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“O Que Está Na Caixa? A Fé Insensata do Ateísmo e do Agnosticismo”

Os ateístas modernos veem o ateísmo como justificável e científico enquanto o Cristianismo é descartado como um pensamento ansioso. Ciência e razão têm nos livrado da autoridade religiosa dogmática e da ignorância da fé cega, eles dizem. “Deus” como um conforto para o medroso e a explicação de todas as coisas para a mente simples não é mais necessário. A Ciência expôs esta muleta conveniente como mera fantasia. Pessoas sensatas examinam os fatos do universo para tirar conclusões científicas, deixando a noção obsoleta de um Deus soberano nas prateleiras de livros com outros contos de fadas.

No nosso breve estudo, portanto, iremos examinar as alegações “sensatas” e “científicas” do ateísta e do agnóstico comparadas à fé “insensata” e “cega” dos Cristãos. Poderia o reverso realmente ser verdade? Poderia ser que a fé Cristã não é nem cega nem insensata, enquanto os melhores argumentos do ateísmo e agnosticismo serem construídos de passos sem base, de uma fé cega?

Os resultados poderão surpreendê-lo.

© Craig Biehl, 2011

Traduzido por Césio Johansen de Moura

Related Topics: Apologetics

1. Agradecimentos e Introdução ao “O Que Está Na Caixa? A Fé Insensata do Ateísmo e do Agnosticismo”

Agradecimentos

Este pequeno livreto apresenta uma aplicação simples dos aspectos centrais do método apologético de Cornelius Van Til. Dado o volume e a complexidade dos escritos de Van Til, entender e simplificar seu método são um desafio. Nesta consideração, o excelente trabalho de Greg Bahnsen e K.Scott Oliphint tem sido de grande ajuda para mim. Também, muitos agradecimentos para os vários amigos e colegas que leram este pequeno livro e fizeram comentários, vocês tem sido uma rica benção. A Deus toda glória.

Introdução

Alguns anos atrás eu vi um artigo no Jornal “Wall Street” intitulado, “O Livro de Hitchens Menosprezando A Divindade É Um Êxito Surpreendente.” Menosprezar Deus, parece ser um grande negócio.1 Títulos recentes, como “A Ilusão de Deus”, “Deus Não é Grande: Como a Religião Envenena Tudo” e “Carta a uma Nação Cristã, são amplamente populares”.

Os ateístas modernos veem o ateísmo como justificável e científico enquanto o Cristianismo é descartado como um pensamento ansioso. Ciência e razão têm nos livrado da autoridade religiosa dogmática e da ignorância da fé cega, eles dizem. “Deus” como um conforto para o medroso e a explicação de todas as coisas para a mente simples não é mais necessário. A Ciência expôs esta muleta conveniente como mera fantasia. Pessoas sensatas examinam os fatos do universo para tirar conclusões científicas, deixando a noção obsoleta de um Deus soberano nas prateleiras de livros com outros contos de fadas.

Talvez isto soe familiar? Para o estudante universitário moderno pode ter sido a aula da manhã. Imagine jovens Cristãos no colégio com tudo o que acreditam e prezam, sendo ridicularizado e descartado como irrelevante. “Você crê seriamente que Jonas esteve dentro de uma baleia por três dias e sobreviveu, ou que todas as pessoas e animais são descendentes dos passageiros da arca de Noé? Você pode razoavelmente e cientificamente crer que a terra foi criada em seis dias, que Eva foi formada da costela do Adão, e que a teoria da evolução universalmente aceita é falsa?” E acima de tudo isto (com uma voz baixa, levantando a sobrancelha, e olhando por cima dos óculos), “você não toma reeealmente a Bíblia literalmente, toma?”

Pode ser um pouco intimidador. Corretamente ou erradamente, ninguém gosta de ser visto como um ignorante não científico. Em resposta à pressão somos tentados a modificar a verdade e a história bíblica para fazer mais aceitável para as sensibilidades modernas, especialmente se procuramos o favor da comunidade acadêmica ou da opinião pública. Somos tentados a apresentar o Deus infinito das Escrituras como limitado pelas leis do universo como nós, e não como aquele que criou, sustenta e transcende todas as coisas.

No nosso breve estudo, portanto, iremos examinar as alegações “sensatas” e “científicas” do ateísta e do agnóstico comparadas à fé “insensata” e “cega” dos Cristãos. Poderia o reverso realmente ser verdade? Poderia ser que a fé Cristã não é nem cega nem insensata, enquanto os melhores argumentos do ateísmo e agnosticismo serem construídos de passos sem base, de uma fé cega?

Os resultados poderão surpreendê-lo.

© Craig Biehl, 2011

Traduzido por Césio Johansen de Moura


1 By Jeffrey A. Trachtenberg, June22, 2007, p. B1.

2. Respondendo ao Ateísta

Capítulo Um: As Alegações Gerais do Ateísta

A Natureza e o Objetivo da Alegação do Ateísta relacionada a Deus, Homem e Toda Realidade.

À primeira vista, a alegação do ateísta de que “Deus não existe” parece ser uma simples declaração sobre a existência de Deus. Na verdade, é muito mais.

Dizer que Deus não existe implica muitas coisas referentes à natureza da humanidade e do universo, assim como de Deus. Por exemplo, dizer que Deus não existe é dizer que a humanidade e todas as coisas não são criadas, ou tiveram o seu começo, ordem e existência continuadas por si mesmas.

Dizer que Deus não existe é dizer que as leis da física e da biologia não foram criadas, ordenadas e sustentadas por Deus, porém operam com ordem precisa e padrões estabelecidos (leis) por elas mesmas. Dizer que Deus não existe é dizer que todo o amor, pensamento e existência física das pessoas existem por si mesmos à parte da sabedoria e poder de Deus.

Dizer que Deus não existe é dizer que qualquer coisa e tudo tem seu começo, existência e propósito à parte de Deus. O “Big Bang” ou diferentemente, de qualquer forma que o ateísta possa tentar explicar a origem, ordem, e magnificência do universo, não tem nada haver com “Deus”.

Portanto, a afirmação “Deus não existe” é muito mais ampla que parece a princípio, já que ela se refere à natureza de tudo que existe agora, sempre existiu ou sempre existirá. É uma alegação dogmática do que pode ou não pode ser verdade ou realidade última. E enquanto o ateísta possa humildemente admitir ignorância de muitas coisas neste mundo, isto ele sabe por certo: o universo e tudo nele não são criados, ordenados e sustentados por Deus, pois Deus não existe.

A Natureza e o Objetivo da Alegação do Ateísta em Relação ao Conhecimento, Verdade e Autoridade Suprema.

Em adição às declarações gerais relativas à natureza de Deus, humanidade e toda realidade, alegações semelhantes são subentendidas em relação à natureza do conhecimento, verdade e autoridade suprema. Como os ateístas alegam existir independentemente de Deus, assim eles creem que podem observar interpretar e fazer declarações verdadeiras sobre a natureza do universo a parte de Deus. Conhecimento verdadeiro, verdade absoluta e autoridade suprema para saber e falar a verdade existe à parte de Deus. A explanação de Deus da origem e natureza da realidade não é necessária, já que a realidade pode ser observada e interpretada com autoridade desde a limitada perspectiva do intérprete humano. E enquanto o ateísta possa admitir a possibilidade de ter falsas opiniões, ao negar a existência de Deus ele declara sua própria opinião ou interpretação da realidade como verdade com autoridade. Por exemplo, assegurar que toda vida existe à parte do Deus criador e sustentador é presumir a própria capacidade de alguém fazer uma interpretação verdadeira e com autoridade da origem e da existência final da vida.

Naturalmente, poucos teriam coragem de chamar para si mesmos a autoridade final e determinante da verdade e a sua própria interpretação da realidade como absoluta verdade. No entanto, os ateístas fazem exatamente isto.1 Como a existência de Deus e a explicação do universo são negadas, o limitado ponto de vista do intérprete humano é presumido ser o último lugar de autoridade. E enquanto os ateístas adequadamente admitem sua ignorância em relação a muitas coisas, eles permanecem certos de que Deus não existe e que nada da realidade é criado, ordenado e sustentado por Deus e que o limitado ponto de vista de um ser humano finito é suficiente para fazer tais declarações autoritárias de “verdade”.2 Se esta suposição é sensata ou não discutiremos depois, porém veja bem que o objetivo das alegações ateístas em relação a Deus, homem e realidade, também se aplica à natureza do conhecimento, verdade e autoridade final. Para assegurar a própria interpretação de alguém em relação à origem e natureza da realidade como verdade é se colocar como a autoridade final e determinante da verdade. Neste caso o ateísta assumiu o lugar de Deus.

A Natureza e Objetivo das Alegações do Ateísta em Relação à Ética ou Moralidade.

Naturalmente segue que o juiz final da natureza de Deus, humanidade, realidade, conhecimento, verdade e autoridade final será o juiz final do certo e do errado. Assumir nenhuma responsabilidade para Deus é assumir a opinião humana como a maior autoridade moral e a vontade humana como livre para fazer o que quiser (submetida às restrições feitas pelo homem). À parte de Deus, a humanidade faz as regras.3 Isto não quer dizer que todos os ateístas vivem vidas imorais comparados com o não ateísta, ou que os ateístas não têm suas próprias razões para viver uma vida “moral”.4 Quer dizer que uma negação da existência de Deus é uma alegação de independência das leis e julgamento de Deus. “Sem Deus” significa nenhum padrão definitivo de certo ou errado, nenhuma responsabilidade final e nenhum julgamento supremo. Portanto, as alegações do ateísta são amplas em sua ética, estendendo para o governo moral do universo, o destino final da humanidade após a morte e a existência da responsabilidade final daí em diante para o mau comportamento na presente vida. Dizer que Deus não existe é dizer muitas coisas.

Capítulo Dois: Argumentos Baseados em Simples Suposições.

Cristãos fiéis de cada época são confrontados com argumentos inacreditáveis de algumas das maiores mentes da história. Oponentes contemporâneos do Cristianismo frequentemente têm graduações avançadas e podem ser especialistas nos seus campos. Para a média dos Cristãos ensinados na Escola Dominical pode ser um tanto intimidante. Devem os Cristãos ser Ph.D para responderem um Ph.D? Contudo, o número e a diversidade de argumentos a favor e contra o Cristianismo são ilimitados. Como pode o Cristão ocupado começar a apreender o grande volume de material? O só pensar é desalentador. E enquanto Deus não necessita de defesa (Sua vontade e propósito serão realizados), os Cristãos têm sido ordenados a participar do privilégio de declarar e defender sua fé. Como, então, podem os crentes adequadamente defenderem sua fé em Cristo diante de tão pesada e sofisticada oposição?

Felizmente, tão variados e sofisticados quanto os argumentos contra o Cristão possam ser, eles são surpreendentemente uniformes e simples nas suposições nas quais eles são construídos. Realmente, grandes argumentos são como bonitos edifícios, eles são tão bons como as suas fundações. Se o início das suposições de um argumento contra a existência de Deus é sem valor, a conclusão será sem valor, apesar da sofisticação do argumento. Interessantemente, muitos falsos argumentos contra o Cristianismo são bastante lógicos porque suas conclusões logicamente seguem suas suposições iniciais. Combater tais argumentos sem desafiar as suposições iniciais é fútil. Deixar as suposições iniciais sem desafio quando a conclusão segue aquelas suposições apenas encoraja descrença dando a impressão que argumentos incrédulos não podem ser logicamente refutados. Em contraste, qualquer argumento lógico será exposto como falso se as suposições iniciais são demonstradas serem falsas. Então, se as suposições falsas da argumentação ateísta puderem ser facilmente identificadas e mostradas como inverdades, a capacidade de refutar os mais sofisticados argumentos pode se tornar disponível para todos os Cristãos.5

A natureza destas suposições básicas ou fundamentais será explicada depois nos capítulos seguintes, porém uma introdução neste ponto será útil. Brevemente, todas as pessoas interpretam o que elas vêm, ouvem, sentem, tocam, cheiram e pensam a respeito de acordo com um padrão de verdade ou autoridade. Elas confiam (tem fé) nesta autoridade para o significado final das coisas. Por exemplo, Cristãos e cientistas ateístas podem concordar nas leis observadas na física, enquanto uns as veem como o resultado do tempo e mudanças e os outros como um trabalho de Deus. Enquanto vendo os mesmos fatos, eles confiam em diferentes padrões de verdade ou autoridade pela qual os interpretam. As Escrituras, como a Palavra de Deus, é a autoridade final e objeto de fé para o cientista crente, enquanto a autoridade final e objeto da fé do ateísta estão em algum lugar (a ser discutido abaixo). Em cada caso, a sensatez e a credibilidade da autoridade final ou objeto da fé de alguém está em questão. Como a bela construção numa fundação defeituosa, se a autoridade assumida na qual os ateístas constroem seus argumentos é insensata e não confiável, assim serão os argumentos construídos sobre ela.

Capítulo Três: Expondo a Suposição de Onisciência

Identificando e demonstrando que os argumentos sofisticados do ateísmo são construídos em suposições insensatas de fé envolve fazer a seguinte pergunta: “Como você sabe o que você alega que sabe?”. A aplicação cuidadosa e graciosa desta pergunta é a essência de expor o ateísmo como insensato e não científico. Naturalmente, pode ser fácil aprender os princípios enquanto o seu uso efetivo em diversas situações pode requerer tempo e experiência (como com o beisebol, violino e apologética). Contudo, como ilustrado pelo diálogo imaginário entre o Sr. Cristão (“C”) e o Sr. Ateísta (“A”),6 este método simples é fácil de aprender e efetivo quando usado com sabedoria e graça. Também, veremos que os ateístas presumem uma medida de conhecimento somente possuído pelo próprio Deus que eles negam. Ouçamos...

C: Sr. A, bom vê-lo, você está bem?

A: Estou obrigado, e você?

C: Estou bem, obrigado. Posso lhe fazer uma pergunta, Sr.A?

A: Naturalmente, Sr.C, porém sem dúvida você irá até mim de novo pelo meu ateísmo.

C: Você é meu amigo, Sr.A, e gostaria que esta amizade se estendesse na eternidade.

A: Aprecio sua atitude.

C: Eis a minha pergunta. Eu tenho na minha escrivaninha uma bonita caixa de madeira, com ornamentos entalhados e uma linda pérola incrustada. Você pode me dizer o que está dentro da minha caixa de madeira, Sr.A?

A: Quem sabe joias?

C: Receio que não. Tem outro palpite?

A: Eu não vi a caixa e não a abri como poderia saber o que está na caixa?

C: Sua resposta é bem sensata, Sr; A. Que tal sobre a minha garagem? Você sabe o que está nela?

A: Você sabe que nunca estive na sua garagem. Não tenho ideia do que está nela, embora saiba que ela não contém os seus carros.

C: Bastante cheia, receio. Diga-me, você viajou através do espaço lá fora recentemente, ou deixou o seu corpo físico vagar ao redor em outra dimensão?

A: Eu me pareço com o Dr. Who, Sr. C?

C: Você concorda, então, que está correntemente limitado às três dimensões da existência?

A: Naturalmente estou limitado. Também estou limitado segundo minhas habilidades físicas e na minha habilidade de entender sua escolha de questões, devo acrescentar.

C: Existem mais do que três dimensões? Mais do que quatro, cinco, dez ou uma centena?

A: Diga-me Sr. C, como possivelmente eu poderia saber? Nunca estive além da minha atual existência tridimensional para declarar um palpite. Você está me fazendo pergunta que eu não posso responder possivelmente. Diga-me seu propósito, Sr. C.

C: Sr. A, Deus existe?

A: Naturalmente não, sou um ateísta.

C: Eu sei que você é um ateísta, e até agora você tem sido sensato ao admitir suas limitações como um ser humano finito. Porque você deixou de ser inteiramente sensato para ser um absolutamente irracional?

A: O que você quer dizer com, absolutamente irracional? Não existe absolutamente evidência para a existência de Deus. Você é um que diz que alguém que não podemos ver existe, talvez o peso esteja sobre você para provar para mim que Deus existe.

C: Sou incapaz de provar para sua satisfação de que Deus existe.

A: Este é exatamente o meu ponto, Sr.C, não existe evidência para Deus, e você o admitiu ao dizer que não pode provar para mim que Ele existe. Estou surpreso que você desistiu tão cedo.

C: Eu não disse que não há evidência para Deus, Sr. A. O que eu quis dizer é que eu não posso por argumento somente convencer você para sua satisfação que Deus existe como você é confrontado com a evidência da Sua existência em qualquer lugar e em todo o tempo, embora ainda não acredite na Sua existência. Se o universo inteiro declara a glória de Deus, incluindo o modelo e a ordem de toda a existência criada, a provisão de todas as boas coisas, e sua própria consciência e conhecimento,7 como poderei trazer para você alguma prova nova ou adicional que o convencerá de que Ele existe? Desta forma eu não posso provar para você que Ele existe, embora a evidência para a Sua existência seja clara, evidente, detalhada e convincente, em tal extensão que a Bíblia diz que você é indesculpável por não acreditar em Deus e não dar a Ele honra e gratidão.8

A: Eu sei, eu sei, esta foi a discussão da semana passada. Assim, por que as perguntas?

C: Você está desejando admitir que suas limitações humanas com respeito a minha caixa de madeira e garagem, assim como as suas limitações humanas das três dimensões. Como é que ao mesmo tempo você alega saber sobre todas as coisas no universo?

A: Saber todas as coisas no universo? Eu não aleguei tal coisa, Sr.C. O que você tem fumado? Eu sei que você era um hippie nos anos 60, não era Sr.C?

C: Muito engraçado. Porém me diga o que você deveria saber para me dizer com certeza que Deus não existe? Você não teria de saber tudo o que pode ser conhecido no universo inteiro e além antes que você possa com certeza dizer que Deus não existe?

A: Não estou certo, nunca pensei nisto desta forma.

C: A fim de alguém dizer que Deus não existe com certeza, alguém teria de saber tudo que pudesse ser conhecido sobre cada coisa no universo e além, inclusive cada possível dimensão. Ao dizer que Deus não existe você está sugerindo que você é onisciente e que tem suficiente informação e habilidade para saber com certeza de que Deus não existe.

A: Não estou fazendo tal coisa.

C: Eu sei que você nunca claramente alegaria o atributo da onisciência de Deus. Contudo, alguém ainda precisaria ser onisciente para dizer que Deus não existe, um atributo de Deus que os ateístas dizem não existir. E enquanto você tem sido muito sensato admitindo sua limitação em não conhecer o que está na minha caixinha de madeira e garagem, você está ao mesmo tempo desejando fazer uma alegação que requer um conhecimento e habilidade infinitamente maior do que é requerido para saber os conteúdos da minha caixa de madeira e garagem. Você parece ter ido de uma posição muito racional, admitindo suas limitações humanas com respeito ao universo, para uma muito irracional que fala como se você soubesse todas as coisas, as quais você admite não conhecer.

A: Eu olho para o universo e não vejo a evidência para Deus, assim não há Deus.

C: Você está me dizendo que o que você não pode ver não pode existir? Não é isto tomar o lugar de Deus dizendo, com efeito, que o que você não pode ver ou saber não pode existir? Você está dizendo que o que pode e não pode existir no universo é determinado pelo seu limitado entendimento dele? É isto sensato?

A: Eu sei que você apenas quer que eu vá para o céu, porém estou muito cansado para discutir isto além hoje, e minhas limitações humanas requerem que eu vá comer.

C: Assim Deus nos criou Sr. A. Espero pela nossa próxima conversação.

A: Espero por ela também, Sr. C.

Esta simples ilustração revela a falha básica da alegação do ateísta. Por outro lado, o Sr.A é sensato ao admitir os limites do seu conhecimento e admitir a sua ignorância do conteúdo da caixa de madeira e garagem do Sr. C. Por outro lado ele é insensato em alegar que Deus não existe, pois ele teria de conhecer tudo sobre o universo inteiro e além para legitimamente fazer tal alegação. Ele teria de ser Deus para negar Deus, o qual ele diz que não existe. E enquanto ele reconhece sua limitada habilidade para saber muitos aspectos do universo (incluindo a caixa e a garage), ele sabe por certo que tudo é não criado, auto-existente, auto-ordenado, e não relacionado a Deus, pois Deus não existe.9 A habilidade assumida de fazer declarações com autoridade sobre o que não pode ser conhecido fora da onisciência ou direta revelação de Deus é básica a todos os argumentos ateístas. Esta é a fundação ou suposição de fé sobre a qual os argumentos ateístas são construídos. Em resumo, o ateísta tem fé em sua própria habilidade de conhecer o que não pode ser conhecido fora da onisciência ou direta revelação de Deus. O ateísta presume que a autoridade final ou padrão de verdade seja a sua própria opinião. A questão é se esta é ou não uma fundação fidedigna e sensata para os argumentos dos ateístas. Como temos visto, se a fundação é falha assim são os argumentos construídos sobre ela. Isto será visto além na discussão seguinte em relação a existência de milagres.

Capítulo Quatro: Os Milagres São Racionais?

Ateístas tipicamente negam a existência histórica de milagres e eventos extraordinários nas Escrituras. Seus argumentos têm influenciado os círculos acadêmicos onde os estudiosos oferecem explicações alternativas das narrações da Bíblia a tempo tido como literais e históricas. Alguns rotulam narrações, consideradas históricas pelo próprio Cristo, como fábulas e mitos. Particularmente embaraçantes para alguns são as narrações históricas como Jonas na barriga de um peixe e Noé salvando o reino animal e a raça humana numa arca.Tais “estórias de crianças” são um pouco melhores do que contos de fadas para muitos. Porém como é para vermos estas narrações? Pode um Cristão no contexto moderno sensatamente manter estes eventos como históricos diante do criticismo duro e o desdém intelectual? Retornemos para a discussão em andamento entre o Sr. A e o Sr.C para mostrarmos que os crentes nunca deveriam ser intimidados pelos argumentos contra a historicidade dos milagres e eventos extraordinários das Escrituras. Ateístas usando estes argumentos operam na mesma suposição insensata de onisciência como ilustrado acima.

A: Sr. C, tem estado bem?

C: Sim, obrigado Sr. A, e você?

A: Estou bem obrigado. Tenho feito algumas leituras; eu poderia lhe fazer algumas perguntas?

A: Você crê que a Bíblia é verdade?

C: Sim, naturalmente.

A: Você crê que Jonas realmente esteve na barriga de um peixe por três dias, foi vomitado numa praia e pregou em boa saúde?

C: Sim, naturalmente.

A: (rindo) Muito engraçado Sr. C.

C: Eu realmente acredito que o evento aconteceu exatamente como escrito.

A: Meu querido Sr.C. certamente você graceja. Deveria eu também propor que uma rena voa e que uma real fada do dente ganha dinheiro para um programa de dentes molares? Eu mal posso, não posso, estou...

C: Você precisa se sentar Sr. A? Não somente acredito, é muito sensato que Jonas possa estar na barriga de um peixe por três dias no seu caminho para um compromisso de pregar. Na verdade, todos os milagres da Bíblia são muito sensatos e lógicos.

A: Hum. Sou todo ouvido nisto. Enquanto eu posso entender que, contra a razão, você deve acreditar nisto pela fé, porém como pode você dizer que todos os milagres são lógicos?

C: Bem, primeiro, não acredito que os milagres deveriam ser aceitos pela fé que seja contrária à razão ou evidência. Fé verdadeira é sensata e justificada. Tudo depende do seu ponto de partida. Como Deus tem poder infinito e criou todas as coisas, inclusive todas as leis, Ele está acima de todas as leis da “natureza” e não está sujeito às suas limitações. É sensato, portanto que um Deus com tal poder e controle sobre o universo inteiro possa ter Jonas na barriga de um peixe por três dias, ou trezentos anos, se Ele assim o desejar. Assim é que Cristo pode andar por sobre as águas, ressuscitar mortos, etc.

A: Então, você acredita que Noé realmente construiu uma arca e que todas as espécies de vida existentes são derivadas dos habitantes da arca? E como você pensa que Noé e sua família foram capazes de alimentá-los e limpar as consequências de tantos animais? Ele tinha uma arca adicional ou duas para carregar alimento suficiente para alimentar tal zoo? Isto é tão inaceitável que não posso acreditar que o estou discutindo.

C: Você se esqueceu do problema adicional de como ele fez para pegar dois de cada espécie das criaturas viventes e tê-los livremente e em boa ordem entrarem na arca para tomarem os seus lugares nas suas respectivas vagas. “Desculpe-me Sr. Leão? Você poderia pegar sua companheira e entrar na arca às 08:00 horas? E não se preocupe teremos suficiente alimento fresco para você comer, assim fique longe dos unicórnios”. “Oh querida, os tatus estão atrasados e onde estão os elefantes?” Existem mais dificuldades do que você mencionou Sr. A.

A: E você ainda acredita que seja sensato e lógico acreditar nisto?

C: Sim.

A: Certo. Ainda estou todo ouvido. Atônito, porém todo ouvido.

C: Assim como com Jonas, um Deus todo poderoso, que criou e mantém todas as coisas, pode fazer todas as coisas. A arca é brincadeira de criança para Deus. Nosso problema com a narração da arca é que tentamos explica-la de acordo com os princípios “naturais” de acordo com nossas próprias limitações, sem Deus. Noé construiu a arca, porém foi preciso o poder infinito de Deus para enchê-la e povoar a terra com animais. O Deus que pode falar e fazer um universo do nada pode certamente trabalhar com Noé para cuidar e preservar os animais.

A: Você acredita que Cristo nasceu de uma virgem?

C: Absolutamente. As Escrituras claramente ensinam que Deu o Filho tomou Ele mesmo a forma humana para agir como nosso substituto, para pagar a pena pelos nossos pecados em nosso lugar.10 Como Deus criou e mantêm todas as coisas, inclusive a procriação, Ele não está sujeito às suas limitações. Como com todos os milagres, Deus não está sujeito às restrições das leis físicas que Ele criou e mantém. Nada é impossível para Deus.

A: Porém Deus não existe, Sr.C, assim tais milagres não existem.

C: Então estamos de volta à estaca zero com nossa conversação original. A fim de você provar para mim que milagres não existem você deve provar para mim que Deus não existe, o que, como discutimos, requereria de você saber tudo sobre cada aspecto do universo e além. A mesma onipresença requerida para você negar a existência de Deus é requerida para você negar os milagres.

A: Certo, então por que alguns que se chamam Cristãos admitem que a estória de Jonas, Noé e a arca, ou o dilúvio não são fatos históricos, porém meras estórias usadas para provar um ponto teológico?

C: Boa pergunta. Se o seu ponto inicial ao interpretar as Escrituras for a pessoa e natureza de Deus assim como Ele Se revelou a Si mesmo nas Escrituras, eles não recorreriam a tais coisas. Talvez eles precisem aprender alguma teologia e apologética apropriada, Sr. A.

A: Bem, devo dizer que eles não são úteis para sua causa, pois eles parecem validar meus próprios pontos de vista. Você pensaria que se eles acreditassem em Deus como a origem de todas as coisas e tão poderoso e no controle do universo como você crê, eles saberiam que não estão em condições de questionar o que Deus pode ou não pode fazer, e não haveria problema com Jonas num peixe ou Noé e a arca como história.

C: Confesso, Sr. A, você está absolutamente correto.

A: De qualquer forma, estou grato por eles, pois eles encorajam minha descrença.

C: Talvez você pudesse falar com eles e convencê-los de serem um pouco mais consistentes com a teologia que alegam abraçar.

A: Não obrigado, Sr. C, este é seu trabalho. Falaremos de novo!

No segundo encontro dos nossos vizinhos amigáveis vemos o princípio estabelecido no seu primeiro encontro funcionando novamente, embora não pareça tão diretamente óbvio. Vemos que a rejeição dos milagres do Sr. A está baseada na sua negação da existência de Deus. Como Deus não existe não pode haver milagres. Naturalmente, isto ignora o problema real de como definir milagres num universo onde Deus não sustenta as “leis da natureza”, o que então evita uma “lei” mudar de um dia para o outro num mundo fundado na chance ao acaso?11

Para o Sr.C, milagres são tanto sensatos quanto lógicos. Um Deus infinitamente poderoso não é limitado pelas leis que Ele criou e sustenta. Milagres é meramente o poder de Deus exercido de uma maneira diferente da que Ele exerce em sustentando as leis do universo que Ele criou. Tanto as leis uniformes da “natureza” como os milagres contrários àquelas leis, igualmente requerem o poder infinito de Deus para a sua existência. Então, a visão de alguém sobre Deus determina a visão de alguém sobre os milagres e os eventos extraordinários das Escrituras. Para negar a possibilidade dos milagres alguém deve primeiro provar de que Deus não existe. E, como vimos anteriormente, alguém precisaria possuir conhecimento exaustivo de todo o universo e além para legitimamente negar a existência de Deus. Aqueles que não podem saber o conteúdo da caixa de madeira e da garagem do Sr. C não possuem tal conhecimento. Contudo, à luz de Deus como a origem de todas as coisas e determinante do que é possível no universo, é pena que alguns que professam conhecer a Deus presumem determinar o que Ele fez ou não na história, contrário ao testemunho claro das Escrituras.12 Com isto o crente professante age de acordo com os princípios do ateísta e assiste o descrente ao justificar não crer.

Assim, como na primeira ilustração, vemos que o problema final com o ateísmo são as alegações não autorizadas e irracionais sobre as quais ele se baseia. E com respeito aos milagres, até que alguém possa provar que Deus não existe, ninguém pode provar que Jonas não poderia estar na barriga do peixe por três dias, ou que leões e tigres e ursos não poderiam acompanhar Noé num cruzeiro prolongado. Deus pode falar e fazer o universo, então qual é o problema com Jonas num peixe e Noé na Arca?

Capítulo Cinco: “O Problema do Mal” e a Trindade.

Porém que tal aqueles argumentos que pretendem mostrar contradições no conteúdo das Escrituras, a fundação da fé Cristã? Como veremos abaixo, estes tipos de argumentos se baseiam nas mesmas suposições de fé fundamentando as alegações do ateísta de que Deus não existe e que os milagres das Escrituras não são verdadeiros. Ouçamos o Sr. A e o Sr. C discutirem o que é conhecido como o “problema do mal”.

A: Sr. C, tem visto alguns milagres ultimamente?

C: Você ainda está respirando, não está, Sr.A?

A: Processo natural, Sr. C, processo natural. Tenho lido alguma coisa. Poderia lhe fazer algumas perguntas?

C: Por favor, faça, estou interessando no que você descobriu.

A: A Bíblia ensina que Deus é infinitamente bom, e fará o que é bom em cada situação, correto?

C: Sim, é verdade.

A: E a Bíblia diz que Deus é todo poderoso e pode fazer qualquer coisa que deseje?

C: Sim, isto também é verdade.

A: Então o seu Deus não pode existir, pois se Deus é todo poderoso, Ele poderia evitar o mal, e se Ele é perfeitamente bom, Ele certamente evitaria o mal. Dado que o mal existe, Deus ou é menos do que perfeitamente bom ou menos do que infinitamente poderoso. Portanto, Deus, como a Bíblia O descreve, não pode existir.

C: Sr. A, você declarou absolutamente bem o que é alguma vezes chamado “o problema do mal”. Eu o elogio na sua pesquisa.13

A: Então você irá se juntar ao meu clube de ateísmo nesta noite?

C: Obrigado, talvez não. Posso lhe fazer algumas perguntas antes de você ir?

A: Certamente.

C: A forma como você colocou o problema do mal não apresenta dificuldade.

A: Sim, é um argumento logicamente válido, assim como a conclusão segue as premissas.

C: A conclusão parece seguir as premissas como você colocou, porém isto não faz a conclusão verdadeira, se as premissas podem não ser verdadeiras. Por exemplo, como sabemos que um bom Deus irá necessariamente sempre evitar o mal? Os bons pais sempre evitam toda coisa mal que uma criança possa fazer, por razões não entendidas pela criança?

A: Certamente, porém estamos falando aqui sobre Deus.

C: Sim, e os caminhos de Deus são infinitamente acima dos nossos caminhos. Suas premissas excluem a possibilidade de que Deus tenha permitido o mal por razões além da nossa compreensão. Isaías 55: 8-9 diz: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”. Agora, se Deus e Seus caminhos são infinitamente mais altos do que os nossos caminhos, não é razoável que Ele conheceria coisas que não conhecemos e não poderíamos saber como seres humanos finitos?

A: Certamente.

C: Está certo dizer que você nega a existência de Deus por que você não pode entender como o mal pode existir num mundo criado por um Deus infinitamente bom e onipotente?

A: Correto.

C: Confesso que não entendo totalmente a origem do mal no mundo. Muitas explicações para a sua origem parecem inadequadas, ou parecem fazer Deus depender do mal para cumprir Seus propósitos, o que é contrário ao que as Escrituras dizem em relação ao Seu caráter santo. Porém, assim como com os milagres, dado que Deus é infinito e eu sou finito, necessariamente não entenderei tudo sobre Deus e Sua palavra. Somente posso saber o que Ele escolheu me revelar.

A: Isto não é tirar o corpo fora, Sr. C?

C: Não, é meramente uma aceitação das minhas limitações e dependência de Deus para todas as coisas, incluindo Sua explicação de Si mesmo e Seu universo. É razoável que nos contentássemos em não ter respostas para todas as questões ou soluções da vida para as coisas que não podemos conciliar em nossa mente.

//Se eu pudesse revelar todos os mistérios, eu seria Deus. Faço bem em lembrar a repreensão de Deus para Jó: “Onde você estava quando eu coloquei os fundamentos da terra?”14

A: Bem, isto não me satisfaz. Podemos não ter todas as respostas, porém se continuarmos procurando, finalmente nós as teremos.15 No presente caso, se não posso conciliar o caráter de Deus com a existência do mal no mundo,

C: Parece que voltamos ao ponto zero, Sr. A. Você esta dizendo que se não pode conciliar em sua mente limitada alguma coisa que Deus revelou sobre Si nas Escrituras, não pode ser verdade?

A: Sim.

C: Assim seu entendimento é o padrão final do que é verdade ou do que pode ou não pode existir? Poderia existir uma razão que está além da nossa atual capacidade de entender, uma que Deus sabe que não foi incluída em como você coloca o problema do mal? Toda possibilidade no universo está esgotada pela forma como você declarou o problema do mal? Poderia Deus saber alguma coisa que não sabemos?

A: Se Ele existe e é infinito, então Ele saberia mais do que nós sabemos, e não teríamos todas as respostas.

C: Você previamente admitiu as limitações do seu conhecimento ao não saber o que está na minha caixa de madeira ou garagem, e logo em seguida falou como se conhecesse tudo sobre cada aspecto do universo negando a existência de Deus. E agora, embora permaneça limitado em conhecimento, você negou a possibilidade de mistério com respeito ao mal, e fez o seu próprio entendimento o juiz final do que pode ser verdade.16 Você novamente assumiu o lugar de Deus, no qual estão todas as respostas aos mistérios do universo. Sr. A, a Bíblia nos diz que este foi o primeiro pecado da humanidade, a tentativa de tomar o lugar de Deus.

A: Certo, Sr. C, qual é então a resposta ao problema do mal?

C: Somente Deus sabe a resposta, definitivamente. Porém eu sei isto: Ele revelou Seu caráter na pessoa de Cristo, em Seu infinito amor pelos pecadores levando a pena infinita do nosso pecado sobre Si mesmo na cruz no Calvário, em Seu infinito ódio ao pecado, requerendo sua pena ser paga que nós podemos ser livres da sua condenação. Sabemos que o mal moral teve o seu começo no livre desejo da criatura e que ela não existe fora do desejo da criatura. Sabemos que o mundo é condenado porque o mal e todo o sofrimento pode, em última análise, ser seguido até o pecado e suas consequências. Sabemos que Deus proveu uma infinita solução para o mal, e que Ele a proveu a um custo infinito e sofrimento de Si mesmo.

A: Tantas pessoas parecem sofrer pelo do mal de outra pessoa. É doloroso experimentar e doloroso olhar, enquanto algumas das respostas parecem para mim como simplistas ou superficiais.

