Lección 12: Viviendo en Respuesta a la Gracia de Dios
Related MediaTito 2:11-3:15
Estudio – Primer Día
¡La gracia de Dios nos redime!
Mucha de esta sección de Tito ya ha sido cubierta en otras lecciones. Esta lección cubrirá solo el material Nuevo. Pablo afirma repetidamente la importancia de la gracia de Dios. En Tito 2:11-14, él discute los tres ministerios de gracia. Veremos a cada uno de ellos en profundidad con las siguientes preguntas.
1. Lee Tito 2:11- 3:15. Esto es lo que ha hecho la gracia por nosotras en el pasado. (Tito 2:11 y 14a) ¿Cuál es la definición de redimido/redención?
- Redimido —
- Redención —
2. Lee los siguientes pasajes para ver lo que la Biblia dice sobre la redención:
- Romanos 3:24 —
- Efesios 1:7 —
- Colosenses 1:13-14 —
3. ¿Cuál es nuestra condición (Tito 3:3) aparte de Dios?
4. De acuerdo a Efesios 2:1-9, ¿Qué hace Dios por nosotros?
Referencia Bíblica: En Efesios 2, Pablo da una definición condesada, pero comprensiva, de la salvación. Los versículos 4 -7 son una larga oración, la cual él pudo haber tomado de un credo cristiano antiguo. Toda esta declaración llega al verbo principal, “él nos salvó” (Versículo 5). Este es, quizás, la declaración más complete de salvación en el Nuevo Testamento. (John Stott)
Estudio – Segundo Día
¡La gracia de Dios nos transforma!
5. Lee Tito 2:11-3:15. Esto es lo que la gracia de Dios hace por nosotros en el presente. ¿Cómo la gracia de Dios nos reforma de acuerdo a Tito 2 2:12 y14b?
6. Tito 3:1-2 ilustra comportamientos generalmente exhibidos por alguien que entiende la gracia. ¿Cuáles son las siete cualidades que Pablo describe aquí?
7. Lee Efesios 4:23 y Gálatas 5:22-23, 25. De acuerdo a estos versículos, ¿Qué rol juega el Espíritu Santo en renovar y equipar a los creyentes?
8. Lee los siguientes versículos para ver de qué otras maneras podemos vivir en respuesta a la gracia de Dios obrando en nosotros.
- Efesios 2: 10 —
- Efesios 4:1-3; 5:1-2 —
- Colosenses 3:1-4 —
9. En 3:14, Pablo dice que nosotros somos pueblo devote a hacer aquello que es bueno. Busca la definición de devote y escribe lo que significa.
10. Lee Tito 2:14; 3:1, 8, 14. Pablo dice que hemos renacido y renovados por el Espíritu Santo (Tito 3:5). ¿Por qué esta declaración debe motivarnos a ocuparnos en buenas obras (3:8)?
Observa el Significado: “La regeneración es la obra del Espíritu Santo en la salvación, en la cual da una nueva vida y naturaleza al creyente pecador en el momento de la salvación. El nuevo nacimiento (Juan 3:1-16) es el conocimiento de esta nueva naturaleza que se hace parte del pecador creyente en el momento que él o ella recibe a Cristo.” (Charles Swindoll)
11. ¡Adórnate!: Si la salvación está basada en nuestra fe y la gracia de Dios y misericordia, ¿Por qué Pablo nos exhortaría a ser devotas o el participar en buenas obras?”
12. ¡Adórnate!: Piensa en una persona que conoces que vive una vida reformada por la gracia de Dios. ¿Qué evidencia del poder transformador de Dios obrando a través de su Espíritu ves en la vida de esa persona?
Estudio – Tercer Día
¡La Gracia de Dios nos recompensa!
13. Lee Tito 2:11- 3:15. ¿Cuál es la “esperanza bienaventurada” (Tito 2:13) de la cual deben fluir todos los objetivos y prioridades? (Revise 1 Timoteo 1:1, y vea también 1 Juan 3:1-3.)
14. ¿Qué significa para ti lo que dice Pablo en Tito 3:7, que somos herederos? ¿Te da esto esperanza? ¿Por qué?
¡Piénselo!: En un context humano, los herederos no heredan hasta que el dueño de la propiedad muera (a pesar que ellos pueden disfrutar de muchos beneficios mientras tanto). Pero el en área espiritual, ocurre lo contrario: Nosotros no heredamos completamente hasta que muramos; sin embargo, en esta vida podemos experimentar de muchos gozos y beneficios de ser herederos de Dios. Nuestra experiencia ahora es solo un preámbulo de los que Dios nos ha garantizado en el futuro. (Life Application Bible Commentary- Comentario Bíblico de Aplicación en la Vida Diaria)
Adórnate con Piedad
Al inicio de este estudio, se presentó el siguiente reto:
¡Qué podría ser más hermoso, una meta digna de ser alcanzada, que aspirar a adornarte con piedad…el arreglarse con el carácter mismo de Dios… el arreglar o vivir tu vida mostrando las creencias que profesas creer… vestirte, actuar y ser como Él y para Él!
Este fue nuestro deseo para ti, que aprendas a través de la Palabra de Dios estas dos epístolas. Esperamos que hayas podido verte a ti misma y luego “vestirte” de tal manera que otros puedan ver a Jesús en ti. En otras palabras, aprendan a “usar a Jesús de forma cómodamente”.”
16. ¿De qué formas has elegido adornarte con piedad a través de este estudio?
© Copyright, 2018.
5. As Epístolas Não-Paulinas
Related MediaIntrodução
Chegamos agora às oito epístolas finais do cânone do Novo Testamento, sete das quais têm sido frequentemente chamadas de Epístolas Gerais ou Católicas, embora Hebreus tenha sido excluída desta descrição. O termo Católicas foi usado no sentido de geral ou universal, de modo a distingui-las das Epístolas Paulinas, endereçadas a igrejas ou pessoas.1 No seu endereço (à excepção de 2 e 3 João), não se limitavam apenas a uma localidade. Como exemplo, Tiago é remetida “às doze tribos da dispersão” (1:1), tratando-se de uma designação para os crentes em qualquer lugar (provavelmente todos eles cristãos judeus naquele tempo). Em seguida, 1 Pedro é dirigida “aos eleitos que são estrangeiros e estão espalhados no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia”, uma designação para os crentes nessas diversas áreas. As epístolas 2 e 3 João também foram incluídas neste grupo, embora fossem remetidas a indivíduos específicos. Devido a estas diferenças, neste estudo, estes oito livros são chamados simplesmente “as Epístolas Não-Paulinas”. Deverá ser notado que, enquanto as Epístolas Paulinas se intitulam de acordo com os seus destinatários, todas estas epístolas são intituladas de acordo com os nomes dos seus autores, à excepção de Hebreus.
De um modo geral, podemos dizer que Tiago e 1 Pedro são éticas, convocando os crentes a um santo caminhar com o Salvador. Segunda a Pedro e Judas são escatológicas, advertindo os crentes contra a presença de falsos doutores, chamando-os a batalhar pela fé. Hebreus e as Epístolas de João são primeiramente cristológicas e éticas, incitando os cristãos a permanecer em Cristo enquanto revelação final de Deus e cumprimento da aliança do Antigo Testamento, experienciando a Sua vida e não ultrapassando a verdade do evangelho.
Estas oito epístolas exercem uma influência desproporcional à sua extensão (menos de 10 porcento do Novo Testamento). Complementam as treze Epístolas Paulinas, oferecendo diferentes perspectivas acerca da riqueza da verdade cristã. Cada um dos cinco autores – Tiago, Pedro, João, Judas e o autor de Hebreus – tem uma contribuição distinta a fazer de acordo com o seu próprio ponto de vista. À semelhança das quatro abordagens complementares à vida de Cristo nos Evangelhos, estes escritores proporcionam um retrato abrangente da vida cristã, na qual a totalidade supera a soma das partes. Grandes como são as epístolas de Paulo, caso os escritos destes cinco homens não tivessem sido incluídos, a revelação do Novo Testamento após Actos estaria severamente limitada por uma só perspectiva apostólica.2
Hebreus
Autor e Título:
Durante cerca de 1,200 anos (desde 400 a 1600 d.C.), este livro foi comummente intitulado “A Epístola de Paulo aos Hebreus”, mas não havia unanimidade nos primeiros séculos a respeito da sua autoria. O título mais antigo e confiável é Pros Ebraious, “Aos Hebreus”.
Conforme mencionado, o autor é desconhecido. Muitas sugestões têm sido feitas e muitos argumentos elaborados têm sido propostos por estudiosos, mas o facto é que o autor não é nomeado em nenhuma parte do livro, sendo essencialmente, tal como o local de redacção, data e até o público-alvo, desconhecido. Ryrie escreve:
Muitas sugestões têm sido feitas para o autor deste livro anónimo – Paulo, Barnabé, Apolo, Silas, Áquila e Priscila e Clemente de Roma. Existem tanto semelhanças como diferenças em relação à teologia e estilo de Paulo, mas Paulo apela frequentemente à própria autoridade apostólica nas suas cartas, enquanto este escritor apela a outros, que eram testemunhas do ministério de Jesus (2:3). É mais seguro dizer, como fez o teólogo Orígenes no terceiro século, que apenas Deus sabe quem escreveu Hebreus.3
Devido à incerteza da sua autoria, o seu reconhecimento como parte do cânone do Novo Testamento foi, pelo menos no Ocidente, protelado até ao século quarto, altura em que foi finalmente aceite na Igreja ocidental através dos testemunhos de Jerónimo e Agostinho. Dado que Paulo era considerado autor pela Igreja oriental, esta epístola sempre foi aceite nessa região.
O problema da sua canonicidade foi novamente levantado durante a Reforma, mas a profundidade espiritual e qualidade de Hebreus deram testemunho da sua inspiração, apesar do seu anonimato.
No capítulo 13, os versículos 18-24 dizem-nos que este livro não era anónimo para os leitores originais, que evidentemente conheciam o autor. Por alguma razão, porém, a tradição eclesial primitiva dividiu-se quanto à identidade do autor. Parte da igreja atribuiu-a a Paulo; outros preferiram Barnabé, Lucas ou Clemente, e alguns escolheram o anonimato. Assim, a evidência externa não ajudará a determinar o autor.
A evidência interna deverá ser o último recurso, mas também aqui os resultados são ambíguos. Alguns aspectos da linguagem, estilo e teologia de Hebreus são muito similares às epístolas de Paulo e o autor também menciona Timóteo (13:23). Contudo, diferenças significativas têm conduzido a maioria dos estudiosos bíblicos a rejeitar a autoria paulina deste livro: (1) O estilo de grego em Hebreus é muito mais elegante e refinado do que aquele que se encontra em qualquer uma das reconhecidas epístolas de Paulo. (2) Em vista das afirmações consistentes de Paulo quanto a ser um apóstolo e testemunha ocular de Cristo, é pouco provável que usasse a fraseologia encontrada no capítulo 2, versículo 3: “a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram”. (3) A ausência da habitual saudação de Paulo, que incluía o seu nome, vai contra o firme padrão encontrado em todas as suas restantes epístolas. (4) Embora Paulo tenha usado tanto o texto hebraico como a Septuaginta para citar o Antigo Testamento, aparentemente o redactor de Hebreus não sabia hebreu, citando exclusivamente a partir da Septuaginta. (5) O uso comum de títulos compostos que Paulo fazia para se referir ao Filho de Deus não é observado em Hebreus, que usualmente se refere a Ele como Cristo, Jesus e Senhor. (6) Hebreus concentra-se no presente ministério sacerdotal de Cristo, mas os escritos de Paulo têm pouco a dizer acerca da obra presente de Cristo. Portanto, Hebreus parece não ter sido escrita por Paulo, embora o autor mostre uma influência paulina. De nenhum modo a autoridade de Hebreus está dependente da autoria paulina, especialmente dado que não declara ter sido escrita por Paulo.4
Os Destinatários:
Uma vez que os destinatários não são mencionados, ao contrário do que acontece nas Epístolas Paulinas, poderemos dizer algo sobre eles. A própria natureza do livro, com as suas abundantes citações do Antigo Testamento e a ênfase no sistema sacrificial, sugere fortemente que seriam hebreus. Escrevendo em The Bible Knowledge Commentary, Zane C. Hodges diz:
A identidade dos primeiros leitores de Hebreus permanece, tal como a do autor, desconhecida. No entanto, faziam evidentemente parte de uma comunidade particular. Tal torna-se aparente através de várias considerações. Os leitores tinham uma história definida e o autor referiu-se aos seus “dias de outrora” (Hb. 10:32-34); conhecia a sua generosidade presente e passada face a outros cristãos (6:10), e era capaz de ser específico acerca da sua condição espiritual actual (5:11-14). Para além disso, o autor tinha ligações definidas com eles e expressou a sua intenção de os visitar, talvez com Timóteo (13:19, 23). Também lhes pediu orações (13:18).
É muito provável que a maioria dos leitores tivesse origem judaica. Embora isto tenha sido questionado algumas vezes, o conteúdo da epístola defende-o. É claro que o antigo título “Aos Hebreus” poderá ser uma mera conjuntura, mas é natural. Quando se diz tudo o que é possível dizer a uma público gentio, permanece o facto de que a forte ênfase que o autor coloca sobre os protótipos judaicos e o seu ataque sincero contra a permanência do sistema levítico é melhor explicado caso o público seja largamente judeu, inclinado a voltar à sua antiga fé. O duro e extenso apelo à autoridade das Escrituras do Antigo Testamento também era mais apropriado para leitores que haviam sido criados com as mesmas.5
Data: 64-68 d.C.
Várias coisas sugerem uma data algures entre 64-68 d.C.. Primeiro, o livro foi citado por Clemente de Roma em 95 d.C., pelo que teve de ser redigido antes disso. Segundo, pelas razões que se seguem, parece bastante claro que o livro foi escrito antes da destruição de Jerusalém, em 70 d.C. Primeiro, caso um evento desta magnitude tivesse ocorrido, o autor teria certamente mencionado a destruição do templo e o fim do sistema sacrificial judeu, especialmente em vista do argumento deste livro. Segundo, ao falar do templo e das actividades sacerdotais, o autor usa o grego em tempo presente vez após vez, sugerindo que ainda estavam a ocorrer (veja 5:1-3; 7:23, 27; 8:3-5; 9:6-9, 13, 25; 10:1, 3-4, 8, 11; 13:10-11). Terceiro, em 13:23 o autor refere-se à recente libertação de Timóteo, que, se associada ao seu ministério para com Paulo em Roma, requer uma data nos finais de 60.
Tema e Propósito:
Claramente, o tema de Hebreus é a incomparável grandeza de Cristo ou a Sua superioridade e, consequentemente, a superioridade do Cristianismo face ao sistema do Antigo Testamento. Várias palavras – melhor, perfeito e celestial – são usadas de forma proeminente para demonstrar isto. Como propósito prioritário, o autor procura demonstrar como Cristo é superior ou melhor de cinco formas significativas. Enquanto Filho, Ele é (1) superior aos profetas do Antigo Testamento (1:1-3), (2) aos anjos (1:4-2:18), (3) a Moisés (3:1-6), (4) a Josué (3:7-4:16) e (5) ao sacerdócio de Aarão (5:1-10:18). O objectivo deste tema é advertir os seus leitores contra os perigos de trocar a matéria daquilo que possuem em Cristo pelas sombras temporárias do sistema do Antigo Testamento. Assim, os leitores são avisados para prosseguirem até à maturidade e recompensa de crentes fiéis, participantes do seu chamamento celestial. A fim de fazerem isto, existem cinco passagens de aviso, inseridas de modo a desafiá-los a progredir na sua fé cristã (2:1-4; 3:1-4:13; 5:11-6:20; 10:26-39; 12:14-29).
Palavras-Chave:
As palavras-chave são melhor, que ocorre cerca de treze vezes, perfeito, que ocorre nove vezes, e celestial, que ocorre seis vezes. Portanto, o conceito-chave em Hebreus é a superioridade ou a incomparável grandeza de Cristo.
Versículos-Chave:
- 2:1-4 Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas. 2:2 Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, 2:3 como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram; 2:4 testificando, também, Deus, com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?
- 4:12-13 Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. 4:13 E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes, aos olhos daquele com quem temos de tratar.
- 4:14-16 Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão; 4:15 porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. 4:16 Cheguemo-nos, pois, com confiança, ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.
- 12:1-2 Portanto nós, também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado, que tão de perto nos rodeia, e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta, 12:2 olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à dextra do trono de Deus.
Capítulos-Chave:
O capítulo 1, que tão fortemente declara a divindade de Cristo enquanto Filho e revelação final de Deus, é certamente um capítulo-chave, mas o capítulo 11 também se destaca como o grande Corredor da Fama e da Fé. Apontando para os numerosos santos do Antigo Testamento que viveram pela fé, demonstra a verdade de 11:6, “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se aproximar d’Ele é necessário que se creia primeiro que Ele existe e que recompensa os que O procuram”.
Como Cristo É Visto em Hebreus:
Cumprindo o objectivo de mostrar a superioridade de Cristo, Hebreus torna-se indubitavelmente o livro individual mais cristológico do Novo Testamento. Aqui, Ele é declarado Filho, o próprio esplendor e representação da essência de Deus (1:3, 13), aquele que se sentou à direita de Deus (1:3), aquele que foi declarado Deus por Deus Pai (1:8-9), Criador eterno (1:10-12) e Sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque (7). Aqui, Cristo é apresentado como o Profeta, Sacerdote e Rei humano-divino. É visto como nosso Redentor que, tendo sido feito como os Seus irmãos, lidou de uma vez por todas com o nosso pecado e fez aquilo que os sacrifícios temporários jamais poderiam fazer. Como tal, encontra-se agora no Céu como nosso Grande Sumo Sacerdote, que simpatiza com as nossas fraquezas.
Plano Geral:
I. A Superioridade de Cristo Face aos Líderes da Antiga Aliança (1:1-7:28)
A. Cristo É Superior aos Profetas do Antigo Testamento (1:1-3)
B. Cristo É Superior aos Anjos (1:4-2:18)
C. Cristo É Superior a Moisés (3:1-6)
D. Cristo É Superior a Josué (3:7-4:13)
E. Cristo É Superior ao Sacerdócio Aarónico (4:14-7:28)
1. Exortação a permanecer firme (4:14-16)
2. Qualificações de um sacerdote (5:1-10)
3. Exortação a abandonar a letargia espiritual (5:11-6:12)
4. Certeza da promessa de Deus (6:13-20)
5. Cristo é superior à ordem sacerdotal (capítulo 7)
II. A Superior Obra Sacrificial enquanto Nosso Sumo Sacerdote (capítulos 8-10)
A. Uma Aliança Melhor (capítulo 8)
B. Um Santuário Melhor (9:1-12)
C. Um Sacrifício Melhor (9:13-10:18)
D. Exortações (10:19-39)
III. Apelo Final a Perseverar na Fé (capítulos 11-12)
A. Exemplos dos Heróis da Fé do Passado (capítulo 11)
B. Encorajamento a Perseverar na Fé (12:1-11)
C. Exortações a Perseverar na Fé (12:12-17)
D. Motivação para Perseverar na Fé (12:18-29)
IV. Conclusão (capítulo 13)
A. Princípios Práticos para a Vida Cristã (13:1-17)
B. Pedido de Oração (13:18-19)
C. Bênção (13:20-21)
D. Comentários Pessoais (13:22-23)
E. Saudações e Bênção Final (13:24-25)
Tiago
Autor e Título:
Esta epístola inicia-se com “Tiago de Deus... às doze tribos”6. De forma a indicar claramente o remetente, a Bíblia NET traduz “De Tiago, escravo de Deus... às doze tribos...7” Mas existiam quatro homens chamados Tiago no Novo Testamento. Os mesmos eram os seguintes: (1) o filho de Zebedeu e irmão de João (Marcos 1:19), (2) o filho de Alfeu (Marcos 3:18), (3) o pai de Judas (não o Iscariotes; Lucas 6:16), e (4) o meio-irmão do Senhor (Gl. 1:19). A este respeito, Ryrie escreve:
Dos quatro homens detentores do nome Tiago no Novo Testamento, apenas dois foram propostos como autores desta epístola – Tiago, filho de Zebedeu (e irmão de João), e Tiago, meio-irmão de Jesus. É improvável que o filho de Zebedeu tenha sido o autor, pois foi martirizado em 44 d.C. (Actos 12:2). O tom de autoridade da epístola não só exclui os dois “Tiagos” menos conhecidos do Novo Testamento (“Tiago Menor” e o Tiago de Lucas 6:16), mas também aponta para o meio-irmão de Jesus, que se tornou o líder reconhecido da igreja de Jerusalém (Actos 12:17; 15:13; 21:18). Esta conclusão é apoiada pelas semelhanças entre o grego desta epístola e o utilizado no discurso de Tiago no Concílio de Jerusalém (Tiago 1:1 e Actos 15:23; Tiago 1:27 e Actos 15:14; Tiago 2:5 e Actos 15:13).8
No texto grego, a partir de Tiago 1:1, o livro é simplesmente intitulado de Jakobos. O título antigo era Jakobou Epistle, “Epístola de Tiago”. Mas Tiago era realmente Jacob (Iako„bos). Desconhece-se a razão exacta pela qual os tradutores ingleses escolheram “Tiago” em detrimento de “Jacob”. “Tiago”, “Jake” e “Jacob” provêm todos da mesma raiz etimológica9. Traduções bíblicas em outras línguas tendem a utilizar o nome transliterado do hebreu yaàa†qo„b, “Jacob”. É possível questionar se o Rei James desejaria ver o seu nome na tradução inglesa que autorizou.
Destinatários:
Uma vez mais, dado o modo como Tiago se dirige aos destinatários, também aqui é preciso um comentário. Tiago dirige-se “às doze tribos da dispersão (diaspora), saúde”. Conforme é sugerido por “meus irmãos”, em 1:19 e 2:1, 7, trata-se de uma referência não à dispersão que ocorreu entre 66-70 d.C., mas aos judeus distantes da sua pátria, ao longo das dispersões passadas (veja Mt.1:11, 12, 17). Nos capítulos iniciais de Actos, judeus de todas as partes do mundo encontravam-se em Jerusalém para o Pentecostes (veja Actos 1:5). Muitos deles viram e ouviram o fenómeno do Pentecostes e começaram a acreditar em Cristo. Eventualmente, muitos regressaram às suas respectivas casas, em diversas regiões do mundo. Era para estes que Tiago estava a escrever. Outros, porém, vêem isto como uma referência aos cristãos judeus que haviam sido dispersos após a morte de Estêvão.10
Data: 45 ou 46 d.C.
Embora alguns sugiram uma data para Tiago tão antiga como o final dos 30s, e outros uma tão tardia como 150 d.C., a maioria dos estudiosos data o livro à volta de 45 d.C.. As razões são as seguintes: (1) Há um carácter judaico muito distinto no livro, sugerindo que terá sido escrito numa altura em que a igreja era ainda predominantemente judia. (2) Não há qualquer referência à controvérsia acerca da circuncisão dos gentios. (3) O termo grego synagoge (“sinagoga” ou “assembleia”) é usado para designar a assembleia ou local de assembleia da igreja, em detrimento do termo “igreja”, ekklesia (2:2). (4) A ausência de referência aos assuntos envolvidos no Concílio de Jerusalém, tais como a relação entre cristãos gentios e cristãos judeus (Actos 15:1 ss; 49 d.C.), sugere também uma data muito precoce. (5) “As alusões aos ensinamentos de Cristo têm uma concordância verbal tão escassa com os Evangelhos sinópticos que a epístola provavelmente precedeu-os.”11
Tema e Propósito:
Existe uma controvérsia significativa a respeito da natureza exacta do tema e propósito desta epístola. A respeito desta polémica, Ron Blue escreve:
Poucos livros da Bíblia foram mais difamados do que o pequeno Livro de Tiago. A controvérsia recaiu sobre a sua autoria, data, destinatários, canonicidade e unidade.
É bem sabido que Martinho Lutero teve problemas com este livro. Chamou-lhe “epístola de palha”. Mas apenas é de “palha” na medida em que é “complicada”. Existem agulhas suficientes neste palheiro para picar a consciência de cada cristão enfadonho, derrotado e degenerado deste mundo. Esta é uma “epístola estimulante”, destinada a exortar e encorajar, a desafiar e condenar, a admoestar e revivificar, a descrever a santidade prática e conduzir os crentes em direcção ao objectivo de uma fé que funciona. Tiago é severamente ético e revigorantemente prático.12
Claramente, Tiago preocupa-se com possuir uma fé que funciona, uma fé vital, poderosa e funcional. Mas parte da controvérsia diz respeito à natureza dessa fé. Estará ele a escrever para que se desenvolvam as características da verdadeira fé, versus a fé falsa de um crente meramente professo, ou estará ele a falar acerca da fé genuína de um verdadeiro crente, mas cuja fé se tornou morta e inactiva e, por conseguinte, inútil? Alguns afirmariam que Tiago “usa efectivamente estas características como uma série de testes para ajudar o leitor a avaliar a realidade da sua relação com Cristo”.13 Outros enfatizariam que Tiago escreve para advertir os crentes acerca das consequências de uma fé morta e inactiva, tanto a nível pessoal como corporativo, e para estimulá-los ao crescimento e à verdadeira maturidade espiritual. Em linha com este foco, Blue tem um excelente resumo do propósito de Tiago:
O propósito desta potente carta é exortar os novos crentes à maturidade cristã e a uma vida santa. Esta carta lida mais com a prática da fé cristã do que com os seus preceitos. Tiago disse aos seus leitores como alcançar a maturidade espiritual através de uma posição confiante, serviço compassivo, discurso cuidadoso, submissão contrita e partilha solícita. Lidou com cada área da vida de um cristão: o que ele é, o que faz, o que diz, o que sente e o que tem.
Com o seu ensinamento algo severo sobre a santidade prática, Tiago mostrou o modo com a fé e o amor cristãos deverão ser expressos numa variedade de situações reais. As partes do livro aparentemente não relacionadas podem ser harmonizadas à luz deste tema unificador. As pérolas não ficam a rolar dentro de uma caixa qualquer; são cuidadosamente enfileiradas a fim de produzir um colar de inestimável beleza.14
Palavras-Chave:
Num livro de apenas cinco capítulos, a palavra fé ocorre dezasseis vezes. Isto, em conjunto com a forte ênfase na vida piedosa e com a repetição de obras treze vezes no capítulo 2, mostra que estas são as duas palavras-chave do livro.
Versículos-Chave:
- 1:2-5. Meus irmãos, tende grande gozo quando caírdes em várias tentações, 1:3 sabendo que a prova da vossa fé obra a paciência. 1:4 Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma. 1:5 E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá, liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.
- 1:19-27 Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. 1:20 Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus. 1:21 Pelo que, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas. 1:22 E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. 1:23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao espelho o seu rosto natural; 1:24 porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de que tal era. 1:25 Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecediço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito. 1:26 Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã. 1:27 A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.
- 2:14-17. Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? 2:15 E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, 2:16 e algum de vós lhe disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos, e lhe não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? 2:17 Assim, também, a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
Capítulos-Chave:
Escolher um capítulo-chave em Tiago é difícil, mas os capítulos 1 e 4 destacam-se certamente. O capítulo 1 é fundamental na medida em que nos dá informação vital acerca da natureza e propósito das provações e tentações. As provações desenvolvem o carácter e, quando misturadas com fé, originam a maturidade; as nossas tentações vêm de dentro, nunca de Deus. O capítulo 4 também é um capítulo-chave graças àquilo que nos ensina acerca das três fontes de contendas, da natureza adúltera do mundanismo, de se aproximar de Deus e de resistir a Satanás, que foge quando lhe resistimos e nos aproximamos de Deus. Outros temas-chave encontrados noutros capítulos são fé e obras (2:14-26), o uso da língua (3:1-12) e a oração pelos doentes (5:13-16).
Como Cristo É Visto em Tiago:
Em 1:1 e 2:1, Tiago refere-se especificamente ao “Senhor Jesus Cristo”, antecipando depois a Sua vinda em 5:7-8. “Nos 108 versículos desta epístola, existem referências ou alusões a 22 livros do Antigo Testamento e pelo menos 15 alusões aos ensinamentos de Cristo personificados no Sermão da Montanha.”15
Plano Geral:16
I. Permanecer com Confiança (capítulo 1)
A. Saudação e cumprimento (1:1)
B. Regozijar-se nas diversas provações (1:2-12)
1. Atitude nas provações (1:2)
2. Vantagem das provações (1:3-4)
3. Auxílio nas provações (1:5-12)
C. Resistir à tentação mortal (1:13-18)
1. Fonte da tentação (1:13-14)
2. Etapas na tentação (1:15-16)
3. Solução para a tentação (1:17-18)
D. Repousar na verdade divna (1:19-27)
1. Receptividade para a Palavra (1:19-21)
2. Responsividade para a Palavra (1:22-25)
3. Conformidade com a Palavra (1:26-27)
II. Servir com Compaixão (capítulo 2)
A. Aceitar os outros (2:1-13)
1. Cortesia para com todos (2:1-4)
2. Compaixão para com todos (2:5-9)
3. Consistência em tudo (2:10-13)
B. Assistir os outros (2:14-26)
1. Expressão da verdadeira fé (2:14-17)
2. Evidência da verdadeira fé (2:18-20)
3. Exemplos da verdadeira fé (2:21-26)
III. Falar com Cuidado (capítulo 3)
A. Falar com controlo (3:1-12)
1. A língua é poderosa (3:1-5)
2. A língua é perversa (3:6-8)
3. A língua encontra-se poluída (3:9-12)
B. Cultivar o pensamento (3:13-18)
1. A sabedoria é humilde (3:13)
2. A sabedoria é graciosa (3:14-16)
3. A sabedoria é pacífica (3:17-18)
IV. Submeter-se com Contrição (capítulo 4)
A. Transformar o ódio em humildade (4:1-6)
1. Causa do conflito (4:1-2)
2. Consequência do conflito (4:3-4)
3. Cura do conflito (4:5-6)
B. Transformar o julgamento em justiça (4:7-12)
1. Conselho para a justiça (4:7-9)
2. Vantagem da justiça (4:10-11)
3. Autor da justiça (4:12)
C. Transformar a vanglória em crença (4:13-17)
1. Afirmação de vanglória (4:13)
2. Sentença da vanglória (4:14)
3. Solução para a vanglória (4:15-17)
V. Partilhar com solicitude (capítulo 5)
A. Partilhar o que se possui (5:1-6)
1. Consternação pela riqueza (5:1)
2. Corrosão da riqueza (5:2-3)
3. Condenação da riqueza (5:4-6)
B. Partilhar a paciência (5:7-12)
1. Essência da paciência (5:7-9)
2. Exemplos de paciência (5:10-11)
3. Evidência da paciência (5:12)
C. Partilhar as orações (5:13-20)
1. Sensibilidade para com os necessitados (5:13)
2. Súplica pelos necessitados (5:14-18)
3. Importância dos necessitados (5:19-20)
Primeira a Pedro
Autor e Título:
Que o apóstolo Pedro é o autor está claramente expresso no versículo de abertura: “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo” (1:1). Não só 1 Pedro foi universalmente reconhecida como obra do apóstolo Pedro pela Igreja primitiva, mas também há forte evidência interna que atesta a sua autoria. Quanto à evidência externa, Eusébio colocou 1 Pedro entre os homologoumena, e nenhum livro tem uma confirmação mais antiga ou forte do que 1 Pedro, conforme evidenciado por 2 Pedro 3:1.
A carta foi explicitamente atribuída a Pedro por aquele grupo de Pais da Igreja cujos testemunhos aparecem na confirmação de tantos escritos genuínos do Novo Testamento, nomeadamente Ireneu (140-203 d.C.), Tertuliano (150-222), Clemente de Alexandria (155-215) e Orígenes (185-253). Fica, portanto, claro que a autoria literária de Pedro goza de um apoio forte e antigo.17
A evidência interna para a autoria de Pedro é a seguinte: (1) Existem semelhanças claras entre esta carta e os sermões de Pedro registados em Actos (compare 1 Pd. 1:20 com Actos 2:23; 1 Pd. 4:5 com Actos 10:42). (2) Em Actos e 1 Pedro, a palavra grega xylon, “árvore, madeiro”, é usada por Pedro relativamente à cruz (confira Actos 5:30; 10:39; 1 Pd. 2:24). (3) Os temas, conceitos e diversas alusões às experiências de Pedro durante o ministério terreno do Senhor e a era apostólica apoiam também a autoria de Pedro (confira 1:8; 2:23; 3:18; 4:1; 5:1).
Mesmo com esta evidência, alguns estudiosos modernos têm desafio a autoria de Pedro em vários aspectos. Os seus argumentos e respectivas respostas encontram-se sumariados por Roger Raymer no que se segue:
Até tempos relativamente recentes, a autenticidade da afirmação da epístola relativamente à autoria apostólica permaneceu incontestável. Depois, alguns estudiosos modernos realçaram que Pedro era considerado “comum” e “sem instrução” pelos líderes religiosos judeus (Actos 4:13). O esplêndido estilo literário e uso sofisticado de vocabulário em 1 Pedro parecem indicar que o seu autor deveria ser mestre em grego. Os que negam a autoria de Pedro dizem que um tal pedaço artístico da literatura grega não poderia ter fluído da caneta de um pescador galileu.
Embora Pedro pudesse ser classificado como “sem instrução”, e embora o grego não fosse a sua língua materna, não era de modo algum “comum”. Os líderes judeus viam Pedro como não instruído simplesmente porque não fora treinado na tradição rabínica, e não porque fosse analfabeto. Lucas também registou (Actos 4:13) que esses mesmos líderes ficaram admirados com a confiança de Pedro e o poder da sua personalidade controlada pelo Espírito. O ministério público de Pedro abrangeu mais de 30 anos e levou-o de Jerusalém para Roma. Viveu e pregou num mundo poliglota. É razoável crer que, após três décadas, Pedro dominasse a língua da maioria daqueles a quem servia.
O estilo retórico e uso da metáfora empregados em 1 Pedro poderiam ser tão facilmente atribuídos quer a um orador público, quer a um estudioso literário. Certamente, Pedro dispunha de tempo e talento para se tornar um excelente comunicador do evangelho através da língua grega.
Quaisquer dúvidas adicionais sobre a autoria petrina que se baseiem no estilo linguístico podem ser respondidas pelo facto de que, aparentemente, Pedro usou Silvano como seu secretário (1 Pedro 5:12). Embora cristão de Jerusalém, Silvano era cidadão romano (Actos 16:36-37) e poderia ter grande facilidade no idioma grego. Mas quer Silvano tenha ou não ajudado Pedro com as nuances gramaticais do grego, o conteúdo da epístola permanece ainda assim a mensagem pessoal de Pedro, selada com a sua autoridade pessoal.18
Destinatários:
A epístola é endereçada “aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia”. Pedro usou duas palavras-chave para descrever os destinatários, “forasteiros” (grego, parepide„mos, uma palavra que enfatiza residência temporária e nacionalidade estrangeira) e “dispersão” (grego, diaspora, “dispersão”). Esta palavra “refere-se normalmente aos judeus que não viviam na Palestina, espalhados ao longo do mundo mediterrânico. Porém, aqui é provavelmente metafórica, usada em relação aos cristãos gentios, espalhados como povo de Deus no meio de um mundo pagão”.19 Mas talvez Pedro tivesse em vista tanto crentes judeus como gentios:
1 Pedro dirige-se aos cristãos dispersos pelas cinco províncias romanas da península da Ásia Menor. Hoje em dia, essa área corresponde ao norte da Turquia. Nessas províncias, as igrejas eram compostas de judeus e gentios. A epístola é abundante em referências e citações do Antigo Testamento. Os cristãos judeus encontrariam uma relevância especial no termo diasporas,, traduzido “dispersão”, usado na saudação (1:1). Os judeus que viviam fora de Jerusalém eram descritos como vivendo na diáspora.
À luz do seu passado de completa ignorância relativamente à Palavra de Deus (1:14), os leitores gentios iriam reparar na exortação de Pedro a uma vida santa. Os cristãos gentios também se sentiriam fortemente encorajados pelo facto de que, embora tivessem estado na ignorância, eram agora considerados “povo de Deus” (2:10). Claramente, Pedro incluiu com cuidado tanto cristãos judeus como gentios na sua carta de encorajamento às igrejas da Ásia Menor.20
Data: 63-64 d.C.
A tradição eclesial associa Pedro na parte final da sua vida à cidade de Roma. Caso a referência à Babilónia em 5:13 seja uma referência críptica a Roma, esta carta foi escrita enquanto Pedro esteve em Roma, durante a sua última década de vida, por volta de 63 d.C., mesmo antes do surto da perseguição de Nero, em 64 d.C.. Pedro olha para o estado de forma harmoniosa ou quiçá conciliatória (veja 1 Pd. 2:13-17), algo que seria mais difícil (mas não impossível) numa data mais tardia, debaixo do despoletar das perseguições de Nero.
Tema e Propósito:
Embora 1 Pedro toque em diversas doutrinas e tenha muito a dizer sobre a vida e responsabilidades cristãs, o tema e propósito de 1 Pedro centram-se em torno do problema do sofrimento – particularmente sob a forma de perseguição devido à fé. Tem sido descrita como um guia ou manual, mostrando aos cristãos como deverão viver enquanto forasteiros e embaixadores de Cristo, num mundo estranho e hostil (1:1, 13-21; 2:11-12; 3:14, 17; 4:1, 13, 15, 16, 19).
Existem vários propósitos específicos neste livro. Destina-se a proporcionar orientação para os crentes perseguidos, (1) focando-se na revelação iminente de Cristo e sua salvação (1:3-12), (2) seguindo Cristo como exemplo perfeito no sofrimento (2:21 ss) e (3) vivendo no mundo de acordo com a sua vocação como povo especial de Deus, mantendo uma boa reputação no mundo gentio (2:4-12 ss; 4:1 ss.). Outros propósitos incluem demonstrar a ligação vital entre doutrina e prática (5:12) e encorajar à liderança piedosa e ao pastoreio do rebanho de Deus (5:1 ss), que é um elemento essencial na capacidade da Igreja para funcionar com eficiência num mundo hostil.
Palavra-Chave:
A palavra-chave e conceito é, obviamente, “sofrer por Cristo”. A palavra “sofrer” aparece sob várias formas cerca de dezasseis vezes no livro. Intimamente associado a isto, como grande fonte de esperança e conforto, encontra-se o conceito da revelação iminente e glória de Cristo, que será revelada ou manifestada aos crentes acompanhada pela libertação ou salvação derradeira (veja 1:5, 7, 12, 13; 4:13; 5:1, 10-11).
Versículos-Chave:
- 1:3-7. Bendito seja o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo, para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos. 1:4 Para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós, 1:5 que, mediante a fé, estais guardados, na virtude de Deus, para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo. 1:6 Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais, por um pouco, contristados com várias tentações, 1:7 para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro, que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo.
- 1:14-21. Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia na vossa ignorância; 1:15 mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós, também, santos, em toda a vossa maneira de viver; 1:16 porquanto está escrito: “Sede santos, porque eu sou santo.” 1:17 E, se invocais por Pai aquele que, sem parcialidade, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, 1:18 sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, 1:19 mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, 1:20 o qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós; 1:21 e por ele credes em Deus, que o ressuscitou dos mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus.
- 3:15-17. Antes santificai a Cristo, como Senhor, nos vossos corações; e estai sempre preparados para responder, com mansidão e temor, a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós; 3:16 tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo. 3:17 Porque melhor é que padeçais, fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quiser), do que fazendo mal.
- 4:12-13. Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; 4:13 mas alegrai-vos no facto de serdes participantes das aflições de Cristo, para que, também, na revelação da sua glória, vos regozijeis e alegreis.
Capítulo-Chave:
Talvez devido à sua extensa orientação sobre como lidar com a perseguição, o capítulo quatro é o capítulo-chave de 1 Pedro.
Como Cristo É Visto em 1 Pedro:
Este livro está imbuído da pessoa e obra de Cristo. Através da ressurreição de Cristo, os cristãos adquirem “uma esperança viva” e “uma herança incorruptível” (1:3-4). Em várias passagens, Pedro fala da iminente glória e revelação de Cristo (1:7, 13; 4:13; 5:1). Também fala (1) da pessoa e obra de Cristo enquanto Cordeiro de Deus, que nos redimiu suportando os nossos pecados na cruz (1:18-19; 2:24), (2) de Cristo como nosso exemplo perfeito no sofrimento (2:21 ss) e (3) de Cristo como pastor Supremo e Guardião dos crentes (2:25; 5:4).
Plano Geral:
1 Pedro pode ser facilmente dividida em quatro secções: (1) a Salvação dos Crentes (1:1-12), (2) a Santificação dos Crentes (1:13-2:12), (3) a Submissão dos Crentes (2:13-3:12) e o Sofrimento dos Crentes (3:13-5:14).
I. A Salvação dos Crentes (1:1-12)
A. Saudação (1:1-2)
B. Esperança Futura (Viva) e Provações Presentes (1:3-9)
C. Salvação Presente e Revelação Passada (1:10-12)
II. A Santificação dos Crentes (1:13-2:12)
A. Convocação à Santidade (1:13-21)
B. Convocação ao Amor Mútuo Fervoroso (1:22-25)
C. Convocação a Desejar o Leite Puro da Palavra (2:1-3)
D. Convocação a Oferecer Sacrifícios Espirituais (2:4-10)
E. Convocação a Abster-se dos Desejos da Carne (2:11-12)
III. A Submissão dos Crentes (2:13-3:12)
A. Submissão ao Governo (2:13-17)
B. Submissão no Trabalho (2:18-25)
C. Submissão no Casamento (3:1-8)
D. Submissão em Todas as Áreas da Vida (3:9-12)
IV. O Sofrimento dos Crentes (3:13-5:14)
A. Conduta Necessária no Sofrimento (3:13-17)
B. Exemplo de Cristo no Sofrimento (3:18-4:6)
C. Recomendações no Sofrimento (4:7-19)
D. Guardas (Pastores) no Sofrimento (5:1-9)
E. Conclusão ou Bênção (5:10-14)
Segunda a Pedro
Autor e Título:
A autoria desta epístola é a mais disputada do Novo Testamento. Contudo, não só o autor se identifica claramente como Simão Pedro (1:1), mas também um conjunto de outras evidências internas apontam para ele como autor. Numa secção muito pessoal, quase como o testamento final de um pai moribundo, usa a primeira pessoa do singular para se referir a si mesmo (1:14), declara-se testemunha ocular da transfiguração (compare 1:16-18 com Mt. 17:1-5), afirma que esta carta é a segunda que envia aos leitores (3:1) e mostra o seu conhecimento pessoal do apóstolo Paulo, a quem chama “caríssimo irmão” (3:15). A respeito da autoria de Pedro, Ryrie escreve:
Muitos têm sugerido que outra pessoa que não Pedro escreveu esta epístola após 80 d.C., devido a (1) diferenças de estilo, (2) sua suposta dependência da epístola de Judas e (3) referência ao facto de as cartas de Paulo estarem a ser compiladas (2 Pd. 3:16). Porém, usar um escriba diferente, ou mesmo nenhum, também resultaria em alterações estilísticas; não há nenhuma razão pela qual Pedro não pudesse inspirar-se em Judas, embora seja mais provável que essa epístola tenha sido escrita depois de 2 Pedro; e 3:16 não se refere necessariamente a todas as cartas de Paulo, mas somente às que tinham sido escritas até àquele tempo. Para além disso, parecenças entre 1 e 2 Pedro apontam para um mesmo autor e a sua aceitação no cânone requer autoridade apostólica subjacente. Assumindo a autoria petrina, a carta foi redigida logo antes do seu martírio, em 67 d.C., mais provavelmente em Roma.21
Em The Bible Knowledge Commentary, Kenneth Gangel escreve:
No século quarto, a autoria petrina de 2 Pedro era fortemente defendida. Dois dos grandes teólogos da Igreja primitiva, Atanásio e Agostinho, consideravam 2 Pedro canónica. O Concílio de Laodiceia (372 d.C.) incluiu a epístola no cânone da Escritura. Jerónimo colocou 2 Pedro na Vulgata Latina (cerca de 404 d.C.). Adicionalmente, o grande terceiro Concílio de Cartago (397 d.C.) reconheceu a autoridade intrínseca e valor de 2 Pedro, afirmando formalmente que fora redigida pelo apóstolo Pedro.
Embora 2 Pedro seja o livro menos confirmado do Novo Testamento, o seu apoio externo ultrapassa de longe o de muitos outros livros bíblicos. A ausência de tradição eclesial antiga de suporte a 2 Pedro poderá certamente ser devida ao carácter breve da carta e à falta de comunicação entre cristãos durante tempos de perseguição intensa. Consequentemente, o silêncio do segundo século e a prudência do terceiro não colocam nenhum problema intransponível à erudição cuidadosa dos concílios canónicos do quarto século.22
Esta epístola é intitulada Petrou B, “Segunda de Pedro”, de modo a distingui-la da primeira carta escrita por Pedro.
Destinatários:
Esta é a segunda de duas cartas que Pedro escreveu a este grupo de crentes (veja 3:1) como uma espécie de testamento final, aviso e carta dos “últimos tempos” (1:14; 2:1 ss; 3:3), redigida no final da carreira do apóstolo (1:12-14). Escrevia a cristãos de fé preciosa, indubitavelmente a igrejas judias e gentias de “Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1 Pedro 1:1).
