18. O Retorno de Davi a Jerusalém (2 Samuel 19:8 - 20:26)
Introdução
Nossa história me faz lembrar do caminho para um campo de treinamento missionário na região central da Índia com tantas reviravoltas que mal dá para imaginar. Davi pecou quando cometeu adultério com Bate-Seba e tirou a vida de seu marido (com a ajuda de ninguém menos que Joabe, a figura central do texto). Deus indiciou Davi por seu pecado por meio do profeta Natã, e Davi se arrependeu. No entanto, há consequências que ele terá de enfrentar. Sua filha Tamar é violentada por seu meio-irmão, Amnom. Depois Amnom é assassinado por seu meio-irmão, Absalão. Absalão foge para Gesur, onde recebe asilo de seu avô, Talmai. Por intervenção e intriga de Joabe, Davi é pressionado a permitir o retorno de Absalão a Jerusalém. Depois de algum tempo, Absalão consegue desprestigiar o governo do pai, dando início a uma revolução que obriga Davi, sua família e seus amigos a fugir para o deserto. Deus poupa Davi, dá a seu exército a vitória sobre as forças rebeldes, e providencialmente elimina Absalão por meio de Joabe, o qual o mata apesar das ordens específicas de Davi para o jovem não ser maltratado.
Agora Davi está prestes a voltar para Jerusalém e retomar seu governo sobre a nação de Israel. A fim de ganhar o favor do povo (e talvez tirar um espinho da própria carne), ele afasta Joabe do comando das forças armadas, substituindo-o por Amasa. Parece o fim de Joabe, mas no final do nosso texto veremos que é o fim de Amasa, o qual será morto por Joabe. E Joabe será novamente nomeado comandante do exército de Israel. Quem poderia imaginar uma coisa dessas?
Mas não para por aí. Davi foi forçado a fugir de Jerusalém devido à revolução instigada por Absalão. Embora ele nunca tenha abdicado do trono, Absalão agiu como rei por alguns dias, até ser derrotado em batalha e ter sua vida ceifada por Joabe. Davi é convidado a retornar a Jerusalém para retomar o governo sobre a nação. No entanto, no caminho há uma disputa entre os homens de Judá (a tribo de Davi) e os homens das outras tribos de Israel. Em algum ponto entre o rio Jordão e Jerusalém, uma rebelião é incitada por Seba, e os israelitas renegam Davi como rei e voltam para casa. Por meio de uma estranha reviravolta do destino (humanamente falando), Seba acaba encurralado numa cidade fortificada de Israel. Com a intervenção de uma sábia mulher da cidade, ele é morto, a cidade libertada e a divisão de Israel revertida. Resumindo: 1) Davi é rei; 2) Davi não é mais rei; 3) Davi é convidado a ser rei outra vez; 4) Davi tem o reino dividido; 5) Davi tem o reino reunido.
Acima de tudo, há uma incrível demonstração de derramamento de sangue e violência. Com toda certeza a história receberia classificação “18” (proibido para menores) por sua barbaridade. Joabe dá uma “mãozinha” (perdão pelo trocadilho) ao destino, atravessando Amasa com sua espada, espalhando suas entranhas pelo caminho; o exército, então, pára para ficar olhando o homem chafurdando no próprio sangue. O grand finale é a decapitação de Seba, cuja cabeça é lançada por sobre os muros da cidade para Joabe e o exército do lado de fora.
Esta história fascinante tem todos os ingredientes de um filme de ação. Mas não é só por isso (nem mesmo por isso, principalmente) que devemos estudá-la com cuidado. Esta é uma história religiosa inspirada; é uma história provavelmente escrita por um profeta e, por isso, com uma mensagem para ouvir e aprender. Então, vamos abordar o assunto com grande expectativa no coração e na mente, prontos para ouvir e aprender aquilo que Deus tem a nos dizer.
Apontando o Dedo em Israel (19:9-10)
Todo o povo, em todas as tribos de Israel, andava altercando entre si, dizendo: O rei nos tirou das mãos de nossos inimigos, livrou-nos das mãos dos filisteus e, agora, fugiu da terra por causa de Absalão. Absalão, a quem ungimos sobre nós, já morreu na peleja; agora, pois, por que vos calais e não fazeis voltar o rei?
É muito difícil para quem vive numa democracia entender a situação embaraçosa em que se encontram os israelitas. Quando o presidente Kennedy foi assassinado, apenas algumas horas depois Lyndon Johnson teve de prestar juramento como novo presidente e assumir o cargo. A constituição dos Estados Unidos tem um processo muito claro para sucessão governamental. Mas quando um monarca deixa de atuar como rei, o que faz a nação? Muita gente está discutindo e se acusando em Israel. Todo mundo está culpando alguém e exigindo que (esse) alguém faça alguma coisa. Davi tinha sido rei. Então ele fugiu para o interior. O povo ungiu Absalão em seu lugar, mas agora Absalão está morto. Parece haver uma conclusão precipitada de que Davi voltará e reassumirá seu papel como rei de Israel, mas como isso vai acontecer? O que eles devem fazer? O que podem fazer? E quem o fará? A discussão toda é sobre essas coisas.
Mais um fator contribui para tornar esse problema tão desagradável — estas são as mesmas pessoas que apoiaram a rebelião de Absalão. Quem está discutindo é o povo de Israel, o qual permaneceu na terra. Eles não são os amigos de Davi que foram com ele para o deserto. Esse pessoal rejeitou Davi como rei e agora sabe que sua volta ao poder é inevitável. Quem gostaria de dar um passo à frente para trazer de volta o homem a quem eles rejeitaram, contra quem cometeram alta traição? Não é à toa que ninguém queira ser o líder.
Davi Facilita a Vida de Israel, Tomando a Iniciativa (19:11-18a)
Então, o rei Davi mandou dizer a Zadoque e a Abiatar, sacerdotes: Falai aos anciãos de Judá: Por que seríeis vós os últimos em tornar a trazer o rei para a sua casa, visto que aquilo que todo o Israel dizia já chegou ao rei, até à sua casa? Vós sois meus irmãos, sois meu osso e minha carne; por que, pois, seríeis os últimos em tornar a trazer o rei? Dizei a Amasa: Não és tu meu osso e minha carne? Deus me faça o que lhe aprouver, se não vieres a ser para sempre comandante do meu exército, em lugar de Joabe. Com isto moveu o rei o coração de todos os homens de Judá, como se fora um só homem, e mandaram dizer-lhe: Volta, ó rei, tu e todos os teus servos. Então, o rei voltou e chegou ao Jordão; Judá foi a Gilgal, para encontrar-se com o rei, a fim de fazê-lo passar o Jordão. Apressou-se Simei, filho de Gera, benjamita, que era de Baurim, e desceu com os homens de Judá a encontrar-se com o rei Davi. E, com ele, mil homens de Benjamim, como também Ziba, servo da casa de Saul, acompanhado de seus quinze filhos e seus vinte servos, e meteram-se pelo Jordão à vista do rei e o atravessaram, para fazerem passar a casa real e para fazerem o que lhe era agradável.
A notícia do que está acontecendo chega aos ouvidos de Davi enquanto ele ainda está em Maanaim. Ele age de forma a tornar sua volta mais fácil para os israelitas. Ele manda um recado para Zadoque e Abiatar (os sacerdotes que ficaram em Jerusalém e continuaram leais a ele), dando-lhes instruções para falar aos anciãos de Judá. Essa é a tribo de Davi, a primeira a ungi-lo como rei quando ele estava em Hebrom. Eles são os parentes mais próximos de Davi. E é lógico que devem tomar a iniciativa de levá-lo de volta a Jerusalém. Davi facilita as coisas para eles anunciando a demissão de Joabe do comando do exército, e sua substituição por Amasa. Isso é um artifício da parte de Davi. Os anciãos de Judá mandam lhe dizer que ele está convidado a voltar. Davi e todos os que estão com ele partem de Maanaim para as margens do rio Jordão. O povo de Judá se reúne em Gilgal para ajudá-los a passar o rio, e para receber Davi de volta como rei. Além do povo de Judá, está presente também uma delegação razoável de israelitas, representando as outras tribos. Entre eles estão Mefibosete, Ziba (seu servo, junto com seus filhos e servos), e Simei, junto com mil benjamitas.
