filho dessa escrava não será herdeiro com Isaque, meu filho. (Gênesis 21:10)
Como Sara parece outra pessoa nesse momento! Quanta diferença entre a sua descrição na epístola de Pedro e a descrição feita por Moisés:
Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus. Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido, como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma (1 Pedro 3:3-6).
Obviamente, no capítulo 21, Sara não está nos seus melhores dias, nem Abraão. Algumas pessoas tentam elogiá-la pela profunda visão espiritual a respeito do fato de Isaque ser o herdeiro, não Ismael. Pessoalmente, creio que seus motivos principais foram o ciúme e um instinto protetor para que seu filho tivesse o que era destinado a ele.
Sara, como qualquer cristão que conheço, teve momentos que ela gostaria rapidamente de esquecer. Este, com certeza, é um deles. O fato de Pedro usá-la como exemplo de humildade e submissão considera este episódio como uma exceção à regra. De forma semelhante, o escritor aos hebreus fala de Abraão e Sara como aqueles cuja fé devemos imitar. Seus erros e pecados não são mencionados porque já foram tratados de uma vez por todas sob o sangue de Cristo. Além disso, seus pecados não são o foco principal do autor em hebreus, e sim sua fé. Os pecados dos homens são registrados na Escritura para nos lembrar de que os homens e mulheres do passado não são diferentes de nós e servem como alerta e instrução para não repetirmos os mesmos erros (cf. 1 Coríntios 10:11).
Abraão ficou profundamente triste pela decisão que foi obrigado a tomar (Gênesis 21:11). Pelo capítulo 17, sabemos que ele era muito ligado a seu filho Ismael e teria ficado contente se ele fosse o herdeiro por meio de quem as promessas de Deus seriam cumpridas. No entanto, isso era impossível, pois Ismael era fruto de esforços humanos, destituídos de fé (cf. Gálatas 4:21).
O apego de Abraão a Ismael era tão grande que foi preciso uma crise para que ele pudesse compreender a situação. Embora não possamos justificar a motivação para o ultimato de Sara, pessoalmente, creio que ele foi necessário para forçar Abraão a deixar de lado suas aspirações para esse filho.
Deus garantiu a Abraão que, por mais dolorosa e desagradável que fosse a situação, afastar Ismael era a coisa certa a fazer. Neste caso, ele deveria ouvir sua esposa:
Não te pareça isso mal por causa do moço e por causa da tua serva; atende a Sara em tudo o que ela te disser; porque por Isaque será chamada a tua descendência. (Gênesis 21:12)
É preciso observar que tanto Agar quanto o menino eram muito caros ao coração de Abraão. Até agora, Agar foi chamada de a serva de Sara, mas aqui ela é chamada por Deus de “sua serva”. Sara, lembrem-se, tinha muito ciúmes de Agar e seu filho (cf. Gênesis 16:5). É impossível para um homem ter um relacionamento íntimo como o que Abraão teve com Agar e depois simplesmente ir embora. Sara sabia disso, e Deus também. Mais do que fisicamente, Abraão tinha se tornado um com Agar, e Ismael era evidência dessa união.
No capítulo 17, Deus tinha Se recusado a aceitar Ismael como herdeiro de Abraão. Isaque, Ele disse, seria o herdeiro da promessa (17:19). Portanto, era necessário que Ismael fosse mandado embora e destituído para sempre do status de herdeiro. Era por isso que as exigências de Sara deviam ser atendidas e Ismael despachado. Ainda assim, as promessas feitas por Deus a Agar (16:10-12) e a Abraão (17:20) a respeito de Ismael seriam honradas: “Mas também do filho da serva farei uma grande nação, por ser ele teu descendente” (Gênesis 21:13).
Mandar embora o filho de uma concubina não era um fato sem precedentes naquela época. Na lei 146 do Código de Hamurabi, os filhos das escravas que não fossem feitos herdeiros deveriam ser libertos como compensação2. O fato de Abraão mandar Ismael embora se encaixa muito bem nessa prática. Dando-lhe a liberdade, Abraão estava indicando que Ismael não tinha parte em sua herança, a qual devia ser exclusivamente de Isaque.
Abraão se levantou bem cedo para despachar Agar e Ismael. Talvez isso seja evidência de sua determinação em cumprir uma tarefa tão desagradável, como sugere Kidner3. Embora não soe muito espiritual, eu me pergunto se seus motivos não seriam outros. No deserto, partir logo de manhãzinha com certeza seria mais prudente, pois a viagem seria feita no período mais fresco do dia. Mas, além disso, uma partida antecipada tornaria mais fácil uma despedida sem a interferência de Sara. Creio que Abraão queria expressar sua profunda afeição por Agar e Ismael sem uma audiência hostil.
Alguns sugerem que Agar tenha se perdido no deserto, o que explicaria porque ela “andou errante pelo deserto de Berseba” (versículo 14). Por que ela não voltou ao Egito, para onde parecia se dirigir quando fugia de Sarai (16:7 e ss)? Além disso, tempos depois, seria de lá que ela tomaria uma esposa para Ismael (versículo 21). Creio que Agar não voltou ao Egito porque acreditava que Deus cumpriria Suas promessas a respeito de Ismael no lugar por onde vagava. Nesse sentido, ela peregrinou pelo deserto, tal qual Abraão, acreditando que Deus os abençoaria ali.
Finalmente as provisões dadas por Abraão acabaram e a morte parecia bater à porta. Aqui, Ismael já não é mais criança, como poderíamos supor, mas adolescente, pois era quase quatorze anos mais velho que Isaque (cf. 17:15). Sem querer vê-lo morrer, Agar o deixou a alguma distância, sob a sombra de uns arbustos. Ela, então, ergueu a voz e chorou.
Não foi o choro de Agar que chamou a atenção de Deus, mas o do rapaz4. Como descendente de Abraão, Ismael era objeto do Seu cuidado especial. Seu choro ocasionou a intervenção divina:
Deus, porém, ouviu a voz do menino; e o Anjo de Deus chamou do céu a Agar e lhe disse: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino, daí onde está. Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque eu farei dele um grande povo. (Gênesis 21:17-18)
A solução para o problema de Agar já estava lá. Devido às suas lágrimas, ela não conseguia ver o poço ali perto. O mais provável é que o poço não fosse uma estrutura visível, apenas uma pequena fonte de água escondida entre os arbustos. Deus, então, fez com que ela visse as coisas como elas realmente eram, e ela e o rapaz foram revigorados e revividos.
A obra de Deus na vida de Agar talvez pareça um pouco dura para nós, mas entendo que Suas ações deveriam ser no sentido de que Suas promessas fossem cumpridas. Lembrem-se de que Ismael ia ser como um “jumento selvagem”, hostil para com seus irmãos e um espírito livre. Esse tipo de homem não podia ser educado na cidade, com todas as suas regalias e vantagens. Aprender a sobreviver no deserto, superando as adversidades, foi exatamente o que fez de Ismael um homem como esse. Da mesma forma que o campo de treinamento produz um bom fuzileiro naval, a sobrevivência no deserto fez de Ismael um homem.
Abimeleque Faz um Trato com Abraão (21:22-34)
Os versículos 22 a 34 descrevem um incidente particular na vida de Abraão. O acordo feito entre ele e Abimeleque é importante tanto para ele quanto para nós. Por implicação, o acordo diz muita coisa a respeito dos medos e da fé de Abraão.
O encontro entre esses três personagens foi de grande importância. Abraão era reconhecido como um homem de influência e poder. Mais ainda, ele era conhecido por ser objeto do amor e proteção divinos. Abimeleque e Ficol foram até ele; eles não foram lá para convidá-lo a ir ao palácio. Foram para fazer um trato:
Por esse tempo, Abimeleque e Ficol, comandante do seu exército, disseram a Abraão: Deus é contigo em tudo o que fazes; agora, pois, jura-me aqui por Deus que me não mentirás, nem a meu filho, nem a meu neto; e sim que usarás comigo e com a terra em que tens habitado daquela mesma bondade com que eu te tratei. (Gênesis 21:22-23)
É difícil imaginar o tamanho do constrangimento que esse pedido deve ter causado a Abraão. Eis o rei da nação onde Abraão vivia, junto com seu primeiro ministro, indo até ele para propor-lhe um trato. Eles reconheceram que o motivo principal que os levou até Abraão foi o fato de ele ser uma pessoa amada por Deus. Resumindo, aqueles homens estavam a par, por experiência própria, da aliança abraâmica:
De ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra. (Gênesis 12:2-3)
Abimeleque procurou fazer um trato com Abraão porque nunca quis lutar contra ele. Pelejar com Abraão era atacar o Deus de Abraão e ter de contender com Ele. Por outro lado, fazer aliança com Abraão era ter Deus ao seu lado. Não é de admirar que Abimeleque estivesse tão ansioso para fazer esse acordo.
No entanto, percebem a lição que isso deve ter ensinado a Abraão? Ele havia mentido para Abimeleque a respeito de Sara, pois pensava que naquele lugar não havia temor de Deus e, portanto, numa nação pagã, não havia proteção para ele (cf. 20:11). Deus repreendeu sua incredulidade por meio deste testemunho vindo dos lábios de Abimeleque.
Além disso, sua mentira também foi repreendida. Como você se sentiria se um rei e seu primeiro ministro o elogiassem, reconhecendo o seu relacionamento especial com Deus, e depois o fizessem prometer que nunca mais mentiria para eles? Abimeleque respeitava o Deus de Abraão, mas não tinha tanta certeza quanto à credibilidade de Abraão. Colocando-o sob juramento, Abimeleque procurou resolver o problema da tapeação. Ele quase perdera a vida por causa da mentira de Abraão (20:3); e não queria que isso acontecesse de novo.
Uma vez feito o trato, Abraão procurou apresentar uma queixa específica que poderia ser resolvida dentro dos termos recém ajustados. Ele reclamou de um poço que seus servos tinham cavado e que, em seguida, foi confiscado pelos servos de Abimeleque (versículo 25). Abimeleque não só alegou desconhecer o fato, como pareceu fazer uma pequena reprimenda por Abraão não ter levado o caso a ele pessoalmente (versículo 26). Assim, uma aliança específica a esse respeito foi feita e sete cordeiras cedidas por Abraão serviram como sinal do acordo (versículos 28 a 31). Abimeleque e Ficol seguiram seu caminho e Abraão prestou culto ao Senhor, em agradecimento por essa aliança, plantando tamargueiras. E, assim, Abraão ficou na terra dos filisteus por muito tempo.
A lição que Abraão aprendeu com esse incidente foi surpreendente. Ele temia perder a vida e a da esposa no meio daqueles “pagãos” (20:11). Deus lhe mostrou que Abimeleque reconhecia sua situação privilegiada diante de Deus e que, por causa disso, não lhe teria causado mal algum. Abimeleque não só não tomaria uma esposa que não era sua, como também não tomaria um poço que não lhe pertencia. Como os temores de Abraão parecem tolos depois deste incidente!
Conclusão
Várias lições emergem desta passagem da história de Abraão. Primeiro, precisamos concluir que as bênçãos de Deus continuam sendo recebidas pelo Seu povo mesmo nas épocas em que sua fé está na pior fase. Neste capítulo, não vemos nem Abraão nem Sara em sua melhor fase; no entanto, Deus lhes deu o filho prometido, preservou a vida de Agar e Ismael e propiciou uma aliança com um rei pagão que deu a Abraão uma posição privilegiada.
A fim de não concluirmos que santidade não seja importante, também é preciso dizer que a desobediência tem consequências dolorosas. Mesmo depois de muitos anos da união de Abraão com Agar, uma união que negava o poder de Deus para cumprir as promessas da Sua aliança, Abraão teve de encarar seu erro e mandar embora seu filho amado. Cedo ou tarde os frutos do pecado serão colhidos pelo pecador. Por isso, aqui, a postura horrível de Sara, a separação chorosa de Abraão e o quase encontro de Agar e seu filho com a morte no deserto foram consequências do ato impetuoso de Abraão com Agar.
Em segundo lugar, devemos nos lembrar de que, às vezes, as coisas certas acontecem pelas razões erradas. Não creio que tenha sido mostrado o melhor ângulo de Sara neste capítulo. Não vejo nela um espírito manso e submisso em seu confronto com Abraão. Todavia, precisamos concluir que, por Deus ter dito a Abraão que a obedecesse, a coisa certa a fazer era despachar Ismael, de uma vez por todas. Isso abriu caminho para o “sacrifício de Isaque” no capítulo seguinte, pois só então Deus pôde dizer a Abraão: “Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto…” (Gênesis 22:2).
Por toda a Bíblia vemos que as coisas certas muitas vezes são resultado de razões erradas. Por exemplo, José foi enviado ao Egito para abrir caminho para a salvação da nação de Israel, mas foi a traição de seus irmãos que o mandou para lá, os quais achavam que estavam se livrando dele ao vendê-lo como escravo. Satanás afligiu Jó para tentar provar que os crentes só creem em Deus quando têm algum benefício. Deus, no entanto, permitiu que Jó fosse testado para dar a Satanás (e a nós) uma lição de fé.
Você está passando por alguma situação difícil ou aflitiva? Talvez seja por causa da deslealdade ou maldade de alguém. No que diz respeito a você, isso realmente não importa. Se você crê num Deus que é verdadeiramente soberano, que está realmente no controle, então precisa aceitar o fato de que Ele o levou ao lugar certo por motivos errados. As razões talvez não sejam louváveis, mas você pode ter certeza de que Deus o tem nesse lugar por um bom motivo.
Em terceiro lugar, aprendemos que a maioria dos nossos medos são totalmente infundados. Abraão se preocupava com sua segurança e a de sua esposa. Ele acreditava que Deus seria obedecido e Seu povo protegido somente onde Ele fosse conhecido e temido. Abraão devia aprender com o trato feito com Abimeleque que Deus cuida daqueles que são Seus. Se Abimeleque não ousava tomar um poço, quanto mais uma esposa ou uma vida. Todas as maquinações de Abraão foram por nada. A fé descansa nas promessas da aliança de Deus; o medo não tem sentido.
Finalmente, a resposta de Deus aos nossos problemas, com frequência, é a solução que estava ao nosso alcance, mas a nossa ansiedade nos impedia de vê-la. Amo o fato de Agar ter visto o poço que já estava ali. Foram suas lágrimas e seus medos que a impediram de vê-lo. O choro daqueles que pertencem a Deus sempre O alcançarão, mas a resposta não precisa ser espetacular ou milagrosa, como às vezes esperamos ou queremos. Muitas vezes, a resposta será aquela que, no devido tempo, é óbvia.
Você pertence a Ele, meu amigo? Se você crê na obra salvadora de Jesus Cristo em seu favor, então pertence. E, se pertence, Deus cuida de você. Aqueles que pertencem a Ele não precisam temer, pois Ele está com eles; na verdade, Ele está neles. E, a maior de todas as maravilhas, Ele nos trata com graça. Mesmo nas nossas horas mais tenebrosas, Ele é fiel e Suas promessas são verdadeiras.
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Tradução e Revisão: Mariza Regina de Souza
1 A palavra “brincando” na Versão Padrão Revisada (em inglês) não faz jus ao contexto: a tradução deveria ser “caçoando” (como em outras versões). Este é o modo intensivo do nome-verbo de Isaque, “rir”; o sentido aqui, exigido pelo contexto e por Gálatas 4:29 (“perseguia”), é pejorativo! Derek Kidner, Gênesis (Chicago: Inter-Varsity Press, 1967), p. 140.
2 O Código de Hamurabi afirma que os filhos não reconhecidos de escravos, embora não tivessem parte nos bens, deveriam ser libertados (Lei 171). Harold Stigers, Comentário em Gênesis (Grand Rapids: Zondervan, 1976), p. 185.
3 Kidner, Genesis, p. 140.
4 Não é coincidência o significado do nome “Ismael” ser “Deus ouve” (cf. Gênesis 16:11)
23. Prova Final (Gênesis 22:1-24)
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Quando me inscrevi para entrar no Seminário Teológico de Dallas (Texas, Estados Unidos), ao preencher o formulário de admissão, tive de responder algumas perguntas. Uma delas dizia respeito a uma área de interpretação bíblica em que há muita discordância entre os cristãos. Lembro-me de ter escrito que, embora concordasse pessoalmente com a opinião do seminário, não achava que a passagem citada desse embasamento a ela. Durante três anos ninguém disse nada. No que me dizia respeito, a questão estava encerrada.
Pouco antes do início do meu último ano no seminário, fui chamado à sala do reitor para um pequeno debate. Para meu espanto, a questão da diferença de opinião entre mim e a escola foi levantada. Caso interesse saber, minha posição pouco mudou, mesmo depois de anos de estudo e um pouco mais de aprendizado das línguas originais da Bíblia. Até certo ponto satisfeito com minhas respostas, o seminário me permitiu continuar o programa de estudos e me formar no ano seguinte.
O ponto onde quero chegar com essa ilustração é que, embora tenham permitido que a diferença de interpretação persistisse, houve uma época em que ela se tornou uma questão importante. Creio que, muitas vezes, Deus faça a mesma coisa. Ele permite que um determinado problema continue durante algum tempo, mas, mais cedo ou mais tarde, ele se tornará uma questão importante, e terá de ser resolvido.
Foi isso o que aconteceu com Abraão. Bem no início de seu relacionamento com Deus, ele recebeu uma ordem muito clara a respeito da sua família:
Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei (Gênesis 12:1, ênfase do autor).
Sabemos, no entanto, que se passaram muitos anos até Abraão ser separado de seu pai; e quando isso realmente aconteceu, foi em consequência de morte, não de obediência de fato. Depois, foi sua relutância em se separar de Ló. No capítulo 21, foi o doloroso ato de ter de despachar Ismael, seu filho tão amado. No capítulo 22, Abraão chegou à sua última prova. Ele já era bem idoso e Sara logo iria morrer. Seu amor era dedicado a Isaque, o qual, após o capítulo 21, se tornou seu único filho (22:2). Deus levou Abraão a um ponto em que ele precisou dar prioridade à sua fé ou à sua família. Por isso, no capítulo 22, ele se defrontou com a maior prova da sua fé.
A Ordem (22:1-2)
Não sabemos exatamente em que época se deu esta última prova na vida de Abraão, só que ocorreu após os acontecimentos do capítulo 21. Pessoalmente, creio que foi uns dez anos depois, o que faria de Isaque um garoto mais ou menos da mesma idade de Ismael quando este foi mandado embora. Isso daria bastante tempo para a afeição de Abraão pelo primeiro filho ser transferida para o segundo, Isaque. Portanto, Isaque é, acertadamente, chamado de seu “único filho” e o filho a quem Abraão amava (versículo 2).
Contrariamente à conotação do termo “tentado”, empregado pelos tradutores da Versão King James no versículo dois, Deus provou Abraão para demonstrar sua fé em termos tangíveis. De acordo com a Escritura, sabemos que, embora Deus teste os homens para provar seu caráter santo, Ele nunca os leva a pecar (cf. Tiago 1.12-18). É por isso que, em Tiago 2, o apóstolo pode apontar para este acontecimento na vida de Abraão como evidência de uma fé viva:
Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque? (Tiago 2.21).1
A ordem de Deus deve ter pego Abraão totalmente desprevenido:
Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei (Gênesis 22.2).
A maior dificuldade que encontro neste capítulo não é a conduta de Abraão, mas a ordem de Deus. Como pode um Deus de sabedoria, misericórdia, justiça e amor ordenar a Abraão que ofereça seu único filho como sacrifício? O sacrifício de crianças era praticado pelos cananeus, mas foi condenado por Deus (cf. Levítico 18.21; Deuteronômio 12.31). Além disso, esse tipo de sacrifício não tinha valor algum:
Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros, de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma? (Miqueias 6.7)
Dizer que Deus interrompeu Abraão pouco antes da execução não resolve o problema. Como, em primeiro lugar, Ele poderia dar uma ordem como essa, se ela era imoral? Sustentar que Deus poderia ordenar a Seus filhos fazer algo errado, mesmo como um teste, é abrir as obras a todo tipo de dificuldade.
Vários fatores devem ser considerados para entendermos esta prova da forma apropriada. Em primeiro lugar, é preciso admitir um forte viés nesse assunto. Nós, que somos pais, sentimos repulsa só de pensar em sacrificar nossos filhos num altar. Por isso, projetamos nossa aversão em Deus, supondo que Ele também nunca pensou nisso. Em segundo lugar, vemos essa ordem do ponto de vista da cultura daquela época, que realmente praticava o sacrifício infantil. Se os pagãos praticavam, e Deus os condenava por isso, a prática tem de ser errada em qualquer contexto.
Mas somos forçados a concluir que o sacrifício de Isaque não poderia ser errado, quer fosse apenas tentado quer fosse realizado, pois Deus é incapaz de praticar o mal (Tiago 1.13 e ss; 1 João 1.5). Muito mais que isso, não poderia ser errado sacrificar um filho único porque Deus realmente sacrificou Seu único Filho:
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos… Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos (Isaías 56.3, 10).