Data: 67-68 d.C.
Como uma espécie de carta de despedida, advertindo contra nuvens perigosas no horizonte, Pedro escreveu-a no final da sua carreira. De acordo com Eusébio, historiador da Igreja primitiva, Pedro foi martirizado durante as perseguições de Nero (por volta de 67–68 d.C.). É mais provável que a carta tenha sido redigida num desses anos.
Tema e Propósito:
Tal como o apóstolo Paulo advertia contra os perigos iminentes da apostasia nos últimos anos da sua vida e ministério (2 Timóteo), assim também Pedro advertia contra os perigos em permanente ascensão de falsos doutores, preditos pelos profetas, pelo Senhor e pelos Seus apóstolos (2:1; 3:1-3). O propósito desta carta breve encontra-se neste mesmo assunto, nesta ascensão de falsos doutores. Portanto, o propósito consiste em advertir contra estes perigos, com os quais a Igreja se depara.
Dado que Deus providenciou tudo o que é necessário para a vida e piedade (1:3), 2 Pedro é um apelo apaixonado para que o seu público cresça e amadureça em Cristo, para que não seja ocioso nem infrutuoso (1:8) e, com isto, como um alicerce, se guarde contra a corrente em ascensão de falsos doutores. Tal foi precipitado pelo facto de Pedro saber que o seu tempo na terra seria breve (1:13-15) e que o corpo de Cristo enfrentava perigo imediato (2:1-3). Assim, Pedro desejava refrescar as memórias deles e estimular o seu raciocínio (1:13; 3:1-2), de modo a que pudessem conservar, com firmeza, o seu ensinamento em mente (1:15). Para fazer isto, descreveu cuidadosamente qual deveria ser o aspecto dos crentes maduros, encorajando-os a crescer em graça e conhecimento do Salvador (confira 1:2-11; 3:18). Como apoio adicional para lidar com falsos doutores, recordou-lhes a natureza da Palavra de Deus enquanto seu alicerce seguro (1:12-21), avisando-os depois dos perigos iminentes dos falsos doutores, os quais também descreveu cuidadosamente, em conjunto com o seu julgamento certo (capítulo 2). Finalmente, encorajou os seus leitores com a certeza do regresso de Cristo (3:1-16). Com esta ênfase final no retorno do Senhor, Pedro deixou um último desafio. “Pelo que, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis, em paz; vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza; antes, crescei na graça e conhecimento do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade!” (3:14, 17-18).
Palavra-Chave:
A palavra ou conceito-chave de 2 Pedro é o de advertir contra os falsos profetas ou doutores e escarnecedores com palavras falsas (2:1-3; 3:3).
Versículos-Chave:
- 1:3. Seu divino poder nos deu tudo de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude.
- 1:20-21. Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo.
- 3:8-11. Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. 3:9 O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. 3:10 Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão. 3:11 Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser, em santo trato e piedade,
Capítulos-Chave:
O capítulo 1 é o capítulo-chave de 2 Pedro, pois nele somos presenteados com uma das mais claras passagens acerca da natureza da inspiração da Bíblia. Enquanto 2 Timóteo 3:16 declara claramente o facto da inspiração, 2 Pedro 1:19-21 descreve o “como” da inspiração, e ainda mais. Mostra-nos que (1) a Escritura é absolutamente confiável, uma palavra segura de profecia, (2) que nenhuma profecia da Escritura surge a partir da própria imaginação do profeta, isto é, este não a originou, mas, em vez disso, (3) o Próprio Espírito Santo é a origem da Escritura, assegurando a sua exactidão. Veja a nota de rodapé retirada da Bíblia NET.23
Como Cristo É Visto em 2 Pedro:
Pedro fala de Cristo como fonte de vida e piedade e, mantendo o foco, refere-se a Cristo como “Senhor e Salvador” quatro vezes, mencionando-O catorze vezes como “Senhor”. Adicionalmente, faz referência à gloriosa transfiguração na montanha santa e aguarda a segunda vinda do Salvador, ou parousia. Nesse momento, todo o mundo verá aquilo que Pedro e outros dois discípulos tiveram o privilégio de observar nessa montanha santa.
Plano Geral:
I. Saudações (1:1-2)
II. O Desenvolvimento ou Cultivo de um Carácter Cristão (1:3-21)
A. O Crescimento da Fé (1:3-11)
B. Os Fundamentos da Fé (1:12-21)
III. A Denúncia ou Condenação dos Falsos Doutores (2:1-22)
A. Seu Perigo e Conduta (2:1-3)
B. Sua Destruição e Condenação (2:4-9)
C. Sua Descrição e Características (2:10-22)
IV. O Plano e Confiança para o Futuro (3:1-18)
A. O Escárnio dos Falsos Doutores (3:1-7)
B. A Demora do Dia do Senhor (3:8-9)
C. A Dissolução Após o Dia do Senhor (3:10-13)
D. A Diligência Necessária em Vista dos Perigos (3:14-18)
Primeira a João
Autor e Título:
Embora o nome do autor não se encontre na carta, tem sido tradicionalmente atribuída ao apóstolo João. Diversas referências por parte de escritores cristãos antigos, incluindo Ireneu, Clemente de Alexandria e Tertuliano, falavam de João como autor desta epístola. Da perspectiva de evidência interna, existem algumas diferenças estilísticas em relação ao evangelho de João, mas estas podem ser atribuídas às diferenças entre uma epístola e um evangelho. Para além disso, existem muitas similaridades sob a forma de palavras-chave (habitar ou permanecer) ou imagens contrastantes, tais como justiça e pecado, luz e trevas, vida e morte, amor e ódio, verdade e engano. Adicionalmente, o escritor foi uma das testemunhas originais do Salvador, conhecendo-O intimamente (1:1-5). Assim, há muitas expressões e frases similares: compare 1 João1:1 com João 1:1, 14; 1:4 com João 16:24; 1:6-7 com João 3:19-21; e 4:9 com João 1:14, 18; 3:36. Não existem boas razões para que este livro não seja atribuído ao apóstolo João.
Embora seja geralmente aceite que a mesma pessoa escreveu o evangelho de João e estas três epístolas, alguns acham que os textos não foram redigidos (ao contrário do que é tradicionalmente defendido) pelo apóstolo João, filho de Zebedeu, mas sim por outro João (o ancião ou presbítero, 2 João 1; 3 João 1). Argumenta-se que (1) um homem sem estudos (Actos 4:13) não poderia ter escrito algo tão profundo como este evangelho; (2) o filho de um pescador não conheceria o sumo sacerdote como o apóstolo João; e (3) um apóstolo não chamaria a si mesmo “ancião”. Porém, “sem estudos” não significava iletrado, mas somente sem treino formal nas escolas rabínicas; alguns pescadores eram abastados (confira Marcos 1:20); e Pedro, embora apóstolo, chamava a si mesmo “ancião” (1 Pedro 5:1). Para além disso, se João, o ancião, é o “discípulo predilecto” e autor do evangelho, porque não mencionou nesse evangelho João, filho de Zebedeu, uma figura importante na vida de Cristo? Toda a evidência aponta para que o ancião João seja a mesma pessoa que o apóstolo João, autor desta carta.24
Destinatários:
Ao longo de toda a epístola, existem versículos indicativos de que João estava a escrever para fiéis (2:1, 12-14, 19; 3:1; 5:13), mas João não indica em nenhum local quem eram ou onde viviam. Este facto pode sugerir que se tratava de uma carta circular, a ser trocada entre várias igrejas, talvez em torno da cidade de Éfeso, já que escritores cristãos antigos colocavam João em Éfeso durante os últimos anos da sua vida.
O uso confirmado mais antigo de 1 João ocorreu na província da Ásia (actual Turquia), onde se localizava Éfeso. Clemente de Alexandria indica que João serviu em diversas igrejas, dispersas por essa província. Pode assumir-se, portanto, que 1 João foi enviada às igrejas da província da Ásia.25
Data: 85-90 d.C.
É difícil datar com precisão esta e as restantes epístolas de João mas, uma vez que muitos dos temas e palavras são tão similares ao evangelho de João, é razoável assumir que foi escrita após o evangelho. Foi indubitavelmente redigida após o evangelho, mas antes das perseguições de Domiciano, em 95 d.C.. Por conseguinte, uma data razoável situa-se algures entre 85-90 d.C..
Tema e Propósito:
O tema do livro é comunhão com Deus através do Senhor Jesus (1:3-7). Em vista da heresia que estes crentes enfrentavam, quiçá uma forma primitiva de gnosticismo, João escreveu para definir a natureza da comunhão com Deus, que descreve como luz, amor e vida. Deus É luz (1:5), Deus É amor (4:8, 16) e Deus É vida (veja 1:1-2; 5:11-13). Assim, andar em comunhão com Deus significa caminhar na luz que conduz à experiência da Sua vida, amor pelos outros e justiça. O livro, portanto, fornece um conjunto de testes ou provas de comunhão, embora alguns os vejam como testes de salvação. Porém, de acordo com o tema, o ensinamento dos falsos doutores e a natureza crente do seu público, é melhor vê-los como testes ou provas de comunhão, testes relativos a permanecer e conhecer o Salvador numa relação íntima, na qual se experiencia a vida transformadora do Salvador nos crentes.
É difícil determinar a estrutura exacta da heresia com que estes cristãos se deparavam mas, de acordo com o conteúdo de 1 João, envolveria a negação da realidade da encarnação e a afirmação de que o comportamento pecaminoso não impediria a comunhão com Deus. Por conseguinte, João escreveu para os seus “filhinhos” (2:1, 18, 28; 3:7, 18; 5:21) devido a, pelo menos, cinco razões: (1) para promover a verdadeira comunhão (1:3 ss), (2) para experimentar a alegria completa (1:4), (3) para promover a santidade através da verdadeira comunhão (1:6-2:2), (4) para prevenir e guardar contra a heresia (2:18-27), e (5) para dar garantias (5:11-13).
Palavras-Chave:
O termo-chave é comunhão, conforme expressado nos termos comunhão (1:3, 6, 7), permanecer, permanece, etc. (2:6, 10, 14, 17, 27, 28; 3:6, 9, 14, 15, 17, 24; 4:12, 13, 15, 16). Outras palavras-chave são justo, justiça, luz, trevas, pecado e transgressão.
Versículos-Chave:
- 1:5-2:2. E esta é a mensagem que dele ouvimos e vos anunciamos: que Deus é luz e não há nele trevas nenhumas. 1:6 Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos e não praticamos a verdade. 1:7 Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. 1:8 Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. 1:9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. 1:10 Se dissermos que não pecámos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. 2:1 Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo; 2:2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas, também, pelos de todo o mundo.
- 5:11-13. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus.
Capítulo-Chave:
Certamente, uma das passagens-chave em 1 João, e até mesmo no Novo Testamento, é o capítulo 1, graças à sua verdade a respeito do pecado, mesmo na vida do cristão. Andar na luz significa reconhecer honestamente o problema do pecado. Mais do que negar o pecado, este capítulo mostra-nos a necessidade de confessar o princípio do pecado (1:8), os pecados particulares ou pessoais (1:9) e a prática do pecado (1:10).
Como Cristo É Visto em 1 João:
O livro foca-se no actual ministério do Salvador na vida dos crentes, antecipando a Sua nova vinda. O Seu sangue limpa continuamente o crente de todo o pecado (1:7), bem como dos pecados pessoais e de toda a iniquidade, mediante a confissão do pecado (1:9). De facto, declara que Cristo é o nosso justo Intercessor diante do Pai (2:1), bem como a propiciação ou sacrifício expiatório, não só para os crentes, mas para todo o mundo (2:2); que Jesus é o Cristo que encarnou (2:22; 4:2-3); que veio pela água e pelo sangue, referência ao Seu baptismo e à cruz (5:6); e que virá novamente, altura em que O veremos e seremos como Ele (2:28-3:3).
Plano Geral:
I. Introdução e Propósito da Carta (1:1-4)
II. Condições Essenciais para a Comunhão (1:5-2:2)
A. Andar na Luz (1:5-7)
B. Confissão do Pecado (1:8-2:2)
III. Conduta Consistente Com a Comunhão (2:3-27)
A. O Carácter da Comunhão – Ser Como Cristo (2:3-11)
B. O Mandamento da Comunhão – Não Amar o Mundo (2:12-17)
C. As Precauções para a Comunhão – Guardar-se Contra o Anticristo (2:18-27)
IV. Características da Comunhão (2:28-5:3)
A. Pureza em Vista da Nossa Perspectiva (2:28-3:3)
B. Prática da Justiça em Vista da Morte de Cristo (3:4-24)
C. Provar (Testar) os Espíritos (4:1-6)
D. Modelo da Comunhão, Amar como Cristo Amou (4:7-5:3)
V. Consequências da Comunhão (5:4-21)
A. Vitória Sobre o Mundo (5:4-5)
B. Verificação das Credenciais de Cristo (5:6-12)
C. Verificação (Confiança) da Salvação do Crente (5:13)
D. Verificação da Oração Respondida (5:14-17)
E. Vitória sobre o Pecado Habitual (5:18-21)
Segunda a João
Autor e Título:
Embora não seja declarado, o autor é indubitavelmente o apóstolo João. Refere-se simplesmente a si mesmo como “o ancião” (presbuteros, “ancião, velho”), o que vai de encontro à relutância do autor do Evangelho de João e de 1 João quanto a identificar-se. Esta é a mesma auto-designação usada pelo autor de 3 João. O facto de se identificar tão simplesmente como “o ancião” sugere que seria bem conhecido e aceite por aqueles a quem escrevia. Tratava-se de um título oficial para o cargo de um ancião, mas talvez seja mais provável que o estivesse a usar sob a forma de designação carinhosa, através da qual era bem conhecido pelos seus leitores.
As parecenças estilísticas entre esta epístola, 1 João e o Evangelho de João sugerem que os três livros foram escritos pela mesma pessoa. Um conjunto de passagens mostra as similaridades: compare 2 João 5 com 1 João 2:7 e João 13:34-35; 2 João 6 com 1 João 5:3 e João 14:23; 2 João 7 com 1 João 4:2-3; e 2 João 12 com 1 João 1:4 e João 15:11.
Embora João pudesse enviar uma carta pessoal mais curta, parecida com uma carta mais longa que escrevera previamente, é pouco provável que um falsificador tentasse produzir um documento tão curto, que acrescentasse tão pouco ao que se encontrava em 1 João. Para além disso, uma falsificação posterior de 2 João (ou 3 João) tê-la-ia despojado da sua autoridade sobre os leitores, uma vez que os conteúdos de 2 e 3 João indicam que conheciam pessoalmente o autor.26
Uma vez que o livro tem sido tradicionalmente associado ao apóstolo João como autor, tem sido intitulado no texto grego Ioannou B, Segunda de João.
Destinatários:
A carta é dirigida “à Senhora eleita e a seus filhos” (v. 1; confira vv. 4-5).
Esta frase pode referir-se a um indivíduo ou a uma igreja (ou à Igreja em geral). Alguns têm sugerido que o destinatário é uma mulher cristã chamada “Electa” mas, no versículo 13, a mesma palavra é claramente um adjectivo, não um nome próprio. Outros consideram que a carta se dirige a uma senhora cristã chamada “Kyria” (explicação primeiramente proposta por Atanásio) ou a uma cristã anónima. Porém, a evidência interna de 2 João apoia claramente uma referência colectiva. No versículo 6, o destinatário é mencionado usando a segunda pessoa do plural, o que se repete nos versículos 8, 10 e 12. O singular só reaparece no versículo 13. É mais provável que as utilizações nos versículos 1 e 13 sejam colectivas. Alguns têm considerado uma referência à Igreja em geral, mas o versículo 13, referindo-se aos “filhos da tua irmã, a escolhida”, é difícil de compreender tendo a Igreja universal em mente. Assim, a explicação mais provável é a de que a “Senhora eleita” consiste numa igreja local particular, a alguma distância da localização do autor.
sn 2 João foi escrita para advertir uma igreja “irmã”, a alguma distância, referida como uma senhora eleita, relativamente aos esforços missionários dos falsos doutores separatistas (discutidos em 1 João) e aos perigos de os receberem quando chegassem.27
Data: 85-90 d.C.
É difícil datar a carta, mas as circunstâncias e temas sugerem que terá sido escrita por volta da mesma altura de 1 João (85-90 d.C.). As parecenças acima mencionadas também são indicativas disso (veja a discussão da data em 1 João).
Tema e Propósito:
O tema de 2 João é a preocupação do apóstolo em relação a que os seus leitores continuassem a andar na verdade da doutrina apostólica e de acordo com os mandamentos (vv. 4-6). Uma vez que “muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne” (v. 7), João escrevia para os proteger do engano perverso daqueles que se recusavam a permanecer no ensinamento de Cristo, mas que corriam além e para longe da verdade (v.9). Nesta linha de pensamento, vêem-se vários propósitos: (1) Escreveu para impedir que os seus leitores perdessem as coisas pelas quais haviam trabalhado juntos, incluindo uma recompensa plena (v.8), e (2) para lhes proporcionar instruções claras contra receberem esses falsos doutores nas suas casas ou igrejas, dando-lhes uma recepção cristã. Indubitavelmente, tal referia-se a reconhecê-los como doutores da verdade nas suas igrejas locais. João não estava a dizer-lhes para serem mal-educados ou se recusarem a dar-lhes testemunho.
Palavras-Chave:
As palavras-chave são “verdade” (nove ocorrências) e “mandamento” (14 vezes).
Versículos-Chave:
- 6-11. E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes: que andeis nele. 7 Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo. 8 Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganho, antes recebamos o inteiro galardão. 9 Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem Deus; quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto o Pai como o Filho. 10 Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tão-pouco o saudeis. 11 Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras.
Capítulos-Chave:
Uma vez que só existe um capítulo em 2 João, esta secção não é aplicável.
Como Cristo É Visto em 2 João:
Uma vez mais, tal como em 1 João, 2 João preocupa-se com a protecção da doutrina bíblica da encarnação. O autor escreveu para refutar o erro que nega que Jesus Cristo tenha vindo em carne. De facto, a afirmação no versículo 7, a respeito da negação de que “Jesus Cristo veio em carne”, pode até referir-se à encarnação num sentido triplo. Em contraste com 1 João 4:2, onde usou o particípio perfeito, “veio em carne” (ele„luthota), João utiliza aqui o particípio presente (erchomenon), “está vindo” ou “vem em carne”. Uma vez que o particípio presente pode apenas enfatizar os resultados, sendo por vezes traduzido como presente, pode não existir aqui nenhuma distinção, mas talvez João quisesse alargar o foco para a relevância da encarnação.
Este particípio presente parece incluir a anterior vinda de Cristo em carne aquando da Encarnação, a continuação actual da Sua humanidade erguida, bem como a Sua futura vinda à terra. Em contraste, o particípio perfeito em 1 João 4:2 enfatiza somente a Sua encarnação.28
Plano Geral:
I. Prólogo e Saudação (1:1-3)
II. Elogio por Andar na Verdade (1:4)
III. Mandamento para Que Continuem a Amar-se Uns aos Outros (1:5-6)
IV. Precauções e Instruções Contra os Falsos Doutores (1:7-11)
V. Comentários Conclusivos e Saudações Finais (1:12-13)
Terceira a João
Autor e Título:
Tal como acontece com 1 e 2 João, o apóstolo João é o autor desta epístola. Quer em 2, quer em 3 João, o autor identifica-se como “o ancião”. Adicionalmente, repare nas semelhanças encontradas em ambas as epístolas: “amo na verdade” (v.1 de ambas as cartas) e “andam na verdade” (v.4 de ambas as cartas). O estilo de ambas as epístolas é claramente o mesmo, e os esforços no sentido de negar que João seja o autor das três epístolas não possuem apoio ou evidência real.
A antiga opinião de que o Apóstolo João escreveu esta carta, bem como as outras duas, pode ser prontamente aceite. Em virtude dos laços estilísticos claros, os argumentos que apoiam a autoria apostólica de 1 João estendem-se a esta pequena epístola. Além disso, a autoridade auto-confiante do escritor de 3 João (confira v. 10) também beneficia a ideia de um apóstolo.29
Destinatários:
Esta é claramente a carta mais pessoal de João. É dirigida a um homem que João denomina “caríssimo Gaio” (v. 1), a respeito de problemas eclesiásticos que Gaio enfrentava. Para lá da simples descrição acima referida, o destinatário não recebe uma identificação adicional, sugerindo que seria bem conhecido nas igrejas da Ásia Menor, onde João serviu nos últimos anos da sua vida. Gaio é um nome familiar no Novo Testamento. Aparece em Romanos 16:23 (Gaio de Corinto), Actos 19:29 (Gaio de Macedónia) e Actos 20:4 (Gaio de Derbe).
Data: 85-90 d.C.
Uma vez mais, as semelhanças entre 1 e 2 João sugerem uma data similar, algures entre 85-90 d.C..
Tema e Propósito:
João escreveu a Gaio a respeito da questão de hospitalidade e apoio físico prestados a trabalhadores cristãos itinerantes (missionários), especialmente estrangeiros. O tema centra-se em torno do contraste entre o ministério de Gaio e sua generosa demonstração de amor cristão, enquanto alguém que anda na verdade, e o comportamento egoísta de Diótrefes que, em vez de andar na verdade, rejeitava o que João dissera e procurava preeminência pessoal (v. 9).
Vários propósitos distintos emergem nesta epístola: (1) elogiar Gaio (vv. 1-6a), (2) instruir e encorajar a continuação do seu apoio aos trabalhadores cristãos que João evidentemente enviara (vv. 6b-8), (3) admoestar Diótrefes pelo seu comportamento auto-centrado (vv. 9-11), (4) fornecer instrução para Demétrio (v. 12) e (5) informar Gaio a respeito do desejo e intenção de João quanto a visitá-lo e lidar com as dificuldades (vv. 10a, 13-14).
Palavra-Chave:
Embora nenhuma palavra se destaque por via da repetição como em 2 João, a ideia-chave é ministério fiel de serviço altruísta aos outros, enquanto trabalhadores companheiros na verdade (vv. 5-8).
Versículos-Chave:
- 6-8. Que, em presença da igreja, testificaram do teu amor; aos quais, se conduzires como é digno para com Deus, bem farás; 7 porque pelo seu nome saíram, nada tomando dos gentios. 8 Portanto, devemos receber os tais, para que sejamos cooperadores da verdade.
- 11 Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz bem é de Deus; mas, quem faz mal, não tem visto a Deus.
Capítulos-Chave:
Tal como em 2 João, esta secção não se aplica, pois existe apenas um capítulo.
Como Cristo É Visto em 3 João:
Embora o nome de Jesus Cristo não seja mencionado directamente, é-Lhe feita uma referência na afirmação “Pois por amor do seu nome partiram”. Indubitavelmente, trata-se de uma referência ao ministério em nome do Senhor Jesus (veja Actos 5:40-41, onde encontramos uma construção idêntica do grego no v. 41). Paulo usa uma frase similar em Romanos 1:5 e, em 1 João 2:12, o autor escreveu “pelo Seu nome (Jesus) vos são perdoados os pecados”. O Evangelho de João também faz referência a crer “no nome de Jesus” (João 1:12, 3:18).
Plano Geral:
I. Saudação ou Introdução (1)
II. Elogio de Gaio (2-8)
A. A Sua Piedade (2-4)
B. A Sua Generosidade (5-8)
III. Condenação de Diótrefes (9-11)
A. A Sua Ambição Egoísta (9)
B. As Suas Actividades Egoístas (10-11)
IV. Elogio de Demétrio (12)
V. Comentários Conclusivos (13-14)
Judas
Autor e Título:
O autor identifica-se como Judas (v. 1). Em grego, é literalmente Judas. Tradicionalmente, as versões inglesas têm usado Jude, de modo a distingui-lo do Judas que traiu Jesus. Além disso, identifica-se como irmão de Tiago e servo (grego, doulos) de Jesus Cristo. Judas é listado como meio-irmão de Jesus em Mt. 13:55 e Marcos 6:3. A Bíblia NET traz uma nota útil sobre isso:
Embora Judas fosse meio-irmão de Jesus, associou-se humildemente a Tiago, seu irmão de mãe e pai. Começando por chamar a si mesmo servo de Jesus Cristo, torna-se evidente que não desejava que alguém valorizasse em excesso as suas ligações físicas. Em simultâneo, precisa de se identificar ainda mais: uma vez que Judas era um nome comum no primeiro século (dois dos discípulos de Jesus eram assim chamados, incluindo aquele que O traiu), era necessária mais informação, daí dizer irmão de Tiago.30
No texto grego, o título é Iouda, uma forma indeclinável usada para o hebreu Judah e para o grego Judas.
Destinatários:
Judas não parece escrever para nenhum grupo específico de pessoas. Em vez disso, a carta é simplesmente endereçada “aos chamados, queridos em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo” (v. 1), dirigindo-se a eles mais tarde por “amados” ou “caríssimos” (v. 3).
Data: 70-80 d.C.
Embora o assunto seja muito similar ao de 2 Pedro, uma das principais diferenças entre Judas e 2 Pedro reside no facto de que, enquanto Pedro alertou que “haverá falsos doutores” (2:1), Judas afirma que “certos homens infiltraram-se dissimuladamente no meio de vocês” (v. 4). Uma vez que 2 Pedro antecipa o problema e Judas fala do mesmo como actual, Judas foi aparentemente redigida algum tempo após 2 Pedro. Se 2 Pedro é datada por volta de 66 d.C., então Judas poderá ser colocada por volta de 70-80 d.C..
Tema e Propósito:
Judas tencionava escrever acerca da salvação comum mas, devido aos avanços da heresia e ao perigo que ameaçava a Igreja, viu-se obrigado a escrever para encorajar os crentes a batalhar seriamente pela fé e contra os falsos ensinamentos, que estavam a ser secretamente introduzidos nas igrejas. Evidentemente, estavam a ser feitos avanços definitivos por parte de uma forma incipiente de Gnosticismo – não ascética, como aquela que Paulo atacara em Colossenses, mas uma forma antinomiana.
Os gnósticos consideravam perversas todas as coisas materiais e boas todas as coisas espirituais. Assim, cultivavam as suas vidas “espirituais” e permitiam que a sua carne fizesse tudo o que desejasse, tendo como consequência tornarem-se culpados de todos os tipos de pecado.31
A partir disto, podem ser vistos dois propósitos principais em Judas: (1) Condenar as práticas dos libertinos pecaminosos que infestavam as igrejas e corrompiam os crentes, e (2) aconselhar os crentes a permanecerem firmes, continuando a crescer na fé enquanto batalhavam pela verdade apostólica que havia sido dada à igreja.
Palavra-Chave:
A ideia ou palavra-chave é “batalhar pela fé”.
Versículos-Chave:
- 3 Caríssimos, estando eu muito preocupado em vos escrever a respeito da nossa comum salvação, senti a necessidade de dirigir-vos esta carta para vos exortar a lutar pela fé, confiada de uma vez para sempre aos santos.
- 24 Àquele, que é poderoso para nos preservar de toda a queda e nos apresentar diante da sua glória, imaculados e cheios de alegria.
Capítulos-Chave:
Tal como em 2 e 3 João, dado que este livro tem um só capítulo, esta secção não é aplicável.
Como Cristo É Visto em Judas:
Judas foca a nossa atenção na segurança do crente em Cristo (v. 24), na vida eterna que Ele dá (v. 21) e na certeza de que virá novamente (v. 21). É Jesus Cristo, nosso Senhor, quem nos confere acesso à presença de Deus (v. 25).
Plano Geral:
I. Saudações e Propósito (1-4)
II. Descrição e Denúncia dos Falsos Doutores (5-16)
A. O Seu Juízo Passado (5-7)
B. As Suas Características Presentes (8-13)
C. O Seu Juízo Futuro (14-16)
III. Apologia e Exortação aos Crentes (17-23)
IV. Bênção (24-25)
©2018. Artigo original por J. Hampton Keathley III, Th.M.
Tradução de C. Oliveira
J. Hampton Keathley III, Th.M., licenciou-se em 1966 no Seminário Teológico de Dallas, trabalhando como pastor durante 28 anos. Em Agosto de 2001, foi-lhe diagnosticado cancro do pulmão e, no dia 29 de Agosto de 2002, partiu para casa, para junto do Senhor.
Hampton escreveu diversos artigos para a Fundação de Estudos Bíblicos (Biblical Studies Foundation), ensinando ocasionalmente Grego do Novo Testamento no Instituto Bíblico Moody, Extensão Noroeste para Estudos Externos, em Spokane, Washington.
1 Thiessen, p. 271.
2 Wilkinson/Boa, p. 450.
3 Ryrie, p. 1943.
4 Wilkinson/Boa, p. 454.
5 Walvoord/Zuck, versão electrónica.
6 Nota de Tradução – no inglês original, “James of God … to the twelve tribes.” Na ausência de uma versão bíblica portuguesa com sentido similar, o tradutor optou por uma tradução livre do versículo.
7 Nota de Tradução – no inglês original, “From James, a bond-servant of God … to the twelve tribes". Não estando a bíblia NET disponível em português, o tradutor optou por uma tradução livre do versículo.
8 Ryrie, p. 1966.
9 Nota de Tradução – No inglês original, "James, Jake and Jacob".
10 Zane Hodges, The Epistle of James: Proven Character Through Testing, Grace Evangelical Society, Irving, TX, 1994, p. 15.
11 Wilkinson/Boa, p. 465.
12 Walvoord/Zuck, versão electrónica.
13 Wilkinson/Boa, p. 465.
14 Walvoord/Zuck, versão electrónica.
15 Ryrie, p. 1966.
16 Escolhi utilizar aqui o plano geral de Ron Blue, retirado de The Bible Knowledge Commentary. Trata-se de um dos planos gerais do livro de Tiago mais exactos e inovadores que já vi. Ron foi um colega de turma no Seminário de Dallas, sendo isto típico do seu excelente trabalho.
17 The NIV Study Bible Notes, Biblioteca Electrónica Zondervan NIV.
18 Walvoord/Zuck, versão electrónica.
19 Nota de Rodapé proveniente de Bíblia NET, The Biblical Studies Press.
20 Walvoord/Zuck, versão electrónica.
21 Ryrie, p. 1984.
22 Walvoord/Zuck, versão electrónica.
23 tn O versículo 20 é interpretado de várias formas. Existem aqui três termos-chave que ajudam a decidir quanto à interpretação e tradução. De igual modo, a relação com o versículo 21 informa relativamente ao significado deste versículo. (1) O termo "provém" (givnetai [ginetai]) é frequentemente traduzido por "é um assunto", tal como em "é um assunto de interpretação própria". Mas a força progressiva deste verbo é muito mais comum. (2) O adjectivo ijdiva (idias) tem sido entendido como significando (a) do próprio indivíduo (isto é, do próprio leitor), (b) próprio de algo (isto é, próprio da profecia específica) ou (c) próprio do profeta. Os estudiosos católicos tendem a ver uma referência ao leitor (no sentido de que nenhum leitor individual pode compreender a escritura, mas precisa da interpretação disponibilizada pela Igreja), enquanto estudiosos protestantes mais antigos tendem a ver uma referência à passagem individual a ser profetizada (daí a doutrina da Reforma da analogia fidei [analogia da fé], ou da escritura interpretando a escritura). Mas nenhuma destas perspectivas se refere de modo satisfatório à relação entre os versículos 20 e 21, nem faz plena justiça ao significado de givnetai. (3) O significado de ejpivlusi (epilusis) é difícil de determinar, uma vez que é um hapax legomenon bíblico. Embora no grego extra-bíblico seja por vezes utilizado no sentido de interpretação, este não é de modo algum um significado necessário. A ideia básica da palavra é desprender, o que pode indicar uma explicação ou uma criação. Por vezes, tem o sentido de solução, ou mesmo de encantamento, podendo ambos os significados facilmente acomodar algum tipo de declaração profética. Para além disso, até mesmo o sentido de explicação ou interpretação se adequa com facilidade a uma profecia, uma vez que, frequentemente – se não mesmo usualmente –, os profetas explicavam visões e sonhos. Não existe qualquer exemplo no qual esta palavra se refira à interpretação da escritura; contudo, ao sugerirmos que interpretação é o significado, trata-se da interpretação que o profeta faz da sua própria visão. (4) No início do versículo 21, gavr (gar) proporciona a base para a verdade da proposição no versículo 20. A ligação que faz mais sentido é que os profetas não inventaram as suas próprias profecias (v. 20), uma vez que o impulso para profetizar veio de Deus (v. 21).
sn Jamais a profecia teve origem na vontade humana, 2 Pd.1:20-21, forma, assim, um inclusio com o versículo 16: a fé e esperança cristãs não se baseiam em fábulas engendradas com esperteza, mas sim na Palavra segura de Deus – proferida pelos profetas, inspirados pelo Espírito de Deus. A ideia de Pedro é a mesma que se encontra em outras partes do Novo Testamento, isto é, que os profetas humanos não originaram a mensagem, mas que a transmitiram, usando para isso as suas próprias personalidades.
24 Ryrie, p. 1990.
25 NIV Study Bible, Biblioteca electrónica.
26 Craig S. Keener, The IVP Bible Background Commentary: New Testament, InterVarsity, Downers Grove, 1997, c 1993, versão electrónica, Logos Library System.
27 Nota de Tradução, The NET Bible, The Biblical Studies Press, 1998, versão electrónica, Logos Library System.
28 Ryrie, p. 2000.
29 Walvoord/Zuck, versão electrónica.
30 NET Bible, versão electrónica.
31 Ryrie, p. 2005.
Related Topics: Introductions, Arguments, Outlines
6. O Livro Profético
Related MediaRevelação (Apocalipse)
Introdução
Com o livro da Revelação, temos a conclusão e consumação da Bíblia enquanto revelação de Deus ao homem. Do mesmo modo que Génesis é o livro dos primórdios, Revelação é o livro da consumação, antecipando os eventos do fim dos tempos, o regresso do Senhor, o Seu reinado final e o estado eterno. Ao avançar-se na Bíblia, vai sendo introduzido e desenvolvido um conjunto de grandes temas, começando com Génesis e ideias como o céu e a terra; o pecado, sua maldição e a tristeza; o homem e sua salvação; Satanás, sua queda e condenação; Israel, sua eleição, bênção e disciplina; as nações, Babilónia e o babilonianismo; os reinos e o Reino. Porém, em última análise, todos estes encontram o seu cumprimento e resolução no Livro da Revelação. Os evangelhos e as epístolas começam a unir estes pontos, mas é apenas quando chegamos a Revelação que todos convergem numa grande consumação. Podemos esquematizar isto como se segue:
Autor e Título:
De acordo com o próprio livro, o nome do autor era João (1:4, 9; 22:8). Era um profeta (22:9) e líder, conhecido nas igrejas da Ásia Menor, a quem escreveu o livro da Revelação (1:4).
Tradicionalmente, este João tem sido identificado como o Apóstolo João, um dos discípulos de Nosso Senhor. A diferença de estilo relativamente ao Evangelho de João deve-se apenas à diferença na natureza deste livro, enquanto literatura apocalíptica.
Um pai da Igreja primitiva, Ireneu, afirma que João se instalou primeiro em Éfeso, sendo mais tarde preso e banido para a Ilha de Patmos, no Mar Egeu, para trabalhar nas minas, e que tal ocorreu durante o reinado do imperador romano Domiciano. Isto apoia a declaração do próprio autor quanto a escrever a partir de Patmos por causa do seu testemunho de Cristo (1:9).
Data: 90s d.C.
Domiciano reinou em Roma de 81 a 96 d.C.. Uma vez que Ireneu nos diz que João escreveu a partir de Patmos durante o reinado de Domiciano, e dado que tal é confirmado por outros escritores da Igreja primitiva, tais como Clemente de Alexandria e Eusébio, a maioria dos estudiosos conservadores acredita que o livro foi redigido entre 81-96 d.C.. Tal faria dele o último livro do Novo Testamento, logo após o Evangelho de João e suas epístolas (1, 2 e 3 João). Outros estudiosos conservadores crêem que foi escrito muito antes, por volta de 68, ou antes da destruição de Jerusalém.
Tema e Propósito:
A compreensão que se faz do tema depende, em certo grau, do método de interpretação de Revelação (confira abaixo). Segundo a perspectiva futurista de interpretação, o tema proeminente do livro diz respeito ao conflito com o mal, sob a forma de personalidades humanas energizadas por Satanás e respectivo sistema mundial, bem como à vitória triunfante do Senhor, que derrubará estes inimigos de modo a estabelecer o Seu reino, tanto no Milénio (os 1,000 anos de Revelação 20) como na eternidade.
Tal é conseguido levando o leitor e os ouvintes (1:3) aos bastidores, através das visões dadas a João, de modo a demonstrar a natureza demoníaca e a fonte do mal terrível que existe no mundo. Porém, Revelação demonstra ainda o poder conquistador que repousa no Leão da tribo de Judá, a Raiz de David. Este Leão é também o Cordeiro de pé, como que imolado, mas vivo, zangado, trazendo o julgamento da imponente santidade de Deus contra um mundo rebelde e pecaminoso.
Contudo, no estudo deste livro, a verdadeira questão é a forma como a pessoa o interpreta. Ryrie sintetiza as quatro perspectivas principais quanto à interpretação de Revelação, escrevendo:
Existem quatro pontos de vista principais a respeito da interpretação deste livro: (1) preterista, que olha as profecias do livro como já cumpridas durante a história antiga da Igreja; (2) histórica, que entende o livro como retratando o panorama da história da Igreja, desde os dias de João até ao fim dos tempos; (3) idealista, que considera o livro como sendo uma revelação ilustrada de grandes princípios em conflito constante, sem referência a eventos concretos; e (4) futurista, vendo a maioria do livro (Rv. 4-22) como uma profecia a aguardar cumprimento. A perspectiva futurista é a que se utiliza nestas notas, com base no princípio de interpretação literal do texto.1
Para mais acerca da interpretação deste livro e sua importância, consulte Studies in Revelation, disponível no website da Biblical Studies Foundation em www.bible.org.
Independentemente do método de interpretação, a maioria reconhece que foi redigido para assegurar os destinatários acerca do derradeiro triunfo de Cristo sobre todos os que se levantam contra Ele e o Seu povo.
Palavras-Chave:
Conforme declarado no título do livro, e uma vez que o mesmo revela a pessoa e obra de Cristo no Seu serviço à Igreja actual (capítulos 1-3) e futura (4-22), a palavra ou conceito-chave é a Revelação de Jesus Cristo.
Versículos-Chave:
- 1:7. Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o trespassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Ámen.
- 1:19-20. Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que, depois destas, hão de acontecer: 1:20 o mistério das sete estrelas, que viste na minha dextra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.
- 19:11-16. E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. 19:12 E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo; 19:13 e estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus; 19:14 e seguiam-no os exércitos no céu, em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro; 19:15 e da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso; 19:16 e no vestido e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores.
Capítulos-Chave:
Decidir quais os capítulos-chave num livro como Revelação não é fácil, mas os capítulos 2-3, contendo as mensagens de promessas e avisos enviadas às sete igrejas, são certamente capítulos-chave. Adicionalmente, os capítulos 4-5, que preparam o leitor para o grande conflito revelado nos capítulos que se seguem, são também fundamentais. Neles vemos como apenas o Senhor Jesus, o Leão e o Cordeiro, é digno de abrir o livro dos selos, derramando o seu conteúdo sobre a terra. Por fim, os capítulos 19-22 são importantes na medida em que nos apresentam o fim da história, radicalmente diferente daquilo que vemos hoje em dia.
...Em Revelação 19-22, os planos de Deus para os últimos dias e para toda a eternidade são registados com termos explícitos. O estudo cuidadoso e a obediência aos mesmos trarão as bênçãos prometidas (1:3). As palavras de Jesus, "Eis que venho cedo", deverão ser guardadas no lugar mais alto da mente e no fundo do coração.2
Intervenientes-Chave:
Dado os papeis que desempenham, há um conjunto de intervenientes-chave neste livro. Tais são, antes de tudo, o Senhor Jesus, seguido de João, o autor, e também as duas testemunhas, a besta que sai do mar e o falso profeta. Finalmente, estas personagens formam um grupo importante em conjunto com a esposa que, no capítulo 19, regressa com o Senhor.
Como Cristo É Visto em Revelação:
Uma vez que Revelação é, de facto, "A Revelação de Jesus Cristo", demonstra a Sua glória, sabedoria e poder (1), retrata a Sua autoridade sobre a Igreja (2-3) e o Seu poder e direito de julgar o mundo (5-19). Enquanto revelação de Cristo, está carregada de títulos descritivos. Em particular, descreve Jesus Cristo (1:1) como a testemunha fiel, o primogénito de entre os mortos, o soberano dos reis da terra (1:5), o primeiro e o último (1:17), aquele que vive (1:18), o Filho de Deus (2:18), santo e verdadeiro (3:7), o Ámen, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da criação de Deus (3:14), o Leão da tribo de Judá, o Descendente de David (5:5), um Cordeiro (5:6), Fiel e Verdadeiro (19:11), o Verbo de Deus (19:13), Rei dos reis e Senhor dos senhores (19:16), Alfa e Ómega (22:13), a Estrela Radiosa da Manhã (22:16) e o Senhor Jesus Cristo (22:21).
Plano Geral:
I. Prólogo (1:1-8)
II. As Coisas Passadas (1:9-20)
III. As Coisas Presentes (2-3)
A. A Mensagem para Éfeso (2:1-7)
B. A Mensagem para Esmirna (2:8-11)
C. A Mensagem para Pérgamo (2:12-17)
D. A Mensagem para Tiatira (2:18-29)
E. A Mensagem para Sardes (3:1-6)
F. A Mensagem para Filadélfia (3:7-13)
G. A Mensagem para Laodiceia (3:14-22)
IV. As Coisas Preditas (4:1-22:5)
A. O Período de Tribulação (4:1-19:21)
1. O Trono no Céu (4:1-11)
2. O Livro Selado com Sete Selos e o Leão Que Também É um Cordeiro (5:1-14)
3. Os Juízos Selados (6:1-17)
4. Interlúdio: Os Redimidos da Tribulação (7:1-17)
5. Os Primeiros Quatro Juízos da Trombeta (8:1-13)
6. A Quinta e Sexta Trombetas e os Primeiros Dois Ais (9:1-20)
7. O Anjo e o Pequeno Livro (10:1-11)
8. O Templo, as Duas Testemunhas e a Sétima Trombeta (11:1-19)
9. O Conflito Angélico (12:1-17)
10. A Besta e o Falso Profeta (13:1-18)
11. Anúncios Especiais (14:1-20)
12. Prelúdio às Últimas Sete Pragas (15:1-8)
13. Os Juízos das Taças (16:1-21)
14. O Juízo da Babilónia Religiosa (17:1-18)
15. O Juízo da Babilónia Comercial (18:1-24)
16. A Segunda Vinda de Cristo (19:1-21)
B. O Reinado de Cristo (Milénio) e o Grande Trono Branco (20:1-15)
1. Satanás Aprisionado (20:1-3)
2. Santos Ressuscitados (20:4-6)
3. Pecadores em Rebelião (20:7-9)
4. Satanás Condenado (20:10)
5. Pecadores Julgados (20:11-15)
C. O Estado Eterno (21:1-22:5)
1. A Descida da Nova Jerusalém (21:1-8)
2. A Descrição da Nova Jerusalém (21:9-27)
3. As Alegrias da Nova Jerusalém (22:1-5)
D. Epílogo (22:6-21)
1 Ryrie, p. 2009.
2 Wilkinson/Boa, p. 513.
Related Topics: Canon, Introductions, Arguments, Outlines, Prophecy/Revelation
Inappropriate Ads
We apologize for any inappropriate ads that may have displayed. We block many categories to try to make sure this does not happen, but some advertisers don't properly categorize their ads and some slip through.
We When reporting inappropriate we need the following information:
- The advertisers company name
- Right mouse click on the ad and choose "copy url" and then paste that into the comments part of the form.
That will help us track down the ad so we can block that advertiser.
Thanks for your help in this matter.
Click here
La Revue Internet Des Pasteurs, Fre Ed 27, Edition du printemps 2018
Edition Printemps 2018
“Renforcer l’Église dans la prédication et le leadership bibliques “
Author: Dr. Roger Pascoe, President,
The Institute for Biblical Preaching
Cambridge, Ontario, Canada
Email: [email protected]
Phone: 519-620-2375
Partie I: Se Preparer A La Predication
“Conclure votre Sermon”
A. Finaliser Le Manuscrit
Il y a eu beaucoup de débats au cours des années sur la question de savoir si les prédicateurs devraient utiliser des manuscrits de sermons complets sur la chaire, ou un bref sermon, ou des notes de sermons, ou ne rien utiliser.
1. Un Manuscrit Complet
À moins que vous ayez eu une expérience considérable de prédication, je vous recommande d'écrire vos sermons en entier, même si vous ne prenez pas le manuscrit complet sur la chaire avec vous.
2. Un Resume De Sermon
J'utilise un résumé de sermon. Par « résumé de sermon», je veux dire des notes partielles, un manuscrit partiel, des paragraphes de synthèse.