C: A dor e as dificuldades desta vida são profundas e eu seria negligente em meu próprio bem estar trata-las superficialmente ou insensivelmente. Porém apesar da profundidade do problema, posso, como um Cristão, ter grande conforto no caráter perfeito de Deus como revelado em Cristo, em Sua promessa de que a retidão irá finalmente prevalecer e que a verdadeira justiça será feita, e que todo sofrimento injusto será mais do que recompensado, e todo o mal suficientemente punido.

A: Embora eu não creia em Deus, devo admitir que aguardo que haverá justiça final para aqueles como Hitler, Stalin e Mao. Porém ainda acho sua explanação menos do que satisfatória.

C: Sim, muito permanece um mistério, porém não devemos ousar tomar o lugar de Deus alegando ter todas as respostas. Apesar das dificuldades envolvidas não podemos negar nossas limitações humanas. Podemos, contudo aceitar nosso lugar como criação de Deus e confiar Nele que tem todas as respostas. Deus sozinho rege todo o universo e deveríamos estar felizes deixando esta responsabilidade para Ele. Talvez Ele me explique a origem final do mal quando eu O vir no céu. Ele revelou claramente Sua bondade e onipotência para nós na pessoa e obra de Cristo. Ao mesmo tempo, por razões além da nossa compreensão atual, Ele permitiu o mal existir. Sei que a forma como Deus lida com o mal mostra a excelência do Seu caráter. Também sei que liberdade não requer a existência do mal, assim como seremos mais livres no céu onde o mal não será uma opção. Assim, estamos de volta onde começamos.17

A: Deixe-me saber quando você tiver a resposta.

C: Minha esperança é que seremos capazes de perguntar a Ele juntos.

A: Oh não, lá vem de novo. O jantar está chamando. Conversaremos novamente.

C: Estarei esperando.

Para recapitular, o “problema do mal” como declarado pelo Sr. A certamente é uma questão difícil para o Cristão. Na verdade, as Escrituras confrontam nosso limitado entendimento com muitas questões difíceis, como a natureza da Trindade (como será abordado abaixo), ou a predeterminação dos eventos do universo por Deus e a responsabilidade do homem por suas ações.

Aqui como com todas tais questões, o entendimento humano limitado não pode ser o juiz final do que pode ou não ser verdade. A criação do universo do nada, a pessoa de Cristo como cem por cento Deus e cem por cento homem, a Trindade, são mistérios divinos que nenhuma lógica pode explicar (embora eles sejam lógicos, dada a grandeza infinita e transcendente de Deus como revelado nas Escrituras). O ser finito criado não tem o conhecimento infinito e exaustivo de Deus e Seu universo, nem nosso entendimento constitui o determinante final da verdade. Assim é o problema do mal realmente um problema? Sim e não. O sofrimento desta vida alcança o fundo da nossa alma e nos desafia de uma forma profunda. Assim, temos grande conforto no caráter perfeito de Deus como demonstrado na pessoa e obra redentora de Cristo derrotando a morte e o mal, e na justiça final de Deus reinando e dirigindo o universo fazendo todas as coisas direito. E se as Escrituras são claras sobre todas as coisas, está claro que Deus é infinitamente bom e infinitamente poderoso e que os Seus caminhos são infinitamente mais altos do que os nossos. Se o problema do mal demonstra alguma coisa, é que não somos Deus, uma difícil verdade para a humanidade pecadora aceitar. Dizer que Deus não existe porque não posso entender o problema do mal é fazer meu entendimento limitado a autoridade final do que é verdade ou do que pode ou não existir. Fazer assim é tomar o lugar do próprio Deus, o primeiro pecado das Escrituras, e o âmago de cada pecado desde então. O ateísta pode escolher repetir o erro de Lúcifer, porém o Cristão não precisa ser intimidado por isto, pois isto é meramente a validação do que as Escrituras dizem da natureza pecadora e decaída da humanidade.

Vejamos dar agora uma breve olhada na doutrina da natureza Triuna de Deus, outra questão difícil utilizada pelos ateístas para negarem a existência de Deus.

A: Sr. C, Deus é um ou três?

C: Ambos.

A: Se entendo corretamente a visão Cristã, é errado acreditar em três deuses, porém também é errado acreditar em um Deus que meramente Se manifesta em três diferentes formas em diferentes tempos.

C: Isto é correto.

A: Então, está refutando a existência do seu Deus tão simplesmente como conhecendo a aritmética básica?

C: Para alguns poderia parecer assim, porém isto está longe de ser tão simples. As escrituras ensinam que Deus é uma pessoa que existe eternamente como três pessoas. Assim, Ele não é três deuses, porém um.

A: Nossa! Isto esclarece as coisas. Como posso possivelmente aceitar algo que soa tão irracional?

C: Relembre o que parece ser irracional para você, dada as suas limitações, não é irracional em Deus. Deus é perfeito. Ele não está sujeito às leis que Ele criou para ordenar o universo, Ele as transcende.

A: Assim chegamos à outra tirada de corpo fora: só alegue que Deus é muito alto e o argumento acaba.

C: Você está dizendo por que não pode entender como Deus pode ser ambos três e um, Ele não pode existir? Ou porque você não pode captar ou entender alguma coisa, ela não pode ser verdade? Seu limitado entender é realmente o último determinante da verdade?

A: Não posso ver como Deus pode ser uma e três pessoas ao mesmo tempo. Os Credos de Nicéia e de Atanásio parecem-me completamente sem sentido.

C: Deus como uma Trindade é realmente um mistério para nós, porém não para Deus, assim como Ele não é contido pelo nosso entendimento ou pelas limitações criadas do universo. Como Ele é infinitamente mais alto do que nós não podemos conhecer a Ele a menos que Ele conceda Se revelar para nós, e Ele se revelou para nós nas Escrituras como um Deus pessoal, subsistindo eternamente como três pessoas, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

A: Você está me pedindo para esquecer a razão?

C: Não, somente para admitir suas limitações como um ser finito, criado, que não pode esgotar o conhecimento do nosso infinito Deus. A Trindade é Deus, e se nós pudéssemos entendê-Lo Ele não seria muito de um Deus. Infelizmente, muitos que alegam serem Cristãos concordam com sua abordagem, rejeitando doutrinas porque não podem totalmente entende-las ou explaná-las.

A: Devo admitir que eles ajudam a minha causa.

C: E, por favor, entenda, não estou negando o uso da lógica ou da razão. Deus nos deu mente para usar e lógica para ordenar nosso pensamento. Porém Ele nunca nos deu elas para negar Sua transcendência. Este seria um uso irreverente da lógica, aquele que não reconhece Deus como infinitamente maior do que somos. Devemos nos submeter à autoridade de Deus em que Ele nos falou sobre Si mesmo. Mesmo que não gostemos de admitir nossas fraquezas e limitações nós devemos aprender como pensar de uma maneira que totalmente honre a Deus e Sua infinita supremacia sobre nós.

A: Interessantemente, um Cristão uma vez me disse que a lei da não contradição é o determinante final da verdade. Isto me convenceu ainda mais que eu poderia explicar Deus inexistente, desde que a Trindade é claramente um conceito que me parece violar aquela lei.

C: É uma lei de lógica válida e útil, porém deve dobrar os joelhos à transcendência de Deus. Verdade é o que Deus diz e conhecemos a Deus pelo o que Ele escolheu revelar para nós.

A: Devo admitir, quando meus argumentos em relação aos milagres ou aparentes contradições nas Escrituras são vistas de acordo com a infinita grandeza de Deus como revelada nas Escrituras, ela tira o vento dos meus barcos. Ainda tenho dificuldade em aceitar a ideia de que eu tomo o lugar de Deus com a minha argumentação, porém vou pensar mais a respeito.

Como com o “problema do mal” a Trindade como revelada nas Escrituras é realmente um mistério além dos limites do entendimento humano. Na Trindade encontramos Deus que é infinitamente acima e além de todas as coisas (e que condescendeu claramente e pessoalmente Se revelar no tempo e no espaço para Suas criaturas). Dizer que Deus não pode existir como Ele se revelou a Si mesmo que existe é dizer que Ele não pode ser além do que podemos entender ou acima do que sabemos serem as leis do universo. Porém com que autoridade pode alguém limitar a Deus? É nossa finita compreensão que determina o que pode ou não existir? É nossa limitada perspectiva o determinante final da verdade? Nisto o ateísta está novamente operando fé não autorizada em sua habilidade de saber o que não pode possivelmente ser conhecido fora da revelação de Deus. Recusando aceitar o testemunho de Deus sobre Si mesmo, o ateísta faz declarações dogmáticas sobre a natureza final de Deus e do universo quando eles nem sequer sabem o que está na caixa de madeira ou garagem do seu vizinho. Eles declaram o que Deus pode ou não ser do ponto de vista dos cinco sentidos, três dimensões e setenta ou tantos anos na terra, quando o conhecimento de cada aspecto do universo e além é requerido para justificar sua alegação. Somente Deus possui tal conhecimento e somente Ele pode revelar para nós com autoridade o que Ele é.

Capítulo Seis: Miscelânea de Argumentos.

Embora tenhamos visto poucos exemplos, a simples técnica de perguntar: “Como você sabe o que você alega saber?” pode ser usada com qualquer argumento ateísta. Por exemplo, alguns argumentam que Deus não pode agir no tempo e no espaço a menos que esteja confinado e limitado pelo tempo e espaço, ao contrário aos ensinamentos das Escrituras que Deus transcende o tempo e o espaço e que também atua dentro deles. Como pode a limitada perspectiva do descrente, que ele mesmo é limitado pelo tempo e espaço, concluir que o Deus infinito do universo é assim limitado? Como para lógica, matemática ou outros argumentos “científicos” negando a existência de Deus, Deus criou, sustenta e transcende todas as coisas. Ele não está limitado pelas leis “naturais” que Ele criou. Novamente, como posso conhecer que Deus é tão restringido a menos que Ele condescendesse no dizer? Ao contrário, Ele nos disse que Ele é infinitamente além do nosso entendimento, embora possamos saber que Ele escolheu revelar para nós sobre Si mesmo.

Entretanto, muitos fazem declarações injustificadas sobre Deus baseada na fé em seu próprio limitado entendimento, apesar do fato de que eles não podem possivelmente saber tais coisas fora da revelação de Deus.

Outros pontos do mal perpetrado no mundo “em nome de Deus” como prova de que Deus não existe, pois como Deus poderia ser tão bom como as Escrituras O descrevem se as suas criaturas são tão más? Fora do fato de que as Escrituras nos dizem que o homem pecador irá usar o nome de Deus para perpetrar o mal, e que estreito é o caminho da salvação e que poucos entrarão nele, tais pronunciamentos presumem conhecimento do coração de cada pessoa em cada idade, e faz a grande suposição de que Deus não tem estado trabalhando em qualquer um deles. É seguro dizer que Ele não está trabalhando nos corações daqueles que negam Sua existência, porém além de casos óbvios, as Escrituras nos dizem que é difícil separar o trigo do joio (o verdadeiro do falso crente). Entender o coração de uma pessoa já é difícil, quanto mais o coração de cada um que já existiu.18 Aqui de novo, a suposição irracional da onisciência permeando muitos argumentos ateístas está em atividade. E somente por brincadeira, talvez você esteja familiarizado com a pergunta, se Deus é tão poderoso, Ele poderia fazer uma pedra tão pesada que Ele não pudesse levantar? O suposto problema é que se Ele pudesse fazer tal pedra Ele não é onipotente porque Ele não pode levantá-la, ou se Ele não pudesse fazer tal pedra, há alguma coisa que Ele é incapaz de fazer. A simples resposta é que Deus pode fazer uma rocha de peso infinito e Ele pode levantá-la. Ele não pode ser definido fora da existência por tais supostos problemas.

Resumo

No nosso breve tratamento da fé cega insensata do ateísta observamos que a declaração de que “Deus não existe” é uma alegação generalizada em relação à natureza final do homem, realidade, conhecimento, verdade, autoridade e ética. Entendendo o objetivo abrangente da alegação, somos confrontados como o ateísta é mal equipado para fazê-la. Além disso, vemos que a negação da existência de Deus está fundamentada sobre a fé insensata do ateísta em sua própria opinião e uma suposição implícita de onisciência.

Também temos visto que os milagres são sensatos e são para serem esperados considerando-se o infinito poder de Deus e Seu controle sobre as leis que Ele criou e sustenta. Para negar os milagres alguém precisa primeiro provar que Deus não existe, já que a visão de alguém sobre Deus determina a sua visão sobre os milagres. Também, negar a existência de Deus porque não podemos reconciliar o poder e a bondade de Deus com a existência do mal é reduzir Deus àquilo que podemos compreender completamente. Fazendo assim tornamos o nosso entendimento o juiz final do que Deus pode ou não pode ser e tomamos o lugar de Deus como a autoridade suprema e determinante da verdade. O mesmo se aplica aos argumentos contra a possibilidade de Deus ser uma Trindade.

Estes poucos exemplos revelam as falsas suposições que permeiam todos os argumentos contra a existência de Deus. Ao examinar a autoridade do ateísta de fazer declarações sobre a natureza final de Deus e do universo, fazemos a pergunta: “Como você sabe o que você alega saber?”. Observamos que todos os argumentos ateístas se baseiam na fé insensata da opinião humana. Alguém limitado aos cinco sentidos, três dimensões, setenta e tantos anos na terra e incapaz de conhecer o conteúdo da caixa de madeira e da garagem do seu vizinho não pode fazer declarações verdadeiras sobre a natureza final de Deus e do universo, fora da revelação de Deus que ele alega não existir. Este é um problema para o ateísta. Com boa razão as Escrituras nos dizem: “O tolo disse no seu coração”, “não há Deus” (Salmo 53:1).

Agora nos voltamos para o agnosticismo. Tendo observado que um ser humano finito é incapaz de fazer declarações verdadeiras sobre a natureza final de um Deus transcendente e Seu universo (fora da revelação de Deus) não seria o agnosticismo uma alternativa sensata dada a sua alegação de ignorância? Nossa crítica ao ateísmo confirma o agnosticismo? Vejamos.

© Craig Biehl, 2011

Traduzido por Césio Johansen de Moura


1 Mesmo que o ateísta admitisse que sua opinião não fosse mais válida do que a opinião de outro, assumindo de que Deus não existe concede autoridade final para a própria interpretação de alguém da realidade, contudo.

2 Naturalmente, muitos hoje negariam que alguém possa fazer declarações com autoridade da verdade embora tal declaração seja ela mesma um alegação auto contraditória da verdade. A contradição é facilmente ilustrada pela declaração exagerada: “não existe tal coisa como a verdade, e esta é a verdade!”

3 Friedrich Nietzsche, um filósofo germânico do século 19 e ardente oponente do Cristianismo escreveu que: “a virtude necessita ser nossa própria invenção, nossa própria maior necessidade pessoal e autodefesa: em qualquer outro sentido, uma virtude é um perigo”.  “As leis mais básicas de preservação e crescimento requerem... que cada um inventasse suas próprias virtudes” [sua ênfase]. Friedrich Nietzsche, The Anti-Christ: A Curse on Christianity, in The Anti-Christ, Ecce Homo, Twilight of the Idols, and Other Writings. Ed. Aaron Ridley and Judith Norman, trans. Judith Norman. Cambridge Texts in the History of Philosophy (Cambridge: Cambridge University Press, 2005), 9-10, §11. Consistente com os princípios da teoria da evolução, o ateísmo de Nietzsche levou à exaltação do poder: “Bom” é “tudo o que aumenta a sensação de poder da pessoa, desejo do poder, do poder e si” enquanto o “mal” é “tudo que é derivado da fraqueza”.  “Felicidade” é “a sensação de que o poder está crescendo, que alguma resistência foi vencida”. Não satisfação, porém mais poder, não paz, porém guerra; não virtude, porém proeza... O fraco e as falhas deveriam perecer: primeiro princípio do nosso amor à humanidade.  E eles deveriam ser ajudados a fazer isso. O que é mais prejudicial do que qualquer vício? – Pena ativa para todas as falhas e fraquezas – Cristianismo (4, parágrafo 2). “A ideia Cristã de Deus – Deus como um Deus do fraco (doente)... é uma das concepções mais corruptas de Deus que o mundo jamais viu” (15, parágrafo 18).

4 Nietzsche desprezou a moralidade Cristã, porém nem todos os ateístas são tão consistentes com as implicações morais do seu ponto de vista como Nietzsche. Muitos alegam uma base para a moralidade que reflete de perto a moralidade Cristã mesmo quando sua visão de mundo afirma a seleção natural evolucionaria e sobrevivência do mais adaptado. Eles presumem a visão de mundo Cristã mesmo quando a negam. O mesmo é verdade da sua condução da ciência, filosofia ou outra coisa. A verdade da visão de mundo Cristã é suposta como o universo é presumido ser ordenado de acordo com leis uniformes e consistentes e não de acordo com caos aleatório e imprevisível. Uma discussão adequada deste ponto está além do objetivo deste livreto. Porém observe que o ateísta não vive e não pode viver de acordo com uma aplicação consistente dos seus próprios princípios professados. Ele necessariamente vive como se Deus existisse enquanto nega Sua existência.

5 Responder argumentos altamente técnicos construídos naquelas suposições pode ser deixado para os “experts”. Isto não quer dizer que os Cristãos não precisam estudar argumentos apologéticos específicos e detalhados em defesa da fé Cristã, nem é por para baixo o trabalho excelente dos cientistas e filósofos Cristãos em sua defesa do Cristianismo. Quer dizer apenas que os Cristãos não necessitam ter um Ph.D. em filosofia para responder às objeções filosóficas básicas ao Cristianismo, ou um Ph.D. em biologia ou genética para adequadamente responder às objeções do seu professor de biologia.

6 A técnica de usar diálogos ilustrativos era frequentemente utilizada por Cornelius Van Til em seus escritos. Embora a sofisticação e a perspicácia dos diálogos escritos por Van Til excedem em muito aquele que eu escrevi, de qualquer forma eu emprestei a sua técnica.

7 Veja Salmo 19:1-6, Atos 14:17, Romanos 1:19-21, 2:14-15. Os teólogos chamam a isto de revelação “geral” para distinguir da revelação “especial”, as Escrituras.

8 Todas as pessoas tem um “senso de divindade”, um conhecimento de Deus. Romanos 1:18-21 nos diz que todas as pessoas “conhecem” a Deus porque Deus Se revelou a eles, embora os descrentes pecaminosamente suprimem este conhecimento. Os crentes conhecem a Deus de uma forma diferente do que os descrentes, pois seu conhecimento inclui um verdadeiro entendimento e amor por Deus, enquanto os descrentes suprimem e distorcem o conhecimento de Deus a fim de negá-Lo. Quando as Escrituras falam dos incrédulos como não conhecendo a Deus elas se referem ao conhecimento íntimo e pessoal de Deus possuído pelos crentes.

9 Na verdade, nenhum argumento ou evidência poderia ser apresentado para convencê-lo de outra forma fora do poder e obra do Espírito Santo e das Escrituras. A Bíblia claramente ensina que os incrédulos são “hostis” a Deus (Colossenses 1:21, Romanos 8:7), eles “não podem entender” e “não podem aceitar as coisas do Espírito de Deus” (I Coríntios 2:14), eles são “obscurecidos de entendimento” (Efésios 4:18), e espiritualmente “mortos” de tal forma que as coisas excelentes de Deus e Cristo são vistas como “tolice” (Efésios 2:1, I Coríntios 1:18-23). Em todos os lugares eles são confrontados com a evidência e conhecimento de Deus em seus corações e na beleza e bênçãos do universo criado, assim eles “detém a verdade” de Deus “pela injustiça” (Romanos 1:18-22). Por conseguinte, incrédulos não são nem objetivos nem neutros no seu entendimento e interpretação de Deus e Seu universo criado.

10 As Escrituras não somente ensina o nascimento virginal como algo realizado pelo poder infinito de Deus, como também sua necessidade teológica. Cristo não poderia ser nosso salvador sem pecado se Ele estivesse sujeito ao pecado original como um descendente físico de Adão através de um pai humano.  Além disso, dada a maldição sobre Jeconias da linha real de Davi (Jeremias 22:30), nenhum descendente físico de Jeconias poderia sentar no trono de Davi. José, o pai terreno de Cristo, era um descendente direto da linha real através de Jeconias (veja Mateus 1:1-17), assim Cristo era da linha real. Porém Cristo não estava sujeito à maldição sobre a “semente” ou descendentes físicos de Jeconias porque Ele foi nascido de uma virgem. Ele não era um descendente físico de Jeconias. Além disso, devido à maldição sobre os descendentes de Jeconias, Cristo é a única pessoa que poderia sentar no trono Davídico em cumprimento da aliança Davídica. O nascimento virginal, portanto, é uma absoluta necessidade teológica  e uma maravilhosa figura da providência de Deus.

11 Fora de Deus, nenhuma base racional para a uniformidade ou existência das “leis da natureza” é possível, pois toda a existência e eventos seriam de acordo com chance aleatória. Entretanto, os ateístas assumem a visão Cristã de um universo ordenado em todas as áreas da vida, incluindo a ciência. Porém a única base para tal universo ordenado é o Deus que eles negam. E os milagres das Escrituras, divinamente previstos partidos daquela ordem, eles também rejeitam, então afirmando a visão Cristã do mundo que eles tentam negar.

12 Ninguém age inteiramente de forma consistente com os seus princípios aceitos. Na verdade, cada vez que pecamos negamos nossa afirmação professada do Senhorio de Cristo. Quando os crentes professos afirmam somente Deus como não criado e eterno, a origem de todas as coisas, eles não deveriam tentar explicar Suas obras na história de uma maneira aceitável para os princípios daqueles que negam que Deus é a base de toda a realidade. Isto seria negar o próprio Deus que eles professam. Nisto ou eles falham ao aplicar seus princípios declarados ou eles tem uma visão imprópria de Deus e agem de acordo com sua visão imprópria. A atitude apropriada para abordar as Escrituras é achada em Isaías 66:2, “Porque a minha mão fez todas estas coisas, e assim todas elas foram feitas, diz o SENHOR; mas para esse olharei, para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra”.

13 Observe que o “problema do mal” vai além da existência de calamidades no mundo que são diretamente ou indiretamente o resultado do julgamento de Deus com o pecado moral, incluindo a maldição do mundo em Gênesis 3.

14 Jó 38:4, Jó 38-42 é uma passagem muito valiosa para desenvolver a humildade apropriada ao se aproximar de Deus e Sua explanação da história e realidade à luz de nossas limitações.

15 A perspectiva Cristã é que nós nunca podemos ter conhecimento infinitamente exaustivo de Deus e do universo, mesmo do céu, já que não somos e nunca seremos Deus. É somente porque o Sr. A nega a existência de Deus, e não pode conceber a vasta diferença entre o Deus da Bíblia e Suas criaturas, que ele argumenta que a humanidade irá algum dia ter todas as respostas.

16 Observe como o ateísta é tanto sensato como insensato ao mesmo tempo. Ele é sensato ao admitir suas limitações, porém insensato ao presumir conhecer o que possivelmente não pode conhecer. Ele admite e nega suas limitações ao mesmo tempo. Esta é uma característica de toda descrença. As pessoas vivem como seres criados num universo criado, sustentado e ordenado por Deus, abrangido pelo conhecimento de Deus em todo lugar, mesmo em seus próprios corações. Contudo eles presumem um conhecimento que eles não poderiam possivelmente possuir, negando a realidade que os cerca e a verdade que os confronta a cada instante. Eles fazem isto em tudo da vida, negando Deus enquanto assumem e vivem de acordo com uma realidade que eles somente podem ter pela infinitamente sábia criação do universo, mantido e ordenado pelo Deus da Bíblia que eles negam.

17 Um adequado tratamento das várias tentativas de resolver o problema do mal está além do objetivo deste pequeno livreto. Para uma apresentação concisa e crítica das soluções propostas para o problema do mal veja John M. Frame, Apologetics to the Glory of God (Phillipsburg, NJ: P&R Publishing, 1994) 149-190.

18 Aqui de novo, a repreensão de Deus a Jó é instrutiva: “Porventura também tornarás tu vão o meu juízo, ou tu me condenarás, para te justificares?” (Jó 40:8).

3. Respondendo ao Agnóstico

O Caráter e o Objetivo da Alegação do Agnóstico em Relação a Deus, Homem e Toda Realidade.

Agnosticismo varia da alegação mais dogmática de que “a existência de Deus não pode ser conhecida,” até a “amável e gentil” versão que alega uma “falta de evidência” para afirmá-la ou negá-la. À primeira vista, estas alegações parecem como simples reconhecimento das limitações do conhecimento humano. Numa análise mais profunda, contudo, elas dizem muito sobre Deus e o universo inteiro. Por exemplo, elas dizem que Deus não existe, ou se Ele existe, Ele é ou incapaz de se fazer conhecido ou escolheu não Se fazer conhecido, ambas afirmam algo sobre a natureza ou intenções de Deus o qual os agnósticos dizem não poder ser conhecido (mais sobre isto depois).

Também, alegações de que a existência de Deus não pode ser conhecida ou que está faltando evidência sugere que nada no universo conhecido sustenta as marcas claras da origem divina: Cristo, as Escrituras, consciência, razão, amor, lei da física e biologia, etc. Elas também sugerem que toda a “miraculosa”1 beleza e desenho do universo não mostra evidência da grande sabedoria de um planejador. As alegações intencionais ou não do agnóstico são mais detalhadas do que parece inicialmente. Elas dizem respeito à natureza de tudo que existe ou que existiu em qualquer momento, e assegura que pode ou não ser verdade de acordo com a realidade final. E enquanto os agnósticos admitem ignorância de muitas coisas, eles sabem com certeza que nada no universo conhecido mostra evidências da natureza ou existência de Deus.

O Caráter e o Objetivo Da Alegação do Agnóstico Em Relação ao Conhecimento, Verdade e a Autoridade Suprema.

Além das declarações relativas à natureza de Deus, humanidade e realidade, os agnósticos sugerem alegações similares com respeito à natureza do conhecimento, verdade, e autoridade suprema. Com as alegações agnósticas de que elas existem independentemente de Deus, ou pelo menos de que Deus não é necessário para suas existências e conhecimento, eles creem que podem observar interpretar e fazer declarações verdadeiras sobre a natureza final do universo fora da explanação de Deus sobre ele. Em outras palavras, alguém pode ter verdadeiro conhecimento, verdade absoluta e autoridade suprema para conhecer e falar a verdade sem qualquer dependência de Deus.

Como o ateísta, o agnóstico nega a necessidade da explanação de Deus para a origem e a natureza da realidade. Apesar da considerável limitação humana, ele presume sua própria habilidade para conhecer e explicar a natureza final do universo. Assim, declarando a existência e a natureza de Deus como não conhecível, e, portanto desnecessária para uma explicação adequada da realidade, os agnósticos declaram sua própria opinião ou interpretação da realidade como verdadeira e autoridade final. Poucos seriam tão audaciosos de declarar sua própria interpretação da realidade como determinante final da verdade, porém isto é exatamente o que o agnosticismo sugere.

Como a explanação de Deus sobre o universo é considerada desnecessária, o limitado ponto de observação do intérprete humano funciona como a posição final de autoridade, se isto é admitido ou não pelo agnóstico. Enquanto os agnósticos admitem livremente sua ignorância em relação a muitas coisas, como fazem os ateístas, eles, contudo permanecem absolutamente certos de que Deus não revela ou não pode revelar Sua existência e natureza para a humanidade. A realidade não tem necessidade do poder de Deus para seu começo ou contínua existência. Não sustenta marcas do Seu desenho e atividade criativa, e o limitado ponto de observação de um ser humano finito é suficiente para fazer estas declarações competentes e verdadeiras.

Que justificativas o agnóstico tem para fazer tais alegações discutiremos mais adiante, porém observe bem o objetivo das suas alegações. Eles não somente consideram Deus, homem e realidade, porém estendem também para conhecimento, verdade e autoridade final, apesar de afirmações ao contrário.

A Natureza e o Objetivo da Alegação do Agnóstico em Relação à Ética ou Moralidade

Segue, então, que se o agnóstico é o árbitro final da natureza de Deus, humanidade, e realidade, assim como do conhecimento, verdade e autoridade final, ele ou ela é, portanto o juiz supremo do certo ou errado. Se não podemos saber a natureza de Deus, ou mesmo estar seguro da Sua existência, que alegação poderia ter tal Deus (se Ele existe) sobre a humanidade? Para qual autoridade maior pode a humanidade olhar, ou para qual padrão de moralidade está a humanidade obrigada, se a existência e natureza de Deus é desconhecida? Ausente o amor e o temor de Deus, o agnóstico, juntamente com o ateísta, está livre para fazer qualquer coisa que parecer certo aos seus próprios olhos. Mesmo quando um “deus” ou ser superior é visto como uma base necessária (embora imaginária) de moralidade, a humanidade permanece como a autoridade moral suprema. E se nenhuma autoridade superior pode ser conhecida, nenhuma responsabilidade final para as ações de alguém pode ser conhecida. Novamente, isto não quer dizer que todos os agnósticos vivem vidas aparentemente imorais em relação aos Cristãos. É simplesmente dizer que a afirmação de que a existência e a natureza de Deus não podem ser conhecidas é uma alegação de independência das leis e do juízo supremo de Deus. A alegação de que Deus não pode ser conhecido implica em nenhum padrão final de certo ou errado, nenhuma responsabilidade final e nenhum juízo final. Portanto, as alegações dos agnósticos são abrangentes em sua ética, como elas se estendem para o governo moral do universo, o destino final da humanidade após a morte e a existência da responsabilidade final no daqui para frente por má conduta na vida presente. Dizer que a existência e a natureza de Deus não podem ser conhecidas é dizer muita coisa.

Capítulo Sete: Expondo a Suposição de Onisciência

Ilustrando as suposições comuns subjacentes ao agnosticismo e ateísmo, retornamos à nossa conversação em andamento entre o senhor Cristão (“C”) e o senhor Agnóstico (“A”), que tem desde então trocado sua profissão de ateísmo por agnosticismo.

A: Saudações, senhor C, tenho boas notícias para você!

C: Saudações para você, senhor A, Estou ansioso para ouvi-las.

A: Não sou mais um ateísta e devo isto a você!

C: Estou emocionado, senhor A. Você virá ao nosso estudo Bíblico nesta Quinta-feira?

A: Oh, não, senhor C, nada disso. Nossa discussão sobre o ateísmo me convenceu que não tenho a onisciência necessária para declarar a não existência de Deus, pois afinal de contas, sou apenas humano. Como pode alguém com limitações mentais e físicas possivelmente saber o suficiente de cada aspecto do universo e, além disso, declarar que Deus não existe?

C: Excelente, senhor A.

A: Sim, senhor C, você me convenceu a ser um agnóstico.

C: O que?

A: Você sabe: um agnóstico. Seus argumentos foram tão convincentes que fui forçado a admitir minhas limitações como um ser humano. Constrangido por estes limites, não consigo possivelmente saber se Deus existe ou não, e é completa arrogância para alguém alegar tal conhecimento, não concorda senhor C? Além disso, Deus é tão maior que nós, não é? Você mesmo não diz isto?

C: Hum…

A: Eu era arrogante, porém eu tenho sido humilde. Eu era insensato presumindo saber o que não podia saber, assim agora sou sensato em admitir minhas limitações.

C: Isto parece uma completa transformação, senhor A. Posso fazer mais algumas perguntas?

A: Por favor, faça. Talvez desta vez você me convença a ser um Budista com sua erudição.

C: Humilde de fato, senhor A.

A: Estou brincando, faça suas perguntas.

C: Você alega que é impossível para qualquer ser humano saber se Deus existe ou não?

A: Sim.

C: Você também está dizendo que nenhum ser humano poderia saber como Deus é, mesmo que Ele existisse?

A: Certo. É sensato que não possamos saber como Deus é e se Ele existe ou não.

C: Se Deus existisse, poderia Ele Se fazer conhecido para Suas criaturas?

A: Não.

C: Eu pensei que você disse que não podemos saber como Deus é?

A: Não podemos.

C: Então porque você está me dizendo agora como Deus é?

A: Não estou lhe dizendo como Deus é.

C: Você está me dizendo que ou Ele não existe ou se Ele existe, Ele ou não tem poder ou sabedoria para Se revelar para Suas criaturas ou Ele voluntariamente escolheu não fazer isto. Como você sabe isto?

A: Porque Ele não Se revelou.

C: Como você sabe que Ele não se revelou ou não poderia se revelar?

A: Eu sei aonde você quer chegar com isto Sr. C. Certo, sou incapaz como um ser humano finito saber com certeza que Deus não poderia Se revelar e que Ele não pode possivelmente ser conhecido. Eu precisaria ter conhecimento sobre Deus para dizer tais coisas, e eu já disse que não podemos conhecer Deus. Entendi, estou me contradizendo, sendo sensato e insensato ao mesmo tempo. É a isto que você quer chegar?

C: Correto. Alegar que Deus pode ou não fazer alguma coisa é alegar conhecimento de Deus do qual você diz que não podemos ter conhecimento, uma contradição. E o que alguém teria de saber para legitimamente alegar que um Deus transcendente pode ou não fazer, independentemente de Deus falar a ele?

A: Creio que Ele teria de ser o próprio Deus, de que outra forma ele poderia saber sobre o que Deus pode ou não fazer?

C: Correto. Como discutimos antes, para dizer o que Deus pode ou não ser e o que Ele pode ou não fazer, independentemente de Ele revelar isto para você, é ter fé em sua própria opinião em relação à natureza final de Deus e do universo. Somos finitos e mal equipados para dizer tais coisas, ao menos com autoridade legítima. Você se faz novamente a autoridade final com respeito a interpretar a natureza de Deus e do universo não possuindo a capacidade para fazê-lo.

A: Quem disse alguma coisa sobre o universo?

C: Dizendo que Deus não pode Se revelar, você diz essencialmente que nada que sabemos sobre o universo dá evidência da Sua existência ou demonstra alguma coisa da Sua natureza.

A: Certo, não diz.

C: Porém como você sabe?

A: Porque olho para o universo e não vejo qualquer evidência de Deus. Pego o seu ponto original de que não posso dizer que Deus não pode ser conhecido, porque isto é me contradizer dizendo como é Deus enquanto digo que Ele não pode ser conhecido. É me fazer como Deus definindo a natureza final de Deus em que Ele pode ou não ser ou fazer, mesmo embora eu não tenha a capacidade para fazer isto. Assim, estou revisando minha posição agora.

C: Certo, pode falar.

A: Pode ser que Ele exista, pode ser que não. Simplesmente não sei. Não vou arriscar dizer se Ele pode ou não ser conhecido, ou o que Ele pode ou não fazer, já que não tenho condições para isto e somente estaria me contradizendo se o fizesse. Portanto, vou dizer isto, simplesmente não sei.

C: Você está dizendo que não há evidência?

A: Eu sei o que você vai dizer se eu disser que não há evidência. Você dirá que devo ser onisciente para dizer isto, que eu devo saber tudo o que há para saber no universo para dizer que não há evidência absolutamente. Assim vou dizer isto, talvez haja evidência, talvez não, porém eu não vi pessoalmente qualquer evidência da existência de Deus, assim simplesmente não sei.

C: Sei.

A: Sr. C, ao menos fique tranquilo que você não me convenceu a me tornar um Budista. Porém parece que ainda sou um agnóstico, embora mais esperto e mais sensato, graças a você. Agora, com toda humildade, não sei se Deus existe, porém sei que o valor da minha casa e da opinião favorável duramente conquistada dos meus vizinhos diminuirá se eu não terminar a pintura que comecei nesta manhã. Grato de novo pelas suas ideias Sr. C. É sempre um prazer.

C: Seja bem-vindo.