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3.6; cf. Mateus 26.39, 42; Lucas 22.22; João 3.17; Atos 2.23; 2 Coríntios 5.21; Apocalipse 13.8).
Nesse sentido, Deus não pediu a Abraão para fazer algo que Ele mesmo não faria. De fato, a ordem de Deus tinha como objetivo preanunciar aquilo que Ele faria séculos depois na cruz do Calvário.
Só compreendendo a importância tipológica do “sacrifício de Isaque” podemos entender que a ordem de Deus é santa, justa e pura. A disposição de Abraão em renunciar ao seu único filho ilustrou, humanamente, o amor de Deus pelo homem, o qual O levou a dar o Seu Filho unigênito. A profunda agonia experimentada por Abraão refletiu o coração do Pai diante do sofrimento de Seu Filho. A obediência de Isaque tipificou a submissão do Filho à vontade do Pai (cf. Mateus 26.39, 42).
Deus interrompeu o sacrifício de Isaque por duas razões. Primeira, seu sacrifício não teria beneficiado outras pessoas. O cordeiro precisava ser “sem defeito”, sem pecado, inocente (cf. Isaías 53.9). Essa é a verdade implícita em Miqueias (6.7). Segunda, a fé de Abraão foi amplamente demonstrada no fato de ele estar totalmente disposto a cumprir a vontade de Deus. Sem sombra de dúvida, se Deus não tivesse intervindo, Isaque teria sido sacrificado. Na prática, Isaque já tinha sido sacrificado, por isso o ato era desnecessário.
A segunda dificuldade está no silêncio de Abraão. Um de meus amigos diz o seguinte: “Como é possível que Abraão tenha intercedido junto a Deus por Sodoma, mas não por seu filho, Isaque?” Precisamos nos lembrar de que as Escrituras são seletivas quanto ao que registram, preferindo omitir aquilo que não é essencial ao desenvolvimento do argumento da passagem (cf. João 20.30-31; 21.25). Neste capítulo de Gênesis, por exemplo, sabemos que Deus indicou um lugar específico para o “sacrifício” de Isaque (versículo 2) e que Abraão foi àquele local (versículo 9), mas não sabemos quando Deus revelou isso a ele.
Creio que Moisés, sob a orientação e supervisão do Espírito Santo, omitiu a reação inicial de Abraão à ordem de Deus para ressaltar sua resposta final — a obediência. Pessoalmente (embora não haja base na Escritura para sustentar minha suposição), creio que Abraão discutiu com Deus e implorou pela vida de seu filho, mas Deus preferiu não registrar esse ponto porque seria de pouco incentivo para nós. Sei que muitos crentes também não gostariam que Deus registrasse sua primeira reação a situações desagradáveis; é a reação final que importa (cf. Mateus 21.28-31).
Isso me ajuda quando leio, no Novo Testamento, a avaliação dos santos do Antigo Testamento. Não fossem as palavras de Pedro, eu nunca teria considerado Ló como um homem justo (2 Pedro 2.7-8). Em Hebreus 11 e Romanos 4, Abraão é retratado como um homem sem falhas ou defeitos, no entanto, o livro de Gênesis registra claramente suas fraquezas. A razão, creio, é porque os escritores do Novo Testamento veem aqueles santos como Deus os vê. Por causa da morte sacrificial de Cristo na cruz do Calvário, os pecados dos santos não são apenas perdoados, são também esquecidos. A madeira, o feno e a palha do pecado serão consumidos, deixando apenas o ouro, a prata e as pedras preciosas (1 Coríntios 3.1-15). Os pecados dos santos não são ignorados; eles são cobertos pelo sangue de Cristo. Quando esses pecados são registrados, é apenas para nossa admoestação e instrução (1 Coríntios 10.1 e ss, especialmente o versículo 11).
A Obediência de Abraão (22:3-10)
A despeito das lutas não relatadas de Abraão, ele se levantou de manhã bem cedo para começar a jornada mais longa da sua vida.
Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado (Gênesis 22.3).
Já disse que, embora levantar-se de madrugada possa refletir a determinação de Abraão em fazer a vontade de Deus, isso também pode conter alguns fatores humanos. Primeiro, imagino que o sono tenha fugido de Abraão naquela noite, especialmente após Deus ter ordenado claramente o sacrifício de Isaque. Algumas pessoas se levantam cedo por não terem esperança de pegar no sono novamente. Além disso, eu também não gostaria de deixar que Sara desconfiasse dos meus planos para os próximos dias. Enquanto Abraão estava resignado a fazer a vontade de Deus, Sara nem sabia o que ia acontecer (pelo menos, até onde vai o registro das Escrituras).
Depois de uma dolorosa jornada de três dias, a montanha do sacrifício é avistada. Nesse ponto, Abraão deixa seus servos e segue sozinho com Isaque:
Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós. Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos (Gênesis 22.5-6).
Mesmo em meio à grande angústia da alma, há uma bela expressão de fé e esperança no versículo 5:
Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, (nós) voltaremos para junto de vós (ARA, ênfase do autor).
Não creio que essas palavras foram ditas em vão, mas que refletiram uma profunda confiança em Deus e nas Suas promessas. O Deus que ordenara o sacrifício de Isaque também prometera que dele nasceria uma grande nação (17.15-19; 21.12).
Enquanto os dois sozinhos subiam a montanha, em direção ao lugar do sacrifício, Isaque fez uma pergunta que deve ter cortado o coração de Abraão: “Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?” (versículo 7).
A resposta deve ter sido muito penosa para Abraão; no entanto, ela não é apenas deliberadamente vaga, ela também contém um quê de esperança: “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos” (versículo 8).
A cada passo, Abraão deve ter esperado que houvesse alguma mudança de planos, alguma alternativa. Eles chegaram ao local, o altar foi construído e a lenha arrumada. Finalmente, não havia mais nada a fazer, a não ser amarrar Isaque, colocá-lo sobre a lenha e cravar o cutelo em seu coração.
A Provisão de Deus (22.11-14)
Somente quando o cutelo já estava no alto, reluzindo ao sol, Deus impediu Abraão de oferecer seu filho em sacrifício:
Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho (Gênesis 22.11-12).
No último minuto ficou claro que Abraão estava disposto a renunciar a tudo, até mesmo ao filho, seu único filho, por amor a Deus. Embora Deus já conhecesse seu coração, a reverência de Abraão agora foi evidenciada pela prática.
Foi também no auge da sua obediência que veio a provisão de Deus. Deus não interrompeu o ato de sacrifício; Ele providenciou um carneiro como substituto de Isaque:
Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho (versículo 13).
Por essa experiência, vemos que a fé de Abraão na provisão de Deus para a oferta sacrificial (versículo 8) foi honrada e que Deus realmente proveu:
E pôs Abraão por nome àquele lugar - O SENHOR Proverá. Daí dizer-se até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá.
A Promessa de Deus (22.15-19)
Além da intervenção de Deus para evitar que Abraão sacrificasse seu filho, houve também a confirmação das Suas promessas por meio de Isaque:
Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do SENHOR a Abraão e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz. Então, voltou Abraão aos seus servos, e, juntos, foram para Berseba, onde fixou residência (Gênesis 22.15-19).
Há pouca coisa nova nesta confirmação divina2, embora haja uma mudança impressionante. Nas ocasiões anteriores, estas promessas foram feitas de forma incondicional (cf. 12.1-3; 15.13-16; 18-21). Aqui, as bênçãos são prometidas a Abraão porque ele obedeceu a Deus nesta prova (22.16, 18).
No entanto, a mudança não é tão dramática quanto possa parecer a princípio. No capítulo 17, Deus reafirmou Suas promessas, começando com estas palavras: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito. Farei uma aliança…” (versículos 1 e 2).
Além disso, Abraão foi instruído a “guardar a Minha aliança” (17.9, 10, 11). E, depois, no capítulo 18, lemos:
… visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra? Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito (18.18-19).
Precisamos entender que o fato de Deus ter escolhido Abraão incluía não só o fim proposto por Ele (as bênçãos), mas também os meios (fé e obediência). Depois da sua última prova no monte Moriá, Deus pôde dizer que as bênçãos eram resultado da obediência decorrente da fé. Essa mesma sequência é muito clara no Novo Testamento:
Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. (Efésios 2.8-10)
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou (Romanos 8.28-30).
A obra de Deus começa com uma promessa que precisa ser aceita pela fé. Depois, essa fé, se for genuína, será demonstrada por boas obras (cf. Tiago 2). As promessas de Deus são uma certeza para todos os crentes, pois Deus é soberano em cada etapa — da fé à obediência, da obediência à bênção.
Conclusão
Este incidente na vida de Abraão teve diversas consequências para ele.
(1) Cuidou de um problema que atormentou Abraão durante toda a sua vida — o vínculo prejudicial com sua família. Foi aqui que Abraão teve de escolher a quem colocar em primeiro lugar: Isaque ou Deus. Sua obediência, finalmente, deu um jeito nesse problema.
(2) Sua obediência à vontade revelada de Deus comprovou sua profissão de fé:
Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem. Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante? Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque? Vês como a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou, e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus (Tiago 2.17-23).
Nestes versículos, Tiago não está discordando de Paulo. Ele concorda que uma pessoa é salva pela fé, não pelas obras (cf. Romanos 4), mas ele defende que uma fé salvadora é uma fé operante. Uma fé professada, mas não praticada, é uma fé morta. Embora Abraão tenha sido justificado diante de Deus por crer nas Suas promessas (Gênesis 15.6; Romanos 4.3), ele foi justificado diante dos homens por sua obediência (Gênesis 22; Tiago 2). Deus podia examinar o coração de Abraão e ver que sua fé era genuína; nós precisamos olhar para a sua obediência para ver que sua profissão de fé era sincera.
(3) A obediência de Abraão resultou em crescimento espiritual e numa compreensão mais profunda da pessoa e das promessas de Deus. Nenhuma outra experiência na vida de Abraão deixou mais evidente a pessoa e a obra de Cristo. É por isso que nosso Senhor pôde dizer aos judeus da Sua época: “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se” (João 8.56). Ainda hoje, os tempos de provação também são tempos de crescimento na vida dos crentes.
(4) A provação de Abraão no monte Moriá o preparou para o futuro. Não é surpresa alguma que o capítulo seguinte (23) trate da morte de Sara. O que precisamos entender é que Deus usou o oferecimento de Isaque para preparar Abraão para a morte de sua esposa. Pelas palavras de Abraão (22.5), e por sua interpretação pelo escritor aos Hebreus (11.19), sabemos que a fé demonstrada por ele no monte Moriá era uma fé no Deus que podia ressuscitar homens e mulheres da morte (cf., ainda, Romanos 4.19). Embora Abraão só tivesse de enfrentar a morte no capítulo 23, ele lidou com ela no capítulo 22. Os testes de Deus, com frequência, são preparatórios para coisas maiores que estão por vir (cf. Mateus 4.1-11).
Além de cuidar de Abraão, Deus também usou este incidente no monte Moriá para instruir a nação de Israel, a qual recebeu este livro, bem como os outros quatro livros da lei, da pena de Moisés. Para aqueles que tinham acabado de receber a lei, com seu complicado sistema sacrificial, este acontecimento na vida de Abraão proporcionou uma compreensão mais profunda do significado do sacrifício. Eles deviam perceber que o sacrifício era substitutivo. O animal devia morrer no lugar do homem, exatamente do mesmo jeito que o carneiro foi provido para o lugar de Isaque. Mas eles também deviam perceber que um Filho, um Filho único, devia pagar o preço pelo pecado, o qual nenhum animal poderia pagar. Contra o pano de fundo do sacrifício no monte Moriá, todo o sistema sacrificial da Lei foi visto com um significado mais profundo e mais completo.
Este incidente na vida de Abraão também foi destinado à nossa edificação e instrução (1 Coríntios 10.6; 11). Permitam-me sugerir algumas coisas que devemos aprender com a vida de Abraão, como descrita no capítulo 22.
(1) Este acontecimento é uma bela prefiguração, um tipo, da morte de nosso Senhor Jesus Cristo. Abraão representa Deus Pai, O qual, por amor ao ser humano, deu Seu único Filho como sacrifício pelos pecadores (João 3.16). Isaque é um tipo de Cristo, O qual Se submete à vontade do Pai. Isaque carregou a lenha para o holocausto da mesma forma que nosso Senhor carregou Sua cruz (Gênesis 22.6; João 19.17). Foram três dias desde a partida de Abraão para o sacrifício até ele e seu filho voltarem juntos. Depois de três dias, Abraão recebeu seu filho de volta (Hebreus 11.9). Depois de três dias nosso Senhor ressurgiu dos mortos (João 20; 1 Coríntios 15.4).
Além de tudo isso, Isaque foi “sacrificado” no mesmo lugar onde nosso Senhor daria Sua vida séculos mais tarde, no monte Moriá, nos arredores de Jerusalém. De acordo com 2 Crônicas 3.1, sabemos que foi nesse lugar que o Senhor apareceu a Davi e onde Salomão construiu o templo. Assim, Abraão levou seu filho ao monte próximo a Jerusalém para oferecê-lo como sacrifício no mesmo lugar (ou próximo dele) onde nosso Senhor iria morrer anos depois. Que bela ilustração da infinita sabedoria de Deus e da Sua inspiração nas santas Escrituras!
(2) Esta passagem também nos lembra da importância da obediência para os cristãos. Foi devido à obediência de Abraão que as bênçãos prometidas foram confirmadas no clímax da nossa passagem (versículos 15 a 18). Muito embora o homem não seja salvo por suas obras, a fé salvadora inevitavelmente deve ser manifesta em boas obras (Efésios 2.8-10). Crer e obedecer são o caminho do cristão.
(3) Vemos também que a vida cristã é paradoxal. Parece que ela é meio contraditória. Abraão ganhou seu filho quando o entregou a Deus. Somos exaltados aos olhos de Deus quando consideramos os outros superiores a nós mesmos (Mateus 23.11; Filipenses 2.5 e ss). Somos líderes quando servimos; salvamos nossa vida quando a perdemos (Mateus 16.25). Os caminhos de Deus não são os caminhos do homem.
(4) A vida cristã não é vivida sem razão ou sem racionalidade. Tenho muito receio de que algumas pessoas leiam esta narrativa da vida de Abraão e concluam que Deus nos prova levando-nos a fazer algo que é totalmente irracional.
O perigo é a tendência que temos em presumir que qualquer coisa que não faça sentido para nós deve ser a vontade de Deus. Muitos críticos têm sugerido que cristãos são aqueles que tiram o chapéu, e a cabeça, quando entram na igreja. Mas não é assim.
Por outro lado, precisamos reconhecer que aquilo que Abraão foi ordenado a fazer parecia sem sentido. Por meio de Isaque ele deveria ser o pai de multidões. Como isso poderia acontecer se Isaque estivesse morto? Sacrificar um filho deve ter parecido totalmente contrário ao caráter de Deus. Será que Deus estava lhe pedindo para agir com fé irracional? Observe o que diz o escritor aos hebreus:
Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas, a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência; porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou. (Hebreus 11.17-19, ênfase do autor)
A palavra grega utilizada aqui, logizomai, expressamente claramente o fato de Abraão ter agido com a cabeça3. Não foi uma “fé cega”, como se costuma dizer. A fé sempre age com base nos fatos e na razão.
O que quero dizer é simples. O mundo gosta de acreditar que age usando a cabeça, enquanto os cristãos agem sem pensar. Mas esta é uma premissa totalmente falsa. A verdade é que existem dois tipos de raciocínio: o pensamento secular e o pensamento cristão. Pedro, quando censurou nosso Senhor por falar da Sua morte sacrificial, estava pensando humanamente:
Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens. (Mateus 16.23)
Existem dois tipos de mentalidade: a cristã e a secular:
Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. (Romanos 8.5-7)
O apelo de Paulo em Romanos 12 é dirigido tanto às nossas emoções quanto às nossas mentes:
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. (Romanos 12.1-3)
O que devemos oferecer como sacrifício a Deus é o nosso corpo vivo, ou seja, o nosso ato de culto lógico ou racional (do grego logicos). Isso é realizado pela renovação da nossa mente (versículo 2). O ser humano inteiro foi afetado pela queda: suas emoções, seu intelecto e sua vontade. Portanto, tudo precisa passar por uma transformação radical a fim de sermos conformados à semelhança de nosso Senhor Jesus Cristo. Em Romanos 12.3 somos chamados a pensar, pensar, pensar. É para isso que serve a nossa mente renovada. O cristianismo é racional, mas de uma forma totalmente diferente da forma do mundo.
O raciocínio cristão tem como base a convicção de que há um Deus, O qual é o nosso criador e redentor (Hebreus 11.1 e ss). O raciocínio cristão tem como base a convicção de que a Palavra de Deus é absolutamente verdadeira e digna de confiança. Deus tinha prometido a Abraão um filho por meio de Sara e por meio do qual as bênçãos seriam recebidas. Abraão creu em Deus (Gênesis 15:6). Deus também lhe disse para sacrificar esse filho. E Abraão pôs sua fé em Deus e O obedeceu, apesar do raciocínio humano questionar a sabedoria disso.
O raciocínio de Abraão também tinha como base sua experiência com Deus ao longo dos anos. Continuamente, Deus tinha provado ser seu provedor e protetor. O poder soberano de Deus tinha sido repetidamente demonstrado, mesmo no meio de pagãos como faraó e Abimeleque. Embora Abraão e Sara estivessem “praticamente mortos”, no que se referia a gerar filhos, Deus lhes deu o filho prometido (Romanos 4.19-21).
Talvez Abraão não compreendesse porque recebera uma ordem para sacrificar seu filho, e nem como Deus iria cumprir Suas promessas se ele obedecesse, mas ele conhecia Aquele que lhe dera a ordem. Ele sabia que Deus era santo, justo e puro. Ele sabia que Deus era capaz de ressuscitar os mortos. Com base nessas convicções, contrárias à sabedoria humana, mas totalmente baseadas no raciocínio cristão, ele obedeceu a Deus. O raciocínio cristão tem suas razões. Podemos não saber como ou porque, mas sabemos Quem e o quê. E isso é suficiente!
(5) Nosso texto nos ensina um belo princípio: “... No monte do SENHOR se proverá” (versículo 14).
No versículo 8, Abraão assegurou a Isaque que Deus proveria o cordeiro, e assim o Senhor fez (versículo 13). O princípio não é que Deus proverá em determinado lugar, e sim que proverá sob certa condição. Num momento de fé e obediência, num momento de desamparo e dependência, Deus proverá. Muitas vezes, creio, não vemos a provisão de Deus porque não chegamos ao ponto de desespero.
Lembro-me da história de dois marinheiros que, sozinhos, sobreviveram a um naufrágio. Eles ficaram à deriva no mar em uma jangada improvisada. Quando já tinham perdido todas as esperanças de serem resgatados, um disse ao outro que eles deveriam orar. Ambos concordaram e, quando um deles começou a clamar a Deus por ajuda, o outro o interrompeu, dizendo: “Espera aí, nem se incomode, acho que estou vendo um barco”.
Às vezes, Deus nos leva ao mesmo ponto a que levou Abraão no monte Moriá — a depender totalmente Dele. É nesse ponto que precisamos reconhecer Sua provisão. É aí que homens e mulheres devem chegar para serem salvos. Eles precisam ver a si mesmos como pecadores perdidos, merecedores da eterna ira de Deus. Eles precisam abandonar qualquer fé em si mesmos e qualquer obra que possam fazer para receber o favor de Deus. Eles precisam voltar-se somente para Ele para lhes prover o perdão de pecados e a justiça necessária para a salvação. A provisão de Deus já foi feita pela morte de Seu Filho sem pecado, Jesus Cristo, na cruz do Calvário, há mais de 2.000 anos. Meu amigo, se você atingiu o ponto de desespero, gostaria que soubesse que esse é também o ponto de auxílio e salvação. Lance toda a sua esperança sobre o Cristo do Calvário e, com certeza, você encontrará a salvação.
(6) Finalmente, esta passagem tem sido usada com um fim trágico, o sacrifício de nossos filhos e filhas sob o pretexto de obedecer a uma ordem divina. Deus nunca disse aos Seus santos para sacrificar suas famílias em prol de qualquer ministério ou chamado. É verdade que precisamos colocar Deus em primeiro lugar (Mateus 10.37), mas a obediência a Ele requer a provisão e instrução da nossa família (cf. 1 Timóteo 5.8; Efésios 6.4; 1 Timóteo 3.3-4, 12).