Les principales caractéristiques d'un résumé de sermon sont:
- Écrivez les phrases «principales» en entier
Découper le matériel sous les phrases principales. Cela peut être sous forme de note.
- Écrire des illustrations en entier.
Je les insère dans une bordure pour les identifier facilement.
- Rédiger des applications sous forme d'idée pour vous rafraîchir la mémoire
Comme les illustrations, j'insère des applications dans une bordure pour les identifier facilement. Cela vous aide également à évaluer si vous faites des applications au moment approprié de vos sermons et quelle partie de votre sermon est une application.
Lorsque vous prêchez des applications, vous pouvez vous permettre d'être plus extemporané, mais assurez-vous d'avoir réfléchi au préalable. Les applications sont très importantes. Assurez-vous de les rendre contemporains et pertinents.
- Écrivez l'introduction en entier
Mémorisez votre introduction - au moins l'introducteur "attention-getter". Assurez-vous que votre "sermon-en-une-phrase" est soigneusement, succinctement et correctement déclarée.
- Ecrivez votre conclusion en entier
Réfléchissez soigneusement à la façon dont vous ferez votre dernier appel à la fin de votre sermon et comment vous demanderez aux gens de réagir.
- Ecrivez complètement toutes vos transitions entre les principaux points.
Les transitions entre les segments de votre sermon sont un aspect très important de la prédication. Cela vous assure que les gens vous suivent, c’est à dire qu'ils savent comment vous avez progressé d'un point principal à l'autre.
There are several advantages to using a sermon brief:
a) It gives me all the crucial data I need without forcing me to take the time to write the whole sermon out word-for-word.
b) It prevents me from falling into the trap of over preparation.
c) It prevents me from reading my sermon.
L'utilisation d'un résumé de sermon présente plusieurs avantages:
a)Cela me donne toutes les données cruciales dont j'ai besoin sans me forcer à prendre le temps d'écrire tout le sermon mot pour mot.
b) Cela m'empêche de tomber dans le piège de la préparation excessive.
c) Cela m'empêche de passer le temps à lire mon sermon.
d) Il établit la feuille de route du sermon pour ne pas dévier de sa route ou oublier des points importants.
e) Il me fournit les bonnes paroles au bon moment (par exemple pour les points principaux et le matériel explicatif).
f) Cela me relie à d'autres Écritures dont je ne me souviendrais peut-être pas autrement.
g) Il marque les illustrations appropriées aux points appropriés.
h) Il me focalise sur les applications aux points appropriés.
i) Cela m'indique les transitions en cas de besoin que je pourrais sinon oublier.
j) Il règle la longueur du sermon.
Même si vous ne pouvez pas écrire un manuscrit complet, assurez-vous ...
- Que votre résumé de sermon inclut des mots, des phrases, des images, etc., soigneusement réfléchis, car vous ne pouvez généralement pas penser aux mots appropriés.
- Que votre résumé de sermon suive des sections de sermons soigneusement écrites (introduction, points principaux, illustrations, application, conclusion)
- Que votre mémoire de sermon est écrit dans un format que vous ne semblez jamais lire.
Conclusion. Toutes sortes de manuscrit ou de notes que vous finissez de prendre avec vous sur la chaire, souvenez-vous que les sermons sont une offrande à Dieu qui a un impact éternel sur la vie des gens et qui méritent donc une préparation minutieuse.
B. Finaliser Le Message
Se préparer à prêcher va au-delà d'écrire un manuscrit. Votre manuscrit doit devenir un message de Dieu que vous transmettez au peuple. Par conséquent, une fois la préparation du manuscrit terminée ...
1. Examiner Le Message Dans La Priere
Faire des changements de dernière minute dans la grammaire, la théologie, l'exégèse, l'illustration, les applications, le libellé, etc. Tester tout le sermon:
- Est-ce biblique, précis et clair?
- Les illustrations sont-elles vraies?
- Les applications sont-elles pertinentes?
- Est-ce que tout est nécessaire?
- Chaque point contribue-t-il?
Éliminer ce qui n'est pas nécessaire, vrai, précis ou nécessaire. Familiarisez-vous avec la mise en page et le contenu et le flot de pensée du sermon. Ajoutez tout ce qui est nécessaire pour le renforcer. Assurez-vous que quelqu'un qui n'a jamais entendu ce message puisse le comprendre et le suivre.
2. Relier Le Message Dans La Riere (prêchez-le à vous-même)
Reliez le sermon d'abord à vous-même (avant de le prêcher à votre peuple), en termes d'application et d'obéissance. Nous n'avons pas le droit de prêcher un sermon que nous n'avons pas obéi nous-mêmes. C'est le processus d'incarnation. Assurez-vous de vous appropriez du message ou que vous possédez le message.
3. Repeter Le Message Dans Un Esprit De Priere (priez pour cela devant Dieu)
En priant, passez le sermon entier devant Dieu. Répétez dans une méditation le sermon - présentez le message à Dieu en lui demandant de vous montrer tout ce qui devrait être changé ou éliminé, et tout ce dont vous avez besoin pour obéir, confesser ou appliquer à votre propre vie. Cette discipline solennelle révélera si d'autres ajustements doivent être faits ou si vous avez Son approbation. Seulement en ce moment êtes- vous prêts à prêcher. Dans votre prière, je suggère que vous offriez votre sermon à Dieu comme un sacrifice, demandant que cela puisse bien lui plaire.
4. Conclusion
En tant que messager du Seigneur, utilisez toute méthode de la chaire qui vous met à l'aise et qui vous rend le plus efficace dans la communication de la Parole de Dieu. "Soyez diligents pour vous présenter devant Dieu, comme un ouvrier qui n'a pas n’a pas à rougir, dispensant correctement la parole de la vérité." Puis sortez et "Prêchez la Parole”.
C. Revision Finale
1. Chaque Sermon A Quatre Composants Essentiels Dans Sa Structure
a) Une introduction
C'est là que vous gagnez l'attention de votre auditoire, énoncez votre sujet, votre proposition («sermon-en-une-phrase»), et vous vous connectez à l’auditoire et à la Parole.
b) Un corps (exposition ou le développement)
Le corps de votre sermon se compose du matériel explicatif, généralement divisés en points principaux, illustrations et applications.
c) Une sommation ou un résumé
C'est ici que vous tirez la conclusion de votre sermon par la condensation, l'exhortation et l'invitation (voir l'édition hiver 2018 de ce journal).
d) Les phrases transitionnelles
Les phrases transitionnelles vous aident à faire une transition douce et logique entre les parties principales d'un sermon - entre l'introduction et le développement du sermon; entre les principaux points du sermon; et entre le corps et la conclusion.
2. Chaque Sermon A Quatre Défis
a) Pour étirer l'esprit = enseigner, informer, connaître Dieu, vision biblique du monde
b) Agiter ou remuer, adoucir, toucher le coeur = affection, relation avec le Christ
c) Stimuler, sensibiliser, reveiller la conscience = confession, sainteté de vie
d) Former, soumettre la volonté = obéissance, soumission à la volonté de Dieu
Revoyez chaque sermon pour vous assurer qu'il répond à ces quatre défis.
3. Garder A L’ Esprit Trois Éléments Importants
a) Votre thème / sujet - ceci fournit l'unité
"Quel est le thème dominant?" (La grande idée du sermon, le sujet, le sermon-en-une-phrase). Demandez-vous, "Qu'est-ce que je vais dire à propos du sujet?"
b) Vos pensées - elles fournissent la structure et le mouvement
"Quelles sont les pensées intégrantes?" (Les points principaux). Quelles pensées exposent le thème / sujet? Énoncez les pensées sous une forme de le principale au secondaire».
c) Votre poussée - cela fournit une direction et un but
"Quelle est la poussée motivante?" (Le but du sermon). Qu’est-ce que la vérité demande? Que voulez-vous qu'ils fassent? Quelle application allez-vous faire.
Partie II: La Predication Du Message
“Du début à la Fin”
Il est instructif que l'apôtre Paul, à la fin de ses épîtres aux Colossiens et aux Éphésiens, demande la prière concernant sa capacité de prédication, sa clarté, ses opportunités et son courage.
«Priez en même temps pour nous, afin que Dieu nous ouvre une porte pour la parole, en sortes que je puisse annoncer le mystère du Christ, pour lequel je suis dans les chaines, et le faire connaitre comme je dois en parler, comme je dois en parler» (Col. 4: 3-4)
"Et priez pour moi, afin qu’il me soit donner quand j'ouvre la bouche, de faire connaitre hardiment et librement le mystère de l'évangile, pour lequel je suis un ambassadeur dans les chaînes; et que j’en parle avec assurance comme je dois en parler (Éphésiens 6: 19-20)
1. "Comment" nous devons prêcher - avec "hardiesse", courage, passion. Cela a lieu que lorsque nous sommes fortifiés par le Saint-Esprit à surmonter notre faiblesse et protégés par le Saint-Esprit en conflit avec les ennemis spirituels.
2. "Quand" nous devrions prêcher - "ouvrir les portes", les opportunités.
3. "Ce que" nous devrions prêcher - "le mystère du Christ"; le mystère de l'évangile.
4. "Pourquoi" nous devons prêcher - "pour faire connaître le mystère". Si nous ne le faisons pas savoir, qui le fera? Si nous ne le faisons pas connaître, il sera caché et restera un mystère. En ce sens, la prédication est prophétique (révélant la vérité de Dieu) et apocalyptique (dévoilant la vérité).
5. "Comme je dois prêcher" indique fortement la nécessité même et la responsabilité de la prédication.
Le fondement nécessaire de la prédication est la prière. Nous devons prier pour notre prédication et nous avons besoin des autres pour prier pour nous à ce sujet. Ce n'est qu'avec la capacité du Saint-Esprit que nous pouvons prêcher de manière à ce que les autres comprennent clairement, qu’ils soient convaincus spirituellement et réagissent de manière appropriée. Paul demande que Dieu lui donne de parler, (l'expression) - pour prêcher la vraie parole de Dieu. Ainsi, nous devons "prêcher la Parole" (2 Timothée 4: 2, voir 1 Timothée 2: 7). Une prédication claire, audacieuse et pertinente de l'Évangile ne vient que de l'onction du Saint-Esprit et de la prière. Lorsque le Saint-Esprit nous rend capable et nous fortifie, nous prêchons avec courage, aisance, passion, conviction et clarté.
A. Des Remarques Initiales
Vos remarques initiales donnent le ton et déterminent vraiment si les gens vont vous écouter ou non. Ils révèlent quelque chose à propos de vous. Les gens obtiennent ce sixième sens à votre sujet à partir de vos commentaires d'ouverture. Alors, réfléchissez-y et parlez-en avec sagesse. Vous allez réussir ou rater à partir de là. Si vous perdez l'attention de vos auditeurs ici, il est très difficile de les récupérer.
Les remarques initiales forment une transition entre ce qui s'est passé avant et ce qui va arriver. Il est toujours bon de lier la partie précédente du service avec votre sermon en faisant des remarques sur quelque chose qui a été dit ou fait avant votre sermon - par ex. en complimentant ou en remerciant une équipe de louange ou un opérateur de système de son; ou, en reprenant quelque chose qui a déjà été dit ou chanté, c'est une transition naturelle qui vous induit dans votre sujet.
C'est une très bonne pratique de remercier tous ceux qui ont été impliqués dans le culte ainsi que tous ceux qui exercent leur ministère dans l'église de différentes manières - par ex. ceux qui enseigner les leçons de dimanche, s'occuper des petits bébés. La reconnaissance publique est bonne et appropriée.
Méfiez-vous de la propension ou la tendance commune à raconter une blague. Les blagues sont dangereuses et ne sont généralement pas liées à ce que vous allez prêcher.
Soyez bref avec ces remarques initiales.
B. L’introduction
En prêchant l'introduction, assurez-vous que tout de passe de façon harmonieusement, des remarques initiales au début de l'exposition ou de la présentation.
Assurez-vous que votre introduction atteint le but d'une introduction - pour aider avec ceci, voyez l'édition d'hiver 2018 de cette revue.
Quelque part dans votre introduction ou vos remarques initiales, n'oubliez pas de prier. C'est incroyable de voir comment beaucoup de prédicateurs ne prient pas avant de prêcher et certains ne prient pas du tout.
Si ça n'a pas été lu plus tôt dans le culte, trouvez un endroit approprié pour lire votre passage. J'aime lire mon propre passage au moment où je prêche, plutôt que de le faire lire par quelqu'un d'autre avant. De cette façon, le sermon est directement lié au passage. Faites très attention à la façon dont vous lisez le texte. Pratiquez la lecture. Lisez-le de façon significative, lentement, d’une manière expressive (mais pas anormalement), mettez l’accent là où il faut pour donner un sens. Observez les pauses pour le sens, les paragraphes et l'emphase. Il est bon de demander à l’auditoire de se tenir debout pour la lecture de la Parole de Dieu.
Gardez l'introduction courte - je suggère à pas plus de 10 à 15% du sermon entier (c'est-à-dire 3 à 5 minutes).
C. La Presentation (Le Corps Du The Sermon)
La présentation consiste en une interaction continue entre l'explication, l'illustration et l'application. L’explication du texte permet à votre auditoire de comprendre la pensée de l'auteur original. Les illustrations servent à clarifier et à renforcer l'explication - pour la rendre plus vivante, réelle, compréhensible, pertinente, contemporaine. Donc, les illustrations sont vraiment un sous-ensemble d'explication. L'application rend le sens pertinent et pratique dans la vie.
1. L’explication
Généralement, l'explication est la partie du sermon qui est faite le pire:
- parce que cela prend beaucoup de temps de préparation et c'est un travail difficile
- parce que les prédicateurs veulent aujourd'hui aller directement à l'application ou au «comment faire».
- parce que les prédicateurs semblent vouloir utiliser le texte simplement comme un pont vers le sujet sur lequel ils veulent parler.
Assurez-vous que vous faites un bon travail d'explication. Identifiez soigneusement les principes et montrez comment ils sont tirés du texte. Si vous n'expliquez pas le "quoi" du texte, vous ne pouvez pas appliquer efficacement et puissamment le "comment" ou le "pourquoi" du texte. L'instruction vient toujours avant l'action; le principe précède et pose toujours le fondement pour la pratique; la doctrine vient avant et produit le devoir.
2. Application
- L'application est mieux faite si c’est au fur et à mesure qu'à la fin de votre sermon. Si vous laissez l'application à la fin:
- Elle est séparée du texte dont elle est dérivée.
- Cela devient une routine, de sorte que les gens sachent quand cela arrive et qu'ils peuvent se boucher les oreilles.
Tandis que votre explication doit être faite avec précision et bien, assurez-vous de ne pas être coincé dans l'explication. Vous devez passer du texte à la vie quotidienne des gens. Ils doivent être atteints avec la parole de Dieu.
Il y a quatre grands principes pour une application correcte du sermon:
a) Le principe personnel
C'est le principe du prédicateur qui applique l'Écriture à sa propre vie. Si vous prêchez aux autres ce que vous n'avez pas appliqué à votre propre vie, vous ne prêcherez pas avec puissance. Non seulement Dieu sait quand vous faites cela, mais les gens le sauront aussi. Le prédicateur doit prêcher ce qu'il croit et il doit le vivre.
b) Le principe de l'imagination
Pour appliquer correctement le texte, il doit devenir réel pour vous. Les gens, les lieux et les émotions doivent vous venir en vie. S'il est vivant pour vous, alors il vous est plus facile de le rendre réel pour les autres et de voir comment cela s'applique à eux.
c) Le principe d'extention
Quand nous prêchons aux gens pendant un certain temps et les guidons, le prédicateur apprend à mieux les connaître - leurs peurs, leurs besoins, leurs espoirs. Notre connaissance des gens, où ils vivent et qui ils sont, nous permet d'étendre l'application des Écritures pour couvrir autant de domaines que possible. Cela ne donne pas la permission d’utiliser le texte de manière inappropriée ou incorrecte. Il n'y a qu'une seule interprétation de l'Écriture, mais il y a beaucoup d'applications aux expériences et problèmes humains.
d) Le principe déclaratif
L'application du texte doit être déclarée avec autorité et clarté. Il ne doit y avoir aucune incertitude quant à l'application du texte. Les gens viennent à l'église pour une direction claire, pour découvrir ce que Dieu dit, comment ils doivent vivre, et comment ils peuvent obtenir de l'aide pour leurs problèmes. Par conséquent, les demandes doivent être déclarées ouvertement afin que les gens ne restent pas suspendus ou se demandent ce que le point était.
3. Les illustrations
Utilisez les illustrations judicieusement et de manière appropriée. Assurez-vous qu'ils illustrent le point que vous faites. Si vous devez expliquer votre illustration, ce n'est pas la bonne.
Essayez d'éviter de tomber dans certains des pièges courants :
- D’utiliser trop d'illustrations pour que le sermon entier devienne une illustration étendue.
- Utiliser des illustrations de manière à ce qu'elles dominent le sermon.
- Longues illustrations. Les illustrations devraient être succinctes, au point, facilement compréhensibles.
4. La Conclusion
C'est le point culminant du sermon. C'est ici que vous rassemblez la proposition (sermon-en-une phrase) avec l'explication et la réalisation de la vérité dans la vie des gens. C'est là que le caoutchouc rencontre la route dans la prédication. +Ceci, avec l'introduction, est probablement la partie la plus difficile du sermon à bien faire.
Dans votre conclusion, essayez de ...
- cristalliser le sermon - c'est-à-dire le résumer.
- personnaliser le sermon - c'est-à-dire être direct et personnel. Utilisez "vous" si possible.
- actualiser le sermon - épeler la réponse que le message exige et que vous attendez.
Ainsi, la clôture est par définition conflictuelle. En fait, toute prédication prophétique est conflictuelle. Vous dites: "C'est ce que dit la parole du Seigneur - maintenant c'est ce que vous devez faire à ce sujet."
La réponse que vous appelez peut être:
- un changement d'attitude ou d’habitude
- un amour plus profond pour Dieu et pour les gens
- la confession du péché
- les relations réparées
- une croyance et une foi renforcées
- nouvelle compréhension de la vérité
- etc.
Préparez la fermeture très soigneusement et stratégiquement. N'introduisez pas de nouveau matériel ici. Énoncez comment vous voulez qu'ils répondent - p. par…
- • venir au-devant
- • prière silencieuse
- • s’arreter où ils sont
- • lever la main
- • vous parler après le culte, etc.
Donnez du temps pour la réponse
5. Les transitions
Les transitions rendent la communication du message unifiée, fluide, logique, compréhensible. Ne sous-estimez pas la valeur et le besoin de transitions entre les différents points et sections de votre sermon. Je recommande que vous écriviez chaque transition dans son intégralité.
6. Le Sermon en tant qu’un ensemble
Un bon sermon découlera doucement et avancera progressivement jusqu'à la conclusion. Il aura du mouvement - progression de l'argumentation, de l'explication, de l'application, de l'exhortation, etc. Une fois que vous avez fait valoir votre point de vue, continuez! Il sera équilibré entre les sections du sermon (introduction, développement et conclusion) et équilibré entre les points principaux de sorte qu'un point ne représente pas 90% du sermon. Il aura du rythme - comme une fanfare, il ne courra pas à un moment et rampera à un autre, mais il se rapprochera progressivement du but.
Utilisez les mots avec modération et précision. Recherchez des mots qui donnent la nuance la plus précise possible pour exprimer exactement ce que vous voulez dire. Rappelez-vous, beaucoup de prédicateurs sont trop verbeux. Parler plus longtemps que nécessaire détourne vos auditeurs. Soyez précis afin qu'il n'y ait pas d'imprécision ou de confusion. Développer des images de mots, des analogies, des contrastes qui intègrent l'idée dans l'esprit. Utilisez plusieurs couleurs.
Partie III: La Presention Du Culte
"L'appel de l'Église à l'ordre " (1 Cor. 4:6-21)
By: Dr. Stephen F. Olford
Introduction Ces versets mettent un terme à la manière dont Paul traite les divisions dans l'église. Vous vous souviendrez qu'il a non seulement traité de la malédiction, mais aussi des causes de ces divisions dans les chapitres précédents. Maintenant, il vient enfin au remède. Pour cette raison même, le passage devant nous est d'une importance suprême, non seulement pour le chrétien individuel, mais surtout pour la vie de l'église locale.
La section se divise en deux parties: La première partie est caractérisée par la note de sévérité (vs 6-13). La deuxième partie est caractérisée par son extrême tendresse (vs. 14-21). Pour mettre cela sous une autre forme, Paul s'adresse d'abord à ses lecteurs avec la parole de correction, puis il conclut par la parole de compassion. Ces deux notes sont toujours retenties dans la présentation du message chrétien parce qu'elles sont l'expression de la nature même de Dieu (voir Romains 11:22). Cela était vrai du ministère du Sauveur. Parfois, il y avait une note d'avertissement, tandis qu'à d'autres occasions, il y avait une note. Certaines circonstances appelaient à un vannage des hommes et des femmes. À d'autres moments, il y avait une recherche de faveurs d'hommes et de femmes. D'abord, considérons:
I. La Parole De Correction
«Chers frères et sœurs, c’est à cause de vous que j’ai appliqué ces images à Apollos et à moi-même, afin que vous appreniez par notre exemple à ne pas aller dans vos pensées au-delà de ce qui est écrit ...» (1 Corinthiens 4: 6-13). L'apôtre introduit sa parole de correction en disant aux Corinthiens qu'il employait Apollos et lui-même comme illustrations des grands principes qui affectent la relation entre les serviteurs de Dieu, les enseignants et les membres de l'église entière. Il est du caractère de Paul qu'il ne s'adresserait pas à ses lecteurs sans s'impliquer. Il y avait toujours une merveilleuse courtoisie à propos de cet homme. Il avait une façon de s'inclure dans ses propres avertissements et condamnations. Avec ce préambule, Paul frappe encore une fois à la cause principale et à la guérison positive de toute division dans la vie individuelle et dans la vie collective de l'église.
1) La cause première étant le Péché et l’Egocentrisme dans l'Église "... que personne ne s’enfle d’orgueil en prenant parti pour l'un contre l'autre" (1 Corinthiens 4: 6). De toute évidence, le cœur de cet égocentrisme est cette chose laide appelée orgueil. En utilisant une phrase familière - "enflée" - qui se produit pas moins de sept fois dans cette épître (4:18, 19; 5: 2; 8: 1; 13: 4), Paul montre que cet orgueil est:
a) Non-biblique. - "... appreniez par notre exemple à ne pas aller dans vos pensées au-delà de ce qui est écrit ...»..." (1 Corinthiens 4: 6). Paul se réfère indubitablement ici à l'enseignement général de l'Écriture sur le sujet de l'orgueil. Il n'y a rien que Dieu déteste plus que l'orgueil du cœur humain. Sûrement l'apôtre avait à l'esprit des passages de l'Ancien Testament comme Daniel 4:37 et Esaïe 42: 8 où il est clair que "Dieu abaissera ceux qui sont orgueilleux" et "ne partagera pas sa gloire avec un autre." Il y a des versets similaires dans le Nouveau Testament où il est dit "... Dieu résiste aux orgueilleux, mais fait grâce aux humbles" (Jacques 4: 6). Et «Humiliez-vous donc sous la puissante main de Dieu, afin qu'il vous élève au temps convenable» (1 Pierre 5: 6). Quelle pensée terrifiante de réaliser que le Dieu Tout-Puissant se dresse pour résister et écraser l’orgueil dans le cœur humain partout où Il le trouve! Jusqu'à ce que cette chose monstrueuse disparaisse d'une église locale, il y aura toujours des divisions et des disputes. Mais l’orgueil n'est pas seulement non-biblique, il est aussi:
b) Non-spirituel. - "qu’est ce qui te distingue? Qu’as-tu que tu n’aies reçu? Et maintenant, si tu l'as reçu, pourquoi te glorifies-tu comme si tu ne l'avais pas reçu? "(1 Corinthiens 4: 7). Une personne orgueilleuse ne parvient pas à voir que non seulement Dieu fait les gens différemment, mais qu'Il est aussi la source unique des dons naturels et spirituels. C'est seulement le chrétien non spirituel qui ne reconnaît pas les différences aussi bien que là où dérivent ces dons. Donc Paul, en effet, demande: "qui es-tu pour te vanter? Qu'avez-vous que Dieu ne vous a pas donné? Et si tout ce que vous avez vient de Dieu, pourquoi agissez-vous comme si vous étiez si grand et comme si vous aviez accompli quelque chose par vous-même?» (V.7, Lettres vivantes). Tout le problème dans l'église corinthienne et dans beaucoup d'assemblées locales aujourd'hui, est que les chrétiens oublient qu'ils doivent leurs âmes et leur tout à Dieu seul. Mais Paul continue à montrer, en troisième lieu que l’orgueil est:
c) Peu social - "Vous êtes déjà rassasiés! Vous êtes déjà riche! Sans nous vous avez commencé à régner comme des rois - et puissiez-vous régner en effet afin que nous aussi nous régnions avec vous! "(1 Corinthiens 4: 8). Avec une ironie foudroyante et un saint mépris, Paul décrit l'état très peu social auquel l'orgueil avait emporté ces Corinthiens. C'était une condition de satisfaction suffisante, d'autosuffisance et de supériorité snob. Alors Paul fait remarquer avec une satire piquante qu'un tel orgueil les avait éloignés de lui. Dans les Béatitudes, Jésus dit que ce sont ceux qui ont faim et soif de justice qui sont rassasiés, ce sont les faibles qui deviennent riches et qui héritent de la terre, et que ce sont les pauvres en esprit qui reçoivent le royaume et règnent. Mais pour ces Corinthiens, il en était autrement. Quelles paroles de recherche celles-ci sont, et pourtant combien nécessaire est ce correctif divin dans la vie de notre d'église aujourd'hui! Il n'y a guère de problème qui surgisse dans nos cercles religieux et qui ne peut pas être rattaché à cette chose non biblique, non spirituelle et très peu sociale appelée orgueil.
Dans notre dernière étude, l'apôtre condamne toutes sortes de vantardises, mais ici, dans cette section, il cherche à la corriger, en exposant le péché d'égocentrisme dans l'église. Après avoir fait cela, il se tourne vers le remède positif pour la division dans l'église locale.
2) La Guérison Positive Etant le fait de mettre Christ au Centre dans l'Église «Car Dieu, ce me semble, a fait de nous, apôtres, les derniers des hommes, des condamnés à mort ...» (1 Corinthiens 4: 9). Dans les versets qui suivent, Paul montre que la seule réponse à l'égocentrisme est lorsque Christ est au centre, et que le seul antidote à l'esprit d’orgueil est le chemin de la croix. Il semble que Paul ait senti qu'il était l'objet du regard impitoyable d'un monde moqueur dans l'arène de la vie. Pour expliquer ce qu'il voulait dire Paul décrit le chemin de la croix en termes de:
a) Souffrance mentale. - "Nous sommes fous à cause de Christ, mais vous vous êtes sage en Christ! Nous sommes faibles, mais vous êtes forts! Tu es honorés, mais nous sommes méprisés! "(1 Corinthiens 4:10). Avec un jeu de mots ironique, Paul oppose les souffrances des serviteurs de Dieu à la sophistication des croyants corinthiens. Parce que Paul et ses frères étaient associés à la croix du Christ, ils étaient devenus un spectacle pour le monde, pour les anges et pour les hommes - qu'ils avaient été exposés sur une vaste scène de théâtre pour que tout le monde se moquer d’eux et les outrage. Je me demande, sommes-nous prêts être ridiculisés pour notre message? Combien d'entre nous sont tentés de compromettre l'Évangile parce qu'il est impopulaire et méprisé?
Le chemin de la croix implique non seulement la souffrance mentale, mais aussi:
b) Souffrance physique. - "Jusqu'à cette heure, nous souffrons la faim, la soif, la nudité, nous sommes maltraités, errants çà et là" (1 Corinthiens 4:11). Paul fait clairement référence à quelque chose qu'il vivait au moment même qu’il écrivait. Certes, il a souffert dans le passé, mais il dit: «Même jusqu'à cette heure...» Voici quatre choses que nous prenons pour acquises comme les nécessités de base de la vie: la nourriture, l'habillement, la protection et l'abri; mais Paul manquait de tout cela. Pourtant, en effet, il a travaillé de ses propres mains (v. 12). L'apôtre avait appris à faire des tentes en poils de chèvre (Actes 18: 3), mais un tel travail manuel était méprisé parmi les Grecs. Le fait qu'il s'y soit tellement engagé à Corinthe a provoqué des doutes parmi les saints (voir 2 Corinthiens 11: 7). Mais c'est le chemin de la croix, et nous ne devons pas l'oublier.
Paul culmine ce paragraphe en combinant les deux aspects de sa souffrance en disant: "... En étant calomniés, nous parlons avec bonté. Nous sommes devenus comme les balayures du monde, le rebut de tous jusqu’à maintenant "(1 Corinthiens 4:13). Comme il a commencé, conclut-il - avec une métaphore frappante tirée des sacrifices humains dans une ville grecque. Quand les criminels ont été sacrifiés pour apaiser la colère des dieux, les malheureux furent jetés dans la mer, et c'est la parole que Paul utilise pour se décrire lui-même. Littéralement, la phrase se lit: "Nous sommes faits comme les rinçages et les raclures de toutes choses." En un mot, nous ne sommes rien d'autre que des ordures.
Je me demande combien d'entre nous sont prêts à marcher sur le chemin de la croix. Il ne nous appartient peut-être pas d'éprouver des difficultés physiques dans cette société prospère, mais nous sommes tous appelés à souffrir mentalement pour le Christ, car si nous sommes fidèles à notre message du Christ crucifié, nous serons les rejets du monde, des objets de rire, de mépris et de ridicule. Voici donc la parole de correction que Paul adresse à l'église corinthienne. Mais avec cette note de rigueur, il sonne aussi la note de tendresse, et le paragraphe se termine par :
II. La Parole De Compassion
Vous pouvez sentir le cœur d'amour de l'apôtre comme il s'adresse à ses lecteurs comme ses «enfants bien-aimés». «Je n'écris pas ces choses pour vous faire honte, mais comme mes enfants bien-aimés je vous avertis ...» (1 Corinthiens 4: 14-21). L'approche de Paul ici est complètement différente. La parole de correction est maintenant suivie d’une parole de compassion. Le fardeau de l'apôtre a cédé la place à l'appel d'un père. Et cela devrait être dans tout ministère. La rigueur est nécessaire, mais elle doit toujours être suivie du message de tendresse. Alors le grand apôtre les exhorte sur la base de:
1) Une relation parentale en Christ "Car quand vous auriez dix dix mille maîtres en Christ, vous n'avez cependant pas plusieurs pères; puisque c’est moi qui vous ai engendré en Jésus-Christ par l'évangile. Je vous en conjure donc, soyez mes imitateurs "(1 Corinthiens 4: 15-16). S'étant adressés à eux comme des fils bien-aimés, Paul rassure que ce n'est pas son intention de leur mettre la honte dessus, mais plutôt de les réprimander. En tant que père, il veut qu'ils soient élevés «dans l'éducation et la réprimande du Seigneur» (Ephésiens 6: 4). Dans le paragraphe précédent, il a traité avec eux comme un instructeur, mais maintenant il veut leur parler en tant que père. Un instructeur était essentiellement une personne qui discipline qui était responsable de la supervision de l'habillement, de la nourriture, du discours et des manières d'un garçon pendant sa minorité. Mais Paul veut qu'ils agissent maintenant comme des fils adultes (verset 16). Inutile de dire que Paul voulait seulement que les Corinthiens l'imitent dans la façon dont il suivait Christ. C'était un défi pour une vie mature (la sienne et la leur) par opposition au comportement enfantin qu'ils avaient exprimé. Quelle parole pour toi et moi! Il est temps que nous grandissions et laissions derrière nous notre enfance! Paul continue son appel sur la base de:
2) Un souvenir personnel en Christ "Pour cela, je vous ai envoyé Timothée, qui est mon enfant bien-aimé et fidèle dans le Seigneur, il vous rappellera quelles sont mes voies en Christ, quelle est la manière dont j'enseigne partout dans toutes les églises" (1 Corinthiens 4:17). Les Corinthiens avaient oublié beaucoup de vérités qu'il leur avait enseignées. Alors Timothée venait pour leur rappeler les enseignements, pour les aider à être des fils et filles dignes de Dieu. Ce ministère de rappel est sous-estimé dans notre expérience chrétienne. En effet, une grande partie de la responsabilité du prédicateur est de nous rappeler des vérités oubliées ou négligées (voir 2 Pierre 3: 1). C'est une grande fonction du Saint-Esprit dans cet âge, "pour nous rappeler" les choses que le Seigneur nous a enseignées dans le passé. D’ailleurs, la Table du Seigneur est conçue pour nous rappeler à plusieurs reprises les vérités centrales de l'Evangile et le retour prochain du Christ. Le cœur qui répond au ministère du rappel, cependant, est celui qui a été brisé à la croix et est prêt à accepter non seulement la parole de correction, mais aussi la parole de compassion. Enfin, Paul présente son appel sur la base de:
3) Une responsabilité pastorale en Christ "Que voulez-vous? Que j’aille chez vous avec une verge, ou avec amour et un esprit de douceur? "(1 Corinthiens 4:21). Sachant qu'il y aurait encore des gens orgueilleux à Corinthe (verset 18), Paul culmine son appel compatissant avec cette note d'autorité. Il leur dit que si le Seigneur le veut, il viendra à eux et découvrira alors s'il y avait, en fait, une opposition arrogante à Corinthe ou de simples paroles inutiles (v. 19). Il leur rappelle que le royaume de Dieu ne pas seulement en paroles, mais en puissance du Christ ressuscité (verset 20). Dieu a fourni tous les moyens par lesquels les chrétiens devraient vivre en tant qu'hommes et femmes responsables. C'est tout le but de la croix de Christ et toute la puissance de la résurrection.
Conclusion: Alors Paul conclut avec les paroles: «"Que voulez-vous? Que j’aille chez vous avec une verge, ou avec amour et un esprit de douceur? "(1 Corinthiens 4:21. Il leur donne le choix s'ils le recevront comme un père spirituel avec amour et douceur. L'amour de Paul pour ses enfants dans la foi n'était pas un amour aveugle, facile, sentimental. Au contraire, c'était un amour qui savait que parfois la discipline était nécessaire et quand c'était le cas, il était prêt à l'exercer. Il y a un amour qui peut ruiner une personne, en fermant les yeux sur ses fautes. En même temps, il y a un amour qui peut faire un homme, en le mettant face à face avec la vérité telle qu'elle est dans le Christ Jésus. Le remède aux divisions dans l'Église est l'acceptation de la parole de correction, qui brise notre orgueil et nous conduit à marcher sur le chemin de la croix. C'est aussi l'acceptation de la parole de compassion, qui nous encourage à vivre, à apprendre et à aimer en tant que fils adultes de Dieu. Êtes-vous prêt à respecter ces conditions, et ainsi connaître la paix et la joie de faire la volonté du Père ?
Part IV: Plan De Sermon
Pour écouter la version audio de ces sermons in English, cliquez sur ces liens : Link 1 - Jn. 15:12-13; Link 2 - Jn. 15:14-17, Link 3 - Jn. 16:5-15
Titre 1: Cinq d’un vrai disciple (Jn. 15:1-17)
Note: Voir l’Edition Winter 2018 de ce Journal aux points 1-3 (John 15:1-11).
Point #4: La quatrième caractéristique d’un vrai disciple est… aimer (12-13)
Point #5: La cinquième caractéristique d’un vrai disciple est… connaître (14-17)
Title 2: La Venue du Saint Spirit (Jn. 16:5-15)
Point # 1: Jésus a envoyé le Saint-Esprit pour être notre aide / Consolateur (5-7)
Point # 2: Jésus a envoyé le Saint-Esprit pour convaincre le monde (8-11)
Point # 3: Jésus a envoyé le Saint-Esprit pour guider les croyants dans toute la vérité (12-15)
Related Topics: Pastors
Jurnalul Electronic Al Păstorilor, Rom Ed 27, Editia de primăvară 2018
Ediția de primăvară, 2018
“Întărind Biserica în Predicare biblică și conducere”
Author: Dr. Roger Pascoe, President,
The Institute for Biblical Preaching
Cambridge, Ontario, Canada
Email: [email protected]
Phone: 519-620-2375
Partea I: Pregătirea Pentru Predicare
„Finalizarea predicii”
A. Finalizarea Manuscrisului
De-a lungul timpului, au existat multe dezbateri cu privire la întrebarea dacă predicatorii, atunci când sunt la amvon, ar trebui să folosească un manuscris complet, un rezumat al predicii, schița predicii sau nu ar trebui să folosească nimic.
1. Un Manuscris Complet
Dacă nu ai experiență considerabilă în predicare, eu recomand să îți scrii predica în întregime, chiar dacă nu iei manuscrisul cu tine la amvon.
2. Un Rezumat Al Predicii
Eu folosesc un rezumat al predicii. Atunci când spun „rezumat al predicii” mă refer la notițe mai ample, un manuscris parțial, cu paragrafe sumarizate.
Trăsăturile principale ale unui rezumat al predicii sunt următoarele:
- Scrie în întregime propozițiile “principale”
Adaugă material auxiliar sub propozițiile principale. Acesta poate fi sub formă de notițe.
- Scrie ilustrațiile în întregime.
Eu pun ilustrațiile într-un chenar, ca să le identific mai ușor.
- Scrie aplicațiile sub forma unei idei care să-ți reîmprospăteze memoria
Ca și în cazul ilustrațiilor, și aplicațiile le încadrez într-un chenar, ca să le identific mai ușor. Lucrul acesta îți permite, de asemenea, să îți dai seama dacă faci aplicații acolo unde trebuie și cât reprezintă partea aplicativă din tot cuprinsul predicii.
Când faci aplicații, îți poți permite să fii mai spontan, însă gândește-te dinainte la aplicațiile respective! Aplicațiile sunt foarte importante. Fă-le să fie contemporane și relevante!
- Scrie introducerea în întregime.
Învață pe de rost introducerea sau cel puțin partea destinată captării atenției. „Predica-într-o-frază” trebuie să fie formulată atent și precis și, de asemenea, să fie succintă.
- Scrie încheierea în întregime.
Gândește-te cu atenție cum îți vei face chemarea de la sfârșitul predicii și cum îi vei îndemna pe oameni să răspundă chemării tale.
- Scrie în întregime frazele de legătură dintre punctele principale.
Frazele de legătură dintre părțile ce alcătuiesc predica reprezintă un aspect important al predicării. Acestea au rolul de a asigura atenția audienței, adică în felul acesta ascultătorii înțeleg felul în care treci de la un punct principal la următorul.
Folosirea unei schițe a predicii prezintă câteva avantaje:
a) Îmi oferă toate datele importante de care am nevoie fără obligația de a-mi lua timp să scriu predica în întregime, cuvânt cu cuvânt.
b) Mă ferește de capcana unei pregătirii exagerate.
c) Mă ferește de capcana citirii predicii.
d) Stabilește harta drumului predicii, ca să nu pierd firul predicii sau să uit lucruri importante.
e) Îmi oferă cuvintele potrivite în momentele potrivite (ex. punctele principale și explicațiile necesare).
f) Îmi face legătura cu alte versete din Scriptură, pe care s-ar putea să nu mi le amintesc altfel.
g) Așază ilustrațiile potrivite la punctele potrivite.
h) Mă ajută să mă concentrez asupra aplicațiilor la punctele potrivite.
i) Îmi amintește la momentul potrivit de frazele de legătură, pe care aș putea să le uit altfel.
j) Stabilește lungimea predicii.
Chiar dacă nu scrii predica în întregime, ai grijă…
- Ca rezumatul predicii să includă cuvinte alese cu grijă, expresii, imagini etc., pentru că de obicei nu găsim pe loc cele mai potrivite cuvinte.
- Ca rezumatul predicii să urmeze cu atenție secțiunile unei predici scrise (introducere, puncte principale, ilustrații, aplicații, încheiere).
- Ca rezumatul predicii tale să fie scris în așa fel încât să nu pari niciodată că îți citești predica.
Concluzie. Indiferent sub ce formă îți iei notițele cu tine la amvon, nu uita că predicile sunt o jertfă adusă înaintea lui Dumnezeu și ele au un impact etern asupra vieților oamenilor, prin urmare trebuie să fie pregătite cu mare grijă.
B. Finalizarea Mesajului
Pregătirea pentru predicare presupune mai mult decât a pregăti un manuscris. Manuscrisul trebuie să devină un mesaj de la Dumnezeu pe care îl vei transmite oamenilor. Așadar, odată încheiată pregătirea mesajului…
1. Verifică Mesajul Într-Un Duh De Rugăciune
Fă schimbările necesare din punct de vedere gramatical, teologic, exegetic, revizuind și formulările, ilustrațiile, aplicațiile etc. Testează întreaga predică:
- Este biblică, corectă și clară?
- Ilustrațiile sunt adevărate?
- Aplicațiile sunt relevante?
- Este necesară fiecare informație?
- Fiecare punct principal aduce o contribuție la tema discutată?
Elimină tot ce nu este necesar, adevărat, precis ori necesar! Familiarizează-te cu schița, conținutul și mesajul predicii! Adaugă tot ce mai este necesar pentru a întări predica! Fă în așa fel încât cineva care nu a auzit niciodată mesajul acesta să îl poată înțelege și urmări!
2. Relatează Mesajul Într-Un Duh De Rugăciune (predică-ți-l ție)
Spune-ți predica ție mai întâi (înainte să o predici oamenilor), din punct de vedere al aplicațiilor și al ascultării! Nu avem dreptul să predicăm o predică pe care noi nu am pus-o în practică. Acesta este procesul de materializare. Ai grijă să îți însușești tu mai întâi mesajul!
3. Repetă Mesajul Într-Un Duh De Rugăciune (treci din nou prin predică rugându-te înaintea lui Dumnezeu)
Roagă-te și treci din nou prin toată predica, stând înaintea lui Dumnezeu! Repetă predica meditând; adu mesajul în rugăciune înaintea lui Dumnezeu, rugându-L să-ți arate ce ar trebui schimbat sau eliminat, precum și ceea ce ar trebui să faci, să mărturisești sau să aplici în viața ta. Această disciplină solemnă îți va arăta dacă mai trebuie sau nu să faci ajustări și dacă ai aprobarea Sa. Numai după aceea ești pregătit să predici. Atunci când te rogi, îți sugerez să aduci predica ta ca jertfă înaintea lui Dumnezeu, rugându-L să o facă plăcută înaintea Lui.
4. Concluzie
Ca mesager al Domnului, folosește orice metodă ți se potrivește și te face mai eficient în transmiterea Cuvântului lui Dumnezeu. „Caută să te înfățișezi înaintea lui Dumnezeu ca un om încercat, ca un lucrător care n-are de ce să-i fie rușine și care împarte drept Cuvântul adevărului.” Iar apoi du-te și „predică Cuvântul.”
C. Verificarea Finală
1. Orice Predică Are Patru Componente Esențiale În Structura Sa
a) Introducere
Acesta este locul în care se captează atenția ascultătorilor, se formulează subiectul predicii și „predica-într-o-frază” și se realizează legătura dintre audiență și Cuvânt.
b) Cuprins (expunere)
Cuprinsul predicii este format din explicații, care se împart de regulă în puncte principale, ilustrații și aplicații.
c) Încheiere
Aici este punctul în care tragi concluzia predicii prin rezumare, îndemnare și invitare (vezi Ediția de iarnă 2018 a acestui Jurnal).
d) Fraze de legătură sau de tranziție
Frazele de legătură te ajută să realizezi tranziții logice și fluente între părțile principale ale unei predici – între introducere și cuprinsul predicii; între punctele principale și între cuprins și încheiere.
2. Orice Predică Trebuie Să Răspundă La Patru Provocări
a) Să folosească gândirea = să învețe, să informeze; cunoașterea lui Dumnezeu; viziune biblică asupra lumii
b) Să stârnească, să înmoaie, să atingă inima = sentimente, relația cu Hristos
c) Să stimuleze, să sensibilizeze, să atingă conștiința = mărturisire, sfințirea vieții
d) Să modeleze, să supună voința = ascultare, supunere față de voia lui Dumnezeu
Revizuiește-ți fiecare predică, pentru a fi sigur că îndeplinește toate aceste condiții!
3. Ține Minte Trei Elemente Importante
a) Tema / subiectul – acesta dă unitate
„Care este tema dominantă?” (ideea principală a predicii, subiectul, predica-într-o-frază). Întreabă-te: „Ce voi spune despre acest subiect?”
b) Ideile – acestea oferă structura și desfășurarea predicii
„Care sunt ideile componente?” (punctele principale). Care sunt ideile ce prezintă tema / subiectul? Formulează ideile sub formă de principii.
c) Ideea centrală – aceasta conferă direcție și scop
„Care este ideea motivatoare?” (scopul predicii). Ce cere acest adevăr? Ce vrei să facă ascultătorii? Ce aplicație vei face?
Partea A II-A: Predicarea Mesajului
„De la început până la sfârșit”
La sfârșitul epistolelor către Coloseni și Efeseni, apostolul Pavel cere credincioșilor să se roage pentru el, în ce privește puterea sa de predicare, claritatea, oportunitățile și curajul său. Este important să luăm aminte la lucrul acesta.