Parece que as coisas não saíram exatamente como o Sr. C gostaria, embora ele tenha exposto o agnosticismo dogmático inicial do Sr. A como sem base, obrigando-o a revisar sua posição. Também, o Sr. C reiterou os princípios que responderam o ateísmo inicial do Sr .A, um fundamento que por fim irá se mostrar útil ao responder ao novo e melhorado agnosticismo do Sr. A. Observamos que a afirmação dogmática, “a existência e os atributos de Deus não podem ser conhecidos” está baseada na mesma equivocada suposição do ateísmo que presume a perspectiva finita do ser humano como suficiente para saber o que só a onisciência pode saber. Contudo, a alegação do Sr. A que a existência e a natureza de Deus não pode ser conhecida é realmente uma alegação para saber o que Deus é capaz ou deseja fazer (como fazer-Se conhecido para Suas criaturas), embora o Sr. A alegue que Deus não pode ser conhecido. Isto, naturalmente, é uma contradição autoderrotada, uma alegação para saber o que o agnóstico diz que não pode ser conhecido. Contudo, assumindo a autoridade final do próprio Deus definindo o que Deus pode e não pode ser, o Sr.A colocou uma fé não justificada em sua própria habilidade de saber que ele afirmou não poder ser conhecido (e não poderia ser conhecido independentemente de uma direta revelação de Deus).

Assim, ao perguntar aos agnósticos como eles sabem o que eles dizem que sabem vemos a fé insensata e autocontraditória nas suposições implícitas nas suas alegações. Isto declara sem valor seus melhores e mais sofisticados argumentos, desde que eles estão construídos sob estas suposições. Para reiterar, como pode alguém que não sabe o que está na minha garagem ou caixa de madeira me dizer o que o transcendente Deus do universo pode ou não ser ou fazer?

Capítulo Oito: A Insensata Negação do Agnóstico Do Óbvio

Previamente eu mencionei dois tipos de agnosticismo, um que dogmaticamente assegura que a natureza e a existência de Deus não podem ser conhecidas (a versão expressada acima) e um “agnosticismo mais suave e gentil” que meramente admite uma falta de evidência. No intercâmbio mais recente vimos o Sr. A passar do primeiro para o último quando confrontado com a irracionalidade da sua alegação de que a existência e natureza de Deus não pode ser conhecida. Então, o Sr.A parece ter trocado seu agnosticismo dogmático e injustificado (aquele de definir o que Deus pode ou não ser ou fazer) para um admissão da sua própria inadequação. Ele agora admite que a evidência da natureza e existência de Deus pode existir, embora ele alegue nunca a ter visto. O Sr. A finalmente se tornou sensato em suas alegações em relação à existência e aos atributos de Deus? Seu agnosticismo “mais suave e gentil” é uma forma sensata de descrença? Ele levou mais satisfatoriamente em consideração as limitações do ponto de vista e conhecimento humano? Ouçamos...

C: Bom dia Sr. A. Sua casa parece ótima.

A: Obrigado, Sr. C, você é um cavalheiro, mesmo sendo um religioso fanático. Estou ansioso para ouvir sua resposta ao meu mais humilde e sensato agnosticismo.

C: Você é muito gentil, Sr. A. Se eu o entendi corretamente, você agora admite que a evidência da existência de Deus possa existir, porém você simplesmente não viu nenhuma, correto?

A: Correto.

C: Assim, é possível que outros possam ter visto evidência da existência de Deus que você não viu?

A: Não penso assim, já que somos humanos com experiências similares.

C: Então pode haver evidência, porém ninguém a viu?

A: Sim.

C: Se ninguém tem acesso a qualquer evidência estamos de volta à sua alegação original de que não existe nenhuma evidência de Deus. Isto pode ser porque Deus não pode, não revelou, ou não revelará Sua existência. Ou, se ele revelou, Ele escolheu não revelar para nós. Você está de volta à alegação de que Deus pode ou não ser ou fazer o que você é incapaz de fazer.

A: Está bem, pode ser que outros tenham visto evidência, porém eu não vi, e não posso ser convencido até que eu veja.

C: As Escrituras nos dizem tudo no universo, inclusive seu conhecimento, sua consciência, as estrelas, uma criança, e o alimento da sua mesa é evidência clara e óbvia.

A: Porém não vejo qualquer coisa como evidência da existência de Deus. Você diz é e eu digo não é – é um empate. Você tem sua opinião eu tenho a minha. Quem vai dizer quem está certo?

C: Sei, porém finalmente minha interpretação é baseada no testemunho das Escrituras que tudo da realidade leva as marcas da sabedoria, projeto e poder de Deus, de tal forma que tudo é sem pretexto.

A: Porém não aceito as Escrituras como verdade.

C: Assim agora podemos concordar que temos diferentes fundamentos sobre os quais baseamos nossa interpretação da verdade. Meu fundamento é as Escrituras, o seu é a sua própria opinião.

A: Porém não acredito que as Escrituras são a palavra de Deus.

C: Assim, novamente, você está depositando sua interpretação de toda a realidade, incluindo sua visão das Escrituras, na sua própria opinião, que já mostramos ser um fundamento inadequado sobre o qual interpretar a natureza de Deus e da realidade. Você não pode me dizer o que está na minha caixa de madeira, porém você sabe com certeza que as Escrituras não são a palavra de Deus. Assim você ainda está funcionando como a autoridade suprema no universo na sua interpretação da natureza de Deus e de toda a realidade. A propósito, como você sabe que as Escrituras não são a palavra de Deus?

A: Ela está cheia de contos de fada e mitos, como Jonas numa baleia. Mesmo alguns dos seus Cristãos eruditos dizem que está cheia de mitos.

C: Sim, alguns eruditos parecem ajudar você mais do que nós, Sr. A. Ainda parece que sua interpretação das Escrituras está baseada na pretensão de que Deus não existe, pois se Ele existe, milagres seriam justificados e esperados. Rejeitar a Bíblia porque você rejeita milagres é presumir que Deus não existe ou, se Ele existe presumir que Ele poderia fazer ou faria ou não faria o que você admite que não possa saber. Nós discutimos isto antes.

A: Você é frustrante.

C: Minhas desculpas. Eu vejo em cada coisa evidência para a existência de Deus; você não vê em nenhuma delas. Eu acho meu entendimento como sensato você acha sua interpretação como sensata. Certo?

A: Correto.

C: Assim vendo a beleza, o modelo, e o “milagre” do universo e não vendo evidência de Deus é sensato, certo?

A: Certo.

C: Permita-me contar uma estória. Os irmãos Jaques e Jorge foram a um museu e viram lindas esculturas e pinturas, inclusive Rembrandts e Monets. Jaques exclamou: “Oh que brilho e dom dos artistas!” Ao que Jorge falou: “Como você sabe? Não vejo nenhuma evidência dos artistas. Ver grandes artistas nestes trabalhos...”. Quem é sensato, Jaques ou Jorge?

A: Jaques, naturalmente.

C: No outro dia, enquanto jogando um sofisticado jogo de computador, Jaques exclama: “Os programadores disto são brilhantes”. Ao que Jorge responde: “Programadores? Não vejo qualquer evidência de programadores!” Quem está sendo sensato?

A: Jaques. Negar a evidência dos programadores é tolice.

C: Depois eles viajaram para esquiar com as suas esposas e viram pegadas na neve formando a frase: “Você casará comigo, coelhinha aconchegante?”. Jaques exclama: “Que romântico, uma proposta de casamento na neve, e com tal apelido fofo”. Ao que Jorge responde: “Como você sabe que alguém escreveu isto?”. Quem é mais sensato?

A: Naturalmente, qualquer pessoa sensata saberia que alguém escreveu aquilo na neve.

C: A evidência seria mais convincente se tivesse mais palavras inteligíveis ou menos palavras na neve?

A: Mais palavras. Talvez a neve caindo das árvores pudesse produzir uma ou duas palavras (embora elas fossem pegadas) porém de qualquer forma, quanto mais palavras e complexidade das sentenças, maior a evidência de que alguém escreveu aquilo.

C: Assim, se uma enciclopédia inteira estivesse na neve, seria maior a evidência de uma simples sentença?

A: Naturalmente.

C: Assim, uma pintura de um dedo poderia ser um acidente, porém uma Mona Lisa requer um pintor experiente?

A: Exatamente.

C: Se você viajar para a lua e achar um computador funcionando na superfície, o que você concluiria?

A: Não fui o primeiro a ir lá, naturalmente.

C: Poderia ter acontecido de ele estar ao longo do tempo?

A: Um computador programado e funcionando? Claro que não, esta seria uma interpretação insensata.

C: Você sabe que uma folha de grama é mais sofisticada do que qualquer coisa que a humanidade tenha produzido com todos os seus esforços tecnológicos?

A: Sim, eu tive biologia.

C: Que uma simples formiga é mais sofisticada do que um jato de Guerra F-22?

A: Garantido.

C: Então me diga por que é insensato negar que artistas, programadores ou escritores na neve existem, porém é inteiramente sensato negar que o desenhista e o construtor de uma formiga, uma flor, uma criança, bilhões de formas de vida, incluindo trilhões e trilhões de simples células, cada uma mais sofisticada do que qualquer ser humano jamais tenha criado? Você é mais ou menos sensato do que Jorge em sua alegação da não evidência de artistas, programadores, e um potencial noivo? De acordo com os seus próprios princípios, quanto maior a sofisticação e a complexidade não seria maior a evidência da genialidade do projetista?

A: Certo, porém não vejo a evidência.

REVER:

C: Você tem uma opinião, porém como ela é uma opinião sensata dada a evidência? Você pode rejeitar minha interpretação, porém minha interpretação é sensata de acordo com seu próprio critério do que constitui falta de sensatez. Quando chega a existência e a natureza de Deus, contrário aos seus próprios princípios, você vai de ser sensata para exercitando pura fé cega em sua própria opinião.

A: Porque eu faria isto, Sr. C?

C: As Escrituras dizem que nós pecaminosamente suprimimos a verdade óbvia porque somos injustos e hostis a Deus.2 A existência de artistas não tem implicações morais definitivas para nossa vida, assim facilmente admitimos sua existência diante da evidência. Porém a existência de Deus requer nossa adoração sincera e obediência a Ele, a resposta adequada ao nosso Criador. Sua existência destrona nossa posição assumida como capitão do nosso próprio barco, como intérprete definitivo da natureza de Deus homem, realidade, conhecimento, verdade, autoridade e ética. Ninguém pode abordar a existência e a natureza de Deus com a objetividade neutra de uma abordagem a uma pintura num museu. Pessoas que gostam de nomear seus próprios palpites têm um interesse compulsivo (embora insensato) de negar Deus. Isto não é contabilizado pelo fato de que eles deixam de lado sua insensatez usual e questionam a existência de Deus apesar da evidência clara, conspícua, compreensiva e convincente ao contrário?

A: Então, você está dizendo que eu propositadamente nego o óbvio porque eu desejo o meu próprio caminho e me recuso adorar a Deus?

C: Sim, e esta é a mesma razão pela qual as pessoas negam que a Bíblia é a palavra de Deus. A evidência de que a Bíblia é a palavra de Deus é tão clara, conspícua, compreensiva e convincente como a evidência de que Deus criou tudo no universo, porém as pessoas deliberadamente a rejeitam.3 Aqueles que veem as claras impressões digitais de Deus na beleza e na ordem do universo e negam Deus como Criador irão sempre negar a beleza e a excelência do Evangelho de Jesus Cristo e a Bíblia como a revelação escrita de Deus.

A: Então você está dizendo que não sou neutro e objetivo ao interpretar a evidência, que eu tenho um machado para cortar?

C: Sim, Sr. A, você sabe porque Cristo disse: “Aquele que não é por Mim é contra Mim?4

A: Não, por que?

C: Porque Ele é Deus encarnado, e você não pode ser neutro com Aquele que criou você, lhe dá todas as boas coisas, para quem você deve todo amor, honra, e obediência. Somos todos criados por Deus para gozá-Lo e dar-Lhe glória. Ser “neutro” é suprimir o claro conhecimento de Deus em ingratidão pecaminosa, rejeitar Seu propósito e trata-Lo com desprezo. Algumas vezes ignorar alguém é maior ódio do que oposição ativa. “Neutralidade” em relação a Deus é desprezar a obrigação moral por amor, honra, e obedecer ao seu Criador. Não existe meio termo para a criatura.

A: Meu jardim necessita de água, assim devo ir utilizar a sabedoria dada a mim por, bem, quem sabe?

C: Bem, vou deixá-lo com “quem sabe”. Eu irei agradecer a Deus e minha esposa pelo bife que estará esperando por mim quando chegar em casa. Deus provê ricamente para Suas criaturas, assim como Ele provê para você e lhe dá sabedoria para cuidar do seu jardim. Na verdade, “Ele não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo os vossos corações de fartura e alegria”.5 De fato, Ele proveu para você um Salvador para livrá-lo da pena pelo seu pecado determinado de ingratidão.

A: Por favor, me fale mais..

C: Em João 3:16 está escrito…

A: Está brincando! Vejo você mais tarde; estou fora para cultivar meu jardim!

C: (suspiro).

Tendo “progredido” de um agnosticismo mais estridente que alega que Deus não pode ser conhecido, o Sr. A se refugiou no “suave e gentil” agnosticismo que meramente alega uma falta de evidência. Ao fazer a mudança, no entanto, o Sr. A não mudou a sua fé cega insensata em sua própria opinião referente à natureza final de Deus e do universo, porém somente mudou sua fachada. Alegar nenhuma evidência é assumir conhecimento do universo inteiro e afirmar que ou Deus não existe, ou, se Ele existe, Ele não pode ou não irá fazer a sua existência e atributos conhecidos. Mas para fazer tal alegação, alguém teria de conhecer a existência e os atributos do Deus que não podem ser conhecidos. Admitir a possibilidade de evidência, porém negar acesso a tal evidência é um pouco diferente de alegar nenhuma evidência. Em ambos os casos, tudo da beleza e modelo “miraculoso” do universo é interpretado pelo Sr. A como sustentando nenhuma evidência de Deus.

Esta mesma alegação é contrária aos próprios princípios do agnóstico. Ela injustificadamente assume que um ser humano finito é capaz de ter o conhecimento necessário para fazer tal interpretação como fidedigna e verdadeira. O agnóstico rapidamente admite o artista atrás da grande arte, o programador atrás do programa do computador, e o escritor atrás da proposta na neve, tudo enquanto afirmando que quanto maior o desenho e a complexidade dá maior evidência de um planejador. Ao mesmo tempo, o agnóstico alega que o maior modelo e complexidade não dá evidência, contrário aos seus próprios princípios. Porque o normalmente o agnóstico sensato e lógico se torna tão insensato e ilógico com respeito à existência e a natureza de Deus? Porque admitir a existência de Deus é admitir o próprio compromisso de alguém para agradecer, adorar e obedecer a Deus como criador e provedor, admitir o compromisso do julgamento por não fazer assim, e negar a sua própria autoridade e independência. Admitir que a Bíblia seja a palavra de Deus é fazer o mesmo. E assim é que ninguém aborda a questão da existência e atributos de Deus com uma objetividade isolada, e assim é porque uma pessoa normalmente sensata vai até tão grande distância para negar o óbvio. Emprestando um dito de Irving Kristol: “Quando nos falta vontade de ver as coisas como elas realmente são não há nada mais misterioso do que o óbvio”.

Capítulo Nove: Uma Verificação Real no Sr. C e no Sr.A

As trocas entre o Sr. C e Sr. A foram elaboradas para ilustrar certos princípios e técnicas de apologética e não deveriam ser vistas como discussões típicas entre um crente e um descrente. Ao contrário, o diálogo inclui uma boa quantidade de exagero em que ele foi tão longo e longe quanto ele foi, tão cordialmente quanto ele foi, e na quantidade de terreno que o Sr.A estava desejando conceder ao Sr. C. A maioria dos Cristãos experimentou a dificuldade de corrigir incrédulos das suas noções de Deus e do universo, e concluíram que não há como predizer como uma dada conversação continua e termina. Incrédulos irão ceder bastante com referência a não essenciais. Mas quando eles percebem que o seu objeto final de fé, suas mais profundas suposições ou pressuposições sobre Deus e realidade estão a ponto de serem expostas e mostradas pelo pecado insensato que elas são, eles mudam o assunto, desistem da discussão, ignoram você, perseguem você ou então evitam a exposição das suas suposições pecaminosas e a hostilidade contra o Deus da Bíblia.

Enquanto muitas questões relativas a Deus e o universo são objetos de escárnio para discussão, o objeto final dos descrentes da sua mais profunda fé, a questão central e mais importante do seu sistema de crença, está estritamente fora de limites. Na verdade, fora do trabalho do Espírito Santo, qualquer verdadeira apresentação do Evangelho, incluindo uma chamada ao arrependimento de uma fé insensata e idólatra para a fé somente em Cristo, sempre será resistida e rejeitada tenazmente. Somente o poder de Deus pode trazer alguém para a verdadeira fé em Cristo. No entanto, somos chamados para proclamar e defender o Evangelho para os incrédulos, deixando os resultados para Deus.

Resumo

Vimos que a crítica ao agnosticismo assemelha-se próximo àquela ao ateísmo, ao contrário da visão que o agnosticismo corrige os problemas inerentes do ateísmo, as alegações de fé sobre as quais eles fazem seus argumentos são virtualmente idênticas. De fato, as mesmas alegações permeiam todos os argumentos incrédulos contra as Escrituras de Deus. Então, entendendo a fé cega insensata implícita ao ateísmo e agnosticismo, o leitor será mais apto de identificar e expor as alegações de fé por trás dos argumentos incrédulos.

Como as alegações do ateísta, as alegações do agnóstico de que “a existência de Deus não pode ser conhecida” ou “que a evidência da Sua existência está faltando” são realmente afirmações sobre a natureza final de Deus, homem, realidade, conhecimento, verdade, autoridade e ética. Ao destacar o objetivo destas alegações observamos como o agnóstico é mal equipado para fazê-las.

Examinando a autoridade para fazer alegações sobre a natureza última de Deus e do universo, fazemos a simples pergunta: “Como você sabe o que você diz que sabe?” Como o ateísmo, o agnosticismo se apoia na fé não autorizada da opinião humana. Novamente vemos que o ser finito, limitado pelos cinco sentidos, três dimensões, e setenta e poucos anos na terra, não está equipado para fazer declarações dogmáticas, compreensivas e confiáveis sobre a origem e a natureza finais de Deus e do universo. Sem revelação do Deus que “não pode ser conhecido” ou de quem “a evidência está faltando”, os agnósticos são tão mal equipados como os ateístas para fazer declarações dogmáticas sobre Deus e o universo.

Por ultimo, notamos que um agnosticismo “suave e gentil” que alega uma falta de evidência para tanto afirmar como negar a existência de Deus opera nas mesmas alegações de variedade mais dogmática. Também um apelo à “falta de evidência” é contrário aos próprios princípios de interpretação e conhecimento do agnóstico. A razão rapidamente se torna insensata em face das profundas implicações da existência e autoridade de Deus sobre a vida dos incrédulos. Em defesa da sua independência assumida, as Escrituras nos dizem que os agnósticos e todos os incrédulos: detêm a verdade em injustiça, porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.6

E assim é que o agnóstico e o ateísta negam o óbvio. Não querendo renunciar o seu lugar assumido de autoridade e independência para o conhecimento e sua completa dependência do seu Criador, eles O lançam na obscuridade ou fora da existência.

Craig Biehl, 2011

Traduzido por Césio Johansen de Moura


1 Uma descrição favorita do universo e dos seus conteúdos usada pelos incrédulos.

2 Veja Romanos 1:18-21, João 3:19-20

3 Incrédulos pecaminosamente suprimem e rejeitam tanto a revelação geral como especial. Veja Lucas 16:31; João 1:9-14; 5:36-40, 46-47; 8:34-47; 10:1-16; 1 Coríntios 1:18-24; 2:6-16; 2 Pedro 1:20-21.

4 Mateus 12:30.

5 Atos 14:17.

6 Romanos 1:18b-21

4. Comentários Finais

Uma Abordagem Apropriada

Nós abordamos brevemente uma pequena amostra dos argumentos contra a existência do Deus das Escrituras, ainda apresentamos a base para a compreensão da natureza de todos tais argumentos, provendo um sistema para efetivamente responder àqueles que querem minar nossa fé em Cristo. E como em todos os princípios bíblicos, aplicação apropriada demanda estudo, reflexão, experiência e tempo.

Também, não existe uma “formula” que deva ser aplicada exclusivamente para produzir resultados esperados, pois salvação é pelo Espírito de Deus e a Palavra de Deus somente.1 Um método apologético apropriado não garante que o incrédulo irá reconhecer a insensatez da descrença nem responderá com fé salvadora. O pecador é hostil ao Deus das Escrituras e não é “neutro” nem “objetivo” ao ver os argumentos para a fé em Cristo e contra a descrença. Somente o poder de Deus pode mudar o coração pecador.

Qualquer abordagem que alguém adote ao defender e proclamar o evangelho para os incrédulos, o método e a mensagem devem de uma forma suprema honrar Cristo como criador, redentor e Senhor, e ser verdadeira ao que as Escrituras nos têm revelado sobre a natureza de Deus, humanidade, tudo da realidade criada e da própria Escritura. Métodos apologéticos que comprometem a autoridade e precisão histórica das Escrituras ou que tentem fazer as Escrituras compatíveis com a visão do descrente desonram a Deus e prejudicam a fé dos crentes, enquanto afirmando as suposições de fé da descrença.

Apologética e o Evangelho.

A chamada à fé em Cristo é um chamado ao arrependimento da fé errada em ídolos feitos por nós mesmos, pois isto foi central na pregação do ministério de Cristo: “arrependei-vos e crede no evangelho” (Marcos 1:15). O arrependimento é do pecado e que maior pecado do que a idolatria, e que maior ídolo do que a nossa própria explicação de Deus e da realidade, um deus feito por nós mesmos?2 Isto estava no centro do pecado de Adão no jardim quando ele assumiu sua própria interpretação como competente ao escolher entre obedecer e desobedecer à palavra de Deus. Tal independência presumida da autoridade de Deus está no centro de cada pecado. Somos advertidos que “o que confia no seu próprio coração é insensato” (Provérbios 28:26). Este método apologético diz exatamente isto.

Ao expor a fé não autorizada e insensata dos incrédulos em sua própria opinião, expomos a sua fé num falso “deus” feito por eles, do que devem se arrepender e receber a Cristo. Proclamamos o Evangelho em nossa defesa disto e o fazemos em fidelidade a Cristo com graça e amor em direção ao incrédulo.

Naturalmente, Deus e as Escrituras não necessitam de defesa, porém Deus também não necessita de nós para trazer Sua mensagem do Evangelho. Ele é infinitamente capaz de cumprir Sua perfeita vontade fora de nossos esforços. Mas Ele nos chamou para a honra de participarmos dos Seus eternos propósitos, e ordenou a defesa e a proclamação da mensagem do Evangelho para aquele fim.

Então o primeiro objetivo da apologética é trazer as pessoas para a mensagem salvadora de vida para a salvação através da fé na pessoa perfeita e na obra redentora de Cristo apenas. Como as Escrituras são o meio apontado por Deus e suficiente para convencer os incrédulos do pecado e trazê-los ao arrependimento e salvação, assim o propósito final de qualquer encontro apologético é levar o descrente face a face com o Evangelho de Cristo das Escrituras, incluindo o que as Escrituras dizem sobre a descrença.  À medida que aprendemos a aplicar os princípios da apologética bíblica em nosso contato com os incrédulos, pela graça de Deus, nossa fé e habilidade de responder aos argumentos irracionais da descrença com amor e graça irão melhorando. Quando nosso ponto de partida em todas as coisas é a natureza do nosso glorioso Deus Triuno que criou, ordenou e sustenta todas as coisas e cuja glória é demonstrada em toda a criação nós somos mais bem equipados para viver dentro do Seu mundo e interagir com aqueles que negam o óbvio. Esperamos que sejamos mais atentos em nossas conversações com os incrédulos demonstrando uma preocupação genuína com o seu bem estar, à medida que perguntamos como eles sabem o que eles alegam saber. E em tudo isto, precisamos não ser agitados pelos argumentos “aprendidos” que se opõem à fé em Cristo. Que as aplicações dos princípios possam ser apresentadas aqui com um compartilhar gracioso e paciente de Cristo quando enfrentamos os desafios à nossa fé Nele.

Uma Palavra Para Os Ateístas E Agnósticos.

Finalmente, se você é um ateísta ou agnóstico que está lendo isto, a intenção deste livreto é reforçar a fé daqueles que possam ter sido sacudidos pelos ataques contra sua esperança e alegria. Não desejamos a você nenhum mal e seria um prazer recebe-lo como um irmão ou uma irmã em Cristo, para passar a eternidade com você em alegre comunhão com seu Criador e Redentor.  Contudo, as palavras de Cristo permanecem como uma sóbria precaução:  “Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar”. (Mateus 18:6). Nosso desejo é que você não sofra o destino daqueles que causam o tropeço da fé dos “pequeninos” de Deus.

Todos nós pecamos e carecemos do perfeito amor, honra e obediência que devemos a Deus. Todos nós zombamos e insultamos Aquele que nos criou e nos sustenta com boas coisas. Assim, como nosso substituto, agindo em nosso lugar, Cristo satisfez completamente a perfeita justiça requerida para a vida eterna e pagou a pena infinita merecida pela nossa rebelião e insultos contra Deus. Através da fé em Cristo apenas, reconhecendo o nosso pecado e confiando somente em Sua vida e morte salvadora, a perfeita justiça de Cristo é creditada para nós. Unidos a Cristo pela fé, a justiça adquirida pela perfeita vida de Cristo e pelo pagamento da pena infinita pelo pecado torna-se possessão do crente.

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”. (Romanos 6:23)

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. (João 3:16-18).

Cristo pagou um preço infinito para satisfazer um débito infinito, para comprar a glória e felicidade infinitas pelo infinitamente sem valor. Ainda, por isso Ele é zombado, desprezado e negociado pelo que não satisfaz nossa alma nem nos livra da pena pelo pecado. Seu alerta é completo:

Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma? Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos. (Marcos 8:36-38)

Cristo oferece a você: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. (Mateus 11:28) De um coração com infinito amor Ele oferece a você um presente infinito de graça.

Desejamos a você as maiores bênçãos de Deus como achadas através da fé somente em Cristo, o qual é o mérito e o perdão infinitos para o pior dos pecadores. Nossa esperança e oração são para que possamos estar juntos com você na presença de Deus, inculpável e com grande alegria.3

© Craig Biehl, 2011

Traduzido por Césio Johansen de Moura


1 Pessoalmente tenho visto os maiores resultados nos meus diálogos com os incrédulos quando tenho falado pouco e meramente apontado para as passagens das Escrituras para os incrédulos lerem.

2 Veja Salmos 135:15-18; Isaías 42:17; 44:9-20.

3 Veja Judas 24.

The Net Pastors Journal, Rus Ed 7, Весеннее издание 2013

Весеннее издание 2013 года

Составлено

Др. Роджер Паскоу, президент

Институт Библейского проповедования

Кембридж, Онтарио, Канада

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«Укреплять церковь в библейском проповедовании и руководстве»

ЧАСТЬ 1. ПРОПОВЕДОВАНИЕ: ПОДГОТОВКА ПРОПОВЕДНИКА

“Проповедник и Божья работа”

Написано Роджером Паскоу,

президентом Института Библейского проповедования,

город Кембридж, провинция Онтарио, Канада

Дабы иметь уровень доверия и авторитет, лидеры церкви должны быть благочестивыми людьми. Проповедники, в частности, должны быть мужами Божьими, иначе им (по Библии) не надлежит проповедовать. Что же значит быть "Божьим человеком?" Как им стать?

Я многим обязан своему наставнику, коллеге по служению и другу, доктору Стивену Олфорду, который помог мне осознать сегодняшнюю тему, которая стала для меня реальной, жизненной, актуальной и необходимой. Именно в этом, он оказал на меня очень сильное влияние. Я благодарен ему за материалы, которые я почерпнул из его сочинений, лекций, проповедей, личных бесед, а также его собственному примеру. Я пытался внедрить все это в свои собственные мысли, а также практическую жизнь. Кое-что из этого использовано и в этой статье.

Словосочетание “Божий человек” напоминает нам о нашем призвании, ответственности и идентичности: мы принадлежим Богу и служим Ему. Писание подготавливает и дает все нужное (2 Тим. 3:16-17). По каким отличиям можно распознать Божьего человека, как такой человек относится к Божьей работе? Ответить на это и призвана эта статья.

В 1 Тимофею 4:16, апостол Павел пишет: "внимай себе и учению." Обратите внимание, что Павел начинает с человека (внимай … себе), а только потом говорит об вести («... учение …», или доктрину). Данное повеление повторяется во 2 Тимофею 2:15, где речь идет об человеке («Старайся представить себя Богу достойным»), а затем такой мысли («верно преподающим слово истины»).

Таким образом, для Павла заказ подготовки: во-первых, подготовка проповедника, религиозного лидера; и во-вторых, подготовка сообщения. Павел помещает подготовку человека перед подготовкой сообщения, потому что, как доктор Стивен Олфорд выразился, “моральная и духовная прямота - обязательное предварительное мероприятие перед относящейся к доктрине ортодоксальностью.” (Стивен Ф. Олфорд, “Помазанное Описательное Проповедование,” 53-54). Так, прежде, чем Вы сможете проповедовать правильную доктрину, Вы должны сначала быть правы непосредственно.

Таким образом, Павел говорит о следующем порядке подготовки: во-первых, подготовка проповедник, лидер церкви, и, во-вторых, подготовка сообщении. Павел ставит подготовку человека перед подготовкой сообщение, потому что, как д-р Стивен Olford выразился, "моральные и духовные правоты является необходимым предварительным к доктринальной ортодоксальности.» (Стивен Ф. Олфорд, "Помазанник экспозиционной проповеди" 53 - 54). Итак, перед вами может проповедовать доктрину права, Вы должны сначала быть правым себя.

“Быть прилежным” означает "прилагать все усилия" - “прилагают все усилия, чтобы представить себя и перед Богом как тот, который был проверен и, как находились, был подлинным” (2 Тим. 2). Павел убеждал Тимофея, как молодого проповедника и духовного лидера, прилагать все усилия (чтобы быть прилежным, принять во внимание), чтобы представить себя Богу как металл, который был проверен и отмечен “одобренный.”

Ясно усердие и усилие, потребованное в этом увещевании, необходимы, потому что это не кое-что, что прибывает легко или естественно, и при этом это не может быть взято слегка (сравни 1 Кор. 1:7, где то же самое выражение используется в связи с подлинностью веры - “проверенный огнем”). Будьте прилежны, точно так же как солдат, атлет, и фермер (2 Тим. 2:3-6), в представлении вас непосредственно перед Богом “как тот, который пробуют и истинный” (Уильям Д. Мунс, “Пасторальные Послания” в Word Biblical Commentary, 521).

Проповедник и религиозный лидер должны быть прежде всего “человеком Бога” (1 Тим. 6). В O.T. этот термин был использован, чтобы описать те, кто занимал божественный пост. Моисей (Deut. 33:1), Дэвид (2 Chron. 8), Илайджа (2 кг 1:9), и пророки (1 Сэм. 2) были “мужчины Бога.”

Личная подготовка должна быть ежедневной дисциплиной в жизни всех, кто хочет быть человеком или женщиной Бога, особенно проповедников и религиозных лидеров, для них, чтобы быть готов, оборудованным, и приобретал квалификацию работы Бога.

Личная подготовка начинается с ежедневного тихого времени с Богом. Вы не можете поддержать моральную чистоту и власть без ежедневного столкновения с Богом - ежедневное тихое время для подготовки Вашей души (сравни Иза. 50:4-9). Ваша религиозная жизнь - истинный барометр духовного здоровья и святости. Ваша религиозная жизнь должна дисциплинироваться и ежедневно. Если мы будем дисциплинироваться и прилежны о наших духовных жизнях, то Бог одобрит нас как те, кого “судят и истинный,” проверил и одобрил.

Этот процесс “представления перед Богом”, поскольку те, кого “судят и истинный”, вовлекают ежедневную дисциплину “личной подготовки” к Вашей собственной духовности в работе служениа. Эта личная подготовка покрывает четыре главных области:

1.     Охрана Вашей моральной жизни

2.     Направление Вашей домашней жизни

3.     Лелеяние Вашей внутренней жизни

4.     Дисциплинирование Вашей жизни служениа

В этом выпуске мы начинаем смотреть на то, для чего это означает...

I. Охраняйте Свою Моральную Жизнь

Моральная ответственность человека или женщины Бога ясно обрисована в общих чертах апостолом Павлом...

1.     Мы должны избегать греховных ловушек.Сбегите (избегают) юных жажд (страсти); но следуйте, после (преследуют) справедливость” (2 Тим. 2).

2.     Мы должны следовать после благочестивых достоинств.Сбегите из этих вещей (то есть либерализм [1 Тим. 6:3-5] и материализм [1 Тим. 6:6-10]), и следуют, после (преследуют) справедливость, набожность, веру, любовь, терпение, мягкость” (1 Тим. 6).

3.     Мы должны вести духовные бои.Боритесь с хорошей борьбой веры, схватите на вечной жизни” (1 Тим. 6).

БЛАГОЧЕСТИВЫЙ ЛИДЕР ДОЛЖЕН СБЕЖАТЬ ИЗ ГРЕХОВНЫХ ЛОВУШЕК - они могут разрушить Ваше служенио. Сбегите имеет смысл “управляемых для Вашей жизни; не оглядывайтесь назад; убегите любой ценой” - как жена Партии, был сказан сделать, чтобы сбежать из Sodom. Каковы эти греховные ловушки, из которых мы должны сбежать?

Во-первых, мы должны сбежать из ловушки ложных страстей (то есть незаконный пол; sensualism; грех жажды). 1 Боже мой. 6:18 государства, “бегут сексуальная безнравственность” и наш стих в 2 Тимах. 2:22 говорит, “сбегите также юные жажды”

Сексуальная безнравственность - одна из греховных ловушек, из которых мы должны сбежать. Незаконный пол, кажется, обольщает очень много мужчин в служение сегодня. Теперь, даже при том, что Павел не говорит определенно о сексуальной жажде здесь, тем не менее это - конечно одно из тех искушений и ловушек, который вползает к жизням очень многих мужчин в служение.

Кто-то может сказать: “Хорошо, это было написано молодому пастору. Я могу видеть, как молодые пасторы должны учесть совет Пола. Но я старше. У меня есть больше опыта. Мои убеждения находятся под контролем. Молодые женщины не преследуют после меня.” Если это - то, что Вы думаете, Вы должны начать бежать из ловушки ложных страстей прямо сейчас, потому что Вы в опасности.

Несмотря на факт это было написано молодому пастору, ни в каком возрасте, мы освобождаем от сексуального искушения. Так, “продолжите бежать”, и “не делают условия для плоти, чтобы выполнить ее жажды” (Rom. 13:14; сравни также 1 Jn. 2:15-17, Девочка. 1:4). Никогда в истории не имеет сексуальную жажду, настолько распространяющийся среди пасторов и религиозных лидеров. Ловушка ложных страстей, более вероятно, пустит под откос Ваше служенио теперь чем в любое другое время в истории. Никогда не сексуальное извращение, столь необузданное и с готовностью доступный чем теперь - особенно по Интернету. Это настолько коварно, потому что это является настолько секретным, настолько вездесущим, и настолько захватывающим.

Так, как мы избегаем этой греховной ловушки ложных страстей? Мы можем только должным образом иметь дело с искушением во власти Духа, помещая “до смерти дела тела” (Rom. 8), “откладывая старика, который становится коррумпированным согласно обманчивым жаждам” (Эф. 4), держа “плоть, замученную с ее страстями и желаниями”, и шагая в ногу с Духом (сравни. Девочка. 5).