Muitos pais, como Abraão, pensam no futuro como algo ligado exclusivamente a seus filhos. Querem manipular suas vidas para que possam viver neles seus sonhos e esperanças. Precisamos entregar nossos filhos ao Senhor e submetê-los, e a nós também, ao Seu cuidado e providência. Só então, nós, e eles, encontraremos as bênçãos de Deus.
É com tristeza que devo admitir que o problema de Abraão é um tanto estranho à nossa época. Quase não precisamos nos preocupar com o apego exagerado aos filhos numa época em que a prática do aborto está desenfreada e pais e mães abrem mão de suas famílias por um estilo de vida mais livre. É nesse sentido que vemos a profecia sobre o fim dos tempos sendo cumprida em nosso meio:
Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. (2 Timóteo 3.1-5)
No versículo 3, a primeira palavra, “desafeiçoados”, significa literalmente “sem amor pela família”. Esta é uma época em que a afeição natural dos pais está se tornando rara. Com certeza a volta do Senhor está próxima. Que Deus nos capacite a amar nossos filhos a tal ponto que entreguemos suas vidas nas mãos Dele.
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Tradução e Revisão: Mariza Regina de Souza
1 Neste capítulo, Tiago não está debatendo a teologia de Paulo, e sim ressaltando uma verdade complementar: embora as obras não possam salvar, uma fé operante realmente pode. A justificação sobre a qual Tiago fala no capítulo 2 não é diante de Deus, mas diante dos homens. A fé que uma pessoa tem em seu coração a justifica diante de Deus, mas a fé demonstrada em sua vida justifica sua profissão de fé diante dos homens.
2 As observações de Stigers, no entanto, são dignas de reprodução: “A frase “a cidade dos seus inimigos” (versículo 17) tem uma abrangência importante para o futuro do plano redentivo de Deus. Os outros elementos desse juramento/promessa, a numerosa descendência e a bênção sobre as nações, são os mesmos encontrados em 12:1-3; no entanto, a frase “a terra que te mostrarei/darei” agora é substituída por “possuirá a cidade dos seus inimigos”. Isso amplia o significado da promessa referente à terra: o de assumir o lugar e o poder dos povos anteriores. No entanto, a promessa não é limitada; pode ser qualquer inimigo, de qualquer época; a menos que Israel negue seu Deus (cf. Salmo 89:30-33). A frase denota a vitória final da santidade sobre todas as coisas, compartilhada pelo povo de Deus”. Harold Stigers, Comentário em Gênesis (Grand Rapids: Zondervan, 1976), p. 190-191.
3 “Portanto, logizomai significa: a) considerar, ponderar, julgar, calcular; b) considerar, deliberar, compreender, chegar a uma conclusão lógica, decidir”. J. Eichler, “Logizomai,” Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento (Grand Rapids: Zondervan, 1978), III, p. 822-823.
3. Os Livros Históricos do Novo Testamento
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Conforme previamente mencionado, o Novo Testamento é dividido em três categorias, com base na sua composição literária – histórica, epistolar e profética. Os quatro Evangelhos compõem cerca de 46 por cento, e o livro dos Actos eleva esta percentagem para 60 por cento. Isto significa que 60 por cento do Novo Testamento é directamente histórico, delineando as raízes e desenvolvimento histórico da Cristandade. O Cristianismo baseia-se em factos históricos. Tal é inerente à própria estrutura do Evangelho. O Cristianismo é a mensagem do Evangelho, e o que é um evangelho? É a boa nova, informação que deriva do testemunho de outros. É história, o testemunho de factos históricos. “O Evangelho é a notícia de que algo aconteceu – algo que confere à vida uma faceta diferente. O que esse 'algo' representa é-nos explicado em Mateus, Marcos, Lucas e João. É a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo.”1 Seguindo-se a este registo quádruplo, Actos concede-nos o registo histórico da disseminação da mensagem evangélica desde Jerusalém até à Judeia, Samaria e regiões mais longínquas da Terra, até ao mundo Gentio. Começa assim:
1:1 Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar 1:2 até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às alturas. 1:3 A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus.
1:8 Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.
Lucas é o primeiro, e Actos o segundo volume do tratado do Dr. Lucas acerca da vida histórica e ministério do Salvador, conforme iniciado pelo Senhor Jesus. Tal foi continuado pelo Salvador através do Espírito Santo, em actuação na vida dos Seus apóstolos, após a ascensão de Cristo ao Céu. Assim, Actos providencia o esboço histórico do ministério dos apóstolos na vida da Igreja primitiva. Isto torna-se crucial para a nossa compreensão de muita coisa que encontramos nas epístolas, cartas históricas redigidas para pessoas que viviam em locais históricos. Portanto, o Novo Testamento é um livro histórico das Boas Novas do Deus vivo que actua na história humana, não só passada, mas também no presente e futuro, à luz das Suas promessas.
Os Evangelhos Sinópticos
Antes de se iniciar uma análise de cada um dos Evangelhos, será útil falar um pouco sobre o uso do termo Evangelhos Sinópticos. Embora cada Evangelho tenha a sua ênfase e propósito distintos, por vezes os primeiros três são denominados de Evangelhos Sinópticos, porque “vêem juntos”, isto é, têm o mesmo ponto de vista a respeito da vida de Cristo, concordando em matéria de sujeito e ordem. Para além disso, também apresentam a vida de Cristo de uma forma que complementa a imagem dada no Evangelho de João. O que se segue põe em evidência um conjunto de áreas comuns a cada um dos primeiros três Evangelhos:
- O anúncio do Messias por João Baptista (Mt. 3, Mc. 1 e Lc. 3).
- O baptismo de Jesus (Mt. 3, Mc. 1 e Lc. 3).
- A tentação de Jesus (Mt. 4, Mc. 1 e Lc. 4).
- Os ensinamentos e milagres de Jesus (porção principal de cada Evangelho).
- A transfiguração de Jesus (Mt. 17, Mc. 9 e Lc. 9).
- A provação, morte e sepultamento de Jesus (Mt. 26-27, Mc. 14-15, Lc. 22-23).
- A ressurreição de Jesus (Mt. 28, Mc. 16 e Lc. 24).
O Propósito e Foco Distinto dos Quatro Evangelhos
16:13 E, chegando Jesus às partes de Cesareia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? 16:14 E eles disseram: Uns, João Batista; outros Elias, e outros Jeremias, ou um dos profetas. 16:15 Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? 16:16 E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Mateus 16:14 providencia as quatro respostas clássicas ou escolas de pensamento de um grande número de pessoas no tempo de Jesus. No início, apenas algumas – um remanescente crente – O reconheceram por aquilo que Ele realmente era, o Filho de Deus. Assim, sob inspiração do Espírito, os escritores evangelistas começaram a revelar quem Jesus era realmente, quanto à Sua pessoa e obra. De uma forma quádrupla, cada um com a sua ênfase distinta, mas em registos que se complementam, os quatro Evangelhos respondem às questões formuladas pelo Senhor aos Seus discípulos. Declaram quem Jesus É exactamente. Mostram ser Ele o Messias da expectativa do Antigo Testamento, o Servo do Senhor, o Filho do Homem, o Filho de Deus e aquele que é o Salvador do Mundo. Os Evangelhos concedem-nos o retrato de Deus da pessoa e obra de Cristo, mediante quatro imagens distintas.
No livro de Sidlow Baxter, Explore the Book (Examinai as Escrituras), o autor chama a nossa atenção para a interessante similaridade entre a visão em Ezequiel 1:10 e os Evangelhos, embora não sugira que os quatro seres viventes fossem um protótipo dos Evangelhos. Escreve:
Talvez a maioria de nós esteja familiarizada com o paralelismo frequentemente notado entre os quatro Evangelhos e os quatro “seres viventes” na visão inicial do profeta Ezequiel. Os quatro “seres viventes”, ou querubins, são assim descritos em Ezequiel 1:10: “E a semelhança dos seus rostos era como o rosto de homem; e à mão direita, todos os quatro tinham rosto de leão, e à mão esquerda, todos os quatro tinham rosto de boi; e também rosto de águia, todos os quatro”. O leão simboliza força suprema, dignidade real; o homem, a inteligência mais elevada; o boi, serviço humilde; a águia, o celestial, mistério, Divindade.
Em Mateus, encontramos o Rei Messiânico (o leão).
Em Marcos, encontramos o Servo de Javé (o boi).
Em Lucas, encontramos o Filho do Homem (o homem).
Em João, encontramos o Filho de Deus (a águia).
São necessários os quatro aspectos a fim de se obter a verdade completa. Enquanto Soberano, veio para reinar e governar. Enquanto Servo, veio para servir e sofrer. Enquanto Filho do homem, veio para partilhar e compreender. Enquanto Filho de Deus, veio para revelar e redimir. Que maravilhosa junção quádrupla – soberania e humildade; humanidade e divindade!2
Mateus dirige o seu Evangelho primeiramente aos Judeus, a fim de os convencer de que Jesus de Nazaré é o seu Messias, o Rei dos Judeus. Com a genealogia de Jesus, Mateus utiliza também dez citações de concretização, através das quais procura mostrar que este Jesus, embora rejeitado e crucificado, é o há muito esperado Messias do Antigo Testamento (Mt. 1:23; 2:15; 2:18; 2:23; 4:15; 8:15; 12:18-21; 13:35; 21:5; 27:9-10). Mas, ainda que rejeitado pela nação como um todo e crucificado, o Rei deixou atrás de si uma sepultura vazia.
Marcos parece dirigir-se aos Romanos, povo de acção mas de poucas palavras, e apresenta Jesus como o Servo do Senhor, que veio “para dar a Sua vida em resgate de muitos”. Nesta linha de pensamento, Marcos, o Evangelho mais curto, é vívido, activo ou animado, e proporciona um registo de testemunho ocular muito claro, especialmente da última semana da vida de Jesus na Terra. “37 por cento deste Evangelho é dedicado aos eventos da Sua derradeira e mais importante semana”.3
Lucas, o médico historiador, apresenta Jesus como o Filho do Homem perfeito, que veio para “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19:10). Lucas enfatiza fortemente a humanidade verdadeira de Cristo, ao mesmo tempo que declara também a Sua divindade. Algumas pessoas acreditam que Lucas tinha em mente os Gregos em particular, por causa do seu profundo interesse em filosofia humana.
João foca de imediato o leitor (1:1-2) na divindade de Cristo, apresentando Jesus como o Filho de Deus eterno, que concede vida eterna e abundante a todos os que O receberem, crendo n'Ele (João 1:12; 3:16-18, 36; 10:10). Embora redigido para toda a humanidade, o Evangelho de João está escrito especialmente para a Igreja. Cinco capítulos registam os discursos de despedida de Jesus para os Seus discípulos, a fim de os confortar apenas algumas horas antes da Sua morte. Adicionalmente, são expostos sete sinais miraculosos de Jesus no intuito de demonstrar que Jesus É o Salvador e de encorajar por todo o lado as pessoas a crerem n'Ele, de modo a que possam ter vida (João 20:30-31).
Mateus
Autor e Título:
Cada Evangelho recebe o nome do escritor humano que o redigiu. Embora este primeiro Evangelho, tal como acontece com cada um dos restantes, nunca nomeie o seu autor, o testemunho universal da Igreja primitiva é que o apóstolo Mateus o escreveu, e as nossas testemunhas textuais mais antigas atribuem-no a ele ao darem-lhe o título “Segundo Mateus” (Kata Matthaion). Mateus, que foi um dos discípulos originais de Jesus, era um judeu escrevendo aos Judeus acerca d'Aquele que era o seu próprio Messias. O seu nome original era Levi, filho de Alfeu. Mateus trabalhava como publicano, recolhendo impostos para os Romanos na Palestina até ser chamado para seguir o Senhor (Mt. 9:9,10; Marcos 2:14-15). A sua resposta rápida pode sugerir que o seu coração fora já tocado pelo ministério de Jesus.
Cedo foi dado a este Evangelho o título de Kata Matthaion, “Segundo Mateus”. Conforme este título sugere, eram conhecidos outros registos evangélicos naquela altura (a palavra evangelho foi adicionada mais tarde)...4
Data: 50s ou 60s d.C.
As sugestões para a datação de Mateus variam entre 40 d.C. e 140 d.C., mas “o facto de a destruição de Jerusalém em 70 d.C. ser vista como um evento ainda futuro (24:2) parece requerer uma data anterior. Alguns advogam que este foi o primeiro dos Evangelhos a ser redigido (por volta de 50 d.C.), enquanto outros pensam que não foi o primeiro, tendo sido escrito nos anos 60”.5
Tema e Propósito:
Conforme fica evidente nas questões que Jesus colocou aos Seus discípulos em 16:14 ss, Mateus escreveu aos Judeus a fim de responder às suas perguntas a respeito de Jesus de Nazaré. Jesus declarara claramente ser o Messias deles. Era Ele realmente o Messias do Antigo Testamento, predito pelos profetas? Em caso afirmativo, por que é que os líderes religiosos não O receberam, e por que não estabeleceu o reino prometido? Será que este alguma vez será estabelecido e, se sim, quando? Portanto, Mateus dirige-se em primeiro lugar a uma audiência judaica, de modo a mostrar-lhe que este Jesus é o Messias há muito esperado. Tal é visto na genealogia de Jesus (1:1-17); na visitação dos Magos (2:1-12); na Sua entrada em Jerusalém (21:5); no julgamento das nações (25:31-46); na referência frequente ao “reino dos céus”, como é comum nos outros Evangelhos, e nas citações de concretização do Antigo Testamento previamente mencionadas.
Palavras ou Conceitos-Chave:
Jesus, o Messias, o Rei dos Judeus.
Versículos-Chave:
- 1:20-23. E, projectando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de David, não temas receber Maria, tua mulher, porque, o que nela está gerado é do Espírito Santo; 21 E dará à luz um filho, e chamarás o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. 22 Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz: 23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido é: Deus connosco.
- 16:15-19. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? 16 E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai que está nos céus. 18 Pois, também, eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; 19 E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.
- 28:18-20. E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder, no céu e na terra. 19 Portanto, ide, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; 20 Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco, todos os dias, até à consumação dos séculos. Ámen.
Capítulos-Chave:
- O Capítulo 1é fundamental na medida em que introduz a genealogia e nascimento de Jesus como filho de David, filho de Abraão, nascido por obra miraculosa do Espírito, sendo José seu pai legal por adopção, mas não o pai físico.
- O Capítulo 12 é fundamental porque nele vemos o momento decisivo em que os líderes religiosos rejeitam formalmente Jesus como Messias, atribuindo o Seu poder miraculoso a Satanás. A partir daí, Jesus começou a falar em parábolas para esconder a verdade aos indiferentes, dedicando mais tempo aos Seus discípulos.
Como Cristo É Visto em Mateus:
Conforme realçado previamente, o objectivo de Mateus é demonstrar que Jesus é o Messias da expectativa do Antigo Testamento. Ele É o filho de Abraão e David. Assim, Ele É o Rei que vem oferecer o reino. A expressão “reino dos céus” ocorre cerca de trinta e duas vezes neste Evangelho. Para além disso, a fim de mostrar que este Jesus cumpre as expectativas do Antigo Testamento, em dez ocasiões enfatiza especificamente que aquilo que aconteceu na vida de Jesus dá cumprimento ao Antigo Testamento. Adicionalmente, utiliza mais citações e alusões ao Antigo Testamento que qualquer outro livro do Novo Testamento – cerca de 130 vezes.
Plano Geral:
Mateus recai naturalmente sobre nove secções discerníveis:
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I. |
A Pessoa e Apresentação do Rei (1:1-4:25) |
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II. |
A Proclamação e Pregação do Rei (5:1-7:29) |
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III. |
O Poder do Rei (8:1-11-1) |
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IV. |
O Programa e Rejeição Progressiva do Rei (11:2-16:12) |
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V. |
A Pedagogia e Preparação dos Discípulos do Rei (16:13-20:28) |
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VI. |
A Apresentação do Rei (20:29-23:39) |
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VII. |
As Predições ou Profecias do Rei (24:1-25:46) |
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VIII. |
A Paixão ou Rejeição do Rei (26:1-27:66) |
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IX. |
A Comprovação do Rei (28:1-20) |
Marcos
Autor e Título:
Na verdade, o Evangelho de Marcos é anónimo, uma vez que não nomeia o seu autor. O título grego, Kata Markon, “Segundo Marcos”, foi acrescentado mais tarde por um escriba, algures antes de 125 d.C., mas existe evidência sólida e clara (externa e interna) de que Marcos foi o seu autor. “O testemunho unânime dos pais da Igreja primitiva é o de que Marcos, um associado do apóstolo Pedro, foi o autor.”6 Em 112 d.C., Papias citou Marcos como “o intérprete de Pedro”. Dunnett salienta o seguinte: “Uma comparação do sermão de Pedro em Actos 10:36-43 com o Evangelho de Marcos mostra que o primeiro é um esboço da vida de Jesus, que Marcos apresenta com um detalhe muito maior”.7
Embora Marcos não tenha sido um dos discípulos originais de Jesus, era filho de Maria, uma mulher de riqueza e estatuto em Jerusalém (Actos 12:12), companheiro de Pedro (1 Pe. 5:13) e primo de Barnabé (Cl. 4:10). Estas ligações, especialmente a sua associação com Pedro – que, evidentemente, foi a fonte de informação de Marcos –, conferiram autoridade apostólica ao Evangelho de Marcos. Uma vez que Pedro falou dele como “meu filho Marcos” (1 Pd. 5:13), poderá ter sido Pedro quem conduziu Marcos até Cristo.
Adicionalmente, foi também um íntimo associado de Paulo. Ryrie escreve:
Teve o privilégio raro de acompanhar Paulo e Barnabé na primeira viagem missionária, mas não foi capaz de ficar com eles durante toda a jornada. Por causa disto, Paulo recusou-se a levá-lo na segunda viagem, pelo que partiu para Chipre com Barnabé (Actos 15:38-40). Uma dúzia de anos mais tarde, estava novamente com Paulo (Cl. 4:10; Fm. 24) e, mesmo antes da execução de Paulo, foi mandado chamar pelo apóstolo (2 Tm. 4:11). A sua biografia prova que um fracasso na vida não significa o fim da utilidade.8
Data: 50s ou 60s d.C.
A datação de Marcos é algo difícil, embora muitos estudiosos acreditem que este é o primeiro dos quatro Evangelhos. A menos que uma pessoa rejeite o elemento de profecia preditiva, 13:2 mostra claramente que Marcos foi redigido antes de 70 d.C. e da destruição do templo em Jerusalém. Ryrie salienta:
De facto, se Actos tem de ser datado à volta de 61 d.C., e se Lucas, o volume acompanhante, o precedeu, então Marcos tem de ser ainda mais antigo, uma vez que, aparentemente, Lucas usou Marcos na redacção do seu evangelho. Tal aponta para uma data nos anos 50 para Marcos. Porém, muitos estudiosos crêem que Marcos não foi escrito antes de Pedro ter morrido; i.e., depois de 67, mas antes de 70.9
Tema e Propósito:
O tema de Marcos é “Cristo, o Servo”. Este ponto principal é revelado em 10:45: “Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos”. Uma leitura cuidadosa de Marcos mostra como os dois temas deste versículo, serviço e sacrifício, são desvendados por Marcos. Marcos dirige-se primeiramente ao leitor Romano ou Gentio. Em resultado, a genealogia de Jesus é omitida, em conjunto com o Sermão da Montanha, e as condenações da parte dos líderes religiosos recebem menos atenção. Adicionalmente, dado que Marcos apresenta Jesus como o Trabalhador, o Servo do Senhor, o livro foca-se na actividade de Cristo enquanto Servo fiel, dedicando-se efectivamente à Sua obra. Este destaque evidencia-se através do estilo de Marcos, conforme é explícito no seu uso do grego euqus, “imediatamente, de imediato”, ou “logo, então”, que ocorre cerca de 42 vezes neste Evangelho. O seu significado varia desde o sentido imediato, como em 1:10, até ao de ordem lógica (“na devida altura, então”; confira 1:21 [“logo”]; 11:3 [“logo”]).10 Outra ilustração acerca desta ênfase activa é o uso proeminente do presente histórico, por parte de Marcos, de modo a descrever um evento passado, o que era evidentemente feito para fins de vivacidade.
Palavras-Chave:
Cristo, Servo do Senhor.
Versículos-Chave:
- 8:34-37. E, chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida, por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou que daria o homem pelo resgate da sua alma?”
- 10:43-45. “Mas, entre vós, não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; E, qualquer que de entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Porque o Filho do homem também, não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos.”
Capítulos-Chave:
- O Capítulo 8 constitui um capítulo-chave em Marcos, de forma muito semelhante ao capítulo 12 em Mateus, pois ocorre nele uma mudança em termos de conteúdo e curso do ministério de Jesus. O principal evento que conduz a essa mudança é a confissão de Pedro: “Tu és o Cristo (o Messias)” (8:29). A isto segue-se de imediato um aviso para que não falassem a ninguém acerca da revelação da Sua morte, do chamamento ao discipulado e da transfiguração.