Simei se Arrepende e é Perdoado (19:18b-23)
Então, Simei, filho de Gera, prostrou-se diante do rei, quando este ia passar o Jordão, e lhe disse: Não me imputes, senhor, a minha culpa e não te lembres do que tão perversamente fez teu servo, no dia em que o rei, meu senhor, saiu de Jerusalém; não o conserves, ó rei, em teu coração. Porque eu, teu servo, deveras confesso que pequei; por isso, sou o primeiro que, de toda a casa de José, desci a encontrar-me com o rei, meu senhor. Então, respondeu Abisai, filho de Zeruia, e disse: Não morreria, pois, Simei por isto, havendo amaldiçoado ao ungido do SENHOR? Porém Davi disse: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia, para que, hoje, me sejais adversários? Morreria alguém, hoje, em Israel? Pois não sei eu que, hoje, novamente sou rei sobre Israel? Então, disse o rei a Simei: Não morrerás. E lho jurou.
Simei não nos é estranho, nem a Davi. Ele é aquele descendente de Saul que atormentou Davi e seus acompanhantes quando fugiam de Jerusalém (2 Samuel 16:5 e ss). Ele lançou pedras, sujeira, acusações e insultos contra Davi. Abisai quis calar sua boca permanentemente, mas Davi não deixou, presumindo que Deus, de alguma forma, o estivesse repreendendo por meio desse falastrão. Agora, em seu retorno, Davi deve passar por Baurim, cidade natal de Simei. Simei sabe que está numa grande enrascada. Davi é novamente rei de Israel, e pode muito bem vê-lo como um traidor que precisa ser eliminado.
Simei chega, aparentemente convicto da sua loucura e do seu pecado, ansioso para demonstrar seu arrependimento a Davi enquanto pede perdão. Ele traz consigo 1.000 benjamitas, os quais também demonstram submissão a Davi como rei. Simei não perde tempo. Ele confessa seu pecado e sua loucura e implora o perdão de Davi. Uma vez mais, Abisai expressa o desejo de executar o encrenqueiro e livrar-se dele de uma vez por todas. Uma vez mais, Davi não permite, repreendendo não só ele, mas também Joabe (que obviamente está por trás disso — note a expressão “filhos (plural) de Zeruia” no verso 22). Este é um dia de reconciliação. Não haverá execuções, embora Simei mereça morrer por ter amaldiçoado um governante do seu povo (ver Êxodo 22:28). Davi lhe assegura: “não morrerás” (verso 23).1
Davi Lida com Mefibosete e Ziba (19:24-30)
Também Mefibosete, filho de Saul, desceu a encontrar-se com o rei; não tinha tratado dos pés, nem espontado a barba, nem lavado as vestes, desde o dia em que o rei saíra até ao dia em que voltou em paz. Tendo ele chegado a Jerusalém a encontrar-se com o rei, este lhe disse: Por que não foste comigo, Mefibosete? Ele respondeu: Ó rei, meu senhor, o meu servo me enganou; porque eu, teu servo, dizia: albardarei um jumento e montarei para ir com o rei; pois o teu servo é coxo. Demais disto, ele falsamente me acusou a mim, teu servo, diante do rei, meu senhor; porém o rei, meu senhor, é como um anjo de Deus; faze, pois, o que melhor te parecer. Porque toda a casa de meu pai não era senão de homens dignos de morte diante do rei, meu senhor; contudo, puseste teu servo entre os que comem à tua mesa; que direito, pois, tenho eu de clamar ao rei? Respondeu-lhe o rei: Por que ainda falas dos teus negócios? Resolvo que repartas com Ziba as terras. Disse Mefibosete ao rei: Fique ele, muito embora, com tudo, pois já voltou o rei, meu senhor, em paz à sua casa.
Quando Davi se tornou rei de Israel pela primeira vez, para cumprir sua aliança com Jônatas, ele começou a procurar algum descendente de Saul e Jônatas. Ele ouviu falar de Ziba, o qual serviu Saul até a morte deste. Ziba foi convocado ao palácio e disse ao rei que um filho de Jônatas havia sobrevivido, Mefibosete, aleijado desde a infância. Davi mandou buscar Mefibosete e deu-lhe todas as propriedades anteriormente pertencentes a Saul, assim como Ziba e sua família para servi-lo. Além disso, Davi tinha Mefibosete sentado à sua mesa como filho. Quando Davi fugiu de Jerusalém, Ziba saiu a encontrá-lo com provisões para a viagem. Quando Davi perguntou por Mefibosete, Ziba lhe disse que ele tinha preferido ficar em Jerusalém, esperando recuperar o trono do avô, Saul. Naquela ocasião, Davi deu a Ziba toda a herança que antes dera a Mefibosete.
Agora Davi está voltando a Jerusalém e ao trono. Ziba, seus filhos e servos, e Mefibosete, estão lá para recebê-lo e ajudá-lo na travessia do Jordão, e no caminho para Jerusalém. Embora Ziba esteja por perto, a conversa aqui é entre Davi e Mefibosete. É ele que parece ter abandonado Davi, enquanto Ziba parece gozar de boa reputação. Davi pergunta a Mefibosete por que ele não o acompanhou quando fugia de Jerusalém.
Algumas pessoas talvez não saibam que comecei minha carreira como professor. Dei aulas durante vários anos, e naquela época, ouvi uma porção de desculpas esfarrapadas (minha esposa e eu somos pais de cinco filhas, e também temos ouvido algumas desculpas lamentáveis). Por mais que eu tente entender o que Mefibosete está dizendo, para mim, não faz sentido. Ele não admite ter feito algo errado e tenta se defender dizendo a Davi ter sido enganado, pois tentou selar um jumento para si. Por que, então, ele não foi? Se Ziba não o impediu de selar o jumento, por que Mefibosete não seguiu em frente? Não entendo. Ele, então, acrescenta que Ziba o difamou diante do rei, sem dúvida por ter dito que ele tinha ficado em Jerusalém na esperança de reaver o trono.
Pessoalmente, não creio haver alguma forma de conciliar as duas histórias sobre a ausência de Mefibosete quando Davi fugiu de Jerusalém. Davi também não parece ter resolvido a questão, pois ele não julga um certo e o outro errado. Em vez disso, ele declara que as terras de Mefibosete (dadas a ele, e depois a Ziba) serão divididas igualmente entre ele e o servo, Ziba. Mais uma vez, esse é um dia de alegria e conciliação. Davi vai dar a ambos o benefício da dúvida e emitir um julgamento que beneficie tanto um quanto outro, e talvez facilite sua reconciliação.
Mefibosete certamente não pede nada. Ele reconhece a benevolência de Davi para com ele no passado, e também ser indigno e não merecedor de qualquer consideração especial da sua parte. Ele, então, parece abrir mão daquilo que Davi lhe dá, transferindo seus direitos (por assim dizer) a Ziba. Se ele realmente fez isso ou não, é outro assunto. Mas a impressão que ele tenta passar a Davi é a de que ele está feliz demais em viver na presença do rei, e não quer, nem precisa, de outros benefícios.
Bendito Barzilai (19:31-39)
Também Barzilai, o gileadita, desceu de Rogelim e passou com o rei o Jordão, para o acompanhar até ao outro lado. Era Barzilai mui velho, da idade de oitenta anos; ele sustentara o rei quando este estava em Maanaim, porque era homem mui rico. Disse o rei a Barzilai: Vem tu comigo, e te sustentarei em Jerusalém. Respondeu Barzilai ao rei: Quantos serão ainda os dias dos anos da minha vida? Não vale a pena subir com o rei a Jerusalém. Oitenta anos tenho hoje; poderia eu discernir entre o bom e o mau? Poderia o teu servo ter gosto no que come e no que bebe? Poderia eu mais ouvir a voz dos cantores e cantoras? E por que há de ser o teu servo ainda pesado ao rei, meu senhor? Com o rei irá o teu servo ainda um pouco além do Jordão; por que há de me retribuir o rei com tal recompensa? Deixa voltar o teu servo, e morrerei na minha cidade e serei sepultado junto de meu pai e de minha mãe; mas eis aí o teu servo Quimã; passe ele com o rei, meu senhor, e faze-lhe o que bem te parecer. Respondeu o rei: Quimã passará comigo, e eu lhe farei como for do teu agrado e tudo quanto desejares de mim eu te farei. Havendo, pois, todo o povo passado o Jordão e passado também o rei, este beijou a Barzilai e o abençoou; e ele voltou para sua casa.