Во-первых, тогда мы должны сбежать из греховной ловушки ложных страстей. Во-вторых, мы должны сбежать из ловушки ложного обучения (то есть выведенная из равновесия правда; либерализм; грех гордости). Апостол Павел предупреждает нас, это “время прибудет, когда они не будут выносить звуковую доктрину” (2 Тим. 4:3-4). Ложные учителя всегда существовали в церкви. Их подход к влиянию на другие обычно является сражением слов, распространением ложного и вводящего в заблуждение сообщения - а не звуковая доктрина и истинное евангелие. Если Вы бросаете “полезные слова” (звуковая доктрина; истинное евангелие), Вы оставляете себя открытыми для ловушки ложного обучения, теологического либерализма. Когда духовные наборы летаргии, подрывной либерализм вступает во владение. Ложные учителя проявляются четырьмя способами:

1) Ложные учителя проповедуют “другое евангелие,” развращенное сообщение. Это - то, что (по моему мнению) открытый теизм - “другое евангелие - евангелие различного вида” (Девочка. 1:6,9). Это - то, что “здоровье и богатство” сообщение - “другое евангелие,” развращенное сообщение. Мы должны остерегаться либерализма, который вползает так спокойно и по-видимому настолько безвреден. Давайте удостоверимся, что сообщение, которое мы проповедуем, является чистым, звуковым, ясным, точным, полезным.

2) Ложные учителя показывают высокомерное отношение, тщеславное мышление. “Если любой преподает иначе и не соглашается на полезные слова, даже слова нашего Лорда Иисуса Христа, и к доктрине, которая согласуется с набожностью, он горд, не зная ничто” (1 Тим. 6:3-4).

Дух возраста, в котором мы живем всегда, хочет кое-что новое. Некоторая новая доктрина. Некоторая новая практика. Некоторая новая интерпретация. Всякий раз, когда мы сталкиваемся с некоторой “новой вещью” (законы 17:21), давайте остерегаться! Нет ничего нового под солнцем, особенно в теологических делах. Эти новые вещи часто внедряются в гордости, тщеславном мышлении, эгоцентричном отношении - “он горд, не зная ничто.” Остерегайтесь гордости положения - ли это быть относящимся к доктрине положением или практикой.

3) Ложные учителя принимают антагонистический подход, спорную манеру. Они поглощены спорами и аргументами по словам, из которых прибывают зависть, борьба, оскорбление, злые подозрения, бесполезные пререкания мужчин коррумпированных умов и лишенный правды” (1 Тим. 6:4-5).

Заметьте, что побуждение для их поведения - некорректный моральный характер - зависть и ревность; борьба и ссора; оскорбление и оскорбления и злонамеренный разговор; злые подозрения; бесполезное пререкание и аргументы и постоянное трение. Кроме того, у них есть некорректный духовный характер - “мужчины (или женщины) коррумпированных умов и лишенный правды” (5). Некорректный моральный характер и некорректный духовный характер часто идут взявшись за руки.

4) Ложные учителя желают материальной выгоды, коммерческого повода. Они - “мужчины (или женщины), кто предполагает, что набожность - средство выгоды” (1 Тим. 6:5). Материальная выгода (финансовая жадность - сравни v. 10 жадностей ре) является особенностью ложных учителей, которые учат, что “набожность - средство выгоды.” Они используют плащ религии для личной выгоды (сравни Валаам; Иуда). Они “торгуют вразнос словом Бога” (2 Боже мой. 2) делать деньги. Они рассматривают служенио как бизнес. Финансовая жадность - одна из тех тонких, греховных ловушек, которая захватывает сердце многих мужчин в служение. Они видят образ жизни других людей, у которых есть деньги, и они желают этого для себя.

Если Вы находитесь в служение личной финансовой выгоды, Вы не человек Бога! Отъезд от правды (1 Тим. 6:3-5), часто сопровождается преследованием материализма (1 Тим. 6:9-10), утверждая, что материальное имущество - свидетельство набожности, или что набожность вознаграждена материальным имуществом, или той набожностью, средство для материального увеличения. Это - мошенническое сообщение - “другое евангелие”, которое чуждо правде Священного писания.

Любовь к выгоде - смертельный недостаток, которого проповедники должны сделать все, чтобы избежать. Это может исказить Ваше размышление, приоритеты, и побуждения. Не позволяйте этому быть Вашей целью или становиться идолом. Сбегите из преследования богатства. Будьте довольны тем, что Вы имеете. Вы должны жить и оплатить счета, но не поклоняетесь деньгам. Зависьте от Бога, чтобы обеспечить - Он всегда делает и способами, которыми мы не можем вообразить.

Так, сбегите из ловушки ложных страстей и ложного обучения. И это приносит нам к третьей ловушке. Мы должны сбежать из ловушки ложных ценностей (то есть необузданная жадность; материализм). Ложное обучение и ложные ценности часто идут взявшись за руки, для каждый часто приводит к другому. Павел только что говорил в 1 Тиме. 6:3-5 о ложных учителях и теперь ложных ценностях - а именно, желание быть богатым и любовь к деньгам, которые заставляют некоторых мужчин “падать в искушение и ловушку и во многие глупые и вредные жажды, которые топят мужчин в разрушении и гибели. Поскольку любовь к деньгам - корень всех видов зла, для которого некоторые отклонились от веры в их жадность, и проникли в себя через многими печалями” (1 Тим. 6:9-10). И затем апостол Павел говорит, “Но Вы, O человек Бога, сбежать из этих вещей” (1 Тим. 6). Так, в контексте Павел говорит о том, чтобы бежать от ловушки жадности, определенно, материальной выгоды, хотя есть другие формы жадности. Иисус сказал, “Вы не можете служить Богу и богатству (земное богатство)” (Матф. . 6).

Жадность является основной к человеческой натуре. В конце концов, падение, которое было мотивировано жадностью, не так ли? - жадность кое к чему, что Адам и воспринятый Канун мог дать им кое-что, который они думали, что они недоставали. Это - то, что жадность - желание кое-чего больше, из-за неудовлетворенности тем, что Вы теперь имеете.

Опасность не владение деньгами непосредственно - это - "любовь" к деньгам. Любовь к деньгам (1) препятствовала тому, чтобы богатый молодой правитель следовал за Иисусом - “он ушел печальный, поскольку у него было много имуществ” (Знак 10:17-22); (2) заставил богатого фермера обманывать себя в размышление, что все было хорошо, когда он был фактически на краю вечности (Lk. 16:16-21); и (3) заставлял Ананию и Сапфиру лгать Святому Духу и вызывать большое бедствие в церкви (законы 5:1-11).

Греховная ловушка ложных ценностей начинается с неправильных желаний (“Те, кто желает …” [9a]), развивается в неправильные дела (“… падение в искушение и ловушку” [9b]), и заканчивается в неправильном предназначении (“… падение в … много глупых и вредных жажд, которые топят мужчин в разрушении и гибели” [9b]). Богатство может быть ловушкой, потому что оно кормит желания плоти; это приносит власть; это привлекает статус.

Выводы: большинство обольстительных и тонких капканов, которые Сатана поставила на проповедников и религиозных лидеров:

1.     Моральная Ловушка - незаконный пол; ложные страсти, чувственность, моральное безрассудство

2.    Теологическая Ловушка - выведенная из равновесия правда; ложное обучение, либерализм, неортодоксальность

3.     Материальная Ловушка - необузданная жадность; ложные ценности, материализм

Благочестивый лидер должен сбежать из греховных ловушек - они могут разрушить Ваше служенио. Во-вторых, благочестивый лидер должен следовать после благочестивых достоинств - они усиливают Ваше служенио. Этот второй аспект личной подготовки, которую мы изучим в нашем следующем выпуске Чистых Пасторов Джоернэла, которые будут выпущены летом 2013.

Я надеюсь, что это короткое обсуждение того, что это означает быть благочестивым человеком или женщиной, особенно как проповедник или религиозный лидер, было полезно для Вас в указании на некоторые из тех греховных ловушек, которые мы должны избежать, чтобы быть лично подготовленными к работе Бога.

В следующем выпуске мы продолжим это исследование личной подготовки проповедника, поскольку мы полагаем, что благочестивые достоинства сопровождаются и духовные сражения, против которых будут бороться.

ЧАСТЬ II. ЛИДЕРСТВО: БЫТЬ БЛАГОЧЕСТИВЫМ ОБРАЗЦОМ ДЛЯ ПОДРАЖАНИЯ

“Ваша Личная Святость” (продолжение)

Написано Роджером Паскоу,

президентом Института Библейского проповедования,

город Кембридж, провинция Онтарио, Канада

В последнем выпуске Чистых Пасторов Джоернэла мы смотрели на один аспект личной святости - чистота в сексуальном поведении. В этом выпуске мы собираемся смотреть на другой аспект личной святости - ЧИСТОТА В ЭТИЧЕСКОМ ПОВЕДЕНИИ.

Таковые из нас в церковном лидерстве должны поддержать самый высокий стандарт целостности в нашей "деловой" этике. Это означает сообщать о Вашем доходе точно и полностью по Вашему возвращению подоходного налога. Это означает иметь дело справедливо и честно с теми, с кем Вы занимаетесь коммерцией. Это означает действовать вертикально перед Богом во всех наших попытках.

Чистота в Ваших деловых средствах этики быть мудрыми стюардами всего Бога ресурсов дала Вам, ли это быть временем или деньгами или имуществом. То, на чем Вы тратите свои деньги, говорит много о том, кто Вы. Если Вы тратите это фривольно, Вы являетесь вероятно безответственными. Если Вы живете в пределах того, что Вы можете предоставить, Вы вероятно хорошо дисциплинированы, ответственны. Один способ управлять Вашими расходами состоит в том, чтобы иметь бюджет. Никто не строит башню без первого подсчета стоимости (Lk. 14:28). Бюджет принимает во внимание Ваш доход по сравнению с Вашими расходами. Перечислите их тщательно в течение каждого месяца года. Делайте скидку на непредвиденные расходы. Включайте сбережения в свой бюджет. И периодически анализируйте свои расходы - количество и Ваши привычки расходов.

Когда Вы знаете, сколько Вы тратите и на что Вы тратите это, это поможет уменьшить беспокойство о деньгах - будет ли у Вас достаточно, чтобы продлиться до следующего дня платы. Это время от времени не устраняет неожиданные расходы, которые являются часто самыми твердыми иметь дело с тем, когда Вы находитесь на напряженном бюджете. Но это дает Вам структуру, чтобы иметь дело с ними. Развейте хорошие привычки расходов - это спасет Вас много финансового горя.

И быть очень осторожным с долгом. Вы не можете не быть должными за электричество и другие домашние расходы, но Вы можете управлять кредитными картами и кредитами. Если Вы используете кредитную карту, удостоверьтесь, что Вы заплатили баланс каждый месяц, когда это должно. Не заимствуйте то, что Вы не можете предоставить.

План относительно будущего, инвестируя определенное количество каждый день платы. Притча талантов (Матф. 25:15-28) говорит с этим. Быть взволнованным о завтра имеет отношение к нехватке доверия Богу (Матф. . 6), не с финансовым планированием. Финансовое планирование является библейским и ответственным. Имейте длинный план диапазона относительно своих денег. Если Вы можете, начать к если бы не отставка, когда Вы молоды. Немного спасенный каждый день платы придет к соглашению в очень в пенсионном возрасте. Это - хорошее управление.

Для сбережений отставки, вовлеките себя хороший финансовый планировщик, предпочтительно христианин, который может идентифицировать с Вашей этикой и целями, включая благотворительное предоставление. Не пробуйте, "становятся - богатыми - быстрые” схемы. Если это звучит слишком хорошо, чтобы быть правдой, это вероятно. Вложение не то же самое как рекламный щит. Не будьте скупцом. Будьте щедры и чувствительны к другим в потребности. Но есть баланс между рекламным щитом и дикими расходами, между экономией для будущих и безответственных расходов.

Вычислите, в каком количестве страхования жизни Вы нуждаетесь. Говорите со своим финансовым планировщиком или агентом страхования жизни, которому доверяют. Страхование жизни - ответственное финансовое планирование Вашей семьи. Предусмотрите потребности своей семьи (1 Тим. 5:8). Они на первом месте в чьих - то приоритетах расходов. И дайте Богу бодро и регулярно поскольку Вы в состоянии (сравни 1 Кор. 16:2; 2 Кор. 9:5, 7). Могут быть времена, когда Вы не можете дать (например, если Вы являетесь безработными), но до степени, что Вы в состоянии (мудрым использованием Бога ресурсов, дал Вам), дают работе Бога, даже если это - только небольшое количество.

Прежде всего, Богу можно доверять. Он предусмотрит Вас так же, как он делает для птиц и цветов. Но это - Ваша ответственность управлять тем, что он дал Вам и использует это мудро.

Поддержите самый высокий стандарт целостности в Вашей этике "работы". Этика работы апостола Павла была предназначена, чтобы быть примером для Thessalonians, чтобы следовать: “сами Вы знаете, как Вы должны следовать за нами, поскольку мы не были беспорядочны среди Вас; и при этом мы не ели чьего - то хлеба бесплатно, но работали с трудом и ночь тяжелого труда и день …, не потому что у нас нет власти, но сделать нас примером того, как Вы должны следовать за нами” (2 Фес. 3:7-9).

Так, не будьте ленивы; будьте прилежны в своей работе. Сделайте то, что Вы говорите, что Вы собираетесь сделать, когда Вы скажете, что Вы сделаете это. Не делайте легкомысленные обязательства, на которых Вы не выполняете - это - вероятность вопроса. И удостоверьтесь, что Вы упорно трудитесь, даете работу полного дня для платы дня - это - вопрос целостности.

В Вашей этике работы, покажите христоподобное, библейское отношение: “Рабы, быть послушным тем, кто Ваш владелец согласно плоти, со страхом и дрожью, в искренности сердца, относительно Христа; не с eyeservice, как мужчины-pleasers, но как рабы Христа, делая желание Бога от сердца, с обслуживанием выполнения доброжелательности, относительно Бога а не мужчинам, зная, что безотносительно хороший любой делает, он получит то же самое от Бога, является ли он рабом или свободный. И Вы справляетесь, сделайте те же самые вещи им, бросая угрозу, зная, что Ваш собственный Владелец также находится на небесах, и нет никакого пристрастия с Ним.” (Эф. 6:5-9).

Christ-подобное, библейское отношение - отношение уважения - “со страхом и дрожащий” (5b). Это не означает, что Вы буквально сжимаетесь в страхе перед Вашим работодателем как испуганный щенок в испуге. Скорее это означает, что Вы соблюдаете и уважаете их; Вы уважаете их; Вы признаете, что источник их власти - Бог.

Это - отношение искренности - “в единственности сердца” (5c). Будьте неразделены в своей лояльности; преданный Вашему работодателю. Позвольте илу целостности от Вас - непорочность, чистота повода.

Это - также отношение христианского обслуживания - “поскольку Вы повинуетесь Христу” (5d). Это - перспектива, которая делает такое повиновение возможным. Ваше повиновение Вашему земному владельцу - фактически повиновение Христу. Ваша работа становится возможностью работать на Христа. Это - фундаментальный повод для христианского повиновения - чтобы повиноваться Христу. Это не имеет никакого отношения к индивидуальности Вашего босса, или обработке, которую он дает Вам. У этого есть все, чтобы сделать с обслуживанием Христу. Христиане должны быть самыми послушными, вертикальными, почтительными, лояльными, и преданными служащими, потому что они работают “относительно Христа.”

Это сделает Ваше доказательство очень правдоподобным и сильным. Если Ваша этика работы отличается от других - если Вы говорите, думайте, и действуйте по-другому - у Вас может быть сильное доказательство. Но если Вы всегда достигнете работы поздно и уедете рано, то делают работа низкого качества, и занимают много времени разрывы обеда, тогда Ваше доказательство не будет правдоподобно.

Если Ваш работодатель - христианин, не думайте, что Вы наделены правом на специальный режим. Христианские работодатели наделены правом на даже больше уважения и повиновения, потому что они - братья в Боге. Дайте своего абсолюта, лучшего независимо от того, кто Ваш работодатель, и при этом Вы прославляете Бога. Если Вы не можете терпеть свою работу, найдите что - то еще, но не уменьшайте. Пока Вы работаете там, продолжаете работать “относительно Христа,” быть пунктуальными, надежными, совместными.

Христианская этика работы также означает, не откладывайте - делают вещи, которые Вам не нравится делать, когда они должны быть сделаны. Сделайте свою работу с удовольствием, охотно - не как один по принуждению, ни begrudgingly (1 Домашнее животное. 5:2). Сделайте Ваша работа эффективно - лучше всего использует Ваше время, устанавливала приоритеты, и говорит "нет" вещам, что не хорошее использование Вашего времени.

ЧАСТЬ III. МОЛИТВЕННЫЕ РАЗМЫШЛЕНИЯ

“Служение с уверенностью” (2 Кор. 2:14-3:6)

Написано Роджером Паскоу,

президентом Института Библейского проповедования,

город Кембридж, провинция Онтарио, Канада

Этот отрывок отражает суть служения: с одной стороны, мы говорим о наших немощах и слабости, а с другой стороны, нашей уверенности в Боге. Смысл этого отрывка сводится к тому, что «Бог совершает Свое дело через людей, уверенных в Нем». До этого момента в письме, Павел рассказывал о множестве трудностей в своем служении: бедствиях в Азии, неприятие его, как человека, всяческие оскорбления в Коринфе. Все это может быть истолковано, словно служение удручает его, но было ошибочным толкованием. С целью заверить своих читателей, что он действительно имеет ввиду Павел позволяет себе продолжительное отступление (2:14-7:3), с целью (1) описать, как Бог совершает действенное служение, несмотря на трудности (

Сложности тех дней не помешали ему триумфально проповедовать Евангелие. Таким образом, мы должны восхвалить Бога, благодаря Ему победа возможна всегда и везде. Темой этого послания есть победа Божьей благодати несмотря на человеческие слабости, и в частности, наши немощи в служении. Несмотря на трудности, Бог обеспечивает эффективность своих слуг и процветание наших духовных задач.

Первый принцип для служения, которое мы замечаем в этом отрывке является то, что МЫ МОЖЕМ БЫТЬ УВЕРЕНЫ В СЛУЖЕНИИ, КОГДА СЛЕДУЕМ БОЖЬЕМУ РУКОВОДСТВУ (2:14-16а). Мы можем быть уверены в служение, когда мы следуем руководством Бога, потому что Его руководство всегда успешно: "Благодарность Богу, который делает нас победителями" (14а). Тут использован образ великолепной победоносной римской империи, процессии возвращения домой с поля боя.

Эффективное служение - это идти вслед за лидером. Христос является нашим лидером и Он ведет нас к победе. Мы - Его воины и должны наслаждаться плодами своего триумфа. Те, кто следует за Христом, получают победу над врагами и препятствиями. Иисуса Христа получил победу в величайшей битве из всех: победа на кресте и Его триумф, мы имеем часть в этом.

Триумфальная процессия только для тех, кто следует руководству Христа. Павел вспоминает, как он неизменно возглавляли в ходе торжества и как благоухание познания Христа проявился через него в любом месте.

Те, кто следует за Христом, получают победу над врагами и препятствиями. Они триумфуют, потому что они «во Христе» (14а). Верующий не имеет никакого другого положения перед Богом. Благодаря вере в уже совершенную работу Христа, искуплению, христианской оправдано и включены в Него - сделал одно с Ним. Это только «во Христе», что Бог побеждает и через нас. Благодаря этой жизненно важному союзу с Ним мы участвуем в Его победе в служении. "Во Христе" Бог являет нас миру, как своих пленников, покорил силой милости и благодати.

Так, мы можем быть уверены в служении, когда мы следуем руководству Бога, потому что его лидерство всегда успешно. И, мы можем быть уверены в служении, когда мы следуем за руководством Бога, потому что его слово всегда сильно (14b-16c). Это сильно в “каждом месте.” Бог работает через нас, чтобы распространить аромат Христа в “каждом месте” (14b). Так же, как римская триумфальная процессия дня Павла выпустила сладкие ароматы от горения специй на улицах, так также, Бог через нас распространяет евангелие “в каждом месте”, как все-аромат проникновения. Всюду Его слуги проповедуют Его Word, "знание" Христа распространяется. Тот Христос должен быть известен, большой конец имеет проповедование, не так ли?

Заметьте, что это служенио имеет полностью Бога. Его лидерство всегда успешно, потому что он побеждает нас в триумфе. И, его слово всегда сильно, поскольку он выпускает сладкий аромат знания Христа “через нас.”

Слово бога сильно в каждом месте, и это сильно в каждом человеке. Заметьте сначала руководство этого аромата - это “к Богу (15a). Эффективный министр - тот, кто испускает приятный аромат сначала Богу. Тогда заметьте описание этого аромата - это - “аромат Христа” (15a). Так же, как духи на нашем человеке заполняют окружающую среду вокруг нас (см. Jn. 12:3), таким образом наше служенио должно распространить за границей аромат Христа. Это не результаты служениа, но министра, который важен, поскольку мы обсуждали в ЧАСТЬ меня этой публикации. Если мы испускаем аромат Христа, который хорошо приятен Богу, независимо от того, что его эффект может быть. Наша задача состоит в том, чтобы проявить Христа всем - и “тем, кто спасается” и “тем, кто погибает” (15b).

Ответ тех, кто слышит, является бизнесом Бога. Наш бизнес должен быть “ароматом Христа” каждому человеку. Так же, как ладан древней военной процессии тек обоим завоеватели (кому это был сладкий аромат победы), и пленникам (кому это было предзнаменование нависшей гибели), таким образом евангелие проповедуется слугами Бога (те, кто наслаждается Христа), и тем, кто получит это и тем, кто отклонит это.

Тем, кто “погибает”, мы - “аромат смерти, ведущей до смерти” (16a). Так же, как относящийся к процессии ладан был упреком неизбежной смерти пленнику, таким образом для тех, кто отказывается от евангелия, его провозглашение - предупреждение вечной смерти. Это становится случаем осуждения через их собственный выбор. Таким образом, им евангелие - источник смерти, аромат, который осуждает, вредный дым, смертный приговор (см. 4:10-12). Но, тем, кто “спасается”, мы - “аромат жизни, приводящей к жизни” (16b). Так же, как аромат относящегося к процессии ладана - сладкое напоминание триумфа для победителей, таким образом для тех, кто верит евангелию, это - хорошие новости о вечной жизни (Иоанна 3:36). Им евангелие - источник жизни - живительный "аромат", который вступает в силу в сердце и совести слушателя, который этим получает новую жизнь. Им проповедник приносит сущность жизни в Христе.

Наше служенио должно проповедовать евангелие Христа. Любой это будет принято, когда это живительно; или, это будет отклонено, когда это - контакт смерти.

Помните министров Бога через те, уверенность которых находится в нем. Но, перспектива служениа укрощает, не так ли? Именно поэтому Павел спрашивает: “Кто достаточен для этих вещей?” (16c). Кто снабжен и компетентен? Как я могу быть таким посыльным? вопрос Павла. Где делает мою способность, моя уверенность прибывают из? Ответ - это: Мы можем быть уверены в служение, когда мы следуем за руководством Бога (2:14-16), и МЫ МОЖЕМ БЫТЬ УВЕРЕНЫ В СЛУЖЕНИЕ, КОГДА МЫ ДОВЕРЯЕМ УСЛОВИЮ БОГА (2:17-3:6). Мы можем быть уверены в служение, когда мы доверяем условию Бога, потому что он предоставляет результаты тем, кто подлинен (2:17-3:4). Ложные министры доверяют своей собственной способности. Они думают, что их достаточность находится в себе, но они - мошенничества, обманщики, которые идут о “торговле вразнос Word Бога” (17a). Они унижают и ухудшают сообщение, поливая это вниз, как нечестный торговец кто прибыль от продажи дрянных товаров. Они ищут только свою собственную выгоду, торгуя вразнос их религиозным оборудованием, делая товары служениа для личной выгоды. Они маскарад под названием и отговоркой Христианства, но их намерений иначе. Они являются недобросовестными, без отношения к тому, что под угрозой. Они используют в своих интересах слабое, бедных и легковерное. Они только интересуются созданием "продажи" не в душе. Они совершенно не сознают любой недостаток для задачи. Служенио их - бизнес.

Ложные министры доверяют своей собственной способности, но подлинные министры доверяют достаточности Бога. Они служат "искренне" несмотря на их собственные недостатки и несоответствия. Они служат с чистыми побуждениями, не смешиваясь в ложных основных положениях. Их слову можно доверять. Они моделируют правду. Они не развращают правду, заставляя это смотреть, как если бы они являются честными и подлинными. Они “от Бога” - то есть “уполномочены Богом” (17b). Они говорят как те, власть которых “от Бога”, и они выполняют свое служенио “в виде Бога” - то есть ощущающий Его осмотр, в полном представлении, кротко, саможертвенно, не для личной выгоды, а для духовных преобразований. Их служенио встает при исследовании. Их побуждения чисты как те, кто должен наконец делать сообщение себя Богу. Их служенио “в Христе” - в общине с Христом в качестве члена Его тела, активизированного Его Духом, поскольку это то, кто “достаточен для этих вещей.” Один с чистыми побуждениями, преданными, приобретал квалификацию ответственности. Тот, кто не развращает Word, ни использует его как средство для личной выгоды.

Подлинным министрам евангелия Бог дает подлинные результаты в их служение (3:1-4) - не материальная выгода, но духовные преобразования; не религиозные новообращённые через следующий за законом (3b), но “посланиями Христа” (3a) - то есть те, жизни которых свидетельствуют об искренности министра и работе Бога через его Дух.

Мы можем быть уверены в служение, когда мы доверяем условию Бога, потому что он предоставляет результаты тем, кто подлинен, и мы можем быть уверены в служение, когда мы доверяем условию Бога, потому что он предоставляет ресурсы тем, кто чувствует себя неадекватным (3:4-6). У Павла была каждая причина для уверенности в себе (1-3). Коринфские сторонники были его верительными грамотами. Они были посланием Христа, написанного с Духом живущего Бога. Но фактически, его уверенность не была в себе. Его уверенность была “через Христа к Богу” (4). Его уверенность состояла в том, что Бог назвал его, чтобы быть способным, пригодный, министр евангелия. Его уверенность была направлена не к сам, но “к Богу,” уверенность, которая может вынести осмотр Бога.

Те, кто достаточен для служениа, чувствуют себя полностью неадекватными. Они “ничто не думают о себе” (5a). Уверенность в сам характеризована гордостью, высокомерие, безразличие, презрение, но уверенность в Боге характеризованы смиренностью, многострадальной, смирение. Павел не был источником своей собственной достаточности, способности, или адекватности. У него не было надутого мнения относительно себя. Фактически, он чувствовал себя пустым и бессильным - полностью знающий о его собственной непрочности и конечности. Именно поэтому он спрашивает, "Кто достаточен для этих вещей?” Теперь он отвечает. Те, кто достаточен для служениа, знают, что их “достаточность от Бога” (5b). Один только бог делает своих слуг компетентными выполнить задачи, назначенные на них. Наша пригодность к служениу от Бога (ли это быть знанием, набожностью, или одаренный). Это ни не самоприобретено, ни не самоподдерживающееся. Бог самостоятелен, мы зависим.“ Я - ничто, "но", Бог во мне - все” (сравни 1 Боже мой. 15:10).

Бог отдает нам достаточный для служениа. Он называет нас и снабжает нас как "министров" (6a), положение, для которого он делает нас способными, пригодными, и квалифицированными. Это - корень нашей достаточности - Бог непосредственно. Он называет нас как министров “нового соглашения” (6b). Не в смысле отремонтированного Иудаизма, но новой главы в контакте Бога с человечеством. Он назвал нас как министров "Духа" (6c), не министров "письма" (Закон). “Поскольку письмо убивает” (закон никогда не предназначался, чтобы дать жизнь, но показать нам нашу греховность и вину перед Богом, вести нас к безопасности в Христе), "но Дух (Бога) дает жизнь” (6c) тем, кто вымыт и восстановлен, кто спасен Его драгоценной кровью.

Помните: министры Бога через те, уверенность которых находится в нем. Наша уверенность в служение прибывает от Бога, потому что его лидерство всегда успешно, и его слово всегда сильно. Пока мы следуем за Ним, его Word, его Духом, его gifting, его руководством, у нас может быть большая уверенность в служение, потому что он предоставляет результат тем, кто подлинен, и он предоставляет способность тем, кто чувствует себя неадекватным. Во мне непосредственно я - ничто, но через Христа, "я могу сделать все вещи” (Фил. 4). Причудливые формулы не ответ, блестящее производство не работает, инновационные представления не производят ни на кого впечатление. Единственное эффективное служенио - то, что то, который сделан через власть Святого Духа - “Не энергией, ни властью, а моим Духом, говорит Бога” (Софония 4:6).

Где Ваша уверенность для служениа? Это находится в вас непосредственно? Ваши способности? Ваша программа? Ваши финансовые ресурсы? Ваше причудливое церковное здание? Или это в одном только Боге?

Со времени, когда Бог арестовал Павла по Дамасской дороге, спас его, переданный ему Святой Дух, названный им, чтобы быть апостолом, и установить его aЧАСТЬ для служениа как “выбранное судно”, у Павла никогда не было сомнения относительно того, куда его уверенность, сила, и успех в служение прибыли из. Тот Бог должен был поместить Свою руку в него и уполномочить его этим уникальным способом, никогда не прекращал быть источником удивления и благодарности Апостолу (1 Тим. 1).

Вы распространяете сладкий аромат Христа? В Вашем служение Вы затрагиваете всех вокруг Вас с евангелием, чтобы к некоторым будет аромат жизни и другим аромат смерти? Сладость Христа проникает в Вашего человека, Ваши отношения, отношения, решения, действия, и слова?

ЧАСТЬ IV. ПЛАНЫ ПРОПОВЕДЕЙ

Написано Роджером Паскоу,

президентом Института Библейского проповедования,

город Кембридж, провинция Онтарио, Канада

В предыдущем издании Чистые Пасторы Джоернэл я начал публикацию особенно важных бесед, которые вел Иисус Христос из тех, что записаны в Евангелии от Иоанна, мы назвали их «Сеть важных бесед», в прошлый раз мы опубликовали беседу, приведенную в Иоанна 3:1-8, это была первая часть1 важной беседы Христа и Никодима, а в этот раз мы высылаем вторую часть беседы Христа и Никодима.

План проповеди
Иоанна 3:9-21, Беседа Христа с Никодимом (ЧАСТЬ 2)

Для того, чтобы прослушать английскую версию, перейдите по ссылке: Иоанна 3:9-14; Иоанна 3:14-16; Иоанна 3:17-21

Тема: Вхождение в царство Божие

Пункт №1: А откуда эта мысль о новом рождении? (9)

1. Сама по себе мысль о новом рождении - это Божественное откровение (10)

2. Божественное откровение отвергается (11-12)

3. Божественное откровение приходит только от Бога (13)

Пункт №2: Каким образом новое рождение становится возможным? (14-21)

1. Новое рождение возможно, поскольку Христос пришел на смерть (14-15)

a) Он должен быть умереть как жертва за грехи (14)

b) Он должен был умереть как предмет веры (15)

2. Новое рождение возможно, поскольку Бог возлюбил мир (16)

3. Новое рождение возможно, поскольку Бог послал Своего Сына (17-21)

a) Он послал Своего Сына, чтобы спасти нас от осуждения (17-18)

b) Он послал Своего Сына, чтобы пролить свет во тьме (19-21)

Jurnalul Electronic Al Păstorilor, Rom Ed 7, Editia de primăvară 2013

Ediţia de primăvară 2013

Coordonat de ...

Dr. Roger Pascoe, Președinte,

The Institute for Biblical Preaching
(Institutul pentru Predicare Biblică)

Cambridge, Ontario, Canada

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„Consolidarea Bisericii în Predicarea Biblică și Lidership”

Partea I – Predicarea:Pregătirea Predicatorului

„Predicatorul și lucrarea lui Dumnezeu”

Dr. Roger PASCOE, Președintele Institutului Biblic pentru Predicare
Cambridge, Ontario, CANADA

Pentru a avea credibilitate și autoritate, liderii bisericilor trebuie să fie bărbați și femei duhovnicești. Predicatorii în mod special trebuie să fie oameni ai lui Dumnezeu pentru a se califica din punctul de vedere al scripturii pentru predicare. Ce înseamnă să fi un bărbat sau o femeie a lui Dumnezeu? Cum te pregătești pentru a deveni un om al lui Dumnezeu?

Sunt îndatorat mentorului, colegului meu de slujire și prietenului, Dr. Stephen Olford pentru că a făcut prezenta temă atât de reală, vitală, relevantă și puternică pentru mine. Acesta este un domeniu în care el a avut un impact profund asupra vieții mele. Îi sunt dator pentru materialele pe care le-am spicuit din scrierile și prelegerile sale, din conversațiile personale, dar și din propriul său exemplu, fiind de altfel lucruri pe care am încercat să le imprim în propriile mele gânduri și practici, iar câteva dintre acestea le-am inclus astăzi în acest articol.

Chiar și expresia "Om al lui Dumnezeu" ne amintește de a noastră chemare, responsabilitate și identitate - noi aparținem lui Dumnezeu și Îl slujim pe El. Omul lui Dumnezeu este pregătit și echipat cu și prin Scripturi (2 Tim. 3:16-17), Scripturi pe care suntem chemați și echipați pentru a le proclama. Deci, care sunt calitățile sau caracteristicile unui om al lui Dumnezeu si cum poate un om al lui Dumnezeu să se pregătească pentru lucrarea lui Dumnezeu? La aceste întrebări dorim să încercăm să răspundem în acest articol.

În 1 Timotei 4:16, apostolul Pavel scrie: „Fii atent la tine însuţi şi la învăţătura pe care o dai!” Observați că apostolul Pavel scoate în evidență în primul rând persoana (“Fii atent la tine..”) și apoi mesajul (“…și la învățătura” – adică la mesaj). El repetă aceeași ordine și în 2 Timotei 2:15, mai întâi persoana (“Străduiește-te să te înfățișezi înaintea lui Dumnezeu ca un om încercat”) și apoi mesajul (“care explică corect Cuvântul adevărului”).

Prin urmare, pentru apostolul Pavel ordinea de pregătire este: în primul rând pregătirea predicatorului, a liderului bisericii; și în al doilea rând, pregătirea mesajului. Apostolul Pavel pune pregătirea predicatorului mai presus de cea a mesajului pentru că, asemenea spuselor domnului dr. Stephen Olford „corectitudinea morală și spirituală este o caracteristică primordială indispensabilă ortodoxiei doctrinare.” (Stephen F. Olford, „Annointed Expository Preaching”, 53-54). Deci, înainte de a predica doctrina corectă tu trebuie să fi un un om corect.

“Să te străduiești” înseamnă “să faci tot ce ține de tine” – „Fă tot posibilul pentru a te înfățișa înaintea lui Dumnezeu ca un om încercat, ca un lucrător care nu are de ce să-i fie rușine” (2 Tim 2:15). Apostolul Pavel, îl îndeamnă pe Timotei, ca tânăr predicator și lider de biserică, să folosească orice efort (să se străduiască, să fie atent la sine) pentru a se putea înfățișa înaintea lui Dumnezeu asemenea unui metal care a fost testat și marcat ca fiind „aprobat”.

În mod evident purtarea „cu atenție” și efortul cerut prin aceste îndemnuri sunt necesare deoarece acestea nu vin în mod natural sau într-un mod ușor, și nici nu pot fi luate în chip ușuratic (cf. 1 Pet. 1:7), unde aceeași expresie este folosită cu privire la autenticitatea credinței – “testată prin foc”). Fi treaz, asemenea unui soldat, atlet și fermier (2 Tim. 2:3-6) în înfățișarea ta înaintea lui Dumnezeu “ca unul încercat și curat” (William D. Mounce, “Pastoral Epistles” in Word Biblical Commentary, 521)

Predicatorul și liderul bisericii trebuie să fie în primul rând și în mod special “un om al lui Dumnezeu” (1 Tim. 6:11). În Vechiul Testament acest termen este folosit Pentru a-i descrie pe acei care îndeplineau o slujire divină. Moise (Predicatorul și liderul bisericii trebuie să fie în primul rând și în mod special “un om al lui Dumnezeu” (1 Tim. 6:11). În Vechiul Testament acest termen este folosit Pentru a-i descrie pe acei care îndeplineau o slujire divină. Moise (Deut.33:1), David (2 Cronici Predicatorul și liderul bisericii trebuie să fie în primul rând și în mod special “un om al lui Dumnezeu” (1 Tim. 6:11). În Vechiul Testament acest termen este folosit Pentru a-i descrie pe acei care îndeplineau o slujire divină. Moise (Deut. 33:1), David (2 Cronici 8:14), Ilie (2 Regi 1:9) și profeții (1 Sam. 2:27) au fost “oameni ai lui Dumnezeu”.