Tal resposta inspirada na fé despoleta uma nova fase em termos de conteúdo e curso do ministério de Jesus. Até então, Ele procurou validar as Suas afirmações enquanto Messias. Mas, agora, começa a fortalecer os Seus homens para o Seu sofrimento e morte, prestes a ocorrer às mãos dos líderes religiosos. Os passos de Jesus começam diariamente a aproximá-lo de Jerusalém – o local onde o Servo Perfeito irá demonstrar a dimensão total da Sua servidão.11
Como Cristo É Visto em Marcos:
É claro que a contribuição de Marcos centra-se especialmente na apresentação do Salvador como o Servo que Se Sacrifica, que entrega obedientemente a Sua vida para resgate de muitos. O ponto principal encontra-se claramente no Seu ministério face às necessidades físicas e espirituais dos outros, colocando-as sempre à frente das Suas próprias necessidades. A ênfase na actividade servil do Salvador é constatada no seguinte:
Apenas dezoito das setenta parábolas de Cristo se encontram em Marcos – algumas destas têm apenas uma única frase –, mas ele regista mais de metade dos trinta e cinco milagres de Cristo, a maior proporção nos Evangelhos.12
Plano Geral:
Sendo o tema do livro Cristo, o Servo, o versículo-chave, 10:45, proporciona a chave para duas divisões naturais do Evangelho: o serviço do Servo (1:1-10:52) e o sacrifício do Servo (11:1-16:20). Podemos dividir isto em cinco secções simples:
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I. |
A Preparação do Servo para o Serviço (1:1-13) |
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II. |
A Pregação do Servo na Galileia (1:14-9:50) |
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III. |
A Pregação do Servo em Perea (10:1-52) |
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IV. |
A Paixão do Servo em Jerusalém (11:1-15:47) |
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V. |
A Prosperidade do Servo na Ressurreição (16:1-20) |
Lucas
Autor e Título:
Tanto Lucas como Actos, dirigidos a Teófilo enquanto obra de dois volumes, são atribuídos a Lucas e, embora Lucas não seja denominado em nenhum lado como o autor de algum deles, bastantes evidências apontam para Lucas, “o médico amado” (Cl. 4:14), como o autor de ambos os livros. De maneira significativa, estes dois livros compõem cerca de 28 por cento do Novo Testamento grego. Os únicos locais onde encontramos o seu nome no Novo Testamento são Colossenses 4:14, 2 Timóteo 4:11 e Filémon 24. Crê-se também que Lucas se referiu a si mesmo nas secções “nós” de Actos (16:10-17; 20:5-21:18; 27:1-28:16). Estas mesmas secções mostram que o autor era um íntimo associado e companheiro de viagem de Paulo. Uma vez que só dois dos associados de Paulo são nomeados na terceira pessoa, a lista pode ser reduzida a Tito e Lucas.
Por processo de eliminação, “Lucas, o médico amado” (Cl. 4:14) e “colaborador” (Fm. 24) de Paulo, torna-se o candidato mais provável. A sua autoria é fundamentada pelo testemunho unânime de antigos escritos Cristãos (e.g., o Cânone Muratori, 170 d.C., e as obras de Ireneu, c. 180).13
A partir de Colossenses 4:10-14, parece ficar evidente que Lucas era gentio, uma vez que Paulo o diferencia dos judeus. Aí o apóstolo declara que, dos seus colaboradores, Aristarco, Marcos e Jesus, chamado o Justo, eram os únicos judeus. Tal sugere que Epafras, Lucas e Demas, também mencionados nestes versículos, eram gentios, não judeus. “A perícia óbvia de Lucas com a língua grega e a sua frase 'na própria linguagem deles' em Actos 1:19 também sugerem que não era judeu”. 14
Nada sabemos acerca da sua vida passada ou conversão, excepto que não foi testemunha ocular da vida de Jesus Cristo (Lucas 1:2). Embora médico de profissão, era em primeiro lugar um evangelista, tendo redigido este evangelho e o livro dos Actos e acompanhado Paulo na obra missionária... Encontrava-se com Paulo na altura do martírio do apóstolo (2 Tm. 4:11) mas, relativamente à sua vida posterior, não dispomos de factos certos.15
Data: 60 d.C.
Dois períodos comummente sugeridos para a datação do Evangelho de Lucas são... (1) 59-63 d.C., e (2) os anos 70 ou 80, mas a conclusão de Actos mostra-nos que Paulo se encontrava em Roma e, uma vez que Lucas é o tratado precedente, escrito antes de Actos (Actos 1:1), o Evangelho de Lucas deverá ter sido redigido num período anterior, à volta de 60 d.C.. Contudo, sugerindo que o Evangelho de Lucas recebeu a sua forma final na Grécia e não em Roma, alguns apontam para 70 d.C.
Tema e Propósito:
O propósito de Lucas é claramente declarado no prólogo do seu Evangelho.
1:1-4 Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos factos que entre nós se cumpriram, 1:2 Segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram, desde o princípio, e foram ministros da palavra, 1:3 Pareceu-me, também, a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado, minuciosamente, de tudo, desde o princípio; 1:4 Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado.
Deve prestar-se atenção a vários aspectos relativos à sua abordagem de apresentação do evangelho:
Lucas declara que a sua própria obra foi estimulada pelo trabalho de outros (1:1), que consultou testemunhas oculares (1:2) e que examinou minuciosamente e ordenou a informação (1:3) sob a orientação do Espírito Santo, de modo a instruir Teófilo acerca da fiabilidade histórica da fé (1:4). Trata-se de uma redacção cuidadosamente investigada e documentada.16
Enquanto gentio, Lucas ter-se-á sentido responsável por escrever o seu registo em dois volumes da vida de Cristo, de modo a que fosse disponibilizado aos leitores gentios. Tal parece evidente pelo facto de que Lucas “traduz termos aramaicos com palavras gregas e explica a geografia e costumes judaicos, tornando o seu Evangelho mais inteligível para o seu universo de leitores, originalmente grego”.17
Lucas, escrito pelo “médico amado”, é o Evangelho mais longo e abrangente. Apresenta o Salvador como o Filho do Homem, o Homem Perfeito que veio procurar e salvar o que estava perdido (19:10). Em Mateus, vemos Jesus como Filho de David, Rei de Israel; em Marcos, vemo-Lo como o Servo do Senhor, servindo outros; em Lucas, vemo-Lo como o Filho do Homem, indo ao encontro das necessidades humanas, um homem perfeito entre homens, escolhido de entre os homens, testado entre eles e sumamente qualificado para ser o Salvador e Sumo-Sacerdote. Em Mateus, vemos combinações de eventos relevantes; em Marcos, vemos instantâneos de eventos relevantes; mas, em Lucas, vemos mais detalhes destes eventos por parte do médico/historiador.
A Sua natureza humana perfeita enquanto o Filho do Homem, mas também Filho de Deus, é realçada pelo seguinte:
- O Seu nascimento físico, com a Sua genealogia traçada até Adão (3:38) (Mateus só vai até Abraão).
- O Seu desenvolvimento mental é enfatizado em 2:40-52.
- A Sua perfeição moral e espiritual é também realçada aquando do Seu baptismo pela voz do Pai, vinda do Céu, e pela unção do Espírito Santo.
Assim, em Jesus temos Alguém que é masculinidade perfeita – física, mental e espiritualmente.
Palavras-Chave:
Jesus, o Filho do Homem.
Versículos-Chave:
- 1:1-4 Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos factos que entre nós se cumpriram, 1:2 Segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram, desde o princípio, e foram ministros da palavra, 1:3 Pareceu-me, também, a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado, minuciosamente, de tudo, desde o princípio; 1:4 Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado.
- 19:10 Pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.
Capítulos-Chave:
Capítulo 15. Em vista do tema destacado em 19:10, a ênfase em “procurar” nas três parábolas do capítulo 15 (a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho pródigo) torna-o um capítulo-chave no Evangelho de Lucas.
Como Cristo É Visto em Lucas:
A humanidade e compaixão de Jesus são repetidamente enfatizadas no Evangelho de Lucas. Lucas proporciona o registo mais completo dos antepassados, nascimento e desenvolvimento de Cristo. Ele É o Filho do Homem ideal, que se identificava com a tristeza e difícil situação do homem pecaminoso, de modo a carregar as nossas mágoas e oferecer-nos o inestimável presente da salvação. Sozinho, Jesus concretiza o ideal grego da perfeição humana.18
Plano Geral:
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I. |
O Prólogo: O Método e Propósito da Redacção (1:1-4) |
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II. |
A Identificação do Filho do Homem com os Homens (1:1-4:13) |
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III. |
O Ministério do Filho do Homem aos Homens (4:14-9:50) |
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IV. |
A Rejeição do Filho do Homem por parte dos Homens (9:51-19:44) |
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V. |
O Sofrimento do Filho do Homem pelos Homens (19:45-23:56) |
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VI. |
A Autenticação (através da ressurreição) do Filho do Homem Diante dos Homens (24:1-53) |
João
Autor e Título:
Desde cedo no século segundo, a tradição eclesial atribuiu o quarto Evangelho ao apóstolo João, filho de Zebedeu e irmão de Tiago. Jesus chamou a João e Tiago “Filhos do Trovão” (Marcos 3:17). Salomé, a sua mãe, servira Jesus na Galileia e estava presente aquando da Sua crucificação (Marcos 15:40-41). Não só era próximo de Jesus enquanto um dos Doze, mas também é usualmente identificado como “o discípulo a quem Jesus amava” (13:23; 18:15, 16; 19:26-27), pertencendo ao círculo íntimo e ao grupo de três pessoas que Cristo levou Consigo ao Monte da Transfiguração (Mt. 17:1). Também era um íntimo associado de Pedro. Após a ascensão de Cristo, João tornou-se uma das pessoas que Paulo identificou como as “colunas” da Igreja (Gl. 2:9).
No sentido estrito do termo, o quarto Evangelho é anónimo. Não é fornecido no texto o nome do seu autor. Tal não é surpreendente, já que um evangelho difere de uma epístola (carta) quanto à forma literária. Cada carta de Paulo começa com o seu nome, conforme o costume habitual dos escritores de cartas no mundo antigo. Nenhum dos autores humanos dos quatro Evangelhos se identificou pelo nome. Porém, isso não quer dizer que não seja possível saber quem foram os autores. Um autor pode revelar-se indirectamente ao longo da escrita ou, por tradição, pode ser bem conhecido que a obra provém dele.
A evidência interna proporciona a cadeia de ligações que se segue a respeito do autor do Quarto Evangelho. (1) Em João 21:24, a palavra “as [estas coisas]” refere-se a todo o Evangelho, não apenas ao último capítulo. (2) “O discípulo” em 21:24 era “o discípulo a quem Jesus amava” (21:7). (3) A partir de 21:7, torna-se claro que o discípulo a quem Jesus amava era uma das sete pessoas mencionadas em 21:2 (Simão Pedro, Tomé, Natanael, os dois filhos de Zebedeu e dois discípulos não nomeados). (4) “O discípulo a quem Jesus amava” estava sentado perto do Senhor na Última Ceia, e Pedro fez-lhe sinal (13:23-24). (5) Deve ter pertencido aos Doze, uma vez que apenas eles se encontravam com o Senhor aquando da Última Ceia (confira Marcos 14:17; Lucas 22:14). (6) No Evangelho, João era bastante próximo de Pedro e, assim, parece ter sido um dos três associados mais íntimos (confira João 20:2-10; Marcos 5:37-38; 9:2-3; 14:33). Uma vez que Tiago, irmão de João, morreu no ano 44 D.C., não foi o autor (Actos 12:2). (7) “O outro discípulo” (João 18:15-16) parece referir-se ao “discípulo a quem Jesus amava”, dado que assim é denominado em 20:2. (8) O “discípulo a quem Jesus amava” esteve ao pé da cruz (19:26), e 19:35 parece referir-se a ele. (9) A declaração do autor, “Vimos a Sua glória” (1:14), era a afirmação de alguém que fora testemunha ocular (confira 1 João 1:1-4).
A união de todos estes factos constitui um bom argumento a favor de o autor do Quarto Evangelho ter sido João, um dos filhos de um pescador chamado Zebedeu.19
Data: 85-90 d.C.
Alguns críticos procuraram colocar a datação de João bem no século segundo (à volta de 150 d.C.), mas uma série de factores provou que tal era falso.
Achados arqueológicos atestando a autenticidade do texto de João (e.g., João 4:11; 5:2-3), estudos de vocabulário (e.g., synchrõntai, 4:9), a descoberta de manuscritos (e.g., P52) e os Rolos do Mar Morto têm conferido forte apoio a uma datação anterior de João. Por isso, é comum hoje em dia encontrar estudiosos não-conservadores defendendo uma data tão antiga como 45-66 d.C.. Uma data antiga é possível. Mas este Evangelho tem sido conhecido na Igreja como o “Quarto”, e os pais da Igreja primitiva acreditavam que fora escrito quando João era já um homem de idade. Por conseguinte, uma data entre 85 e 95 é melhor. João 21:18, 23 requer a passagem de algum tempo, com Pedro a envelhecer e João a viver mais do que ele.20
Tema e Propósito:
Provavelmente mais do que qualquer outro livro da Bíblia, João afirma claramente qual o tema e propósito do seu Evangelho. De maneira significativa, esta declaração de propósito segue-se ao encontro de Tomé com o salvador ressuscitado. Se bem se recorda, Tomé duvidara da realidade da ressurreição (João 20:24-25). Imediatamente depois disto, o Senhor apareceu aos discípulos e dirigiu-se a Tomé com estas palavras: “Chega aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente”. Tomé declarou então: “Meu Senhor e meu Deus!”. O Senhor disse depois a Tomé: “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram”. É depois desta troca de ideias e foco na necessidade de crer em Jesus que João nos concede o tema e declaração de propósito:
20:30 Jesus, pois, operou também, em presença dos seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. 20:31 Estes, porém, foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
Em concordância com esta declaração de propósito, João seleccionou sete sinais-milagres para revelar a pessoa e missão de Cristo, a fim de motivar as pessoas a acreditarem em Jesus como Salvador. O termo usado a respeito destes milagres é shmeion, “um sinal, uma marca distintiva” e “um sinal consistindo num milagre, uma maravilha, algo contrário à natureza”. João refere-se sempre aos milagres de Jesus através deste termo, porque shmeion enfatizava a importância da acção, mais do que o milagre em si (veja, e.g., 4:54; 6:14; 9:16; 11:47). Estes sinais revelavam a glória de Jesus (veja 1:14; confira Is. 35:1-2; Joel 3:18; Am. 9:13). Os sete sinais consistiam no seguinte: (1) a transformação da água em vinho (2:1-11); (2) a cura do filho de um oficial (4:46-54); (3) a cura do paralítico (5:1-18); (4) alimentar as multidões (6:6-13); (5) caminhar sobre as águas (6:16-21); (6) conceder visão ao cego (9:1-7); e (7) a ressurreição de Lázaro (11:1-45).
O tema especial e propósito de João são também facilmente discerníveis através da natureza distinta do seu Evangelho, quando comparado com Mateus, Marcos e Lucas.
Quando alguém compara o Evangelho de João com os outros três Evangelhos, depara-se com o carácter distinto da apresentação de João. João não inclui a genealogia de Jesus, nascimento, baptismo, tentação, expulsão de demónios, parábolas, transfiguração, instituição da Ceia do Senhor, Sua agonia no Getsémani nem a Sua ascensão. A apresentação que João faz de Jesus enfatiza o Seu ministério em Jerusalém, as festas da nação judaica, os contactos de Jesus com indivíduos sob a forma de conversas particulares (e.g., capítulos 3-4; 18:28-19:16) e o Seu ministério para com os Seus discípulos (capítulos 13-17). A parte principal do Evangelho está contida num “Livro de Sinais” (2:1-12:50), que abrange sete milagres ou “sinais” que proclamam Jesus como o Messias, o Filho de Deus. Este “Livro de Sinais” também contém grandes discursos de Jesus, que explicam e proclamam a importância dos sinais. Por exemplo, após alimentar 5,000 pessoas (6:1-15), Jesus revelou-Se como o Pão da Vida, que o Pai celestial concede para dar a vida ao mundo (6:25-35). Outra característica exclusiva e notável do Quarto Evangelho é a série de afirmações “Eu Sou”, realizadas por Jesus (confira 6:35; 8:12; 10:7, 9, 11, 14; 11:25; 14:6; 15:1, 5).
O carácter distinto deste Evangelho deverá ser mantido em perspectiva. Os Evangelhos não se destinavam a ser biografias. A partir de um conjunto muito mais amplo de informação, cada escritor do Evangelho seleccionou o material que serviria o seu propósito. Tem sido estimado que, caso todas as palavras citadas em Mateus, Marcos e Lucas como saídas da boca de Jesus fossem lidas em voz alta, o tempo necessário para a sua proclamação seria de apenas três horas...21
Palavras-Chave:
O conceito-chave em João é Jesus, o Filho de Deus, aquele que é o Lógos, a própria revelação de Deus (João 1:1, 14, 18). Mas há um número de outras palavras-chave na apresentação de Cristo, tais como verdade, luz, trevas, verbo, sabedoria, crer, permanecer, amar, mundo, testemunho e julgamento. O verbo crer (grego, pisteuw) ocorre 98 vezes neste Evangelho. O substantivo “fé” (grego, pistis) não aparece.
Versículos-Chave:
- 1:11-13. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.
- 1:14. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade.
- 3:16. Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
- 20:30-31. Jesus, pois, operou também, em presença dos seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
Capítulos-Chave:
- É difícil seleccionar um capítulo-chave no Evangelho de João, mas certamente a conversa do Senhor com Nicodemos no capítulo 3 permite que este seja considerado um dos capítulos-chave. João 3:16 é talvez citado mais vezes do que qualquer outro versículo da Bíblia. Também importantes neste capítulo são as palavras do Salvador relativamente à necessidade de nascer de novo ou do alto (veja 3:3-6).
- Outros capítulos-chave são o encontro com a mulher no poço, João 4, os discursos de Jesus com os discípulos, preparando-os para a Sua ausência, João 13-16, e a oração do Senhor ao Pai em João 17.
Como Cristo É Visto em João:
Embora a divindade de Cristo seja um tema proeminente em muitas passagens da Bíblia, nenhum outro livro apresenta melhores argumentos a favor da essência divina de Jesus enquanto o Filho encarnado de Deus do que este Evangelho. Sucede que a pessoa identificada como “O homem chamado Jesus” (9:11) é também chamada de “Deus Unigénito” (1:18, NIV), “Cristo, o Filho de Deus” (6:69, KJV) ou “o Santo de Deus” (6:69, NIV, NASB, NET)22.
Esta declaração da divindade de Jesus Cristo é desenvolvida ainda mais através de sete afirmações “EU SOU”, feitas por Jesus e registadas no Evangelho de João. Estas sete afirmações são as seguintes: Eu sou o pão da vida (6:35), Eu sou a luz do mundo (8:12), Eu sou a porta (10:7,9), Eu sou o bom pastor (10:11, 14), Eu sou a ressurreição e a vida (11:25), Eu sou o caminho, a verdade e a vida (14:6), Eu sou a vinha verdadeira (15:1, 5).
Outro traço distintivo do Evangelho de João, focando-se novamente na pessoa de Cristo, são os cinco testemunhos que atestam Jesus como o Filho de Deus. Em João 5:31 ss, Jesus responde aos argumentos dos Seus oponentes. Estes argumentavam que o Seu testemunho não dispunha de outras testemunhas que o corroborassem, mas Jesus mostra que tal não é verdade, passando a lembrá-los de que outras testemunhas atestavam a validade das suas afirmações: o Seu Pai (vs. 32, 37), João Baptista (v. 33), os Seus milagres (v. 36), as Escrituras (v. 39) e Moisés (v. 46). Mais tarde, em 8:14, declara que o Seu testemunho é de facto verdadeiro.