Barzilai é um dos meus personagens favoritos nesta história. Ele é um senhor de idade, de 80 anos, para ser mais preciso. Ele é também muito rico. Ele deve ter vivido perto de Maanaim, pois foi lá que supriu as necessidades de Davi e de seus companheiros no exílio. Agora que Davi está voltando a Jerusalém, Barzilai faz um grande esforço para estender sua amizade e hospitalidade durante a sua volta. São cerca de 30 a 40 km (aproximadamente, pois não sabemos exatamente onde ficava Maanaim) até o Jordão, onde Davi cruzará o rio, e outro tanto até Jerusalém. Esse senhor idoso acompanha Davi até o rio, e depois até Gilgal (não muito longe de onde teria sido a antiga Jericó), e aí se despede.
Davi deseja demonstrar sua gratidão a esse velho companheiro, e o convida a ir com ele para Jerusalém, onde promete sustentá-lo com fartura. Barzilai graciosamente recusa a oferta de Davi. Ele admite estar velho demais para apreciar a diferença entre um filet mignon e um mingau, ou entre a voz de soprano de um dos músicos de Davi e sua própria cantoria no chuveiro. As iguarias de Davi seriam desperdiçadas com ele e, além disso, não lhe resta muito tempo de vida. Ele prefere ficar em sua própria casa, perto de onde seus parentes estão sepultados, e onde ele, em breve, também estará.2
Barzilai não deseja se beneficiar pessoalmente da generosidade de Davi, mas propõe uma alternativa. Ele recomenda um jovem, Quimã, ao rei, pedindo-lhe para conceder suas bênçãos ao rapaz como se fosse para ele. De acordo com 1 Reis 2:7, sabemos que Davi pretende manter sua promessa a Barzilai não só enquanto estiver vivo, mas também depois da sua própria morte. Ele dá instruções a Salomão para continuar sendo benevolente para com os filhos de Barzilai (note o plural). Com isso, presumo que Quimã seja filho de Barzilai e que, nessa época ou mais tarde, um ou mais de seus irmãos se juntou a ele. Davi generosamente cuida desses homens como o próprio Barzilai cuidou dele.
Brigando Pelo Rei (19:40-43)
Dali, passou o rei a Gilgal, e Quimã passou com ele; todo o povo de Judá e metade do povo de Israel acompanharam o rei. Eis que todos os homens de Israel vieram ter com o rei e lhe disseram: Por que te furtaram nossos irmãos, os homens de Judá, e conduziram o rei, e a sua casa através do Jordão, e todos os homens de Davi com eles? Então, responderam todos os homens de Judá aos homens de Israel: Porque o rei é nosso parente; por que, pois, vos irais por isso? Porventura, comemos à custa do rei ou nos deu algum presente? Responderam os homens de Israel aos homens de Judá e disseram: Dez tantos temos no rei, e mais a nós nos toca Davi do que a vós outros; por que, pois, fizestes pouco caso de nós? Não foi a nossa palavra a primeira para fazer voltar o nosso rei? Porém a palavra dos homens de Judá foi mais dura do que a palavra dos homens de Israel.
As sandálias mal tinham secado após a travessia do Jordão e eles começaram a murmurar um contra o outro. Todos os homens de Judá acompanham Davi, assim como metade do povo de Israel. A cena me faz lembrar de quando eu estava dirigindo e após algum tempo algumas das minhas filhas começavam a brigar e discutir. Alguns israelitas começam a discutir pelo fato de os homens de Judá, além de tomar a iniciativa, estão também assumindo a liderança para levar o rei de volta a Jerusalém (ninguém parece se lembrar de que poucos dias antes esse mesmo grupo estava discutindo entre si sobre quem deveria tomar tal iniciativa — e ninguém tomou, até os anciãos de Judá o fazerem). Inveja e ciúme começam a aflorar e, finalmente, os israelitas verbalizam sua fúria e frustração: “Como os homens de Judá vêm nos dizer o que fazer? Quem os designou para trazer Davi de volta ou para guiar essa gente?”
Os homens de Judá têm uma resposta pronta, com a qual revidam asperamente: “Estamos levando o rei para Jerusalém porque somos seus parentes mais próximos”. Posso até imaginar que seria algo mais do tipo: “Somos parentes de Davi, por isso, calem a boca!” Eles continuam a se defender dizendo que, embora sejam os parentes mais próximos de Davi, nunca se beneficiaram pessoalmente desse parentesco de forma discriminatória. Mas os homens de Israel não se dão por vencidos por essa contestação. Será que os parentes de Davi pensam que só por serem os parentes mais próximos têm prioridade? Eles têm uma maneira muito diferente de ver o assunto. Eles representam dez tribos, enquanto Judá, apenas uma. Eles deveriam ter dez vezes mais a reivindicar de Davi dos que os homens de Judá.
A discussão não para por aí, mas vai de mal a pior. O autor do texto achou melhor parar por aqui, acrescentando o comentário de que as palavras seguintes dos homens de Judá foram mais duras (“mais fortes”, ARC; “mais violentas”, NTLH; “mais asperamente”, NVI) do que as dos homens de Israel (verso 43). Desconfio que o autor não quis registrar para a posteridade as palavras tolas e cheias de ira ditas além desse ponto. Além disso, nós já entendemos a mensagem. A disputa grosseira e enciumada prevaleceu, de modo que as dez tribos ficaram irritadas e cheias de amargura contra Judá. A tensão foi grande o tempo todo. Qualquer ação precipitada poderia fazer o problema pegar fogo.
A Grande Divisão (20:1-2)
Então, se achou ali, por acaso, um homem de Belial, cujo nome era Seba, filho de Bicri, homem de Benjamim, o qual tocou a trombeta e disse: Não fazemos parte de Davi, nem temos herança no filho de Jessé; cada um para as suas tendas, ó Israel. Então, todos os homens de Israel se separaram de Davi e seguiram Seba, filho de Bicri; porém os homens de Judá se apegaram ao seu rei, conduzindo-o desde o Jordão até Jerusalém.
Mas algo precipitado realmente acontece. E acontece de ser justamente um homem do povo de Israel, cujo nome é Seba. O autor nos diz que ele é um “homem de Belial” (“homem sem valor”). Seba é um joão-ninguém que não seria levado a sério em circunstâncias normais. Mas no calor do momento, ele perde a paciência (ou vê a oportunidade de assumir a liderança), e fala sem pensar: “Não fazemos parte de Davi, nem temos herança no filho de Jessé; cada um para as suas tendas, ó Israel.” Isso é tudo o que é preciso para os israelitas baterem os calcanhares e irem embora com ele. E assim, uma discussão amarga estraga a alegre procissão, que acaba se tornando um grande cisma. Num momento, os israelitas aclamam Davi como líder; noutro, vão atrás de Seba, um joão-ninguém. Davi nem mesmo chegou a Jerusalém e seu reino já está dividido. É como se ele começasse tudo de novo, só como rei da tribo de Judá.
De Volta a Ativa (20:3-10a)
Vindo, pois, Davi para sua casa, a Jerusalém, tomou o rei as suas dez concubinas, que deixara para cuidar da casa, e as pôs em custódia, e as sustentou, porém não coabitou com elas; e estiveram encerradas até ao dia em que morreram, vivendo como viúvas.
Disse o rei a Amasa: Convoca-me, para dentro de três dias, os homens de Judá e apresenta-te aqui. Partiu Amasa para convocar os homens de Judá; porém demorou-se além do tempo que lhe fora aprazado. Então, disse Davi a Abisai: Mais mal, agora, nos fará Seba, o filho de Bicri, do que Absalão; pelo que toma tu os servos de teu senhor e persegue-o, para que não ache para si cidades fortificadas e nos escape. Então, o perseguiram os homens de Joabe, a guarda real e todos os valentes; estes saíram de Jerusalém para perseguirem Seba, filho de Bicri. Chegando eles, pois, à pedra grande que está junto a Gibeão, Amasa veio perante eles; trazia Joabe vestes militares e sobre elas um cinto, no qual, presa aos seus lombos, estava uma espada dentro da bainha; adiantando-se ele, fez cair a espada. Disse Joabe a Amasa: Vais bem, meu irmão? E, com a mão direita, lhe pegou a barba, para o beijar. Amasa não se importou com a espada que estava na mão de Joabe, de sorte que este o feriu com ela no abdômen e lhe derramou por terra as entranhas; não o feriu segunda vez3, e morreu.
A primeira coisa que Davi faz ao chegar em Jerusalém é cuidar das dez esposas (ou concubinas) deixadas para cuidar da casa. Absalão dormiu com elas em público; não há como Davi voltar as coisas ao que eram. Ele jamais dormirá com elas novamente. Ele designa um lugar para elas ficarem e providencia generosamente (tenho certeza disso) tudo de que precisam, mas não dorme com elas outra vez. Elas foram desonradas por Absalão.