„Rugați-vă totodată și pentru noi, ca Dumnezeu să ne deschidă o ușă pentru Cuvânt, ca să putem vesti taina lui Hristos, pentru care, iată, mă găsesc în lanțuri: ca s-o fac cunoscut așa cum trebuie să vorbesc despre ea.” (Col. 4:3-4)
„… (rugați-vă) și pentru mine, ca ori de câte ori îmi deschid gura să mi se dea cuvânt, ca să fac cunoscut cu îndrăzneală taina Evangheliei, al cărei sol în lanțuri sunt; pentru ca, zic, să vorbesc cu îndrăzneală, cum trebuie să vorbesc.” (Efes. 6:19-20)
În ambele pasaje, Pavel repetă expresia „cum trebuie să vorbesc.” Există un „trebuie” cu privire la predicare:
1. „Cum” trebuie să predicăm - cu „îndrăzneală,” curaj, pasiune. Acest lucru se întâmplă numai atunci când suntem împuterniciți de Duhul Sfânt să ne învingem slăbiciunea și protejați de Duhul Sfânt în conflictul cu inamicii spirituali.
2. „Când” trebuie să predicăm – „să ne deschidă o ușă”, oportunități.
3. „Ce” trebuie să predicăm – „taina lui Hristos”; taina Evangheliei.
4. „De ce” trebuie să predicăm – „ca să fac cunoscută … taina”. Dacă noi nu o vom face cunoscută, atunci cine? Dacă nu o facem cunoscută, va fi ascunsă și va rămâne o taină. În sensul acesta, predicarea este profetică (revelează adevărul lui Dumnezeu) și apocaliptică (dezvăluie adevărul).
5. „Cum trebuie să vorbesc” indică necesitatea și responsabilitatea predicării.
Rugăciunea este fundamentală pentru necesitatea predicării. Trebuie să ne rugăm pentru predicarea noastră și avem nevoie și de rugăciunile altora în această privință. Numai prin împuternicirea Duhului Sfânt putem predica în așa fel încât oamenii să înțeleagă bine mesajul, să fie convinși în inima lor și să răspundă în mod adecvat. Pavel vrea să i se „dea cuvânt”, ca să rostească cuvintele lui Dumnezeu. Așadar, noi trebuie să „predicăm Cuvântul” (2 Tim. 4:2; cf. 1 Tim. 2:7). Predicarea clară, relevantă și cu îndrăzneală vine numai prin ungerea Duhului Sfânt și prin predicare. Când Duhul Sfânt ne împuternicește, vom predica cu curaj, fluență, pasiune, convingere și claritate.
A. Observații Inițiale
Observațiile tale inițiale dau tonul și îi determină pe oameni să te asculte sau nu. Ele spun ceva despre tine. Oamenii te citesc încă de la primele tale fraze, așa că gândește-le bine și rostește-le înțelept. Ele îți vor determina succesul sau eșecul. Dacă în punctul acesta vei pierde atenția ascultătorilor tăi, va fi foarte greu să îi recâștigi.
Observațiile inițiale reprezintă tranziția de la ceea ce a fost înainte la ceea ce urmează. Este întotdeauna o idee bună să legi prima parte a serviciului divin de predica ta, făcând anumite remarci despre ceva ce s-a spus ori s-a făcut înainte de predică; de exemplu, să feliciți sau să mulțumești echipei de închinare sau unui sunetist; de asemenea, poți să te legi de ceva ce s-a spus ori s-a cântat mai înainte și poate fi o tranziție naturală către subiectul pe care îl abordezi.
Este bine să obișnuiești să mulțumești tuturor celor implicați în serviciul religios, precum și celor care slujesc în biserică în diferite feluri, cum ar fi învățătoarele de la grupele de copii sau cei care au grijă de bebeluși. Mulțumirea în public este un lucru bun și potrivit.
Ferește-te de tentația de a spune o glumă! Glumele sunt periculoase și, de obicei, nu au legătură cu subiectul predicii tale.
Aceste observații inițiale trebuie să fie scurte.
B. Introducere
Introducerea trebuie să realizeze o trecere lină de la observațiile inițiale la începutul expunerii.
Introducerea ta trebuie să îndeplinească scopul unei introduceri – pentru mai multe informații în această privință, vezi Ediția de iarnă, 2018, a acestui jurnal.
Undeva, în timpul prezentării introducerii sau a observațiilor inițiale, roagă-te! Este uimitor cât de mulți predicatori nu se roagă înainte de a predica, iar unii nu se roagă deloc.
Dacă pasajul din care vei predica nu a fost citit mai devreme în timpul serviciului religios, găsește un moment potrivit pentru a citi pasajul biblic! Mie îmi place să citesc eu pasajul din care predic atunci când încep să predic și nu să pun pe altcineva să-l citească mai devreme. În felul acesta, predica este legată în mod direct de pasaj. Fii foarte atent la felul în care citești textul! Exersează citirea textului! Citește-l încet, expresiv (dar nu într-un mod nefiresc), ținând cont de semnificația sa și pune accentul unde trebuie, pentru a sublinia sensul! Pentru a sublinia semnificația textului, folosește pauzele și accentele! Este bine să rogi ascultătorii să se ridice în picioare atunci când se citește Cuvântul lui Dumnezeu.
Introducerea trebuie să fie scurtă – eu zic că nu mai mult de 10-15% din predică (adică 3 – 5 minute).
C. Cuprinsul (Partea Principală A Predicii)
Cuprinsul constă într-o interacțiune continuă între explicații, ilustrații și aplicații. Explicarea textului ajută audiența să înțeleagă semnificația sa originală. Ilustrațiile au rolul de a clarifica și a întări explicarea textului, de a o însufleți, de a o face mai reală, mai relevantă, contemporană și mai ușor de înțeles. Așadar, ilustrațiile fac parte din explicarea textului. Aplicațiile fac semnificația textului relevantă și practică pentru viața noastră.
1. Explicarea textului
În general, explicarea textului este partea cel mai slab tratată a predicii:
- pentru că aceasta presupune mult timp de pregătire și muncă grea
- pentru că predicatorii de astăzi vor să ajungă direct la aplicații sau la „cum să”
- pentru că predicatorii par să dorească să folosească textul doar ca pe o punte de legătură pentru subiectul pe care vor să îl abordeze.
Trebuie să lucrezi bine la partea de explicații! Identifică principiile cu atenție și arată cum sunt deduse din text! Dacă nu explici bine „ce”, nu vei putea aplica cu putere și eficient „cum” sau „de ce”. Învățătura vine întotdeauna înaintea acțiunii; principiul precedă întotdeauna practica și îi pune bazele; mai întâi este doctrina și ea reglementează obligațiile.
2. Aplicația
Cel mai bine este să incluzi aplicațiile în predică și să nu le lași la finalul acesteia. Dacă lași aplicația la sfârșit:
- aceasta este separată de textul din care derivă.
- acest lucru devine o rutină, iar oamenii știu când va urma aplicația și pot să își închidă urechile.
Explicațiile trebuie date bine și în mod corect, însă ai grijă să nu te împotmolești în explicații! Trebuie să faci legătura dintre text și viața de zi cu zi a oamenilor. Oamenii trebuie să fie atinși de cuvântul lui Dumnezeu.
Există patru principii majore în formularea corectă a aplicațiilor unei predici:
(a) Principiul personal
Acesta este principiul potrivit căruia predicatorul aplică Scriptura la propria lui viață. Dacă le predici altora ceea ce nu ai aplicat mai întâi în viața ta, nu vei predica cu putere! Nu numai Dumnezeu știe când faci lucrul acesta, ci și oamenii știu! Predicatorul trebuie să predice ceea ce crede și trebuie să trăiască ceea ce predică.
(b) Principiul imaginației
Pentru a face corect aplicația la text, acesta trebuie să prindă viață! Oamenii, locurile și emoțiile trebuie să prindă viață. Dacă acestea sunt vii pentru tine, atunci îți va fi mai ușor să le faci să prindă viață și pentru ceilalți și să vezi cum se aplică la ei.
(c) Principiul extinderii
Predicând mereu oamenilor și învățându-i, predicatorul ajunge să îi cunoască mai bine, ajunge să le cunoască temerile, nevoile, speranțele. Faptul că îi cunoaștem pe oameni, știm unde locuiesc și cine sunt, ne permite să extindem aplicația Scripturii pentru a acoperi cât mai multe din aceste domenii. Lucrul acesta însă nu ne permite să folosim textul în mod nepotrivit sau incorect. Există o singură interpretare a Scripturii, însă există multe aplicații la problemele și experiențele umane.
(d) Principiul declarativ
Aplicația textului trebuie susținută cu claritate și autoritate. Nu trebuie să existe nesiguranță cu privire la aplicarea textului. Oamenii vin la biserică pentru a primi o direcție clară, pentru a afla ce spune Dumnezeu, cum trebui să-și trăiască viața și cum pot fi ajutați în problemele lor. De aceea, aplicațiile trebuie exprimate în mod deschis, pentru ca oamenii să nu rămână în suspans sau să se întrebe care a fost scopul predicii.
3. Ilustrațiile
Folosește ilustrațiile potrivit și înțelept! Ele trebuie să ilustreze ideea pe care vrei să o transmiți. Dacă trebuie să explici ilustrația, atunci înseamnă că nu este potrivită.
Încearcă să te ferești să cazi în una din următoarele capcane:
- Să folosești prea multe ilustrații, așa încât predica să devină o ilustrație extinsă.
- Să folosești ilustrațiile în așa fel încât acestea să domine predica.
- Să folosești ilustrații lungi. Ilustrațiile trebuie să fie succinte, la obiect și ușor de înțeles.
4. Încheierea
Acesta este punctul culminant al predicii. Aici aduci împreună ideea principală (predica-într-o-frază) cu explicațiile și cu actualizarea adevărului în viețile oamenilor. Acesta este momentul cel mai important în predicare. Încheierea, împreună cu introducerea, sunt probabil locurile în care e cel mai greu să faci o treabă bună.
În încheiere, încearcă să…
- cristalizezi predica – i.e. sumarizează-o!
- personalizează predica – i.e. fii direct și personal! Folosește pronumele „tu/voi/dumneavoastră” dacă este posibil!
- actualizează predica – rostește răspunsul pe care îl cere mesajul și pe care îl aștepți din partea oamenilor.
Așadar, încheierea este, prin definiție, confruntativă. De fapt, orice predicare profetică are rolul de a confrunta. Aici spui, cu alte cuvinte: „Asta spune cuvântul Domnului, iar acum iată ce trebuie să faci tu în privința asta!”
Răspunsul pe care îl ceri poate fi:
- schimbarea unei atitudini sau a unor fapte
- o dragoste mai profundă pentru Dumnezeu și pentru oameni
- mărturisirea păcatelor
- repararea relațiilor
- întărirea credinței
- o nouă înțelegere a adevărului
- etc. etc.
Pregătește încheierea strategic și cu mare atenție. Nu introduce aici material nou! Arată clar modul în care dorești ca oamenii să răspundă – de exemplu…
- să vină în față
- să se roage în tăcere
- să se ridice în picioare
- să ridice mâna
- să stea de vorbă cu tine după serviciul divin etc.
Oferă timp pentru primirea răspunsului!
5. Tranzițiile
Tranzițiile fac comunicarea mesajului unitară, fluentă, logică și inteligibilă. Nu subestima valoarea și necesitatea tranzițiilor între punctele și secțiunile predicii. Eu recomand scrierea în întregime a frazelor de tranziție.
6. Predica în ansamblul ei
O predică bună curge fluent și înaintează constant către încheiere. Ea conține mișcare – progresia argumentului, explicarea, aplicația, îndemnarea etc. După ce demonstrezi ceea ce ai vrut să spui, mergi mai departe! O predică bună va avea secțiuni și puncte principale echilibrate, fără ca un singur punct să ocupe 90% din predică. De asemenea, va avea un ritm potrivit, ca un marș; nu va alerga la un punct și se va târî la următorul, ci se va mișca în mod constant către împlinirea scopului său.
Folosește cuvintele cumpătat și cu precizie! Caută acele cuvinte care exprimă sensul cel mai exact cu putință a ceea ce vrei să transmiți! Mulți predicatori folosesc prea multe cuvinte. Dacă vorbești mai mult decât este necesar, oamenii nu te vor mai asculta. Fii precis, ca să nu lași loc de confuzie sau neclaritate! Folosește cuvinte ce exprimă imagini, analogii, contraste ce exprimă ideea pe care o ai în minte. Folosește diversitatea!
Partea A III-A: Devoțională
„Chemarea la rânduială în biserică” (1 Cor. 4:6-21)
De: Dr. Stephen F. Olford
Introducere Aceste versete încheie discursul lui Pavel despre dezbinări în biserică. Vă amintiți că el nu doar că a vorbit detaliat despre această nenorocire, ci a vorbit și despre cauzele acestor dezbinări în capitolele anterioare. Iar acum ajunge la partea de vindecare. Din această cauză, pasajul pe care îl avem acum în față este de o importanță vitală, nu doar pentru creștin, în mod personal, ci mai ales pentru viața bisericii locale.
Această secțiune are două părți: Prima parte este caracterizată de o notă de severitate (vs. 6-13). A doua parte este caracterizată de o mare blândețe (vs. 14-21). Altfel spus, Pavel le adresează mai întâi cititorilor săi cuvintele de mustrare, iar apoi încheie folosind cuvinte pline de milă. Aceste două note apar întotdeauna în prezentarea mesajului creștin, pentru că ele sunt expresia naturii lui Dumnezeu (vezi Romani 11:22). Acest lucru poate fi observat și în lucrarea Mântuitorului. Uneori folosea avertizarea, iar alteori folosea un ton atrăgător. Unele circumstanțe cereau cernerea bărbaților și a femeilor, pe când alte împrejurări cereau câștigarea lor. Haideți să privim mai întâi la:
I. Cuvintele De Mustrare
„Fraţilor, pentru voi am spus aceste lucruri, în icoană de vorbire, cu privire la mine şi la Apolo, ca, prin noi înşine, să învăţaţi să nu treceţi peste ce «este scris»…” (1 Corinteni 4:6-13). Apostolul își începe cuvintele de mustrare spunându-le corintenilor că se folosea pe sine și pe Apolo ca să ilustreze principiile ce determină relațiile dintre slujitori, învățători și membrii bisericii. Pavel obișnuia să se adreseze cititorilor săi făcând mereu referire și la sine. Omul acesta era de o politețe deosebită. El obișnuia să se includă și pe sine în avertizările și acuzările pe care le făcea. În acest preambul, Pavel lovește încă o dată la rădăcina problemei, arătând totodată și soluția pentru dezbinare, atât în viața particulară, cât și în viața bisericii:
1) Principala cauză a dezbinării o reprezintă păcatul și individualismul în biserică „…niciunul din voi să nu se fălească deloc cu unul împotriva celuilalt” (1 Corinteni 4:6). Este destul de evident că inima individualismului este acest lucru urât numit „mândrie”. Folosind un termen familiar – „să nu se fălească” – care apare de 7 ori în această epistolă (4:18, 19; 5:2; 8:1; 13:4), Pavel arată că această mândrie este:
a) Nebiblică. – „… să învăţaţi să nu treceţi peste ce «este scris»…” (1 Corinteni 4:6). Fără îndoială, Pavel se referă aici la învățătura generală a Scripturii despre mândrie. Dumnezeu nu urăște nimic mai mult decât mândria inimii omului. Cu siguranță apostolul se gândea la pasaje din Vechiul Testament ca Daniel 4:37 și Isaia 42:8 unde se spune clar că „El poate să smerească pe cei ce umblă cu mândrie” și „slava Mea n-o voi da altuia.” Și în Noul Testament există versete asemănătoare unde se spune: „Dumnezeu stă împotriva celor mândri, dar dă har celor smeriţi” (Iacov 4:6). Și „Smeriți-vă, dar, sub mâna tare a lui Dumnezeu, pentru ca, la vremea Lui, El să vă înalțe” (1 Petru 5:6). Ce înfricoșător este să îți dai seama că Dumnezeul cel Atotputernic stă împotriva mândriei din inima omului și vrea să o zdrobească oriunde o găsește! Până când acest lucru monstruos nu este înlăturat din biserica locală, întotdeauna vor fi dezbinări și lupte. Mândria însă nu este numai nebiblică, ci și:
b) Nespirituală. – „Căci cine te face deosebit? Ce lucru ai pe care să nu-l fi primit? Şi dacă l-ai primit, de ce te lauzi ca şi cum nu l-ai fi primit?” (1 Corinteni 4:7). Un om mândru nu reușește să înțeleagă nici că Dumnezeu îi face pe oameni diferiți și nici că El este singura sursă a înzestrărilor naturale și spirituale. Numai creștinul firesc este cel care nu recunoaște diferențele și sursa acestor daruri. Așa că, Pavel întreabă de fapt: Cu ce te fălești? „Ce lucru ai pe care să nu-l fi primit? Şi dacă l-ai primit, de ce te lauzi ca şi cum nu l-ai fi primit?” (v.7). Problema bisericii din Corint, ca și a multor biserici locale din zilele noastre, este că creștinii uită că sufletul lor, precum și tot ceea ce au, vine de la Dumnezeu. Pavel însă merge mai departe și arată că, în al treilea rând, mândria este:
c) Nesociabilă. – „O, iată-vă sătui! Iată-vă ajunşi bogaţi! Iată-vă împărăţind fără noi! Şi măcar de aţi împărăţi cu adevărat, ca să putem împărăţi şi noi împreună cu voi!” (1 Corinteni 4:8). Cu o ironie nimicitoare și un dispreț sfânt, Pavel descrie starea nesociabilă în care îi adusese mândria pe corinteni. Era o stare de satisfacție îngâmfată, autosuficiență și superioritate snoabă. Apoi, folosind o satiră înțepătoare, Pavel arată că o astfel de mândrie i-a îndepărtat de el. Când a rostit Fericirile, Isus a spus că cei care sunt flămânzi și însetați după neprihănire vor fi săturați, cei slabi vor deveni bogați și vor moșteni pământul, iar cei săraci cu duhul vor primi împărăția și vor domni. Însă pentru corinteni lucrurile stăteau altfel. Ce cuvinte mustrătoare și cât de necesară este această mustrare divină în viața bisericii astăzi! Cu greu găsești o problemă în cercurile noastre religioase a cărei rădăcină să nu fie această mândrie nebiblică, nespirituală și nesociabilă.
În ultimul nostru studiu, apostolul condamnă orice fel de laudă, însă în acest pasaj încearcă să o corecteze, demascând păcatul individualismului în biserică. După ce face acest lucru, se îndreaptă către soluția pentru problema dezbinării în biserica locală:
2) Soluția este centralitatea lui Hristos în biserică „Căci parcă Dumnezeu a făcut din noi, apostolii, oamenii cei mai de pe urmă, nişte osândiţi la moarte…” (1 Corinteni 4:9). În versetele ce urmează, Pavel arată că singurul răspuns la problema individualismului este centralitatea lui Hristos, iar singurul antidot la duhul mândriei este calea crucii. S-ar părea că Pavel a simțit că el era obiectul acestei priviri neîndurătoare a lumii batjocoritoare în arena vieții. Pentru a explica la ce se referă, Pavel descrie calea crucii ca:
a) Suferință mentală. – „Noi suntem nebuni pentru Hristos; voi, înţelepţi în Hristos! Noi, slabi; voi, tari! Voi, puşi în cinste; noi, dispreţuiţi!” (1 Corinteni 4:10). Cu un joc de cuvinte ironic, Pavel pune în contrast suferințele slujitorilor lui Dumnezeu cu sofisticarea credincioșilor corinteni. Pentru că Pavel și frații săi fuseseră asociați cu crucea lui Hristos, deveniseră o priveliște pentru lume, pentru îngeri și pentru oameni. Ei fuseseră puși pe o scenă pentru ca toți, fără excepție, să îi batjocorească și să îi disprețuiască. Mă întreb dacă tu și cu mine suntem gata să fim batjocoriți pentru mesajul pe care îl transmitem. Câți dintre noi suntem tentați să compromitem evanghelia pentru că stârnește antipatie și dispreț?
Calea crucii implică însă nu numai suferință mentală, ci și:
b) Suferință fizică. – „Până în clipa aceasta suferim de foame şi de sete, suntem goi, chinuiţi, umblăm din loc în loc” (1 Corinteni 4:11). Este destul de limpede că Pavel se referă la ceva ce experimenta chiar în momentul în care scria această epistolă. Într-adevăr, el suferise în trecut, însă aici spune: „Până în clipa aceasta…” Iată patru lucruri pe care le luăm drept sigure, pentru că sunt esențiale vieții – hrana, îmbrăcămintea, protecția și adăpostul; însă lui Pavel îi lipseau toate acestea. Totuși, într-adevăr, muncea cu mâinile sale (v. 12). Apostolul învățase să facă corturi din lână de capră (Fapte 18:3), însă o astfel de muncă manuală era disprețuită de greci. Faptul că el lucra atât de mult în domeniul acesta în Corint a cauzat o lipsă de dărnicie printre sfinți (vezi 2 Corinteni 11:7). Aceasta este însă calea crucii, iar noi nu trebuie să o uităm.
Pavel atinge punctul culminant al acestui paragraf îmbinând două aspecte ale suferinței sale atunci când spune: „… când suntem vorbiţi de rău, ne rugăm. Până în ziua de azi am ajuns ca gunoiul lumii acesteia, ca lepădătura tuturor” (1 Corinteni 4:13). El încheie așa cum a început – cu o metaforă frapantă despre jertfele umane într-un oraș grecesc. Când răufăcătorii erau aduși jertfă zeilor pentru a calma mânia acestora, acei amărâți erau aruncați în mare și acest termen îl folosește Pavel cu referire la sine. El spune literalmente: „Suntem făcuți ca scursurile și lepădăturile tuturor lucrurilor.” Într-un cuvânt, nu suntem decât niște gunoaie.
Mă întreb câți dintre noi suntem pregătiți să mergem pe calea crucii. Poate că nu ne este scris să experimentăm lipsuri fizice în această societate de consum, dar toți suntem chemați să suferim din punct de vedere psihologic de dragul lui Hristos, pentru că dacă suntem fideli mesajului lui Hristos cel răstignit, vom fi respinși de lume, vom fi batjocoriți, disprețuiți și ridiculizați. Iată, așadar, cuvântul de mustrare adresat de Pavel bisericii din Corint. Însă, la această notă de severitate, el adaugă o notă de blândețe, iar paragraful se încheie cu:
II. Cuvintele Pline De Milă
Poți simți inima plină de dragoste a apostolului atunci când se adresează cititorilor săi numindu-i „copii preaiubiţi.” „Nu vă scriu aceste lucruri ca să vă fac ruşine, ci ca să vă sfătuiesc ca pe nişte copii preaiubiţi ai mei…” (1 Corinteni 4:14-21). Abordarea lui Pavel aici este complet diferită. Cuvintele de mustrare sunt urmate acum de cuvinte pline de milă. Acuzația apostolului s-a încheiat, lăsând loc chemării părintești. Și așa ar trebui să fie în orice lucrare. Este nevoie de severitate, însă aceasta trebuie să fie urmată întotdeauna de mesajul blândeții. Așadar, marele apostol îi mustră pe baza:
1) Unei relații parentale în Hristos „Căci chiar dacă aţi avea zece mii de învăţători în Hristos, totuşi n-aveţi mai mulţi părinţi, pentru că eu v-am născut în Hristos Isus, prin Evanghelie. De aceea vă rog să călcaţi pe urmele mele” (1 Corinteni 4:15-16). După ce li se adresează ca unor fii preaiubiți, Pavel îi asigură că scopul lui nu este să-i facă să-și plece capul de rușine, ci mai degrabă să îi dojenească. Ca tată, el își dorește ca ei să crească „în mustrarea şi învăţătura Domnului” (Efeseni 6:4). În paragraful anterior, li s-a adresat ca un pedagog, însă acum vrea să le vorbească precum un tată. Pedagogul era un educator care era responsabil cu supravegherea unui băiat în ce privea îmbrăcămintea, hrana, vorbirea și manierele până când acesta devenea major. Pavel însă dorește ca ei să acționeze ca niște adulți (v. 16). Se înțelege că Pavel dorea ca cei din Corint să îl imite în măsura în care el îl urma pe Hristos. Aceasta era o provocare la o trăire matură (atât pentru el, cât și pentru ceilalți), spre deosebire de comportamentul lor copilăresc de care dăduseră dovadă. Ce provocare pentru mine și pentru tine! Este timpul să ne maturizăm și să lăsăm copilăria în urmă! Pavel își continuă pledoaria pe baza:
2) Unei amintiri personale în Hristos „Pentru aceasta v-am trimis pe Timotei, care este copilul meu preaiubit şi credincios în Domnul. El vă va aduce aminte de felul meu de purtare în Hristos şi de felul cum învăţ eu pe oameni pretutindeni în toate bisericile” (1 Corinteni 4:17). Corintenii trecuseră cu vederea multe din adevărurile învățate de la el. Așa că, l-a trimis pe Timotei la ei, ca să le amintească învățăturile, să îi ajute să fie fii vrednici ai lui Dumnezeu. Această lucrare de aducere aminte este subestimată în experiența noastră creștină. Într-adevăr, o mare parte din responsabilitatea predicatorului este să ne amintească de adevărurile uitate sau neglijate (vezi 2 Petru 3:1). Acesta este unul din rolurile de bază ale Duhului Sfânt în vremea aceasta, „să ne aducă aminte” de lucrurile pe care Domnul ne-a învățat în trecut. Tot așa, și Masa Domnului are scopul să ne amintească în mod repetat adevărurile centrale ale evangheliei și să ne amintească de revenirea lui Hristos. Inima ce răspunde lucrării de aducere aminte, însă, este aceea care a fost zdrobită la cruce și care este gata să accepte nu doar corecția, ci și mila. În cele din urmă, Pavel își prezintă pledoaria pe baza:
3) Unei responsabilități pastorale în Hristos „Ce voiţi? Să vin la voi cu nuiaua sau cu dragoste şi cu duhul blândeţii?” (1 Corinteni 4:21). Știind că totuși vor mai fi oameni mândri în Corint (v. 18), în pledoaria sa plină de milă, Pavel culminează cu o notă de autoritate. El le spune că, dacă Domnul va voi, va veni la ei să vadă dacă este într-adevăr o opoziție arogantă în Corint sau totul e doar o vorbărie goală (v. 19). El le amintește că împărăția lui Dumnezeu nu înseamnă doar vorbe, ci o trăire în puterea lui Hristos cel înviat (v. 20). Dumnezeu pune la dispoziția creștinilor toate cele necesare pentru ca ei să poată trăi ca oameni responsabili. Acesta este scopul crucii lui Hristos și puterea învierii.
Concluzie: Pavel încheie spunând: „Ce voiţi? Să vin la voi cu nuiaua sau cu dragoste şi cu duhul blândeţii?” (1 Corinteni 4:21). El îi lasă să aleagă dacă îl vor primi ca pe un tată, cu dragoste și blândețe. Dragostea lui Pavel pentru copiii săi în credință nu era o dragoste oarbă, ușuratică și sentimentală. Din contră, era o dragoste conștientă că uneori este necesară și disciplinarea, iar el era pregătit să o aplice. Există o dragoste care poate distruge o persoană, trecându-i cu vederea greșelile. Există însă și o dragoste care poate ridica un om, punându-l față în față cu adevărul, așa cum este el în Isus Hristos. Soluția pentru dezbinările din biserică este acceptarea mustrării, care frânge mândria noastră și ne face să umblăm pe calea crucii. Soluția presupune însă și acceptarea milei, care ne încurajează să trăim, să învățăm și să iubim ca niște fii maturi ai lui Dumnezeu. Ești pregătit să îndeplinești aceste condiții și să cunoști astfel pacea și bucuria de a face voia Tatălui?
Partea A IV-A: Schițe De Predici
Pentru versiunea audio a acestor predici în limba engleză, dați click pe link-urile următoare: Link 1 - Jn. 15:12-13; Link 2 - Jn. 15:14-17, Link 3 - Jn. 16:5-15
Title 1: Five characteristics of a true disciple (Jn. 15:1-17)
Titlu 1: Cinci caracteristici ale unui ucenic adevărat (Ioan 15:1-17)
Notă: Vezi ediția de iarnă 2018 a acestui jurnal pentru punctele 1-3 (Ioan 15:1-11).
Punctul #4: Cea de-a patra caracteristică a unui ucenic adevărat este… dragostea (12-13)
Punctul #5: Cea de-a patra caracteristică a unui ucenic adevărat este… cunoașterea (14-17)
Titlu 2: Venirea Duhului Sfânt (Ioan 16:5-15)
Punctul #1: Isus L-a trimis pe Duhul Sfânt ca să fie Ajutorul / Mângâietorul nostru (5-7)
Punctul #2: Isus L-a trimis pe Duhul Sfânt ca să dovedească lumea vinovată (8-11)
Punctul #3: Isus L-a trimis pe Duhul Sfânt ca să îi călăuzească pe credincioși în tot adevărul (12-15)
Related Topics: Pastors
The Net Pastors Journal, Rus Ed 27, Весеннее издание 2018
Весеннее издание 2018
Служение Института Библейского Проповедования…
“Укреплять Церковь через библейскую проповедь и руководство”
Автор: Проф. Роджер Паскоу, Президент,
Институт Библейского Проповедования
Кембридж, Онтарио, Канада
Email: [email protected]
Phone: 519-620-2375
Часть I: Подготовка К Проповеди
“Окончание проповеди”
A. Заканчивая Проповедь
На протяжении многих лет идет много споров о том, должны ли проповедники использовать полные рукописи проповеди на кафедре, или просто план проповеди, или заметки о ней, или ничего.
1. Полная Версия Проповеди
Если у вас не было большого опыта проповедования, я рекомендую вам полностью писать свои проповеди, даже если вы не будете брать их полную версию с собой на кафедру.
2. План Проповеди Вкратце
Я использую план проповеди вкратце. Под «проповедью» я имею в виду усиленные моменты в проповеди, частичную рукопись, объединенные абзацы.
Основные особенности проповеди:
- Напишите «ведущие» предложения в полном объеме
Отступающий добавочный материал разместите под ними. Это могут быть заметки.
- Напишите иллюстрации в полном объеме.
Я вставляю их в рамку, чтобы их легко можно было найти
- Запишите применение, чтобы задействовать память
Как и иллюстрации, я вставляю применение в рамку, чтобы его легко находить. Это также поможет вам оценить, делаете ли вы применение соответственно пунктам ваших проповедей, и насколько ваши проповеди применимы к жизни.
Когда вы говорите о применении, вы можете позволить себе быть более незабываемыми, но убедитесь, что вы продумали его заранее. Применение - очень важно. Обязательно сделайте его современными и актуальным
- Выпишите введение полностью
Запомните свое введение - по крайней мере, вступительно «привлеките внимание». Убедитесь, что ваша «проповедь в одном предложении» тщательно, лаконично и точно сформулирована.
- Запишите свое окончание в полном объеме
Осторожно продумайте, как вы сделаете свой последний призыв в конце своей проповеди и как вы попросите людей ответить на него.
- Выпишите все свои переходы между основными пунктами проповеди в полном объеме
Переходы между сегментами вашей проповеди - очень важный аспект проповеди. Это гарантирует, что люди последуют за вашими мыслями - то есть, чтобы они понимали, как вы перешли от одного основного пункта к другому.
Существует несколько преимуществ использования краткого изложения проповеди:
a) Оно дает мне все важные данные, которые мне нужны, не заставляя меня тратить время, чтобы написать всю проповедь слово-в-слово.
б) Оно не позволяет мне попасть в ловушку чрезмерной подготовки.
в) Оно мешает мне читать мою проповедь.
г) Оно выявляет как бы “карту” проповеди, чтобы я не уходил из намеченного курса или не забывал важные моменты.
д) Оно дает мне правильные слова в нужное время (например, для основных пунктов и пояснительных материалов).
е) Оно связывает меня с другими Писаниями, которые я мог бы не запомнить иначе.
ж) Оно выявляет соответственные иллюстрации в соответствующих пунктах.
з) Оно фокусирует меня на применении в соответствующих пунктах.
и) Оно подсказывает мне переходы, когда они необходимы, чтобы я о них не забывал.
к) Оно регулирует продолжительность проповеди.
Даже если вы не можете написать полную версию проповеди, убедитесь ...
- Что ваша короткая проповедь включает в себя тщательно продуманные слова, фразы, образы, иллюстрации и т. д., потому что обычно вы не можете думать о нужных словах во время проповеди.
- Что ваша проповедь вкратце следует краткому плану абзацев текста проповеди (введение, основные моменты, иллюстрации, применение, выводы)
- Чтобы ваша проповедь была написана в таком формате, который вам на стоит перечитывать снова.
Вывод. Какую бы форму заметок вы не взяли с собой на кафедру, помните, что проповеди являются приношением Богу, которые оказывают вечное воздействие на жизни людей и, следовательно, достойны тщательной подготовки.
Б. Заканчивая Послание
Подготовка к проповеди включает в себя больше, чем написание проповеди. Ваша рукопись должна стать посланием от Бога, которое вы несете людям. Поэтому, как только подготовка рукописи была завершена ...
1. Молитвенно Рассмотрите Послание
Сделайте последние изменения в грамматике, теологии, экзегезе, иллюстрациях, применении, формулировках и т. д. Протестируйте всю проповедь:
- Является ли она библейской, точной и понятной?
- Являются ли иллюстрации истинными?
- Является ли применение актуальным на сегодня?
- Все ли в проповеди нужно?
- Вносит ли каждый пункт свой вклад?
Устраните то, что не нужно, не истинно, не точно или не важно. Ознакомьтесь с планом, содержанием и мысленным потоком проповеди. Добавьте все, что необходимо для ее укрепления. Удостоверьтесь, что тот, кто никогда не слышал этого послания, мог бы понять его и применить к своей жизни.
2. Молитвенно Соотнесите Послание (проповедуйте его себе)
Сначала свяжите проповедь с самим собой (прежде чем вы будете проповедовать ее людям) с точки зрения того, как вы ее применяете, и насколько вы ей послушны. Мы не имеем права проповедовать проповедь, которой мы сами не следуем. Это процесс рождения. Убедитесь, что у вас есть послание.
3. Молитвенно Репетируйте Послание (молитесь им перед Богом)
Когда вы молитесь, пройдите через всю проповедь в молитве перед Богом. Размышляя над проповедью - молитесь Богу, чтобы он показал вам все, что должно изменить или устранить, и все, чему вам нужно повиноваться, что исповедовать или как применять к вашей собственной жизни. Эта торжественная дисциплина покажет, следует ли делать дальнейшие корректировки, или у вас уже есть Его одобрение. Только тогда вы готовы проповедовать. В вашей молитве я предлагаю вам предложить свою проповедь Богу, как жертву, прося Его о том, чтобы она была приятна Ему.
4. Вывод
Как посланник Господа, применяйте любой метод у алтаря, который поможет вам понять вашу жизнь и сделает вас наиболее эффективным в общении с Божьим Словом. «Старайся представить себя Богу достойным, делателем неукоризненным, верно преподающим слово истины». Затем выходите и «проповедуйте Слово».
В. Последний Обзор
1. Каждая Проповедь Имеет Четыре Эффективных Компонента В Структуре
а) Введение
В нем вы привлекаете внимание всей своей аудитории, говорите тему, («проповедь в предложение») и обращаетесь к аудитории и к Слову.
б) Основное содержание (экспозиция)
Содержание вашей проповеди состоит из пояснительного материала, который обычно делится на основные пункты, иллюстрации и применение.
c) Суммирование или заключение
Здесь вы приводите свою проповедь к заключению посредством объединения всех пунктов, увещевания и приглашения (см. зимнее издание этого журнала 2018 года).
г) Переходные предложения
Переходные предложения помогают вам сделать плавный и логичный переход между основными частями проповеди - от введения к основной части проповеди; между основными пунктами проповеди; от основного содержания проповеди к ее заключению.
2. У Каждой Проповеди Есть Четыре Вызова
а) “Растянуть” ум = научить, информировать, познание Бога, библейское мировоззрение
б) Размешать, смягчать, прикасаться к сердцу = привязанность, отношения со Христом
в) Стимулировать, развивать чувствительность, покалывать совесть = исповедь, святость жизни
г) Формировать, подчинять волю = послушание, подчинение воле Бога
Просмотрите каждую проповедь, чтобы убедиться, что она выполняет все четыре задачи.
3. Храните В Разуме Три Важных Элемента
a) Ваша тема / предмет - обеспечивает единство
«Какова основная тема?» (Большая тема проповеди, темы, проповеди в предложение). Спросите себя: «Что я буду говорить об этой теме?»
б) Ваши мысли - они обеспечивают структуру и движение
«Каковы объединяющие мысли?» (Основные моменты). Какие мысли раскрывают тему / предмет? Выделите мысли в «закрепленной» форме.
c) Ваша тяга - это направление и назначение
«Что такое мотивирующая тяга?» (Цель проповеди). Чего требует истина? Что вы хотите, чтобы они делали? Какое применение вы собираетесь сделать?
Часть II: Проповедь Послания
“От начала до конца”
Поучительно, что апостол Павел, в конце своих посланий к Колоссянам и Ефесянам, просит молиться о его способности проповедовать, иметь ясность, возможности и мужество.
«Молитесь также и о нас, чтобы Бог открыл нам дверь для слова, возвещать тайну Христа, за которую я и в узах, дабы я открыл ее как должно мне возвещать» (Кол. 4: 3-4)
«И (молясь) за меня, дабы мне дано было слово, устами моими открыто и с дерзновением возвещать тайну благовествования, для которого я исполняю посольство в узах; дабы я смело проповедовал, как мне должно» (Еф.6: 19-20)
В обоих отрывках Павел повторяет фразу «как мне должно возвещать». Существует «должное» в проповеди:
1. “Как” мы должны проповедовать - со «смелостью», мужеством, страстью. Это происходит только тогда, когда мы уполномочены Святым Духом преодолевать нашу слабость и защищаться Святым Духом в конфликте с духовными врагами.
2. “Когда” мы должны проповедовать -«открытые двери», возможности.
3. “Что” мы должны проповедовать -«тайну Христа»; тайну Евангелия.
4. «Почему» мы должны проповедовать - «чтобы сделать тайну известной». Если мы это не сделаем, то кто это сделает? Если мы не сделаем ее известной, она будет скрыта и останется загадкой. В этом смысле проповедь является пророческой (открывающей истину Бога) и апокалиптической (снимающей завесу с истины).
5. «Как я должен проповедовать», указывает на ту самую необходимость и ответственность в проповеди.
Основанием для “должного” в проповеди является молитва. Нам нужно молиться самим о нашей проповеди, и нам нужно, чтобы другие молились за нас. Только с помощью Святого Духа мы можем проповедовать таким образом, чтобы люди ясно понимали проповедь, получали духовное обличение и отвечали на это соответственно. Павел просит, чтобы ему было дано «высказывание» - говорить Божьи слова. Таким образом, мы должны «проповедовать Слово» (2 Тим 4: 2, см. 1 Тим. 2: 7). Ясная, смелая, соответствующая проповедь Евангелия происходит только от посвящения Святому Духу и молитве. Когда Святой Дух дает возможность и силу к проповеди, мы будем проповедовать смело, быстро, страстно, убежденно и понятно.
A. Начальные Заметки
Ваши начальные заметки задают тон и действительно определяют, будут ли люди слушать вас или нет. Они указывают на что-то в отношении вас. Люди получают как бы шестое чувство относительно вас и ваших вступительных комментариев. Итак, продумайте их и говорите мудро. Вы либо будете успешны, либо потерпите поражение в этом моменте. Если вы потеряете внимание слушателей, их очень сложно будет вернуть.
Первоначальные заметки представляют собой переход от того, что было раньше, к тому, что происходит в данный момент. Всегда полезно связать предыдущую часть служения вместе с вашей проповедью, сказав или напомнив о том, что было сказано или сделано ранее и - например, похвалив или поблагодарив команду поклонения или оператора звуковой системы; или, упоминая что-то, что уже было ранее сказано или спето, что могло бы послужить естественным мостиком к вашей теме.
Очень хорошая практика - поблагодарить всех, кто принимал участие в служении, а также всех тех, кто служит в церкви в различных служениях - например, детских служителей, которые учат детей и присматривают за маленькими детьми. Общественное признание служителей - это хорошо и правильно.
Держитесь подальше от общей склонности рассказывать анекдоты или шутки. Шутки опасны, и, как правило, не связаны с тем, о чем вы собираетесь проповедовать.
Кратко поделитесь этими первоначальными фразами.
Б. Вступление
Проповедуя введение, убедитесь, что оно плавно переходит от начальных заметок к началу экспозиции.
Убедитесь, что ваше введение соответствует цели введения - для помощи в этом, см. Зимнее издание журнала 2018 года.
Где-то в вашем вступительном или вступительных фразах, не забудьте помолиться. Удивительно, сколько проповедников не молятся, перед тем, как начнут проповедовать, а некоторые не молятся вообще.
Если отрывок ваш не был прочитан ранее на богослужении, найдите подходящее время для прочтения вашего отрывка. Мне нравится читать мой собственный отрывок в то время, когда я проповедую, вместо того, чтобы кто-то еще читал его до меня. Таким образом, проповедь напрямую привязана к отрывку. Будьте очень осторожны в том, как вы читаете текст. Практикуйте это. Прочтите его осмысленно, медленно, выразительно (естественно), акцентируйте слова, фразы когда это необходимо, чтобы придать смысл. Используйте паузы для осмысления абзацев и акцентов. Хорошо попросить аудиторию встать для чтения Божьего Слова.
Пусть вступление будет кратким - я предлагаю не более 10-15% всей проповеди (т. е. 3 - 5 минут).
C. Экспозиция (Основная Часть Проповеди)
Экспозиция состоит из непрерывного взаимодействия между объяснением, иллюстрацией и применением. Объяснение текста помогает вашей аудитории понять изначальный смысл автора. Иллюстрации служат для разъяснения и укрепления объяснения - сделать его более ярким, реальным, понятным, актуальным, современным. Итак, иллюстрации действительно разъясняют объяснение. Применение делает смысл текста актуальным и практичным для жизни.
1. Объяснение
Как правило, объяснение - это часть проповеди, которая делает худшее:
- потому что для этого требуется много времени на подготовку, и это нелегкая задача
- потому что проповедники сегодня хотят прямо перейти к применению, к тому, как поступать на практике
- потому что проповедники, похоже, хотят использовать текст просто, как мостик к теме, о которой они хотят говорить.
Удостоверьтесь, что вы хорошо объясняете. Тщательно определите принципы и покажите, как они взяты из текста. Если вы не объясняете вопрос «что» из текста, вы не можете эффективно и мощно применять вопросы «как» или «почему» в нем. Инструкция всегда предшествует действию; принцип всегда предшествует и закладывает основу для практики; доктрина предшествует и стоит на стороже.
2. Применение
Применение лучше всего делать по ходу проповеди, нежели в конце ее. Если вы оставите применение до конца то:
- оно будет отделено от текста, из которого оно взято
- оно становится рутинным, так что люди знают, когда оно приближается, и они могут “отключиться” к этому моменту.
В то время как ваше объяснение должно быть сделано точно и хорошо, убедитесь, что вы не застряли на нем. Вам нужно перейти от текста к повседневной жизни людей. Они должны быть достигнуты с Божьим словом.
В правильном практическом применении проповеди есть четыре основных принципа:
a) Личный принцип
Это принцип проповедника, применяющего Писание к его собственной жизни. Если вы проповедуете другим то, что вы не применяете в своей собственной жизни, не будет иметь силы в проповеди. Не только Бог знает, когда вы это делаете, но и люди тоже будут знать. Проповедник должен проповедовать то, во что он верит, и он должен соответственно жить.
б) Принцип воображения
Чтобы правильно применить текст, он должен стать реальным для вас. Люди, места и эмоции должны ожить. Если он для вас жив, тогда вам будет проще сделать его реальным для других людей и посмотреть, как оно относится к ним.
в) Принцип растяжения
Когда мы проповедуем людям в течение определенного периода времени и ведем их в этом, проповедник узнает их лучше - их страхи, их потребности, их надежды. Наши знания о людях, где они живут, и кто они, позволяют нам расширять применение Писания, чтобы охватить как можно больше из этих сфер. Знание не дает лицензии на использование текста не надлежащим образом или не точно. Существует только одно толкование Писания, но есть много применений к человеческому опыту и его проблемам.
г) Принцип провозглашения
Применение текста должно быть провозглашено с властью и ясностью. Не должно быть неопределенности в отношении применения текста. Люди приходят в церковь для четкого руководства, чтобы узнать, что говорит Бог, как они должны жить, и как они могут получить помощь в решении своих проблем. Поэтому применение должно быть четко высказано, так, чтобы люди не оставались в состоянии непонимания и не задавались вопросом, о чем шла речь.
3. Иллюстрации
Используйте иллюстрации мудро и правильно. Убедитесь, что они иллюстрируют то, что вы хотите сказать. Если вам нужно объяснять свою иллюстрацию, то она не четкая.
Старайтесь избегать попадания в некоторые из следующих общих ловушек:
- Использование слишком многих иллюстраций, чтобы вся проповедь становится одной большой иллюстрацией.
- Использование иллюстраций таким образом, чтобы они превалируют над проповедью.