…Em certas ocasiões, Jesus equipara-se a Si mesmo ao “EU SOU” do Antigo Testamento, ou Yahweh (veja 4:25-26; 8:24, 28, 58; 13:19; 18:5-6, 8). Algumas das afirmações mais decisivas a respeito da Sua divindade encontram-se aqui (1:1; 8:58; 10:30; 14:9; 20:28).23
Plano Geral:
I. O Prólogo: A Encarnação do Filho de Deus (1:1-18)
A. A Divindade de Cristo (1:1-2)
B. A Obra Pré-Encarnada de Cristo (1:3-5)
C. O Precursor de Cristo (1:6-8)
D. A Rejeição de Cristo (1:9-11)
E. A Aceitação de Cristo (1:12-13)
F. A Encarnação de Cristo (1:14-18)
II. A Apresentação do Filho de Deus (1:19-4:54)
A. Por João Baptista (1:19-34)
B. Aos Discípulos de João (1:35-51)
C. Nas Bodas de Caná (2:1-11)
D. No Templo de Jerusalém (2:12-25)
E. A Nicodemos (3:1-21)
A. Por João Baptista (3:22-36)
G. À Mulher Samaritana (4:1-42)
H. A um Oficial de Cafarnaum (4:43-54)
III. A Oposição ao Filho de Deus (5:1-12:50)
A. Na Festa em Jerusalém (5:1-47)
B. Durante a Altura da Páscoa na Galileia (6:1-71)
C. Na Festa dos Tabernáculos em Jerusalém (7:1-10:21)
D. Na Festa da Dedicação em Jerusalém (10:22-42)
E. Em Betânia (11:1-12:11)
F. Em Jerusalém (12:12-50)
IV. A Instrução por parte do Filho do Homem (13:1-16:33)
A. A Respeito do Perdão (13:1-20)
B. A Respeito da Sua Traição (13:21-30)
C. A Respeito da Sua Partida (13:31-38)
D. A Respeito do Céu (14:1-14)
E. A Respeito do Espírito Santo (14:15-26)
F. A Respeito da Paz (14:27-31)
G. A Respeito da Produtividade (15:1-17)
H. A Respeito do Mundo (15:18-16:6)
I. A Respeito do Espírito Santo (16:7-15)
J. A Respeito do Seu Regresso (16:16-33)
V. A Intercessão do Filho de Deus (17:1-26)
VI. A Crucificação do Filho de Deus (18:1-19:42)
VII. A Ressurreição do Filho de Deus (20:1-31)
A. O Túmulo Vazio (20:1-9)
B. As Aparições do Senhor Ressuscitado (20:10-31)
VIII. O Epílogo: A Aparição junto ao Lago (21:1-25)
A. A Aparição aos Sete Discípulos (21:1-14)
B. As Palavras dirigidas a Pedro (21:15-23)
C. A Conclusão do Evangelho (21:24-25)
Actos
Autor e Título:
Embora o autor não seja nomeado em Actos, a evidência leva à conclusão de que se tratou de Lucas. Conforme previamente mencionado, Actos é o segundo volume de um tratado de duas partes escrito por Lucas, o médico, a Teófilo, acerca de “tudo quanto Jesus começou a fazer e a ensinar”. Apoiando a ideia de Lucas como autor, Ryrie escreve:
Que o autor de Actos acompanhava Paulo fica claro nas passagens do livro em que “nós” e “nos” são utilizados (16:10-17; 20:5-21:18; 27:1-28:16). Estas secções excluem outros associados conhecidos de Paulo que não Lucas, e Colossenses 4:14 e Filémon 24 apontam afirmativamente para Lucas, que era médico. O uso frequente de termos médicos também fundamenta esta conclusão (1:3; 3:7 ss.; 9:18, 33; 13:11; 28:1-10). Lucas respondeu ao chamamento macedónico com Paulo, ficou encarregue do trabalho em Filipos durante cerca de seis anos e, mais tarde, esteve com Paulo em Roma durante o período da sua prisão domiciliária. Foi provavelmente durante este último período que o livro foi escrito. Caso tivesse sido redigido mais tarde, seria muito difícil explicar a ausência de referência a momentos tão decisivos como o incêndio de Roma, o martírio de Paulo ou a destruição de Jerusalém.24
A respeito do título, todos os manuscritos gregos disponíveis designam-no pelo título Praxeis, “Actos”, ou pelo título “Os Actos dos Apóstolos”. Desconhece-se ao certo como ou porque recebeu este título. Na verdade, “Os Actos dos Apóstolos” talvez não seja o título mais exacto, uma vez que não abrange os actos de todos os apóstolos. Apenas Pedro e Paulo são realmente enfatizados, embora a promessa da vinda do Espírito seja feita a todos os apóstolos em Actos 1:2-8, que naquela altura deveriam ir por todo o mundo para pregar o evangelho no poder do Espírito (contudo, veja 4:32). Muitos sentem que o livro seria intitulado de uma forma mais exacta como “Os Actos do Espírito Santo”, uma vez que descreve a difusão do Cristianismo a partir do momento da vinda do Espírito em Actos 2, conforme prometido em Actos 1:8.
Data: 61 d.C.
As questões concernentes à datação do livro são sumariadas por Stanley Toussaint da seguinte maneira:
A redacção de Actos deverá ter tido lugar antes da destruição de Jerusalém, em 70 d.C.. Certamente, um evento de tal magnitude não seria ignorado. Isto é especialmente verdade à luz de um dos temas básicos do livro: Deus, que a partir dos judeus se dirige aos gentios, face à rejeição dos judeus relativamente a Jesus Cristo.
Lucas dificilmente omitiria um registo da morte de Paulo, tradicionalmente datada entre 66 e 68 d.C., caso tivesse ocorrido antes de escrever Actos.
Da mesma forma, também não mencionou as perseguições neronianas, que começaram após o grande incêndio de Roma, em 64 d.C..
Para além disso, uma defesa do Cristianismo diante de Nero baseada no Livro de Actos, apelando ao que oficiais de classes mais baixas haviam decidido a respeito de Paulo, teria feito pouco sentido no período de antagonismo neroniano. Numa altura em que Nero estava tão determinado a destruir a Igreja, a defesa apresentada em Actos teria surtido pouco efeito na sua dissuasão.
A data usualmente aceite por estudiosos conservadores para redacção de Actos situa-se à volta de 60-62 d.C.. De modo concordante, o local de redacção terá sido Roma ou, possivelmente, Cesareia e Roma. Por essa altura, a libertação de Paulo estaria iminente ou acabara de ocorrer.25
Tema e Propósito:
O livro de Actos destaca-se pelo seu carácter único entre os livros do Novo Testamento, uma vez que proporciona sozinho uma ponte para esses mesmos livros. Enquanto segundo tratado de Lucas, Actos dá continuidade ao que Jesus “começou a fazer e a ensinar” (1:1), conforme registado nos Evangelhos. Inicia-se com a Ascensão de Cristo e prossegue até ao período das Epístolas do Novo Testamento. Nele temos a continuação do ministério de Jesus Cristo através do Espírito Santo, em actuação nos apóstolos, que avançaram na pregação e estabelecimento da Igreja, corpo de Cristo. Actos é a ligação histórica entre os Evangelhos e as Epístolas.
Não só estabelece para nós esta ponte, mas também proporciona um registo da vida de Paulo, concedendo-nos o contexto histórico das suas cartas. No processo, Actos volta a contar os primeiros 30 anos da vida da Igreja.
Após sumariar várias perspectivas a respeito do propósito de Actos, Toussaint escreve:
O propósito do Livro de Actos pode ser definido como se segue: Explicar, em parceria com o Evangelho de Lucas, o progresso organizado e soberanamente dirigido da mensagem do reino, desde os judeus até aos gentios, e desde Jerusalém até Roma. No Evangelho de Lucas, levanta-se a seguinte questão: “Se o Cristianismo teve as suas raízes no Antigo Testamento e no Judaísmo, como se tornou uma religião mundial?”. O Livro de Actos continua na linha do Evangelho de Lucas, a fim de dar resposta ao mesmo problema.26
Actos 1:8 exprime o tema do livro – o Espírito Santo interior, que capacita o povo de Deus para ser testemunha do Salvador, tanto em Jerusalém (a base operacional) como em toda a Judeia e Samaria (as áreas imediatamente circundantes), e até à parte mais remota da terra (o mundo).
Palavras-Chave:
- O conceito-chave de Actos seria o crescimento da Igreja em todo o mundo.
- Duas palavras-chave são “testemunho” ou “testemunhas” e “o Espírito Santo”.
Versículos-Chave:
- 1:8. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há-de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra.
- 2:42-47. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. 2:43 E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. 2:44 E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. 2:45 E vendiam as suas propriedades e fazendas, e repartiam com todos, segundo cada um necessitasse. 2:46 E, perseverando unânimes, todos os dias, no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, 2:47 Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor, à igreja, aqueles que se haviam de salvar.
Capítulos-Chave:
- Uma vez que a concretização da missão global da Igreja quanto a um alcance mundial depende da vinda do Espírito Santo, o capítulo 2 é, naturalmente, o capítulo-chave. Este capítulo regista o cumprimento de 1:8 no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo veio e iniciou o Seu ministério de baptismo de crentes no corpo de Cristo, a Igreja (compare 1:5; 11:15-16 com 1 Co. 12:13), começando a habitar em todos os fiéis e capacitando-os a ser testemunhas do Salvador.
Intervenientes-Chave:
Os intervenientes-chave incluem Pedro, Estêvão, Filipe, Tiago, Barnabé e Paulo.
Como Cristo É Visto em Actos:
Salvador ressuscitado é o tema central dos sermões e apologias em Actos. As Escrituras do Antigo Testamento, a ressurreição histórica, o testemunho apostólico e o poder de convicção do Espírito Santo – todos testemunham que Jesus É o Cristo e o Senhor (veja os sermões de Pedro em 2:22-36; 10:34-43). “Dele todos os profetas dão testemunho, anunciando que todos os que n'Ele crêem recebem o perdão dos pecados por meio do Seu nome” (10:43). “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (4:12).27
Plano Geral:
Actos pode ser naturalmente planificado em torno de Actos 1:8, a difusão do evangelho desde Jerusalém até à Judeia e Samaria, e até aos confins da terra.28
I. O Testemunho em Jerusalém (1:1-6:7)
A. A Expectativa dos Escolhidos (1:1-2:47) Relatório de progresso nº 1: “E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros, que estavam a caminho da salvação” (2:47).
B. A Expansão da Igreja em Jerusalém (3:1-6:7) Relatório de progresso nº 2: “Divulgava-se sempre mais a palavra de Deus. Multiplicava-se consideravelmente o número de discípulos em Jerusalém” (6:7).
II. O Testemunho em toda a Judeia e Samaria (6:8-9:31)
A. O Martírio de Estêvão (6:8-8:1a)
1. A Prisão de Estêvão (6:8-7:1)
2. O Discurso de Estêvão (7:2-53)
3. O Ataque a Estêvão (7:54-8:1a)
B. O Ministério de Filipe (8:1b-40)
C. A Mensagem de Saulo (9:1-19a)
D. Os Conflitos de Saulo (9:19b-31) Relatório de progresso nº 3: “Assim, pois, as igrejas em toda a Judeia, e Galileia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo” (9:31).
III. O Testemunho até aos Confins da Terra (9:32-28:31)
A. A Disseminação da Igreja até Antioquia (9:32-12:24) Relatório de progresso nº4: “Entretanto, a palavra de Deus crescia e espalhava-se sempre mais” (12:24).
B. A Disseminação da Igreja até à Ásia Menor (12:25-16:5) Relatório de progresso nº5: “Assim as igrejas eram confirmadas na fé, e cresciam em número de dia para dia” (16:5).
C. A Disseminação da Igreja até à Região do Egeu (16:6-19:20) Relatório de progresso nº6: “Foi assim que o poder do Senhor fez crescer a palavra e a tornou sempre mais eficaz” (19:20).
D. A Disseminação da Igreja até Roma (19:21-28:31) Relatório de progresso nº 7: “Paulo... recebia todos os que vinham procurá-lo. Pregava o Reino de Deus e ensinava as coisas a respeito do Senhor Jesus Cristo, com toda a liberdade e sem proibição” (28:30-31).
Artigo original por J. Hampton Keathley III, Th.M.
Tradução de C. Oliveira
J. Hampton Keathley III, Th.M., licenciou-se em 1966 no Seminário Teológico de Dallas, trabalhando como pastor durante 28 anos. Em Agosto de 2001, foi-lhe diagnosticado cancro do pulmão e, no dia 29 de Agosto de 2002, partiu para casa, para junto do Senhor.
Hampton escreveu diversos artigos para a Fundação de Estudos Bíblicos (Biblical Studies Foundation), ensinando ocasionalmente Grego do Novo Testamento no Instituto Bíblico Moody, Extensão Noroeste para Estudos Externos, em Spokane, Washington.
1 Machen, p.17.
2 J. Sidlow Baxter, Explore The Book, A Basic and Broadly Interpretative Course of Bible Study From Genesis to Revelation, Vol. 5, Período Intertestamentário e os Evangelhos, Zondervan, Grand Rapids, 1960, p. 120.
3Bruce Wilkinson e Kenneth Boa, Talk Thru The Bible (Caminhada Bíblica), Thomas Nelson, Nashville, 1983, p. 305.
4 Wilkinson/Boa, p. 308.
5 Charles Caldwell Ryrie, Ryrie Study Bible, Expanded Edition, Moody, p. 1509.
6 John F. Walvoord, Roy B. Zuck, editores, The Bible Knowledge Commentary, Victor Books, Wheaton, 1983,1985, versão electrónica.
7 Walter M. Dunnett, Professor do Novo Testamento, Instituto Bíblico Moody , New Testament Survey, Associação “Evangelical Teacher Training”, Wheaton, 1967, p. 17.
8 Ryrie, p. 1574.
9 Ryrie, p. 1574.
10 Walvoord/Zuck, versão electrónica.
11 Wilkinson/Boa, p. 320.
12 Wilkinson/Boa, p. 321.
13 The NIV Study Bible Notes, Zondervan NIV Bible Library, Zondervan, Grand Rapids, 1985, versão electrónica.
14 Wilkinson/Boa, p. 327.
15 Ryrie, p. 1614.
16 Ryrie, p. 1614.
17 Wilkinson/Boa, p. 328.
18 Wilkinson/Boa, p. 328.
19 Walvoord/Zuck, versão electrónica.
20 Walvoord/Zuck, versão electrónica.
21 Walvoord/Zuck, versão electrónica.
22 Nota de Tradução: sugerem-se as seguintes versões bíblicas portuguesas para melhor compreensão do texto: 1:18, NVI; 6:69, JFA-RC; 6:69, NVI, JFA-RA e Bíblia Ave Maria.
23 Wilkinson/Boa, p. 338.
24 Ryrie, p. 1724.
25 Walvoord/Zuck, versão electrónica.
26 Walvoord/Zuck, versão electrónica.
27 Wilkinson/Boa, p. 353.
28 O plano geral aqui utilizado segue o de Dr. Stanley em Bible Knowledge Commentary, editado por Walvoord e Zuck, versão electrónica.
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Cada Día Mujer, Dios Fiel Cada Día
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Un Estudio de Mujeres del Antiguo Testamento

Viaja al lado de mujeres especiales en el Antiguo Testamento, en su caminar del miedo a una fe más profunda en nuestro Dios maravilloso. Ellas fueron MUJERES DE CADA DÍA como nosotras, quienes experimentaron miedo, así como nosotras lo experimentamos. De las historias de sus vidas, podemos ver a un DIOS FIEL CADA DÍA en acción. Sea retada y motivada al descubrir y aplicar, verdades eternas y maravillosas del carácter de Dios en nuestras vidas modernas y ocupadas.
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Usando Esta Guía de Estudio
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Esta guía de estudio consiste de 10 lecciones colocadas cronológicamente de acuerdo a la historia del Antiguo Testamento. Para aquellas quienes no están familiarizadas con la historia de Israel, hallada en el Antiguo Testamento, cada lección comienza con un relato breve de un período histórico en particular y entonces cubre una o dos mujeres que vivieron durante ese tiempo.
Las lecciones están divididas en 4 secciones (cerca de 20 minutos de duración). Las primeras 3 secciones, contienen un estudio detallado de los pasajes. La cuarta sección le pide reflexionar en lo que ha aprendido. El objetivo es ayudarle a establecer un tiempo regular de estudio de la Palabra por 4 días cada semana, considerando que su reunión de grupo pequeño toma lugar en uno de esos días. Si usted no puede terminar toda la lección en una semana, por favor lea el pasaje de la Biblia que se expone.
El Estudio Básico
Cada lección incluye preguntas claves que cubren la narrativa asociada con las vidas de una o dos mujeres. Estas preguntas claves le llevará a través de un proceso inductivo de estudio de la Biblia – observación, interpretación, aplicación. El proceso se entiende más fácilmente en el contexto de responder estas preguntas:
- ¿Qué dice el pasaje? (Observación: lo que está allí)
- ¿Qué significa? (Interpretación: lo que quiere decir el autor)
- ¿Cómo se aplica esto a mí hoy? (Aplicación: hacerlo personal).
Las preguntas en El Viaje de tu Vida son las preguntas de aplicación en este estudio. Éstas le guiarán a la introspección y aplicación de una verdad específica en su vida.
Enriquecimiento Adicional
Descubrimientos más Profundos (opcional): Entre las secciones se encuentran preguntas opcionales para mayor investigación en temas que no tenemos tiempo de cubrir adecuadamente en las lecciones, que enriquecen el estudio básico. Si usted se reúne en un grupo pequeño, su líder puede darle la oportunidad de compartir sus “descubrimientos.”
Ayudas en el Estudio: Para ayudarle en una interpretación y aplicación adecuada del estudio, ayudas adicionales se encuentran ubicadas donde sean apropiadas en la lección:
- Referencia Histórica
- Referencia Bíblica
- Del hebreo (definiciones de palabras hebreas)
- Concéntrate en el Significado
- Piénsalo (una reflexión pensativa)
Cuenta Tu Historia
Esta historia habla sobre el camino de fe de mujeres – quienes vivieron en años pasados y quienes viven en el presente. Los pasajes de las Escrituras hablan sobre la “historia” de cada mujer en el Antiguo Testamento, sobre su confianza en la fidelidad y bondad de Dios. A través de las preguntas Cuenta tu Historia en cada lección, usted será motivada a escribir partes de su propia historia y narrarlas en base a lo que se aprende en la lección. Al final del estudio, usted tendrá suficiente información para compilar una “Mi Historia” sobre su propio camino de fe con Dios – especialmente el camino del miedo a la fe.
Línea de Tiempo del Antiguo Testamento
|
Período Histórico |
Años A.C |
Mujeres Estudiadas |
|
Los Patriarcas |
2100 – 1800 |
Sara |
|
Israel en Egipto |
1800 – 1450 |
Jocabed, María |
|
Éxodo hasta la Conquista de la Tierra |
1450 – 1400 |
María, Rahab |
|
Tiempo de los Jueces |
1400 – 1000 |
Ana Sra. Manoa Noemí y Rut Débora y Jael |
|
Reino Unido |
1000 – 900 |
Abigaíl Betsabé |
|
Reino Divido |
900 – 722 |
La Viuda del Profeta La Mujer de Sunem La Viuda de Sarepta |
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El Camino del Miedo a la Fe
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Este estudio examina el andar de fe de mujeres que vivieron en los días del Antiguo Testamento. Como muchas mujeres de hoy día, usted quizá tiene poco conocimiento sobre el Antiguo Testamento. Usted puede ver esa mitad de su Biblia y pensar: “¿Qué tiene que ver conmigo algo que fue escrito hace tantos años – cerca de 2 a 4 mil años? ¿Qué tienen en común estas mujeres conmigo? Ellas no vivieron en mi mundo. Ellas parecen solo nombres en una página.”
Si a usted le gusta leer biografías, ¿acaso el leer la historia de una persona, hace que se vuelva viva para usted? O, usted habrá hecho algún trabajo de genealogía en su árbol familiar. Puede ser grandioso encontrar algo de lo que se pueda presumir. Pero, usted también puede encontrar algunos secretos oscuros y dificultades de sus antepasados. No sé usted, pero yo siento una conexión a esa tatarabuela cuando aprendo un poco sobre su vida. Espero que esa será su experiencia a través de este estudio.
Estas mujeres del Antiguo Testamento fueros MUJERES DE CADA DÍA, como usted y como yo, con muchas de las mismas experiencias y retos que nosotras tenemos. Veremos a un DIOS FIEL CADA DÍA en acción – un Dios fiel cuyo carácter nunca cambia. Él es tan fiel ahora en nuestras circunstancias diarias de vida, así como lo fue hace años atrás para ellas. Podemos sentir confianza en Su presencia y su involucramiento activo, aun cuando no podemos verle. Y, conociendo esto, podemos confiar en Él cada vez que estemos temerosas. Y lo estamos a menudo ¿no es así?
Hace unos años atrás escuché a Jill Briscoe decir, “Las mujeres son movidas por el temor, son especies orientadas por el rendimiento.” Creo que ella está en lo cierto. El miedo es una emoción siempre presente en nosotras. ¿Es realístico pensar que podemos vivir sin temor? ¡No!
El temor es una emoción humana normal, diseñada por Dios para alertarnos de peligro, y así tomemos acciones contra ese peligro. Sin embargo, el miedo puede enraizarse en nosotras y puede llevarnos al pánico y a la histeria. Dios sabe sobre esto. Cuando tenemos miedo, Dios quiere que confiemos en Él y no dejemos triunfar al miedo. El aprender a hacer esto es nuestro CAMINO DEL MIEDO A LA FE.