O item seguinte da agenda de Davi é a rebelião em curso, liderada por Seba. Davi sabe que rapidez é essencial. Ele nem se atreve a dar tempo a Seba para reunir seguidores, organizar um exército e encontrar cidades fortificadas onde possa se esconder ou lutar. Quanto mais rápido o exército de Davi puder alcançá-lo e dar um jeito nele, melhor. Por isso, Davi convoca seu novo comandante, Amasa4 e lhe dá instruções para reunir as forças militares de Judá e, em seguida, perseguir e subjugar Seba o quanto antes.
Por alguma razão não explicada, Amasa não consegue reunir as forças armadas de Judá no prazo de três dias estipulado por Davi. Dá para imaginar o quanto Davi deve estar inquieto, sabendo que cada hora de liberdade de Seba aumenta a ameaça a seu reino. Deve ser muito doloroso para ele ter de, finalmente, admitir que Amasa não virá, pelo menos por enquanto, e chamar Abisai, irmão de Joabe e antiga dor de cabeça de Davi (ver 1 Samuel 26:6-11; 2 Samuel 16:9-12; 19:21-22). Davi não pediria a Joabe para fazer o serviço, pois ia parecer reconhecimento de que estava errado quando o demitiu e substituiu por Amasa. Mas quando Abisai sai de Jerusalém, liderando os guerreiros especiais de Davi (os Boinas Verdes ou Seals daquela época) em perseguição a Seba, ele vai acompanhado por Joabe.
Joabe e seus homens partem, junto com a guarda real de Davi, os quereteus e peleteus, e todos os “valentes”. Quando chegam a uma pedra grande e bem conhecida de Gibeão, Amasa sai para encontrá-los. Eu esperava que Abisai estivesse na liderança. É possível que as forças que partiram de Jerusalém à procura de Seba estivesse dividida em pequenos grupos, os quais se espalharam para localizar o traidor rapidamente. Daqui por diante no capítulo, Abisai é mencionado só de passagem, enquanto Joabe se torna eminente. Talvez Joabe tenha saído por conta própria, com seus próprios homens, e oportunamente tenha encontrado Amasa. É possível também que ele acreditasse saber onde Amasa poderia ser encontrado e decidisse lidar com ele primeiro. Será Amasa um trapalhão, que não faz nada direito? Ou é covarde, com medo de tentar? Não temos nenhuma pista, mas sua conduta certamente é um enigma. De uma forma ou de outra, sua atitude abre caminho para o que vai acontecer.
Joabe e Amasa se aproximam um do outro. O cumprimento de Joabe parece caloroso e amigável (“meu irmão”, verso 9), de modo que Amasa não fica de sobreaviso. Joabe está com vestes militares, o que inclui um cinto e uma bainha, portando a espada. De alguma forma (não parece intencional), quando ele se move para frente, a espada cai da bainha. Ele se abaixa e a pega com a mão esquerda. Amasa nem parece notar a espada na mão de Joabe quando eles se aproximam. Aparentemente, naquele exato momento, Joabe avalia a situação e percebe como seria fácil matar Amasa, e é isso o que ele faz, no que aparenta ser um impulso repentino. Joabe pega Amasa pela barba; talvez fosse essa a forma usual de segurar um homem para beijá-lo. Conforme ele agarra Amasa com a mão direita, com a esquerda ele o atravessa, provavelmente torcendo a espada em seu abdome, fazendo suas entranhas pularem para fora.
Pelo jeito, quase de imediato Joabe se vira e vai embora, junto com seu irmão Abisai, para retomar a perseguição a Seba. De acordo com o texto, não tenho certeza se ele tinha outra intenção além de matar Amasa. Não é dito que ele tentou assumir o controle do exército de Davi; só que saiu para continuar a perseguição a Seba.
Joabe Assume o Comando (20:10b-13)
Então, Joabe e Abisai, seu irmão, perseguiram a Seba, filho de Bicri. Mas um, dentre os moços de Joabe, parou junto de Amasa e disse: Quem está do lado de Joabe e é por Davi, siga a Joabe. Amasa se revolvia no seu sangue no meio do caminho; vendo o moço que todo o povo parava, desviou a Amasa do caminho para o campo e lançou sobre ele um manto; porque via que todo aquele que chegava a ele parava. Uma vez afastado do caminho, todos os homens seguiram Joabe, para perseguirem Seba, filho de Bicri.
Não parece ser por iniciativa de Joabe que um dos soldados assuma a tarefa de dizer aos demais o que fazer. Ele é “um dos moços de Joabe”, por isso, deve ser leal a ele, e um de seus partidários. Vendo Amasa estendido no chão, parece-lhe óbvia a necessidade de haver um novo comandante do exército. Afinal de contas, alguém precisar dar as ordens. Abisai, evidentemente, parece o próximo na linha de comando. Ele é o filho mais velho (1 Crônicas 2:16), mas o mais importante é que foi ele quem Davi enviou para perseguir Seba quando Amasa não voltou. Apesar disso, o jovem insta seus colegas a reconhecer Joabe como o novo comandante, acontecendo exatamente isso. Não há menção de nenhum protesto, e Joabe é dito como líder daqui pra frente.
Os soldados estão hesitantes, mas não tem nada a ver com o fato de Joabe estar no comando. Sua hesitação é devido à visão de Amasa, que jaz no meio da estrada revolvendo-se no seu próprio sangue. Todos param e ficam olhando como bobos seu corpo estendido, como fazem os curiosos na rodovia quando há algum acidente pavoroso. O mesmo jovem vê que isso está impedindo os soldados de seguir Joabe na perseguição a Seba e resolver o problema. Ele retira o corpo do meio da estrada e o coloca no campo, onde o cobre com um manto. Agora todos passam e nem olham. A perseguição continua.
À Procura de Seba (20:14-22)
Seba passou por todas as tribos de Israel até Abel-Bete-Maaca; e apenas os beritas se ajuntaram todos e o seguiram. Vieram Joabe e os homens, e o cercaram em Abel-Bete-Maaca, e levantaram contra a cidade um montão da altura do muro; e todo o povo que estava com Joabe trabalhava no muro para o derribar. Então, uma mulher sábia gritou de dentro da cidade: Ouvi, ouvi; dizei a Joabe: Chega-te cá, para que eu fale contigo. Chegando-se ele, perguntou-lhe a mulher: És tu Joabe? Respondeu: Eu sou. Ela lhe disse: Ouve as palavras de tua serva. Disse ele: Ouço. Então, disse ela: Antigamente, se costumava dizer: Peça-se conselho em Abel; e assim davam cabo das questões. Eu sou uma das pacíficas e das fiéis em Israel; e tu procuras destruir uma cidade e uma mãe em Israel; por que, pois, devorarias a herança do SENHOR? Respondeu Joabe e disse: Longe, longe de mim que eu devore e destrua! A coisa não é assim; porém um homem da região montanhosa de Efraim, cujo nome é Seba, filho de Bicri, levantou a mão contra o rei, contra Davi; entregai-me só este, e retirar-me-ei da cidade. Então, disse a mulher a Joabe: Eis que te será lançada a sua cabeça pelo muro. E a mulher, na sua sabedoria, foi ter com todo o povo, e cortaram a cabeça de Seba, filho de Bicri, e a lançaram a Joabe. Então, tocou este a trombeta, e se retiraram da cidade, cada um para sua casa. E Joabe voltou a Jerusalém, a ter com o rei.
Joabe, acompanhado do seu exército, passa um pente fino nas terras de Israel à procura de Seba. O autor nos diz que “Seba passou por todas as tribos de Israel até Abel...” (verso 14). Isso significa que a nação inteira sabe da busca de Davi por ele. Sem dúvida, isso é muito angustiante para quem decidiu seguir os conselhos de Seba e voltar para casa. Será que os israelitas ficaram chateados por Judá ter tomado a iniciativa de levar Davi de volta a Jerusalém? Pois agora devem estar muito mais perturbados por Judá estar tomando a iniciativa de varrer Israel para eliminar Seba, sem o menor escrúpulo de usar as forças armadas para isso.