Pregătirea personală trebuie să fie o disciplină zilnică în viața fiecărei persoane care dorește să fie un om sau o femeie a lui Dumnezeu, în special a predicatorilor și a liderilor bisericilor, pentru a putea fi pregătiți, echipați, și calificați pentru lucrarea lui Dumnezeu.

Pregătirea personală începe cu un timp personal cu Dumnezeu. Nu poți păstra curăția morală și puterea fără a avea o întâlnire zilnică cu Dumnezeu – un timp liniștit zilnic pentru pregătirea sufletului (cf. Isa. 50:4-9). Viața ta devoțională este adevăratul barometru a sănătății și sfințeniei spiritual. Viața devoțională trebuie să fie disciplinată și zilnică. Dacă suntem disciplinați și destoinici în ce privește viața spiritual, Dumnezeu ne va alege ca fiind “încercați și fără prihană”, testați și acceptați.

Acest proces de “înfățișare a noastră înaintea lui Dumnezeu” ca fiind “încercați și fără pată” implică disciplina zilnică a “pregătirii personale” a propriei spiritualități în lucrarea de slujire. Pregătirea personală acoperă 4 domenii principale:

1.      Protejarea vieții tale morale

2.      Dirijarea vieții tale personale

3.      Hrănirea omului dinlăuntru

4.      Disciplinarea vieții tale spirituale

În această ediție vom încerca să observăm ce înseamnă:

I. Protejarea Vieții Morale

Responsabilitatea morală a unui bărbat sau a unei femei a lui Dumnezeu este prezentată de apostolul Pavel într-un mod foarte clar...

1.      Trebuie să fugim de capcanele păcătoase.Fugi (ferește-te) de poftele tinereţii (patimi), şi urmăreşte (caută) neprihănirea” (2 Tim. 2:22).

2.      Trebuie să urmăm principiile duhovnicești. Fugi de aceste lucruri (i.e. liberalism [1 Tim. 6:3-5] și materialism [1 Tim. 6:6-10]) și caută (urmărește) neprihănirea, evlavia, credința, dragostea, răbdarea, blândețea” (1 Tim. 6:11).

3.      Trebuie să luptăm bătăliile spirituale. Luptă-te lupta cea bună a credinței, apucă viața veșnică” (1 Tim. 6:12 ).

UN LIDER DUHOVNICESC TREBUIE SĂ FUGĂ DE CAPCANELE PĂCATOASE – acestea pot să îți distrugă lucrarea. Fugi are sensul de „fugi să-ți scapi viața”; „nu te uita înapoi”; „scapă cu orice preț” – la fel cum i s-a spus soției lui Lot pentru a scăpa din Sodoma. Care sunt aceste capcane păcătoase din care trebuie să scăpăm?

În primul rând, trebuie să fugim de capcana patimilor false (i.e. sexul în afara căsniciei; senzualism; păcatul poftei). 1 Cor. 6:18 afirmă, “fugi de imoralitate sexuală” și versetul nostru din 2 Timotei 2:22 spune, “fugi de poftele tinereții”.

Imoralitatea sexuală este una dintre capcanele păcătoase de care trebuie să fugim. Sexul ilicit pare că seduce atât de mulți bărbați din slujire în ziua de azi. Acum, chiar dacă apostolul Pavel nu vorbește despre pofta sexuală în mod specific în textul de față, cu siguranță că aceasta este una dintre acele ispite și capcane care se strecoară în viața bărbaților aflați în slujire.

Cineva s-ar putea să spună: „Ei bine, aceasta a fost adresată unui pastor tânăr. Pot să observ cum pastorii tineri au nevoie să țină seama de sfatul apostolului Pavel. Dar eu sunt mai în vârstă. Am mai multă experiență. Pornirile mele sunt sub control. Femeile tinere nu aleargă după mine.” Dacă acesta este modul în care gândești, atunci ai face bine să fugi de capcana pasiunilor false chiar acum – pentru că ești în pericol.

În ciuda faptului că acest lucru a fost scris pentru un pastor tânăr, la nici o vârstă nu suntem liberi de ispita sexuală. Deci, "continuați să fugiți" și "nu oferiți nici o oportunitate trupului pentru a-și îndeplini poftele lui" (Romani 13:14;... Cf. 1 Ioan 2:15-17, de asemenea,, Gal 1:4). În nici un moment din istorie nu a fost pofta sexuală atât de extinsă printre pastorii și liderii bisericii cum este în prezent. Mai mult decât în orice alt moment din istorie capcana patimilor false poate deraia lucrarea ta. Niciodată perversiunea sexuală nu a fost atât de larg răspândită și atât de accesibilă cum este în ​​prezent - în special pe internet. E atât de insidioasă, pentru că este atât de secretă, atât de omniprezentă, și atât de dependentă.

Deci, cum putem evita această capcană păcătoasă a patimilor false? Noi putem face față în mod corespunzător ispitei în puterea Duhului, prin punerea "la moarte a faptelor trupului" (Romani 8:13), prin "dezbrăcarea de omul cel vechi care se strică după poftele înșelătoare" (Efeseni 4:22)., prin continuarea "răstignirii firii pământești împreună cu patimile și poftele ei", și prin menținerea în pas cu Duhul Sfânt (cf. Gal. 5:24).

Prin urmare, în primul rând trebuie să fugim de capcana pasiunilor false. În al doilea rând, trebuie să fugim de capcana învățăturilor false (i.e. adevăr neechilibrat; liberalism; păcatul mândriei). Apostolul Pavel ne avertizează că “va veni vremea când oamenii nu vor putea să sufere învățătura sănătoasă” (2 Tim. 4:3-4). Învățători falși au existat întotdeauna în biserică. Încercarea lor de a influența pe alții este de obicei o bătălie de cuvinte, o propagare a unui mesaj fals sau înșelător – mai degrabă decât doctrina adevărată sau Evanghelia adevărată. Dacă renunți la „cuvintele hrănitoare” (învățătură sănătoasă; adevărata evanghelie), te lași descoperit în fața capcanei învățăturilor false, a liberalismului teologic. Cânt se instalează letargia spirituală, liberalismul subversiv preia controlul. Învățăturile false se manifestă în patru moduri:

1) Învățătorii falși predică "o altă evanghelie", un mesaj de corupt. Asta e ceea ce (în opinia mea) este teismul deschis - "o altă evanghelie - o evanghelie diferită" (Gal. 1:6,9). Asta e ceea ce este mesajul despre "sănătate și bunăstare" – „o altă evanghelie", un mesaj corupt. Trebuie să ne ferim de liberalismul care se strecoară în viața noastră într-o modalitate atât de subtilă și care este aparent atât de inofensiv. Să ne asigurăm că mesajul pe care îl predicăm este pur, sănătos, clar, precis, hrănitor.

2) Învățătorii falși prezintă o atitudine arogantă, un mod de gândire încrezut.Dacă învaţă cineva pe oameni învăţătură deosebită, şi nu se ţine de cuvintele sănătoase ale Domnului nostru Isus Hristos şi de învăţătura care duce la evlavie,4 este plin de mândrie şi nu ştie nimic…” (1 Tim. 6:3-4).

Duhul veacului în care trăim întotdeauna vrea ceva nou. O doctrină nouă. O practică nouă. O interpretare nouă. Atunci când întâlnim un „nou lucru” (Fapte 17:21), să fim cu băgare de seamă! Nu este nimic nou sub soare, în special în lucrurile teologice. Aceste lucruri noi sunt de obicei înrădăcinate în mândrie, o minte încrezută, o atitudine egocentrică – „este plin de mândrie și nu știe nimic”. Feriți-vă de mândria poziției – fie că este o poziție de învățătură sau practică.

3) Învățătorii falși adoptă o abordare antagonică, un mod controversat. "Aceștia sunt obsedați de dispute și argumente peste cuvinte, de la care vin invidie, ceartă, clevetiri, suspiciunile rele, altercații inutile de oameni de minți corupte și lipsiți de adevăr" (1 Tim. 6:4-5).

Observați că motivația comportamentului lor este o defectuoasă trăsătură de caracter – invidia și gelozia; pizma și cearta; clevetirile și insultele și vorbirea de rău; suspiciuni răutăcioase; zădarnici ciocniri de vorbe fricțiuni constante. În plus, ei au caracter defectuos din punct de vedere spiritual – „oameni (bărbați sau femei) cu minți corupte și lipsiți de adevăr” (5).Caracterul moral defectuos și caracterul spiritual defectuos merg adesea mână în mână.

4) Învățătorii falși doresc câștig material, un motiv comercial. Ei sunt "bărbați (sau femei) care presupun că evlavia este un mijloc de câștig" (1 Tim. 6:5). Câștigul material (Lăcomia financiară - cf. v. 10 lăcomie) este caracteristica învățătorilor mincinoși care învață că "evlavia este un mijloc de câștig."

Ei folosesc mantaua religiei pentru câștig personal (cf. lui Balaam; Iuda) Ei "strică Cuvântul lui Dumnezeu" (2 Cor. 2:17) pentru a face rost de bani. Ei tratează lucrarea spirituală ca pe o afacere. Lăcomia financiară este una dintre acele capcane subtile, păcătoase care apucă inima multor oameni din slujire. Ei văd stilul de viață al altor persoane care au bani și îl doresc pentru ei înșiși.

Dacă ești în lucrare pentru un câștig financiar personal, atunci tu nu ești un om al lui Dumnezeu! Îndepărtarea de adevăr (1 Tim. 6:3-5) este deseori însoțită de urmărirea materialismului (1 Tim. 6:9-10), de susținerea faptului că posesiunile materiale sunt dovezi ale evlaviei, sau că evlavia este răsplătită de posesiuni materiale, sau că evlavia este un mijloc de a crește posesiunile materiale. Acesta este un mesaj fraudulent – „o altă evanghelie” care este departe de adevărul Scripturii. 

Dragostea de câștig este un viciu mortal pe care predicatorii trebuie să îl evite cu orice preț. Poate să îți distorsioneze gândirea, prioritățile și motivele. Nu fă din aceasta țelul tău sau lăsa să devină un idol. Fugi de căutarea bogățiilor. Fi mulțumitor cu ceea ce ai. Trebuie să trăiești și să plătești facturile, dar nu te închina la bani. Bazează-te pe Dumnezeu să asigure necesarul – El întotdeauna o face și în moduri în care nu ne putem imagina.

Deci, fugi de capcana patimilor false și de cea a învățăturilor false. Iar aceasta ne duce la cea de-a treia capcană. Trebuie să fugim de capcana valorilor false (lăcomie nestrunită; materialism).

Învățăturile false și valorile false sunt adesea mână în mână, căci una de obicei conduce către cealaltă. Apostolul Pavel vorbea în 1 Tim 6:3-5 despre învățăturile false și acum despre valorile false – în alte cuvinte, despre dorința de a fi bogat și despre dragostea de bani, care îi face pe oameni să „cadă în ispită, în laț și în multe pofte nesăbuite și vătămătoare, care cufundă pe oameni în prăpăd și pierzare. Căci iubirea de bani este rădăcina tuturor relelor; și unii, care au umblat după ea, au rătăcit de la credință, și s-au străpuns singuri cu o mulțime de chinuri.”(1 Tim. 6:9-10). După aceea, apostolul Pavel continuă: „Iar tu, om al lui Dumnezeu, fugi de aceste lucruri”. Deci, în context, Pavel vorbește despre a fugi de capcana lăcomiei, în mod special de câștig material, deși sunt și alte forme de lăcomie. Domnul Isus a spus: „nu poți să-l slujești pe Dumnezeu și pe mamona (bogățiile lumești)” (Matei 6:24).

Lăcomia este normală naturii umane. La urma urmei, căderea a fost motivată de lăcomie, nu-i așa? – lăcomia pentru ceva ce Adam și Eva au perceput că l-ar putea da ceva ce ei considerau că le lipsește. Aceasta este lăcomia – dorința de a avea mai mult, datorată nemulțumirii față de ceea ce au.

Pericolul nu este posesia banilor în sine – ci "dragostea" de bani. Dragostea de bani (1) l-a împiedicat pe tânărul bogat să-l urmeze pe Isus - "a plecat întristat pentru că avea multe avuții" (Marcu 10:17-22), (2) l-a făcut pe fermierul bogat să se înșele crezând că totul este bine când el a fost de fapt la un pas de eternitate (Luca 16:16-21) și (3) Anania și Safira au fost motivați să mintă pe Duhul Sfânt și să provoace un mare necaz în biserică (Faptele Apostolilor 5:1-11 ).

Capcana păcătoasă a valorilor false începe cu dorințe greșite ("Cei ce vor ..." [9a]), se dezvoltă în fapte greșite ("... cad în ispită, în laț" [9b]), și se termină în destinația greșită ("…cad... în multe pofte nesăbuite și vătămătoare, care cufundă pe oameni în prăpăd și pierzare "[9b]). Bogăția poate fi o capcană, deoarece hrănește dorințele trupului, ea aduce putere, atrage un statut.

Concluzie: Cele mai seducătoare și subtile capcane pe care le întinde Satana predicatorilor și liderilor bisericilor sunt:

1.      Capcana morală - ex sexul ilicit, pasiuni false, senzualitate, nepăsare morală

2.      Capcana Teologică - adevăr dezechilibrat; învățătură falsă, liberalism, îndepărtarea de credința dreaptă

3.      Capcana Materială - neînfrânata lăcomie de bani; a valorilor false, materialismul

Un lider evlavios trebuie să fugă de capcanele păcătoase - acestea pot distruge lucrarea ta. În al doilea rând, un lider evlavios trebuie să ghideze după virtuțile duhovnicești – acestea vor întări lucrarea ta. La acest al doilea aspect al pregătirii personale vom privi în ediția noastră viitoare a Jurnalului Electronic al Păstorilor, care va fi publicat în vara anului 2013.

Sper că această discuție scurtă despre ceea ce înseamnă a fi un om evlavios (duhovnicesc) sau o femeie evlavioasă, mai ales ca predicator sau lider de biserică,v-a fost de ajutor prin prezentarea unora dintre aceste capcane păcătoase pe care trebuie să le evităm, pentru a fi pregătiți pentru lucrarea lui Dumnezeu.

În ediția următoare a Jurnalului Electronic al Păstorilor vom continua acest studiu despre pregătirea personală a predicatorului deoarece considerăm că principiile (virtuțile) duhovnicești trebuie urmărite și bătăliile spirituale trebuie luptate.

Partea a II – Lidership: A fi un model Dumnezeiesc

„Sfinţenia Ta Personală” (continuare)

Dr. Roger PASCOE, Președintele Institutului Biblic pentru Predicare
Cambridge, Ontario, CANADA

În ultima ediție a Jurnalului Electronic al Păstorilor, am primit împreună la un aspect al sfințeniei – puritatea în comportamentului sexual. În această ediție, vom privi la un alt aspect al sfințirii personale – CURĂȚIA ÎN PURTAREA ETICĂ.

Aceia dintre noi care sunt în conducerea bisericii trebuie să mențină cel mai înalt standard de integritate în etica “afacerilor”. Aceasta înseamnă raportarea venitului dumneavoastră exact și complet la raportului pentru întoarcerea impozitului pe venit. Aceasta înseamnă să te raportezi în mod corect și onest față de cei cu care faceți afaceri. Aceasta înseamnă a acționa fără prihană înaintea lui Dumnezeu, în toate îndatoririle pe care le avem.

Curăția din etica ta de afaceri înseamnă a fi administratori înțelepți a tuturor resurselor pe care Dumnezeu ți le-a dat, fie că este vorba de timp, bani sau bunuri. Modul în care cheltui banii spune multe despre cine ești. Dacă îi cheltuiți în chip ușuratic, probabil sunteți iresponsabil. Dacă trăiți în limita a ceea ce vă puteți permite, sunteți probabil disciplinat, responsabil. O modalitate de a controla cheltuielilor dvs. este prin a avea un buget. Nimeni nu construiește un turn fără a lua în calcul în primul rând costul (Luca 14:28). Un buget ia în considerare venitul dumneavoastră, comparativ cu cheltuielile. Enumerați-le cu atenție pentru fiecare lună a anului. Asigurați-vă un buget Pentru cheltuieli neprevăzute. Includeți economiile în bugetul dumneavoastră. Și analizați periodic cheltuielile dvs. - suma și obiceiurile cu privire la cheltuieli.

Să știți cât de mult cheltuiți și pe ce cheltuiți, vă va ajuta să îndepărtați îngrijorarea cu privire la bani – dacă vei fi în stare să ai suficienți bani până la următorul salar. Aceasta nu exclude cheltuieli neprevăzute din timp în timp, care sunt adesea cel mai greu de a le face față în momentul în care sunteți pe un buget restrâns. Dar vă oferă un cadru în care să puteți să le tratați. Dezvoltați obiceiuri bune cu privire la cheltuieli – vă va salva de foarte multă suferință pe plan financiar.

Și să fiți foarte atent cu datoriile. Nu puteți să nu datorați pentru electricitate și alte cheltuieli de uz casnic, dar aveți posibilitatea să controlați cardurile de credit și împrumuturile bancare. Dacă utilizați un card de credit, asigurați-vă că ați plătit soldul lunar atunci când acesta este scadent. Nu împrumutați ceea ce nu vă puteți permite.

Planificați pentru viitor, prin investirea unei anumite sume în fiecare zi de plată a salarului. Pilda talanților (Matei 25:15-28), vorbește cu privire la acest lucru. A nu fi îngrijorați pentru ziua de mâine are de a face cu lipsa de încredere în Dumnezeu (Matei 6:25),și nu cu planificarea financiară. Planificarea financiară este biblică și responsabilă. Fă un plan pe termen lung pentru banii tăi. Dacă se poate, începe să economisești pentru pensie atunci când ești tânăr. Puținul pus deoparte în fiecare zi de remunerare va însemna mult la vârsta pensionării. Aceasta este o bună gospodărire.

Pentru economiile de pensii, căutați-vă un planificator financiar bun, de preferință un creștin care se poate identifica cu etica și țelurile dvs., inclusiv cu donații de caritate. Nu încercați scheme de genul „să-devin-bogat-rapid”. Dacă pare prea frumos pentru a fi adevărat, probabil așa și este. Investiția nu este același lucru cu economia. Nu fi un avar. Fii generos și sensibil față de alții care au nevoie. Dar există un echilibru între a tezaurizare și cheltuielile sălbatice, între economisire pentru cheltuielile viitoare și cele iresponsabile.

Calculează cât de mult ai nevoie de asigurare de viață. Discutați cu planificatorul dvs. financiar sau cu un agent de asigurare de viață de încredere. Asigurarea de viață este o metodă de planificare financiară responsabilă pentru familia ta. Asigură cele necesare nevoilor familiei tale (1 Tim. 5:8). Ei sunt pe primul loc în prioritățile de cheltuieli ale oricărei persoane. Și dați Domnului cu bucurie și pe cât de regulat puteți (cf. 1 Corinteni 16:2;.. 2 Corinteni 9:5, 7). Pot exista momente când nu veți putea da (de exemplu, dacă sunteți șomer), dar în măsura în care sunteți în stare (prin utilizarea rațională a resurselor pe care Dumnezeu ți le-a dat) dă pentru lucrarea Domnului, chiar dacă suma este mică .

Mai presus de toate, încrede-te în Dumnezeu. El se va îngriji de tine așa cum o face pentru păsări și flori. Dar e responsabilitatea ta de a gestiona ceea ce ți-a dat și să-l utilizezi cu înțelepciune.

Mențineți cel mai înalt standard de integritate în etica „muncii” dvs. Etica de muncă a apostolului Pavel a fost un exemplu demn de urmat pentru tesaloniceni: „voi înşivă ştiţi ce trebuie să faceţi ca să ne urmaţi; căci noi n-am trăit în neorânduială, între voi. 8 N-am mâncat de pomană pâinea nimănui; ci, lucrând şi ostenindu-ne, am muncit zi şi noapte, ca să nu fim povară nimănui dintre voi. 9 Nu că n-am fi avut dreptul acesta, dar am vrut să vă dăm în noi înşine o pildă vrednică de urmat. (2 Tes. 3:7-9).

Deci nu fiți leneși; fiți sârguincioși în munca dvs. Faceți ceea ce ați spus că veți face atunci când ați spus că o veți face. Nu faceți angajamente superficiale pe care nu le veți duce la capăt - aceasta este o chestiune de credibilitate. Și asigurați-vă că munciți din greu, dați o zi întreagă de lucru pentru o zi de salariu - aceasta este o chestiune de integritate.

În etica lucrului dvs. afișați o atitudine ca a lui Hristos, biblică: „Robilor, ascultaţi de stăpânii voştri pământești, cu frică şi cutremur, în curăţie de inimă, ca de Hristos. 6 Slujiţi-le nu numai când sunteți sub ochii lor, ca şi cum aţi vrea să plăceţi oamenilor, ci ca nişte robi ai lui Hristos, cari fac din inimă voia lui Dumnezeu.7 Slujiţi-le cu bucurie, ca Domnului, iar nu oamenilor,8 căci ştiţi că fiecare, fie rob, fie slobod, va primi răsplată de la Domnul, după binele pe care-l va fi făcut. 9 Şi voi, stăpânilor, purtaţi-vă la fel cu ei; feriţi-vă de ameninţări, ca unii cari ştiţi că Stăpânul lor şi al vostru este în cer, şi că înaintea Lui nu se are în vedere faţa omului.” (Efes. 6:5-9).

O atitudinea biblică, ca a lui Hristos este o atitudine de respect - "cu frică și cutremur" (5b). Acest lucru nu înseamnă că literalmente se ascund de frică înaintea unui angajator asemenea unui cățeluș înspăimântat. Ci înseamnă mai degrabă că îl onorați și respectați; îi cinstiți; recunoașteți că sursa autorității lor este Dumnezeu.

E o atitudine de sinceritate - "în curăție de inimă" (5c). Fii nedivizat în loialitatea ta; fidel angajatorului tău. Să reverși integritatea din tine - dreptatea, motivația curată.

Totodată, este o atitudine de slujire creștină - " ascultaţi …ca de Hristos " (5d). Aceasta este perspectiva care face o astfel de ascultare posibilă. Ascultarea ta față de stăpânul tău pământesc este, de fapt, ascultare față de Hristos. Munca ta devine o oportunitate de a lucra pentru Hristos. Acesta este motivul fundamental pentru ascultarea creștină - să ne supunem lui Hristos. Ea nu are nimic de-a face cu personalitatea șefului tău, sau de tratamentul pe care ți-l oferă. Ea are totul de-a face cu slujirea lui Hristos. Creștinii ar trebui să fie angajații cei mai ascultători, corecți, respectuoși, loiali și devotați pentru că ei lucrează "ca pentru Hristos."

Acest lucru va face ca mărturia ta să fie foarte credibilă și puternică. În cazul în care etica de lucru este diferită de a altora - dacă vorbești, gândești și acționezi în mod diferit - poți avea o mărturie puternică. Dar, dacă întotdeauna ajungi la locul de muncă târziu și pleci mai devreme, dacă faci muncă de slabă calitate, și îți iei pauze lungi de prânz, atunci mărturia ta nu va mai fi credibilă.

Dacă angajatorul este creștin, nu considera că ai dreptul la un tratament special. Angajatorii creștini merită mai mult respect și mai multă ascultare pentru că ei sunt frați în credință. Dați tot ce aveți mai bun indiferent cine este angajatorul și prin aceasta îl veți onora pe Dumnezeu. Dacă nu suporți munca pe care o faci, găsește-ți altceva, dar nu fi delăsător. Atâta timp cât lucrezi acolo, continuă să lucrezi „ca pentru Hristos”, fi punctual, de încredere, cooperativ.

O etică creștină a muncii înseamnă, de asemenea neamânarea – faceți lucrurile care nu vă place să le faceți atunci când trebuiesc făcute. Faceți munca dvs. cu bucurie, de bună voie – nu ca unul constrâns, sau de silă (1 Pet. 5:2). Fă munca ta în mod eficient – folosește la maxim timpul tău, stabilește prioritățile și spune „nu” lucrurilor care folosesc timpul tău într-un mod nefolositor.

Partea a III – Gânduri Devoţionale

“Încrederea În Slujire” (2 Cor. 2:14-3:6)

Dr. Roger PASCOE, Președintele Institutului Biblic pentru Predicare
Cambridge, Ontario, CANADA

Acest pasaj surprinde esența slujirii - pe de o parte, insuficiența și slăbiciunea noastră extremă, iar pe de altă parte, încrederea noastră în Dumnezeu. Ideea acestui pasaj este că "Dumnezeu slujește prin intermediul celor care se încred în El." Până în acest moment, în scrisoarea sa, Pavel a relatat mai multe dificultăți din slujirea sa - necazurile sale din Asia, criticile aduse integrității sale, suferință pentru ofensele din Corint. Acest lucru ar putea fi interpretat ca un eveniment deprimant al slujirii sale - dar nu este cazul. Deci, pentru a-și asigura cititorii săi că nu este într-un astfel de moment, Pavel, începe o prezentare extinsă (2:14 - 07:03) astfel încât să poată (1) descrie modul în care Dumnezeu întotdeauna a susținut o lucrare eficientă, în ciuda dificultăților (02:14 -3:6 are legătură cu

Necazurile acelor zile nu l-au împiedicat să proclame triumfător Evanghelia. Iar ca rezultat al acestui fapt are loc izbucnirea de laudă la adresa lui Dumnezeu, căci doar prin El este posibilă biruința în orice moment și în orice loc. Tema acestei epistole este biruința harului lui Dumnezeu peste și prin slăbiciunea omului, în special prin neputințele noastră pentru lucrare. În ciuda dificultăților, Dumnezeu asigură eficiența slujitorilor Săi și dezvoltarea sarcinilor noastre spirituale.

Primul principiu pentru lucrare pe care îl observăm în acest pasaj este că NOI PUTEM FI ÎNCREZĂTORI ÎN LUCRARE ATUNCI CÂND URMĂM INSTRUCȚIUNILE LUI DUMNEZEU (2:14-16a). Putem fi încrezători în lucrare când urmăm instrucțiunilor sale căci conducerea Sa este întotdeauna victorioasă. – „Mulţumiri fie aduse lui Dumnezeu, care ne poartă totdeauna cu carul Lui de biruinţă în Hristos(14a). Imaginea folosită aici este cea a splendorii unei procesiuni armate romane care revine acasă victorioasă de pe câmpul de luptă.

Slujirea eficientă înseamnă a-L urma pe Lider. Hristos este liderul nostru și El ne conduce spre victorie. Noi suntem războinicii Lui și ne bucurăm de roadele triumfului Său. Aceia care îl urmează pe Hristos triumfă asupra dușmanilor și obstacolelor. Isus Hristos a purtat cea mai mare bătălie la cruce iar triumful Său facilitează triumful nostru – suntem părtași împreună cu El.

Parada victoriei este doar pentru cei care urmăresc conducerea lui Hristos. Pavel își amintește cum negreșit el a fost condus într-un progres de biruință și de modul în care savoarea cunoașterii lui Hristos s-a manifestat prin el în orice loc.

Cei care îl urmează pe Hristos biruiesc asupra dușmanilor și obstacolelor. Ei au biruință deoarece ei sunt "în Hristos" (14a). Credinciosul nu are poziție înaintea lui Dumnezeu. Prin credința în lucrarea perfectă de ispășire a lui Hristos creștinii sunt justificați și încorporați în El – sunt făcuți una cu El. Doar "prin Hristos" Dumnezeu are biruință peste și în noi. Prin această unire vitală cu El noi participăm la conducerea Lui biruitoare în lucrare. "În Hristos," Dumnezeu ne-a afișează lumii ca robi ai Săi, supuși de puterea îndurării și harului Său.

Deci, putem fi încrezători în lucrare când urmăm instrucțiunile lui Dumnezeu pentru că conducerea Sa este întotdeauna victorioasă. Și, putem fi încrezători în lucrare când urmăm instrucțiunile lui Dumnezeu deoarece cuvântul său este întotdeauna plin de putere (14b-16c). Este puternic în “orice loc”. Dumnezeu lucrează prin noi pentru a răspândi mireasma lui Hristos în "orice loc" (14b). Așa cum revenirea triumfală a armatelor romane din vremea lui Pavel lansa mirosurile dulci prin arderea mirodeniilor pe străzi, la fel, Dumnezeu prin noi împrăștie Evanghelia "în orice loc", ca o mireasmă omniprezentă. În orice loc în care slujitorii Săi predică Cuvântul Său, "cunoașterea" lui Hristos se împrăștie. Scopul suprem al predicării este ca Hristos să fie cunoscut, nu-i așa?

Observați că această lucrare este în întregime a lui Dumnezeu. Conducerea Sa este întotdeauna victorioasă pentru că ne conduce în biruință. Iar Cuvântul Său este întotdeauna plin de putere în timp ce revarsă mireasma dulce a cunoașterii lui Hristos „prin noi”.

Cuvântul lui Dumnezeu este puternic în orice loc și este puternic în fiecare persoană. Observați mai întâi direcția acestei miresme - "înaintea lui Dumnezeu” (15a). Un slujitor eficient este unul care emite o mireasmă plăcută înainte de toate în înaintea lui Dumnezeu. Apoi, observați atunci descrierea acestei miresme - e o "mireasmă a lui Hristos" (15a). Așa cum mireasma de pe persoana noastră umple mediul din jurul nostru (a se vedea Ioan. 12:3), în același mod lucrarea noastră trebuie să se răspândească mai departe mireasma a lui Hristos. Nu rezultatele slujitorului sunt importante, ci slujitorul, după cum am menționat și în Partea I a acestei publicații. Dacă vom emite o mireasmă a lui Hristos, aceasta va fi o lucrare plăcută înaintea lui Dumnezeu, indiferent de ce efect va avea. Sarcina noastră este de a-L prezenta pe Hristos tuturor - atât "pentru cei care sunt pe calea mântuirii" cât și la "cei care sunt pe calea pierzării" (15b).

Răspunsul celor care aud este treaba lui Dumnezeu. Slujba noastră este de a fi „o mireasmă a lui Hristos” pentru orice făptură. La fel cum parfumurile festivităților militare antice

Așa cum tămâia festivităților întoarcerii armatei militare din vremurile antice s-a scurs atât peste cuceritori (cărora le era un miros dulce de victorie), precum și peste captivi (cărora le-a fost un semn al osândirii iminente), în același mod Evanghelia este predicată de către slujitorii lui Dumnezeu (cei care au mireasma lui Hristos), atât celor care vor o accepta cât și celor care o vor respinge.

Pentru cei care "sunt pe calea pierzării" suntem o "mireasmă de la moarte spre moarte" (16a). Așa cum tămâia procesiunii militare a fost un memento amar al morții iminente pentru ostatici, tot așa, pentru cei care refuză evanghelia, proclamarea ei este un avertisment al morții veșnice. Ea devine ocazia condamnării prin propria lor alegere. Astfel, pentru ei Evanghelia este o sursă a morții, o aromă care îi condamnă, un fum nociv, o sentință de moarte (a se vedea 4:10-12). Dar, pentru cei care "sunt mântuiți" suntem o "mireasmă de viață care duce la viață" (16b). Așa cum mirosul tămâierii din timpul procesiunii militare este un memento dulce al triumfului pentru învingători, tot așa pentru cei care cred Evanghelia, aceasta este vestea bună a vieții veșnice (Ioan 3:36). Pentru ei, Evanghelia este sursa vieții - o "aromă” dătătoare de viață care devine eficientă în inima și conștiința ascultătorului, și care prin aceasta primește o nouă viață. Pentru ei, predicatorul aduce esența vieții în Hristos.

Lucrarea noastră este de a predica Evanghelia lui Hristos. Fie va fi acceptată, caz în care este „dătătoare de viață”; fie va fi respinsă, caz în care este „dătătoare de moarte”.

Țineți minte că Dumnezeu slujește prin cei care își pun încrederea în El. Dar, perspectiva slujirii este descurajatoare, nu-i așa? De aceea, Pavel întreabă: (16c) "Cine este de ajuns pentru aceste lucruri?". Cine este echipat și competent? Cum pot fi astfel un mesager? este întrebarea lui Pavel.

De unde provine abilitatea, încrederea mea? Răspunsul este acesta: putem fi încrezători în slujire atunci când urmăm instrucțiunile lui Dumnezeu (2:14-16), și PUTEM FI ÎNCREZĂTORI ÎN LUCRARE ATUNCI CÂND NE ÎNCREDEM ÎN PROVIDENȚA LUI DUMNEZEU (02:17 - 03:06). Putem fi încrezători în slujire atunci când avem încredere în providența lui Dumnezeu pentru că el oferă rezultate pentru cei care sunt autentici (02:17 - 03:04). Învățătorii falși se încred în capacitatea lor. Ei cred că suficiența lor este în ei înșiși, dar ei sunt falși, înșelători, care "strică Cuvântul lui Dumnezeu" (17a).

Ei slăbesc și degradează mesajul prin diluarea sa, asemenea unui negustor necinstit, care profită din vânzarea mărfurilor de calitate inferioară. Ei caută numai câștigul lor de pe urma promovării cunoștințelor lor religioase, făcând din slujire o marfă pentru câștig personal. Ei se ascund sub numele și prefăcătoria creștinismului, dar intențiile lor sunt altele. Ei sunt lipsiți de scrupule și nu țin cont de ceea ce este în joc. Ei profită de cei slabi, săraci și creduli. Aceștia sunt interesați doar de a face o "vânzare", și nu de vreun suflet. Ei sunt deplin inconștienți de orice insuficiența lor pentru slujire. Slujirea pentru ei este o afacere.

Învățătorii falși se încred în capacitatea lor proprie, dar slujitorii autentici se încred în destoinicia lui Dumnezeu. Aceștia slujesc "cu o inimă curată", în pofida eșecurilor și a inadvertențelor lor. Aceștia slujesc cu o motivație pură, fără a amesteca filozofii false. Cuvântul lor poate fi de încredere. Ei modelează adevărul. Ei nu corup adevărul prefăcându-se că sunt sinceri și autentici. Ei sunt "din Dumnezeu" - adică "din partea lui Dumnezeu" (17b). Ei vorbesc ca și cei a căror autoritate este "de la Dumnezeu" și își desfășoară slujirea lor "în fața lui Dumnezeu" - fiind conștienți de controlul Lui, în toate aspectele, cu umilință, sacrificiu de sine, necăutând câștig personal, ci slujind pentru convertiri spirituale.

Lucrarea lor se află sub control. Motivele lor sunt pure ca a acelora care trebuie să ducă slujba până la capăt înaintea lui Dumnezeu. Slujirea lor este "în Hristos" - în comuniune cu Hristos ca un membru al trupului Său, activat prin Duhul Său, pentru că acesta este „destoinic pentru aceste lucruri”. Un om cu motive curate, credincioase, calificat pentru responsabilitatea aceasta. Unul care nu corupe Cuvântul și nici nu folosește-l ca un mijloc pentru câștig personal.

Slujitorilor autentici ai Evangheliei, Dumnezeu le oferă rezultate în lucrarea lor (3:1-4) – nu câștig material, ci convertiri spirituale; nu convertiți religioși prin urmarea legii (3b), ci „epistole ale lui Hristos” (3a) – cei a căror viață mărturisesc despre sinceritatea slujirii și a lucrării lui Dumnezeu prin Duhul Său.

Putem fi încrezători în slujire atunci când ne încredem în providența lui Dumnezeu, pentru că el oferă rezultatele celor care sunt slujitori autentici, și putem avea încredere în lucrare atunci când avem încredere în providența lui Dumnezeu pentru că el oferă resursele pentru cei care se simt nevrednici (3:4 - 6).

Pavel a avut toate motivele pentru a avea încredere în sine (1-3). Credincioșii corinteni au fost prerogativele sale. Ei au fost o epistolă a lui Hristos scrise cu Duhul Dumnezeului celui viu. Dar, de fapt, încrederea lui nu a fost în el însuși. Încrederea lui era "tare în Dumnezeu, prin Hristos" (4). Încrederea lui era că Dumnezeu îl chemase să fie un slujitor capabil, potrivit pentru Evanghelie. Încrederea lui nu a fost direcționată spre sine, ci "față de Dumnezeu", o încredere care poate trece testul lui Dumnezeu.