Al unirnos a estas mujeres del Antiguo Testamento en su camino del miedo a la fe, veremos verdades constantes que podemos aplicar en nuestras vidas hoy en nuestro camino de fe…
- Dios me ama.
- Dios sabe lo que está ocurriendo en mi vida.
- Dios puede hacer algo sobre ello.
- ¡Puedo confiar en Su bondad en todo lo que Él elija hacer!
Su camino de miedo a la fe comienza al contar en estas verdades y vivirlas diariamente, creyéndolas como verdaderas. Su camino de fe es su historia, su biografía de la bondad de Dios hacia usted y su respuesta a Él. Cada una de estas mujeres tuvieron una historia, y esa historia ha sido contada a millones de personas que escuchan atentamente. Usted la conocerá a medida que las vaya conociendo. Es una conexión con mujeres reales, con MUJERES DE CADA DÍA.
Y cada una de ustedes tiene una historia. A través del estudio usted tendrá oportunidades de recordar partes de su historia, escribirlas, y compartirlas con otros. Y usted tendrá más razones para adorar nuestro SIEMPRE FIEL Dios, al escuchar y ver cómo Él ha sido fiel a cada una de ustedes a través de los años. Va a ser un viaje maravilloso. ¡Y estoy muy feliz de caminar junto ti!
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1. El Camino del Miedo a la Fe
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Período de Tiempo: Creación hasta nuestros días
“En el día que temo, yo en ti confío. En Dios alabaré su palabra: En Dios he confiado, no temeré lo que me pueda hacer el hombre.” SALMO 56:3-4
El Don del Temor
Sé lo que estás sintiendo. Ese vacío en el estómago, los latidos del corazón, y el flujo de pensamientos mientras que pasas desde la posibilidad de perder un empleo hasta la hambruna y el quedar sin hogar – todo esto en cuestión de segundos. Paralizada por miedo, a pesar de ser uno imaginario.
El miedo es una emoción humana normal, diseñada por Dios para alertarnos de peligro; así podremos tomar acciones contra el mismo. Tiene un propósito. Nos dice que hay que tomar precauciones, y ser sabias en nuestras interacciones con extraños y circunstancias extrañas. Debemos ver al miedo como un regalo.
Sabemos que el miedo tiene su lado oscuro también. Jill Briscoe, profesora de Biblia, ha dicho frecuentemente: “Las mujeres son motivadas por el miedo, son criaturas orientadas por el desempeño.” Al ver las noticias del día puede danos pánico. ¿Qué quiso decir Briscoe por “motivadas por el miedo”? ¿Por qué nos mueve el miedo? Y ¿A qué nos mueve el miedo?
Las mujeres, en general, fueron creadas con un instinto de pertenencia, una necesidad por seguridad y estabilidad, y un deseo de controlar nuestro ambiente para crear esa seguridad para nosotras y para quienes amamos. Nuestra forma americana de pensar es esta: podemos arreglarlo – LO que sea. Si no podemos arreglarlo, entramos en pánico. Y el miedo trae lo peor de nosotras, especialmente en nuestro mundo incierto, con una amenaza de terrorismo. El daño del miedo constante es un sentimiento desorientado dónde ningún lugar es seguro.
El miedo puede ser real o imaginario. Para mí, un miedo real es encontrar una serpiente en mi jardín boscoso cuando estoy trabajando en el jardín. Yo sé que están allí, así que trato de hacer todo cuidadosamente haciendo todo lo posible de evitar interacción con ellas. Yo experimenté un miedo imaginario cuando crecía mi hija menor. Ese miedo se manifestó en subsecuentes pesadillas sobre ella siendo abusada o secuestrada. Ella nunca fue amenaza de esta forma, pero ella era amigable y extrovertida. Creo que yo pensaba que ella era más vulnerable que mi hija mayor, quien era más precavida. Cuando mi hija menor se convirtió en una adolescente fuerte, quien diariamente emboscaba a su hermano en la pared del pasillo, esas pesadillas desaparecieron. Supongo que mi subconsciente reconocía que ella podía defenderse por sí misma.
¿Es real pensar que podemos vivir sin miedo? ¡No! Nuestro Dios fiel entiende esto sobre nosotras. ÉI no quiere que quedemos allí desorientadas y sin esperanza. Él nos da una respuesta - ¡a Sí Mismo!
Estudio – Primer Día
- Lea Salmo 56:3-4. Escribe estos versículos en el espacio provisto abajo.
- Lea nuevamente las palabras que escribiste; subraya las frases que le indica qué hacer cuando sienta miedo. Luego escríbalas en este espacio.
Note que David no escribe “Si tengo miedo.” Él dice “el día que temo.” El temor ocurrirá. Nosotras podemos dejar que el miedo tome raíz en nosotras y así llevarnos al pánico y a la histeria. ¿Le parece familiar? ¿Es usted propensa a la histeria? Dios sabe sobre esto. Cuando nosotras tenemos miedo, Dios desea que confiemos en Él y no dejar ganar al miedo. El aprender a hacer esto es caminar del miedo a la fe.
Confiando en un Dios Fiel
Ya que Dios entiende nuestra tendencia al pánico y miedo, el Espíritu Santo inspire a Pedro a escribir palabras de ánimo e instrucciones para mujeres en 1 Pedro 3:3-6.
- Lea 1 Peter 3:3-6. ¿Qué considera Dios como algo de gran valor (versículo 4)?
A pesar que el contexto de este pasaje es en la relación matrimonial, los principios de se aplican al carácter de cualquier mujer (“hombre interior”), especialmente las cualidades de un espíritu HUMILDE y APACIBLE, que son preciadas a los ojos de Dios. Éstas le permiten a una mujer “hacer el bien sin temor a ninguna amenaza” (versículo 6). Pero, usted se estará preguntando, “¿Cómo se aplica esto a mí? Yo tengo una personalidad burbujeante. No soy apacible por naturaleza.” Antes que usted comience a desechar estas palabras o sentir temor que nunca llegará a este estándar, vamos a hallar el significado de “humilde” y “apacible.”
Referencia Bíblica: “HUMILDE” significa “fortaleza controlada.” No significa pasiva, débil, o alguien quien no puede ayudarse por sí misma. Imagine el retrato de una madre que arrulla a un recién nacido. Ella tiene la Fortaleza física de dañar al niño, pero no lo hace porque su fuerza está bajo control. Si usted va a tener un espíritu humilde ¿qué va a necesitar? Fuerza bajo control. Una mujer con un espíritu humilde tiene un corazón que se inclina ante Dios, reconoce los actos de Dios hacia ella como buenos, y escoge no ser contenciosa o resistente a Él.
“APACIBLE” significa “tranquilidad que surge del interior.” No significa susurro, silencio, o blanda. “Apacible” incluye la idea de no causar disturbios a otros. Piensa cómo la histeria de una mujer perturba a los que están a su alrededor – familia, amigos y compañeros de trabajo. Una mujer con un espíritu apacible tiene una paz interna y calma en el medio de cualquier circunstancia. Podemos tener un espíritu tranquilo en el medio del caos. ¿Ve ahora cómo encaja la actitud de “fuerza bajo control”?
Humildad y paz son frutos del Espíritu Santo (Gal. 5:22-23) en la vida de un creyente y están disponibles a cada mujer cristiana que las desea - ¡eso nos incluye a usted y a mí! Ahora que usted conoce significado real de estas palabras ¿está más deseosa de poseer estas cualidades?
¿Por qué piensa que estas cualidades deberían ser preciadas en una mujer – o de gran valor – para Dios?
- Lea 1 Pedro 3:5-6, escriba abajo y subraye las tres opciones que las mujeres pueden tomar, identificadas como (1), (2), y (3).
“Porque así también se ataviaban en el tiempo antiguo aquellas santas mujeres que (1) esperaban en Dios, siendo sujetas a sus maridos; como Sara obedecía a Abraham, llamándole señor; de la cual vosotras sois hechas hijas, (2) haciendo el bien, y (3) no teniendo temor de ninguna amenaza.”
Pedro identifica estos ejemplos para nosotras como “santas mujeres del tiempo antiguo.” La palabra “santa” significa separada para el uso especial de Dios. Estas mujeres son santas por aprendieron a confiar en Dios cuando ellas tenían temor. Como mujeres santas, estas mujeres eran hermosas a los ojos de Dios (sin importar su apariencia externa, su edad o posición la belleza atribuida a ellas por Dios mismo estaba basada en tres elecciones que hicieron (“usadas para embellecerse”) y que cada mujer de hoy en día puede hacer:
- Elección #1: Usted puede poner su esperanza en Dios – en Dios y en Su Palabra en vez de la inconstancia de otros.
- Elección #2: Usted puede hacer lo que es correcto – de acuerdo a la perspectiva de Dios, no a la manera del mundo, especialmente en prácticas culturales que son contrarias a la Palabra de Dios.
- Elección #3: Usted puede elegir no dejar al miedo vencer. Vamos a examinar esto más detalladamente.
Elige no Dejar al Miedo Vencer
¿Qué significa esto – no dejar que el miedo venza? Sabemos esto: Dios no dice, “nunca sientas miedo.” Dios nos da el don del temor como una emoción humana normal, diseñada para alertarnos de peligro y así podamos tomar una acción que nos libre de ese peligro. Dios está diciendo, “no tienes que estar aterrorizada y paralizada por tu miedo.” Debemos CONFIAR EN DIOS – en quien nosotras podemos poner nuestra confianza y en cuya Palabra se nos enseña a hacer lo que es correcto.
- ¿Se ha sentido usted alguna vez aterrorizada? ¿Cómo respondió?
- Dios dice que tener un espíritu humilde y apacible hará más fácil para nosotras el no estar tan temerosas y quedarnos en ese estado. ¿Qué es más difícil para Dios: rescatarnos de circunstancias desesperadas o desarrollar en nosotras un espíritu humilde y apacible? ¿Por qué?
¿Seleccionó usted “desarrollar un espíritu humilde y apacible”? Estoy de acuerdo, ya que esto incluye nuestra cooperación. ¿Es difícil para Él? ¡No! Pero aquí está la clave: un corazón humilde, apacible nos hace más fácil para nosotras hacer la elección de confiar en la fidelidad de Dios en vez de las inconstancias nuestras o de otras personas, cuando estamos tentadas a sentir pánico o sucumbir ante la histeria.
Tenemos un Dios fiel. Esto no es algo imaginario. En 1 Pedro 3:5, Sara representa a muchas otras mujeres que vivieron en los días del Antiguo Testamento, quienes pusieron su esperanza en Dios y lo encontraron digno de su confianza. Este fue su camino del miedo a la fe. ¿Qué es esto? Vamos a explicarlo en el Estudio del Segundo día.
- El Viaje de tu Vida: ¿Qué es lo que impide que confíes en Dios cada vez que sientes temor?
Piénselo: “Cuando experimentamos ansiedad o temor, el enemigo puede tratar de usarlo como una oportunidad para hacernos sentir avergonzadas o culpables. Es ahí cuando pausamos y pedimos ayuda a Dios, sabiendo que Él entiende y nunca nos condena.” (Holley Gerth, “Fear Not,” (No Temas) Homelife Magazine, March 2016).
Estudio -Segundo Día
El Camino del Miedo a la Fe
En la Biblia “camino” se refiere a seguir un cierto curso de vida o comportarse de cierto modo. Es el día a día. Cómo usted escoge vivir diariamente. Qué le motiva. Qué la guía. Qué decisions hace y cómo responderá a la vida. ¿Seguirá su camino (vida) diario (a) la dirección de Dios para encarar la vida o la manera del mundo (usualmente muy diferente)? Su camino es su decisión.
Para los propósitos de este estudio, su elección incluirá alejarse del miedo e ir hacia la fe. La mayoría de nosotras tiene un buen entendimiento del miedo en nuestras vidas. Pero, ¿qué es la fe? Dios la define para nosotras a través del autor de Hebreos.
- Lea Hebreos 11:1 y 6. ¿Qué es fe, y qué debe creer usted sobre Dios en su fe?
¿Notó usted que la fe está relacionada con confianza? La esperanza confiada y la certeza que lo que creemos es cierto. La confianza que nuestro Dios existe y es bueno a todo aquel que le busca. Hebreos 11 continúa narrando las vidas de hombres y mujeres quienes tenían su confianza en Dios.
- Lea Hebreos 11:11, 23, y 31. ¿Quién eligió fe en Dios en vez de dejar vencer al miedo?
- Lea Hebreos 11:35 (primera mitad del versículo). ¿Qué recibieron estas mujeres por su fe?
Piénselo: “Cuando vemos a la vida con nuestros propios ojos, nos volvemos miedosas, pesimistas, y negativas. Nos convertimos en personas que sienten, “No sé si va a servir. No sé si pueda pasar por esto.’ Cuando vemos a las Escrituras y comenzamos a …ver cómo Dios ayudó a personas normales promedio como usted y yo, el Espíritu Santo toma la Palabra de Dios y nos fortalece y da la valentía que no sabíamos que poseíamos.” (Steve Hixon)
Estas mujeres son nuestros ejemplos al escoger fe en Dios en vez de dejar triunfar el miedo (1 Pedro 3:5-6). Al estudiar sus vidas, el Espíritu de Dios nos fortalece y nos da la valentía que no sabíamos que teníamos.
Conectándonos con las Mujeres de Cada Día del Antiguo Testamento
Si usted posee conocimiento limitado del Antiguo Testamento, estas mujeres, quienes vivieron muchos años atrás, pueden ser no conocidas para usted. Algunas de ustedes habrán escuchado de algunas – Sara, Ana, Abigaíl y Betsabé. Cada persona judía de nacimiento puede considerar a Sara como una tatarabuela. Algunas son desconocidas – Jael, la Sra. Manoa, y la mujer sunamita. Sin embargo, eran mujeres como usted y como yo.
Como mujeres de cada día, ellas cocinaban, lavaban las ropas, y criaban hijos. Ellas tenían responsabilidades dentro y fuera de sus hogares, incluyendo negocios desde el hogar. Ellas pasaron por fluctuaciones hormonales y menopausia. Ellas se rieron con sus amigas, tenían diferencias con sus compañeros, y lloraron cuando un ser amado fallecía. Ellas escribieron canciones y tocaron instrumentos musicales. Apuesto a que encontraron formas para usar unas 20.000 palabras diarias.
En algún momento ellas tenían 20-tantos años, luego 40 y algo más, luego 60 y tantos y más. Usaron diademas, zarcillos y tobilleras. Tenían que arreglarse el cabello y peinarlo, y encaneció con la edad. Sin duda, algunas de ellas, si no todas, ¡tuvieron alguna parte de su cuerpo caída!
Estas mujeres también experimentaron miedo en varios momentos de sus vidas, tal como nosotras. Ellas enfrentaron enemigos invasores, familiares enfermos, y alacenas vacías. Ellos tuvieron que dar cara a acreedores y visitantes sorpresa. Incluso tuvieron “malos” días cuando no todo iba bien debido a sus propias elecciones. Estas eran MUJERES DE CADA DÍA, tal como nosotras.
- Generalmente como mujeres, ¿qué tipo de experiencias en la vida de estas mujeres han podido ser las mismas de las que usted tiene en su vida?
- ¿Qué tipo de temores estas mujeres pasaron que usted también está pasando?
Cada una de estas mujeres tuvo una historia, y esa historia ha sido compartida a millones de personas. A usted le sorprendería cuántas veces las Escrituras se refieren a ellas, contando sus historias a otros a su alrededor. Sus historias – retazos de sus biografías – han sido preservadas para que las conozcamos, y conozcamos a su Dios, quien es también nuestro Dios – un SIEMPRE FIEL Dios, cuyo carácter nunca cambia. Él es fiel ahora en nuestras circunstancias de vida como lo fue años atrás para estas mujeres. Podemos tener confianza en su presencia y participación activa, aun cuando no podemos verlo. Y, conociendo esto, podemos confiar en Él cada vez que sintamos miedo.
- Usando un diccionario, escribe la definición de confianza que más se asemeje al concepto de confiar en Dios.
Confiando en un Dios Personal, Siempre Fiel
Confianza es definido usualmente como una creencia cierta en la confiabilidad, verdad, habilidad o fortaleza de algo o alguien. En nuestro camino del miedo a la fe, esa confianza es en Dios. Mientras estudiamos las vidas de Sara, María, Rahab y otras, veremos un Dios personal y fiel en acción siempre. Estas mujeres del Antiguo Testamento conocieron a Dios por el nombre personal de Yahweh (Yavé). En nuestras traducciones en español, se escribe usualmente como SEÑOR con letras mayúsculas. En el Antiguo Testamento, usted puede encontrar frases como “JEHOVÁ tu Dios,” o “JEHOVÁ Dios” al menos 500 veces. Cada vez esta frase enfatiza: “Tenemos un Dios personal. Su nombre es Yavé.” Es el nombre por el cual Dios quiso ser conocido y dorado en Israel y por Israel. Yavé significa “Yo soy.” Este nombre expresa Su carácter como constante, confiable y fiel.
Varias veces en los evangelios, Jesús usó el nombre de Dios, “Yo Soy,” para sí mismo (Juan 4:26; 8:58). Así que, el Dios del Antiguo Testamento, siempre fiel y guardador de su pacto, es encarnado en el Señor Jesucristo del Nuevo Testamento para siempre. Aún tenemos un Dios personal.
- Lee Juan 14:27 y 16:33. ¿Qué le promete Jesús a usted?
¡Ánimo! Él está con usted en cualquier problema. Usted puede confiar en Él. Nuestro Dios es Confiable.
- Cuenta Tu Historia: ¿Ha pasado por un problema en su vida, y tuvo que decidir hacer lo correcto, pero las posibles consecuencias le llenaron de temor? ¿Ha aprendido a confiar en Dios y a vivir por fe en esta área o aún tiene luchas en este aspecto?
Estudio - Tercer Día – Cuatro Verdades Esenciales para la Fe
Al estudiar estas mujeres del Antiguo Testamento en su caminar de fe, veremos verdades consistentes que podemos aplicar en nuestras vidas hoy en nuestro CAMINO DEL MIEDO A LA FE.
Verdad #1: Dios Te Ama
- Lea los siguientes versículos. ¿Qué puede aprender del amor de Dios hacia usted?
- Juan 16:27 —
- Romanos 5:5 —
- Efesios 5:1 —
Como creyente en Jesús, el Padre le ama. Él derrama su amor en tu corazón. Usted es una de sus hijas amadas. Usted puede confiar en la Verdad #1 — Dios Te Ama.
Verdad #2: Dios Sabe Lo que Está Ocurriendo en Su Vida
- Lea los siguientes versículos. ¿Qué conoce Dios sobre usted?
- Mateo 6:31-32 —
- Salmo 139:1-10 —
Dios está en todas partes y conoce todo. Esto es parte de Su carácter. Él conoce lo que está ocurriendo en su vida y en mi vida. Si no fuese así, entonces Él no sería realmente Dios. Él sabe cómo cubrir de la mejor manera sus necesidades, cómo ayudarle a pasar cualquier situación. Esto es cierto. Usted puede confiar en la Verdad Truth #2 — Dios sabe lo que está ocurriendo en su vida.
Verdad #3: Dios Puede Hacer Algo al Respecto
- Lea los siguientes versículos. ¿Qué dice el ángel a cada mujer sobre el poder de Dios?
- Génesis 18:14 —
- Lucas 1:37 —
Ya que el ángel vive en el cielo con Dios, él debería tener conocimiento. Entonces, ¿hay algo imposible para Dios? La respuesta es: ¡NO! Note que ambas declaraciones, tan citados frecuentemente, son hechas a mujeres, con respecto a uno de los dolores más profundos que una mujer podía experimentar en esa época – esterilidad. ¿Cuál es el dolor más grande que puede experimentar usted en su cultura? Dios puede hacer algo sobre eso también.
Dios dijo a los hombres y mujeres que le seguían: “Todas las cosas son posibles con Dios.” (Marcos 10:27). Nuestro Dios es Todopoderoso. Él es capaz de hacer cualquier cosa que desee que esté de acuerdo con Su carácter y Su voluntad. Podemos confiar en la verdad #3 — Dios puede hacer algo al respecto. Sin importar la situación.
Verdad #4: Usted Puede Confiar en la Bondad de Dios sin Importar la Decisión Qué Él Tome
Esta es la parte más difícil, ¿no es así? ¿Es Dios bueno? ¿Puedo confiar que Él bueno todo el tiempo?
El día antes que mi amiga falleciera de cáncer de mama, ella me dijo suavemente estas palabras: “Dios es bueno.” Yo terminé su oración diciendo, “todo el tiempo,” porque le había escuchado decir esta frase muchas veces. Ella contestó, “no entiendo todo esto.” Y la mayoría de las veces, nosotras tampoco podemos entender. Pero tenemos que confiar en la bondad de Dios.