Joabe e seu exército finalmente localizam Seba em Abel Bete-Maaca. Quando ouvem que ele se refugiou na cidade fortificada, eles a colocam sob estado de sítio. As pessoas do lado de dentro nem sabem porque estão sendo atacadas5, mas observam atemorizadas enquanto Joabe e seus homens começam a desmantelar a cidade. É só uma questão de tempo até Joabe entrar nela. Aí, então, não só a cidade será destruída, mas muitas pessoas provavelmente morrerão no confronto.
Uma mulher sábia avalia a situação e toma uma atitude. Ela vai até os muros, grita e pede para falar com Joabe. Ele se aproxima e ela lhe conta como a cidade já fora muito respeitada como fonte de sabedoria e conselho. Era um local conhecido por acabar com as disputas. Por que, então, Joabe quer destruir um lugar assim? Continuando, ela lhe diz que está entre as pessoas pacíficas da cidade, e entre os fieis de Israel. Eles nada fizeram para merecer o que eles estão fazendo. A cidade é parte da “herança do Senhor”. Joabe quer mesmo ser responsável por sua destruição?
Ele lhe assegura que não deseja destruir o lugar. Depois ele conta a razão do cerco. Eles estão à procura de uma pessoa, Seba, filho de Bicri, culpado de se rebelar contra o rei Davi. Se a mulher conseguir lhes entregar Seba, eles seguirão seu caminho em paz. Ela garante a Joabe que a cabeça de Seba será lançada por sobre os muros. A seguir, ela convence o povo do lugar a executar Seba, e sua cabeça é jogada para Joabe e seu exército. Com isso, ele toca a trombeta, indicando o fim das hostilidades. Depois ele volta para Jerusalém e para Davi.
Relatório Administrativo (20:23-26)
Joabe era comandante de todo o exército de Israel; e Benaia, filho de Joiada, da guarda real; Adorão, dos que estavam sujeitos a trabalhos forçados; Josafá, filho de Ailude, era o cronista. Seva, o escrivão; Zadoque e Abiatar, os sacerdotes; e também Ira, o jairita, era ministro de Davi.
Estou certo de que há muita coisa a ser dita sobre todos esses homens, mas nem vou tentar. Desejo apenas me concentrar em um deles, e é em Joabe. Quanta ironia! Esse sujeito é como mau hálito, a gente simplesmente não consegue se livrar dele. Pense nisso. Ele se juntou a Davi enquanto este fugia de Saul (ver 1 Samuel 22:1-2; 26:6). Ele e Abner deram início a uma espécie de luta homem a homem, a qual resultou em muitas mortes, incluindo a de Asael, irmão mais novo de Joabe (2 Samuel 2). Em retaliação contra Abner, o qual matou Asael em batalha, Joabe o mata à traição. Por causa disso, ele leva uma tremenda bronca de Davi (2 Samuel 3). É bastante improvável que Davi o tivesse escolhido como comandante do exército, mas ele havia oferecido o posto a quem primeiro atacasse a cidade de Jebus, e Joabe aceitara a oferta (1 Crônicas 11:4-6). Foi ele também quem manipulou Davi para trazer Absalão de volta a Israel e lhe conceder a liberdade (2 Samuel 14). Foi ele ainda quem matou Absalão, apesar da ordem em contrário de Davi (2 Samuel 18). Não é à toa que Davi o tenha substituído por Amasa. Mas o mais incrível é que, depois de matar Amasa, Joabe volta a ser o comandante do exército. Em vista do início do capítulo 19 (19:13), nunca iríamos imaginar que o capítulo 20 pudesse terminar assim.
Conclusão
Quanto à história da vida de Davi, sentimos agora uma forte sensação de alívio, pois ele está novamente em Jerusalém, reinando sobre Israel. Foi uma luta longa e árdua enquanto ele esperou que Deus cumprisse a promessa de que ele reinaria em Israel no lugar de Saul. Durante anos ele teve de se esconder do rei, o qual tentava matá-lo como se ele fosse um inimigo. Uma vez no trono, Davi teve muitos anos de sucesso, mas esse mesmo sucesso o levou a ficar descuidado, o que acabou causando a sua queda. O resultado dessa queda foi uma grande dose de sofrimento e adversidade, culminando com a rebelião de seu filho Absalão, e a consequente fuga de Davi de Jerusalém. Agora Absalão está morto, a revolução esmagada e Davi de volta à cidade. Que alívio!
A vida de Davi não é um conto de fadas. Ele não vive “feliz para sempre”. As dificuldades depois do seu colapso moral foram muitas, e extremamente dolorosas. Que todos nós aprendamos com elas. Há quem diga: “Bom, Davi também pecou”. Com isso, quase sempre querem dizer: “Davi pecou, se arrependeu, e então continuou exatamente como antes”. Mas isso não é verdade. Ele pecou sim, e também se arrependeu, mas as coisas não continuaram como antes. Depois da queda, sua vida nunca mais foi a mesma. Que ninguém ouse minimizar as consequências do pecado na vida de Davi. O pecado nunca vale a pena, e a vida de Davi ilustra muito bem esse fato.
Também precisamos reconhecer que todas essas dificuldades, afinal, foram para o bem de Davi, e para o bem do povo de Deus. Suas tribulações devem nos ensinar que o pecado não compensa. Por outro lado, elas também serviram para torná-lo mais humilde e mais dependente de Deus. Observe como esses fatos dolorosos lhe deram a humildade e a graça não tão evidentes no início da sua vida. Ele bondosamente perdoou Simei dos pecados contra ele. Não teria sido isso propiciado, pelo menos em parte, por ele mesmo ter sido perdoado por Deus? Vemos a mesma coisa em sua resposta a Mefibosete. Ele aprendeu a dar, e também a receber, com amigos queridos como Barzilai.
Os acontecimentos destes dois capítulos de 2 Samuel ressaltam a realidade da providência divina. Há vezes nas quais Deus intervém na vida dos homens de forma direta. Na época do êxodo, Ele Se revelou aos egípcios e aos israelitas de forma bem visível e dramática. Há outras vezes nas quais Deus age em conjunto com a fé e a obediência de um (ou mais) de Seus santos. Davi, por exemplo, tinha deixado bem claro que a vitória sobre Golias seria do Senhor, e assim foi. Há outras vezes ainda nas quais a mão de Deus não é tão evidente, pelo menos para quem não olha com os “olhos da fé”. Deus prometeu a Davi que ele seria rei, e que seu reino seria eterno. Por meio do profeta Natã, Deus lhe garantiu que ele não morreria por causa do seu pecado. Houve algumas vezes nas quais parecia que Davi tinha “pouca ou nenhuma” chance de sobrevivência. No entanto, Deus manteve Sua promessa, com frequência empregando as pessoas mais improváveis para isso. Ele usou os gentios (o rei de uma nação com a qual Davi tinha guerreado — ver 17:27), assim como os judeus. Ele usou ações provenientes de fé e generosidade, assim como decorrentes de interesses carnais (como quando Joabe matou Absalão, contra as ordens de Davi, e Amasa, por motivos agora desculpáveis). Por mais “fora de controle” que as coisas pudessem parecer, Deus sempre esteve no controle absoluto de tudo, usando os meios mais imprevistos para alcançar Seus propósitos e Suas promessas.
Pense em todas as reviravoltas do nosso texto. Davi designa Amasa como comandante em lugar de Joabe, obtendo com isso o favor dos homens de Judá. No entanto, Amasa demora para voltar a Jerusalém com as forças armadas de Judá, levando Davi a enviar Abisai, irmão de Joabe, à procura de Seba. Uma espada caída e um Amasa desprevenido se transformam em oportunidade para Joabe eliminar Amasa e tomar seu lugar. Dois homens, Seba e um soldado desconhecido, conclamam os soldados a agir, e eles agem. Uma mulher sábia fala, convencendo Joabe da inutilidade de transformar a rebelião de Seba numa guerra, e Joabe concorda. Este texto abre os nossos olhos para “vermos” a mão invisível de Deus operando na vida do Seu povo.