- Длинные иллюстрации. Иллюстрации должны быть краткими, точными, легко воспринимаемыми.
4. Заключение
Это кульминация проповеди. Это то, где вы объединяете тему (проповедь-в-предложение) с объяснением и раскрытием истины для жизни людей. Это то место, где “резина встречается с дорогой” в проповеди. Это, наряду с введением, вероятно, самая сложная часть проповеди, которую нужно сделать.
В заключении, попробуйте ...
- кристаллизировать проповедь, т. е. обобщить все.
- сделать проповедь личной, т. е. прямой и личной. Используйте «вы», если это возможно.
- сделать проповедь актуальной - указать, что им нужно сделать в ответ на послание, и что вы ожидаете от них.
Таким образом, заключение по определению является обличающим. Фактически, всякая пророческая проповедь является конфронтирующей. Вы говорите: «Это то, что говорит Слово Господа, теперь это то, что вам нужно сделать».
Ответ, который вы ожидаете от них:
- изменение отношения или практики
- более глубокая любовь к Богу и людям
- исповедание греха
- восстановленные отношения
- укрепление убеждений и веры
- новое понимание истины
- т.д.
Подготовьте заключение очень тщательно и стратегически.
Не вводите здесь новый материал. Укажите, как вы хотите, чтобы они ответили - например,
- выйти вперед
- молиться про себя
- остаться стоять там, где они стоят
- поднять руку
- поговорить с вами после служения и т. д.
Дайте время им для ответа.
5. Переходы
Переходы делают передачу послания единой, гладкой, логичной, понятной. Не стоит недооценивать ценность и необходимость переходов между различными пунктами и разделами вашей проповеди. Я рекомендую вам написать каждый переход полностью
6. Проповедь как целое
Хорошая проповедь будет плавно двигаться и постепенно продвигаться к концу. У нее будет движение - прогрессирование споров, объяснения, применения, увещания и т. д. Когда вы выразите свою мысль, продолжайте! Она будет сбалансирована между разделами проповеди (введение, основная часть и заключение) и сбалансирована между основными пунктами, чтобы один пункт не занимал 90% проповеди. У проповеди будет скорость - как у марширующей группы, она не будет бежать в один момент и медленно ползти в другой, но она будет неуклонно продвигаться к цели.
Используйте слова экономно и точно. Найдите слова, которые наиболее точно выражают то, что вы хотите сказать. Помните, что многие проповедники слишком многословны. Если вы говорите дольше, чем необходимо, это отключает слушателей. Будьте точны, чтобы не было неопределенности или путаницы. Разрабатывайте изображения слов, аналогии, контрасты, которые вставляют идею в разум. Будьте яркими.
Часть III: Представление Экспозиции
“Призыв к порядку в церкви” (1 Кор. 4:6-21)
Проф. Стивен Ф. Олфорд
Введение. Эти стихи завершают отношение Павла к разделению в церкви. Вы помните, что он не только тщательно разбирался с проклятием, но и с причинами этих разделений в предыдущих главах. Теперь, наконец, он приходит к лекарству. Именно поэтому отрывок перед нами имеет исключительное значение не только для отдельных христиан, но особенно для жизни поместной церкви.
Секция делится на две части: первая часть характеризуется некой суровостью (стихи 6-13). Вторая часть характеризуется крайней нежностью (ст. 14-21). Чтобы выразить иначе, Павел сначала обращается к своим читателям со словом исправления, а затем завершает словом сострадания. Эти два обращения всегда звучат в представлении христианского послания, потому что они являются выражением самой природы Бога (см. Римлянам 11:22). Это было справедливым и в служении Спасителя. Время от времени было предупреждение, в то время, как в других случаях, был триумф. Некоторые обстоятельства требовали “просеивания” мужчин и женщин. В другое время было “ухаживание” за мужчинами и женщинами. Сначала мы рассмотрим:
I. Слово Исправления
«И вот это, братья, я приложил к себе и Аполлосу ради вас, чтобы вы научились от нас не мудрствовать сверх того, что написано ...» (1 Коринфянам 4: 6-13). Апостол говорит слово исправления, рассказывая Коринфянам, что он использовал Аполлоса и себя в качестве иллюстраций великих принципов, которые влияют на отношения между служителями, учителями и членами всей церкви. Для Павла характерно, что он не обращался к своим читателям, не задевая себя и свою жизнь. Он всегда был учтив и тактичен. Он включал себя также в свои собственные предупреждения и осуждения. С этой преамбулой Павел снова поражает первопричину и положительное лечение от всякого разделения личности и в церкви в целом:
1) Главная причина - грех и эгоцентризм в церкви «... чтобы никто из вас не превозносился один перед другим» (1 Коринфянам 4: 6). Совершенно очевидно, что сердце этого эгоцентризма - уродливая вещь под названием гордость. Использована известная фраза - «возгордились» - которая встречается не менее семи раз в этом послании (4:18, 19; 5: 2; 8: 1, 13: 4), Павел показывает, что гордость имеет следующие свойства:
а) Не библейская. - «... Учитесь у нас не мудрствовать сверх того, что написано ...» (1 Коринфянам 4: 6). Павел, несомненно, ссылается здесь на общее учение Писания о предмете гордости. Нет ничего, что Бог ненавидит больше, чем гордость человеческого сердца. Несомненно, апостол имел в виду такие ветхозаветные отрывки, как Даниил 4:34 и Исаия 42: 8, где ясно, что «Бог противится гордым», и «не поделится славой Его с другими». в Новом Завете, где сказано: «... Бог гордым противится, а смиренным дает благодать» (Иакова 4: 6). И «Смиритесь, следовательно, под могучую руку Божию, чтобы он возвысил вас в Свое время» (1 Петра 5: 6). Какая страшная мысль осознать, что Всемогущий Бог ставит Себя, чтобы противиться и подавлять гордость в человеческом сердце, где бы Он ни находил ее! Пока с этой чудовищной вещью церковь не начнет разбираться, всегда будут разногласия и утверждения. Но гордость не только не библейская, но и:
б) Не духовна. - «Ибо кто отличает тебя? Что ты имеешь, чего бы не получил? А если получил, что хвалишься, как будто не получил? » (1 Коринфянам 4: 7). Гордый человек не видит, что Бог не только создал людей по-другому, но и является единственным источником как естественных, так и духовных надежд. Только не духовный христианин не признает различий, а также исходных этих даров Поэтому Павел, по сути, спрашивает: «О чем вы так гордитесь? Что у вас есть, что Бог не дал вам? И если все, что у вас есть, от Бога, почему вы видите себя такими великими и как будто вы совершили что-то сами? » (ст.7 «Живые письма»). Вся беда в коринфской церкви и во многих поместных церквях сегодня заключается в том, что христиане забывают, что они обязаны всему, что у них есть, только одному Богу. Но Павел продолжает показывать, в-третьих, гордость:
c) Не общительна. - «Вы уже пресытились. Вы уже обогатились. Вы стали царствовать без нас. О, если бы вы и в самом деле царствовали, чтобы и нам с вами царствовать!» (1 Коринфянам 4: 8). С увядающей иронией и святым презрением Павел описывает нелюдимое состояние, в которое гордость принесла этих коринфян. Это было условие самодовольства, самодостаточности и снобистского превосходства. Затем Павел указывает на жалящую сатиру, что такая гордость отделила их от него. В Нагорной проповеди Иисус говорит, что это те, кто голоден и жаждет праведности, наполнятся, это - слабые, которые становятся богатыми и наследуют землю, и что это те, кто нищ духом, получат царство и будут править. Но для этих Коринфян все было иначе. Какие слова тут есть, и все же, насколько это необходимо, чтобы было божественное исправление в нашей церковной жизни сегодня! В наших религиозных кругах едва ли возникает проблема, которая не может быть прослежена до этой не библейской, не духовной и нелюдимой вещи, называемой гордостью.
В нашем последнем исследовании, Апостол осуждает всевозможное хвастовство, но здесь, в этом разделе, он пытается исправить это, говоря о грехе эгоцентризма в церкви. Сделав это, он обращается к положительному “лечению” от разделений в поместной церкви:
2) Положительное лечение - быть церковью, сфокусированной на Христе «Я думаю, что Бог показал нам, Апостолы, последние, как люди, приговоренные к смерти ...» (1 Коринфянам 4: 9). В последующих стихах Павел показывает, что единственный ответ на эгоцентризм - это фокус на Христа, и что единственное противоядие духу гордости является путь креста. Кажется, что Павел чувствовал, что он был объектом безжалостных насмешек мира на арене жизни. Чтобы объяснить, что он имел в виду, Павел описывает путь креста в терминах:
a) Психическое страдание. - «Мы безумны ради Христа, но вы мудры во Христе! Мы немощны,, а вы крепки! Вы в славе, а мы - в бесчестии! »(1 Коринфянам 4:10). С иронической игрой на слова Павел противопоставляет страдания служителей Бога с утонченностью коринфских верующих. Поскольку Павел и его братья были ассоциированы с крестом Христа, они стали зрелищем для всего мира, для ангелов и для людей, - они были выставлены на обширной театральной сцене для всех и каждого, чтобы насмехаться и презирать. Интересно, готовы ли вы и я быть высмеяны за наше послание? Сколько из нас соблазняется скомпрометировать Евангелие, потому что оно не популярно и презираемо?
Однако путь креста предполагает не только психическое страдание, но и:
б) Физическое страдание. - «Даже доныне терпим голод и жажду, и наготу и побои и скитаемся» (1 Коринфянам 4:11). Павел явно ссылается на то, с какими трудностями сталкивался в то время, когда писал. Правда, он страдал в прошлом, но он говорит: «Даже доныне ...» Вот четыре вещи, которые мы считаем само собой разумеющимися, как основные жизненные потребности - пища, одежда, защита и приют; но Павлу не хватало во всех этих случаях. Но он действительно трудился своими руками (стих 12). Апостола учили делать палатки из козьих волос (Деян. 18: 3), но такой ручной труд был презираем среди греков. Тот факт, что он занимался этим в Коринфе, вызвал опасения среди святых (см. 2 Коринфянам 11: 7). Но это путь креста, и мы не должны его забывать.
Павел заканчивает этот параграф, объединив два аспекта его страданий, сказал: «... хулят нас, мы молим. Мы как сор для мира, как прах, попираемый всеми до сего дня »(1 Коринфянам 4:13). Когда он начал, он заключил - с поразительной метафорой о человеческих жертвоприношениях в греческом городе. Когда преступников приносили в жертву, чтобы успокоить гнев богов, бедные негодяи были брошены в море, и это слово, которое Павел использует для описания себя. Буквально в предложении говорится: «Мы, как отходы и отбросы всех вещей». Одним словом, мы всего лишь мусор.
Интересно, как многие из нас готовы идти путем креста. Возможно, нам не удастся испытать физические трудности в этом богатом обществе, но все мы призваны страдать умственно ради Христа, потому что, если мы верны нашему посланию Христа распятого, мы будем изгоями мира, объектами смеха, презрения и насмешек. Вот тогда слово исправления, которое Павел обращает к коринфской церкви. Но с этой серьезностью он также подмечает нежность и в заключение он говорит:
II. Слово Сострадания
Вы можете почувствовать сердце любви Апостола, когда он обращается к своим читателям как к своим «любимым детям». «Я не пишу это, чтобы стыдить вас, но как моих возлюбленных детей предупреждаю вас ...» (1 Коринфянам 4: 14-21) , Подход Павла здесь совершенно другой. Теперь слово исправления сопровождается словом сострадания. Обвинение Апостола уступило место призыву отца. И так должно быть во всем служении. Серьезность необходима, но за ней всегда следует послание о нежности. Поэтому великий Апостол увещевает их на основании:
1) Родительские отношения во Христе «Ибо, хотя у вас тысячи наставников во Христе, но не много отцов; ибо во Христе Иисусе Я родил вас благовествованием. Поэтому я призываю вас, подражайте мне как я Христу»
(1 Коринфянам 4: 15-16). Обратившись к ним как к возлюбленным сыновьям, Павел уверяет, что это не его план заставить их повесить головы в стыде, но скорее ободрить их. Как отец, он хочет, чтобы их воспитывали «в воспитании и увещевании Господа» (Ефесянам 6: 4). В предыдущем параграфе он обращался с ними, как учитель, но теперь он хочет поговорить с ними как отец. Наставник был по существу дисциплинирующим человеком, который отвечал за их отношение к одежде, еде, речи и манерам. Но Павел хочет, чтобы они теперь стали взрослыми сыновьями (стих 16). Излишне говорить, что Павел хотел, чтобы коринфяне подражали ему в той мере, в какой он следовал за Христом. Это было проблемой зрелости (для него и их), в отличие от “детского” незрелого поведения, которое они выражали. Какое слово для нас! Пришло время, нам вырасти и оставить позади наше детство! Павел продолжает взывать дальше к:
2) Личным воспоминаниям во Христе «По этой причине я послал к вам Тимофея, который является моим возлюбленным и верным сыном в Господе, который напомнит вам о моих путях во Христе, как я учу везде в каждой церкви» (1 Коринфянам 4:17). Коринфяне упустили многие истины, которым он их научил. Поэтому Тимофей собирался напомнить им о тех учениях, чтобы помочь им быть достойными сыновьями и дочерьми Бога. Это служение воспоминаний недооценивается в нашей христианской жизни. Действительно, значительная часть ответственности проповедника состоит в том, чтобы напомнить нам об истинах, которые были забыты или стали пренебрегаемы (см. 2 Петра 3: 1). Это одна из величайших функций Святого Духа в этом веке: «помочь нам вспомнить» то, чему Господь учил нас в прошлом. Так же «Господь» призван напоминать нам неоднократно о центральных истинах Евангелия и о скором возвращении Христа. Сердце, которое отвечает на служение памяти, однако, является тем, что было сокрушено на кресте и готово принять не только слово исправления, но и слово сострадания. Наконец, Павел представляет свой призыв на основе:
3) Пастырская ответственность во Христе «Что вы хотите? С жезлом ли прийти к вам или с любовью и духом кротости?» (1 Коринфянам 4:21). Зная, что в Коринфе по-прежнему будут некоторые гордые люди (ст. 18), Павел заканчивает сострадательным обращением с этой заметкой власти. Он говорит им, что, если Господь пожелает, он придет к ним, а затем выяснит, была ли на самом деле высокомерная оппозиция в Коринфе или просто пустые разговоры (стих 19). Он напоминает им, что Царство Божье это не просто слова, но жизнь во власти воскресшего Христа (стих 20). Бог предоставил все средства, с помощью которых христиане должны жить, как ответственные мужчины и женщины. В этом и заключается цель креста Христа и всей силы воскресения.
Вывод: Итак, Павел заканчивает словами: «Что вы хотите? С жезлом ли прийти к вам или с любовью и духом кротости?»(1 Коринфянам 4:21). Он дает им выбор: получат ли они его, как отца в духе любви и кротости. Любовь Павла к его детям в вере не была слепой, легкой, сентиментальной. Напротив, она была той, которая знала, когда им была нужна дисциплина, и когда это было необходимо, он был готов ее использовать. Есть любовь, которая может разрушить человека, закрыв глаза на его недостатки. В то же время есть любовь, которая может создать человека, столкнув его лицом к лицу с истиной, которая во Христе Иисусе. Излечение от разделений в Церкви - это принятие слова исправления, которое разрушает нашу гордость и заставляет нас идти по тропе креста. Это также признание слова сострадания, которое побуждает нас жить, учиться и любить, будучи взрослыми детьми Бога. Готовы ли вы выполнить эти условия и познать мир и радость от творения воли Отца?
Часть IV: План Проповеди
Чтобы прослушать аудиоверсию этих проповедей на английском языке, нажмите на эти ссылки: Link 1 - Jn. 15:12-13; Link 2 - Jn. 15:14-17, Link 3 - Jn. 16:5-15
1: Пять характеристик истинного ученика (Ин. 15: 1-17)
Примечание: см. Зимнее издание этого журнала 2018 года для пунктов 1-3 (Иоанна 15: 1-11).
4: Четвертая характеристика истинного ученика - это ... любовь (12-13)
5: Пятая характеристика истинного ученика - это знание (14-17)
2: Пришествие Святого Духа (Ин 16: 5-15)
1: Иисус послал Святого Духа, чтобы быть нашим Помощником / Утешителем (5-7)
2: Иисус послал Святого Духа, чтобы осудить мир (8-11)
3: Иисус послал Святого Духа, чтобы направлять верующих во всю истину (12-15)
Related Topics: Pastors
Angelologia: A Doutrina dos Anjos
Related MediaIntrodução
O facto de Deus ter criado um domínio de seres pessoais à parte da humanidade é um tópico apropriado para estudos teológicos sistematizados, uma vez que, naturalmente, alarga a nossa compreensão de Deus, aquilo que faz e o modo como actua no universo.
Não devemos pensar que o homem é o expoente máximo da criação. Da mesma forma que a distância entre o homem e as formas de vida inferiores está preenchida por seres de diferentes níveis, também é possível que, entre Deus e o homem, existam criaturas com inteligência e poder superiores aos humanos. De facto, a existência de divindades menores em todas as mitologias pagãs pressupõe a existência de uma classe mais elevada de seres entre Deus e o homem, superiores ao homem e inferiores a Deus. Esta possibilidade converte-se em certeza através do ensinamento manifesto e explícito das Escrituras. Seria muito triste que nos permitíssemos ser vítimas da percepção dos sentidos e materialistas ao ponto de nos recusarmos a crer numa ordem de seres espirituais, simplesmente por se encontrarem fora do alcance da nossa visão e toque.1
O estudo dos anjos, ou a doutrina da angelologia, é uma das dez categorias principais de teologia desenvolvidas em muitos trabalhos teológicos sistematizados. A tendência, porém, tem sido negligenciá-la. Como Ryrie escreve,
Para demonstrar este facto, basta examinar cuidadosamente o espaço dedicado à angelologia nas teologias clássicas. Este desinteresse pela doutrina pode simplesmente ser negligência ou indicar uma rejeição tácita desta área do ensinamento bíblico. Até mesmo Calvino foi cauteloso na discussão de tal assunto (Institutas, I, xiv, 3).2
Embora a doutrina dos anjos ocupe um lugar importante na Palavra de Deus, é vista com frequência como um assunto difícil, pois, apesar de existir na Bíblia uma abundante referência a anjos, a natureza desta revelação dá-se sem o mesmo tipo de descrição explícita que frequentemente encontramos noutros assuntos desenvolvidos na Bíblia:
Cada uma das referências a anjos é inerente a outro assunto. Não são tratados em si mesmos. A revelação de Deus nunca visa informar-nos acerca da natureza dos anjos. Quando são mencionados, é sempre de modo a dar-nos mais informação sobre Deus, sobre o que Ele faz e como o faz. Uma vez que os detalhes acerca dos anjos não são relevantes para tal objectivo, tendem a ser omitidos.3
Embora muitos detalhes acerca dos anjos sejam omitidos, é importante manter em mente três aspectos importantes da revelação bíblica que Deus nos concedeu a respeito dos mesmos.
(1) A referência a anjos na Escritura é vasta. Na tradução bíblica NASB, estes seres celestiais são referidos 196 vezes, 103 no Antigo Testamento e 93 no Novo.
(2) Além disso, estas referências numerosas estão espalhadas ao longo da Bíblia, encontrando-se em pelo menos 34 livros, desde os mais antigos (Job ou Génesis) até ao último livro da Bíblia (Revelação).
(3) Finalmente, existem numerosas referências a anjos da parte do Senhor Jesus, o qual a Escritura declara ser o criador de todas as coisas, incluindo os seres angélicos. Paulo escreveu: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há, nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades (uma referência a anjos): tudo foi criado por ele e para ele” (Cl. 1:16).
Assim, embora a referência aos anjos possa parecer contextualmente inerente a outro tema, é um elemento importante da revelação divina e não deve ser negligenciada, especialmente em vista da mania moderna e abundantes ideias erradas acerca dos anjos. Assim, é a partir deste extenso corpo da Escritura que a doutrina dos anjos, conforme apresentada neste estudo, será desenvolvida. O objectivo é fazer da Bíblia a nossa autoridade, em detrimento das especulações dos homens, suas experiências ou aquilo que as pessoas pensam parecer lógico.
Embora os teólogos tenham sido cautelosos no seu estudo de anjos, temos sido bombardeados, em anos recentes, pelo que facilmente poderia ser chamado Anjomania4. Em”Kindred Spirit”, Dr. Kenneth Gangel escreveu um artigo, intitulado Angelmania, acerca da discussão e fascínio generalizado com anjos, até mesmo por parte do mundo secular.5 Gangel escreve:
No seu livro de 1990, Angels: An Endangered Species (Anjos: Uma Espécie em Vias de Extinção), Malcolm Godwin estima que, ao longo dos últimos 30 anos, uma em cada dez canções pop mencione um anjo. Mas tal não passava de diversão romântica.
Hoje em dia, a nossa cultura leva os anjos a sério, se não com precisão. Nos últimos dois anos, Time, Newsweek, Ladies’ Home Journal, Redbook e um grande número de outras revistas populares têm trazido artigos sobre anjos. Nos meados de 1994, a ABC transmitiu um especial de duas horas, em horário nobre, intitulado “Angels: the Mysterious Messengers” (“Anjos: os Mensageiros Misteriosos”). Na edição de 28 de Novembro de 1994, a Newsweek publicou um artigo denominado “In Search of the Sacred” (“Em Busca do Sagrado”), que observou que “20% dos americanos tiveram uma revelação de Deus no último ano, e 13% viram ou sentiram a presença de um anjo” (p.54).
A Newsweek está certa: a sociedade moderna, aparentemente tão secular e irremediavelmente materialista, procura desesperadamente algum significado espiritual e sobrenatural. Se os anjos o puderem proporcionar, então que sejam os anjos. São certamente mais alegres e luminosos do que a nossa paixão de longa data por filmes acerca de demónios e espíritos malvados, em conjunto com as readaptações sem fim do Drácula.6
As livrarias estão cheias de livros sobre anjos, e muitos são os que clamam encontros com os mesmos. Uma das principais estações televisivas tem um programa popular, intitulado “Touched By An Angel” (“Tocado Por Um Anjo”). Certamente, é apenas uma história para entretenimento, mas ilustra o nosso fascínio com este tópico. Adicionalmente, revela um entendimento muito pobre sobre aquilo que a Bíblia realmente ensina acerca dos anjos e de Deus. Através destes comentários, não pretendo fazer pouco caso dos chamados encontros com anjos, sobre os quais ocasionalmente lemos ou ouvimos falar. Porquê? Porque, como será discutido com maior detalhe mais tarde, os anjos são servos de Deus, descritos pelo autor de Hebreus como “espíritos, ao serviço de Deus, enviados a fim de exercerem um ministério a favor daqueles que hão-de herdar a salvação”. Veja também Salmos 91:11 e Mateus 4:11. Assim, certamente, graças ao carácter inspirado e inerrante da Escritura, podemos confiar plenamente no ensinamento da Bíblia sobre os anjos e, “talvez com um grau de certeza menor, ter em consideração os relatos pessoais de cristãos respeitáveis”.7
Há uma importante questão a ser feita. Porquê todo este fascínio com os anjos na nossa cultura? Primeiro, há sempre uma inclinação no homem para o miraculoso ou sobrenatural, que o ergue do mundano e da dor de viver, mesmo que por um momento; mas existem ainda mais aspectos a considerar. O interesse nos anjos é em parte devido às oscilações pendulares da sociedade. No passado, a sociedade oscilou desde as grosseiras especulações místicas da Idade Média até ao racionalismo dos finais de 1800 e inícios de 1900. Agora, em parte devido ao fracasso do racionalismo e materialismo no fornecimento de respostas e significado à vida, o vazio do coração humano, aliado à futilidade das suas ambições, deu origem ao interesse pelo domínio místico, sobrenatural e espiritual. A tragédia reside no facto de que a nossa cultura continua a procurar isto independentemente da revelação de Deus, a Bíblia. O pêndulo oscilou de volta ao misticismo, visto de forma tão proeminente no movimento da Nova Era, no ocultismo e nos cultos. Assim, a crença em Satanás, demónios e anjos é cada vez mais comum hoje em dia, usada em substituição da relação com Deus através de Cristo. Esta predisposição não se verifica porque as pessoas acreditem na Bíblia, mas sim por causa da emergência dos fenómenos ocultos e da futilidade da vida sem Deus (veja Ef. 2:12 e 4:17-19).
Uma Definição Simples
Os anjos são seres espirituais criados por Deus para O servirem, embora superiores ao homem. Alguns, os anjos bons, permaneceram-Lhe obedientes e levam a cabo a Sua vontade, enquanto outros, anjos decaídos, desobedeceram, caíram da sua posição santa e erguem-se agora em oposição activa contra a obra e plano de Deus.
Os Termos Aplicados aos Anjos
Termos Gerais
Anjo
Embora outras palavras sejam usadas a respeito destes seres espirituais, o termo prioritário na Bíblia é anjo. Três outros termos que indubitavelmente se referem a anjos são serafim (Is. 6:2), querubim (Ez. 10:1-3) e espíritos ministradores, que é talvez mais uma descrição do que um nome (Hb. 1:13-14). Mais será posteriormente acrescentado a este assunto, quando se analisar a classificação dos anjos.
A palavra hebraica para anjo é mal`ach, sendo o termo grego angelos. Ambas as palavras significam “mensageiro”, descrevendo alguém que executa o propósito e vontade daquele a quem serve. O contexto determinará se se tem em vista um mensageiro humano ou um dos seres celestiais chamados “anjos”, ou se está a ser mencionada a segunda Pessoa da Trindade, conforme será discutido mais à frente. Os anjos santos são mensageiros de Deus, servindo-O e executando as Suas ordens. Os anjos decaídos servem a Satanás, o deus deste mundo (aiwn, “era”) (2 Cor. 4:4).
Exemplos de usos que não se referem a seres celestiais:
(1) Mensageiros humanos, de um humano para outro (Lucas 7:24; Tg. 2:25).
(2) Mensageiros humanos, trazendo uma mensagem divina (Ag. 1:13; Gl. 4:14).
(3) Um agente impessoal, o espinho na carne de Paulo descrito como “um mensageiro de Satanás” (2 Cor. 12:7).
(4) Os mensageiros das sete igrejas (Rev. 2-3). O termo também é usado em associação com as sete igrejas da Ásia, “Ao anjo da igreja de...”. Algumas pessoas interpretam-no como fazendo referência a um mensageiro especial ou delegação da igreja, tal como um mestre ancião, enquanto outras consideram que se refere a um anjo-da-guarda.
Portanto, o termo angelos não só é um termo genérico, relativo a uma ordem especial de seres (isto é, anjos), mas é também descritivo e expressivo do seu cargo e serviço. Assim, ao lermos a palavra “anjo”, deveremos pensar nela desta forma.
Santos
Os anjos não decaídos são também referidos como “santos” (Sl. 89:5, 7). A razão para tal é dupla. Primeiro, sendo a criação de um Deus santo, foram criados perfeitos, sem qualquer defeito ou pecado. Segundo, são chamados santos devido ao seu propósito. Foram “reservados” por Deus e para Deus, enquanto Seus servos e assistentes da Sua santidade (confira Is. 6).
Hoste
“Hoste” provém do hebraico tsaba, “exército, exércitos, hostes”. É um termo militar, invocativo da ideia de guerra. Os anjos são descritos como a “hoste”, chamando a atenção para duas ideias. Primeiro, o termo é usado para descrever os anjos de Deus como os “exércitos do Céu”, que servem no exército de Deus, dedicado à batalha espiritual (Sl. 89:6, 8; 1 Sm. 1:11; 17:45). Segundo, chama a atenção para a faceta dos anjos enquanto multidão de seres celestiais, que rodeiam e servem a Deus, como se constata na frase “Senhor dos Exércitos” (Is. 31:4). Adicionalmente, tsaba inclui por vezes a hoste dos corpos celestes, as estrelas do universo.
Termos Difíceis
Filhos de Deus
No seu estado santo, os anjos não decaídos são chamados “filhos de Deus”, no sentido em que foram trazidos à existência através da Sua criação (Job 1:6; 38:7). Embora nunca seja referido que tenham sido feitos à imagem de Deus, também podem ser chamados “filhos de Deus”, já que possuem uma personalidade semelhante à Sua. Tal será demonstrado posteriormente neste estudo. Este termo também é usado em Génesis 6:2, que nos diz que os “filhos de Deus” escolheram esposas de entre as “filhas dos homens”. Alguns estudiosos interpretam “os filhos de Deus” de Génesis 6:2 como uma referência aos filhos da descendência piedosa de Set, e as “filhas dos homens” como uma referência à descendência ímpia dos cainitas. Outros, em linha com o uso de “filhos de Deus” em Job, acreditam que o termo se refere aos anjos decaídos, que se relacionaram com as filhas dos homens a fim de produzirem uma descendência extremamente perversa e poderosa, que conduziu à perversidade extrema dos dias de Noé. Aqueles que defendem esta última perspectiva encontram apoio adicional em 2 Pedro 2:4-6 e Judas 6-7. 8 Ainda assim, algumas pessoas crêem que se referem a déspotas, governadores poderosos. Ross escreve:
Trata-se de um incidente de arrogância, o pisar orgulhoso dos limites. Aplica-se aqui aos “filhos de Deus”, um grupo lascivo e poderoso em busca de fama e fertilidade. Provavelmente, eram governadores poderosos, controlados (habitados) por anjos decaídos. Poderá ter acontecido que os anjos decaídos tenham deixado a sua morada e habitado corpos de déspotas e guerreiros humanos, os poderosos da terra.9
O Anjo do Senhor
A segunda dificuldade diz respeito à identidade do “anjo do Senhor”, conforme aparece no Antigo Testamento. Um estudo cuidadoso das muitas passagens que usam este termo sugere que não se trata de um anjo comum, mas sim de uma Teofania – ou melhor, de uma Cristofania, uma aparição pré-encarnada de Cristo. O anjo é identificado como Deus, fala como Deus e afirma executar as ordens de Deus. Não obstante, em algumas passagens, Ele distingue-se a Si mesmo de Javé (Gn. 16:7-14; 21:17-18; 22:11-18; 31:11-13, Ex. 3:2; Jz. 2:1-4; 5:23; 6:11-22; 13:3-22; 2 Sm. 24:16; Zc. 1:12; 3:1; 12:8). A hipótese de que o Anjo do Senhor seja uma Cristofania é sugerida pelo facto de as referências claras ao “Anjo do Senhor” cessarem após a encarnação. Referências a um anjo do Senhor em Lucas 1:11, 2:8 e Actos 5:19 ocorrem sem o artigo grego, sugerindo um anjo comum.
A Origem, Natureza e Número dos Anjos
Os Anjos São Seres Criados
O Facto da Sua Criação
O facto de que os anjos são seres criados, e não espíritos de humanos falecidos ou glorificados, é realçado no Salmo 148. Nele, o Salmista incita todos os que se encontram nos domínios celestiais, incluindo os anjos, a louvar a Deus. A razão dada é “Ele ordenou e logo foram criados” (Sl. 148:1-5). Os anjos, assim como os domínios celestiais, são declarados criações de Deus.
Uma vez que Deus É Espírito (João 4:24), é natural assumir-se que existem seres criados que se assemelham mais intimamente a Ele do que as criaturas mundanas, combinações dos domínios material e imaterial. Há um reino material, um reino animal e um reino humano; assim, pode assumir-se que há um reino angélico ou espiritual. Porém, a Angelologia assenta não na razão ou suposição, mas sim na revelação.10
O Momento da Sua Criação
Embora o momento exacto da sua criação nunca seja enunciado, sabemos que foram criados antes da criação do mundo. A partir do livro de Job, é-nos dito que se encontravam presentes quando a terra foi formada (Job 38:4-7); assim, a sua criação antecedeu a da terra, conforme descrito em Génesis 1.
O Agente da Sua Criação
A Escritura afirma especificamente que Cristo, enquanto Aquele que criou todas as coisas, é o criador dos anjos (compare João 1:1-3 com Cl. 1:16).
A Criação do Filho inclui “todas” as coisas no Céu e na terra, visíveis e invisíveis. Tal abrange todo o universo, material e imaterial. É referida uma hierarquia altamente organizada de seres angélicos, através das palavras “tronos” (qronoi), “dominações” (kuriothtes), “principados” (arcai) e “potestades” (exousiai). Este facto não só indica um domínio altamente organizado no mundo espiritual dos anjos, mas mostra também que Paulo escrevia a fim de refutar uma forma incipiente de Gnosticismo, que promovia a adoração de anjos em lugar da adoração de Cristo (confira Cl. 2:18). Desta forma, Paulo demonstra a superioridade desta última adoração e seu legítimo lugar supremo (confira Ef.1:21; 3:10; 6:12; Fl. 2:9-10; Cl. 2:10, 15).11
A Natureza e Número da Sua Criação
Os anjos foram criados simultaneamente, como hoste ou companhia. Deus criou o homem e o reino animal aos pares, com a responsabilidade e capacidade de procriar. Os anjos, porém, foram criados em simultâneo como uma companhia, uma hoste incontável de miríades (Cl. 1:16; Neemias 9:6). Isto é sugerido pelo facto de não estarem sujeitos à morte ou qualquer forma de extinção e não se propagarem ou multiplicarem, ao contrário do que acontece com os humanos. Hebreus 9:27 diz “... está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo.” Embora, no futuro, os anjos decaídos venham a ser julgados e permanentemente confinados ao lago de fogo (Mt. 25:41; 1 Cor. 6:3; 2 Pd. 2:4; Judas 6), não existe qualquer referência à morte de um anjo (veja Lucas 20:36). Não obstante, são uma hoste inumerável, criada antes da criação da terra (compare Job 38:7; Ne. 9:6; Sl. 148:2, 5; Hb. 12:22; Dn. 7:10; Mt. 26:53; Rv. 5:11; com Mt. 22:28-30; Lucas 20:20-36).
Os Anjos São Seres Espirituais
A Sua Morada
Afirmações como “os anjos que estão no céu” (Marcos 13:32) e “um anjo do céu” sugerem que os anjos têm moradas fixas ou centros para as suas actividades. Porém, devido ao ministério e capacidades que lhes foram conferidos no serviço de Deus, têm acesso a todo o universo. São descritos como servindo no céu e na terra (confira Is. 6:1 ss; Dn. 9:21; Rv. 7:2; 10:1).
Embora os anjos decaídos pareçam ter outra morada que não o céu, não é fornecida nenhuma localização específica, excepto a indicação de que, antes de ser libertado, Satanás será aprisionado no “Abismo”, durante o milénio posterior à Segunda Vinda (Rv. 20:3). Do mesmo modo, é dito que a praga que aparenta ser demoníaca provém do Abismo (9:1-30). Os anjos decaídos também têm um rei, referido como “o anjo do Abismo” (vs. 11). O destino desses anjos é o lago de fogo (Mt. 25:41). Os anjos santos habitarão nos novos céus e nova terra, descritos em Revelação 21-22.12
A referência ao “Abismo” traz ao de cima outro elemento importante a respeito da morada dos anjos decaídos. Ryrie escreve:
As Escrituras indicam com clareza dois grupos de anjos decaídos, um constituído por aqueles que têm alguma liberdade para desempenhar os planos de Satanás, e outro por aqueles que estão aprisionados. Entre os que se encontram aprisionados, alguns estão-no temporariamente, ao passo que outros estão permanentemente votados ao Tártaro (2 Pedro 2:4 e Judas 6). Os gregos imaginavam o Tártaro como um lugar de castigo inferior ao hades. Aqueles que estão temporariamente aprisionados encontram-se no abismo (Lucas 8:31; Rv. 9:1-3, 11), aguardando ali o julgamento final ou que sejam postos em liberdade na terra (versículos 1-3, 11, 14; 16:14).13 (ênfase minha)
Judas fala também da morada dos anjos:
Judas 1:6 E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas, até ao juízo daquele grande dia.
Embora se discuta o significado desta passagem, esta mostra-nos que os anjos não só têm um domínio ou esfera de autoridade que lhes é atribuída, mas também possuem um lugar de habitação.
O mais provável é tratar-se de uma referência aos anjos (“filhos de Deus”, confira Gn. 6:4; Job 1:6; 2:1) que desceram à terra e se relacionaram com mulheres. Esta interpretação é explorada ao pormenor no pseudo-epígrafo Livro de Enoque (7, 9.8, 10.11; 12.4), o qual Judas cita no versículo 14, e que é comum na literatura intertestamentária e entre os pais da Igreja primitiva (por exemplo, Apologia de Justino 2.5). Estes anjos “não guardaram o seu principado” (ten heauton archen). O uso da palavra arche para “poder”, “domínio” ou “esfera” é incomum, mas parece registar-se nesta passagem (confira BAG, p. 112). Está implícita a ideia de que Deus entregou aos anjos responsabilidades específicas (arche, “domínio”) e um local definido (oiketerion). Porém, devido à sua rebelião, Deus manteve ou reservou (tetereken, tempo perfeito) estes anjos decaídos nas trevas, em cadeias eternas, a aguardar o julgamento final. Aparentemente, alguns anjos decaídos encontram-se presos, enquanto outros permanecem livres e activos entre a humanidade, sob a forma de demónios.14
A Sua Imaterialidade
Embora se tenham por vezes revelado na forma de corpos humanos (angelofanias), tal como em Génesis 18:3, são descritos como “espíritos” em Hebreus 1:14. Isto sugere que não têm corpos materiais, ao contrário dos humanos. Tal é apoiado ainda pelo facto de não funcionarem como os seres humanos em termos de casamento e procriação (Marcos 12:25), nem estarem sujeitos à morte (Lucas 20:36).
A humanidade, incluindo o nosso Senhor encarnado, é “inferior aos anjos” (Hb. 2:7). Os anjos não estão sujeitos às limitações do homem, especialmente uma vez que são incapazes de morrer (Lucas 20:36). Os anjos têm maior sabedoria do que o homem (2 Sm. 14:20), mas, ainda assim, limitada (Mt. 24:36). Os anjos têm poder superior ao do homem (Mt. 28:2; Actos 5:19; 2 Pedro 2:11) mas, mesmo assim, estão limitados em poder (Dn. 10:13).
Os anjos, porém, têm limitações comparativamente ao homem, particularmente numa perspectiva futura. Os anjos não foram criados à imagem de Deus, não partilhando por isso o destino glorioso de redenção do homem em Cristo. Na consumação dos tempos, o homem redimido será exaltado acima dos anjos (1 Cor. 6:3).15
Millard Erickson escreve:
Pode inferir-se que os anjos são espíritos a partir das seguintes considerações:
Os demónios (anjos decaídos) são descritos como espíritos (Mt. 8:16; 12:45; Lucas 7:21; 8:2; 11:26; Actos 19:12; Rv. 16:14).
É-nos dito que não lutamos contra “a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef. 6:12).
Em Colossenses 1:16, Paulo parece identificar as forças celestiais como invisíveis.
Embora não necessariamente, as afirmações de Jesus quanto aos anjos não casarem (Mt. 22:30) nem morrerem (Lucas 20:36) aparentam indicar que os anjos são espíritos.16
Embora sejam seres espirituais muito poderosos, os anjos não são omnipotentes, omniscientes nem omnipresentes. Não podem estar em todo o lado ao mesmo tempo.
A Sua Aparência
Visto que são seres espirituais, normalmente não são visíveis, a menos que Deus conceda a capacidade de os ver ou se manifestem. Balaão não conseguia ver o anjo no seu caminho até que o Senhor abriu os seus olhos (Nm. 22:31), e o servo de Eliseu não foi capaz de ver a hoste de anjos que o rodeava até Eliseu ter orado para que os seus olhos fossem abertos (2 Reis 6:17). De acordo com os registos das Escrituras, ao serem avistados, os anjos eram frequentemente confundidos com homens, por se manifestarem com aparência masculina (Gn. 18:2, 16, 22; 19:1, 5, 10, 12, 15, 16; Jz. 13:6; Marcos 16:5; Lucas 24:4). Por vezes, aparecem de uma forma que manifesta a glória de Deus (Lucas 2:9; 9:26) ou com algum tipo de vestuário resplandecente (compare Mt. 28:3; João 20:12; Actos 1:10 com Ez. 1:13; Dn. 10:6). De um modo consistente, apareceram como homens reais – nunca como fantasmas ou animais alados (confira Gn. 18:2; 19:1; Marcos 16:3; Lucas 24:4).
Ocasionalmente, são retratados sob outras formas ou manifestações, tais como com asas ou combinações de homem, animal e pássaro, conforme sucede em Ezequiel 1:5 ss e Isaías 6:6. Mas, aparentemente, tais manifestações apenas ocorreram através de uma visão ou revelação especial de Deus. Nenhum anjo apareceu literalmente nessa forma.
Também parecem ter sempre aparecido como jovens ou adultos (Marcos 16:5), mas nunca como idosos, quiçá porque não envelhecem nem morrem (Lucas 20:36).
No contexto do fascínio actual da nossa cultura, previamente referido como anjomania, o conceito comum dos anjos é o de criaturas aladas, a maioria das vezes do género feminino.
Algumas das ideias comummente aceites não são apoiadas pelo testemunho bíblico. Não existe qualquer indicação de anjos que tenham aparecido como mulheres. De igual modo, não há referência explícita a que tenham asas, embora Daniel 9:21 e Revelação 14:6 os descrevam voando. Os querubins e serafins são representados com asas (Ex. 25:20; Is. 6:2), da mesma forma que as criaturas simbólicas de Ezequiel 1:6 (confira Rv. 4:8). Contudo, não temos garantias de que aquilo que é verdade em relação aos querubins e serafins o seja para os anjos em geral. Uma vez que não há qualquer referência explícita a indicar que a globalidade dos anjos seja alada, tal deve ser considerado, na melhor das hipóteses, uma inferência, ainda que não obrigatória, feita a partir das passagens bíblicas que os descrevem voando.17
Embora na Escritura os anjos geralmente apareçam como homens, Zacarias 5:9 poderá sugerir que tal nem sempre é o caso. As duas mulheres mencionadas nesta passagem não são especificamente chamadas de anjos, mas são claramente agentes de Deus ou forças de Satanás, tal como os anjos, bons ou maus.
A Sua Santidade
Todos os anjos foram criados santos, sem pecado, num estado de perfeita santidade.
Originalmente, todas as criaturas angélicas foram criadas santas. Deus considerou boa a Sua criação (Gn. 1:31) e, como é óbvio, Ele não poderia criar o pecado. Mesmo depois de o pecado ter entrado no mundo, os anjos bons de Deus, que não se rebelaram contra Ele, são chamados de santos (Marcos 8:38). Estes são os anjos eleitos (1 Tm. 5:21), em oposição aos anjos maus, que seguiram Satanás na sua rebelião contra Deus (Mt. 25:41).18
O Seu Carácter de Criatura
Enquanto seres criados, são meras criaturas. Não são divinos, estando a sua adoração expressamente proibida (veja Cl. 2:18; Rv. 19:10; 22:9). Enquanto ordem à parte de criaturas, são diferentes dos seres humanos e superiores aos mesmos, com poderes bem para lá das nossas capacidades no momento presente (confira 1 Cor. 6:3; Hb. 1:14; 2:7). Mas, enquanto criaturas, estão limitados nos seus poderes, conhecimento e actividades (1 Pedro 1:11-12; Rv. 7:1). À semelhança de toda a criação, os anjos encontram-se sob a autoridade de Deus e sujeitos ao Seu julgamento (1 Cor. 6:3; Mt. 25:41).
Na sequência da revelação concedida a João, em duas ocasiões o apóstolo prostrou-se em adoração, mas logo o anjo lhe disse que não o fizesse, dando-lhe depois a razão. Os anjos não são mais do que “servos” como nós, chamados a servir a Deus, como todas as Suas criaturas deveriam fazer. Assim, foi dito a João para “adorar a Deus”. A adoração de anjos (tal como acontece com qualquer objecto de adoração) distrai da adoração de Deus, atribuindo poderes divinos ao objecto de adoração. Os anjos são poderosos e imponentes de muitas maneiras mas, tal como nós, são simples criaturas e servos do Deus vivo, que deseja a nossa adoração exclusiva. Isto significa que não lhes devemos rezar nem colocar neles a nossa confiança, embora Deus os possa utilizar para colmatar as nossas necessidades de diversas maneiras. A nossa confiança deverá residir em Deus, não nos anjos. Eles ministram sob as Suas ordens, sujeitos à Sua autoridade e poder. Embora, por vezes, o instrumento de auxílio ou salvação tenha sido um anjo, os fiéis do Novo Testamento reconheciam que fora o Senhor quem os salvara (veja Actos 12:11).
Em Actos 27:23-25, Lucas narrou a experiência de Paulo com um anjo que lhe trouxera uma mensagem do Senhor, mas não ocorreu adoração do anjo. Em vez disso, a fé de Paulo encontrava-se no Deus a quem servia.
23 Porque, esta mesma noite, o anjo de Deus, de quem eu sou, e a quem sirvo, esteve comigo, 24 dizendo: “Paulo, não temas; importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo”. 25 Portanto, ó varões, tende bom ânimo; porque, creio em Deus, que há-de acontecer assim como a mim me foi dito.