Cei care sunt suficienți pentru lucrare se simt total nepotriviți. Ei "nu că prin noi înșine suntem în stare să gândim ceva" (5a). Încrederea în sine este caracterizată prin mândrie, aroganță, indiferență, dispreț, dar încrederea în Dumnezeu este caracterizată prin blândețe, îndelungă răbdare, smerenie. Pavel nu a fost sursa propriei încrederi, a capacității sau a caracterului adecvat pentru slujire. El nu a avut un aviz umflat de el însuși. De fapt, el s-a simțit gol și neputincios - pe deplin conștient de slăbiciunea sa și limitarea sa. De aceea, el întreabă: "Cine este vrednic pentru aceste lucruri?". Iar Pavel răspunde:

Cei care sunt apți pentru lucrare știu că "destoinicia vine de la Dumnezeu" (5b). Numai Dumnezeu face ca slujitorii săi să fie destoinici pentru a îndeplini sarcinile care le sunt atribuite. Calificarea noastră pentru lucrare este de la Dumnezeu (fie că este vorba de cunoștințe, evlavie, sau talent). Nu este nici auto-achiziționată și nici auto-susținută. Dumnezeu este auto-suficient, noi suntem dependenți. "Eu nu sunt nimic", dar, "Dumnezeu care este în mine este totul" (cf. 1 Corinteni 15:10).

Dumnezeu ne face destoinici pentru lucrare. El ne cheamă și ne echipează ca "slujitori” (6a), o poziție pentru care ne face capabili, potriviți, și calificați. Aceasta este rădăcina destoiniciei noastre - Dumnezeu însuși. El ne cheamă ca slujitori ai "noului legământ" (6b). Nu în sensul unui iudaism renovat, ci a unui nou capitol început de Dumnezeu pentru omenirea. El ne-a chemat ca slujitori ai "Duhului" (6c), nu lucrători ai "slovei" (Legea). "căci slova omoară" (legea nu a fost niciodată destinată să dea viață, ci pentru a ne arăta păcătoșenia noastră și vina înaintea lui Dumnezeu, pentru a ne conduce în siguranță la Hristos) dar „Duhul (lui Dumnezeu) dă viață" (6c) celor care sunt spălați și regenerați, care sunt mântuiți prin sângele Său prețios.

Nu uitați: Dumnezeu lucrează prin cei care își pun încrederea în El. Încrederea noastră în slujire vine de la Dumnezeu, deoarece conducerea Sa a fost întotdeauna victorioasă și cuvintele Sale sunt pline de putere. Atâta timp cât îl urmăm pe El, Cuvântul Său, Duhul Său, dăruirea Sa, călăuzirea Sa noi putem avea încredere în lucrare căci El este cel care va aduce rezultate pentru cei care sunt autentici și tot El dă destoinicia celor care se simt neputincioși. În mine eu sunt nimic, dar prin Hristos „pot totul” (Filip. 4:13). Formulele magice nu sunt soluția, producțiile îndrăznețe nu funcționează, prezentările inovatoare nu impresionează pe nimeni. Singura slujire eficientă este cea făcută prin puterea Duhului Sfânt – „nu prin tărie, nici prin putere, ci prin Duhul Meu spune Domnul” (Zah. 4:6).

Unde este încrederea ta pentru lucrare? Este în tine? În abilitățile tale? În programul tău? În resursele tale financiare? În clădirea cochetă a bisericii? Sau este doar în Dumnezeu?

Din momentul în care Dumnezeu l-a abordat pe Pavel pe drumul Damascului, l-a mântuit, l-a umplut cu Duhul Sfânt, l-a chemat să fie un apostol, și l-a pus deoparte pentru lucrare ca un „vas ales”. Pavel nu avea niciodată îndoieli cu privire sursa încrederii, puterii, sau a succesului său din slujire. Faptul că Domnul și-a pus mâna peste El și că l-a mandatat într-un mod atât de special nu a încetat niciodată să fie o sursă de uimire și recunoștință pentru apostolul Pavel (1 Tim. 1:12).

Împrăștii mireasma dulce a lui Hristos? În lucrarea ta, atingi pe cineva din jurul tău cu evanghelia, fie că este pentru unii o mireasmă a dragostei sau pentru alții o mireasmă a morții? Bunătatea lui Hristos cuprinde persoana ta, atitudinile, relațiile, deciziile, acțiunile și cuvintele tale?

Partea a IV – Schiţe De Predici

Dr. Roger PASCOE, Președintele Institutului Biblic pentru Predicare
Cambridge, Ontario, CANADA

În ultima ediție a Jurnalului Electronic al Păstorilor am început să public următoarea serie din evanghelia după Ioan numită „Cele șapte dialoguri semnificative ale Domnului Isus”. Data trecută am publicat schița de predică pentru Ioan 3:1-8, ca prima parte a dialogului semnificativ al Domnului Isus cu Nicodim. În această ediție voi completa partea a –doua a dialogului Său cu Nicodim.

Schița de predică
Ioan 3:9-21, Dialogul Domnului Isus cu Nicodim (Part 2)

Pentru a asculta versiunea audio în limba engleză a acestor mesaje folosiți aceste linkuri: Jn. 3:9-14; Jn. 3:14-16; Jn. 3:17-21

Subiect: Intrarea în Împărăția lui Dumnezeu

Punctul nr. 1: De unde provine conceptul de naștere din nou? (9)

1. Conceptul nașterii din nou este o revelație divină (10)

2. Revelația divină a fost respinsă (11-12)

3. Revelația divină provine numai de la Dumnezeu(13)

Punctul nr. 2: Cum este posibilă nașterea din nou? (14-21)

1. Nașterea din nou este posibilă deoarece Christos a fost înălțat să moară (14-15)

a) El a fost ridicat să moară pentru păcatele noastre (14)

b) El a fost ridicat să moară ca obiect al credinței (15)

2. Nașterea din nou este posibilă pentru că Dumnezeu a iubit lumea (16)

3. Nașterea din nou este posibilă pentru că Dumnezeu l-a trimis pe Fiul Său (17-21)

a) El l-a trimis pe Fiul Său să ne salveze de la condamnare (17-18)

b) El l-a trimis pe Fiul Său să aducă lumină în întunericul nostru (19-21) 

From the series: La Revue Des Pasteurs

La Revue Internet Des Pasteurs, Fre Ed 7, Edition du printemps 2013

Edition du printemps 2013

Sous la direction du

Dr Roger Pascoe,

Président de l’Institut pour la Prédication Biblique

Cambridge, Ontario, Canada

www.tibp.ca

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Renforcer les capacités de l’Eglise dans la prédication biblique et le leadership

1ère Partie : La Preparation Du Predicateur

“Le prédicateur et l’œuvre de Dieu”

Par: Dr. Roger Pascoe, Président,

L’Institut pour la prédication biblique,

Cambridge, Ontario, Canada

Pour avoir de la crédibilité et de l’autorité, les responsables d’église doivent être des hommes et des femmes qui ont la crainte de Dieu. Les prédicateurs en particulier doivent être des hommes de Dieu afin d’être bibliquement qualifiés pour prêcher. Que signifie être «un homme de Dieu» ou « une femme de Dieu» ? Comment se préparer pour être un « homme de Dieu »?

Je me sens redevable à mon mentor, collègue dans le ministère, et ami, le Dr Stephen Olford grâce à qui le sujet d’aujourd’hui est si tangible, si vital, si pertinent et si puissant pour moi personnellement. C’est un domaine dans lequel il a profondément influencé ma vie. Je lui suis redevable pour les idées et les outils que j’ai glanées dans ses écrits, ses conférences, ses sermons, ses conversations personnelles ainsi que dans son propre exemple. J’ai essayé d’intégrer bon nombre de ces idées dans mes propres réflexions et dans ma pratique, et j’ai aussi incorporé beaucoup de ces idées dans le présent article.

Le terme «homme de Dieu» nous rappelle notre vocation, notre responsabilité et notre identité - nous appartenons à Dieu et nous le servons. L’homme de Dieu est préparé et équipé par et à travers les saintes écritures (2 Tim. 3:16-17), lesquelles Écritures nous sommes appelés et équipés pour proclamer. Alors, quelles sont les qualités ou les caractéristiques d’un homme de Dieu et comment un homme de Dieu peut-il se préparer en vue de l’œuvre de Dieu?  C’est ce à quoi nous essayerons d’apporter une réponse dans cet article.

Dans 1 Timothée 4.16, l’apôtre Paul écrit: «Veille sur toi-même et sur ton enseignement». Remarquez que Paul met l’accent d’abord sur la personne («Veille sur toi-même») et ensuite sur le messageet sur ton enseignement»). Il répète cette instruction à nouveau dans 2 Timothée 2:15, d’abord la personne («Efforce-toi de te présenter devant Dieu»), puis le message ensuite («dispense droitement la parole de la vérité»).

Ainsi, pour Paul, la préparation doit se faire selon l’ordre suivant : d’abord la préparation du prédicateur ou du responsable d’église, et ensuite la préparation du message. Paul met la préparation de la personne en premier avant la préparation du message, parce que comme le dit le Dr Stephen Olford, «la rectitude morale et spirituelle est un préalable indispensable à lorthodoxie doctrinale» (Stephen F. Olford, («La Prédication par Exposition sous l’Onction», 53-54). Ainsi donc, avant que vous ne puissiez prêcher une saine doctrine, vous devez d’abord être saint vous-même.

«Efforce-toi» signifie «fais tout ce qui est en ton pouvoir» - autrement dit «fais tout ce qui est en ton pouvoir pour te présenter devant Dieu comme un homme qui a été testé et qui s’est avéré authentique» (2 Tim. 2:15). Paul exhortait Timothée, un jeune prédicateur et responsable d’église, à mettre tous ses efforts (à faire preuve de diligence, à mettre tout en œuvre) pour se présenter devant Dieu tel un métal qui a été testé et qui été marqué du sceau «approuvé».

La diligence et l’effort requis dans cette exhortation sont d’autant plus d’actualité que ce ne sont pas des choses qui viennent facilement ou naturellement. Ces choses ne sont pas à prendre à la légère (voir aussi 1 Pierre 1:7 où la même expression est utilisée en rapport avec l’authenticité de la foi - «éprouvé par le feu»). Autrement dit, sois diligent, tout comme un soldat, un athlète, et un fermier (2 Tim. 2:3-6), en te présentant devant Dieu, «comme quelquun qui est éprouvé et authentique» (William D. Mounce, «Epîtres pastorales» dans Commentaire Biblique de la Parole, 521).

Le prédicateur et responsable d’église doit être d’abord et avant tout un «homme de Dieu» (1 Tim. 6.11). Dans l’Ancien Testament, ce terme était utilisé pour ceux qui avaient des offices religieux ou des fonctions conférées par Dieu. Par exemple Moïse (Deut. 33:1), David (2 Chron. 8:14), Elie (2 Rois 1:9) et les prophètes (1 Sam. 2:27) étaient des «hommes de Dieu».

La préparation personnelle doit être une discipline quotidienne dans la vie de toute personne qui veut être un homme ou une femme de Dieu, en particulier les prédicateurs et les responsables d’église, afin d’être prêts, équipés et qualifiés en vue de l’œuvre de Dieu.

La préparation personnelle commence par un temps de méditation quotidienne avec Dieu. Vous ne pouvez pas maintenir la pureté et les capacités morales nécessaires sans une rencontre quotidienne avec Dieu - un temps de dévotion quotidien est indispensable pour préparer votre âme (voir Esai 50:4-9). Votre vie de méditation est le véritable baromètre de votre santé spirituelle et de votre sanctification. Votre vie de dévotion doit être disciplinée et quotidienne. Si nous sommes disciplinés et diligents dans notre vie spirituelle, Dieu nous approuvera comme des personnes «éprouvées et authentiques», testées et approuvées.

Ce processus qui consiste à vous «présenter devant Dieu» comme des personnes «éprouvées et authentiques» requiert une discipline quotidienne de “préparation personnelle » pour le développement de votre propre spiritualité. Cette préparation personnelle couvre quatre principaux domaines:

1.      la protection de votre vie morale,

2.      la gestion de votre vie de famille,

3.      le développement de votre vie intérieure (ou de votre spiritualité),

4.      la discipline dans votre vie de ministère.

Nous commençons dans cette parution de la Revue de Pasteurs à analyser ce que cela signifie.

I. Proteger Votre Vie Morale

La responsabilité morale d’un homme ou d’une femme de Dieu est clairement définie par l’apôtre Paul ...

1.    Nous devons fuir les pièges du péché. «Fuis (évite) les passions (convoitises) de la jeunesse, et recherche (aspire à) la justice...» (2 Tim. 2.22)

2.    Nous devons rechercher les vertus spirituelles. «Fuis ces choses (par exemple le libéralisme [1 Tim. 6:3-5] et le matérialisme [1 Tim. 6:6-10]) et recherche (aspire à) la justice, la piété, la foi, lamour, la patience, la douceur(1 Tim. 6.11)

3.     Nous devons livrer des batailles spirituelles. «Combats le bon combat de la foi, saisis la vie éternelle» (1 Tim. 6.12)

UN LEADER SPIRITUEL DOIT FUIR LES PIEGES DU PÉCHÉ – Ces pièges peuvent détruire votre ministère. Fuyez signifie «courir pour sauver votre vie, ne plus regarder en arrière; s’échapper à tout prix» - tout comme la femme de Lot en a reçu l’ordre afin d’échapper à la destruction de Sodome. Quels sont ces pièges de péchés que nous sommes appelés à fuir?

Premièrement, nous devons fuir le piège des mauvaises passions (par exemple le sexe hors mariage, la sensualité, le péché de la luxure). 1 Cor. 6:18 déclare: «Fuyez limpudicité» et notre verset dans 2 Tim. 2:22 dit: «Fuis les passions de la jeunesse ».

L’immoralité sexuelle est l’un des pièges du péché que nous devons fuir. Le sexe hors mariage semble séduire tant d’hommes dans le ministère aujourd’hui. Même si ici Paul ne parle pas spécifiquement de la convoitise sexuelle, c’est néanmoins l’une des tentations et pièges qui s’insinue dans la vie de tant de serviteurs de Dieu de nos jours.

Quelqu’un pourrait se dire: «Bien dit, mais ceci a été écrit à un jeune pasteur. Je comprends à quel point les jeunes pasteurs ont besoin de suivre le conseil de Paul. Mais moi je suis plus âgé. Jai plus dexpérience. Mes pulsions sont sous contrôle. Les jeunes femmes ne courent pas après moi». Si c’est ce que vous pensez, vous feriez mieux de commencer à fuir le piège des mauvaises passions dès maintenant, parce que vous êtes en danger.

Malgré que cela ait été écrit à un jeune pasteur, il ny a pas dâge où nous sommes dispensés de fuir la tentation sexuelle. Ainsi, «fuyez sans cesse» et «nayez pas soin de la chair pour en satisfaire les convoitises» (Rom. 13:14; voir aussi 1 Jean. 2:15-17, Gal. 1.4). Dans toute l’histoire, la convoitise sexuelle n’a jamais été autant répandue parmi les pasteurs et responsables d’églises. Le piège des mauvaises passions est plus susceptible de faire dérailler votre ministère aujourd’hui qu’à aucun autre moment dans l’histoire. Jamais la perversion sexuelle n’a été si répandue et si facilement accessible que maintenant - en particulier sur Internet. C’est si insidieux, si discret, si accessible et si addictif.

Comment pouvons-nous donc éviter ce piège des mauvaises passions? Nous ne pouvons faire face à la tentation que par la puissance du Saint Esprit, en faisant « mourir les actions du corps» (Rom. 8.13), en nous dépouillant «du vieil homme qui se corrompt par les convoitises trompeuses» (Eph. 4.22), en crucifiant «la chair avec ses passions et ses désirs», et marchant selon l’Esprit (voir Gal. 5.24).

Ainsi donc, nous devons tout d’abord fuir le piège des mauvaises passions. Deuxièmement, nous devons fuir le piège des faux enseignements (par exemple les vérités partielles, le libéralisme, le péché d’orgueil). L’apôtre Paul nous avertit qu’il «viendra un temps où les hommes ne supporteront pas la saine doctrine» (2 Tim. 4:3-4). Les faux enseignants ont toujours existé dans l’église. Leur approche pour influencer les fidèles c’est généralement par des jeux de mots, par la propagation d’un message faux et trompeur - plutôt que par la saine doctrine et le vrai évangile. Si vous abandonnez «les saines paroles» (la saine doctrine; le vrai évangile), vous vous ouvrez au piège des fausses doctrines et du libéralisme théologique. Lorsque la léthargie spirituelle s’installe, le libéralisme subversif prend le relais. Les faux enseignants se manifestent de quatre façons:

1). Les faux enseignants prêchent «un autre évangile», un message corrompu.

C’est ce que le théisme ouvert est (à mon avis)- «un autre évangile - un évangile dun genre différent» (Gal.1:6, 9). C’est ce que «l’évangile de la santé et de la prospérité» est - «un autre évangile», un message corrompu. Nous devons nous méfier du libéralisme, qui se glisse si discrètement et qui semble si anodin et si inoffensif. Faisons en sorte que le message que nous prêchons soit pur, sain, clair, précis, complet.

2). Les faux enseignants affichent une attitude arrogante, une mentalité prétentieuse.

«Si quelquun enseigne de fausses doctrines, et ne sattache pas aux saines paroles de notre Seigneur Jésus-Christ et à la doctrine qui est selon la piété, il est enflé dorgueil, il ne sait rien» (1 Tim. 6:3-4).

L’esprit du siècle dans lequel nous vivons veut toujours quelque chose de nouveau.  De nouvelles doctrines. De nouvelles pratiques. De nouvelles interprétations. Chaque fois que nous rencontrons de «nouvelles choses » (Ac 17:21), soyons sur nos gardes! Il n’y a rien de nouveau sous le soleil, surtout en matière de théologie. Ces nouvelles choses sont souvent ancrées dans un esprit d’orgueil, un ​​d’esprit de vanité, et une attitude égoïste - «il est enflé dorgueil, il ne sait rien ». Méfiez-vous de la fierté liée à une position - qu’il s’agisse d’une position doctrinale ou d’une pratique.

3). Les faux enseignants adoptent une approche antagoniste, ils ont des méthodes qui divisent.

«Il a la maladie des questions oiseuses et des disputes de mots, doù naissent lenvie, les querelles, les calomnies, les mauvais soupçons» (1 Tim. 6:4-5).

Remarquez que la source de leur comportement c’est une moralité douteuse - l’envie et la discorde; les calomnies et les querelles; les injures et les insultes, les médisances et les mauvais soupçons, les disputes et les arguments inutiles, les confrontations interminables, etc. En outre, ils ont une spiritualité corrompue - «des hommes (ou des femmes) à lesprit corrompu, privés de la vérité, et qui considèrent la piété comme une source de gain.» (5). Une moralité douteuse va toujours de pair avec une spiritualité corrompue.

4). Les faux enseignants recherchent un gain matériel, ils ont une motivation commerciale.

Ce sont des «hommes (ou femmes) qui considèrent la piété comme une source de gain» (1 Tim. 6.5). Le gain matériel (l’avidité financière, la cupidité -. v10) est la caractéristique des faux enseignants qui enseignent que la piété est « une source de gain.» Ils utilisent la religion comme un manteau à des fins personnelles (comme Balaam et Judas). Ils ne font que « falsificier la parole de Dieu» (2 Cor. 2:17) pour se faire de l’argent. Ils considèrent le ministère comme un business. L’avidité financière est l’un de ces pièges subtils qui saisit le cœur de beaucoup de serviteurs de Dieu. Ils voient la vie d’autres personnes nanties et ils se mettent à les envier.

Si vous êtes dans le ministère pour un gain financier personnel, vous n’êtes pas un homme de Dieu! Lorsque l’on dévie de la vérité (1 Tim. 6:3-5), il s’en suit une poursuite effrénée du matérialisme (1 Tim. 6:9-10) et l’on conçoit que les possessions matérielles sont une preuve de piété, ou que la piété est récompensée par des possessions matérielles, ou que la piété est un moyen pour acquérir des biens matériels. Ce qui est un message frauduleux - «un autre évangile» qui est étranger à la vérité de l’Ecriture.

L’amour du gain matériel est un vice mortel que les prédicateurs doivent éviter à tout prix. Cela peut pervertir vos pensées, vos priorités et vos motivations. Ne laissez pas cela devenir votre but ou devenir une idole pour vous. Fuyez la poursuite des richesses. Ayez du contentement pour ce que vous avez. Vous avez besoin de vivre et de payer vos factures, mais ne faites pas de l’argent un objet d’adoration. Comptez sur Dieu pour pourvoir à vos besoins - Il pourvoit toujours, et par des voies que nous ne saurions imaginer.

Ainsi donc, fuyez le piège des mauvaises passions et des faux enseignements. Ce qui nous amène au troisième piège. Nous devons fuir le piège des mauvaises valeurs (par exemple la cupidité; le matérialisme). Les faux enseignements vont souvent de pair avec les mauvaises valeurs, car les uns conduisent inéluctablement aux autres. Paul, comme nous venons l’avons vu dans 1 Tim. 6:3-5 attire notre attention sur les faux enseignants, et maintenant voici ce qu’il dit au sujet des mauvaises valeurs - notamment le désir d’être riche et l’amour de l’argent qui pousse certains hommes à tomber «dans la tentation, dans le piège et dans une foule de désirs insensés et pernicieux, qui plongent les hommes dans la ruine et la perdition. Car lamour de largent est la racine de tous les maux, et quelques-uns, pour sy être adonnés, se sont égarés loin de la foi et se sont infligé à eux-mêmes bien des tourments» (1 Tim. 6:9-10). Et de ce fait, l’apôtre Paul dit: «Pour toi, homme de Dieu, fuis ces choses» (1 Tim. 6.11). Dans ce contexte spécifique, Paul parle de fuir le piège de la cupidité, en particulier, le gain matériel, mais il existe d’autres formes de cupidité. Jésus a dit, «Vous ne pouvez servir Dieu et Mamon (les richesses terrestres)» (Matt. 6.24).

La cupidité est inhérente à la nature humaine. Après tout, la chute a été causée par la cupidité, n’est-ce pas? - La cupidité pour quelque chose qu’Adam et Eve avaient perçu comme pouvant leur apporter ce qu’ils ont cru ne pas avoir. C’est ce que la cupidité est- le désir d’avoir quelque chose de plus, parce qu’on n’est pas satisfait de ce qu’on a maintenant.

Le danger n’est pas la possession de l’argent en tant que tel - c’est «l’amour de l’argent». L’amour de l’argent:  (1) a empêché le jeune homme riche de suivre Jésus - il «sen alla tout triste, car il avait de grands biens» (Mc 10:17-22),  (2) a amené le riche fermier a s’auto-séduire en pensant que tout allait bien alors qu’il était en fait au bord de l’éternité (Luc 16:16-21), et  (3) a motivé Ananias et Saphira à mentir à l’Esprit Saint et à causer une grande détresse dans l’église (Actes 5:1-11 ).

Le piège des mauvaises valeurs commence par des désirs malsains («Ceux qui veulent ...» [9a]), qui se transforment en de mauvaises actions («... tombent dans la tentation, dans le piège[9b]), et qui finissent à la mauvaise destination («...tombent ... dans une foule de désirs insensés et pernicieux, qui plongent les hommes dans la ruine et la perdition» [9b]). La richesse peut être un piège, car elle nourrit les désirs de la chair, elle apporte la puissance, elle augmente le statut.

Conclusion: Les pièges les plus attrayants et les plus subtiles que Satan place à l’intention des prédicateurs et des responsables d’églises sont les suivants:

1.   Le piège moral - la sexualité hors mariage, les mauvaises passions, la sensualité, l’insouciance morale

2.   Le piège théologique - la demi-vérité, les faux enseignements, le libéralisme, le manque d’orthodoxie

3.      Le piège du matérialisme - la cupidité, les mauvaises valeurs, le matérialisme

Un leader qui a la crainte de Dieu doit fuir ces pièges – ils peuvent détruire votre ministère. Deuxièmement, un leader qui a la crainte de Dieu doit rechercher les vertus spirituelles - celles-ci renforceront votre ministère. Nous examinerons ce deuxième aspect de la préparation personnelle dans le prochain numéro de la Revue Internet des Pasteurs qui sera publié à l’été 2013.

J’espère que cette courte discussion sur ce que cela signifie d’être un homme ou une femme de Dieu, surtout en tant que prédicateur ou responsable d’église, a été utile pour vous. En occurrence j’espère que cela a mis à nue certains des pièges à éviter afin de bien se préparer au plan personnel en vue de l’œuvre de Dieu.

Dans la prochaine parution de la Revue Internet des Pasteurs, nous poursuivrons cette étude portant sur la préparation personnelle du prédicateur, et cela en réfléchissant sur les vertus divines à développer et les batailles spirituelles à livrer.

2ème Partie : Le Leadership : Etre Un Modele Selon Le Cœur De Dieu

«Votre Sanctification Personnelle» (suite)

Par: Dr. Roger Pascoe, Président,

L’Institut pour la prédication biblique,

Cambridge, Ontario, Canada

Dans le dernier numéro de la Revue Internet des Pasteurs, nous nous sommes penchés sur un aspect de la sanctification personnelle - la pureté dans la conduite sexuelle. Dans le présent numéro, nous nous pencherons sur un autre aspect de la sanctification personnelle - LA PURETE DANS LA CONDUITE MORALE.

Ceux d’entre nous qui sommes responsables d’église devons maintenir le plus haut niveau dintégrité dans notre «éthique de la gestion». Cela signifie déclarer vos revenus de façon précise et complète dans votre déclaration d’impôt sur le revenu. Cela signifie être équitable et honnête envers ceux avec qui vous traitez. En d’autres termes, agir avec droiture devant Dieu dans toutes vos entreprises.

La pureté dans la gestion signifie être un sage intendant de toutes les ressources que Dieu vous a données, que ce soit le temps, l’argent ou les biens matériels. Ce sur quoi vous dépensez votre argent en dit long sur qui vous êtes. Si vous le dépensez de façon frivole, vous êtes certainement irresponsable. Si vous vivez dans les limites de ce que vous pouvez vous permettre, vous êtes certainement discipliné et responsable. Une façon de contrôler vos dépenses c’est d’établir un budget. Nul ne construit une tour sans en avoir au préalable évalué le coût (Luc.14:28). Un budget permet de comparer vos revenus par rapport à vos dépenses. Détaillez soigneusement votre budget pour chaque mois de l’année. Faites des provisions pour les dépenses imprévues. Incluez des épargnes dans votre budget. Et analysez périodiquement vos dépenses - leurs montants ainsi que vos habitudes de consommation. 

Quand vous savez combien vous dépensez et ce sur quoi vous dépensez votre argent, cela vous soulage des soucis financiers - vous savez si vous en avez assez pour tenir jusqu’au prochain salaire. Ceci ne vous dispensera pas des dépenses imprévues qui surviennent de temps en temps. Ce type de dépenses sont le plus souvent difficiles à gérer, surtout lorsque vous êtes sur un budget serré. Mais cela vous donne un cadre pour mieux les gérer. Développez de bonnes habitudes de dépenses - cela vous préservera de bien de chagrins financiers.

Et méfiez-vous des dettes. Vous ne pouvez pas éviter les factures d’électricité et autres dépenses du ménage, mais vous pouvez contrôler votre carte de crédit et vos prêts bancaires. Si vous utilisez une carte de crédit, assurez-vous que vous payez le solde chaque mois quand il est dû. N’empruntez pas ce que vous ne pouvez pas rembourser.

Planifiez l’avenir en mettant de coté un certain montant chaque jour de paie. La parabole des talents est instructive à ce sujet (Matthieu 25:15-28). Ne pas s’inquiéter du lendemain signifie ne pas manquer de confiance en Dieu (Matthieu 6:25), mais cela n’exclut pas de planifier nos finances. La planification financière est biblique et responsable. Ayez un plan à long terme pour votre argent. Si vous le pouvez, commencez à épargner pour la retraite pendant que vous êtes jeune. Un peu d’argent économisé chaque jour de paie va s’accumuler pour faire un grand montant à l’âge de la retraite. C’est ca la bonne gestion.

Pour l’épargne-retraite, trouvez un bon conseiller financier, de préférence un chrétien qui s’identifie à vos principes éthiques et à vos objectifs, et qui vous encouragera à intégrer des dons de bienfaisance. N’essayez jamais les plans d’ « enrichissement rapide ». Si cela semble trop beau pour être vrai, c’est que c’est probablement faux. Investir ne signifie pas thésauriser. Ne soyez pas avare. Soyez généreux et sensible aux autres qui sont dans le besoin. Il ya un juste milieu à trouver entre la thésaurisation et les dépenses sauvages, entre l’épargne pour l’avenir et les dépenses folles.

Calculez le montant de l’assurance-vie dont vous avez besoin. Parlez-en à votre conseiller financier ou à un assureur de confiance. L’assurance-vie est une planification financière responsable pour votre famille. Subvenez aux besoins de votre famille (1 Tim. 5.8). Ils viennent en premier dans les priorités de dépenses. Et donnez au Seigneur avec joie et aussi régulièrement que vous pouvez (voir 1 Cor. 16:2; 2 Cor. 9:5, 7). Il peut y avoir des moments où vous êtes dans l’incapacité de donner (par exemple lorsque vous êtes au chômage), mais dans la mesure du possible, donnez toujours pour l’œuvre du Seigneur, même si c’est seulement un petit montant.

Par dessus tout, faites confiance à Dieu. Il pourvoira à vos besoins comme il le fait pour les oiseaux et les fleurs des champs. Mais il est de votre responsabilité de gérer ce qu’il vous a déjà donné et de l’utiliser à bon escient.

Maintenez le plus haut degré dintégrité dans votre «éthique de travail». L’éthique de travail de l’apôtre Paul était un exemple à suivre pour les Thessaloniciens: «Vous savez vous-mêmes comment il faut nous imiter, car nous navons pas vécu parmi vous dans le désordre. Nous navons mangé gratuitement le pain de personne ; mais, dans le travail et dans la peine, nous avons été nuit et jour à lœuvre, pour nêtre à charge à aucun de vous. Ce nest pas que nous nen eussions le droit, mais nous avons voulu vous donner en nous-mêmes un modèle à imiter.» (2 Thess 3:7-9).

Ne soyez donc pas paresseux; faites preuve de diligence dans votre travail. Faites ce que vous dites que vous allez faire quand vous promettez de le faire. Ne prenez pas des engagements désinvoltes que vous ne pourrez pas tenir - c’est une question de crédibilité. Et assurez-vous de travailler dur, donnez une journée complète de travail pour le salaire d’une journée - c’est une question dintégrité.

Dans votre éthique de travail, montrez une attitude biblique, une attitude digne de Christ: «Serviteurs, obéissez à vos maîtres selon la chair, avec crainte et tremblement, dans la simplicité de votre cœur, comme à Christ, non pas seulement sous leurs yeux, comme pour plaire aux hommes, mais comme des serviteurs de Christ, qui font de bon cœur la volonté de Dieu. Servez-les avec empressement, comme servant le Seigneur et non des hommes, sachant que chacun, soit esclave, soit libre, recevra du Seigneur selon ce quil aura fait de bien. Et vous, maîtres, agissez de même à leur égard, et abstenez-vous de menaces, sachant que leur maître et le vôtre est dans les cieux, et que devant lui il ny a point dacception de personnes.(Eph. 6:5-9).

Une attitude biblique, une attitude digne de Christ est une attitude de respect - «avec crainte et tremblement» (5b). Cela ne signifie pas de vous recroqueviller littéralement en présence de votre employeur comme un chiot rempli d’effroi. Cela signifie que vous l’honorez et le respectez, que vous avez de la révérence pour lui, vous reconnaissez que la source de son autorité c’est Dieu.

Cest une attitude de sincérité - «dans la simplicité de cœur» (5c). Soyez sans partage dans votre loyauté, soyez fidèle à votre employeur. Laissez l’intégrité découler de vous - la droiture, la pureté dans vos intentions.

Cest aussi une attitude de service chrétien - «comme des serviteurs de Christ,» (5d). C’est cette perspective qui rend possible une telle obéissance. Votre obéissance à votre maître terrestre est en réalité de l’obéissance au Christ. Votre travail devient une occasion de travailler pour le Christ. C’est la motivation de fond dans l’obéissance au sens chrétien - obéir comme au Christ.  Cela n’est pas conditionné par la personnalité de votre patron, ou sa façon de vous traiter. Cela découle du Christ.  Les chrétiens doivent être les employés les plus obéissants, les plus honnêtes, les plus respectueux, les plus loyaux et les plus dévoués, parce qu’ils travaillent comme pour le Christ.

Cela rendra votre témoignage très crédible et très puissant. Si votre éthique du travail est différent des autres - si vous parlez, pensez et agissez différemment - vous aurez un témoignage puissant. Mais si vous arrivez toujours au travail en retard pour partir plus tôt, si vous faites un travail de mauvaise qualité, si vous prenez des pauses-déjeuner trop longues, alors votre témoignage ne sera pas crédible.

Si votre employeur est un chrétien, ne pensez pas que vous avez droit à un traitement spécial. Les employeurs chrétiens ont droit à encore plus de respect et d’obéissance parce qu’ils sont des frères dans le Seigneur. Donnez le meilleur de vous même, peu importe qui est votre employeur et, en le faisant, Dieu sera glorifié. Si vous ne supportez pas votre travail, trouver autre chose à faire, mais ne vous relâchez pas au travail. Tant que vous travaillez où vous êtes, continuer à travailler comme pour le Seigneur, soyez ponctuel, fiable, coopératif.

Une éthique chrétienne du travail signifie aussi, ne pas remettre à demain ce que vous devez faire maintenant (procrastination) - faites les choses que vous n’aimez pas au moment où elles doivent d’être faites. Faites votre travail avec plaisir, faites le volontiers - et non comme une contrainte; ni à contrecœur (1 Pierre 5.2). Faites votre travail avec efficacité - faites le meilleur usage de votre temps, définissez vos priorités, et dites «non» aux choses qui ne reflètent pas un bon usage de votre temps.

3ème Partie : Meditation

«L’assurance dans le ministère» (2 Cor. 2:14-3:6)

Par: Dr Roger Pascoe, Président

L’Institut pour la prédication biblique

Cambridge, Ontario, Canada

Ce passage décrit l’essence même du ministère - d’une part, notre insuffisance et notre faiblesse extrême, et d’autre part, notre confiance en Dieu. L’idée principale de ce passage c’est que «Dieu agit au travers de ceux qui placent leur confiance en lui.» Jusqu’ici dans sa lettre, Paul a parlé des nombreuses difficultés dans son ministère – ses épreuves en Asie, les critiques portant sur son intégrité, ses peines, etc. Cela pourrait être perçu comme une description déprimante de son ministère - mais ce n’est pas le cas. Pour rassurer ses lecteurs que ce n’était pas le cas, Paul commence par un long détour (2:14-7:3) afin de (1) décrire comment Dieu a toujours exercé un ministère efficace, malgré les difficultés (la section 2:14-3:6 fait bien le lien avec 4:1-7 sur ce sujet), et (2) louer Dieu pour sa bonté sans faille.

Le stress de l’époque ne l’a pas empêché de proclamer triomphalement l’Évangile. D’où cette explosion de louange à Dieu qui seul peut rendre possible une telle victoire et en tous lieux. Le thème de cette épître, c’est la victoire de la grâce de Dieu sur et à travers la faiblesse humaine, en particulier notre incapacité dans le ministère. Malgré les difficultés, Dieu garantit l’efficacité de ses serviteurs et leur donne du succès dans leurs tâches spirituelles. 