No texto, há também um exemplo bem claro da providência divina: a preparação oportuna da nação de Israel para a futura divisão. Observe as palavras ditas por Seba:
“Não fazemos parte de Davi, nem temos herança no filho de Jessé; cada um para as suas tendas, ó Israel.” (2 Samuel 20:1b)
Compare as palavras de Seba nesse texto com as palavras de Israel após a morte de Salomão:
“Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, reagiu, dizendo: Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé! Às vossas tendas, ó Israel! Cuida, agora, da tua casa, ó Davi! Então, Israel se foi às suas tendas.” (1 Reis 12:16)
É quase como se as palavras de Seba tivessem se tornado o lema dos rebeldes de Israel. As raízes da divisão entre Judá e as outras tribos são profundas em sua história, mas é evidente que a nação ficou dividida por pouco tempo nos dias de Davi. Essa divisão nunca foi totalmente reparada. Talvez tenha ficado adormecida durante o reinado de Salomão, mas despertou após sua morte. Em todas essas coisas, Deus esteve preparando a nação para a divisão intencionada por Ele. Quando se dividir pela segunda vez, a nação não se reunirá novamente. O reino do norte será dominado pela Assíria, como lição para Judá, lição esta que não será aprendida. Por isso, o reino do sul também será dominado, desta vez pelos babilônios. Nos acontecimentos do nosso texto, Deus está providencialmente preparando a nação para a futura divisão.
Nosso texto nos dá uma visão da condição espiritual de Israel nessa época da sua história. É muito fácil perceber a pecaminosidade de Israel em relação à liderança divinamente designada de Davi. A nação exigiu um rei, e Deus lhes deu um. Quando Deus substitui Saul por Davi, é por meio dele que tem início a dinastia davídica. Davi se recusou a levantar a mão contra o ungido de Deus; mas as tribos de Israel acham muito fácil seguir o conselho de Seba e rejeitar Davi como rei. Eles o renegam, a despeito do fato de Deus tê-lo ungido. Eles acham que o rei é alguém como eles, alguém obrigado a lhes dar o que querem, quando querem. E se ele não der, eles podem rejeitá-lo. A rebelião de Israel contra Davi é também rebelião contra Deus.
Mas não vamos cometer o erro de supor que por Israel ter pecado rebelando-se contra Davi, Judá seja fiel a Deus, por ter permanecido fiel a ele. Quando o povo de Israel está discutindo com o povo de Judá, o argumento dos israelitas é que, por serem dez tribos, eles têm dez vezes mais direito às posses de Davi, dez vezes mais a reivindicar dele. Em outras palavras, Davi tem dez vezes mais obrigações para com eles. Mas quando o povo de Judá fala de sua relação com Davi, sua reivindicação é o parentesco com ele. Nem as dez tribos, nem a tribo de Judá falam de Davi como o rei ungido de Deus. Todos eles seguem Davi por razões egoístas. Portanto, Judá não é melhor por seguir Davi do que os homens de Israel por deixá-lo.
Não é esse o problema da raça humana, em todas as épocas? Quando Deus criou Adão e Eva, Ele os colocou no jardim do Éden. Ele lhes deu liberdade para comer de toda árvore do jardim, com exceção de uma, que Ele proibiu. Aí veio Satanás e convenceu-os de que, se eles conheciam suas necessidades e sabiam como satisfazê-las, mas isso não se enquadrava nos padrões de Deus, eles podiam agir como quisessem, sem dar satisfações a Ele. E assim foi. E, daquele momento em diante, o homem tem se rebelado contra a autoridade de Deus.
Quando o Senhor Jesus Cristo veio à terra, Ele foi o Messias de Deus, o Seu Ungido. Ele foi o Rei de Deus. No início, muitos O seguiram, animados com a possibilidade do Seu reino. Mas quando souberam que o Seu reino não era o que eles esperavam, eles O repudiaram, afirmando ser César o seu rei.
Hoje em dia é a mesma coisa. Há muita discussão e debate sobre a questão da soberania, mas não se pode dizer que Jesus Cristo só queira que creiamos nEle como Salvador, mas não precisamos obedecê-lO como Senhor. Como somos demorados e hesitantes para aceitar isso. Como somos rápidos para rejeitar Seu senhorio sobre a nossa vida. A Bíblia fala claramente, ordenando-nos a fazer certas coisas e a abster-nos de outras. No entanto, quando esses mandamentos entram em conflito com aquilo que queremos, rapidamente, e sem nenhum pudor, rejeitamos o senhorio de Cristo, descartando Seus mandamentos como culturalmente irrelevantes (ou dando qualquer outra desculpa esfarrapada para justificar nossa rebeldia e desobediência). Quando os líderes designados por Deus (maridos, pais, autoridades governamentais, líderes da igreja) nos pedem para fazer algo de que não gostamos, nós nos recusamos a aceitar sua liderança e procuramos outros líderes, os quais nos “guiarão” como realmente sempre quisemos. É impressionante como não gostamos de nos submeter ao senhorio de Deus.
Enfim, só há um “Líder” a quem devemos seguir, e ele é a pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo:
“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.” (Colossenses 1:13-20)
Quem O rejeita, o faz por sua conta e risco, e algum dia irá reconhecê-lO como o Rei de Deus:
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2:5-11)
O Senhor dá aos homens oportunidade de crer em Jesus Cristo como o Salvador de Deus, o portador de pecados de Deus, assim como de se sujeitar a Ele como o Rei de Deus. Quem se submete a Jesus como Salvador e Rei, recebe o perdão dos pecados e um lugar no Seu reino. Quem O rejeita, um dia O reconhecerá como Rei, mas será banido para sempre do Seu reino, sofrendo a pena da condenação eterna por sua rebelião. Aquele a quem Deus designou como nosso Rei Soberano é também aquele a quem Ele enviou como Servo Sofredor, o qual suportou a pena pelos nossos pecados e nos dá a vida eterna. Vamos nos submeter a Ele como Senhor e Salvador, e viver como súditos fiéis, para Sua glória e para o nosso bem eterno.
Tradução: Mariza Regina de Souza
1 No texto hebraico, as (duas) palavras de Davi são exatamente as mesmas faladas por Natã a ele em 2 Samuel 12:13. A graça que Deus demonstrou a Davi, agora Davi demonstra a Simei.
2 Preciso fazer uma confissão neste ponto. Quando estudávamos o capítulo 12, salientei o fato de que Davi não teria tido nenhum conforto em saber que seria sepultado próximo ao túmulo do filho que ele acabara de perder, e que ele devia estar falando de sua esperança em ver o filho no céu. Não quero mudar minha opinião, mas devo ressaltar que Barzilai parece encontrar algum tipo de consolo em ser sepultado perto de seus entes queridos. Se isso é consolo suficiente para explicar a mudança de atitude de Davi no capítulo 12 é uma questão ainda aberta à discussão.
3 Você deve se lembrar que Abisai, irmão de Joabe, pediu a Davi para deixá-lo matar Saul, e que se ele o ferisse uma vez, não haveria necessidade de atacá-lo de novo (1 Samuel 26:8). Esses dois rapazes parecem se orgulhar de fazer o serviço completo na primeira vez.
4 Amasa era filho de Abigail, irmã de Davi (2 Samuel 17:25; 1 Crônicas 2:17). Joabe era filho de Zeruia, a outra irmã de Davi. Então, Joabe e Amasa eram primos.
5 Isso fica evidente pelas palavras da mulher registradas no verso 19.
La Revue Des Pasteurs

The quarterly Net Pastor's Journal is produced by Dr. Roger Pascoe and The Institute for Biblical Preaching.
This is also available in the following languages English, Russian, Romanian, Simplified Chinese, and Traditional Chinese.
Related Topics: Pastors
19. Quebrando e Mantendo Promessas (2 Samuel 21)
Eu e minha esposa, Jeanette, recentemente saímos de férias, o que incluiu uma semana no nordeste dos Estados Unidos. Viajamos por Massachussets, Maine, Nova Escócia, Ilha do Príncipe Eduardo, Nova Brunswick, Vermont, Nova Hampshire e Rhode Island. Amamos a costa, com todas aquelas baías e portos. Ficamos embasbacados com a mudança das folhas de outono para amarelo-ouro e vermelho vivo. Tendo sempre vivido no noroeste do país e no Texas, ficamos muito impressionados com as coisas antigas do nordeste. Vimos igrejas construídas antes da Declaração de Independência, e lápides em túmulos de pessoas que morreram séculos atrás.
A palavra “antigo” tomou um novo significado; o “antigo” era “mais antigo” do que pensávamos. No entanto, na América, mesmo esse tipo de “antiguidade” não é tão “antiga” assim. Seria “antigo” um prédio ou túmulo de 200 anos? Pense, então, no que a palavra significava para os crentes do Velho Testamento. Por exemplo, os israelitas fizeram uma aliança com os gibeonitas quatro séculos antes da época de Davi. Não creio que Saul tenha se esquecido dessa aliança. Com toda probabilidade ele deve ter se convencido de que ela tão “antiga” que já não estava mais em vigor. Como ele estava enganado! Sua atitude em relação aos gibeonitas provocou a fome em Israel tempos depois da sua morte. Sobrou para Davi lidar com o problema criado por ele e endireitar as coisas.