Escrevendo acerca da sua invisibilidade aos olhos da humanidade, Chafer apresenta um comentário interessante:
Uma razão pela qual os anjos são invisíveis aos olhos humanos poderá ser que, caso fossem vistos, seriam adorados. O homem, tão propenso à idolatria e à adoração do trabalho das suas próprias mãos, dificilmente resistiria à adoração dos anjos, estivessem eles diante dos seus olhos.19
A igreja em Colossos fora invadida por falsos doutores, que ensinavam uma falsa humildade e adoração de anjos como parte de um método de espiritualidade. Parece que estes doutores afirmavam ter revelações místicas especiais, como resultado de visões associadas à sua adoração de anjos. A respeito disto, Paulo escreveu:
Colossenses 2:18 Não permitam que ninguém que tenha prazer numa falsa humildade e na adoração de anjos vos impeça de alcançar o prémio. Tal pessoa conta detalhadamente as suas visões, e a sua mente carnal torna-a orgulhosa (NVI).
A pessoa que tenta fazer tal juízo é descrita como alguém que tem “prazer numa falsa humildade e na adoração de anjos”. O contexto sugere que procurava impor estas coisas aos colossenses, tentando, por esse meio, impedi-los de alcançar o seu prémio.20
Tal era demoníaco, pois tratava-se de uma tentativa de usurpar a posição preeminente e suficiência de Cristo enquanto Salvador e Senhor (confira Cl. 2:10). Não admira, portanto, que o autor de Hebreus demonstre, na mais extensa passagem acerca de anjos do Novo Testamento (Hb. 1:5-2:9), a superioridade de Cristo, até em relação aos anjos poderosos (Hb. 1:2-4, 13). Desta forma, conclui o seu argumento com uma questão destinada a mostrar que Cristo, o próprio Filho de Deus e esplendor da Sua glória, sentado à direita de Deus, é superior aos anjos: “Não são, porventura, todos eles, espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão-de herdar a salvação?” (Hb. 1:14).
As Suas Personalidades
Existem várias qualidades comuns à personalidade que todos os anjos possuem – existência pessoal, intelecto, emoção e vontade. Enquanto personalidades, vemo-los interagir vez após vez ao longo da Bíblia. Ryrie escreve:
Os anjos, assim, qualificam-se como personalidades porque possuem estes aspectos de inteligência, emoções e vontade. Tal é verdade quer para os anjos bons, quer para os maus. Os anjos bons, Satanás e os demónios têm inteligência (Mt. 8:29; 2 Cor. 11:3; 1 Pedro 1:12). Os anjos bons, Satanás e os demónios mostram emoções (Lucas 2:13; Tiago 2:19; Rv. 12:17). Os anjos bons, Satanás e os demónios demonstram ter vontade própria (Lucas 8:28-31; 2 Tm. 2:26; Judas 6). Assim, pode dizer-se que são pessoas. O facto de não terem corpos humanos não afecta as suas personalidades (tal como se verifica com Deus).21
Os anjos decaídos são até descritos através de actos de personalidade, como mentir e pecar (João 8:44; 1 João 3:8-10). Algumas pessoas têm considerado os anjos, incluindo Satanás, uma mera personificação abstracta do bem e do mal, mal tal não se enquadra de todo no ensinamento da Escritura.
As Suas Capacidades e Poderes
O Seu Conhecimento: Jesus disse: “Porém, daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente meu Pai” (Mt. 24:36). O comentário do Senhor sugere duas coisas: (1) A frase “nem os anjos” implica que os anjos têm conhecimento sobre-humano, mas (2) a afirmação principal deste versículo mostra que estão limitados na sua sabedoria, não sendo omniscientes. A superioridade do seu conhecimento é também sugerida pelo facto de terem estado presentes em alguns dos conselhos celestiais, envolvidos na transmissão de revelações (Gl. 3:19) e sido usados por Deus para interpretar visões, como nos casos de Daniel e Zacarias.
Ryrie sugere três razões para o seu conhecimento superior:
(1) Comparativamente aos humanos, os anjos foram criados como uma ordem superior de criaturas no universo. Assim, possuem um conhecimento superior inato. (2) Os anjos estudam a Bíblia mais profundamente do que alguns humanos, adquirindo conhecimento a partir dela (Tiago 2:19; Rv. 12:12). (3) Os anjos adquirem conhecimento através de uma longa observação das actividades humanas. Ao contrário dos humanos, os anjos não precisam de estudar o passado; experienciaram-no. Por consequência, sabem de que forma outros agiram e reagiram em determinadas situações, conseguindo prever, com maior grau de exactidão, como poderemos agir em circunstâncias similares. A experiência da longevidade confere-lhes um conhecimento superior.22
A Sua Força: Dado que o homem foi criado inferior aos anjos, com limitações que os anjos não têm, esperaríamos que possuíssem também força sobre-humana. O facto de que a força dos anjos supera a do homem é evidente em pelo menos duas considerações:
(1) Afirmações Específicas na Escritura: A Escritura fala especificamente do seu poder superior. O Salmo 103:20 sugere pelo menos a superioridade da sua força na afirmação “Bendizei ao Senhor, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens”. Em seguida, 2 Tessalonicenses 1:7 refere-se ao regresso do Senhor com os Seus anjos poderosos, no meio de fogo flamejante. Adicionalmente, 2 Pedro 2:11 diz “enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor”. A única questão que aqui se levanta é a seguinte: com quem estão a ser comparados? O principal assunto do contexto corresponde aos falsos doutores (seres humanos); porém, devido ao versículo 10, algumas pessoas acreditam que a comparação está a ser feita entre as “glórias” do versículo 10, anjos bons e anjos maus. Nesse caso, o versículo afirma que os anjos bons são mais poderosos do que os maus.
(2) A Descrição das Suas Actividades na Escritura: Embora o seu poder superior proceda sempre de Deus, as obras poderosas que realizam, tais como na execução dos juízos de Deus, demonstram a sua força sobre-humana (confira 2 Cr. 32:21; Actos 12:7-11; e as abundantes referências a actividades angélicas em Revelação). A este respeito, a confiança e oração de Eliseu para que o seu servo visse a miríade de anjos que os rodeava, diante dos exércitos humanos, sugerem a superioridade do seu poder (2 Reis 6:15-17). Certamente, a sua confiança não se baseava apenas na sua superioridade numérica. Exemplos do seu poder podem encontrar-se em Actos 5:19; 12:7, 23; Mateus 28:2 (a pedra que o anjo fez rolar pesava cerca de 4 toneladas).
O Salmista exclamou: “Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, que só Ele faz maravilhas” (Sl. 72:18). Todo o poder miraculoso tem em Deus a sua fonte. Enquanto criaturas angélicas, estão sujeitos às limitações da sua natureza criada. São poderosos, mas não todo-poderosos. Até Satanás, um anjo decaído, é obrigado a actuar com os seus poderes angelicais sob a permissão de Deus (Job 1:12; 2:6).
A Sua Posição
Em Relação ao Homem
Por criação, o homem é inferior aos anjos (Hb. 2:7-9). Os anjos são superiores em inteligência, poder e movimento, mas ainda assim servem o homem como “espíritos ministradores” (Hb. 1:14), enviados a servir os santos, independentemente do seu alto estatuto ou poder. Conforme mencionado, os homens são alertados a nunca adorar anjos, uma vez que são meras criaturas.
Os crentes da actualidade são empiricamente inferiores aos anjos, mas superiores em termos posicionais graças à sua união em Cristo (compare Ef. 1:20-22 com Ef. 2:4-6 e Hb. 2:9). Os cristãos partilham o lugar de Cristo à direita de Deus. Um dia, porém, os crentes serão superiores em estatuto e experiência, e julgarão os anjos (1 Cor. 6:3). Tal refere-se indubitavelmente a algum tipo de orientação governamental que os fiéis terão sobre os anjos.
Em Referência a Cristo
Graças à Sua natureza e existência essenciais, Cristo é superior, porque Ele é Deus Criador (compare Hb.1:4 ss com Cl. 1:15-17). Ao encarnar, tornou-se inferior durante um breve período (Hb. 2:9), mas tal só se aplica à Sua humanidade. Através da morte, sepultura, ressurreição e ascensão, Cristo tornou-se muito superior aos anjos, enquanto último Adão e segundo homem (confira 1 Cor. 15:45-48; Ef. 1:20-22; 1 Pd. 3:18-22; Cl. 2:15). Enquanto Deus-homem glorificado e exaltado, tornou-se o último Adão. Adão foi cabeça da primeira raça humana, mas Cristo tornou-se cabeça da segunda raça de homens regenerados. É chamado último porque não haverá outra queda e porque Ele, enquanto Salvador exaltado e glorificado, é um Espírito vivificante. Como segundo homem do céu, É visto como cabeça e princípio de uma nova e exaltada raça de pessoas.
A Divisão dos Anjos – Bons e Maus
Apesar de todos os anjos terem sido originalmente criados santos e sem pecado, deu-se uma rebelião por parte de Satanás que, envaidecendo-se devido à sua própria beleza, procurou exaltar-se acima de Deus, rebelando-se. Na sua revolta, levou consigo uma terça parte dos anjos (Rv. 12:4). Esta rebelião e queda são provavelmente descritas para nós em Isaías 14:12-15 e Ezequiel 28:15, personificadas nos reis de Babilónia e Tiro.23 Profetizando sobre um futuro conflito angélico que ocorreria a meio da Tribulação, João escreveu: “Travou-se, então, uma batalha no Céu: Miguel e os seus anjos pelejavam contra o Dragão, e este pelejava também, juntamente com os seus anjos” (Rv. 12:7). Por outras palavras, existem anjos bons e anjos maus. A respeito da sua queda, Bushwell escreve:
Podemos inferior que os anjos que pecaram fizeram-no com conhecimento pleno das implicações. Optaram pela auto-corrupção, sabendo exactamente o que estavam a fazer. Pecaram sem remédio, não existindo redenção para eles (2 Pedro 2:4; Judas 6). Por outro lado, parece que os anjos santos, ao serem confrontados com a mesma decisão ética e possuindo a mesma capacidade de escolher, concedida por Deus, permaneceram e estão confirmados no seu estado de santidade. Nunca conheceram a experiência do pecado.24
Como é óbvio a partir de Revelação 12:7 e muitas outras passagens, o líder destes anjos decaídos, ou demónios, como também são chamados, é Satanás (confira Mt. 12:25-27). Enquanto líder destes anjos ímpios, Satanás é um mentiroso, assassino e ladrão (João 10:10). Como grande antagonista de Deus, Satanás odeia Deus e o Seu povo, deambulando constantemente como um leão que ruge, buscando a quem devorar através dos seus esquemas nefastos (1 Pedro 5:8). Enquanto ser angélico, Satanás, em conjunto com os seus anjos demoníacos, é poderoso e brilhante a um nível sobrenatural, usando todos os seus poderes contra a humanidade. Não só é mentiroso, ladrão e destruidor, como também uma das suas características principais é o engano. João descreve-o como aquele que “engana todo o mundo” (Rv. 12:9). Na sua astúcia, disfarça-se como anjo de luz (2 Cor. 11:14). Em vista disto, o Apóstolo Paulo escreveu: “Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça...” (2 Cor. 11:15).
A Organização dos Anjos
O Facto da Organização Angélica
Embora a revelação bíblica relativa à organização dos anjos seja algo escassa, diz o suficiente para nos mostrar que parece haver uma hierarquia no mundo angélico. Parecem estar organizados em várias classes, ordens e cargos. Tal é sugerido pelo facto de Miguel ser chamado de Arcanjo ou chefe dos anjos (Judas 9). Depois, em Daniel 10:13, é denominado um dos principais príncipes. Outras classes e ordens são sugeridas pelos termos usados relativamente a anjos em Efésios 3:10; 6:12, e 1 Pedro 3:22. Ryrie escreve:
As Escrituras falam da “assembleia” e “concílio” dos anjos (Sl. 89:5, 7), da sua organização para a batalha (Rv. 12:7) e de um domínio sobre os gafanhotos demoníacos (9:11). Também lhes são dadas classificações governamentais, que indiciam organização e hierarquia (Ef. 3:10, anjos bons; e 6:12, anjos maus). Indubitavelmente, Deus organizou os anjos eleitos, e Satanás organizou os malvados.
Advém daí uma conclusão prática muito importante. Os anjos encontram-se organizados, assim como os demónios; mas os cristãos, individualmente ou em grupo, consideram muitas vezes desnecessário manterem-se organizados. Tal é especialmente verdade no que toca a combater o mal. Por vezes, os crentes sentem que podem “ir sozinhos” ou esperar a vitória sem qualquer preparação e disciplina prévia organizada. Também é verdade no que toca à promoção do bem. Ocasionalmente, os crentes perdem a melhor parte porque não planeiam nem organizam as suas boas obras.25
Tal é apoiado adicionalmente pela afirmação de Judas em relação aos anjos que deixaram o seu “principado” (NASB) ou “posições de autoridade” (NVI), em Judas 6.26 “Principado” corresponde ao grego arche, que pode significar “domínio, regra, autoridade” ou “esfera de influência”.27
As Classificações dos Anjos
Paul Enns fornece-nos uma excelente perspectiva global da maioria das diversas classes ou classificações do mundo angélico organizado.
Anjos que são líderes governamentais. Efésios 6:12 refere-se à “hierarquia dos anjos decaídos”: principados são “os primeiros ou elevados na hierarquia”; potestades são “os dotados de autoridade”; príncipes das trevas deste século “exprime o poder ou autoridade que exercem sobre o mundo”; hostes espirituais da maldade descreve os espíritos perversos, “expressando o seu carácter e natureza”. Daniel 10:13 refere-se ao “príncipe do reino da Pérsia”, que se opunha a Miguel. Não se tratava do rei da Pérsia, mas sim de um anjo decaído sob o controlo de Satanás; era um demónio “de alta hierarquia, nomeado pelo chefe dos demónios, Satanás, para a Pérsia, enquanto sua área especial de actividade” (confira Rv. 12:7).
Anjos de classe superior. Miguel é chamado de arcanjo em Judas 9 e de grande príncipe em Daniel 12:1. Miguel é o único anjo designado de arcanjo, podendo ser o único desta classe. A missão do arcanjo é proteger Israel. (É chamado de “Miguel, vosso príncipe” em Dn.10:21.) Existiam príncipes principais (Dn. 10:13), entre os quais Miguel, enquanto anjos de Deus da mais alta classe. Os principados (Ef. 3:10) são também mencionados, mas não são concedidos mais detalhes.
Anjos proeminentes. (1) Miguel (Dn. 10:13; 12:1; Judas 9). O nome Miguel significa “quem é semelhante a Deus?” e identifica o único arcanjo classificado como tal na Escritura. Miguel é o defensor de Israel, que, na Tribulação, fará guerra a favor de Israel e contra Satanás e suas hordas (Rv. 12.7-9). Miguel também disputou com Satanás acerca do corpo de Moisés, abstendo-se, no entanto, de o julgar, deixando isso para Deus (Judas 9). As Testemunhas de Jeová e outros cristãos identificam Miguel como Cristo; esta perspectiva, porém, iria sugerir que Cristo tem menos autoridade do que Satanás, algo que é indefensável.
(2) Gabriel (Dn. 9:21; Lucas 1:26). O seu nome significa “homem de Deus” ou “Deus É forte”. “Em cada uma das quatro ocasiões em que aparece no registo bíblico, Gabriel aparenta ser o mensageiro especial de Deus para o projecto do Seu reino... Revela e interpreta para os profetas e povo de Israel o propósito de Deus e o plano concernente ao Messias e Seu reino.” Numa passagem altamente significativa, Gabriel explicou os eventos das setenta semanas para Israel (Dn. 9:21 – 27). Em Lucas 1:26-27, Gabriel disse a Maria que Aquele que conceberia seria grande e iria reinar no trono de David. Em Daniel 8:15-16, Gabriel explicou a Daniel a sucessão dos reinos Medo-persa e Grego, bem como a derradeira morte de Alexandre, o Grande. Gabriel também anunciou a Zacarias o nascimento de João Baptista (Lucas 1:11 – 20).
(3) Lúcifer (Is. 14:12) significa “brilhante” ou “estrela da manhã”. Poderá ter sido o mais sábio e mais belo de todos os seres criados por Deus, colocado originalmente numa posição de autoridade sobre os querubins que rodeiam o Seu trono.
Anjos que são assistentes divinos. (1) Os querubins pertencem “à mais alta ordem ou classe, criados com beleza e poderes indescritíveis... O seu propósito principal e actividade podem ser sumariados desta forma: são proclamadores e protectores da presença gloriosa de Deus, Sua soberania e santidade”. Guardavam a entrada do Jardim do Éden, impedindo que o homem pecaminoso entrasse (Gn. 3:24); eram as figuras douradas que cobriam o trono da misericórdia sobre a arca no Santo dos Santos (Ex. 25:17 – 22) e presenciavam a glória de Deus na visão de Ezequiel (Ez. 1). Os querubins tinham uma aparência extraordinária, com quatro faces – de homem, leão, boi e águia. Tinham quatro asas e pés como os de um bezerro, cintilando como bronze polido. Em Ezequiel 1, presenciam a glória de Deus antes do julgamento.
(2) Os serafins, cujo nome significa “ardentes”, são retratados rodeando o trono de Deus em Isaías 6:2. São descritos como tendo seis asas cada. Na sua proclamação tripla, “santo, santo, santo” (Is. 6:3), “reconhecem Deus como extrema e perfeitamente santo”. Assim, louvam e proclamam a santidade perfeita de Deus. Os serafins também expressam a santidade de Deus na medida em que proclamam que o homem deve ser limpo da profanação moral do pecado, antes de poder apresentar-se diante de Deus e servi-Lo.”28
A respeito dos governadores no mundo angélico, Ryrie descreveu o assunto como se segue:
1. Principados. Esta palavra, usada sete vezes por Paulo, indica uma ordem de anjos, quer bons, quer maus, envolvida no governo do universo (Rm. 8:38; Ef. 1:21; 3:10; 6:12; Cl. 1:16; 2:10, 15).
2. Potestades. Este termo enfatiza provavelmente a autoridade sobre-humana dos anjos e demónios, exercida em relação aos assuntos do mundo (Ef. 1:21; 2:2; 3:10; 6:12; Cl. 1:16; 2:10, 15; 1 Pedro 3:22).
3. Dominações. Esta palavra sublinha o facto de que anjos e demónios têm poder superior ao humano (2 Pedro 2:11). Veja Efésios 1:21 e 1 Pedro 3:22.
4. Local de domínio. Numa passagem, os demónios são designados príncipes mundiais das trevas deste século (Ef. 6:12).
5. Tronos. Tal designação enfatiza a dignidade e autoridade dos governantes angélicos e uso respectivo no governo de Deus (Ef. 1:21; Cl. 1:16; 2 Pedro 2:10; Judas 8).29
Algumas pessoas põem em causa se os Serafins e Querubins são realmente anjos, já que nunca são identificados de forma clara como tal; porém, dada a natureza dos anjos e o seu serviço como servos sobre-humanos de Deus, este é o local mais lógico para os classificar. Seria útil ter também em conta a explicação de Ryrie sobre estes seres angélicos:
Querubins: Os querubins constituem uma outra classe de anjos, de hierarquia evidentemente alta, uma vez que Satanás era um querubim (Ez. 28:14, 16). Parecem funcionar como guardiões da santidade de Deus, tendo guardado o caminho para a árvore da vida no Jardim do Éden (Gn. 3:24). O uso de querubins na decoração do templo e do tabernáculo pode ainda indicar a sua função protectora (Ex. 26:1 ss; 36:8 ss; 1 Reis 6:23-29). Também carregavam o trono-carruagem que Ezequiel viu (Ez.1:4-5; 10:15-20). Alguns identificam também as quatro criaturas viventes de Revelação 4:6 como querubins, embora outros pensem que estas possam representar os atributos de Deus. Representações dos querubins farão também parte do templo milenar (Ez. 41:18-20).
Serafins: Tudo o que sabemos acerca desta classe de seres angélicos encontra-se em Isaías 6:2,6. Aparentemente, os serafins eram uma ordem similar aos querubins. Actuavam como assistentes no trono de Deus e agentes de purificação. Também era seu dever louvar a Deus. A sua descrição sugere uma criatura humanóide com seis asas. O termo poderá derivar de uma raiz significando “arder”, ou possivelmente “ser nobre”.30
Restam ainda três outras classificações de anjos:
- Anjos Eleitos: Em 1 Timóteo 5:21, Paulo fala dos “anjos eleitos”. Trata-se de anjos santos, de alguma forma incluídos nos propósitos eleitos de Deus. São os anjos que não seguiram Satanás após a sua rebelião. Pouco é revelado sobre a sua eleição mas, aparentemente, houve um período probatório no mundo angélico e estes, sendo os eleitos de Deus, permaneceram fiéis, sendo confirmados no seu estado santo ao serviço do Senhor. Conforme Chafer escreve, “A queda de alguns anjos não foi menos antecipada por Deus do que a queda do homem. Também poderá estar implicado que tenham passado um período de provação”.31
- As Criaturas Viventes: Trata-se de criaturas angélicas que parecem estar envolvidas na revelação da glória do Deus de Israel na Sua omnisciência, omnipotência e omnipresença (Ez. 1:5 ss; Rv. 4:6; 6:1). Ezequiel 10:15, 20 identifica-as com os querubins. Através das quatro faces, conseguiam também antecipar o que Deus faria para trazer a salvação ao homem pelo Seu Filho: (a) A face de homem sugere sabedoria, compaixão e inteligência, retratando a humanidade de Cristo enquanto Filho do homem, foco especial encontrado no evangelho de Lucas; (b) a face de leão fala de uma aparência de rei, retratando Cristo como Rei, o que corresponde à ênfase de Mateus; (c) a face de touro ou boi retrata um servo, ênfase vista em Marcos; e (d) a face de águia refere-se à acção celestial, retratando a divindade de Cristo, que é a ênfase de João.
- Vigilantes: “Vigilantes” corresponde a uma palavra aramaica, significando “vigilante, acordado, atento”. O versículo 17 poderá sugerir tratar-se de um modelo especial de anjo (uma classe especial). Parece descrever anjos santos, constantemente vigilantes para servirem o Senhor, que observam os governantes do mundo e os assuntos dos homens (Dn. 4:13, 17, 23). No versículo 13, a descrição adicional “um santo” poderá sugerir que existem vigilantes ímpios, isto é, forças demoníacas que observam as actividades humanas, procurando influenciar e destruir.
Anjos Especiais
Anjos Associados Com a Tribulação
Em Revelação, um conjunto de anjos encontra-se especificamente associado a certos juízos que serão lançados sobre a terra, tais como as sete trombetas e as últimas sete pragas (Rv. 8-9; 16). Adicionalmente, alguns anjos relacionam-se com funções especiais que lhes são dadas, pelo menos durante estes últimos dias. Há o anjo que tem poder sobre o fogo (Rv. 14:18), o anjo das águas (16:5) e o anjo do abismo, que irá acorrentar Satanás (20:1-2).
Anjos Associados Com a Igreja
Em Revelação 2-3, cada uma das sete cartas para as sete igrejas é endereçada “ao anjo da igreja de...”. Para além disso, aparecem na mão direita de Cristo na visão do capítulo 1 (Rv. 1:16, 20). Porém, uma vez que o termo para anjo significa “mensageiro”, sendo também usado em relação aos homens, debate-se se estas referências dirão respeito a seres angélicos ou a líderes humanos das sete igrejas. Poderá referir-se a um anjo-da-guarda destas igrejas ou aos homens que actuam como instrutores da Palavra, tais como pastores ou anciãos.
O Ministério dos Anjos
A característica fundamental dos anjos bons encontra-se na forma como são descritos em Hebreus 1:14, como “espíritos ministradores”, e nos registos das suas abundantes e variadas actividades de ministério, descritas na Escritura. Essencialmente, actuam como mensageiros sacerdotais (leitourgika pneumatata) no templo-universo de Deus.32 A partir do registo bíblico das suas actividades, o seu ministério pode ser sumariado como (1) adoração de Deus (Is. 6:3; Rv. 4:8), (2) mensageiros de Deus (Dn. 9:22; Lucas 1:11, 26; 2:9; Rv. 1:1), (3) soldados no combate espiritual (Dn. 10:13 ss; Rv. 12:7) e (4) ministros do povo de Deus (Hb. 1:14). A respeito da sua actividade enquanto espíritos ministradores, Bushwell comenta:
Poderemos fazer a seguinte pergunta: se não devemos adorar os anjos, ou orar-lhes de alguma forma, qual é o valor da doutrina que defende serem “espíritos ministradores”? Como resposta, poderemos pelo menos afirmar que o ensinamento da Escritura a respeito do ministério dos anjos é um belo enriquecimento do nosso conceito acerca do governo que Deus faz do mundo.33
Enquanto servos celestiais de Deus, que levam a cabo os Seus propósitos, podemos observar que o seu ministério recai em várias relações diferentes:34
Em Relação a Deus: No seu serviço a Deus, são vistos como presenças em redor do Seu trono, à espera de O servir e fazer a Sua vontade (Sl. 103:20; Is. 6:1ss; Job 1:6; 2:1; Rv. 5:11; 8:1 ss), como adoradores em Seu louvor (Is. 6:3; Sl. 148:1-2; Hb. 1:6; Rv. 5:12), como observadores, que se alegram com o que Ele faz (Job 38:6-7; Lucas 2:12-13; 15:10), como soldados no combate contra Satanás (Rv. 12:7) e como instrumentos dos Seus juízos (Rv. 7:1; 8:2).
Em Relação às Nações: Em relação à nação de Israel, Miguel, o arcanjo, parece ter um ministério muito importante enquanto seu guardião (Dn. 10:13, 21; 12:1; Judas 9). Relativamente a outras nações, observam os governantes e as nações (Dn. 4:17), procurando influenciar os seus líderes humanos (Dn.10:21; 11:1). Na Tribulação, serão os agentes que Deus utilizará para executar os Seus juízos (veja Rv. 8-9 e 16).
Em Relação a Cristo: com o plano de Deus centrado na pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo, é natural que executem muitos serviços para o Salvador.
- Em relação ao Seu nascimento, predisseram (Mt. 1:20; Lucas 1:26-28) e anunciaram-no (Lucas 2:8-15). Um anjo avisou José para que levasse Maria e o menino Jesus, fugindo para o Egipto (Mt. 2:13-15); novamente, um anjo disse à família para regressar a Israel, após a morte de Herodes (vv. 19-21).
- Em relação ao Seu sofrimento, os anjos serviram-n'O depois da Sua tentação (4:11) e aquando da Sua angústia no Jardim do Getsémani (Lucas 22:43); Jesus também disse que poderia ter chamado uma legião de anjos, prontos a vir em Sua defesa caso desejasse (Mt. 26:53).
- Em relação à Sua ressurreição, um anjo rolou a pedra do túmulo (28:1-2), anjos anunciaram a Sua ressurreição às mulheres na manhã de Páscoa (vv. 5-6; Lucas 24:5-7), estiveram presentes na Sua ascensão e deram instruções aos discípulos (Actos 1:10-11).
- Em relação ao Seu regresso, será ouvida a voz do arcanjo aquando da translação da Igreja (1Ts. 4:16), acompanhá-Lo-ão no Seu retorno glorioso à terra (Mt. 25:31; 2 Ts. 1:7) e irão separar o trigo do joio na segunda vinda de Cristo (Mt. 13:39-40).
Em Relação aos Injustos: Os anjos não só anunciam e aplicam julgamentos (Gn. 19:13; Rv. 14:6-7; Actos 12:23; Rv. 16:1), mas também separarão os justos dos injustos (Mt. 13:39-40).
Em Relação à Igreja: Hebreus 1:14 descreve o seu serviço como o de “espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão-de herdar a salvação”. Com isto, porém, a Escritura aponta para um conjunto de ministérios específicos: proporcionam respostas a orações (Actos 12:5-10), ajudam a conduzir as pessoas ao Salvador (Actos 8:26; 10:3), podem ser fonte de encorajamento em tempos de perigo (Actos 27:23-24) e cuidam do povo de Deus na hora da morte (Lucas 16:22).
Em Relação a Novas Épocas: Ryrie assinala que os anjos parecem ficar invulgarmente activos assim que Deus institui uma nova época ao longo da História, delineando para nós esta ideia:
A. Uniram-se em Louvor Aquando da Criação da Terra (Job 38:6-7)
B. Estiveram Envolvidos na Promulgação da Lei Mosaica (Gl. 3:19; Hb. 2:2)
C. Estiveram Activos no Primeiro Advento de Cristo (Mt. 1:20; 4:11)
D. Estiveram Activos Durante os Primeiros Anos da Igreja (Actos 8:26; 10:3, 7; 12:11)
E. Estarão Envolvidos nos Eventos Relativos ao Segundo Advento de Cristo (Mt. 25:31; 1 Ts. 4:16)35
É claro que o ministério dos anjos teve lugar em outras ocasiões, mas surge naturalmente a questão seguinte, especialmente em vista do fascínio moderno com os anjos: há alguma evidência de que os diversos ministérios angélicos continuem a funcionar na era eclesial presente?
Permanece incerto se os anjos continuam a actuar de todas estas maneiras na era moderna. Mas já realizaram tais ministérios, e podem muito bem continuar a fazê-lo, mesmo sem que nos apercebamos. É claro que Deus não É obrigado a usar anjos; pode fazer qualquer coisa directamente. Porém, aparentemente, opta por usar o ministério intermediário dos anjos em muitas ocasiões. Não obstante, o crente reconhece que é o Senhor quem faz estas coisas, quer directamente, quer usando anjos (repare no testemunho de Pedro, que dizia que o Senhor o libertara da prisão, embora Deus tenha na verdade usado um anjo para realizar tal feito; Actos 12:7-10, comparado com vv. 11 e 17).
Quiçá uma inscrição que vi numa velha igreja da Escócia traduza bem o equilíbrio.
“Embora o Poder de Deus Seja Suficiente para Nos Governar,
Na Enfermidade do Homem, Nomeou os Seus Anjos para Nos Guardarem.”36
Hebreus 13:2 diz: “Não se esqueçam da hospitalidade; foi praticando-a que, sem o saber, alguns acolheram anjos” (NVI). Acolher anjos sem o saber traz à mente Abraão (Gn. 18:1 ss) e Lot (Gn. 19:1 ss), mas nem esta afirmação prova que os anjos actuem hoje em dia tal como nos tempos do Antigo e Novo Testamentos. Tal como Ryrie salienta, “A palavra 'anjo' pode referir-se a seres sobre-humanos (veja Gn. 18:1-8 para um exemplo de tal acolhimento) ou a um ser humano que seja mensageiro de Deus (veja Tiago 2:25 para um exemplo de tal acolhimento)”.37
Talvez nenhum aspecto do seu serviço para com o homem seja mais discutido do que a ideia de um “anjo-da-guarda”. Muitas vezes, as pessoas perguntam: “Toda a gente tem um anjo-da-guarda?”. O conceito de que cada pessoa terá um anjo-da-guarda específico provém de uma mera suposição a partir da noção de que os anjos guardam ou protegem, conforme o Salmo 91:11 declara. Contudo, esta passagem dirige-se àqueles que fazem do Senhor o seu refúgio.
O salmista explicou que nenhum mal ou desastre pode sobrevir àqueles que fizeram do Senhor o seu refúgio (mah£seh, “refúgio do perigo”; ...), pois Ele ordenou aos anjos que cuidassem deles. Os anjos protegem de ameaças físicas e dão aos crentes força para ultrapassar dificuldades, aqui retratadas como leões selvagens e serpentes perigosas. Ao tentar Cristo, Satanás citou 91:11-12 (Mt. 4:6), o que mostra que até as promessas mais maravilhosas de Deus podem ser aplicadas de modo insensato.38
Alguém poderia argumentar que esta passagem do Antigo Testamento não deve ser aplicada nos tempos modernos mas, em Hebreus 1:14, o autor não parece estabelecer essa distinção. O facto de serem espíritos ministradores que auxiliam os santos é apresentado como uma verdade geral da Bíblia e não deve ser restrita aos tempos bíblicos.
Com certeza, é reconfortante saber que Deus pode proteger, providenciar a encorajar-nos através dos Seus anjos, mas tal facto não garante esta salvação e, certamente, jamais nos devemos fiar nesta provisão de Deus. Assim, tendo considerado as variadas formas como os anjos ministram, devemos manter em mente que Deus nem sempre nos livra do perigo ou atende às nossas necessidades de forma miraculosa, quer através de anjos, quer por Sua intervenção directa. Nos Seus propósitos sábios e soberanos, o oposto é por vezes a Sua vontade, conforme a vida claramente exemplifica e as Escrituras declaram (veja Hb. 11:36-40).
Porém, existe outra verdade acerca dos anjos que precisa de ser tida em conta. Da mesma forma que as pessoas não pensam muito sobre o ministério punitivo dos anjos, com frequência também ignoram, nas suas ideias populares a seu respeito, o ensinamento da Escritura acerca do engano dos anjos malvados de Satanás (2 Cor. 11:14-15). O facto de a sociedade ignorar tal ponto não acontece por acaso. O motivo encontra-se no engano de Satanás e no vazio do coração do homem, ao persistir em procurar respostas longe de Deus, Sua revelação na Escritura e Seu plano de salvação em Cristo. Enquanto arquienganador e antagonista de Deus, da Igreja e da Humanidade como um todo, Satanás é o mestre do disfarce. Hoje em dia, grande parte da forma como a sociedade pensa, no seu encantamento com os anjos, resulta claramente do seu disfarce de anjo de luz, em conjunto com os seus anjos, que também se mascaram de acordo com os seus propósitos. Investigue o que é escrito em livros e proferido em seminários, e encontrará numerosas publicações e ensinamentos repletos de nada menos do que pura ilusão demoníaca. Para mais acerca deste assunto e de como se aplica ao fascínio actual com anjos, consulte o estudo “Angels, God’s Ministering Spirits” na nossa página web, na secção de teologia39.
A Vigilância dos Anjos
O Facto da Sua Vigilância
De maneira significativa, um conjunto de passagens fala dos anjos como observadores. Alguns ficam surpreendidos com esta verdade, mas a Bíblia ensina-nos que os anjos são espectadores das actividades de Deus no mundo, tendo especial interesse na observação do desenrolar do Seu plano de redenção. Uma vez que várias passagens se remetem especificamente ao facto de que os anjos são espectadores daquilo que Deus faz, estaríamos a ser negligentes em relação a esta verdade bíblica, já que, certamente, há uma razão e uma lição a serem aprendidas a partir dela (Job 38:7; Lucas 15:10; 1 Cor. 4:9; 11:10; Ef. 3:10; 1 Tm. 3:16; 1 Pd. 1:12).
Os Objectos da Sua Vigilância
Conforme indicado previamente, os anjos observaram e alegraram-se com a criação de Deus (Job 38:7). Ao contemplarem o nascimento de Cristo, regozijaram-se em louvor a Deus (Lucas 2:13-14) e testemunharam na íntegra a vida de Jesus na terra (1 Tm. 3:16). Também observam a alegria de Deus quando um pecador se arrepende (Lucas 15:10).40 Os anjos estão profundamente interessados na salvação do homem em Cristo, observando cuidadosamente a sabedoria multiforme de Deus, no desenrolar do Seu plano redentor (1 Pd. 1:12; Ef. 3:10). Na afirmação “coisas que até os anjos anseiam observar”, “coisas” são os aspectos concernentes à nossa salvação (vs. 10), e “anseiam observar” corresponde à mesma expressão usada em relação às acções de João, Pedro e Maria, quando se inclinaram para espreitar o interior do sepulcro vazio (Lucas 24:12; João 20:5, 11). O verbo parakuptw, “inclinar-se”, transmite a ideia de se debruçar para ver algo com maior clareza, ou para olhar atentamente (veja ainda Tiago 1:24).
As Razões da Sua Vigilância
Os Dois Reinos e o Conflito Angélico
A questão que surge naturalmente é a seguinte: por que é que os anjos estão profundamente interessados e observam de tal forma o que acontece na terra? Primeiro, enquanto criaturas santas, preocupam-se com a adoração e glória de Deus, que Lhe são devidas no Seu papel de Criador santo e infinito. Tal é claramente evidente em Isaías 6:3, onde, em coro alternado, os serafins cantam a santidade de Deus: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos: toda a terra está cheia da Sua glória”. João afirma que, na sua devoção à adoração de Deus, as criaturas viventes nunca param de dizer: “Santo, santo, santo é o Senhor, o Deus todo-poderoso, que era, que é e que há-de vir” (NVI). A sua devoção à glória de Deus torna-se extremamente proeminente e específica em Revelação. Em Revelação 4:8-11, o seu louvor contínuo despoleta o louvor dos vinte e quatro anciãos, destinado à valorização de Deus enquanto Criador Soberano. Depois, no capítulo 5:8-14, os anjos, acompanhados pelos vinte e quatro anciãos (representantes da Igreja), dirigem o seu louvor à graciosa obra de salvação de Deus, através do Cordeiro, em vista de ser digno de abrir os sete selos. Apenas Ele é considerado digno de abrir o livro, quebrando os seus sete selos (compare Rv. 5:1 com 5:9 ss).
Embora não nos seja dito qual o conteúdo exacto do livro com sete selos, escrito por dentro e por fora, contém indubitavelmente a história da perda do domínio do homem sobre a terra (Gn. 1:26) para Satanás, o usurpador, e a recuperação desse domínio através do Deus-homem Salvador, o Leão que também é um Cordeiro. Sozinho, este Cordeiro consegue realizar aquilo que mais ninguém no universo é qualificado para e capaz de fazer. As três verdades seguintes formam um elemento importante da revelação de Deus:
(1) O Propósito Declarado de Deus: Era intenção de Deus que o homem governasse sobre a terra, debaixo da Sua autoridade (Gn. 1:26; Sl. 8:4-6; Hb. 2:5-8a).
(2) O Propósito de Deus Sofre um Atraso: Devido à queda, registada em Génesis 3, Satanás arrancou o poder das mãos do homem (compare Hb. 2:5 com 2:8b). A intenção de Deus era que o homem governasse sobre a terra – nunca os anjos, muito menos os anjos decaídos.
(3) O Propósito de Deus Concretiza-se: Conforme prometido em Génesis 3:15, o Cordeiro quebra o domínio de Satanás, graças à Sua Encarnação, vida sem pecado, morte, ressurreição e ascensão (veja Hb. 2:9-14); um dia, recuperará aquilo que fora perdido, através do julgamento dos sete selos, descrito em Revelação 6-19.
Um dos aspectos-chave de Revelação diz respeito aos dois reinos: o reino do mundo (o reino de Satanás) e o reino de Deus. As palavras “rei”, “reis”, “reino”, etc., aparecem trinta vezes em vinte e cinco versículos neste livro. Em vista da luta entre os dois reinos, há uma alegre celebração de vozes, que se erguem no céu ao som da sétima trombeta, antecipando aquilo que a mesma iria realizar.41 Tal inclui certamente os anjos santos:
Revelação 11:15 O sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve fortes vozes nos céus que diziam: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre”.
A questão da rebelião de Satanás face à autoridade de Deus poderá explicar a afirmação de Paulo em 1 Coríntios 11:10, ao dizer que uma mulher deve trazer um sinal de submissão sobre a cabeça por causa dos anjos. Tal sugere que uma das áreas que os anjos observam é a da submissão à autoridade. A submissão glorifica a Deus, enquanto a rebelião O desonra e promove os objectivos de Satanás. Na raiz do profundo interesse dos anjos no que Deus realiza actualmente encontra-se a rebelião e queda de Satanás. Como observadores, todos os anjos estavam presentes quando Satanás, na sua busca para ser como o Altíssimo, procurou usurpar o domínio soberano de Deus (veja Is. 14:12-15). Tal foi uma ofensa à glória de Deus. A partir de Revelação 12:3-4, parece que um terço da hoste angélica decidiu seguir Satanás. Por causa do seu pecado, Satanás foi expulso do seu lugar exaltado, tornando-se o grande adversário de Deus e Seu povo (veja Ez. 28:11-19).42 Para além disso, o Senhor diz-nos explicitamente que o lago de fogo foi preparado para Satanás e seus anjos (Mt. 25:41). Apesar de ser um adversário derrotado (confira Cl. 2:15) e de não se encontrar encarcerado neste momento, ele e os seus anjos decaídos sê-lo-ão, sendo este um grande tópico de expectativa na Bíblia (confira Rm. 16:20; Rev. 20:10).
A Caracterização de Satanás como o Caluniador
Será útil compreender um dos nomes de Satanás, carregado de implicações. O termo diabo, usado com tanta frequência em relação a Satanás, significa “caluniador, difamador, aquele que acusa falsamente”.43 Este nome revela-o em uma das suas caracterizações principais na Escritura. Enquanto “caluniador”, é alguém que difama o carácter de Deus; uma das formas pela qual procura fazê-lo é acusando os crentes (Rv. 12:10). O livro de Job proporciona-nos um bom exemplo das suas acusações difamatórias contra os crentes e de como, em simultâneo, procura caluniar o carácter de Deus. Ao ler-se os dois primeiros capítulos de Job, o verdadeiro propósito das acusações de Satanás tornam-se rapidamente evidentes. Satanás afirmava que Job apenas adorava a Deus por causa de tudo o que Ele lhe dera; não porque Job amasse Deus por quem Ele era, ou porque Deus merecesse ser adorado, enquanto Criador Santo e Soberano. “Tira-lhe tudo o que ele tem e ele te amaldiçoará” foi a essência da acusação de Satanás (confira Job 1:6-11; 2:1-6).
A Caracterização que Satanás Faz de Deus
A partir da caracterização bíblica de Satanás como “adversário” (1 Pd. 5:8)44 e “diabo”,45 bem como das suas actividades, registadas na Escritura, parece lógico que Satanás tenha argumentado que Deus não era amoroso, e que condenar Satanás e seus anjos ao lago de fogo era injusto. Pouco tempo depois da criação de Adão e Eva, o ataque do diabo ao carácter de Deus, classificando-o como injusto, torna-se evidente, através da natureza injuriosa das suas questões e afirmações a Eva, aquando da tentação (Gn. 3:1-5). Assim sendo, hoje em dia, num mundo que se encontra sob o seu engano (veja João 12:31; 16:11; Ef. 2:2; 2 Cor. 4:3-4), há um sentimento comum, ecoando entre muitas pessoas que, ao rejeitarem a Palavra de Deus, poderão dizer: “O Deus da Bíblia é vingativo. Como poderia um Deus amoroso enviar pessoas para o inferno? Recuso-me a acreditar num Deus assim.”
Uma Razão para o Homem
Parte da razão da criação do homem e do plano de salvação de Deus em Cristo é demonstrar a verdade do carácter de Deus – sábio, santo, justo, amoroso, amável, misericordioso e bom. Na Sua santidade e justiça, Deus não tinha outra escolha que não condenar Satanás e seus anjos ao lago de fogo. O mesmo acontece com o homem pecaminoso. Mas Deus também É misericordioso, amável e amoroso, pelo que providenciou uma solução, através da cruz, de modo a que o homem pudesse obter a vida eterna. Este misericordioso plano de amor não foi apenas antecipado no Antigo Testamento, tendo sido, na verdade, anunciado primeiramente à serpente (o diabo disfarçado), em Génesis 3:16, algo significante em vista do conflito angélico e das acusações injuriosas de Satanás. A redenção humana e a recuperação do paraíso perdido sempre se basearam naquilo que Deus faria através da semente da mulher, o Messias Salvador, que morreria como substituto do homem, mas que também derrotaria Satanás e, por conseguinte, demonstraria a falsidade das suas injúrias (confira Is. 53; Rm. 3:21-26; Cl. 2:10-15; Hb. 2:14-16).
As Escrituras revelam que os anjos aprendem muito acerca de Deus a partir das Suas actividades, através da pessoa e obra de Cristo e através da Igreja, especialmente no desvendar do plano de redenção de Deus. A respeito dos sofrimentos de Cristo, das glórias que se seguirão e das coisas anunciadas aos crentes, por aqueles que pregaram o evangelho da parte do Espírito Santo, Pedro declarou: “coisas que até os anjos anseiam observar” (veja 1 Pd. 1:11-12). Depois, num registo similar, Paulo escreveu:
Efésios 3:8-11 A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça, de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, 9 e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou; 10 para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, 11 segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Consequentemente, a Igreja torna-se um meio para revelar tanto a sabedoria multiforme como a graça de Deus aos anjos, já que, em Efésios 2:4-7, Paulo escreveu:
Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5 estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), 6 e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus, 7 para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para connosco, em Cristo Jesus.
Chafer cita Otto Von Gerlach, que salientou:
Pela Sua revelação em Cristo e pela instituição da Igreja Cristã na terra, Deus glorifica-Se perante os principados celestiais de um modo até agora desconhecido. Aqueles que, até aqui, cheios de reverência, O haviam louvado pelas maravilhas da criação, vêem agora a Sua sabedoria glorificada de uma nova forma, na comunhão cristã, através das diversas maneiras pelas quais os homens perdidos são salvos. Na redenção, foi manifestada uma forma de riqueza da sabedoria divina inteiramente nova e inesgotável.46
A Antecipação da Vitória
Revelação 4-5 apresenta a perspectiva do Céu na preparação para o julgamento que sucederá na terra, conforme descrito nos capítulos 6-19. Serão estes juízos que derrotarão Satanás e o seu sistema mundial, estabelecendo o Filho de Deus no Seu trono na terra. Nestes dois capítulos, porém, há uma forte ênfase na santidade de Deus, em ser merecedor de receber honra e glória, e no facto de o Cordeiro, o Senhor Jesus, ser digno de abrir e derramar os selos e de reinar e receber honra e glória. E quem mais é proeminente nestes dois capítulos? Os anjos!