Le premier principe pour le ministère que nous remarquons dans ce passage, c’est que NOUS POUVONS ETRE RASSURES DANS LE MINISTÈRE QUAND NOUS SUIVONS LA DIRECTION DE DIEU (02:14-16a). Nous pouvons être confiants dans le ministère quand nous suivons la direction de Dieu parce que son leadership a toujours du succès - «Grâces soient rendues à Dieu, qui nous fait toujours triompher en Christ» (14a). L’image ici est celui de la splendeur d’un défilé militaire romain victorieux rentrant du combat.

L’efficacité du ministère implique de suivre le chef. Christ est notre chef et c’est lui qui nous conduit dans la victoire. Nous sommes ses guerriers et nous profitons du fruit de son triomphe. Ceux qui suivent Christ triomphent des ennemis et des obstacles. Jésus-Christ a livré la plus grande des batailles à la croix et son triomphe rend possible notre triomphe - nous partageons son triomphe.

La procession de la victoire est réservée seulement à ceux qui suivent le leadership de Christ. Paul se souvient de la manière dont il a été conduit de façon infaillible dans ses victoires et comment l’odeur de la connaissance du Christ s’est répandue à travers lui en tout lieu.

Ceux qui suivent Christ triomphent de leurs ennemis et leurs obstacles. Ils triomphent parce qu’ils sont «en Christ» (14a). Le croyant n’a pas aucune autre position devant Dieu. Par la foi en l’œuvre parfaite d’expiation de Christ, le chrétien est justifié et incorporé en Lui – il est fait un avec Lui. C’est seulement «en Christ» que Dieu triomphe en nous et au travers de nous. Par cette union vitale avec Lui, nous participons à son leadership victorieux dans le ministère. « En Christ,» Dieu nous présente au monde comme ses captifs à Lui, subjugués par la puissance de sa miséricorde et de sa grâce.

Ainsi donc, nous pouvons être confiants dans le ministère quand nous suivons la direction de Dieu parce que son leadership a toujours du succès. Et, nous pouvons être confiants dans le ministère quand nous suivons la direction de Dieu parce que sa parole est toujours puissante (14b-16c). Et elle est puissante en «tout lieu». Dieu agit au travers de nous pour répandre la bonne odeur de Christ en «tout lieu» (14b). Lors de la procession triomphale romaine à l’époque de Paul, de doux parfums étaient distillés en brulant de l’encens dans les rues. De même, Dieu au travers de nous diffuse l’Evangile «en tout lieu», comme un parfum qui imprègne tout. Partout où ses serviteurs prêchent Sa Parole, la «connaissance» du Christ est répandue. Que le Christ soit connu, n’est-ce pas là le but principal de la prédication?

Remarquez que ce ministère est totalement de Dieu. Son leadership est toujours un succès parce qu’il nous conduit dans le triomphe. Et sa parole est toujours puissante pendant qu’il libère le doux parfum de la connaissance du Christ «par nous.»

La parole de Dieu est puissante en tout lieu et elle est puissante en chaque personne. Remarquez d’abord la direction de cette odeur - c’est «pour Dieu/envers Dieu(15a). Un serviteur efficace c’est quelqu’un qui émet un parfum agréable d’abord envers et pour Dieu. Remarquez ensuite la description de ce parfum - c’est «la bonne odeur du Christ» (15a). Tout comme le parfum sur notre corps remplit l’environnement autour de nous (voir Jean. 12:3), notre ministère doit répandre l’odeur de Christ. Ce ne sont pas les résultats du ministère qui comptent d’abord, mais l’authenticité du serviteur lui-même comme nous l’avons vu dans la première partie de ce numéro. Si nous émettons l’odeur de Christ, cela est agréable à Dieu, quel que soit le résultat que nous obtenons. Notre tâche est de manifester Christ à tout le monde - à la fois à «ceux qui sont sauvés» et à «ceux qui périssent» (15b).

La réponse de ceux qui écoutent, c’est l’affaire de Dieu. Notre tache consiste à être «le parfum du Christ» pour chaque personne. Tout comme le parfum de l’ancienne procession militaire se répandait ​​à la fois sur les conquérants (pour qui c’était un doux parfum de victoire) et sur les captifs (pour qui c’était un présage de mort imminente), l’évangile est prêché par les serviteurs de Dieu (ceux qui portent l’odeur de Christ) à la fois à ceux qui vont le recevoir et à ceux qui vont le rejeter.

Pour «ceux qui périssent», nous sommes une «odeur de mort, donnant la mort» (16a). Tout comme l’encens lors de la procession était un rappel amer de mort imminente pour les captifs, la proclamation de l’Évangile est un avertissement de la mort éternelle pour ceux qui le rejettent. Il devient l’occasion de leur condamnation par leur propre choix. Ainsi, l’Évangile est pour eux une source de mort, un arôme qui condamne, une fumée nocive, une sentence de mort (voir 4:10-12). Mais, pour ceux qui «sont sauvés» nous sommes une «odeur de vie, donnant la vie» (16b). Tout comme l’odeur de l’encens lors de la procession est un rappel de triomphe pour les vainqueurs, pour ceux qui croient en l’évangile c’est la bonne nouvelle de la vie éternelle (Jean 3:36). Pour ceux qui sont sauvés, l’Évangile est source de vie - un parfum qui donne la vie, un parfum qui devient réalité dans le cœur et la conscience de ceux qui écoutent, et qui par lui, reçoivent une nouvelle vie. Pour eux, le prédicateur apporte l’essence de la vie en Christ.

Notre ministère consiste à prêcher l’évangile du Christ. Soit Christ est accepté, auquel cas il est source de vie ; soit il est rejeté, et auquel cas il est source de mort.

Rappelez-vous que Dieu agit au travers de ceux qui placent leur confiance en lui. Le défi du ministère est de taille, n’est-ce pas? C’est pourquoi Paul demande: «Qui est suffisant pour ces choses» (16c). Qui est équipé et compétent? Comment puis-je être un tel messager? D’où viennent mes capacités et mon assurance? Voici la réponse: Nous pouvons être confiants dans le ministère quand nous suivons la direction de Dieu (2:14-16), et NOUS POUVONS ETRE RASSURES DANS LE MINISTÈRE QUAND NOUS CROYONS EN LA PROVIDENCE DE DIEU (2:17-3:6). Nous pouvons être rassurés dans le ministère quand nous avons confiance en la providence de Dieu, parce quil donne du résultat à ceux qui sont authentiques (2:17-3:04). Les faux serviteurs ont confiance en leur propre capacité. Ils pensent que leur capacité est en eux-mêmes, mais ce sont faussaires, des séducteurs, qui ne font que «falsifier la parole de Dieu» (17a). Ils dévaluent et dégradent le message en le diluant, comme un marchand malhonnête qui multiplie ses profits en vendant de la pacotille. Ils ne cherchent que leur propre profit en vendant leurs pacotilles religieuses, colportant le ministère pour des gains personnelles. Ils se déguisent sous le nom et le prétexte du christianisme, mais leurs intentions sont autres. Ils sont sans scrupules, ayant aucun égard pour quoi que ce soit. Ils exploitent les faibles, les pauvres et les crédules. Ils sont seulement intéressés à faire des «ventes». Ils sont tout à fait inconscients de leur inadéquation pour la tâche. Le ministère pour eux est un business.

Les faux serviteurs font confiance en leur propre capacité, mais les serviteurs authentiques font confiance en la suffisance de Dieu. Ils servent «avec sincérité» en dépit de leurs propres faiblesses et de leurs insuffisances. Ils servent avec des motifs purs, sans compromission avec de fausses philosophies. On peut se fier à leurs paroles. Ils sont des modèles de vérité. Ils ne corrompent pas la vérité tout en paraissant honnêtes et authentiques. Ils sont «de Dieu» - c’est à dire qu’ils parlent «de la part de Dieu» (17b). Ils parlent comme ceux dont l’autorité vient «de Dieu», et ils exercent leur ministère «de la part de Dieu» - c’est à dire étant conscients que Dieu a les yeux sur eux. Ils servent avec transparence, avec humilité, avec esprit de sacrifice et non à des fins personnelles, mais pour des conversions spirituelles. Leur ministère résiste lorsqu’il est passé à l’examen. Leurs motivations sont pures, ils sont conscients qu’ils doivent à la fin rendre compte d’eux-mêmes à Dieu. Leur ministère est «en Christ» - dans la communion avec le Christ en tant que membre de Son corps, revêtu par Son Esprit, car c’est Lui qui est «suffisant pour ces choses Ils ont des motifs purs, ils sont fidèles, qualifiés pour la tache. Ils ne corrompent pas la parole, ni ne l’utilisent pour des gains personnels.

Pour les serviteurs authentiques de l’Evangile, Dieu produit des résultats authentiques dans leur ministère (3:1-4) - pas des gains matériels, mais des conversions spirituelles; non pas convertis religieux selon la loi (3b), mais des «lettres de Christ» (3a) - c’est à dire ceux dont les vies témoignent de la sincérité du ministre et de l’œuvre de Dieu par son Esprit.

Nous pouvons être rassurés dans le ministère quand nous avons confiance en la provision de Dieu, car il donne des résultats à ceux qui sont authentiques. Et nous pouvons aussi avoir confiance en la provision de Dieu parce quil fournit des ressources à ceux qui se sentent incapables (3:4-6). Paul avait toutes les raisons d’avoir confiance en lui-même (1-3). Les croyants de Corinthe étaient ses lettres de créance. Ils étaient une lettre de Christ, écrite avec l’Esprit du Dieu vivant. Mais en fait, sa confiance n’était pas placée en lui-même. Sa confiance était plutôt en «Christ auprès de Dieu» (4). Son assurance était que Dieu l’avait appelé à être un serviteur compétent  et efficace de l’évangile. Son assurance était dirigée non vers lui-même, mais envers et «auprès de Dieu», il avait une assurance qui pouvait résister au test de Dieu.

Ceux qui sont suffisants pour le ministère se sentent tout à fait incapables. Ils savent que nous ne sommes pas «par nous-mêmes capables de concevoir quelque chose» (5a). La confiance en soi est caractérisée par l’orgueil, l’arrogance, l’indifférence, le mépris, mais la confiance en Dieu est caractérisée par la douceur, la persévérance, l’humilité. Paul ne trouvait pas en lui-même la source de sa propre suffisance, de sa capacité, ou de sa compétence. Il n’avait pas une opinion exagérée de lui-même. En fait, il se sentait vide et impuissant - pleinement conscient de sa propre fragilité et de sa finitude. C’est pourquoi il pose la question: «Qui est suffisant pour ces choses?» Et voici sa réponse. Ceux qui sont qualifiés pour le ministère savent que leur «capacité vient de Dieu» (5b). Dieu seul rend ses serviteurs compétents pour mener à bien les tâches qui leur sont assignées. Notre aptitude pour le ministère vient de Dieu (que ce soit la connaissance, la piété, ou nos talents). Cela n’est ni acquis, ni entretenu par nous-mêmes. Seul Dieu est auto-suffisant, et nous dépendons de Dieu. Je ne suis rien, mais «la grâce de Dieu qui est avec moi» fait tout au travers de moi (voir 1 Cor. 15:10)

Dieu nous rend suffisant pour le ministère. Il nous appelle et nous équipe comme «ministres» (6a), un poste pour lequel il nous rend capables et qualifiés. Voici la source de notre suffisance - Dieu lui-même. Lui qui nous appelle être les «ministres dune nouvelle alliance» (6b), non pas une sorte de judaïsme rénové, mais un nouveau chapitre dans la relation de Dieu avec l’humanité. Il nous a appelés à être ministres de « Esprit » (6c), pas des ministres de la «lettre» (ou de la Loi). «Car la lettre tue» (la loi n’a jamais été destinée à donner la vie, mais à nous montrer notre péché et notre culpabilité devant Dieu, afin de nous conduire à la sécurité en Christ) «mais lEsprit de Dieu vivifie» ceux qui sont lavés et régénérés, ceux qui sont sauvés par Son sang précieux (6c).

Rappelez-vous: Dieu agit au travers de ceux qui placent leur confiance en lui. Notre assurance dans le ministère vient de Dieu, parce que son leadership est toujours couronné de succès, et sa parole est toujours puissante. Tant que nous le suivons, sa parole, son Esprit, ses dons, sa direction, nous pouvons avoir une pleine  assurance dans le ministère parce qu’il donne du résultat à ceux qui sont authentiques, et il donne la capacité à ceux qui se sentent incapables. En moi-même je ne suis rien, mais en Christ «Je puis tout par celui qui me fortifie» (Phil. 4:13). Les formules fantaisistes ne sont pas la réponse, les produits fastueux ne fonctionnent pas, les présentations innovantes n’impressionnent personne. Le seul ministère efficace est celui qui est fait par la puissance du Saint-Esprit - «Ce nest ni par force, ni par puissance, mais par mon Esprit dit le Seigneur» (Zacharie 4.6)

Où est votre assurance pour le ministère? Est-il en vous-même? En vos capacités? Dans votre programme? Dans vos ressources financières? Dans votre bâtiment d’église impressionnant? Ou est-ce en Dieu seul qu’elle se trouve?

Depuis le temps où Dieu a arrêté Paul sur le chemin de Damas, l’a sauvé, lui a communiqué le Saint-Esprit, l’a appelé à être apôtre, et l’a mis à part pour le ministère comme «un vase dhonneur», Paul n’a plus jamais eu aucun doute sur la source de sa confiance, de sa force et de son succès dans le ministère. Le fait que Dieu ait mis sa main sur lui et l’ai envoyé de cette manière unique n’a jamais cessé d’être une source d’émerveillement et de gratitude pour l’Apôtre (1 Tim. 1.12).

Êtes-vous en train de répandre la douce odeur du Christ? Dans votre ministère, êtes vous en train de toucher tout le monde autour de vous avec l’Évangile, ce qui pour certains sera une odeur de vie et pour d’autres une odeur de mort? Est-ce que la douceur du Christ imprègne votre personne, vos attitudes, vos relations, vos décisions, vos actions et vos paroles?

4ème Partie : Plans De Predication

Par: Dr Roger Pascoe, Président

L’Institut pour la prédication biblique

Cambridge, Ontario, Canada

Dans la dernière parution de la Revue Internet des Pasteurs, j’ai commencé à publier une nouvelle série dans l’évangile de Jean titrée, «Les Sept Dialogues significatifs de Jésus». La dernière fois j’ai publié une ébauche de sermon sur Jean 3:1-8. C’était la première partie du dialogue significatif de Jésus avec Nicodème. Dans le présent numéro, je vais présenter la deuxième partie du dialogue de Jésus avec Nicodème.

Plan de prédication
Jean 3:9-21, le dialogue de Jésus avec Nicodème (2ème Partie)

Pour la version audio anglaise de ces prédications, cliquez sur ces liens: Jean 3:9-14; Jean 3:14-16; Jean 3:17-21

Thème: Comment entrer dans le royaume de Dieu

Point n°1: D’où vient cette idée de nouvelle naissance? (9)

1. Le concept de la nouvelle naissance est une révélation divine(10)

2. La révélation divine a été rejetée (11-12)

3. La révélation ne peut venir que de Dieu (13)

Point n°2: Comment la nouvelle naissance est-elle possible? (14 à 21)

1. La nouvelle naissance est possible parce que Christ a été élevé pour être mis à mort (14-15)

a). Il a été élevé pour mourir comme un sacrifice pour les péchés (14)

b). Il a été élevé pour mourir comme l’objet même de la foi (15)

2. La nouvelle naissance est possible parce que Dieu a aimé le monde (16)

3. La nouvelle naissance est possible parce que Dieu a envoyé son Fils (17-21)

c). Il a envoyé son Fils pour nous sauver de la condamnation (17-18)

d). Il a envoyé son Fils pour apporter la lumière dans nos ténèbres (19-21)

From the series: La Revue Des Pasteurs
From the series: 2 Samuel (Português)

17. Os Dias Mais Sombrios da Vida de Davi (2 Samuel 16:20 - 19:8)

Introdução

Os primeiros parágrafos do nosso texto soam como a cena introdutória daquela antiga série de TV “Missão Impossível”. Na série, o Sr. Phelps sempre recebia uma missão importante — a qual parecia literalmente impossível de realizar. Esta passagem tem quase o mesmo começo. Absalão, finalmente, está prestes a se declarar rei de Israel em lugar de seu pai. Quando Davi recebe a notícia da revolução iminente, decide fugir de Jerusalém, junto com vários seguidores leais. Os parágrafos anteriores são cheios de lágrimas, por Davi ter de deixar Jerusalém e fugir para o deserto. Ele pede que Husai, seu fiel companheiro, e os sacerdotes Zadoque e Abiatar (junto com a arca) fiquem em Jerusalém, onde podem ser mais úteis para ele. Zadoque é profeta, por isso pode dar a Davi um relatório acurado (inspirado) do que Absalão está fazendo. Os filhos de Zadoque e Abiatar, Aimaás e Jônatas, podem servir de mensageiros para levar os recados de Zadoque para Davi. Davi irá esperar notícias suas “nos vaus do deserto”, a oeste do Jordão, para saber o que Absalão tem em mente.

Absalão chega a Jerusalém e toma posse da cidade real. Ele, então, chama Aitofel e pede conselho sobre a melhor maneira de se estabelecer como rei. O conselho de Aitofel tem duas partes, infelizmente separadas (não consta do original) pela divisão do capítulo (capítulo 17). A primeira diz que Absalão deve tomar posse simbólica do trono dormindo publicamente com as dez esposas deixadas por Davi para guardar a casa em Jerusalém. Isso irá transmitir uma mensagem bem clara a todo Israel sobre o relacionamento de Absalão com o pai e o trono.

A segunda parte do conselho está registrada nos versos 1 a 3 do capítulo 17. Ele diz a Absalão para sair logo em perseguição a Davi, para isolá-lo e matá-lo, e assim desmoralizar seus seguidores e garantir a posição como rei em lugar do pai. A ideia parece boa a Absalão e aos anciãos de Israel, mas Absalão decide pedir também o conselho de Husai. Husai é convocado e, ao chegar, é informado de que Aitofel já deu seu conselho.

Como seria estar no lugar de Husai? Ele sabe que Absalão duvida da sua lealdade, pois ele (Husai) é amigo de Davi (16:16-19). Ele deve saber que Absalão e os anciãos já deram seu aval ao plano de Aitofel. Além disso, ele sabe que Absalão deposita muita confiança no conselho de Aitofel, pois seu conselho é como se alguém “perguntasse a Deus” (16:23). Husai é também amigo de Davi e sabe que a vida dele depende da sua resposta a Absalão. Não concordam que essa é uma situação típica para ser chamada de “missão impossível”?

Na verdade não existe muito perigo, pois você e eu sabemos uma coisa que Husai não sabe. Davi já tinha orado a Deus pedindo que, de alguma forma, o conselho de Aitofel fosse anulado (15:31). O texto também dirá que “ordenara o SENHOR que fosse dissipado o bom conselho de Aitofel, para que o mal sobreviesse contra Absalão” (17:14). Talvez queiramos minimizar a dificuldade da tarefa de Husai, como se Absalão e os anciãos de Israel devessem aceitar sua palavra mesmo sendo uma grande tolice. Por isso, achamos que o conselho é tolo e sem fundamento, mas aceito por Absalão e seus servos porque eles estão com os olhos vendados para enxergar a verdade.

Gostaria de dizer que Deus dá grande sabedoria a Husai, e seu plano faz todo sentido quando visto pelo lado de Absalão. Precisamos tomar muito cuidado em pensar no conselho de Aitofel como sendo “bom” no sentido moral. É um bom plano no sentido de que, se for seguido, resultará na morte de Davi e na consolidação do governo de Absalão sobre Israel. Mas não é “bom” em qualquer sentido moral, pois sanciona — não, recomenda — a morte do rei ungido de Deus. Não é bom, também, na medida em que incentiva Absalão a cometer adultério, dormindo com as esposas de seu pai. Nem é bom, ainda, no sentido de que são os interesses e ambições pecaminosas de Aitofel que o levam a aconselhar Absalão.

Esta passagem é cheia das intrigas e elementos necessários para um excelente drama. É também uma passagem que descreve as horas mais sombrias da vida de Davi. Não creio que alguma vez ele tenha sido dominado pela dor e pela tristeza como foi nessa época. Vamos dar uma olhada em como Deus cuidou dele, pois todos nós já passamos por isso uma vez ou outra. Se há livramento e esperança para Davi nessas horas difíceis, então há também para nós quando passarmos pelo “vale da sombra da morte”.

O Conselho de Aitofel (16:20-17:4)

Então, disse Absalão a Aitofel: Dai o vosso conselho sobre o que devemos fazer. Disse Aitofel a Absalão: Coabita com as concubinas de teu pai, que deixou para cuidar da casa; e, em ouvindo todo o Israel que te fizeste odioso para com teu pai, animar-se-ão todos os que estão contigo. Armaram, pois, para Absalão uma tenda no eirado, e ali, à vista de todo o Israel, ele coabitou com as concubinas de seu pai. O conselho que Aitofel dava, naqueles dias, era como resposta de Deus a uma consulta; tal era o conselho de Aitofel, tanto para Davi como para Absalão. Disse ainda Aitofel a Absalão: Deixa-me escolher doze mil homens, e me disporei, e perseguirei Davi esta noite. Assaltá-lo-ei, enquanto está cansado e frouxo de mãos; espantá-lo-ei; fugirá todo o povo que está com ele; então, matarei apenas o rei. Farei voltar a ti todo o povo; pois a volta de todos depende daquele a quem procuras matar; assim, todo o povo estará em paz. O parecer agradou a Absalão e a todos os anciãos de Israel.

Demorei um pouco para me dar conta deste texto. A princípio, achei que algum tempo tivesse decorrido entre a primeira e a segunda parte do conselho de Aitofel. Presumi que Absalão tivesse primeiro buscado, e recebido, seu conselho relativamente às esposas deixadas por Davi em Jerusalém. Não sei por que, mas achei que ele as tivesse "possuído" por um ou dois dias, à vista de todos. Depois, pensei, ele procurou novamente Aitofel para um segundo conselho, pedindo também a opinião de Husai. Mas não foi bem assim.

Primeiro, vamos pensar nos acontecimentos do capítulo apenas em termos de tempo. Davi fica sabendo que Absalão está prestes a se apossar do trono e foge de Jerusalém. Ele tem consigo suas esposas e filhos, e algumas pessoas mais velhas, significando que não pode avançar muito rápido. A narrativa toda é escrita de forma a ressaltar a urgência da fuga. Absalão e seus homens estão praticamente a algumas horas de Davi. Se ele não receber logo alguma notícia e sumir rapidamente no deserto, Absalão os alcançará.

Davi foge de Jerusalém enquanto Absalão se aproxima, pronto a ocupar a cidade e o trono. Após sua chegada, Absalão pede o conselho de Aitofel, o qual lhe dá — em duas partes. A primeira é uma recomendação quanto ao que Absalão deve fazer: possuir as esposas de Davi. A segunda se refere ao que o próprio Aitofel se propõe a fazer por ele — reunir imediatamente 12.000 homens e sair em perseguição a Davi nessa mesma noite, atacando-o repentinamente para deixá-lo aterrorizado, e a todos que estão com ele. Aitofel se oferece para, pessoalmente, matar só Davi, diminuindo, assim, o derramamento de sangue, para consolidação do reino em curto prazo.

Se observarmos os pronomes no texto acima, veremos que Aitofel já tem um curso de ação preparado para Absalão e outro para si. Creio que ele pretende realizar as duas ações simultaneamente, não uma seguida da outra. Por isso, recomenda: 1) Absalão deve se ocupar da tarefa de possuir as esposas de Davi, à vista de todo Israel; 2) Enquanto isso, ele pegará os 12.000 homens e dará início a uma intensa perseguição a Davi, a quem surpreenderá e matará pessoalmente, concluindo assim a tomada do reino, em tempo recorde.

O conselho de Aitofel é bastante "engenhoso" em diversos aspectos. Primeiro, o plano teria dado certo, barrando a intervenção direta de Deus. Segundo, ele oferecia um curso de ação bem atrativo a Absalão. Este, não muito diferente do pai, podia ficar em casa e "fazer amor", enquanto Aitofel e seu exército lutariam contra Davi. Absalão poderia tomar posse do trono rapidamente, sem os perigos e desconfortos de ir a guerra. Como incentivo adicional, ele poderia se divertir com as esposas de Davi, de forma a puni-lo, magoá-lo e humilhá-lo. Só Davi seria morto, pois é ele o verdadeiro inimigo de Absalão.

Quando o texto diz que Absalão aceita o conselho de Aitofel a respeito das esposas de Davi, creio que o faça enquanto Israel está sendo reunido para sair à guerra, não enquanto Aitofel e os 12.000 homens perseguem Davi. Se for isso mesmo — e parece necessário entender dessa forma — temos, então, uma perspectiva ligeiramente diferente da atitude de Absalão em relação às esposas de Davi. Este é cumprimento das palavras do profeta Natã. A afirmação simbólica de Absalão é a parte mais dolorosa para Davi. Mas é também parte do plano maior de Deus para retardar sua perseguição, para que ele possa escapar, entrincheirar-se e derrotar Absalão, retornando depois como rei de Israel. Alguns dos acontecimentos mais dolorosos da nossa vida podem ser também alguns dos mais úteis para produzir o bem que Deus quer para nós. Aitofel e Absalão intentam tudo para o mal (e para sua própria satisfação), mas Deus usa o mal para o bem (ver Gênesis 50:20).

Aitofel propõe uma vitória fácil e rápida para Absalão, a ser vencida por ele enquanto o "rei" fica em Jerusalém. É bom demais para ser verdade. O fato é que teria funcionado; mas Deus tem outros planos para Davi e Absalão. Esses planos serão realizados por intermédio dos amigos de Davi: Husai, os sacerdotes Zadoque e Abiatar e seus filhos Aimaás e Jônatas, a esposa de um fazendeiro em Baurim, e uma porção de outros colaboradores e amigos leais de Davi. É a história de seu livramento que vamos estudar agora.

O Conselho de Husai (17:5-14)

Disse, porém, Absalão: Chamai, agora, a Husai, o arquita, e ouçamos também o que ele dirá. Tendo Husai chegado a Absalão, este lhe falou, dizendo: Desta maneira falou Aitofel; faremos segundo a sua palavra? Se não, fala tu. Então, disse Husai a Absalão: O conselho que deu Aitofel desta vez não é bom. Continuou Husai: Bem conheces teu pai e seus homens e sabes que são valentes e estão enfurecidos como a ursa no campo, roubada dos seus cachorros; também teu pai é homem de guerra e não passará a noite com o povo. Eis que, agora, estará de espreita nalguma cova ou em qualquer outro lugar; e será que, caindo no primeiro ataque alguns dos teus, cada um que o ouvir dirá: Houve derrota no povo que segue a Absalão. Então, até o homem valente, cujo coração é como o de leões, sem dúvida desmaiará; porque todo o Israel sabe que teu pai é herói e que homens valentes são os que estão com ele. Eu, porém, aconselho que a toda pressa se reúna a ti todo o Israel, desde Dã até Berseba, em multidão como a areia do mar; e que tu em pessoa vás no meio deles. Então, iremos a ele em qualquer lugar em que se achar e facilmente cairemos sobre ele, como o orvalho cai sobre a terra; ele não ficará, e nenhum dos homens que com ele estão, nem um só. Se ele se retirar para alguma cidade, todo o Israel levará cordas àquela cidade; e arrastá-la-emos até ao ribeiro, até que lá não se ache nem uma só pedrinha. Então, disseram Absalão e todos os homens de Israel: Melhor é o conselho de Husai, o arquita, do que o de Aitofel. Pois ordenara o SENHOR que fosse dissipado o bom conselho de Aitofel, para que o mal sobreviesse contra Absalão.

Não sabemos o motivo de Absalão pedir a opinião de Husai. Seria para testar sua lealdade? Não se esqueça de que Husai não tem tempo para refletir no que deve dizer. Ele é levado à presença de Absalão, informado do conselho de Aitofel e solicitado a dar sua opinião. A resposta de Husai é brilhante. Ele começa reconhecendo a enorme sabedoria e habilidade de Aitofel como conselheiro, mas depois diz que, desta vez, o conselho não é bom. Ninguém é perfeito. Ninguém está sempre certo. Aitofel está quase sempre certo, mas não desta vez.

Husai tem uma grande desvantagem: Absalão e todos em Israel sabem que ele é amigo de Davi. Como pode Absalão confiar em um homem que é amigo de Davi há tanto tempo? Seu conselho deve ser suspeito. Em vez de tentar evitar o problema, Husai usa sua amizade com Davi. É quase como se ele dissesse a Absalão:

"Davi não é meu amigo? Sim, há muitos anos. E é exatamente essa amizade que me faz compreendê-lo tão bem. Eu o conheço muito melhor que qualquer um de vocês. Por isso, sei como ele vai reagir à revolta de Absalão. Deixe-me bolar um plano com base no meu conhecimento sobre ele, e o Davi que vocês conhecem já era."

A atratividade do plano de Aitofel está no fato de que Davi pode ser derrotado com rapidez e relativa facilidade, com um mínimo de perdas e esforço simbólico. Absalão nem precisa ir à guerra. Ele pode ficar em Jerusalém com as esposas de Davi. Aitofel sairá imediatamente com 12.000 soldados para caçar Davi, matar somente a ele e levar seus seguidores para Absalão. O plano também é baseado em certas premissas. O pressuposto é que Davi esteja cansado e desanimado, sem vontade de lutar, e possa ser vencido com facilidade. Se não for assim, todo o esquema proposto por Aitofel cairá por terra como um castelo de cartas.

Husai contesta as suposições de Aitofel, e assim, todo o plano. Ele apresenta um Davi bem diferente e, por isso, um plano totalmente diverso. Ele insiste em dizer que Aitofel está subestimando perigosamente Davi e sua capacidade de se defender e a seu reino. Ele relembra a Absalão e aos anciãos de Israel o tipo de homem que Davi é. Davi não é nenhum débil mental; ele é um guerreiro valente e experiente. A rebelião de Absalão não vai deixá-lo abatido; vai provocá-lo. Ele vai ficar como uma ursa roubada de seus filhotes. E estará pronto a lutar como doido. Se Aitofel atacá-lo no deserto, o combate será no território de Davi. Afinal, foi lá que ele passou anos se escondendo de Saul. Aitofel acha mesmo que vai encontrá-lo sentado no meio do povo? Davi vai se esconder e, quando Aitofel e seu pequeno exército chegarem, vai atacá-los, causando uma derrota humilhante. Quem vai ficar desanimado e fugir serão os soldados de Absalão, não Davi e seus homens.

Se sua suposição estiver correta (e todo o passado de lutas de Davi parece sustentá-la), então é necessário um plano de batalha totalmente diferente. Não vai ser fácil, nem rápido. É preciso muito mais que a morte de Davi; e por isso, um exército muito maior é imprescindível para atacá-lo e derrotá-lo, e seus seguidores. Vai demorar um pouco mais para reunir todos os soldados, por isso Absalão terá de esperar (e, enquanto espera, ele pode possuir as esposas de Davi; não haverá outra hora para isso). Será preciso também um grande líder militar, em vez de alguém como Aitofel. O próprio Absalão terá de liderar o exército. Será uma grande batalha, com um grande líder, e o resultado será uma grande vitória. Ora, esse é tipo de plano que atrai um homem que anda por aí de carruagem, com 50 homens correndo à sua frente. Absalão adora aparecer, e o plano de Husai cheira a ostentação. Por isso, ele prevalece. O plano não é proposto com descuido, mas com extrema perspicácia e extremo apelo. É um plano que Deus garantiu que seria adotado. É também um plano que Absalão acha muito atraente.

O plano de Husai vai provocar uma batalha muito maior, de modo que, não só os seguidores de Absalão morrerão, mas também o próprio Absalão, pondo fim à revolução1. O plano também dará a Davi o tempo necessário para preparar o seu tipo de batalha: a guerrilha. Isso permitirá que ele lute em seu próprio território, a fim de que a floresta mate mais que os seus próprios soldados (18:8). O plano de Husai faz o conselho de Aitofel parecer tolo, exatamente como Davi pediu a Deus (15:31). Ele trará libertação Davi e a derrota de seus inimigos.

Davi Foge Para Maanaim (17:15-29)

Disse Husai a Zadoque e a Abiatar, sacerdotes: Assim e assim aconselhou Aitofel a Absalão e aos anciãos de Israel; porém assim e assim aconselhei eu. Agora, pois, mandai avisar depressa a Davi, dizendo: Não passes esta noite nos vaus do deserto, mas passa, sem demora, ao outro lado, para que não seja destruído o rei e todo o povo que com ele está. Estavam Jônatas e Aimaás junto a En-Rogel; e uma criada lhes dava aviso, e eles iam e diziam ao rei Davi, porque não podiam ser vistos entrar na cidade. Viu-os, porém, um moço e avisou a Absalão; porém ambos partiram logo, apressadamente, e entraram em casa de um homem, em Baurim, que tinha um poço no seu pátio, ao qual desceram. A mulher desse homem tomou uma coberta, e a estendeu sobre a boca do poço, e espalhou grãos pilados de cereais sobre ela; assim, nada se soube. Chegando, pois, os servos de Absalão à mulher, àquela casa, disseram: Onde estão Aimaás e Jônatas? Respondeu-lhes a mulher: Já passaram o vau das águas. Havendo-os procurado, sem os achar, voltaram para Jerusalém. Mal se retiraram, saíram logo os dois do poço, e foram dar aviso a Davi, e lhe disseram: Levantai-vos e passai depressa as águas, porque assim e assim aconselhou Aitofel contra vós outros. Então, Davi e todo o povo que com ele estava se levantaram e passaram o Jordão; quando amanheceu, já nem um só havia que não tivesse passado o Jordão. Vendo, pois, Aitofel que não fora seguido o seu conselho, albardou o jumento, dispôs-se e foi para casa e para a sua cidade; pôs em ordem os seus negócios e se enforcou; morreu e foi sepultado na sepultura do seu pai. Davi chegou a Maanaim. Absalão, tendo passado o Jordão com todos os homens de Israel, constituiu a Amasa em lugar de Joabe sobre o exército. Era Amasa filho de certo homem chamado Itra, o ismaelita, o qual se deitara com Abigail, filha de Naás, e irmã de Zeruia, mãe de Joabe. Israel, pois, e Absalão acamparam-se na terra de Gileade. Tendo Davi chegado a Maanaim, Sobi, filho de Naás, de Rabá, dos filhos de Amom, e Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar, e Barzilai, o gileadita, de Rogelim, tomaram camas, bacias e vasilhas de barro, trigo, cevada, farinha, grãos torrados, favas e lentilhas; também mel, coalhada, ovelhas e queijos de gado e os trouxeram a Davi e ao povo que com ele estava, para comerem, porque disseram: Este povo no deserto está faminto, cansado e sedento.

Por enquanto, pelo menos, Absalão escolhe o conselho de Husai, não o de Aitofel. Embora esse plano dê a Davi um pouco mais de tempo, ele também exige um ataque por um exército muito maior, liderado por Absalão. Agora é imperativo que Davi seja informado dos últimos acontecimentos. Ele precisa fugir para além do Jordão, para acampar em um lugar que lhe ofereça proteção e posição estratégica para se defender do ataque de Absalão e seus seguidores.

Husai envia uma mensagem aos sacerdotes Zadoque e Abiatar, falando do seu conselho e do de Aitofel, instruindo-os a informar Davi por intermédio de Jônatas e Aimaás. Os dois estão em En-Rogel, um vilarejo (ao que parece) localizado no vale abaixo de Jerusalém. Aparentemente o lugar era uma fonte nos arredores da cidade, onde as mulheres costumavam ir buscar água. Provavelmente, é com esse pretexto que a criada vai falar com os dois mensageiros.