- Lea Salmo 119:68. ¿Qué se dice sobre Dios?
- Lea Proverbios 3:5. ¿Cuál sabiduría nos es dada?
Dios es bueno todo el tiempo. Este es un hecho. Lo que Él hace es bueno. Al estudiar a cada una de estas mujeres, veremos que durante su caminar de fe, a un Dios amoroso que dice “no” a algunas cosas. Sin embargo, ella escoge confiar en Él en vez de someterse al miedo. Y, Dios recompense su fe con el derramamiento de Sus bendiciones en formas distintas. Usted puede hacer lo mismo. Así que aquí está la Verdad #4 — ¡Usted puede confiar en la bondad de Dios sin importar la decisión que Él tome!
Amadas, Dios puede elegir no rescatarle de cada cosa que parece amenazarle en este momento. Pero en cualquiera, y en todas las situaciones, usted puede confiar en estas verdades…dígalas en voz alta, tomándolas personalmente:
- Dios me ama
- Dios sabe lo que está ocurriendo en mi vida
- Dios puede hacer algo al respecto
- Puedo confiar en Su bondad sin importar la decisión que Él tome
Uno de los mejores ejemplos bíblicos de estas cuatro verdades en acción se encuentra en Juan 11. Marta le informó a Jesús que su hermano, Lázaros, estaba enfermo.
- Jesús amaba a Marta y su hermana y Lázaro (Juan 11:5).
- Jesús sabía lo que estaba pasando en la vida de Marta – Lázaro había muerto (versículos 6, 11, 14).
- Jesús podía hacer algo al respecto— Él ya había sanado a distancia (Marcos 4:50-53).
- Pero, Jesús escogió hacer algo diferente, aun mejor que lo que cualquiera hubiese podido imaginar, a pesar que causó dolor y sufrimiento a aquellos a quienes Él amaba e incluía un tiempo de espera también (Juan 11:14-15).
Después de 4 días de estar muerto, Lázaro fue traído de nuevo a la vida, y cosas buenas pasaron. La bondad de Dios se manifestó – Lázaro tuvo su vida restaurada, sus hermanas vieron lo saludable que su hermano regresaba a ellas, los discípulos fueron testigos de una obra maravillosa de Dios, y muchas personas ahora creían en Jesús, quienes antes no habían creído en Él. Marta podía ahora decirse a sí misma con certeza, “Dios me ama. Dios sabe lo que está ocurriendo en mi vida. Él puede hacer algo al respecto. Yo puedo confiar en la bondad de Dios sin importar qué decisión Él tome.” Usted también puede hacerlo.
- El Viaje de Tu Vida: lea la letra de la siguiente canción. Escoja luego una de las cosas que puede estar causándole temor hoy. ¿Cuáles son sus opciones para actuar ante ese temor? Aplique las cuatro verdades a su situación.
Cuando no mueves las montañas que necesito que muevas
Cuando no abres las aguas cuando yo quisiera caminar entre ellas
Cuando no das las respuestas mientras clamo a Ti
¡Confiaré, confiaré, confiaré en Ti! (Lauren Daigle, Confiar en Ti - “Trust in You”)
Estudio Cuarto Día — El Camino del Miedo a la Fe
- El Viaje de Tu Vida: He aquí una herramienta bíblica que usted puede usar para aplicar fe a sus miedos. Revise este proceso de “Aplicando Fe al Miedo,” para escribir su plan de acción para aplicar fe a uno de sus temores ahora mismo.
APLICANDO FE AL MIEDO
Paso 1. Confróntelo. ¿Cuáles miedos tiene usted ahora?
Considere sus temores. Los reales y los imaginarios. ¿Cuál de ellos es el que más le tienta a sentir pánico o sentirse aterrorizada?
Paso 2. Pregunte sobre cada Temor: ¿Cuál es el peor escenario?
Comience con uno de sus temores, probablemente el que más le aterroriza. ¿Qué es lo peor que podría pasar? Piense de forma realista no hipotéticamente.
Paso 3. Considere: Si ocurre lo peor que me imagino, ¿Podría manejarlo a través de la presencia y poder de Jesucristo?
Como cristiana, usted tiene el poder de Aquel quien creó el universo, viviendo en usted. Pregúntese a sí misma, “¿Puede Él ayudarme en todo?” La respuesta es un absoluto, “¡SÍ!” Hebreos 4:15-16; Efesios 3:20; Romanos 8:26
Si lo peor que se está imaginando ocurre, ¿Confía usted que puede manejarlo a través de la presencia y poder de Jesucristo? De no ser así, ¿Dónde buscaría ayuda extra?
Paso 4. Recuerde las cuatro verdades esenciales para la fe:
- Dios me ama. Juan 16:27; Romanos 5:5, Efesios 5:1
- Dios sabe lo que está ocurriendo en mi vida. Mateo 6:31-32; Salmo 139:1-10
- Dios puede hacer algo al respecto. Génesis 18:14; Lucas 1:37; Marcos 10:27
- Yo puedo confiar en la bondad de Dios sin importar la decisión qué Él tome. Salmo 119:68; Proverbios 3:5
Repita estas 4 verdades a usted misma concerniente a su miedo.
Paso 5. Orar: Orar es simplemente hablar con Dios sobre todo y sobre cualquier cosa.
- Agradece al Señor por Su presencia y por Su bondad. 1 Tesalonicenses 5:18
- Pídale valentía y paciencia para pasar por la tormenta. Donde la Biblia es clara, usted puede clamar las promesas de Dios por fe. Juan 14:27; 16:33
- En cualquier momento, pídale liberación y protección – pero, usted no puede clamar promesas que Dios no ha hecho. Él no ha prometido inmunidad para calamidades naturales, enfermedades y problemas.
Paso 6. Vida su vida segura en Él: ¿Qué acciones puede usted tomar??
¿Cuáles precauciones con sentido común puede tomar usted? ¿Cómo puede usted ser más sabia en su mundo con respecto a aquello que le hace temer?
Confíe que Dios le mostrará qué debe hacer y le dará Fortaleza cuando usted esté débil. ¿Qué le pedirá usted ahora?
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2. Sara — Una Mujer Como Nosotras
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Período Histórico: Los Patriarcas ~2100-1800 A.C.
“Que vuestro adorno no sea exterior, con encrespamiento del cabello y atavío de oro, ni vestidos costosos; sino el del hombre interior, el del corazón, en incorruptible ornato de espíritu humilde y apacible, lo cual es de grande estima delante de Dios. Porque así también se ataviaban en el tiempo antiguo aquellas santas mujeres que esperaban en Dios, siendo sujetas a sus maridos; como Sara obedecía a Abraham, llamándole señor; de la cual vosotras sois hechas hijas, haciendo el bien, y no teniendo temor de ninguna amenaza.” 1 PEDRO 3:3-6
Perspectiva Histórica
El término patriarca denota al padre, o al líder masculino de una tribu o familia. En la Biblia, “patriarcas” se refiere usualmente a los tres principales personajes en Génesis 12 – 50 – Abraham, Isaac, y Jacob. Grandes civilizaciones se encontraban en el Cercano Oriente. Ur era una ciudad pujante con un gobierno eficiente y edificios impresionantes. Bajo la dirección de Dios, Abraham abandonó Ur, con su cultura y sus comodidades, por la tierra de Canaán (Israel actual). La vida patriarcal era semi – nómada ya que se mudaban de un lugar a otro, buscando pastos y agua para sus animales. Ellos median la riqueza en Ganado y en bienes muebles tales como plata, oro y tiendas.
La arqueología nos ha dado ideas ricas sobre la vida patriarcal. Al inicio de los años 1900s, Sir Leonard Woolley excavó en Ur. Él descubrió la gloria de la ciudad, pero también se dio cuenta del pecado. La idolatría caracterizaba a la ciudad. No hay que extrañarse que Dios llamara a salir de allí.
La era patriarcal es importante para nosotras. A través de Abraham y sus descendientes, Dios comenzó a desarrollar un pueblo para Sí. El Pacto de Abraham (la promesa incondicional de Dios a Abraham) contiene muchas promesas preciosas: Abraham tendrían una descendencia numerosa; sus descendientes poseerían la tierra de Canaán, y el Mesías vendría de su linaje. Estas promesas pasaron a Isaac y Jacob. Los hijos de Jacob formaron el núcleo de las doce tribus de Israel. A través de la bondad de uno de sus hijos (José), el infante “Israel” (72 personas) entró en Egipto y creció como una gran nación.
Estudio - Primer Día
Cuando somos introducidas a esta pareja de poder en la historia de Israel, sus nombres son Abram y Sarai. Para ser consistentes, usaremos sus nombres más comunes: “Abraham” y “Sara” (nombres que Dios posteriormente a ellos) a través de esta lección.
Mudándones de Casa (a los 65 años)…
- Lea Génesis 11:27-12:9. Describe Sara y las circunstancias de su vida en este tiempo.
- Descubrimientos Profundos (opcional): Investiga la ciudad de Ur para hallar qué fue lo que Sara dejó voluntariamente.
- La esterilidad en una mujer en los tiempos de Sara era muy dolorosa; lo que no es muy común para una mujer de nuestra época. Los hijos varones, particularmente, eran necesarios para llevar el nombre de la familia y proveer para el hogar. ¿Cómo crees que la esterilidad de Sara pudo haber afectado sus sentimientos de seguridad (especialmente con Abraham) e importancia (su posición en la sociedad)?
- Lea Génesis 12:10-13:2. ¿Por qué piensa que Sara apoyó el plan de Abraham de decir que ella era su hermana?
Referencia Histórica: ¿Tiene curiosidad sobre el plan de Abraham, de decir que su esposa era su hermana? Un historiador mencionó que, si un hombre casado en los tiempos de Abraham se hallaba en territorio enemigo, podría ser asesinado por su esposa. Pero, si Abraham era conocido como su hermano, alguien quien a Sara tendría que hacer arreglos con Abraham, porque en esa sociedad, el hermano de una mujer podía darla en matrimonio. Así que Abraham sería el negociador, dándole una oportunidad para actuar de acuerdo a sus propios intereses.
- Considere el temor de Sara, cuando al apoyar el plan de Abraham fue llevada al harén del Faraón. Dios honró a Sara por no dejarse vencer por el miedo (1 Pedro 3:5-6). Cuando Abraham falló proteger a Sara en este momento, ¿qué hizo Dios por ella?
- El Viaje de Tu Vida:
- Abraham no había confiado la seguridad de su propia vida al Señor aún porque su fe no se había extendido en esta área. ¿Qué área de tu vida no has dado todavía completamente al Señor, y cómo esto afecta a los que están a tu alrededor?
- Sara tenía 65 años cuando salió de Harán, mudándose a quién-sabe-dónde, cooperando con el plan de Dios para Abraham aun cuando era difícil para ella. ¿Cómo motiva a su esposo o su amigo más cercano para seguir la dirección de Dios?
Estudio – Segundo Día
10 años después (Sara tiene ahora 75 años)…
- Lea Génesis 15:1-6.
- ¿Cuál fue el “Plan B” de Abraham para proveer un heredero?
- ¿Cuál era el plan de Dios aún?
- ¿Cuántas veces Dios le había mencionado esto a Abraham?
Referencia Histórica: En tiempos antiguos, un hombre que no tenía hijos podía adoptar un siervo favorecido como heredero de sus posesiones. O, un hombre que no tenía hijo varón podía tomar una segunda esposa para tener un heredero. Algunos contratos matrimoniales incluían esta provisión. Una esposa estaba obligada a tener hijos. Si ella no podía, se le requería hallar otra esposa para su marido, la cual pudiera darle hijos.
- Lea Génesis 16. Este es el “Plan B” de Sara para solucionar la necesidad de un heredero para Abraham. Discute su idea y las emociones que ella habría experimentado. Nótese que Abraham no había buscado una segunda esposa.
- ¡El “Plan B” de Sara se convierte en una pesadilla! Nuestro ejemplo no era una mujer perfecta. Ella era como nosotras ¿Cómo reacciono Sara?
- ¿Qué fue amenazado en la vida de Sara, y qué confirmación necesitaba ella de su esposo?
Referencia Bíblica: El pecado ahora produce una separación entre Agar y Sara. Hostilidad y mutua recriminación se entretejieron, resultando en la huida de Agar de la casa de su señora, de forma precipitada y estando embarazada. Pero al huir de Sara, varias cosas ocurren a Agar. Ella es la primera persona en la Biblia a la cual aparece el “ángel del Señor” (16:11a). Ella es la primera mujer en la Biblia a la cual Dios directamente hace una promesa (16:11b-12). Ella es la única persona en el Antiguo Testamento que da a Dios un nombre nuevo (16:13). Y, finalmente, su encuentro con el ángel, es el único encuentro entre Dios y una mujer que resulta en el nombre conmemorativo de un lugar (16:14)” (Adaptado de Handbook on the Pentateuch (Manual sobre el Pentateuco), página 91).
13 años después (Sara tiene 80 años)…
- Lea Génesis 17:1-6, 15-22. Dios menciona nuevamente a Abraham Su plan de proveer descendientes para él y un pueblo fiel para Sí mismo.
- ¿Cómo respondió esta vez Abraham?
- ¿Qué información adicional se nos da en Romanos 4:18-21?
- Lea Génesis 18:1-15. Cuando los visitantes vinieron a la tienda de Abraham, ¿Qué dio Dios a Sara por primera vez?
- ¿Cuál fue la respuesta inicial de Sara? ¿Por qué? [NOTA: La palabra hebrea traducida “deleite” en el Versículo 12 es eden, la cual es sinónima del placer sensual.]
- Lea Génesis 20. Esto ocurrió poco tiempo después de la visita en la tienda. Abraham casi estropea toda la situación al colocar a Sara nuevamente en el harén de otro hombre. Él vuelve a fallar en lo que falló casi 25 años antes (véase el Estudio Primer Día). A los 89 años de edad, ella fue llevada al harén del rey reinante. (Esto nos da una mayor información sobre la belleza de Sara. Dios ha tenido que haber encendido sus hormonas nuevamente - ¡Súper estrógenos!) No hay registro que Sara tratase de protegerse esta vez o de argumento con Abraham. ¿Qué le indica esto sobre su confianza tanto en Dios como en su esposo?
- El Viaje de Tu Vida: Sara amó a Abraham por muchos años. Ella le siguió en situaciones difíciles. Definitivamente, sus vidas no eran estáticas o aburridas. Tal como la de nosotras.
- Si está usted casada, ¿en qué áreas has aprendido a confiar en su esposo?
- Si usted es soltera, ¿en qué áreas ha aprendido a confiar a un familiar o amigo (a) cercano (a)?
Estudio - Tercer Día
- Lea Génesis 21:1-7. Describe la experiencia de Sara y la historia que ella tuvo que contar (vs. 6).
Piénselo: Alguien dijo una vez, “El plan de Dios es completamente diferente de lo que usted ha podido imaginar y mucho más glorioso de lo que ha esperado” ¿Ha notado esto en su vida? ¿Hay realmente algo muy difícil para el Señor?
- El nombre Isaac significa “él sonríe.” ¿De qué forma el nombre Isaac es apropiado para este bebe?
- A través de toda esta experiencia, ¿Cómo sabemos que Dios amó a Sara tanto como amó a Abraham?
3 años después (Sara tiene ahora 92 años)…
- Lea Génesis 21:8-13. ¿Qué situación existió entre Abraham, Sara, Agar e Ismael?
- Compare la respuesta de Sara con la de Abraham en esta situación.
- Discuta la respuesta de Dios a la situación.
- Abraham necesitaba el punto de vista y consejo de Sara para poder cumplir la promesa de Dios. Algunas veces, nuestros esposos o amigos más cercanos necesitan nuestros consejos. ¿Cómo debemos orar concerniente a los consejos que les damos?
- Lea Génesis 23:1-4, 16-20 y Génesis 25:1. Sara vivió 127 años. ¿Qué puede aprender de la estima de Abraham hacia ella hasta el momento de separarse por su muerte?
- Lea Hebreos 11:11-13. ¿Qué testimonio da las Escrituras sobre Abraham y Sara?
- De nuestro estudio, escribe por lo menos 7 características que describan a Sara, positivas o negativas, que le ayudarán a recordarla.
Estudio – Cuarto Día — El Camino del Miedo a la Fe
Dios amaba a Sara. Él sabía lo que ocurría en su vida. Él pudo hacer algo al respecto. Pero Dios no dio a Sara un hijo en la etapa inicial de su matrimonio, tampoco le previno tomar una mala decisión o pasar un tiempo en el harén de un rey. Durante su camino, un Dios amoroso dijo “no” a algunas cosas. Sin embargo, ella decidió confiar en Él en vez de someterse al miedo. Y Dios le recompensó su fe con un derramamiento de bendiciones en otras formas. De la misma forma, Dios puede elegir no rescatarle de decisiones pobres hechas por usted o por alguna persona cercana a usted. Pero, en todo y todas las situaciones, usted puede confiar en estas verdades …
- Dios me ama.
- Dios sabe lo que está ocurriendo en mi vida.
- Dios puede hacer algo al respecto.
- Yo puedo confiar en la bondad de Dios sin importar la decisión qué Él tome.
- Liste todas las situaciones en la vida de Sara que pudieron haberla “aterrorizado.”.
- Considerando esas “oportunidades” para estar aterrorizada, ¿en cuáles Sara, por fe, hizo lo que era correcto y no dejó al temor vencer?
- Cuenta tu Historia: Sara es comendada por Dios por confiar en Él y dejar al miedo vencer. ¿En qué áreas de su vida ha aprendido a confiar más en Dios? Describa una área más detalladamente en el espacio siguiente.
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3. Jocabed & María — Mujeres de Influencia
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Tiempo: El Éxodo ~1450 A.C.
“Digo, pues, por la gracia que me ha sido dada, a cada cual que está entre vosotros, que no tenga más alto concepto de sí, que el que debe tener, sino que piense de sí con mesura, conforme a la medida de la fe que Dios repartió a cada uno. Porque de la manera que en un cuerpo tenemos muchos miembros, mas no todos los miembros tienen la misma función; así nosotros, siendo muchos, somos un cuerpo en Cristo, y todos miembros los unos de los otros.” ROMANOS 12:3-5
Perspectiva Histórica
Por 430 años, los Israelita vivieron en Egipto, al inicio cómodos porque el “vicepresidente” del país era su familiar, José. Pero después de la muerte de José, se levantó un faraón que no conoció a José y la bienvenida a Israel se enfrió. Temiendo el poder el Israel, Egipto buscó parar a una nación creciente. Pero los esfuerzos de Egipto fueron en vano; Dios estaba con Su pueblo, y Él estaba preparando sacar a Israel de esa tierra.
Estudiosos conservadores colocan como fecha del “Éxodo”, un hito histórico en la historia de Israel, en el año 1446 A.C. Nacido justo después del decreto de eliminar a los recién nacidos varones hebreos en el Nilo, Moisés escapó de la muerte a través de la adopción de la hija del Faraón. En 1486 aproximadamente, el faraón reinante trató de asesinar a Moisés cuando halló que su identidad era del pueblo de Israel, pero Moisés escapó a Madián. Cuarenta años después, el Señor aparece a Moisés en el arbusto ardiente, y Moisés regresa a Egipto para pararse delante del faraón del éxodo, con su hermano Aarón a su lado.
A través de Moisés, Dios derramó Su ira sobre Faraón y trajo a Egipto a sus rodillas. Israel marchó como un pueblo libre, como una prueba viviente de la salvación de gracia de Dios. Sin embargo, la libertad no garantizó éxito. A Israel le faltaba organización. En el Monte Sinaí, Dios moldeó a Su pueblo como una nación. El Pacto de Moisés gobernó cada parte de la sociedad israelita: lo civil, lo ceremonial, y lo moral. El pacto contenía promesas especiales, pero demandaba obediencia. La rebelión traería juicio severo. Israel escogió rebelarse contra su Dios. El pecado trajo juicio, y una generación entera pereció. Sin embargo, Dios escuchó las oraciones de Moisés y preservó a Su pueblo a través del desierto.
Estudio - Primer Día
La infancia de María y sus mentores …
- Lea Éxodo 1:1-2:10; Hebreos 11:23. A lo largo de varias generaciones, Dios utilizó mujeres valientes para derrotar los planes malignos para eliminar a Su pueblo. Liste las mujeres mencionadas en el pasaje de Éxodo que exhibieron valentía. Estas fueron las “mentores” de María.
- De Éxodo 6:20 y Números 26:59, obtenemos información adicional sobre la familia de María. Sus padres se llamaban Amram y Jocabed. Sus hijos fueron María, Aarón y Moisés. Lea Hebreos 11:24-28. ¿Qué influencia, si alguna, tuvieron los pocos años que pasó Moisés con sus padres en él?