Para os nossos ouvidos ocidentais, essa história soa estranha. Ficamos nos perguntando como e por que é necessário matar sete descendentes de Saul por uma coisa feita anos antes, relacionada a uma aliança de quatrocentos anos de idade. Ficamos intrigados quando a mãe de dois dos executados envida todos os esforços para proteger os corpos dos filhos, e quando pedem a Davi que lhes dê um enterro apropriado, junto com os ossos de Saul e de seu(s) filho(s). Mais estranho ainda é descobrir que Golias, com quem Davi lutou no início de sua carreira, teve uma porção de descendentes, os quais também são todos gigantes.
Todas essas histórias estranhas estão juntas no capítulo 21 de 2 Samuel, e foram registradas e preservadas por inspiração e supervisão divina. Tenhamos em mente que elas são como uma conclusão ou clímax de 1 e 2 Samuel. Até aqui o autor esteve aumentando a tensão, por isso, a mensagem deve ser importante para todos nós. Vamos prestar muita atenção a essas histórias para aprender a mensagem que Deus tem para nós.
Endireitando as Coisas com os Gibeonitas (21:1-9)
Houve, em dias de Davi, uma fome de três anos consecutivos. Davi consultou ao SENHOR, e o SENHOR lhe disse: Há culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua casa, porque ele matou os gibeonitas. Então, chamou o rei os gibeonitas e lhes falou. Os gibeonitas não eram dos filhos de Israel, mas do resto dos amorreus; e os filhos de Israel lhes tinham jurado poupá-los, porém Saul procurou destruí-los no seu zelo pelos filhos de Israel e de Judá. Perguntou Davi aos gibeonitas: Que quereis que eu vos faça? E que resgate vos darei, para que abençoeis a herança do SENHOR? Então, os gibeonitas lhe disseram: Não é por prata nem ouro que temos questão com Saul e com sua casa; nem tampouco pretendemos matar pessoa alguma em Israel. Disse Davi: Que é, pois, que quereis que vos faça? Responderam ao rei: Quanto ao homem que nos destruiu e procurou que fôssemos assolados, sem que pudéssemos subsistir em limite algum de Israel, de seus filhos se nos dêem sete homens, para que os enforquemos ao SENHOR, em Gibeá de Saul, o eleito do SENHOR. Disse o rei: Eu os darei. Porém o rei poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, por causa do juramento ao SENHOR, que entre eles houvera, entre Davi e Jônatas, filho de Saul. Porém tomou o rei os dois filhos de Rispa, filha de Aiá, que tinha tido de Saul, a saber, a Armoni e a Mefibosete, como também os cinco filhos de Merabe, filha de Saul, que tivera de Adriel, filho de Barzilai, meolatita; e os entregou nas mãos dos gibeonitas, os quais os enforcaram no monte, perante o SENHOR; caíram os sete juntamente. Foram mortos nos dias da ceifa, nos primeiros dias, no princípio da ceifa da cevada.
Os gibeonitas são um povo muito interessante. O autor se refere a eles como amorreus (21:2), mas tecnicamente eles são mais conhecidos como os heveus (Josué 9:1, 7; 11:19).1 Eles estavam entre os moradores de Canaã, a quem Deus tinha ordenado a Israel aniquilar (Êxodo 33:2; 34:11; Deuteronômio 7:1-2). Isso teria ocorrido, não fosse uma estranha reviravolta na situação, a qual é descrita no capítulo nove do livro de Josué. Sob a liderança de Josué, os israelitas tinham acabado de cruzar o rio Jordão (Josué 3) e capturado a cidade de Jericó (capítulo 6), e em seguida Ai (capítulos 7 e 8). A cidade seguinte a ser atacada por Israel com toda certeza seria Gibeão, e os gibeonitas sabiam disso.
Gibeão era uma cidade grande, e seus guerreiros estavam entre os melhores (10:2). Era de se esperar que saíssem à luta, mas eles preferiram fazer uma abordagem diferente. Como Raabe, em Jericó, eles acreditavam que Deus dera a terra de Canaã a Israel. Eles sabiam que não teriam nenhuma chance se lutassem contra os israelitas. Por isso, enviaram uma delegação ao acampamento deles fingindo ter feito uma longa jornada, vindo de um lugar distante. Os emissários tinham colocado pano de saco e odres velhos em seus jumentos, estavam vestidos com roupas esfarrapadas e levavam consigo provisões e pão mofado. Tudo isso dava uma espécie de credibilidade à alegação de que vinham de muito longe. Os israelitas fizeram uma aliança de paz com esse povo “distante”. Quando perceberam que tinham sido enganados, os israelitas quiseram matar os gibeonitas, mas a aliança recém firmada os impediu de fazê-lo. Por isso, os israelitas tornaram os gibeonitas seus escravos, usando-os para cortar lenha e tirar água, principalmente para a casa de Deus (Josué 9:16-17)
O tratado dos gibeonitas com Israel salvou-os da morte, mas também os colocou em perigo com seus compatriotas amorreus. Quando cinco reis amorreus ficaram sabendo da deserção de Gibeão e da sua aliança com os israelitas, passaram a vê-los como inimigos. Os cinco reis fizeram uma coligação e partiram para atacar e destruir Gibeão (10:1-5). Quando perceberam que estavam sendo atacados, os gibeonitas mandaram uma mensagem a Josué em Gilgal, pedindo ajuda, e conseguiram (o acordo feito com eles também lhes assegurava a proteção de Israel). Deus garantiu a Josué que lhes daria a vitória: “nenhum deles te poderá resistir” (10:8). Saindo de Gilgal e marchando durante toda a noite, Josué derrotou os reis amorreus, fazendo um grande morticínio em Gibeão. Quando fugiam de Josué, Deus mandou grandes pedras de granizo sobre os amorreus, matando mais com a chuva de granizo do que com a espada (10:11). Mesmo assim, a vitória não foi completa, por isso, Josué orou a Deus pedindo para o sol parar no céu, dando mais tempo aos israelitas para destruir os amorreus. O sol parou sobre Gibeão, de modo que jamais houve um dia de batalha como aquele, nem antes nem depois. Só dá para imaginar o que se passava na cabeça dos gibeonitas enquanto viam a mão de Deus, e partilhavam das Suas bênçãos sobre o Seu povo, Israel.
Quando os israelitas tomaram posse da terra de Canaã, a cidade de Gibeão foi atribuída ao território de Benjamim, e também separada para os levitas (Josué 21:17). Essa cidade era o “altar lugar” onde o tabernáculo foi assentado e mantido até o término do templo de Salomão (Davi levou a arca para Jerusalém, mas o tabernáculo e o altar permaneceram em Gibeão, ver 2 Samuel 6; 1 Crônicas 16:39-40; 21:29). Logo no início do seu reinado, Salomão subiu a Gibeão para adorar e oferecer sacrifícios a Deus. Foi lá que Deus disse que lhe concederia qualquer coisa pedida por ele (1 Crônicas 16:39; 21:29; 2 Crônicas 1:1-13; 1 Reis 3:4-5).
Gibeão era a cidade natal dos antepassados de Saul (1 Crônicas 8:29-30; 9:35-39). Foi lá que doze homens de Isbosete (filho de Saul) se envolveram em uma espécie de competição com doze homens de Davi, a qual se transformou em uma batalha sangrenta (2 Samuel 2:12-17). Ali ficava também a “pedra grande”, onde Joabe encontrou Amasa e o matou (2 Samuel 20:8). Depois, quando Davi envelheceu e Joabe fez a besteira de apoiar Adonias como sucessor do trono (contra Salomão), foi para lá que ele fugiu e se agarrou nas pontas do altar, mas sem êxito (1 Reis 2:28-34).
Quando chegamos ao nosso texto, já se passaram mais ou menos quatrocentos anos desde a aliança feita entre os líderes de Israel e os gibeonitas. Somos tentados a descartar esse pacto como história antiga, mas, de repente, nos deparamos com os gibeonitas surgindo de novo em 2 Samuel. Há três anos consecutivos a nação vem sofrendo com a fome, por isso Davi consulta o Senhor para saber por que Ele a enviou. Deus responde que é por causa do pecado de sangue de Saul e sua casa, um pecado contra os gibeonitas. Devido a uma percepção equivocada de lealdade para com os filhos de Israel e Judá, Saul e sua casa tinham dado início a um programa de extermínio dos gibeonitas. Sistematicamente eles começaram a eliminá-los, talvez envolvendo apenas algumas pessoas (o que incluía a sua família). Se ele planejou o extermínio dos gibeonitas, poderia muito bem ter executado a missão da sua própria casa em Gibeá. Não sabemos até onde ele foi com esse plano perverso, nem o que o impediu de completar sua tarefa.