Infelizmente, um dos partidários de Absalão vê Jônatas e Aimaás, os quais aparentemente são conhecidos por sua lealdade a Davi. Isso precipita uma busca pelos dois, pois deve ser evidente que estão indo falar com ele. Os dois saem com pressa e chegam à casa de outro colaborador de Davi, o qual vive em Baurim2. Lá, a esposa desse homem esconde os mensageiros em um poço, cobrindo-o e colocando grãos de cereal sobre a cobertura, de modo a não deixá-lo visível. Os servos de Absalão chegam, querendo saber onde estão os homens, e a mulher lhes diz que eles atravessaram o riacho e fugiram. Eles já estão "longe". Quando os servos de Absalão procuram e não encontram ninguém, voltam a Jerusalém. Os filhos dos sacerdotes rapidamente vão até o acampamento de Davi e lhe contam o que aconteceu. Eles lhe dizem para cruzar logo o Jordão e encontrar um lugar seguro. De madrugada, Davi e todos os que estão com ele cruzam o rio (se Aitofel tivesse dado início à perseguição de Davi na noite anterior, a história teria sido bem diferente).

Aitofel permanece em Jerusalém só o suficiente para se convencer de que seu conselho não será seguido por Absalão. Quando se torna evidente a prevalência do conselho de Husai, ele sabe ser o seu fim. Ele tinha apostado todas as suas fichas na suposição de que Absalão venceria Davi. Agora ele sabe que Absalão será derrotado. Ele, então, volta para casa, põe os negócios em ordem e se mata. Que fim trágico para um homem com tanto potencial!

Enquanto Absalão cruza o Jordão em perseguição a Davi, este adentra aos portões de Maanaim. Essa cidade, de fato, tem uma história. Foi Jacó quem lhe deu esse nome. Quando ele voltava à terra prometida, temeroso do que poderia acontecer em seu encontro com Esaú, anjos foram ao seu encontro, o que o fez dizer: "Este é o acampamento de Deus". Por isso, Jacó deu ao lugar o nome de Maanaim (que significa "dois campos" — ver nota à margem da versão NASB). Estaria Davi com medo de encontrar seu filho Absalão? Ele deve ter se lembrado de que Deus sempre protege Seu povo, Suas promessas e Seus propósitos, até por meio de anjos, se for preciso. Maanaim também serviu como capital para Isbosete quando Abner o estabeleceu em lugar de Saul, seu pai, por um curto período de tempo (2 Samuel 2:8, 12, 29).

Em Maanaim, Deus também cuida de Davi de forma mais tangível e visível. Quando ele e seus seguidores leais chegam, há pessoas prontas e dispostas a ajudá-los. A primeira é o rei vigente dos amonitas, Sobi, filho de Naás. Isso é realmente incrível. Davi e Naás foram relativamente amigos, mas quando Naás morreu e seu filho Hanum assumiu o trono, este fez uma besteira, humilhando a delegação oficial enviada por Davi para lamentar a morte de Naás (2 Samuel 10:1 e ss). Esse fato levou à guerra entre Israel e os filhos de Amon. Na verdade, foi essa guerra com os amonitas (especialmente o cerco a Rabá) que Davi resolveu evitar, deixando a batalha para os israelitas liderados por Joabe (2 Samuel 11:1 e ss). No final os amonitas foram derrotados por Davi (2 Samuel 12:26-31). E agora Sobi está no trono, ansioso para ajudar Davi quando Absalão está contra ele. Mas que surpresa!

A segunda pessoa a ir em auxílio de Davi em Maanaim é Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar (17:27). Foi ele quem cuidou de Mefibosete após a morte do rei Saul e de Jônatas (2 Samuel 9:4-5). Por último, Barzilai, o gileadita, um ancião muito rico, leva suprimentos para Davi e seu pessoal. Aprenderemos mais sobre ele no capítulo 19, versos 31 a 40. Que força esses homens e sua ajuda devem ter dado a Davi!

Derrota e Morte de Absalão (18:1-18)

Contou Davi o povo que tinha consigo e pôs sobre eles capitães de mil e capitães de cem. Davi enviou o povo: um terço sob o comando de Joabe, outro terço sob o de Abisai, filho de Zeruia e irmão de Joabe, e o outro terço sob o de Itai, o geteu. Disse o rei ao povo: Eu também sairei convosco. Respondeu, porém, o povo: Não sairás, porque, se formos obrigados a fugir, não se importarão conosco, nem ainda que metade de nós morra, pois tu vales por dez mil de nós. Melhor será que da cidade nos prestes socorro. Tornou-lhes Davi: O que vos agradar, isso farei. Pôs-se o rei ao lado da porta, e todo o povo saiu a centenas e a milhares. Deu ordem o rei a Joabe, a Abisai e a Itai, dizendo: Tratai com brandura o jovem Absalão, por amor de mim. Todo o povo ouviu quando o rei dava a ordem a todos os capitães acerca de Absalão. Saiu, pois, o povo ao campo, a encontrar-se com Israel, e deu-se a batalha no bosque de Efraim. Ali, foi o povo de Israel batido diante dos servos de Davi; e, naquele mesmo dia, houve ali grande derrota, com a perda de vinte mil homens. Porque aí se estendeu a batalha por toda aquela região; e o bosque, naquele dia, consumiu mais gente do que a espada. Indo Absalão montado no seu mulo, encontrou-se com os homens de Davi; entrando o mulo debaixo dos ramos espessos de um carvalho, Absalão, preso nele pela cabeça, ficou pendurado entre o céu e a terra; e o mulo, que ele montava, passou adiante. Vendo isto um homem, fez saber a Joabe e disse: Vi Absalão pendurado num carvalho. Então, disse Joabe ao homem que lho fizera saber: Viste-o! Por que logo não o feriste ali, derrubando-o por terra? E forçoso me seria dar-te dez moedas de prata e um cinto. Disse, porém, o homem a Joabe: Ainda que me pesassem nas mãos mil moedas de prata, não estenderia a mão contra o filho do rei, pois bem ouvimos que o rei te deu ordem a ti, a Abisai e a Itai, dizendo: Guardai-me o jovem Absalão. Se eu tivesse procedido traiçoeiramente contra a vida dele, nada disso se esconderia ao rei, e tu mesmo te oporias. Então, disse Joabe: Não devo perder tempo, assim, contigo. Tomou três dardos e traspassou com eles o coração de Absalão, estando ele ainda vivo no meio do carvalho. Cercaram-no dez jovens, que levavam as armas de Joabe, e feriram a Absalão, e o mataram. Então, tocou Joabe a trombeta, e o povo voltou de perseguir a Israel, porque Joabe deteve o povo. Levaram Absalão, e o lançaram no bosque, numa grande cova, e levantaram sobre ele mui grande montão de pedras; todo o Israel fugiu, cada um para a sua casa. Ora, Absalão, quando ainda vivia, levantara para si uma coluna, que está no vale do Rei, porque dizia: Filho nenhum tenho para conservar a memória do meu nome; e deu o seu próprio nome à coluna; pelo que até hoje se chama o Monumento de Absalão.

Era inevitável. Davi provavelmente negou essa necessidade durante muito tempo, mas agora é óbvio que ele não pode mais fugir; ele tem de lutar contra o exército do próprio filho. Ele dispõe as tropas em três divisões. Não sabemos ao certo quantos homens lutam a seu lado, mas sabemos que são milhares, pois o texto diz que há grupos com capitães de mil e de cem. Joabe e Abisai lideram duas divisões, enquanto Itai, o geteu, lidera a terceira. Davi diz que vai junto com seus homens, mas eles lhe dizem para permanecer em Maanaim. Se tiverem de fugir, não serão de grande valia para Absalão, mas se Davi estiver entre eles, não poderão parar até serem capturados e mortos. É melhor para Davi estar em outro lugar.

No entanto, quando eles estão prestes a sair para lutar em nome do seu rei, Davi tem algumas palavras finais a lhes dizer. Não são as palavras de costume, de estímulo e enfoque na vitória. Nem como as palavras de Joabe, proferidas pouco antes do ataque contra os sírios e amonitas:

Disse Joabe: Se os siros forem mais fortes do que eu, tu me virás em socorro; e, se os filhos de Amom forem mais fortes do que tu, eu irei ao teu socorro. Sê forte, pois; pelejemos varonilmente pelo nosso povo e pelas cidades de nosso Deus; e faça o SENHOR o que bem lhe parecer (2 Samuel 20:11-12).

A “incumbência” dada por Davi é bem diferente: “Tratai com brandura o jovem Absalão” (18:5). Todos ouvem suas palavras. Como elas são diferentes do conselho de Aitofel, que pretende matar só Davi, deixando vivo o restante do povo. Davi permite que seus homens matem qualquer israelita, menos seu filho, o líder da revolução. Ele ordena que eles se arrisquem para lutar por ele, mas não para vencer. Que espetáculo patético deve ter sido.

Apesar disso, o exército luta corajosamente, e as forças de Absalão sofrem grande derrota, não só pelas mãos dos homens de Davi, mas muito mais pela própria floresta. Os homens de Absalão não foram talhados para esse tipo de combate. Um total de 20.000 soldados morrem no massacre, o qual se alastra pelo campo inteiro conforme eles dão meia volta e fogem para se salvar. A vitória é grande para Davi, e a derrota, devastadora para Absalão.

Não sabemos se Absalão está ou não fugindo para se salvar, mas ele parece estar sozinho quando sua mula passa por debaixo dos galhos de um grande carvalho e sua cabeça acaba ficando presa entre eles3. Nenhum de seus homens parece estar por perto para tentar soltá-lo (talvez tenham fugido para se salvar). Um dos homens de Joabe se depara com ele e menciona o fato a seu comandante. Joabe fica indignado pelo rapaz não ter matado Absalão logo de uma vez. Não teria ele sido recompensado por isso? O jovem não é dissuadido por sua repreensão. Ele diz que Davi, o comandante em chefe, proibiu expressamente qualquer pessoa de fazer mal a seu filho. Não importa o que Joabe lhe diga, o soldado sabe que quando Davi descobrir que ele matou Absalão, ele estará perdido. Ele também sabe que apesar das palavras duras de Joabe, quando a ira de Davi pela morte de Absalão se voltar contra ele, Joabe vai ficar lá parado, deixando-o levar toda culpa. Não há jeito de fazer esse camarada desobedecer as ordens do rei, matando seu filho.

Joabe se enche da submissão do rapaz às ordens do rei. Ele vai cuidar do assunto pessoalmente. E assim, ele sai e encontra Absalão, exatamente como o jovem disse. Ele pega três dados e os crava em seu peito. Seus escudeiros fazem o mesmo, dando cabo de Absalão. O inimigo de Davi está morto.

Não é irônico que justamente Joabe tenha matado Absalão? Foi ele quem orquestrou sua anistia e sua volta a Jerusalém. Foi ele também quem lhe conquistou maior liberdade e levou-o à presença do rei. E mesmo assim, depois de tudo o que Joabe fez por ele, Absalão procurou afastar o trono de Davi e estabelecer outro comandante nas forças de Israel. Foi Joabe ainda quem, sob as ordens de Davi, matou Urias em batalha, sem sequer levantar uma palavra de protesto. E agora, esse líder militar, que matou um homem justo a pedido de Davi, mata o próprio filho do rei, violando diretamente suas ordens. Há um ditado que diz: “Tudo que vai, volta.” De alguma forma isso parece se encaixar nesta história. Davi, que abusou de sua quase absoluta autoridade ao tomar a esposa de Urias, e em seguida a vida dele, agora é impotente para salvar o próprio filho das mãos de Joabe (ou de qualquer outro).

O texto inclui uma espécie de epitáfio na narrativa da morte de Absalão. O autor nos informa que anteriormente ele não tinha filhos e, temendo ser esquecido, levantou para si uma coluna no vale dos reis. Com isso, pensava ele, teria seu nome preservado. Como vemos depois, Absalão teve filhos, mas na ânsia de se apossar do trono do pai, ele só conseguiu ser rei por alguns dias, e agora seria lembrado como o traidor que morreu pendurado em uma árvore, a morte mais desprezível de todas. Sua coluna no vale dos reis nunca apagaria a lembrança de sua loucura e de sua morte.

Proclamando as Boas Novas (18:19-33)

Então, disse Aimaás, filho de Zadoque: Deixa-me correr e dar notícia ao rei de que já o SENHOR o vingou do poder de seus inimigos. Mas Joabe lhe disse: Tu não serás, hoje, o portador de novas, porém outro dia o serás; hoje, não darás a nova, porque é morto o filho do rei. Disse Joabe ao etíope: Vai tu e dize ao rei o que viste. Inclinou-se a Joabe e correu. Prosseguiu Aimaás, filho de Zadoque, e disse a Joabe: Seja o que for, deixa-me também correr após o etíope. Disse Joabe: Para que, agora, correrias tu, meu filho, pois não terás recompensa das novas? Seja o que for, tornou Aimaás, correrei. Então, Joabe lhe disse: Corre. Aimaás correu pelo caminho da planície e passou o etíope. Davi estava assentado entre as duas portas da entrada; subiu a sentinela ao terraço da porta sobre o muro e, levantando os olhos, viu que um homem chegava correndo só. Gritou, pois, a sentinela e o disse ao rei. O rei respondeu: Se vem só, traz boas notícias. E vinha andando e chegando. Viu a sentinela outro homem que corria; então, gritou para a porta e disse: Eis que vem outro homem correndo só. Então, disse o rei: Também este traz boas-novas. Disse mais a sentinela: Vejo o correr do primeiro; parece ser o correr de Aimaás, filho de Zadoque. Então, disse o rei: Este homem é de bem e trará boas-novas. Gritou Aimaás e disse ao rei: Paz! Inclinou-se ao rei, com o rosto em terra, e disse: Bendito seja o SENHOR, teu Deus, que nos entregou os homens que levantaram a mão contra o rei, meu senhor. Então, perguntou o rei: Vai bem o jovem Absalão? Respondeu Aimaás: Vi um grande alvoroço, quando Joabe mandou o teu servo, ó rei, porém não sei o que era. Disse o rei: Põe-te ao lado e espera aqui. Ele se pôs e esperou. Chegou o etíope e disse: Boas-novas ao rei, meu senhor. Hoje, o SENHOR te vingou do poder de todos os que se levantaram contra ti. Então, disse o rei ao etíope: Vai bem o jovem Absalão? Respondeu o etíope: Sejam como aquele os inimigos do rei, meu senhor, e todos os que se levantam contra ti para o mal. Então, o rei, profundamente comovido, subiu à sala que estava por cima da porta e chorou; e, andando, dizia: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!

Acabou. Aitofel sabia que se Davi fosse morto, toda a oposição a Absalão seria esmagada. O inverso funciona da mesma forma. Muitos homens de Absalão estão mortos e seu exército sofre grande derrota, mas quando o próprio Absalão morre, a revolução em si está morta. É por isso que suas tropas fogem da cena de batalha para o próprio acampamento. Acabou! Davi venceu! É um grande dia de vitória.

A cena do exército vitorioso retornando a Maanaim deve ter sido exultante. Seria mais ou menos como a volta da Seleção Brasileira depois de vencer a Copa do Mundo. Muita gritaria e comemoração. Que grande dia, um dia de vitória. O rei Davi, no entanto, não está com seu exército. Ele está de volta à cidade, esperando notícias do resultado da guerra. O retorno dos soldados é triunfante, até eles perceberem que o rei não está nos portões da cidade para saudá-los. É porque Davi já sabe da morte do filho.

Tudo começa com a derrota do exército de Absalão, seguida da sua morte. Aimaás suplica a Joabe para ser o portador das “boas novas” a Davi. Joabe sabe que não serão “boas novas” para o rei, embora o sejam para qualquer outra pessoa. Por isso, ele proíbe Aimaás de correr até Maanaim. Em seu lugar, ele envia um etíope. Aimaás insiste e, finalmente, Joabe, com relutância, o deixa correr também para levar as notícias a Davi. Altamente motivado (sendo bom corredor e também escolhendo um caminho mais rápido), Aimaás dá um jeito de chegar a Maanaim antes do etíope. Entre os dois mensageiros, Davi descobre que seu filho Absalão foi morto. Sua tristeza é realmente muito grande.

Antes de continuar a história, gostaria de ressaltar que há mais espaço dedicado aos mensageiros que relatam os acontecimentos a Davi do que há para a guerra entre os dois exércitos inimigos, incluindo a narrativa da morte de Absalão. Qual será o motivo? Por que o autor dá tanta ênfase ao desejo de Aimaás de levar a mensagem da vitória do exército de Davi ao rei? A resposta é chave para o entendimento da mensagem desejada pelo autor a seus leitores.

Já ressaltei a ênfase (em termos de espaço) dada à questão dos mensageiros. Deixem-me salientar também a repetição de uma expressão muito importante: boas novas. Na versão NASB4, ela ocorre quatro vezes entre os versos 25 a 31 (em português, na versão ARA, também), mas há uma porção de outras referências às novas que, no contexto, espera-se sejam boas. A expressão boas novas é uma interpretação do termo hebraico que significa (como era de se esperar) “boas novas”. Quando os tradutores da Septuaginta fizeram a versão para o grego, eles usaram o mesmo termo referente à proclamação do evangelho normalmente encontrado no Novo Testamento. As boas novas que Aimaás queria proclamar a Davi era que Deus lhe dera a vitória, derrotando o exército de Absalão e destruindo-o.

O problema é que Davi não está disposto a aceitar a informação como boa notícia. Observe que quando os mensageiros se aproximam, eles dão indícios de que as notícias são boas para ele. Mas Davi não pergunta o resultado da batalha, só se seu filho, Absalão, está bem. Para ele, boa nova é Absalão estar vivo. Para qualquer outro envolvido na guerra com Absalão e seus homens nesse dia, boa nova seria que seu exército foi derrotado e o encrenqueiro, destruído.

Joabe conhece seu rei muito bem. Ele sabe que Davi não aceitará bem a notícia da morte de Absalão. Por isso ele hesita em enviar Aimaás para lhe contar sobre a morte do filho. Por isso, também, Aimaás evita responder a pergunta específica de Davi sobre o bem-estar de Absalão. E, assim, quando retornam a Maanaim, os soldados vitoriosos não encontram o rei nos portões para saudá-los e expressar seu reconhecimento. Em vez disso, eles ficam sabendo que Davi está de luto pela morte do filho. Agora, ao invés de sentir orgulho pelo que fizeram, os homens de Davi sentem vergonha.

Joabe Repreende o Rei (19:1-8)

Disseram a Joabe: Eis que o rei anda chorando e lastima-se por Absalão. Então, a vitória se tornou, naquele mesmo dia, em luto para todo o povo; porque, naquele dia, o povo ouvira dizer: O rei está de luto por causa de seu filho. Naquele mesmo dia, entrou o povo às furtadelas na cidade, como o faz quando foge envergonhado da batalha. Tendo o rei coberto o rosto, exclamava em alta voz: Meu filho Absalão, Absalão, meu filho, meu filho! Então, Joabe entrou na casa do rei e lhe disse: Hoje, envergonhaste a face de todos os teus servos, que livraram, hoje, a tua vida, e a vida de teus filhos, e de tuas filhas, e a vida de tuas mulheres, e de tuas concubinas, amando tu os que te aborrecem e aborrecendo aos que te amam; porque, hoje, dás a entender que nada valem para contigo príncipes e servos; porque entendo, agora, que, se Absalão vivesse e todos nós, hoje, fôssemos mortos, então, estarias contente. Levanta-te, agora, sai e fala segundo o coração de teus servos. Juro pelo SENHOR que, se não saíres, nem um só homem ficará contigo esta noite; e maior mal te será isto do que todo o mal que tem vindo sobre ti desde a tua mocidade até agora. Então, o rei se levantou e se assentou à porta, e o fizeram saber a todo o povo, dizendo: Eis que o rei está assentado à porta. Veio, pois, todo o povo apresentar-se diante do rei. Ora, Israel havia fugido, cada um para a sua tenda.

Os guerreiros de Davi, os quais arriscaram o pescoço para salvar seu rei, agora baixam a cabeça envergonhados. Um dia de vitória de repente se transforma em dia de luto. Os soldados começam a entrar furtivamente na cidade, como se tivessem feito algo errado. Eles são como um centroavante que tem a chance de fazer o gol da vitória e ganhar o jogo, mas acaba chutando pra fora. Eles estão com vergonha de voltar ao seu campo, se aproximar do banco e encarar seu técnico. É como se sentem os soldados de Davi.

O rei está chorando e lamentando a morte de Absalão. Ele fica repetindo “Meu filho Absalão, Absalão, meu filho, meu filho!”. Joabe não está disposto a se juntar ao luto do rei. Na verdade, ele não está disposto nem a tolerar a choradeira de Davi. Ele entra na casa. E não trata Davi com brandura. Em sua cabeça, David está cometendo o maior erro de sua vida, e vai sofrer consequências muito maiores do que quaisquer outras já sofridas.

Joabe dá uma bronca em Davi por envergonhar quem veio com ele de Jerusalém; não só os soldados, mas também suas esposas e filhos, e suas concubinas. Por sua reação aos acontecimentos, Davi revela que ama mais o inimigo do que os amigos e a família. Ele ama mais quem o odeia do que quem o ama. Ele demonstra total desrespeito para com quem se dispôs a dar tudo por seu rei. Joabe diz isso da forma mais cruel possível: Davi preferia ouvir que todo o exército foi dizimado e Absalão estava vivo do que saber que seu exército prevaleceu, mas Absalão está morto. 

Joabe praticamente diz a Davi o que fazer a seguir. Ele deve se levantar, parar de chorar e ir aos portões cumprimentar os guerreiros vitoriosos que estão retornando da batalha. Se ele não fizer isso imediatamente, Joabe lhe garante que ao amanhecer não haverá nenhum soldado com ele. O rei faz o que Joabe diz. Ele desce aos portões e, tão logo as pessoas tomam conhecimento disso, vão até ele. Nesse meio tempo, os israelitas que se haviam se juntado a Absalão fogem para suas tendas. A guerra acabou. Davi é rei de Israel novamente.

Conclusão

Temos muito a aprender com esta passagem. Creio que cada um dos personagens principais desse drama nos ensina alguma coisa. Vou chamar sua atenção para algumas lições.

Primeiro, podemos aprender com os dois vilões do texto, Absalão e Aitofel. Desde cedo os dois estiveram muito perto de Davi. Ambos decidiram se rebelar contra ele, tentando arruiná-lo. Nenhum deles parece temer a Deus ou ver sua situação do ponto de vista de Deus. Nenhum deles parecer se incomodar com o fato de ter tentado matar o rei ungido de Deus. A vida de ambos termina tragicamente, em morte. Ambos devem ter percebido a mão de Deus operando na vida de Davi e em seu governo como rei. Ambos estão dispostos a afastar Davi para tentar construir algum tipo de “reino” próprio. Ambos são como Satanás, e como Adão e Eva, no que diz respeito a não querer desempenhar um papel secundário. Eles parecem pensar que, estando sob a autoridade de Davi, estão sendo privados de algo melhor, que eles podem conquistar correndo atrás de seus próprios interesses.

Ambos, Absalão e Aitofel, deixam de responder corretamente à pergunta mais importante da vida de qualquer pessoa: “A quem servirei como rei?” Eles não querem Davi como rei. Os dois, na verdade, querem ser rei da sua própria vida. Contudo, rejeitando Davi, eles estão rejeitando o rei de Deus, e por isso, estão se rebelando contra o próprio Deus. Ambos têm grande potencial, mas no fim, seus talentos não prestam para nada.

O problema é sempre o mesmo. Foi assim antes mesmo de haver um rei humano em Israel, e tem sido assim desde então. Adão e Eva rejeitaram a Deus como autoridade suprema e tentaram se colocar acima Dele. Os israelitas rejeitaram a Deus como Rei, exigindo um rei como o das outras nações (ver 1 Samuel 8:7). Absalão e Aitofel, e quem os seguiu em sua rebelião contra Davi, também rejeitaram o rei de Deus como seu rei. Quando nosso Senhor Jesus Cristo veio à terra, Ele veio como Aquele que se assentaria no trono de seu pai, Davi. Ele veio como o Rei ungido de Deus, e mesmo assim as multidões disseram não ter outro rei além de César. O Senhor Jesus veio a primeira vez para ser rejeitado como Rei de Israel, a fim de levar a culpa pelo nosso pecado e prover o meio de podermos entrar em Seu reino. Quem recebe o perdão e a vida eterna oferecidos por Ele, reinará com Ele por toda eternidade. Ele vai voltar mais uma vez, para derrotar Seus inimigos e estabelecer Seu trono sobre a terra. Quem O recebe como o caminho de Deus para a salvação também O recebe como Rei. Quem rejeita o dom da Sua salvação, rejeita-O como Rei. Quando Ele vier novamente, todos se dobrarão diante Dele como o Rei de Deus, mas somente quem O recebeu como Salvador entrará no Seu reino. Quem é o seu rei? Essa é a pergunta mais importante que você deve responder.

Segundo, podemos aprender com Joabe. É discutível se Joabe deveria ter ou não matado Absalão, contra as ordens de Davi. Talvez Absalão tivesse morrido por si só. Acho que podemos ver que Joabe tinha razão ao repreender o rei por sua reação à vitória e à morte de Absalão. Joabe era subordinado de Davi, mas estava certo em repreendê-lo. Às vezes, a admoestação bíblica é necessária em resposta ao pecado de quem tem autoridade sobre nós. Para isso, é preciso orar e tomar muito cuidado; mas a repreensão pode ser boa. 

Além disso, devemos aprender com o texto que podemos ser corrigidos não só por quem é  nosso subordinado, mas também por quem não é nosso mentor. Há muitas coisas para se criticar em Joabe, mas o fato é que ele tem razão naquilo que diz a Davi. Hoje em dia há muita conversa sobre “aconselhamento” e “responsabilização”. O pressuposto parece ser que cada um de nós precisa de alguém a quem prestar contas, algum “mentor” para nos orientar. Há uma certa verdade nisso, e muita coisa a ser esclarecida e corrigida. Mas o que eu gostaria de ressaltar aqui é que não devemos restringir de quem podemos aprender, limitando-nos à uma lista de possíveis mentores. Nosso inimigo pode ser o nosso melhor crítico. Ele não se importa se vai ou não perder o nosso respeito ou amizade. Ele não se preocupa em não nos ofender. Ele (ou ela) pode nos dizer coisas que os nossos “amigos” nunca dirão. Joabe repreende Davi. Davi ouve, e aprende. Temos de aprender a aprender de quem não gostamos, e de quem talvez não goste de nós.

Terceiro, podemos aprender com a perda de perspectiva de Davi. Joabe acertadamente repreende Davi, pois seus valores tinham ficado totalmente desordenados. Nas palavras de Joabe, Davi passou a amar seus inimigos e a odiar seus amigos. Ele se importa mais com o bem-estar de seu arqui-inimigo do que com a nação que ele deve pastorear por Deus. Davi chega a se preocupar mais com um único membro da sua família do que com todos os outros. Nesse sentido, ele está errado, e Joabe está certo.

Davi está errado em instruir seus comandantes a não fazer mal a Absalão. Absalão já deveria ter sido morto em outras ocasiões. Ele deveria ter sido morto pelo assassinato premeditado de Amnom, contrário a lei. Por se rebelar contra o pai (antes deste texto). E por alta traição, ao tentar matar o rei ungido de Deus e estabelecer a si mesmo no trono. Como Davi podia esperar que seu exército lutasse contra o exército de Absalão sem lutar contra o próprio Absalão? Assim como anteriormente ele usou sua autoridade para condenar um homem justo à morte (Urias), agora ele tenta usar sua autoridade como rei para salvar um revolucionário que merece pena de morte. A perspectiva de Davi está completamente distorcida. É a tremenda bronca de Joabe que o tira do seu estupor mental.

Gostaria de dizer que, exatamente como Davi perdeu a perspectiva em nosso texto, muitas vezes nós também perdemos, sem nem mesmo perceber. Por exemplo, sabemos que este mundo e tudo o que há nele vai acabar num piscar de olhos. Mesmo assim, insistimos em acumular coisas. Nós acumulamos tesouros na terra em vez de acumular no céu. Nós sabemos (em tese) que os perdidos irão passar toda a eternidade no inferno, separados de Deus. Mesmo assim, deixamos de tentar conhecer o nosso próximo ou pregar o evangelho (a “boa nova”) a ele. Será que a nossa perspectiva não está tão distorcida quanto a de Davi?

Vemos Davi colocando o bem-estar de Absalão acima do bem-estar dos demais membros da sua família e do seu reino. Nesse caso, não colocou Davi a “família” acima de coisas mais importantes? Assim como ele não quis lidar com o filho da forma requerida por seu pecado, tentando “poupá-lo”, também não deixamos de lidar com a desobediência e rebelião dos nossos filhos, com medo de perdê-los? Será que não deixamos de disciplinar um crente deliberadamente em pecado porque não podemos suportar a ideia de perdê-lo ou àquilo que ele nos oferece? Aprendamos com Davi que podemos perder rapidamente a perspectiva, sem nem perceber. A única forma de mantermos a perspectiva correta é enchendo cada vez mais a nossa mente com a Palavra de Deus. É na Bíblia que adquirimos perspectiva bíblica. Sejamos homens e mulheres da Palavra para podermos ver a vida pela perspectiva de Deus.

Finalmente, aprendemos muito com a depressão de Davi. Estes são os dias mais sombrios da sua vida. Para mim, é difícil descrever seu estado de espírito com qualquer outra palavra a não ser depressão. Levei muito tempo para poder dizer isso, mas creio que um cristão pode ficar deprimido. Indo mais a fundo nessa questão, creio que um cristão pode ficar deprimido, sem com isso “estar em pecado”. Depressão, algumas vezes, é fruto de pecado (o que certamente é parte da depressão de Davi). Em outras, a própria depressão pode ser pecado. Isto é, podemos deliberadamente ficar deprimidos, apesar de saber que a nossa depressão tem raiz no pecado. Contudo, não estou mais disposto a rotular toda depressão em si mesma como pecaminosa.

Anos atrás um senhor muito temente a Deus levantou-se durante o culto e leu o texto de nosso Senhor no Jardim do Getsêmani. Ele disse (na verdade, leu uma tradução atual do texto) que nosso Senhor estava deprimido. Para minha vergonha, devo dizer que me levantei e o corrigi, dizendo que depressão é pecado e, por isso, nosso Senhor não podia estar deprimido. Mas podemos estar deprimidos e não estar em pecado. Davi, creio eu, estava deprimido. Sua depressão talvez tenha ajudado a distorcer suas perspectivas e prioridades.

O que eu gostaria que notassem em nosso texto é que Deus poupou Davi da morte e lhe deu a vitória sobre Absalão, apesar do fato de ele estar deprimido, apesar de ele ter ordenado a seus homens a não prejudicar Absalão. Os propósitos e as promessas de Deus não podem ser frustrados pelo nosso pecado, muito menos pela nossa depressão. Estes foram dias em que a fé e a esperança de Davi estavam no nível mais baixo. Será que isso impediu Deus de alcançar Seus propósitos? Nem por um instante!

Ressaltei esse ponto por uma razão muito importante. Há muitos ensinamentos e ideias evangélicas sugerindo que Deus não possa operar enquanto estamos deprimidos. O ensino da AMP (Atitude Mental Positiva) é abundante hoje em dia. Se tivermos uma atitude positiva, as coisas boas terão de vir. Se formos propensos a “pensamentos derrotistas”, só teremos problemas. É isso o que algumas pessoas ensinam. Essa é a sua própria forma de cristianismo. Se tivermos fé suficiente, Deus fará grandes coisas por nós. Se não tivermos, merecemos o sofrimento e a tristeza decorrentes da nossa falta de fé.

Há muita coisa errada com esse tipo de pensamento. Damos a nós mesmos crédito demais pelas bênçãos de Deus. Atribuímos Suas bênçãos à nossa fé, à nossa obediência, à nossa disposição mental positiva. Mas quando vem a depressão (e ela sempre vem), de acordo com a corrente ideológica da AMP, não temos esperança. Nós acreditamos que Deus Se limita a operar somente quando somos otimistas, cheios de fé e alegria. Muitas vezes os cristãos saem por aí fingindo ter paz, alegria e fé porque esperam por isso. Naquele ponto da sua vida, Davi não tinha paz, nem alegria, nem muita fé. Ele estava no fundo do poço. No entanto, apesar da sua disposição mental, Deus cumpriu Seus intentos e Suas promessas. Ele cuidou para que muitos amigos estivessem a seu lado naqueles momentos difíceis. Deus usou Husai para frustrar o conselho de Aitofel. Usou Joabe para eliminar Absalão e repreender Davi. Deus agiu na vida de Davi, não porque ele estivesse cheio de fé, alegria e esperança naquele momento, mas porque Deus é fiel em cumprir Suas promessas.

Desejo explorar um pouco mais essa questão da depressão. Muitas vezes, quando alguém está deprimido, sua perspectiva das coisas fica distorcida — ele ou ela não consegue ver a vida do jeito certo. No entanto, há também um certo sentido em que a depressão pode nos ajudar a ver as coisas com mais clareza. Será que não confiamos demais nos nossos próprios esforços, na nossa própria justiça, na nossa própria fé? A depressão acaba com toda essa autoconfiança. Quem é muito confiante, alegre e feliz, e tem muito êxito na vida, acaba se enganando quanto a fonte de suas habilidades e do seu sucesso. Quando estava no auge do sucesso, Davi via a vida com menos clareza do que quando estava nas profundezas da sua humilhação. Em seu desespero, ele não confiou em si mesmo. Tudo o que ele pôde fazer foi lançar-se sobre Deus, descansando e esperando nEle.

Já disse que Deus trabalhou muito na vida de Davi quando ele estava em depressão. Agora vou dizer também que Ele trabalhou muito por intermédio de Davi quando ele estava em depressão. Não posso mostrar isso de forma conclusiva, mas imagino que muitos de seus salmos vieram do “fundo do poço”. Muitos deles foram escritos em tempos de crise. Quando ele manifestava seus medos, seu desespero e sua depressão para Deus, encontrava esperança e auxílio, lembrando-se do Deus com quem falava. E, ao escrever esses salmos, Davi também ministrava a outras pessoas em seu desespero. Muitas vezes, quando estamos tristes e abatidos, começamos a ver a vida com mais clareza, confiando em Deus mais plenamente. Se é assim, então o sofrimento e as tristezas, e até mesmo a depressão, podem ser nossos aliados, não nossos inimigos. Tudo o que nos aproxima de Deus é nosso aliado.

Estou certo de que, quando falo e escrevo estas palavras, estou falando e escrevendo a quem talvez esteja em depressão. Alguns podem nem saber disso, ou relutem em admiti-lo. Isso porque, como eu mesmo, dizem que depressão é pecado e não querem ser culpados desse pecado. Mas muitos estão deprimidos e sabem que estão. Muitos estão deprimidos e têm vergonha de contar a outra pessoa. Deixem-me apenas dizer que Deus agiu na vida de Davi, a despeito da sua depressão. Deus também agiu por meio dele por causa da sua depressão.

Vou encerrar com estas palavras do próprio Senhor:

Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo: Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. (Mateus 5:1-4)

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. (Mateus 11:28-30)


1 Não consigo deixar de pensar que o aumento no tamanho do exército de Absalão só vai atrapalhar sua causa. Muitos dos seguidores de Davi são valentes que lutaram com ele em situações difíceis, muitas delas parecidas com a que vão enfrentar aqui. Eles são unha e carne com seu comandante. O vasto “exército de voluntários” que segue Absalão não deve ser tão habilidoso, nem tão acostumado à guerra, nem tão disciplinado. Seu comandante em chefe é novo, e pouco experiente. É como um time recém-formado, com jogadores novatos, novo técnico e nenhuma experiência, enfrentando a seleção nacional.

2 Baurim não ficava muito longe de Jerusalém. Foi até lá que Paltiel, o segundo marido de Mical, pôde acompanhar a esposa quando ela foi levada de volta a Davi (2 samuel 3:14-16). Lá também era onde morava Simei, o homem que amaldiçoou Davi quando este fugia de Jerusalém.

3 Apesar da opinião popular de que Absalão ficou preso pelos cabelos, o texto diz que foi sua cabeça que ficou presa. Seu cabelo, é claro, deve ter sido parte do problema. Parece óbvio que ele não conseguiu se soltar dos galhos desse carvalho gigante, sugerindo que se ele fosse deixado à própria sorte, seria mais um cuja vida foi reivindicada pela floresta, não pela espada de um dos homens de Davi.

4 NASB (New American Standard Bible), ARA (Almeida Revista e Atualizada)

From the series: 2 Samuel (Português)

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