- De vuelta a Éxodo 2:1-10, ¿Cómo descubriría usted a alguien Jocabed, la madre de María? En otras palabras, ¿qué características “ve” usted en ella?
- ¿Qué elecciones hicieron los padres de María (Jocabed y Amram) por su fe, y cómo Dios recompensó su fe?
- María tenía el mismo hogar que Moisés. Del pasaje de Éxodo 2:1-10 (ella es la hermana mencionada), use adjetivos para describir a María, quien tendría unos 7 a 12 años de edad en este tiempo.
Del Hebreo: El nombre hebreo de María significa “amargura.” Su nombre en griego se lee “María.” En la historia de Israel después de este tiempo, los nombres Miriam, María, y Mara eran populares entre las niñas.
- Como una chica, ¿qué situaciones temerosas enfrentó María y cómo ella respondió?
- El Viaje de Tu Vida: Moisés, Aarón y María vinieron de un hogar cuyos padres estaban andando por fe en Dios. ¿En qué clase de hogar creció usted? ¿Cómo esto ha afectado su habilidad para confiar en Dios y no dejar vencer al miedo?
Estudio -Segundo Dia
80 años después…
- Lea Éxodo 14:1-31. María está ahora en la tercera edad, entre los 87 y 92 años. ¿Qué experimentó María de la fidelidad de Dios junto al resto de Israel?
Referencia Bíblica: De acuerdo a la tradición, María se casó con Hur, un hombre honorable que, junto a Aarón, sostuvo los brazos de Moisés durante una gran batalla en Éxodo 17:10-13. Él fue designado magistrado mientras Moisés estaba en la montaña (Ex. 24:14).
- Lea Éxodo 15:1-21. ¿Cuál fue la respuesta de María a la fidelidad de Dios?
- Lea Miqueas 6:3-4. ¿Qué dice Dios sobre el rol de María para Israel? ¿De qué manera ella está complaciendo a Dios y cumpliendo Sus propósitos para ella?
- ¿Por qué piensa usted que el apoyo de María hubiera sido importante para Moisés?
- Examinando más detalladamente a Éxodo 15:20. ¿Cómo fue María llamada? Lea Números 12:2. ¿Qué dice María sobre sí misma?
- Una profetisa era una mujer profeta – una a quien, y a través de quien Dios habla, revelándose a Sí mismo y Su voluntad, especialmente en la ausencia de la palabra escrita de Dios. Dios utilizó a un número de mujeres para hablar (profetizar) Su Palabra en tiempos críticos en la historia. Una de ellas fue Débora, de quien estaremos estudiando en una próxima lección. Otra de estas mujeres fue Hulda. Léase 2 Reyes 22:1-20. Esto ocurrió 700 años después de la época de María. ¿Qué ocurrió en ese tiempo, y cómo Hulda sirvió a Dios y al líder de Israel?
- Profetizar podían también incluir una alabanza entusiasta inspirada por el Espíritu Santo. Léase 1 Samuel 10:5-10 y 1 Crónicas 25:1.
- ¿Qué actividades están asociadas con profetizar?
- ¿En qué forma Éxodo 15:20-21 encaja en esta descripción de profetizar?
Referencia Bíblica: La canción de Éxodo 15 es la primera canción registrada en la Biblia – una canción de redención. Tal celebración era común después de la victoria de una batalla. Desde el día de Pentecostés, el Espíritu Santo que reside en los creyentes, continúa inspirando alabanza entusiastica a Dios. No lo llamamos profetizar más, pero aún encaja en la definición bíblica. El Espíritu Santo inspira y da dones a los creyentes de hoy día para componer canciones, poemas, oraciones y testimonios que glorifiquen a Dios.
- El Viaje de Tu Vida: El Espíritu Santo aún nos inspira a alabar a Dios con entusiasmo, a diferentes medios. ¿Ha escrito una canción, un poema, una prosa, creado una obra de arte, o simplemente ha cantado alabanzas a Él? ¿Qué motivó esta expresión en su vida? Usted querrá responder a la fidelidad de Dios hoy con una expresión “creativa de alabanza” en el espacio de abajo. Si usted está en un grupo pequeño, por favor considere compartir su “alabanza creativa” con su grupo.
Estudio -Tercer Día
Cerca de dos años después …
- Lea Números 12:1-16. ¿Por qué María y Aarón comenzaron a hablar contra Moisés?
- ¿Cuál piensa usted era la razón verdadera por la cual se quejaban?
Piénselo: Una de las tormentas de la envidia es que nunca puede quitar sus ojos de aquello que duele. La envidia bloquea nuestra confianza en Dios, hiere nuestras relaciones, nos hace resentir la bondad de Dios hacia otros y no nos deja ver la bondad de Dios hacia nosotras.
- Discuta la respuesta del Señor a su comportamiento (vs. 2-9).
- ¿Qué está implicado en el hecho que Dios castigó solo a María? Véase también Santiago 3:5-6.
Referencia Bíblica: El escupir en el rostro de alguien expresaba desprecio (Deut. 25:9). El Señor expresó Su desprecio a la presunción de María por una aflicción de la piel.
- ¿Por qué era tan terrible una enfermedad de la piel como la lepra? Véase Números 5:1-4.
Piénselo: María persistió en su autoridad, buscando igual prominencia con Moisés. Debido a su actitud y acción resultante, Dios la disciplinó a través de su aislamiento, ¡algo opuesto a lo que ella realmente quería!
- ¿Cómo respondieron los hermanos de María a la disciplina de su hermana?
- Lea Deuteronomio 24:8-9. ¿Cuál cree usted fue el efecto del aislamiento de María del campamento por siete días …
- En ella?
- En el pueblo?
Perspectiva Histórica: Algunas veces, María era un buen ejemplo; otras veces era uno malo. De la misma forma que nosotras, ella no fue perfecta cada día. Sin embargo, se le había dado una esfera de influencia por Dios. Ella vivió por 38 años de vagar en el desierto y murió justo antes que Aarón en el año 40 fuera de Egipto, a los 130 años (Números 20:1).
- Lea Romanos 13:1-2 y Hebreos 13:7,17. ¿Cómo lo que usted leyó en Números 12 ilustra estos pasajes?
- El Viaje de tu Vida:
- Hay consecuencias serias por nuestras actitudes hacia la autoridad. A pesar que no todas nosotras somos líderes, cada una de nosotras estamos bajo cierto tipo de autoridad en la Iglesia. ¿Hay alguien en autoridad en estos momentos hacia quien sientas celos, resentimiento o desapruebes? ¿Tratas de minimizar su liderazgo a través del chisme o la burla? Lea Proverbios 10:19. Discuta cómo aplicar esta escritura a su vida.
- Lea Marcos 10:42-45, Gálatas 5:26, Filipenses 2:3-4, Romanos 12:3-5, y 1 Pedro 5:1-5. Estos versículos enseñan cómo todos podemos relacionarnos unos con otros en la familia de Dios así como a los líderes. ¿Qué actitudes debemos tener si estamos en posiciones de liderazgo en el Cuerpo de Cristo?
Estudio - Cuarto Día — El Camino del Miedo a la Fe
Dios amó a la familia de María. Él sabía lo que ocurría en sus vidas. Él era capaz de hacer algo al respecto. Pero Dios no dio a Jocabed a su hijo de vuelta permanentemente para criarlo, tampoco previno la agonía de tener que esconder al bebé Moisés. A María se le dio una gran responsabilidad y privilegio, sin embargo, ella también tendría que vivir con las consecuencias de su pecado. Durante su camino, un Dios amoroso dijo “no” a algunas cosas. Mas, María y su familia eligió confiar en Dios en vez de someterse al miedo. Y, Dios les recompense su fe con un derramamiento de Su bendición en otras formas. De la misma forma, Dios puede no elegir rescartarla a usted de “Egipto”. Pero, en cualquiera y en todas las circunstancias, usted puede contar en estas verdades …
- Dios me ama.
- Dios sabe lo que está ocurriendo en mi vida.
- Dios puede hacer algo al respecto.
- Yo puedo confiar en la bondad de Dios sin importar la decisión qué Él tome.
- ¿Qué situaciones han podido causar miedo en Jocabed? ¿Cómo respondió ella por fe?
- Piense nuevamente en la vida de María. ¿Qué situaciones pudieron atemorizarla? ¿Cómo ella respondió por fe a esas situaciones?
- Cuenta tu Historia: Jesús tuvo un testimonio que compartir. Él dijo en Juan 8:14, “Aunque yo doy testimonio de mí mismo, mi testimonio es verdadero, porque sé de dónde he venido y a dónde voy; mas vosotros no sabéis de dónde vengo, ni a dónde voy.” Lo que Él dijo sobre sí mismo es Su HISTORIA. María testificó sobre la fidelidad de Dios a través del uso de la poesía, del canto y danza. Aún si usted nunca ha testificado de la forma que María lo hizo, su HISTORIA de la fidelidad de Dios en su vida, es su testimonio de vida sobre Él. Escribe un pequeño párrafo describiendo un área de su vida donde usted ha reconocido la fidelidad de Dios hacia usted. Este es parte de su HISTORIA de la fidelidad de Dios.
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4. Rahab — Un Pasado y un Futuro
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Tiempo: En la tierra ~1400 A.C.
“Por fe Rahab la ramera no pereció juntamente con los incrédulos, habiendo recibido a los espías en paz.” HEBREOS 11:31
Perspectiva Histórica
Después de 40 años de luchas, Israel se mantuvo en pie para entrar a la Tierra Prometida. Pero entraría sin Moisés, quien había fallecido. Quedaba aún mucho trabajo. Esta nueva tierra Hermosa era peligrosa. Numerosas ciudades-estados cubrían el relieve, cada una de ellas bien fortificadas, amuralladas y con un ejército probado en batalla. Conquistarla sería una tarea difícil y tomaría tiempo.
Pero, Dios permaneció fiel a Su pueblo. Él equipó un Nuevo líder, Josué, quien había sido entrenado bajo el liderazgo de Moisés por 40 años para este trabajo. Josué sabía que los 2,5 millones de israelíes, más sus rebaños necesitaban cruzar un río caudaloso y comenzar la conquista de la tierra. Así que envió a 2 espías para observar secretamente el área de guerra inminente, particularmente, Jericó – un punto estratégico para llegar a tres pasajes a través del desierto a Canaán. Dios se encargó de que los Israelitas cruzaran el río, proveyendo milagrosamente un camino de tierra seca para marchar hacia y a través de Jericó – una ciudad amurallada 9.5 acres – y una vez dentro les tomaría ~¡1/2 hora!
Estudio – Primer Día
- Lea Deuteronomio 4:32-40. ¿Por qué Dios llevó a los Israelitas fuera de Egipto a la Tierra Prometida, especialmente acompañados por tantos eventos milagrosos?
Conociendo a Rahab …
- Lea Deuteronomio 2:24-25; Josué 2:1-24; y Josué 9:9-11,24. ¿Qué sabían Rahab, el pueblo de Jericó y las naciones vecinas sobre Israel y su historia?
- Como resultado, ¿Cuál era el estado moral en Jericó?
Referencia Histórica: Los ciudadanos de Jericó estaban bien preparados para un sitio, ya que una vertiente estaba dentro de los muros de la ciudad y la cosecha recién se había recogido (Josué 3:15), proveyendo abundante suministro de comida, visto en las grandes vasijas de granos halladas en las casas. Así, los habitantes de Jericó podrían sobrevivir por varios años. Las vasijas llenas de granos muestran que el sitiado era corto ya que la población dentro de los muros consumía muy poco del grano, otra verificación histórica de la certeza bíblica.
- Use adjetivos para describir a Rahab en sus propias palabras.
- ¿Qué conclusión hizo Rahab sobre el Dios de Israel? ¿Podría alguien más en Jericó haber llegado a esa conclusión? Explique.
- Descubrimientos Profundos (opcional): Investigue sobre la ciudad Antigua de Jericó. ¿Cómo era para Rahab vivir allí?
- A Rahab se le dio una oportunidad para hacer una elección consciente sobre Dios, basada en los hechos que ella conocía sobre Él, y ¡ella respondió con FE! Fe resultó en acción.
- ¿Qué hizo ella ese día?
- ¿Qué riesgo estaba tomando?
- Compara la elección de Rahab de desobedecer y mentir al rey con la elección de Sara de afirmar el plan de Abraham, “dile que eres mi hermana.” Véase también los mentores de María en Éxodo 1:15-20.
Piénselo: Rahab no conocía lo suficiente a este Dios nuevo cómo para saber que Él puede ser confiado para la protección de Su pueblo. Esto es algo que ella aprendería en un par de semanas.
Estudio -Segundo Día
- Lea Josué 2:12-21. Los espías hicieron un pacto con Rahab.
- ¿Qué parte del pacto era responsabilidad de Rahab?
- ¿Qué parte del pacto era responsabilidad de los espías?
Referencia Histórica: La iglesia primitiva veía el cordón de color sangre como un símbolo de la expiación de Cristo como la sangre del cordero Pascual.
- Después del regreso de los espías, Dios abrió el Río Jordán para que el pueblo cruzara. Todos esos hombres que habían nacido en el desierto fueron circuncidados. La Pascua fue celebrada. Y, el pueblo comió el fruto de la tierra. El maná cesó al día siguiente. Lea Josué 6:1-25. ¿Cuál era el plan de Dios para derrotar a Jericó?
- ¿Cómo respondieron Josué y el pueblo?
- Rahab tuvo que esperar esos siete días también. Basado en su responsabilidad del pacto, ¿quién más estaba esperando con ella?
- ¿Cuáles pudieron haber sido las emociones de Rahab durante este período de espera? (Véase Josué 5:1 por las emociones de aquellos a su alrededor).
- Alguien dijo una vez, “Responsabilidad es mi respuesta a la habilidad de Dios.” Rahab respondió a la habilidad de Dios. ¿Qué hizo Dios por ella y su familia? Sea específica.
Referencia Histórica: Alrededor de Jericó estaba un terraplén con un muro de piedra como base de 12 a 15 pies de alto. Encima de éste se hallaba un muro de adobe de 6 pies de ancho y 20 pies de alto. En la corona del terraplén se hallaba un muro similar de adobe de una altura de 20 pies, alcanzando unos 46 pies de la altura del suelo. Humanamente hablando, el fuerte de Jericó era impregnable. La evidencia arqueológica revela que el muro de ladrillos de adobe de la ciudad colapsó cuando la ciudad se acercaba a su fin (~1400 A.C.) excepto por una abertura al norte del muro de la ciudad que no cayó como en las otras partes. Había casas construidas en el muro tal como cita Josué 2:15. Excavaciones han mostrado que los ladrillos de los muros colapsados formaron una rampa contra el terraplén para que los Israelitas pudieran trepar sobre el tope de la ciudad tal como se describe en Josué 6:20. La ciudad fue totalmente quemada (Tomado de “The Walls of Jericho” (“Los Muros de Jericó”) de Bryant Wood, Revista Creation, Marzo 1999, páginas 36-40).
- El Viaje de Tu Vida: Rahab tuvo que esperar pacientemente para que Dios actuara. Recuerde que ella no conocía sobre las órdenes de “marcha.” Nosotras también debemos esperar pacientemente “siempre el tiempo perfecto” de Dios en respuesta a nuestras oraciones. ¿Es esto un problema para usted?
- Si usted se ha desilusionado (o lo ha estado en el pasado) por tener que esperar, escribe sobre esta experiencia en este espacio.
Referencia Bíblica: La palabra hebrea más comúnmente traducida como esperar (en el Señor) es qavah, que significa esperar y tener expectativa. Significa también enlazar, como al atar cabos sueltos. Esperar es algo raramente placentero, pero lo hacemos diariamente en varias situaciones (en los consultorios médicos, el tráfico, o filas para pagar). Nuestro enfoque no es usualmente en la espera misma, sino en el resultado de la espera. Cuando se espera en el Señor, la Biblia comunica un mensaje claro: debemos de hacerlo, y es para nuestro bien. Salmo 27:14 nos dice que esperar en el Señor fortalecerá tu corazón. Esperar en Dios nos fortalece en todas las áreas de nuestras vidas. Durante ese tiempo de espera, nuestro oído está más en sintonía con la obra de Dios. Miqueas 7:7 dice: “Pero yo miraré a Jehová”. Debemos también estar dispuestas a hablar con Él en oración. Cuando buscamos a Dios para una solución en nuestras vidas, estos tiempos de espera fortalecerán nuestra relación con Él en la medida que aprendemos a confiar en Su tiempo y bondad. Nos une a Él. (Tomado de “Entwined in Him” (Entretejido a Él) por Lisa Jenkins-Moore, Living Magazine, Noviembre 2016, pp. 16-17)
- Lee las palabras de la siguiente canción. Considere que Dios está esperando también, y esa espera lo une a Él. ¿Cómo esto cambia su perspectiva sobre la espera?
“Tú estás esperando en ese momento de mi vida, cuando mi fé y esperanza colidan. Mi corazón está anticipando cómo y cuándo te moverás. Oh, es allí cuando pruebas que Tú también estás esperando” (“En la Espera” por Shannon Wexelberg)
Estudio – Tercer Día
- Lea Mateo 1:5, Hebreos 11:30-31, y Santiago 2:25. Este es el boletín de Rahab. ¿Qué dice este reporte?
Referencia Bíblica: Rahab and Salmon tuvieron un hijo, Booz. Booz fue el padre de Obed; Obed el padre de Isaí; Isaí el padre del Rey David. Y del linaje del Rey David de la tribu de Judá vino el Mesías prometido, Jesucristo nuestro Salvador y Señor.
- En Hebreos 11:31, la palabra usada para describir el resto del pueblo de Jericó es “desobediente,” que significa, “rehusar a ser persuadida.” Vea sus respuestas a las preguntas del Primer Día de Estudio. ¿Les dio Dios una oportunidad para ser “persuadidos”? Explique.
- Ya que Rahab era una prostituta como está escrito, ¿Qué revela sobre la gracia de Dios hacia ella, el hecho que Rahab se mencione tres veces en el Nuevo Testamento? En otras palabras, ¿Cómo Dios perdonó su pasado y le dio un nuevo futuro?
Referencia Bíblica: Por siglos, los cristianos han tratado de suavizar la reputación de Rahab al argumentar que ella era solamente un ama de llaves, pero el Nuevo Testamento se refiere a ella como una mujer inmoral. La palabra griega usada para describir a Rahab es porne, la palabra de la cual se deriva “pornografía.” “Porne” es usado solamente para inmoralidad. Esto en ninguna medida tiñe la justicia de Dios, quien usó una persona como ella para el cumplimiento de Sus propósitos. En vez, este incidente sirve para traer Su misericordia y gracia al enclaro relieve. (The Bible Knowledge Commentary, Old Testament, “Comentario del Conocimiento de la Biblia, Antiguo Testamento”, p. 330)
- El Viaje de Tu Vida: ¿Siente que algunos pecados de su pasado o del presente son tan terribles que no pueden ser perdonados o que usted es indigna de servir a Dios? ¿Qué ha aprendido de la historia de Rahab que le confirma que Dios puede perdonar su pasado y darle un nuevo futuro?
Estudio – Cuarto Día – El Camino del Miedo a la Fe
Dios amaba a Rahab. Él conocía lo que estaba ocurriendo en su vida. Él era capaz de hacer algo al respecto. Pero Dios no guardó a Rahab de perder la seguridad de su hogar, ni tampoco impidió que ella pasara la agonía de ver a los Israelitas marchar alrededor de la ciudad por 7 días. Recuerde, ella no conocía este plan. Cuando ella se arriesgó en fe, Él le halló. Ella confió que Dios la rescataría, y Él lo hizo. Dios la juzgó por su corazón – a la mujer interna, no por su estilo de vida – su apariencia externa. Él no solo salvó su vida, sino que le perdonó su pasado y le dio un nuevo futuro. Ella escogió confiar en Dios en vez de someterse al miedo. De la misma forma, Dios le perdona a usted su pasado y le da un nuevo futuro. Y, en cualquiera y en todas las situaciones, usted puede contar con estas verdades …
- Dios me ama.
- Dios sabe lo que ocurre en mi vida.
- Dios puede hacer algo al respecto.
- Yo puedo confiar en la bondad de Dios sin importar la decisión qué Él tome.
- Lista todas las oportunidades de miedo en la vida de Rahab.
- ¿Cómo ella demostró fe en esos momentos?
- Cuenta tu Historia: Probablemente nunca tendremos que dar la cara a las circunstancias dramáticas de Rahab, pero nosotras tenemos nuestras propias situaciones estresantes en la vida. ¿Qué situaciones estresantes están enfrentando ahora, y qué elecciones le son disponibles? Lea Salmo 40:1-3 y 46:1-3 para darle Fortaleza. Escriba en un diario cómo usted confiará en Dios. Esta es parte de su historia.
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