Em vista deste cenário, podemos ver por que é que os anjos santos de Deus estão tão profundamente interessados na nossa salvação, pois nela observam a sabedoria multiforme, amor, graça e santidade de Deus (Ef. 3:10; 1 Pd. 1:12). Tal torna-se ainda mais importante quando se considera a rebelião e acusações de Satanás à luz da submissão de Cristo, cuja vida inteira testemunharam (1 Tm. 3:16). Testemunhar a submissão e humildade do Deus encarnado, mesmo até à morte na cruz, foi uma impressionante declaração do carácter de Deus como santo e imutável.
Que maravilhosa submissão! Obedecer à Sua própria lei como se fosse uma mera criatura, numa atitude de servo! Tal era novo. Haviam-no visto como governador do universo; mas nunca, até então, como súbdito! Encontrando Satanás em conflito e tentação prolongada! Tal era novo.47
Pense nisto! Os anjos haviam visto Satanás ser derrubado da sua posição exaltada e condenado ao lago de fogo, devido ao seu orgulho e rebelião, mas, na encarnação e vida submissa de Cristo, mesmo até à cruz, têm o derradeiro exemplo da santidade, amor, graça e misericórdia de Deus, bem como da justa condenação de Satanás.
Mas o que dizer acerca dos anjos decaídos? Evidentemente, houve um período de graça e provação para os anjos antes da queda de Satanás, mas permanecem agora confirmados no seu estado decaído, tal como aqueles que morrem sem Cristo permanecerão nesse mesmo estado quando enfrentarem o Grande Trono Branco do Julgamento e a separação eterna de Deus.
O Conflito Angélico
e o Problema Moral do Mal
A compreensão do cenário acima descrito proporciona-nos parte da resposta à velha questão sobre como é que um Deus bom pode permitir o mal, especialmente quando É omnisciente e omnipotente. De forma contrária à Escritura, que declara a omnipotência e omnisciência de Deus, algumas pessoas procuraram responder ao problema afirmando que, embora Deus seja bom, É incapaz de impedir que o mal aconteça. Embora apenas de modo implícito, só a Bíblia nos fornece uma resposta para o problema do mal, que reside, pelo menos em parte, no conflito angélico, brevemente descrito nos parágrafos precedentes. Existem certos aspectos básicos para a discussão deste assunto.
A Escritura revela que Deus É perfeito em santidade, amor, benevolência, graça e misericórdia. Tal significa que Deus não pode fazer o mal, já que o mal é contrário ao Seu carácter Santo. Deus, por exemplo, não pode mentir (Tt. 1:2). Para além disso, não pode tentar uma criatura a pecar (Tg. 1:13). Não pode ser o autor do pecado, pois julgou todo o mal, e ser o autor do pecado seria contrário à Sua justiça perfeita. Deus não poderia julgar o pecado nas criaturas, caso fosse o autor desse mesmo pecado. Assim, embora permitido por Deus, o mal não se originou n'Ele. Originou-se em algo exterior a Deus.
De acordo com a Bíblia, o pecado original humano, registado em Génesis 3, não foi o primeiro pecado no universo. A Bíblia revela que o problema moral se relaciona com o seguinte: (1) a queda de Satanás e seus anjos em pecado; (2) a caracterização de Satanás como adversário calunioso de Deus; (3) o propósito de Deus de que o homem reinasse sobre a terra, com a perda dessa soberania devido à tentação e queda humana em pecado, e (4) a redenção do homem e recuperação dessa soberania, através do Deus-homem Salvador imaculado, que suportou a sentença do nosso pecado.
Ao longo do estudo deste problema moral, emergem certos factos. É óbvio que, na criação dos anjos e do homem, Deus criou-os como criaturas morais, com poder de escolha. O problema do pecado está presente quando uma criatura moral escolhe o pecado em vez da justiça. Esta é uma explicação para a queda dos anjos e dos homens.48
A revelação da Escritura quanto à queda de Satanás, à queda do homem e ao conflito angélico subsequente envolve-nos em coisas bem para lá da nossa compreensão. Não obstante, a Bíblia ensina que Deus criou os anjos e o homem. Conforme sugerido pela comunhão observada na Trindade, entre Pai, Filho e Espírito Santo, o próprio ser de Deus requeria que desse origem a criaturas para comunhão, mas não as criou como robôs, sem escolha. Não existiria comunhão ou glória com um robô mecânico sem capacidade de escolha. Deus concedeu, tanto aos anjos como aos seres humanos, personalidades com intelecto, emoção e vontade. Pelo exercício desta personalidade, quer a humanidade, quer os anjos podem estabelecer comunhão com Deus, dando-Lhe glória. Mas, embora criados perfeitos e sem pecado, a liberdade de escolha também implicava a possibilidade, conhecida por Deus desde a eternidade, de que Satanás e a humanidade escolhessem contra Ele, o que ambos fizeram. Mas por que é que Deus o permitiu? Talvez a resposta se encontre no período posterior ao pecado, uma vez que a glória de Deus é revelada ainda mais. Tal como nada exibe melhor o esplendor de um diamante à luz do que um pano de fundo de veludo negro, nada poderia mostrar tanto a glória da misericórdia, bondade, graça e amor de Deus do que a escuridão do pecado humano.
Dado que isto causa perplexidade à mente humana, muitos rejeitam todas as ideias acerca de Deus, postulam a Sua fraqueza ou encontram faltas n'Ele. Mas a Bíblia contém algumas palavras importantes de advertência contra uma resposta desse género, sendo instrutiva a história de Job, suas provações e a actividade de Satanás e dos anjos bons. O livro de Job é importante para as questões concernentes ao problema moral do mal e à existência do sofrimento, graças ao entendimento que fornece quanto à actividade adversária de Satanás, bem como das actividades dos anjos chamados “filhos de Deus” (veja Job 1:6-13; 2:1-7; 38:4-6).
Os anjos são mencionados como presentes e louvando a Deus aquando da criação da terra (Job 38:7), mas, em Job 1:6 e 2:1, os “filhos de Deus” aparecem diante d'Ele, sem dúvida como Seus assistentes e servos submissos, em adoração e louvor ao Todo-Poderoso. Depois, porém, Satanás entra em cena subitamente, como acusador difamatório. Embora não seja registada a razão específica para o aparecimento de Satanás, as questões que Deus lhe coloca tornam o motivo claro. Encontrava-se ali para continuar a sua actividade injuriosa, no âmbito do seu conflito em curso contra o carácter de Deus.
Resumindo, portanto, o que a Bíblia nos ensina acerca de Satanás, do pecado e do sofrimento proporciona uma resposta para este dilema moral. Com a sua revelação sobre Satanás, os anjos, as provações de Job e sua resposta ao sofrimento, o livro de Job acrescenta um entendimento importante relativamente à forma como compreendemos e respondemos ao problema moral do mal.
Job foi um homem que sofreu tremendamente. A sua perda e dor foram terríveis. Apareceram três amigos que procuravam aconselhá-lo – mas, com amigos como estes, quem precisaria de inimigos? Basicamente, o seu conselho residia na ideia de que o sofrimento fora causado pelo pecado. E, como é óbvio, essa é por vezes a causa, mas o pecado pessoal é apenas uma das razões que a Escritura apresenta para o sofrimento. Ao longo do discurso com os seus três amigos, Job procurou justificar-se face às suas acusações. Tentou mostrar como era inocente de qualquer erro que pudesse estar na origem da sua dor. E, essencialmente, era. Mas, à medida que este diálogo e o sofrimento de Job se estendiam por um período prolongado, Job começou a ficar zangado com Deus, desenvolvendo um espírito exigente. Tal fica evidente nas palavras que Deus lhe dirige nos capítulos 38-40, especialmente nos versículos seguintes:
Job 38:2-4 Quem é este que escurece o conselho, com palavras sem conhecimento? 3 Agora cinge os teus lombos, como homem; e perguntar-te-ei, e tu responde-me. 4 Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faz-mo saber, se tens inteligência.
Por outras palavras, quão absurda é a ideia de que uma criatura deva tornar-se crítica do Criador ou daquilo que Ele faz, enquanto Soberano Senhor do universo. Assim, os dois capítulos seguintes desenvolvem o tema da sabedoria e poder de Deus.
Job 40:1-2 Disse ainda o Senhor a Job: “Aquele que contende com o Todo-poderoso poderá repreendê-lo? Que responda a Deus aquele que o acusa!”
Job respondeu então, dizendo:
Job 40:4-5 Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho na minha boca. 5 Uma vez tenho falado, e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém, não prosseguirei.
Embora fosse um começo na direcção certa, é evidente, pelo que se segue, que Job se humilhara mas ainda não se arrependera, de modo que Deus continuou a questioná-lo. Porquê? Posso sugerir que, quando Job criticou os caminhos de Deus ou se tornou exigente para com Ele, estava, com efeito, a seguir as pisadas de Satanás, no que toca a encontrar defeitos e a usurpar a posição de Deus enquanto governante do mundo. No parágrafo seguinte (vss. 6-14), cheio de ironia, Deus questiona se Job é capaz de fazer as coisas que só Deus pode. Repare nos versículos 7-9:
Job 40:7-9. Então o Senhor respondeu a Job, desde a tempestade, e disse: 7 “Cinge agora os teus lombos como varão; eu te perguntarei a ti, e tu me responderás. 8 Porventura, também, farás tu vão o meu juízo, ou me condenarás, para te justificares? 9 Ou tens braço como Deus, ou podes trovejar com voz como a sua?”
Embora o problema do mal e Satanás deixe a mente humana perplexa, apenas a Palavra de Deus nos oferece uma explicação razoável quanto à causa, curso e destino derradeiro do mal. Precisamos não só de reconhecer que Deus É soberano e infinitamente sábio, mas também de nos submetermos, na fé, ao plano de Deus. O livro da Revelação, repleto de referências a anjos, dá-nos o resultado final – a derrota final do pecado, da morte e de Satanás, em conjunto com os seus anjos decaídos, e a restauração do paraíso. Nesse momento, Deus enxugará cada lágrima, e o universo conhecerá alegria permanente e paz muito além dos sonhos mais ousados.
A própria natureza da complexidade da criação não só exige uma causa adequada, um Criador, mas também demonstra a Sua sabedoria e poder infinitos (Sl. 19:1-6; Rm. 1:18-21). Deus É infinitamente sábio. Ele É o Ser omnisciente no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. E, embora Deus nos tenha revelado algumas coisas, deixou, obviamente, muitas outras por revelar. No nosso estado actual, simplesmente não teríamos capacidade para as compreender (confira Dt. 29:29). Não obstante, é essencial para a prática e para a fé que cheguemos ao ponto a partir do qual não só reconhecemos que os nossos pensamentos e caminhos são muito diferentes dos d'Ele, mas em que também aceitamos, na fé, aquilo que nos revelou. Repare na ênfase da passagem seguinte.
Isaías 55:6-9 Buscai ao Senhor, enquanto se pode achar, invocai-o, enquanto está perto. 7 Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. 8 “Porque os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os Meus caminhos”, diz o Senhor. 9 “Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os Meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.”
Será que isto significa que não devemos fazer perguntas nem procurar respostas para os mistérios do universo? Claro que não. Mas, nos tópicos para os quais Deus nos forneceu uma revelação ou para os quais encontramos respostas de Deus na Bíblia, quer sob a forma de declarações explícitas, quer de fortes argumentos implícitos, precisamos de nos submeter humildemente ao que nos é ensinado, colocando as coisas que ainda nos causam perplexidade na prateleira de cima, para compreensão posterior. Este é, como é óbvio, o assunto crucial. O que é que a Bíblia realmente ensina sobre qualquer uma destas questões? A nossa tendência é olhar para as respostas bíblicas através da razão e lógica humanas. Depois, quando parecem contrárias à razão humana, a nossa tendência é rejeitá-las ou, pelo menos, questioná-las e distorcer a verdade, de modo a que satisfaçam a nossa lógica. Por exemplo, a doutrina da trindade não é explicitamente ensinada na Bíblia, mas é claramente ensinada, de forma implícita, na Escritura. Outras doutrinas, tais como a encarnação, estão para lá da nossa capacidade de compreensão, apesar de explicitamente registadas na Bíblia. Assim, Isaías escreveu: “Mas eis para quem olharei: para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra” (Is. 66:2b).
Lições dos Anjos
O estudo dos anjos, bons e maus, fornece-nos um conjunto de lições sobre como devemos ou não viver, negativa e positivamente. O apóstolo Paulo proporciona um precedente para isto, no seu aviso relativo à selecção de noviços para anciãos, em 1 Timóteo 3:6-7.
Lições Negativas
Enquanto querubim ungido, Satanás não só foi criado perfeito, mas também era extremamente belo. Como é óbvio, a sua posição elevada e beleza foram resultado da graça e poderes criativos de Deus, não de Satanás. Não obstante, ficou enfatuado com orgulho, perante a sua própria beleza e poder. Esqueceu a sua qualidade de criatura e desejou tornar-se semelhante a Deus (confira Ez. 28:11-15; Is. 14:12-13). Devido ao seu orgulho e rebelião, foi julgado e derrubado da sua posição exaltada, enquanto querubim ungido, e sentenciado ao lago de fogo, seu eventual local de destino. Como tal, Satanás não só se torna o exemplo clássico da tentação e tolice do orgulho numa criatura, mas o orgulho também se torna uma das suas principais armadilhas, através das quais procura causar problemas entre o povo de Deus, propenso a enfatuar-se com as capacidades e papéis próprios ou de outras pessoas, quando esses são dons de Deus. Em vista deste perigo sempre presente, Paulo advertiu contra seleccionar um recém-convertido para uma posição de autoridade, “para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação em que caiu o Diabo. Também deve ter boa reputação perante os de fora da igreja, para que não caia em descrédito nem na cilada do Diabo” (1 Tm. 3:6-7).
Satanás e os seus anjos decaídos também nos advertem contra a natureza perversa e os perigos da rebelião, em contraste com a submissão e a obediência. Talvez não exista outro lugar onde esta ideia seja mais claramente transmitida do que em 1 Samuel 15:22-23. Nesta passagem, a gravidade da desobediência (vs. 22), essencialmente definida como rebelião (vs. 23), é sublinhada pelas comparações com a superstição e a idolatria. Samuel compara-a à superstição (hebreu qesem, um termo generalista para várias práticas ocultas ou espiritismo. Para conhecer algumas das diversas formas de superstição, veja Deuteronómio 18:10-11.). À semelhança da idolatria, a superstição é demoníaca (veja 1 Cor. 10:19-22). Por trás do oculto e da idolatria, encontra-se a obra de Satanás, o rebelde dos rebeldes.
Em última análise, Satanás e os seus anjos malvados, os demónios, fornecem exemplos de tudo o que é perverso, bem como das consequências hediondas do pecado. Satanás é um rebelde, um mentiroso, um homicida, um enganador, um caluniador, um tentador, alguém que distorce e aquele que se opõe a tudo o que é bom, justo e santo. Enquanto homicida desde o início e pai da mentira (João 8:44), que tentou Eva no Éden, é, em última análise, o pai de tudo o que é perverso.
Obviamente, tal não retira ao homem a responsabilidade de escolher o que é bom, nem nos permite culpar Satanás pelo nosso próprio pecado, embora ande sempre à espreita para promover o pecado e para nos enganar e tentar. Ainda que Satanás nos tente constantemente, a nossa tentação para o pecado deve-se, em última análise, às nossas próprias concupiscências, que combatem contra a alma (Tg. 1:14; 1 Pd. 2:11; Ef. 2:3).
Lições Positivas
As abundantes referências aos santos anjos de Deus na Bíblia são, principalmente, registos das suas diversas actividades, mas duas coisas saltam rapidamente à vista. São constantemente vistos em actividades de adoração venerável a Deus e no serviço humilde, totalmente submissos à Sua vontade. Se estes seres celestiais, com toda a sua força, santidade e conhecimento de Deus, estão tão empenhados, não deveriam ser uma motivação e um exemplo para nós?
Foi depois de ver os santos serafins em adoração e humildade (algo sugerido pelo facto de cobrirem os pés), glorificando o Senhor, que Isaías viu e confessou o seu próprio estado pecaminoso, tornando-se um servo prestável. Foi então que, em resposta à pergunta do Senhor, “Quem enviarei Eu?”, o profeta disse “Eis-me aqui, enviai-me” (veja Is. 6:1-8). Depois de receberem as alegres notícias do nascimento do Messias, de terem a experiência de ver Jesus em Belém e de ouvirem as hostes celestiais de anjos, louvando a Deus, foram os pastores que, seguindo o exemplo dos anjos, voltaram “glorificando e louvando a Deus, por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito” (Lucas 2:20).
A consciência da realidade da vasta hoste de seres angélicos – o benefício que deriva dos bons, e a oposição dos maus – pode apenas ser obtida através da meditação nas Escrituras que registam tais verdades, bem como da oração.49
© 2018 Bible.org
Translated by Cláudia Oliveira
1 William Evans, The Great Doctrines of the Bible, Moody Press, Chicago, 1912, p. 215.
2 Charles C. Ryrie, Basic Theology, Victor Books, Wheaton, IL, 1987, capítulo 17, versão electrónica.
3 Millard J. Erickson, Christian Theology, Baker Book House, Grand Rapids, 1983, p. 434.
4 Nota de Tradução - Anjomania, tradução livre do inglês original Angelmania.
5 “Kindred Spirit”, revista publicada trimestralmente pelo Seminário Teológico de Dallas, Verão de 1995, pp. 5-7.
6 Gangel, p. 5.
7 Gangel, p. 7.
8 Para uma excelente discussão e defesa desta perspectiva, consulte o estudo de Deffinbaugh acerca de Génesis 6, no seu estudo sobre o livro de Génesis, disponível no nosso website.
9 The Bible Knowledge Commentary, Antigo Testamento, John F. Walvoord, Roy B. Zuck, Editores, Victor Books, Versão Electrónica.
10 Lewis Sperry Chafer, Systematic Theology, Vol. 2, Kregel Publications, 1993, p. 3.
11 The Bible Knowledge Commentary, Novo Testamento, John F. Walvoord e Roy B. Zuck, Editores, Victor Books, 1983, versão electrónica.
12 Lewis Sperry Chafer, Lewis Sperry Chafer Systematic Theology, Vol. 1, Parte 3, Edição Abreviada, John F. Walvoord, Editor, Donald K. Campbell, Roy B. Zuck, Editores Consultores, Victor Books, Wheaton, Ill., 1988, p. 284.
13 Ryrie, p. 159.
14 Frank E. Gaebelein, Editor Geral, The Expositors’ Bible Commentary, Zondervan, Grand Rapids, versão electrónica, 1997.
15 Paul Enns, The Moody Handbook of Theology, Moody Press, Chicago, 1996, versão electrónica.
16 Erickson, p. 439.
17 Erickson, p. 440.
18 Ryrie, p. 124.
19 Lewis Sperry Chafer, Systematic Theology, Vol. 2, Publicações Kregel, 1993, p. 8.
20 Gabelein, Expositor’s Bible Commentary, versão electrónica.
21 Ryrie, p. 125.
22 Ryrie, p. 125.
23 Os termos e descrições aqui fornecidos superam certamente os atributos de qualquer monarca humano. Para além disso, outras passagens ensinam-nos com clareza que existem frequentemente forças angélicas ou demoníacas por trás do governo de reis ou reinos humanos (confira Dn. 10 e Efésios 6:10-12).
24 James Oliver Bushwell Jr., A Systematic Theology of the Christian Religion, Vol. 1, Zondervan, Grand Rapids, 1962, p. 134.
25 Ryrie, p. 128.
26 Nota de Tradução - não estando a versão bíblica NASB (New American Standard Bible) disponível em português, o tradutor optou por utilizar o termo “principado”, disponível na versão JFA-RA, como correspondente do conceito inglês original “domain”.
27 Walter Bauer, Wilbur F. Gingrich, e Frederick W. Danker, A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature, Chicago: Imprensa da Universidade de Chicago, 1979, versão electrónica.
28 Paul Enns, The Moody Handbook of Theology, Chicago, Ill.: Moody Press, 1996.
29 Ryrie, p. 129.
30 Ryrie, pp. 129-130.
31 Chafer, p. 17.
32 Ryrie, p. 131.
33 James Oliver Bushwell Jr., A Systematic Theology of the Christian Religion, Vol. 1, Zondervan, Grand Rapids, 1962, p. 133.
34 O material concernente ao ministério dos anjos nas suas diversas relações é adaptado de Ryries, Basic Theology, pp. 131-132.
35 Ryie, p. 131.
36 Ryrie, p. 133.
37 Charles Caldwell Ryrie, Ryrie Study Bible, Expanded Edition, Moody Press, Chicago, 1995, p. 1964.
38 The Bible Knowledge Commentary, Antigo Testamento, John F. Walvoord, Roy B. Zuck, Editores, Victor Books, 1983, 1985, versão electrónica.
39 Nota de Tradução – “Anjos, Espíritos ao Serviço de Deus”, artigo já traduzido e disponível em português.
40 A ideia principal do versículo 10 é a de que há grande alegria no Céu (confira vs. 7) quando um pecador se arrepende. Poderia argumentar-se que o texto não diz que os anjos se alegram, mas somente que há alegria na sua presença. Contemplam a alegria de Deus; porém, decerto, anjos devotos à vontade de Deus também se regozijam, tal como os vemos a louvar a Deus em Lucas 2, aquando do nascimento de Cristo.
41 As sete trombetas seguem-se aos sete selos; imediatamente após a trombeta final, aparecem as sete taças do juízo, que resultam no retorno de Cristo à terra, na derrota do reino de Satanás e no estabelecimento do reinado de Cristo sobre a terra.
42 “Esta secção, com as suas referências sobre-humanas, descreve, ao que parece, outra entidade que não o rei humano de Tiro, nomeadamente, Satanás. Se assim for, os privilégios exclusivos de Satanás, anteriores à sua queda, são descritos nos versículos 12-15, bem como no seu julgamento, nos versículos 16-19. Eras um selo de perfeição (v. 12). Isto é, Satanás era a consumação da perfeição, na sua sabedoria e beleza original.”(Charles Caldwell Ryrie, Ryrie Study Bible, Expanded Edition, Moody Press, Chicago, 1995, p. 1306).
43 Grego, diabolos, “acusador, caluniador”, de diabollw, “acusar, maligno”.
44 “Adversário”, do grego antidikos, usava-se em relação a um adversário legal, a “um oponente numa acção judicial”.
45 Para mais detalhes a respeito de Satanás, sua origem, títulos, etc., consulte a doutrina da Satanologia, disponível no nosso website.
46 Chafer, p. 25.
47 Chafer, p. 22, cita Dr. William Cooke, Christian Theology, pp. 622-23.
48 Lewis Sperry Chafer, Lewis Sperry Chafer Systematic Theology, Vol. 1, Edição Abreviada, John F. Walvoord, Editor, Donald K. Campbell, Roy B. Zuck, Editores Consultores, Victor Books, Wheaton, Ill., 1988, p. 289.
49 Chafer, p. 27.
Related Topics: Angelology
La Revue Internet Des Pasteurs, Fre Ed 28, Edition du l’été 2018
Edition du l’été 2018
“Renforcer l’Église dans la prédication et le leadership bibliques “
Author: Dr. Roger Pascoe, President,
The Institute for Biblical Preaching
Cambridge, Ontario, Canada
Email: [email protected]
Phone: 519-620-2375
Partie I. Communiquer Le Message
Dans cette édition, nous arrivons à la fin de notre série de 7 ans sur "Les bases de la prédication de la Présentation". Dans la prochaine édition, nous commencerons une nouvelle série d'articles sur "La dynamique du leadership dans l'Église".
Dans la dernière édition (Printemps 2018), nous avons examiné certaines étapes de la finalisation de votre manuscrit ou de vos notes de sermon, ainsi que des rappels sur chaque section de votre sermon, de l’introduction à la conclusion. Il convient donc de conclure ce cours de prédication par quelques commentaires sur la manière de communiquer le message. D'abord, voyons une fois de plus à…
A. Des Aspects Pratiques Pour Communiquer Le Message
1. Utilisation Des Notes De Sermon
Au risque de me répéter, je vous recommande fortement d'utiliser des notes lorsque vous prêchez. Comme je l'ai mentionné dans la dernière édition de ce journal, il existe différentes formes de notes.
- Un manuscrit complet. Si vous êtes un prédicateur novice (débutant), vous feriez bien d'écrire votre sermon comme vous le prêcheriez.
- Un plan de sermon.
- Un plan amplifié (résumé de sermon).
Pour expliquer pourquoi je vous encourage à utiliser des notes de sermon, il est important de comprendre certains des dangers de ne pas utiliser de notes.
- Votre message sera déséquilibré. Vous allez probablement passer trop de temps sur une partie de votre sermon et ne pas assez de temps sur une autre.
- Votre message manquera de focus. Vous partirez en tangentes et avant que vous le sachiez, vous ne savez pas où vous êtes ni comment vous y êtes arrivé. Se remettre sur les rails quand cela se produit est souvent très difficile.
- Votre message sera trop court ou trop long, car vous n'avez pas de cadre de référence pour savoir où vous devriez être pendant le temps qui vous est imparti.
- Vous direz des choses sans importance (ou, pire encore, inexactes ou erronées), pendant que vous oublierez de dire des choses importantes. Votre mémoire ne peut tout simplement pas retenir tout ce dont vous avez besoin et que vous voulez dire.
Outre les avantages de l’utilisation des notes que j’ai mentionnées dans la dernière édition de cette revue, voici quelques avantages supplémentaires qui, à mes yeux, sont tout à fait aussi importants:
- Les notes éliminent la pression sur votre mémoire. Il y a beaucoup de pression dans la prédication sans avoir à mémoriser votre plan, les points clés, les illustrations, les applications et la conclusion.
- Les notes libèrent votre pensée pour une seule fonction - pour communiquer le message. Je ne veux pas avoir à me rappeler quoi dire et comment le dire. L'événement de prédication est si important que je veux que toute ma concentration soit sur la communication du message, sachant déjà le contenu. Cela n'élimine pas la spontanéité mais ne l'exige pas. Je dirais que la meilleure communication est l’utilisation improvisée des notes - c’est-à-dire que vos notes définissent l’ordre du jour et le contenu, mais vous le livrez comme si vous n'aviez pas de notes.
2. Le Style De Dispenser
La façon dont vous communiquez votre message dépendra dans une certaine mesure de vos dons, de votre formation, de votre personnalité et de vos expériences. Alors que nous apprenons des autres et que nous les encadrons, notre style doit être le nôtre. Cela peut être conversationnel ou didactique, formel ou plus informel.
Soyez vous-même, mais ne pensez pas que cela permette une certaine désinvolture ou un manque de professionnalisme. Personne ne veut venir à l'église pour être embarrassé par le prédicateur. Et les gens n’amèneront pas d’amis s’ils pensent qu’il ya une chance d’être gêné par votre style ou votre contenu. Alors, soyez vous-même, mais en même temps être précis, courtois, cohérent, fiable.
3. Être Entendu
A) Votre Voix
Soyez conscient de l'acoustique. Utilisez votre voix d'une manière adaptée à l'acoustique et au message. Apprenez à utiliser le système audio à votre avantage. Assurez-vous que l’opérateur audio vous permet de régler le volume et la tonalité. Il n'y a rien de pire pour vos auditeurs que de ne pas pouvoir vous entendre ou être explosé de leur siège par le bruit.
Variez votre volume. Cela le rend intéressant et indique la passion et l'importance de ce que vous dites.
Variez votre tonalité. Si vous ne modifiez pas la hauteur de votre voix, vous pouvez tomber dans une ou plusieurs de ces habitudes ennuyeuses:
a) Un ton monotone. C'est là que vous parlez sans variation de hauteur. Cela devient très vite ennuyeux pour vos auditeurs.
b) Un ton faible ou "grognement".
c) une hauteur constante de ton. L'intensité de la parole ou de la nervosité peut amener certains prédicateurs à développer un ton aigu. C'est très distrayant.
D’autre part, varier votre argument, aide à mettre l'accent sur ce que vous dites, sur la variété de vos propos et sur votre passion pour ce que vous dites.
Pratiquez votre ton. Tous les intervenants ont un ton. Votre ton peut être affecté par la nervosité, ou le volume de la parole qui peut vous serrer la gorge. Un ton nasal provient généralement de la tension dans le muscle nasal. Un ton guttural, en revanche, provient généralement de la tension dans la gorge.
Vous pouvez changer de ton si cela distrait. Vous pourriez avoir besoin de leçons de technique de parole, mais plus probablement vous pourrez le changer simplement en étant conscient de la façon dont vous sonnez et en le modifiant consciemment.
B) Votre Discours
Veillez sur le rythme de votre parole. La tendance est de parler trop vite ou trop lentement. Parler trop vite porte des gens (comme des mitraillettes); trop lent ennuie les gens à mort. Le rythme moyen de la parole dans la prédication devrait être légèrement plus rapide que le discours conversationnel - par ex. environ 180 mots par minute. Ce rythme d'élocution garde l'attention des gens mais ne les tue pas dans le feu croisé.
La variété est importante. Utilisez un langage plus rapide pour indiquer l'excitation ou pour couvrir des éléments qui ne sont pas aussi importants ou qui n'exigent pas de tels détails. Utilisez une parole plus lente pour communiquer des idées importantes ou complexes qui ont besoin de temps pour y parvenir.
Utilisez des pauses. Une pause au moment approprié met l'accent, crée des tensions, affecte le sens, attire l'attention des gens. Cela veut dire : "Ceci est important, nous devons donc faire une pause".
Rythme (allure). Le rythme auquel vous livrez le sermon devrait refléter une progression constante vers un objectif. Ne courez pas à un point donné (comme si vous manquiez de temps) et rampez à un autre.
4. Être Compris
Utilisez un style oral facile à comprendre. Choisissez un vocabulaire compréhensible et, si vous utilisez un mot peu commun, clarifiez toujours ce que cela signifie. N’utilisez pas des termes techniques à moins de les expliquer - nous ne sommes pas là pour impressionner les gens avec nos connaissances, mais nous pouvons utiliser notre prédication pour élargir le vocabulaire des personnes.
5. Etre Clair
Articulez bien vos mots. Ne pas insulter les mots ensemble. Soyez distinct Mettre l'accent là où c'est approprié. Soulignez les mots de manière appropriée afin que le sens soit clair.
6. Être Naturel
Tout langage corporel devrait être naturel, mais si votre langage corporel "naturel" distrait de quelque manière que ce soit du message, changez-le.
Utilisez des gestes naturels, appropriés, expressifs. Développez vos propres gestes.
Soyez conscient de votre regard sur l’audience. Ne faites pas des expressions faciales qui semblent comiques, ridicules ou douloureuses. En fait, ne projetez rien qui détourne l'attention du message.
B. Communication Et L’ Audience: “Garder Le Contact”
1. Maintenir Le Contact Visuel
Le contact visuel est important et parfois difficile à maintenir. La façon la plus simple de laisser les gens penser que vous les regardez est de vous concentrer sur les différentes sections de la congrégation afin de ne pas regarder une personne en particulier, mais d’embrasser une partie de l’auditorium. Focalisez vos yeux sur une zone pendant un instant, puis déplacez-vous vers une autre zone pour couvrir tout l'espace.
Ne regardez pas le plafond ou la tête des gens. C'est très ennuyant. Pourtant, beaucoup de prédicateurs semblent avoir de la difficulté à regarder les gens.
Réglez vos notes à la bonne hauteur sur la chaire de manière à limiter le mouvement des yeux des notes aux personnes. Plus vous avez de notes, moins vous devez bouger les yeux de haut en bas. Cela donne non seulement moins d’apparence à la lecture de vos notes, mais donne l’apparence d’un contact visuel plus continu.
2. Sadresser Directement A L’ Audience
Utilisez "vous" pour être personnel, direct et convaincant.
Posez des questions rhétoriques (par exemple, comme Paul le fait dans Romains). Les questions attirent l’audience dans le message. Des questions appropriées surmontent les objections à l'avance. Les questions facilitent la transition vers l'application. .
3. Appliquer Tout Le Long Du Message
Tout au long de votre sermon, répondez aux questions: "Quelle différence cela vous fait-il? Comment allez-vous appliquer cela dans votre vie? "
A) Le Rendre Personnel
Parlez au cœur ; être à la fois émotif et didactique. Communiquez votre intérêt personnel en tant que personnes, vos soins et vos préoccupations.
B) Etre Direct, Pointu
Chaque message doit avoir un élément d'urgence. C'est vraiment important parce que Christ vient etc.
La perspective de votre sermon affecte les gens de différentes manières - spirituellement, éternellement, théologiquement.
C) Utiliser Des Aides Visuelles (Powerpoint; Clips VIdéo, Chansons Enregistrées, Etc.)
Les aides visuelles devraient simplement renforcer le message. Si vous les utilisez, assurez-vous qu'elles sont bien faites, autrement, elles nuiront à votre message.
De prime abord, le prédicateur est l’aide visuelle. C’est là que vous voulez que l’attention de tout le monde soit dirigée, non pas parce que vous voulez être le centre d’attention personnel mais parce que (1) vous voulez une attention toute particulière à votre message; (2) vous voulez être l'incarnation (aide visuelle) de votre message.
C. La Communication Et Le Predicateur
1. L’ Aspect Vital De La Communication
"Ma parole et ma prédication ne se reposaient sur des discours persuasifs de la sagesse de l'homme, mais sur une démonstration de l'Esprit et de puissance." (1 Cor. 2: 4)
La proclamation du message doit être «dans la démonstration de l'Esprit et de puissance». Ici, Paul fait le point sur l'acte de prédication plutôt que sur la personne du prédicateur.
Notre prédication doit «démontrer» que cela se fait sous la direction, le contrôle et l’habilitation («puissance») de l’Esprit. C'est ce qui rend la prédication efficace dans la vie de l’audience.
Dr. Martyn Lloyd-Jones a déclaré: "Il y a toute la différence dans le monde entre prêcher simplement par la connaissance humaine et la force et prêcher (avec) le sourire conscient de Dieu." (Martyn Lloyd-Jones, Revival, 295, cité dans Présentation d’une Prédication par l'onction, 236), (Anointed Expository Preaching, 236)
L'onction du Saint-Esprit est vitale pour une prédication efficace et puissante. Le Saint-Esprit est l'agent divin qui fait vivre la vérité et la rend vitale (cf. 1 Jean 2: 2; 2 Cor. 1: 19-22).
2. L’aspect Vocal De La Communication
Laissez-moi vous suggérer des exercices qui aident la voix:
a) Pratiquez la construction de la voix en respirant profondément à partir du diaphragme. C'est ainsi que respirent les chanteurs professionnels. Cela donne le contrôle.
b) Entraînez la voix en lisant le sermon à voix haute. Concentrez-vous sur l'articulation, la prononciation et l'emphase.
c) Pratiquez le teste de la voix pour les caractéristiques suivantes:
i) Projection (force). C'est la capacité de "lancer" votre voix pour que tout le monde puisse l'entendre.
ii) Production (douceur). Utilisez le contrôle du souffle pour réguler la constance du son.
iii) Protection (contrôle). Connaissez les limites de votre voix.
d) Pratiquez le repos de la voix, surtout lorsque votre voix est fatiguée ou enrouée. Utilisez des périodes de silence pour détendre vos muscles de la voix.
e) Pratiquez la guérison de la voix en utilisant, si nécessaire, du sel, de la lubrification (pastilles pour la gorge) et des soins. La lubrification est particulièrement importante car la bouche et la gorge ont tendance à se dessécher si vous êtes nerveux.
f) Pratique en gardant la voix. Évitez de forcer votre voix. Essayez de garder votre voix contre le vent et la climatisation. Soyez particulièrement attentif à parler au téléphone pendant de longues périodes.
g) Pratiquez en utilisant la voix. Faites-en un effort inconscient chaque fois que vous parlez pour savoir comment vous utilisez votre voix. La voix de beaucoup de gens est mauvaise, non pas parce qu’ils sont faits comme cela, mais à cause de la façon dont ils utilisent la voix.
3. L'aspect Visuel De La Communication
« J'étais auprès de vous dans un état faiblesse, dans la crainte et de grands tremblements » (1 Cor. 2: 3)
La nervosité dans la prédication est normale. Même les plus grands et les plus expérimentés des prédicateurs souffrent de nervovsité et d'un sentiment d'inadéquation. L'apôtre Paul a demandé: "Qui est suffisant pour ces choses?" (2 Cor. 2:16). Cela nous fait compter sur le Seigneur - c'est bien.
Mais la nervosité ne devraient pas nous paralyser. C'est un avantage d'être bien préparé et d'utiliser des notes. Nous pouvons toujours parler avec autorité malgré ce que nous ressentons intérieurement parce que nous savons que ce que nous disons est la parole de Dieu.
Apparence personnelle. Dans un sens, nous voulons être à l'abri de la vue pour que l’audience voie Christ dans notre message. D'autre part, nous sommes les agents humains que Dieu a choisis pour transmettre le message. Ainsi, nous devrions nous présenter d'une manière qui ne détourne pas l'attention du message. À cette fin, votre apparence personnelle devrait être modeste; et votre appel personnel ne devrait séduire personne.
D. La Communication Et L’occasion
Chaque prédicateur doit être sensible à l'occasion lors de la sélection de son thème ou de son texte, dans la préparation du contenu et de l'orientation du message et dans la présentation du message. Si l'occasion est un mariage, par exemple, votre contenu doit être adapté à cette occasion et votre livraison sera normalement axée sur le bonheur du jour.
La préparation et la présentation seraient bien entendu très différentes; si c’est des funérailles, le contenu du message devrait répondre aux besoins des personnes en deuil et la transmission du message serait sobre et sombre.
De façon similaire, les messages réguliers du dimanche varieraient dans leur préparation et leur présentation selon l'occasion. Des dimanches spéciaux comme Action de grâce, anniversaires, Pâques et Noël dicteraient le type de thème à préparer et la manière dont ils sont présentés.
E. La Communication Et Le But
Chaque sermon a un but. Si le but est de faire face à un échec spécifique dans la vie de l'église ou à un problème particulier dans les relations, alors la préparation de ces messages et leur présentation seraient affectés en conséquence.
Si le but est évangélique ou exhortatif, encore une fois, la sélection du texte, le contenu du message et le style de présentation doivent correspondre à cette fin.
Le but, alors, affecte le thème ou le texte sélectionné, l'application du texte, les illustrations utilisées la manière de présenter.
Partie II: La Presentaion Du Culte
“ La Discipline dans l’église” (1 Cor. 5:1-13)
By: Dr. Stephen F. Olford
Introduction Avec ce chapitre, nous commençons une nouvelle section dans le déroulement de cette première lettre aux Corinthiens. Jusqu'à présent, l'apôtre a principalement traité le problème des divisions dans l'église. Maintenant, il se penche sur la question tout aussi grave des troubles dans l'église. Trois, en particulier, sont mentionnés dans les deux chapitres suivants. Ils ont à voir avec la discipline dans l'église (5: 1-13), les procès dans l'église (6: 1-11) et l'impureté dans l'église (6: 12-20). Notre préoccupation dans la présente étude est celle de la discipline dans l'église. Il ressort clairement de la lecture de cette épître que les Corinthiens étaient tellement préoccupés par leur sagesse charnelle et leur philosophie qu'ils avaient négligé les obligations morales de l'Évangile, auxquelles ils s'étaient engagés. Une mauvaise pensée est toujours source de mauvaise vie. En conséquence, l'église a connu un désastre moral et Paul a dû les confronter à ce fait. Il a dû énoncer clairement les mesures disciplinaires à prendre. En considérant la discipline dans l'Église, je vous invite tout d'abord à observer:
I. La Gravite Du Desastre Moral Dans L’eglise
«On entend généralement dire qu'il y a de l'impudicité parmi vous…» (1 Corinthiens 5: 1). La construction de ces mots d'ouverture indique que le péché en question était le sujet de commérages généraux - non seulement à l'intérieur de l'assemblée mais dans toute la ville. Il n’est pas nécessaire de préciser l’infraction en question, si ce n’est pour constater que c’est une violation flagrante de la loi morale. Un frère chrétien vivait dans l’immoralité avec sa belle-mère. Le fait que le péché décrit soit une fornication indique que le père était mort ou divorcé. L'absence de toute mention de la femme suggère qu'elle devait être un incroyant, et donc hors de la juridiction de l'église. Cette forme d'immoralité était si révoltante et horrible qu'elle fut non seulement condamnée par la loi juive (Lévitique 18: 8), mais également interdite par la loi romaine. En effet, c'est un péché qui était rarement trouvé chez les Gentils non régénérés.
Maintenant, le Saint-Esprit a jugé bon d’enregistrer son histoire sordide afin que nous puissions apprendre la gravité du péché dans l’église. Si un frère chrétien pouvait sombrer si bas au temps du christianisme apostolique, qu'est-ce que cela signifie pour notre époque, à moins que nous apprenions la leçon solennelle que contient ce chapitre. Le sérieux de ce désastre moral dans l'église est souligné par:
1) La culpabilité personnelle de l’offenseur «… celui qui a commis cet acte…» (1 Corinthiens 5: 2). De toute évidence, cette infraction n'était pas simplement un acte isolé de péché. «Avoir la femme de son père» signifiait qu’il avait vécu avec elle. De même, la phrase «celui qui a commis cet acte» indique qu’il a pratiqué ce péché pendant un certain temps. Notre première réaction est de déduire que cet homme était probablement un chrétien de nom sans connaissance salvatrice du Christ. Mais Paul se référant à lui, à la fois dans ce chapitre et dans sa deuxième épître (2, 6-8), confirmerait l’opinion selon laquelle l’homme est vraiment né de nouveau, mais il a énormément rétrogradé de cœur et de vie.
Quel avertissement cette histoire est pour vous et moi! En dehors de la grâce de Dieu, rien ne nous empêche de sombrer aussi bas. Et la tragédie d'une telle rupture morale est qu'un tel péché est d'abord contre un Dieu saint et ensuite contre le Corps du Christ. Quand David s’est rendu compte de son péché à propos de Bath-Schéba, il a crié «Contre toi seulement, j'ai péché et fait ce mal à tes yeux» (Psaume 51: 4). Mais à cela s'ajoutait la prise de conscience de la façon dont il avait détruit la vie d'une femme innocente et pris la vie d'un homme innocent et loyal. Cela nous amène à considérer la deuxième raison de la gravité du désastre moral dans la vie de l'église:
2) Les conséquences publiques du délinquant «Et vous êtes enflé d’orgueil et vous n'avez pas plutôt été dans l’affliction…» (1 Corinthiens 5: 2). Comme une maladie de cancer, le péché empoisonne toujours et paralyse le corps. Par conséquent, toute la fraternité a été affectée par l’effondrement moral de cet homme. Au lieu de se lamenter, ils se vantaient. Paul utilise un mot inhabituel pour décrire ce qui aurait dû être leur attitude. Ils auraient dû «pleurer», dit-il, signifiant se lamenter, comme pour les morts. Ils auraient dû reconnaître qu'il s'agissait d'un homme qui non seulement était tombé dans la disgrâce, mais s'était également séparé de la vie de l'église. Ils se vantaient plutôt de leur tolérance au péché et, par cette attitude même, ils étaient devenus des partenaires du péché.
John Morley a dit un jour «dans certaines circonstances, le compromis est le mot le plus immoral en anglais». Et Morley a raison! Quand une personne ou une église fait des compromis sur la question du péché, le nom de Dieu est déshonoré, l’œuvre de Satan est avancée et l’église est rendue impuissante. Non seulement l'homme, mais l'église aurait dû se repentir bien avant que Paul ait écrit cette lettre, car le repentir est l'une des plus grandes marques de régénération. Ce n’est que par un repentir contrit, au cœur brisé que nous pouvons nous attendre à ce que Dieu bénisse nos vies et nos églises. Il semble, cependant, de nos jours, nous avons perdu tout sens de l'excès de péché. Au lieu de pleurer nos échecs dans l’église, nous nous vantons de notre tolérance, de notre compromis et de notre courage. Dieu aie pitié de nous! Considérons ensuite :
II. La Norme De La Discipline Judiciaire Dans L'église
«Au nom de notre Seigneur Jésus-Christ, lorsque vous en esprit étant assemblés…, avec le pouvoir de Jésus-Christ, qu’un tel homme soit livré à Satan pour la destruction de la chair, afin que son esprit soit sauvé au jour du Seigneur Jésus» (1 Corinthiens 5: 4-5). Quoi qu’il en soit, la discipline de Dieu en ce qui concerne le péché dans l’église est incontestable et inaltérable. Il ne fait aucun doute que ce chapitre est laissé pour nous guider tout au long de l’âge de l’Église dans ces domaines. Veuillez noter trois choses concernant la discipline dans l'église:
1) La signification de la discipline «qu’un tel homme soit livré à Satan pour la destruction de la chair, afin que son esprit soit sauvé au jour du Seigneur Jésus» (1 Corinthiens 5: 5). Cette déclaration solennelle est appuyée par d'autres expressions tout au long du chapitre, telles que «faites disparaitre le vieux levain» (v. 7) et «ôtez le méchant du milieu de vous-même cette méchante personne» (v. 13). Il est clair que l'acte de discipline implique l'excommunication du délinquant de la vie et de la fraternité de l'église. Une telle excommunication est décrite comme étant délivrée à Satan pour la destruction de la chair (v. 5). Les chercheurs exposent ces mots de deux manières; sans aucun doute il y a un élément de vérité dans les deux positions.
Il y a ceux qui soutiennent que Paul mentionne spécifiquement la destruction de la chair pour souligner que lorsqu'une personne est excommuniée de la vie et de la communion de l'église, elle est soumise à la domination des forces sataniques (voir 1 Jean 5:19). . Très vite, un chrétien vivant dans cette atmosphère apprend que «la chair ne profite de rien» (Jean 6:63). En d'autres termes, il arrive à la fin de lui-même et cherche donc à être restauré dans le Seigneur et à la place qui lui revient dans la communauté.
D'autres étudiants de la Parole soutiennent que la destruction de la chair implique et implique la maladie et même la mort du corps. C'était le cas d'autres membres délinquants de l'église de Corinthe, à qui Paul fait référence au chapitre 11:30. A cause de leur comportement au repas du Seigneur, ils étaient malades et certains dormaient. C'était vrai pour Ananias et Sapphira, qui ont été jugés par le coup de mort (Actes 5) pour avoir menti au Saint-Esprit (voir aussi 1 Jean 5:16).
2) La méthode de la discipline «Au nom de notre Seigneur Jésus-Christ, quand vous êtes rassemblés…» (1 Corinthiens 5: 4). Paul exhorte l'Église à se rassembler en reconnaissant l'autorité du chef de l'église, le Seigneur Jésus-Christ. Dans ce cas particulier, Paul, en tant que père de tant de personnes, s’identifie lui aussi à l’église en disant: «… lorsque vous êtes réunis avec mon esprit…» Ayant ainsi convoqué, en reconnaissance de la présence du Sauveur, le pouvoir de l’Esprit et l'enseignement clair de la Parole de Dieu, l'église doit juger le péché et excommunier le délinquant de sa présence. On peut seulement ajouter que si cela se faisait plus souvent aujourd'hui, nous verrions bientôt le réveil visiter le peuple de Dieu. Nous prions souvent pour que des averses rafraîchissantes tombent du ciel, alors que nous tolérons le péché parmi nous. C'est une contradiction. Un troisième aspect important de l'action de cette église est:
3) Le motif de la discipline «qu’un tel homme soit livré à Satan pour la destruction de la chair, afin que son esprit soit sauvé au jour du Seigneur Jésus» (1 Corinthiens 5: 5). Il faut souligner que le motif ultime dans toute discipline est de restaurer le saint qui pêche dans la vie de purification et de victoire en notre Seigneur Jésus-Christ. Ceci est soutenu par ce que Paul a à dire dans la deuxième épître, où il réprimande les Corinthiens pour avoir refusé de réintégrer le frère qui a offensé qui était maintenant repentant et sur le point d'être «englouti par un chagrin excessif». Donc les exhorte à confirmer leur amour envers lui (2 Corinthiens 2: 6-8). Dans Galates 6: 1, Paul exhorte que toute discipline doit être exercée en vue de la restauration. C’est tout autant un péché de la part de l’Église de ne pas suivre un membre repentant que de négliger la discipline d’un délinquant rebelle.
Maintenant, ce chapitre solennel se termine de façon appropriée par:
III. Le Secret De La Délivrance Spirituelle Dans L'église
"C'est pourquoi faites disparaître le vieux levain, afin que vous soyez une pâte nouvelle, puisque vous êtes sans levain, car en effet, Christ, notre Pâque, a été immolé pour nous" (1 Corinthiens 5: 7). Rappelant à nouveau que leur orgueil n'était pas une bonne chose, Paul fait remarquer que, de même que le levain imprègne la pâte, le péché a un impact sur l'ensemble de l'église. Personne ne peut s’excuser d’être un membre insignifiant ou discret de l’Église. En effet, toute la communauté est aussi forte que son membre le plus faible. Si nous voulons connaître la gloire, le pouvoir et la bénédiction de notre Dieu dans une assemblée locale, nous devons prêter attention au secret permanent de la délivrance pour l’individu ainsi que de la vie de l’église. Le secret est triple:
1) Il Doit y Avoir une Haine du Péché «Faites disparaître donc le vieux levain…» (1 Corinthiens 5: 7). A l'époque de l'Ancien Testament, la famille juive était chargée de retirer tout le levain en préparation de la Pâque. Chaque petit coin, recoin et trou de souris devait être examiné avec une bougie allumée pour détecter toute trace de levain. Cela symbolisait la rupture complète avec le mode de vie ancien en Egypte et leur entrée dans une nouvelle vie dans laquelle ils étaient conçus pour jouir de la communion avec Dieu. Paul dit que nous devons faire disparaître le vieux levain en nous rappelant que Christ notre Pâque a été immolé pour nous. Tout insignifiant du péché est une réflexion sur le saint agneau de Dieu qui a donné sa vie pour sauver et nous garder du péché. Toute notre attitude chrétienne devrait être celle de célébrer la victoire de notre Sauveur, non avec malice ou méchanceté dans nos cœurs, mais avec sincérité et vérité (v. 8). Le fait de savoir si nous vivons ou non dans la victoire est notre attitude face au péché. D'après le passage qui nous est présenté, il est clair que cela devrait être une haine totale et une horreur du péché.
2) Il Doit y Avoir une Aide aux Pécheurs «Je vous ai écrit dans mon épître pour ne pas avoir des relations avec les impudiques. Non pas d’une manière absolue avec les impudiques de ce monde, ou avec les cupides et les ravisseurs, ou des idolâtres, car il faudrait alors sortir du monde »(1 Corinthiens 5: 9-10). Apparemment, Paul leur avait déjà écrit auparavant à propos de cette vie sainte, mais certains d'entre eux avaient mal compris ses instructions concernant leur relation avec le monde. Maintenant, il écrit encore pour expliquer que la doctrine de la séparation n'implique pas l'isolationnisme. Pendant que nous sommes dans le monde, nous devons nous mêler à des personnes qui sont des fornicateurs, des cupides, des ravisseurs et des idolâtres. Notre Sauveur était un ami des publicains et des pécheurs (Matthieu 11:19). En même temps, nous devons nous souvenir que pendant qu'il se mêlait à eux dans un service rédempteur, il était saint, inoffensif, sans souillure et séparé des pécheurs (Hébreux 7:26). Rien n'apporte plus de conviction au cœur d'une personne non convertie que le rayonnement et la rédemption d'une vie sainte et utile. Il y a des gens affamés tout autour de nous qui aspirent à connaître la délivrance du pouvoir et de la pollution du péché. Par conséquent, dans notre marche chrétienne, gardons à l’esprit que, même si nous devons être caractérisés par la haine du péché, nous devons maintenir une aide donnée par Dieu aux pécheurs.
3) Il Doit y Avoir une Sainteté Dans les Normes «Mais maintenant je vous ai écrit de ne pas rester en contact avec quiconque est appelé un frère et est un fornicateur, un cupide, un idolâtre, un outrageux, un ivrogne ou un ravisseur, de ne même pas manger avec une telle personne »(1 Corinthiens 5:11). Il y a beaucoup de discussions ouvertes au sujet de la sainteté qui n'impliquent pas de normes saintes, mais Paul dit clairement que si nous connaissons quelque chose de la sainteté dans nos vies, alors il faut le démontrer dans une démarche séparée, même si c’est un frère qui marche de manière désordonnée. Comme nous l'avons vu dans ce chapitre, il est possible qu'un frère soit un fornicateur, un cupide, un adultère, un ivrogne ou même un ravisseur, et Paul ajoute que nous ne devrions même pas partager un repas avec une telle personne.
En effet, dans 2 Thessaloniciens 3:14 et 15, nous sommes explicitement exhortés à nous retirer de tout cela afin qu'ils puissent apprendre la nature de leur péché et ses conséquences. Nous ne pouvons pas prononcer de jugement sur les péchés du monde parce que ce domaine est hors de notre juridiction (voir vs. 12-13); c'est la province et la prérogative de Dieu. Mais au nom du Seigneur Jésus-Christ, par le pouvoir du Saint-Esprit, et avec la parole de révélation entre nos mains, nous devons juger le péché dans sa propre vie et dans l’église. Par conséquent, conclut l'apôtre, nous devons sortir de notre milieu chaque croyant qui relève de la catégorie des «méchants» (v.13).
Conclusion: Il s'agit d'un enseignement solennel et nous ne pouvons échapper à l'autorité ou à la pertinence du défi divin à notre cœur. Si donc nous aspirons à la faveur et à la bénédiction de Dieu sur nos vies et sur nos églises, nous devons considérer le péché dans toute la gravité de son caractère essentiel. Nous devons satisfaire à toutes les exigences de la discipline divine et, surtout, nous devons vivre et apprendre le secret de la délivrance au jour le jour. Dieu accorde que ta vie et la mienne soient toujours caractérisées par une haine du péché, une aide aux pécheurs et une sainteté dans les normes par le pouvoir du Saint-Esprit qui demeure en toi (Voir aussi 1 Thessaloniciens 4: 7; 2 Corinthiens 7: 1). Nous n’osons pas rabaisser les normes de Dieu en agissant ou en nous comportant autrement.
Partie III: Plans De Sermon
Pour écouter la version audio de ces sermons en Anglais, cliquez sur ces liens: Link 1 - Jn. 18:33-34; Link 2 - Jn. 18:35-37; Link 3 - Jn. 18:37-38
Titre: La Seigneurie de Jésus
Point #1: La Seigneurie de Jésus sépare les cyniques des chercheurs (33-35a)
1. Les cyniques méprisent la Royauté de Jésus (33)
2. Les chercheurs ont faim de la Royauté de Jésus (34-35a)
Point #2: La royauté de Jésus sépare le physique du spirituel (35b-38a)
1. Jesus explique que sa Royauté n’est pas une entité physique (36)
2. Jesus explique que sa Royauté est une entité spirituelle (37)
Related Topics: Pastors
Jurnalul Electronic Al Păstorilor, Rom Ed 28, Editia de Vară 2018
Ediția de Vară, 2018
“Întărind Biserica în Predicare biblică și conducere”
Author: Dr. Roger Pascoe, President,
The Institute for Biblical Preaching
Cambridge, Ontario, Canada
Email: [email protected]
Phone: 519-620-2375
Partea I. Comunicarea Mesajului
În ediția aceasta, ajungem la sfârșitul seriei „Principiile predicării expozitive”, care s-a întins pe parcursul a 7 ani. În ediția următoare, vom începe o nouă serie de articole despre „Dinamica conducerii bisericii”.
În ediția anterioară (primăvară 2018), am privit la câțiva pași care trebuie urmați atunci când finalizăm manuscrisul sau schița predicii. De asemenea, am privit și la câteva memento-uri pentru fiecare secțiune a predicii, de la introducere și până la încheiere. Este potrivit, prin urmare, să încheiem acest curs despre predicare făcând niște remarci cu privire la modul în care transmitem mesajul. Pentru început, să privim încă o dată la…
A. Aspecte Practice Ale Comunicării Mesajului
1. Folosirea Notițelor
Cu riscul de a mă repeta, recomand cu toată convingerea folosirea notițelor în predicare. După cum am menționat în ediția anterioară a acestui jurnal, notițele pot fi făcute în diferite moduri:
- Manuscris complet. Dacă ești predicator începător, ar fi bine să îți scrii predica în întregime, exact așa cum o vei predica.
- Schiță de predică.
- O schiță mai amplă (rezumat al predicii).
Pentru a explica de ce încurajez folosirea notițelor, este important să înțelegem unele dintre pericolele nefolosirii notițelor:
- Mesajul tău nu va fi echilibrat. Probabil că vei acorda prea mult timp unei secțiuni a predicii și prea puțin unei alte secțiuni.
- Mesajul tău nu va avea un punct central. Vei începe să divaghezi și, înainte să-ți dai seama, nu vei mai ști unde te afli și nici cum ai ajuns acolo. Într-o astfel de situație, va fi foarte greu sau chiar imposibil să te întorci la subiect.
- Mesajul tău va fi ori prea scurt ori prea lung, din cauza lipsei unui cadru de referință care să te ajute să știi unde trebuie să afli în timpul care ți-a fost alocat.
- Vei spune lucruri neimportante (sau, mai rău, inexacte sau greșite) și vei uita să spui anumite lucruri care sunt cu adevărat importante. Memoria ta nu poate reține tot ceea ce trebuie și vrei să spui.
Pe lângă avantajele folosirii notițelor pe care le-am menționat în ediția anterioară a acestui jurnal, prezint mai jos câteva avantaje care, pentru mine, sunt la fel de importante:
- Notițele îndepărtează presiunea care s-ar pune altfel pe memorie. Atunci când predici, te afli deja sub o anumită presiune chiar și fără să fii nevoit să ții minte schița, punctele principale, ilustrațiile, aplicațiile și încheierea.
- Notițele permit minții tale să se concentreze pe un singur lucru –comunicarea mesajului. Nu vreau să fiu nevoit să țin minte ce să spun și cum să spun. Predicarea efectivă este atât de importantă încât vreau să mă concentrez numai pe comunicarea mesajului, având deja pregătit conținutul predicii. Acest lucru nu elimină spontaneitatea, dar nici nu o cere. De fapt, aș putea să spun că cel mai bun mod de a comunica mesajul este folosirea spontană a notițelor – i.e. notițele determină scopul și conținutul, însă tu predici ca și cum nu ai avea notițele.
2. Modul De Transmitere
Modul în care transmiți mesajul depinde într-o anumită măsură de darul tău, de pregătirea ta, de personalitatea, precum și de experiența ta. Învățăm de la alții și putem fi mentorați de alții, însă stilul folosit trebuie să fie stilul nostru personal. Stilul poate fi conversațional ori didactic, formal sau mai informal.
Fii tu însuți, dar nu îți imagina că aceasta permite delăsarea sau lipsa de profesionalism! Nimeni nu vrea să vină la biserică și să se simtă stânjenit din cauza predicatorului. De asemenea, oamenii nu își vor invita prietenii la biserică dacă există posibilitatea ca aceștia să se simtă ofensați fie de stilul tău, fie de conținutul predicii. Așadar, fii tu însuți, dar, în același timp, fii elegant, bine-crescut, consecvent și vrednic de crezare.
3. Fă-Te Auzit!
A. Vocea Ta
Ține cont de acustică! Folosește-ți vocea potrivit cu acustica și cu mesajul! Învață să folosești sistemul de sunet în avantajul tău. Asigură-te că operatorul de sunet setează volumul și tonul în mod corect! Nimic nu poate fi mai rău pentru ascultătorii tăi decât să nu te poată auzi sau să te audă prea tare.
Modifică volumul vocii! Lucrul acesta face mesajul mai interesant și arată pasiunea ta, precum și importanța cuvintelor tale.
Modifică înălțimea vocii. Dacă nu îți modifici înălțimea vocii, poți să cazi în unul sau mai multe din aceste obiceiuri deranjante:
a) Monotonie. Aceasta apare atunci când vorbești fără să variezi înălțimea vocii și devine repede foarte plictisitoare pentru ascultătorii tăi.
b) Voce joasă ori „mormăit”.
c) Voce înaltă. Intensitatea discursului sau emoțiile îi pot face pe unii predicatori să vorbească pe un ton înalt, iar lucrul acesta este foarte deranjant.
Modificarea înălțimii vocii, pe de altă parte, ajută la accentuarea cuvintelor, adăugând diversitate în modul în care vorbești, precum și pasiune pentru ceea ce spui.
Exersează tonul vocii! Orice vorbitor are tonul său, iar acesta poate fi schimbat de emoții sau de volumul discursului, care poate îngusta gâtul. Tonul nazal este cauzat de obicei de tensiune în mușchiul nazal. Tonul gutural, pe de altă parte, vine de obicei din tensiunea la nivelul gâtului.
Dacă tonul tău este deranjant, poți să îl schimbi. Poți să iei lecții de dicție, însă cel mai probabil că îți vei putea schimba tonul doar fiind conștient de modul în care se aude și schimbându-l în mod voluntar.
B. Vorbirea
Urmărește viteza cu care vorbești. Tendința este să vorbești fie prea repede, fie prea rar. Dacă vorbești prea repede, îi obosești pe ascultători (ca tirul unei mitraliere); dacă vorbești prea rar, îi plictisești de moarte. Viteza medie a vorbirii în predicare ar trebui să fie puțin mai mare decât vorbirea conversațională – de exemplu, cam 180 cuvinte/minut. Această viteză de vorbire reușește să mențină atenția ascultătorilor, fără a-i pune în fața unui tir de cuvinte.
Diversitatea este importantă. Folosește vorbirea rapidă pentru a transmite emoție sau pentru a parcurge un material mai puțin important sau care nu presupune detaliere. Folosește vorbirea rară pentru a comunica idee importante sau complexe, care au nevoie de timp pentru a fi însușite.
Folosește pauzele! Pauza folosită la momentul potrivit poate accentua, poate crea tensiune, poate schimba semnificația sau atrage atenția ascultătorilor. Pauza transmite următorul mesaj: „Vreau să spun ceva important, așa că trebuie să ne oprim puțin.
Ritmul. Ritmul în care îți rostești predica trebuie să reflecte un progres constant către un scop. Nu te grăbi la unul din puncte (ca și cum nu ai mai avea timp suficient), iar apoi să te miști foarte încet la următorul.
4. Fă-Te Înțeles!
Folosește un stil oratoric ușor de înțeles! Alege cuvinte inteligibile și, dacă folosești un termen mai neobișnuit, explică întotdeauna sensul acestuia. Nu folosi termeni tehnici decât dacă îi explici – scopul nostru nu este să impresionăm oamenii cu cunoștințele noastre, dar putem folosi predicarea pentru a îmbogăți vocabularul ascultătorilor.
5. Fii Clar!
Articulează clar cuvintele! Nu bolborosi! Fii clar! Pune accentul acolo unde trebuie! Accentuează cuvintele în mod corect, pentru a fi înțelese bine!
F. Fii Natural!
Limbajul trupului trebuie să fie natural, însă dacă limbajul „natural” al trupului tău distrage în vreun fel atenția de la mesaj, schimbă-l!
Folosește gesticulații naturale, potrivite, expresive! Formează-ți propriile tale gesticulații!
Fii atent la felul în care arăți în fața audienței! Nu afișa expresii faciale care arată comic, ridicol sau care exprimă durere! De fapt, nu afișa nimic din ceea ce ar putea distrage atenția de la mesaj!
B. Comunicarea Și Audiența: „Menține Contactul”
1. Menține Contactul Vizual
Contactul vizual este important și uneori este greu de menținut. Modul cel mai ușor de a da impresia tuturor că îi privești în ochi este să îți fixezi privirea asupra unei părți a congregației, apoi să o muți asupra altei părți și așa mai departe. În felul acesta, nu te uiți la o singură persoană, ci acoperi cu privirea o parte a audienței. Fixează-ți privirea asupra unei părți pentru un minut, apoi asupra altei părți, până când acoperi toată audiența.
Nu te uita la tavan sau peste capetele oamenilor! Lucrul acesta este foarte deranjant. Cu toate acestea, atât de mulți predicatori par a întâmpina probleme în menținerea contactului vizual.
Așază-ți notițele la înălțimea potrivită pe amvon, astfel încât mișcarea ochilor tăi de la oameni la notițe să fie limitată. Cu cât își așezi notițele mai sus, cu atât mai puțin va trebui să îți miști ochii în sus și în jos. Lucrul acesta va reduce impresia că îți citești notițele și va crește impresia menținerii contactului vizual.
2. Adresează-Te Audienței În Mod Direct
Folosește pronumele „tu” pentru a fi personal, direct și convingător.
Pune întrebări retorice (ex. cum face Pavel în Romani)! Întrebările aduc audiența în mijlocul mesajului. Întrebările potrivite pot preveni obiecțiile. De asemenea, întrebările ajută la realizarea trecerii către aplicații.
3. Aplicații De-A Lungul Predicii
De-a lungul predicii, pune întrebarea: „Ce importanță are lucrul acesta pentru tine? Cum vei aplica lucrul acesta în viața ta?”
A. Fii Personal!
Vorbește inimii; fii sentimental, dar și didactic! Comunică și arată-ți interesul personal în ceea ce îi privește pe ei, ca oameni, precum și grija și preocuparea ta pentru ei!
B. Fii Direct Și Precis!
Fiecare mesaj trebuie să transmită un sentiment al urgenței. Este important, deoarece Hristos se întoarce etc.
Perspectiva predicii tale îi afectează pe oameni în diferite moduri – spiritual, etern, teologic.
C. Folosește Mijloace Vizuale (Powerpoint; Video-Uri, Cântece Înregistrate Etc.)
Mijloacele vizuale întăresc mesajul. Dacă le folosești, ai grijă ca acestea să fie bine realizate, pentru că altfel vor distrage atenția ascultătorilor de la mesajul tău.
În primul rând, predicatorul este un mijloc vizual. Atenția ascultătorilor trebuie să fie îndreptată către predicator, nu pentru că vrei ca tu să fii în centrul atenției, ci pentru că (1) dorești ca întreaga atenție să fie acordată mesajului tău; (2) vrei să fii întruparea (mijlocul vizual al) mesajului tău.
C. Comunicarea Și Predicatorul
1. Aspectul Vital Al Comunicării
„Şi învăţătura şi propovăduirea mea nu stăteau în vorbirile înduplecătoare ale înţelepciunii, ci într-o dovadă dată de Duhul şi de putere.” (1 Cor. 2:4)
Proclamarea mesajului trebuie să fie „într-o dovadă dată de Duhul şi de putere.” Pavel vorbește aici despre actul predicării mai degrabă decât despre persoana predicatorului.
Predicarea noastră trebuie să fie o „dovadă” a faptului că este făcută sub călăuzirea, conducerea și împuternicirea („putere”) Duhului. Acest lucru face ca predicarea să fie eficientă în viața ascultătorilor.
Dr. Martyn Lloyd-Jones a spus: „Există o diferență de la cer la pământ între predicarea bazată numai pe energia și înțelegerea omenească și predicarea despre (cu) zâmbetul conștient al lui Dumnezeu.” (Martyn Lloyd-Jones, Trezirea, 295, citat în Anointed Expository Preaching [Predicare expozitivă cu ungere], 236).
Ungerea Duhului Sfânt este vitală pentru o predicare puternică și eficientă. Duhul Sfânt este agentul divin care face ca adevărul să prindă viață și să fie vital (cf. 1 Ioan 2:2; 2 Cor. 1:19-22).
2. Aspectul Vocal Al Comunicării
Permiteți-mi să sugerez câteva exerciții care ajută vocea:
a. Formarea vocii - respiră adânc din diafragmă. Așa respiră cântăreții profesioniști. Acest tip de respirație te ajută să ai control asupra vocii.
b. Antrenarea vocii – citește predica cu voce tare. Concentrează-te pe articularea cuvintelor, pronunție și accentuarea cuvintelor.
c. Testarea vocii în ce privește caracteristicile de mai jos:
a) Proeminență (putere). Aceasta este abilitatea de a-ți „lansa” vocea în așa fel încât toți să o poată auzi.
b) Reglare (blândețe). Folosește respirația controlată pentru a regla constanța sunetului.
c) Consolidare (control). Fii conștient de limitele vocii tale!
d. Odihnirea vocii – mai ales atunci când aceasta este obosită sau răgușită.Folosește perioade de tăcere pentru a-ți relaxa mușchii vocii!
e. Vindecarea vocii – folosind, la nevoie, sare, umezirea gâtului (cu bomboane pentru gât) și îngrijirea gâtului. Umezirea este foarte importantă, deoarece gura și gâtul au tendința să se usuce atunci când ai emoții/
f. Protejarea vocii. Nu îți forța vocea! Încearcă să o protejezi de vânt și aer condiționat. De asemenea, fii atent la vorbitul prelungit la telefon!
g. Folosirea vocii. Fii conștient de felul în care îți folosești vocea de fiecare dată și transformă lucrul acesta într-un efort subconștient! Vocea multor oameni sună rău, însă nu pentru că așa e vocea lor, ci din cauza felului în care și-o folosesc.
3. Aspectul Vizual Al Comunicării
„Eu însumi, când am venit în mijlocul vostru, am fost slab, fricos şi plin de cutremur” (1 Cor. 2:3)
Este normal să ai emoții când predici. Chiar și cel mai experimentat și mai bun predicator are emoții și se simte inadecvat. Apostolul Pavel a întrebat: „Şi cine este de ajuns pentru aceste lucruri?” (2 Cor. 2:16). Acest lucru ne face să ne bazăm pe Domnul – și asta e foarte bine.
Emoțiile însă nu trebuie să ne paralizeze. Acesta este unul din avantaje atunci când ești bine pregătit și folosești notițe. În ciuda felului în care ne simțim, totuși putem vorbi cu autoritate, pentru că știm că ceea ce spunem este cuvântul lui Dumnezeu.
Înfățișarea personală. Într-un sens, ne dorim să fim ascunși ochilor, pentru că ascultătorii să Îl vadă pe Hristos în mesajul nostru. Pe de altă parte, noi suntem agenții umani pe care Dumnezeu i-a ales ca să transmită mesajul Său. Așadar, trebuie să ne prezentăm într-un fel care nu distrage atenția de la mesaj. În scopul acesta, înfățișarea ta trebuie să fie modestă și atracția ta personală nu trebuie să fie seducătoare pentru nicio persoană din audiență.
D. Comunicarea Și Ocazia
Orice predicator trebuie să țină cont de ocazia sau evenimentul la care predică atunci când își alege subiectul sau textul, atunci când își pregătește conținutul mesajului, precum și atunci când își prezintă mesajul. De pildă, dacă evenimentul la care predici este o nuntă, conținutul mesajului trebuie să fie potrivit cu ocazia respectivă, iar transmiterea mesajului se va concentra, în mod normal, pe bucuria acelei zile.
Pregătirea și prezentarea mesajului vor fi, bineînțeles, diferite, dacă evenimentul la care predici este o înmormântare. Cu această ocazie, conținutul mesajului tău se va adresa nevoilor celor îndoliați, iar transmiterea mesajului va fi calmă și sumbră.
Tot așa, mesajele obișnuite de duminică vor varia în pregătirea și prezentarea lor în funcție de ocazie. Duminicile speciale, cum ar fi Ziua mulțumirii, aniversările, Paștele și Crăciunul vor dicta tipul subiectului ce va fi pregătit, precum și maniera în care acesta va fi prezentat.
E. Comunicarea Și Scopul
Orice predică are un scop. Dacă scopul este să se adreseze unei anumite probleme din viața bisericii sau din relații, atunci pregătirea acelor mesaje și prezentarea lor vor fi adaptate în consecință.
Dacă scopul mesajului este unul evanghelistic sau de îndemnare, din nou alegerea textului, conținutul mesajului și stilul prezentării trebuie să corespundă acelui scop.
Scopul, așadar, influențează subiectul și textul ales, aplicația textului, ilustrațiile folosite, precum și modul de prezentare.
Partea A II-A: Devoțională
„Disciplina în biserică” (1 Cor. 5:1-13)
De: Dr. Stephen F. Olford
Introducere Cu acest capitol începem o nouă secțiune din cuprinsul primei epistole către Corinteni. Până în acest punct, apostolul a vorbit în special despre problema dezbinărilor în biserică. Acum se îndreaptă către o problemă la fel de gravă, și anume neorânduiala/tulburările în biserică. Trei neorânduieli sunt menționate în special pe parcursul următoarelor două capitole. Acestea au de-a face cu disciplina în biserică (5:1-13), litigii în biserică (6:1-11) și necurăție în biserică (6:12-20). În studiul de față ne vom ocupa de disciplina în biserică. Atunci când citim această epistolă, vedem foarte clar că cei din Corint erau atât de preocupați de înțelepciunea și filosofia lor carnală, încât uitaseră de obligațiile morale ale evangheliei, față de care își luaseră un angajament. O gândire greșită duce întotdeauna la o trăire greșită. Ca urmare, dezastrul moral venise peste biserică, iar Pavel trebuia să îi confrunte în această privință. El a fost nevoit să rostească, în termeni clari, acțiunea de disciplinare ce trebuia îndeplinită. Analizând subiectul Disciplinei în Biserică, vă invit să observați, în primul rând:
I. Gravitatea Dezastrului Moral Din Biserică
“ Din toate părţile se spune că între voi este curvie…” (1 Corinteni 5:1). Interpretarea acestor cuvinte de început ne arată că păcatul care se află în discuție era subiectul unei bârfe generalizate – nu doar în biserică, ci și în cetatea Corint. Nu e nevoie să discutăm prea mult despre păcatul care era pus în discuție, ci vom observa doar că era o încălcare flagrantă a legii morale. Un frate creștin trăia în imoralitate cu mama sa vitregă. Păcatul descris aici este prezentat ca adulter sau curvie, ceea ce ne indică faptul că tatăl fie era mort, fie divorțat de femeia respectivă. Faptul că nu se face nicio mențiune cu privire la femeie sugerează că ea probabil era necredincioasă, aflându-se așadar în afara jurisdicției bisericii. Această formă de imoralitate era atât de îngrozitoare și revoltătoare, încât nu era condamnată numai de legea evreiască (Leviticul 18:8), ci era interzisă și de legea romană. Într-adevăr, acest păcat rareori era întâlnit printre neamurile păgâne.
Duhul Sfânt a găsit cu cale ca această poveste dezgustătoare să rămână consemnată, pentru ca noi să învățăm gravitatea păcatului din biserică. Dacă un frate creștin a putut să se afunde atât de mult în păcat pe vremea creștinismului apostolic, noi nu putem decât să învățăm lecția atât de serioasă din acest capitol. Gravitatea acestui dezastru moral din biserică este subliniată de:
1) Vinovăția personală a celui care a păcătuit „… cel ce a săvârşit fapta aceasta…” (1 Corinteni 5:2). În mod clar, păcatul acesta nu a fost un act izolat. Textul spune că omul acela „trăieşte cu nevasta tatălui său”. Tot așa, exprimarea „cel ce a săvârşit fapta aceasta” arată că el practicase păcatul acesta într-o perioadă de timp. Prima noastră reacție ar fi să deducem că omul acesta era probabil un creștin nominal, care nu avea cunoașterea mântuitoare a lui Hristos. Însă felul în care vorbește Pavel despre el, atât în acest capitol, cât și în cea de-a doua sa epistolă (2:6-8), confirmă ipoteza că omul acela era cu adevărat născut din nou, însă căzuse în păcat într-un mod îngrozitor în inima și în viața sa.
Ce avertizare reprezintă istorisirea aceasta pentru mine și pentru tine! Fără harul lui Dumnezeu, nimic nu ne poate opri să ne afundăm la fel de rău în păcat. Și tragedia unei astfel de decăderi morale este că acest gen de păcat este îndreptat în primul rând împotriva unui Dumnezeu sfânt și apoi împotriva Trupului lui Hristos. Atunci când David și-a dat seama de păcatul pe care îl săvârșise cu Batșeba, a strigat: „Împotriva Ta, numai împotriva Ta, am păcătuit şi am făcut ce este rău înaintea Ta” (Psalm 51:4). Însă, pe lângă aceasta, și-a dat seama că distrusese viața unei femei nevinovate și că luase viața unui om nevinovat și credincios. Aceasta ne duce mai departe, la cel de-al doilea motiv care ne arată gravitatea unui dezastru moral din viața bisericii:
2) Consecințele publice ale păcatului „Şi voi v-aţi fălit! Şi nu v-aţi mâhnit mai degrabă…” (1 Corinteni 5:2). Păcatul, ca și cancerul, întotdeauna otrăvește și paralizează trupul. Astfel, întreaga părtășie a fost afectată de decăderea morală a acestui om. Și în loc să se jelească, ei se lăudau. Pavel folosește un termen neobișnuit pentru a descrie atitudinea pe care credincioșii din Corint ar fi trebuit să o aibă. Ei ar fi trebuit să „jelească”, spune el, adică să se tânguiască, așa ca pentru un mort. Ar fi trebuit să își dea seama că acolo era un om care nu doar căzuse din har, ci se și separase de viața bisericii. În schimb, ei se lăudau cu felul în care tolerau păcatul și prin această atitudine deveniseră părtași la păcat.
John Morley a spus: „În anumite circumstanțe, compromisul este cel mai imoral cuvânt din limba engleză.” Și Morley avea dreptate! Când o persoană sau o biserică se compromite în ce privește păcatul, numele lui Dumnezeu este dezonorat, lucrarea lui Satan înaintează, iar biserica ajunge neputincioasă. Nu doar omul acela, ci întreaga biserică ar fi trebuit să se pocăiască cu mult înainte să le scrie Pavel această epistolă, pentru că pocăința este unul din cele mai importante semne al nașterii din nou. Numai atunci când ne pocăim din toată inima, cu adâncă părere de rău, ne putem aștepta ca Dumnezeu să ne binecuvânteze viața și biserica. În zilele noastre, însă, se pare că nu mai simțim deloc adânca păcătoșenie a păcatului. În loc să ne jelim în biserică pentru păcatul nostru, noi ne lăudăm cu toleranța noastră, cu compromisul și cu bunăvoința noastră. Doamne, ai milă de noi! Haideți să privim mai departe la:
II. Standardul Disciplinei Imparțiale În Biserică
„În Numele Domnului Isus, voi şi duhul meu, fiind adunaţi laolaltă, prin puterea Domnului nostru Isus, am hotărât ca un astfel de om să fie dat pe mâna Satanei, pentru nimicirea cărnii, ca duhul lui să fie mântuit în ziua Domnului Isus” (1 Corinteni 5:4-5). Indiferent de ce credem noi, standardul lui Dumnezeu pentru disciplinare în ce privește păcatul în biserică este clar și nestrămutat. Nu încape nicio îndoială că acest capitol ne-a fost lăsat pentru a ne călăuzi în era bisericii în privința acestor probleme. Vă rog să observați trei lucruri în ce privește disciplina în biserică:
1) Semnificația disciplinării “… un astfel de om să fie dat pe mâna Satanei, pentru nimicirea cărnii, ca duhul lui să fie mântuit în ziua Domnului Isus” (1 Corinteni 5:5). Această afirmație serioasă este sprijinită și de alte expresii folosite de-a lungul capitolului, cum ar fi: „măturaţi aluatul cel vechi” (v. 7) și „Daţi afară, dar, din mijlocul vostru pe răul acela” (v. 13). În mod clar, actul disciplinării implică excomunicarea păcătosului din viața și părtășia bisericii. Această excomunicare este descrisă ca o dare pe mâna Satanei, pentru nimicirea cărnii (v. 5). Teologii explică aceste cuvinte în două moduri și, fără îndoială, există o parte de adevăr în ambele poziții.
Unii susțin că Pavel vorbește anume despre nimicirea cărnii, pentru a sublinia faptul că, atunci când o persoană este excomunicată din viața și părtășia bisericii, intră sub stăpânirea forțelor satanice (vezi 1 Ioan 5:19). Și foarte curând, un creștin care trăiește în felul acesta află că, de fapt, „carnea nu foloseşte la nimic” (Ioan 6:63). Cu alte cuvinte, ajunge la capătul puterilor și atunci caută să se împace cu Domnul și să se întoarcă la locul său în părtășia bisericii.
Alți cercetători ai Scripturii susțin că nimicirea cărnii sugerează și implică boală și chiar moartea trupului. Aceasta s-a întâmplat și cu alți membri ai bisericii din Corint, care au încălcat Legea Domnului și la care se referă Pavel în 11:30. Din cauza felului în care s-au purtat la Cina Domnului, aceștia erau bolnavi și unii au adormit. Așa s-a întâmplat cu Anania și Safira, care au fost judecați fiind loviți de moarte (Fapte 5) pentru că L-au mințit pe Duhul Sfânt (vezi și 1 Ioan 5:16).
2) Metoda disciplinării „În Numele Domnului Isus, voi şi duhul meu, fiind adunaţi laolaltă…” (1 Corinteni 5:4). Pavel îndeamnă biserica să se aduna laolaltă, recunoscând autoritatea Capului bisericii, Domnul Isus Hristos. În cazul de față, Pavel, ca părinte spiritual al multora dintre ei, se identifică și el cu biserica, spunând: „… voi şi duhul meu, fiind adunaţi laolaltă…” Fiind astfel toți împreună, recunoscând prezența Mântuitorului, puterea Duhului și învățătura clară a Cuvântului lui Dumnezeu, biserica trebuie să judece păcatul și să-l excomunice pe păcătos, dându-l afară din prezența lor. Nu mai putem spune decât că, dacă lucrul acesta s-ar face mai des în zilele noastre, am vedea curând trezire spirituală în poporul lui Dumnezeu. Adesea ne rugăm să vină trezirea peste noi, în timp ce îngăduim păcat în mijlocul nostru. Aceasta este o contradicție. Al treilea aspect important al acestei acțiuni a bisericii este:
3) Motivul disciplinării „… un astfel de om să fie dat pe mâna Satanei, pentru nimicirea cărnii, ca duhul lui să fie mântuit în ziua Domnului Isus” (1 Corinteni 5:5). Trebuie subliniat faptul că motivul fundamental al oricărei disciplinări este readucerea sfântului păcătos la o viață curată și biruitoare în Domnul nostru Isus Hristos. Lucrul acesta este dovedit și de ceea ce spune Pavel în cea de-a doua epistolă, unde îi mustră pe corinteni pentru că nu îl primiseră înapoi pe fratele care păcătuise și care acum se pocăia și era pe punctul de a fi „doborât de prea multă mâhnire.” Așa îi îndeamnă Pavel să își arate dragostea față de el (2 Corinteni 2:6-8). În Galateni 6:1, Pavel sfătuiește ca orice disciplinare să fie făcută în vederea reintegrării în biserică a celui care a păcătuit. În ce privește biserica, ea păcătuiește la fel de mult atunci când nu are grijă de un membru ce se pocăiește, ca și atunci când trece cu vederea disciplinarea unui membru rebel.
Capitolul acesta solemn se încheie așa cum se cuvine cu:
III. Secretul Izbăvirii Spirituale În Biserică
„Măturaţi aluatul cel vechi, ca să fiţi o plămădeală nouă, cum şi sunteţi, fără aluat; căci Hristos, Paştele nostru, a fost jertfit” (1 Corinteni 5:7). Amintindu-le din nou că lauda lor nu era bună, Pavel arată că, după cum plămădeala penetrează aluatul, tot așa păcatul afectează întreaga biserică. Nimeni nu se poate scuza, spunând că este un membru neînsemnat sau neobservat al bisericii. Părtășia bisericii este pe măsura celui mai slab membru al său. Dacă vrem să cunoaștem gloria, puterea și binecuvântarea Dumnezeului nostru în biserica locală, trebuie să acordăm atenție secretului izbăvirii atât pe plan individual, cât și pe plan colectiv, ca biserică.
1) Trebuie să existe ură față de păcat „Măturaţi aluatul cel vechi …” (1 Corinteni 5:7). În vremea Vechiului Testament, gospodăriile evreiești trebuiau să dea afară orice urmă de aluat atunci când se pregăteau pentru Paște. Orice ungher, crăpătură sau gaură de șoarece trebuia verificată atent cu ajutorul unei lumânări și orice urmă de aluat trebuia îndepărtată. Acest lucru simboliza renunțarea completă la vechiul stil de viață din Egipt și începerea unei vieți noi, în care aveau menirea să se bucure de părtășia cu Dumnezeu. Pavel spune că trebuie să măturăm aluatul cel vechi, amintindu-ne că Hristos, Paștele nostru, a fost jertfit pentru noi. Orice cochetare cu păcatul se răsfrânge asupra Mielului sfânt al lui Dumnezeu, care Și-a dat viața ca să ne salveze și să ne scape de păcat. Atitudinea creștină trebuie să fie întotdeauna una de celebrare a biruinței Mântuitorului nostru, nu cu invidie și răutate în inimile noastre, ci cu sinceritate și în adevăr (v. 8). Testul ca să știm dacă ducem o viață de biruință este atitudinea noastră față de păcat. Din pasajul pe care îl avem în față, reiese destul de clar că noi trebuie să urâm păcatul și să ne fie silă de el.
2) Trebuie să se ofere ajutor păcătoșilor „V-am scris în epistola mea să n-aveţi nicio legătură cu curvarii. Însă n-am înţeles cu curvarii lumii acesteia, sau cu cei lacomi de bani, sau cu cei hrăpăreţi, sau cu cei ce se închină la idoli, fiindcă atunci ar trebui să ieşiţi din lume” (1 Corinteni 5:9-10). Se pare că Pavel le scrisese mai înainte despre problema aceasta a trăirii unei vieți sfinte, însă unii dintre ei au înțeles greșit, crezând că învățătura lui se referea la contactul lor cu lumea. Acum Pavel le scrie din nou, explicându-le că învățătura despre separare nu implică izolare. Cât timp trăim în lume, avem de-a face cu oameni care sunt adulteri, lacomi, jecmănitori și idolatri. Mântuitorul nostru a fost prietenul vameșilor și al păcătoșilor (Matei 11:19). Totuși, trebuie să ținem minte că, deși avea de-a face cu ei în vederea mântuirii, El a rămas sfânt, nevinovat, nepătat și despărțit de păcătoși (Evrei 7:26). Nimic nu convinge inima unei persoane neconvertite ca strălucirea și puterea răscumpărătoare a unei vieți sfinte, care vine în ajutorul celorlalți. Peste tot în jurul nostru se află oameni înfometați, care tânjesc după eliberare de sub puterea și întinarea păcatului. Așadar, în umblarea noastră creștină, haideți să ținem minte că trebuie să urâm păcatul, dar în același timp să fim gata să oferim ajutor păcătoșilor.
3) Trebuie să existe sfințenie în privința standardelor „Ci v-am scris să n-aveţi niciun fel de legături cu vreunul care, măcar că îşi zice "frate", totuşi este curvar, sau lacom de bani, sau închinător la idoli, sau defăimător, sau beţiv, sau hrăpăreţ; cu un astfel de om nu trebuie nici să mâncaţi” (1 Corinteni 5:11). Se vorbește mult astăzi despre sfințenie, însă fără standarde sfinte. Pavel însă arată clar că dacă există sfințenie în viața noastră, atunci aceasta trebuie să se vadă printr-o umblare în separare, chiar dacă asta implică și separare de un frate care umblă în neorânduială. După cum am văzut în capitolul acesta, se poate ca un frate să fie curvar sau lacom sau preacurvar sau bețiv sau chiar hrăpăreț, iar Pavel ne spune că nu trebuie nici măcar să stăm la masă cu un astfel de om.
Într-adevăr, în 2 Tesaloniceni 3:14 și 15, suntem îndemnați în mod explicit să nu avem de-a face cu astfel de oameni, pentru ca ei să își dea seama de natura și consecințele păcatului lor. Noi nu putem judeca păcatele lumii, pentru că sfera aceea este în afara jurisdicției noastre (vezi vs. 12-13); acolo Dumnezeu are stăpânire și prerogative. Însă, în numele Domnului Isus Hristos, prin puterea Duhului Sfânt și având în mână cuvântul revelat, trebuie să judecăm păcatul din viața noastră și din biserică. Așadar, încheie apostolul, trebuie să dăm afară din mijlocul nostru orice credincios care se încadrează în categoria „răul acela” (v.13).
Concluzie: Aceasta este o învățătură serioasă și nu putem să ne sustragem nici autorității și nici relevanței provocării divine pentru inimile noastre. Așadar, dacă ne dorim bunăvoința lui Dumnezeu și binecuvântarea Lui peste viețile și inimile noastre, trebuie să vedem păcatul în toată gravitatea naturii sale. Trebuie să îndeplinim toate cerințele disciplinei divine și, cel mai important, trebuie să trăim și să învățăm secretul eliberării de zi cu zi. Să facă Dumnezeu ca viața ta și viața mea să fie caracterizate de ură față de păcat, de disponibilitatea de a-i ajuta pe păcătoși și de sfințenie în privința standardelor, prin puterea Duhului Sfânt care locuiește în noi (vezi și 1 Tesaloniceni 4:7; 2 Corinteni 7:1)! Să nu îndrăznim să coborâm standardele lui Dumnezeu alegând să fim sau să ne purtăm altfel decât cere El!
Partea A III-A: Schițe De Predici
Pentru versiunea audio a acestor predici în limba engleză, dați click pe link-urile următoare: Link 1 - Jn. 18:33-34; Link 2 - Jn. 18:35-37; Link 3 - Jn. 18:37-38
Titlu: Domnia lui Isus
Punctul #1: Domnia lui Isus îi desparte pe batjocoritori de cei care caută (33-35a)
1. Batjocoritorii disprețuiesc domnia lui Isus (33)
2. Cei care caută sunt flămânzi după domnia lui Isus (34-35a)
Punctul #2: Domnia lui Isus desparte domeniul fizic de cel spiritual (35b-38a)
1. Isus explică faptul că domnia Sa nu este o entitate fizică (36)
2. Isus explică faptul că domnia Sa este o entitate spirituală (37)
Related Topics: Pastors