As ações de Saul violaram a aliança de Israel com os gibeonitas, feita quatrocentos anos antes.2 A aliança foi uma atitude imprudente dos líderes de Israel. Os israelitas nunca deveriam tê-la feito. Mas fizeram; por isso, eram obrigados a cumpri-la. Foi por isso que Josué saiu em auxílio deles logo após ter feito o acordo. E então, alguns séculos mais tarde, Saul age de forma totalmente contrária ao passado. Ele começa a eliminar os gibeonitas, não muito diferente da maneira como Hamã procurou destruir os judeus (ver o livro de Ester). De alguma forma, Deus impede seu esquema sinistro de ter êxito. Até lermos sobre isso em nosso texto, não fazíamos a mínima ideia desse plano sanguinário. Mas agora, anos depois, Deus traz a fome sobre o território de Israel, levando Davi a investigar o assunto para fazer o que é certo.
O autor do texto não faz nenhum esforço para nos dar uma data precisa dos acontecimentos. Não sabemos quando ocorre esse período de fome na vida de Davi. Só sabemos que é após a morte de Saul e seus filhos. Quando chega, a fome se mantém durante três anos consecutivos. Não é uma coisa fortuita, mas algo que faz Davi sentir a mão de Deus. A aliança mosaica dizia que a fome viria das mãos de Deus como forma de julgamento pelo pecado (ver Deuteronômio 28:23-23; 2 Crônicas 6:26-31). Por isso, Davi consulta o Senhor sobre sua causa. A resposta de Deus é bem clara:
“A fome veio por causa de Saul e de sua família sanguinária, por terem matado os gibeonitas” (2 Samuel 21:1b, NVI).
Resolvi citar a resposta do Senhor com a versão King James (em português, a NVI), por acreditar que ela reflita com mais exatidão o texto hebraico: “É por causa de Saul e da [sua] casa sanguinária” (em português, “por terem matado”). Essa afirmação soluciona o que talvez pareça um problema nas outras traduções. Por que Davi executaria os filhos e netos de Saul por um mal cometido pelo próprio Saul? A lei de Moisés proibia punir os filhos pelos pecados dos pais:
“Os pais não serão mortos em lugar dos filhos, nem os filhos, em lugar dos pais; cada qual será morto pelo seu pecado.” (Deuteronômio 24:16, ARA).
As palavras de Deus a Davi parecem salientar o fato de Saul não ter agido sozinho quando tentou aniquilar os gibeonitas. Ele precisava de ajuda, e quem melhor para isso do que a sua própria família? Se o sangue de algum gibeonita foi derramado pelas mãos deles ou não, eles deviam saber, por isso, tornaram-se cúmplices do seu plano hediondo.3
Eu achava que a motivação de Saul para eliminar os gibeonitas fosse interesseira. Afinal, ele vivia no território de Benjamim, e Gibeá de Saul não era muito distante de Gibeão. Talvez aquela terra tivesse sido da sua própria família. Mas o texto nos diz que ele fez isso por patriotismo equivocado. Ele “procurou destruí-los no seu zelo pelos filhos de Israel e de Judá” (verso 2). Como comentou um amigo meu após ouvir esta mensagem: “parece que Saul simplesmente não consegue fazer nada direito”. Ele não quis exterminar totalmente os amalequitas, a quem Deus ordenara matar (1 Samuel 15), e tentou exterminar os gibeonitas, aos quais não podia matar. Pensando em fazer um favor a Israel e Judá, Saul provoca a fome na terra.
Davi sabe que, de alguma forma, precisa fazer expiação pelo pecado de Saul e obter a bênção dos gibeonitas para Deus abençoar novamente Seu povo removendo a fome. Isso é realmente incrível. Os gibeonitas precisam “abençoar” Israel, o povo de Deus, para Deus abençoar novamente Israel. Parece quase a exata reversão da aliança abraâmica:
“Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gênesis 12:3)
Devido ao pecado de Saul e sua casa sanguinária, os gibeonitas tinham sofrido injustamente. Parece que eles clamaram a Deus por justiça, e uma maldição (a fome) caiu sobre Israel. Isso não acontece nos dias de Saul, mas depois (talvez porque Saul não teria tentado descobrir suas causas ou tomado as medidas necessárias para corrigir a situação). Agora, para solucionar o caso, é preciso fazer uma expiação (a execução de sete dos descendentes de Saul). Depois, os gibeonitas precisam abençoar os israelitas para Deus poder abençoar o Seu povo outra vez.
Davi chama os gibeonitas e lhes pergunta o que deve fazer para consertar a situação. A resposta deles é bem diferente da esperada. Talvez naquela época não houvesse advogados (desculpem o sarcasmo) para lhes dizer o quanto poderiam ganhar com a causa. Eles deixam claro que não querem dinheiro. Dinheiro não “expiará” o sangue derramado por Saul. As palavras ditas a seguir abrem caminho para o que eles realmente acham que poderá servir à causa da justiça: “nem tampouco pretendemos matar pessoa alguma em Israel” (verso 4). Não está em seu poder, como povo subjugado, executar os judeus. Davi percebe ser esse o seu desejo, por isso, pergunta-lhes o que querem, prometendo atender seu pedido.
Os gibeonitas dizem a Davi que, já que Saul destruiu alguns deles e pretendia matar a todos, será justo se sete de seus “filhos”4 forem entregues a eles para execução. Eles os enforcarão “ao SENHOR, em Gibeá de Saul, o eleito do SENHOR” (verso 6). O enforcamento era a punição usada para crimes muito graves (ver Gênesis 40:19; Deuteronômio 21:22-23; Josué 8:29; 10:26). Os gibeonitas prometem enforcar os filhos de Saul “ao Senhor”. Parece-me que eles estão vendo esse assunto da maneira correta, cuidando em fazer a vontade de Deus de modo a satisfazê-lO (aplacando Sua ira), e a eles também. Eles farão a execução ao Senhor em Gibeá de Saul, a cidade de Saul.
Acho muito interessante os gibeonitas fazerem questão de se referir a Saul como “o eleito do Senhor”. Sem dúvida, essa era uma forma comum de se referir a ele, com a qual eles estavam familiarizados. Creio que isso é dito intencionalmente. Saul presumia que por ser “o eleito do Senhor” podia fazer qualquer coisa? Ele achava que isso o colocava num patamar especial, de forma que Deus ignoraria seus pecados? Não mesmo! O “eleito do Senhor” estava prestes a ter seus filhos executados bem na frente da sua própria cidade. Deus não desculpa ou ignora os pecados daqueles a quem escolheu. Ele não condenou os cananeus por seus pecados para depois tolerar esses mesmos pecados entre o Seu povo escolhido, Israel. Deus não tolerou os pecados de Davi e não iria tolerar os de Saul, seu “eleito”.
Algumas vezes os cristãos ficam um pouco confusos sobre esse ponto. Quando algum grupo árabe explode um prédio, matando pessoas inocentes, somos rápidos para condenar esse ato “terrorista” e clamar por justiça. Mas quando um grupo israelense faz a mesma coisa, nós achamos que foi em defesa própria ou uma retaliação justificada. Ser do povo escolhido de Deus não nos dá licença para pecar. Deus ouve o clamor dos oprimidos e julga o pecado, mesmo quando ele é cometido por um dos Seus “eleitos”.
“Se do teu próximo tomares em penhor a sua veste, lha restituirás antes do pôr-do-sol; porque é com ela que se cobre, é a veste do seu corpo; em que se deitaria? Será, pois, que, quando clamar a mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso.” (Êxodo 22:26-27)
“Porque ele acode ao necessitado que clama e também ao aflito e ao desvalido.” (Salmo 72:12)
“Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos.” (Tiago 5:4)
O julgamento de Deus pode não vir imediatamente, mas virá.
E assim, sete dos “filhos” de Saul são escolhidos. Mefibosete, o filho de Jônatas, é poupado devido à aliança de Davi com seu pai. Os dois filhos de Rispa5, concubina de Saul, são executados, junto com os cinco filhos de Merabe6, filha de Saul. Os gibeonitas pegam os sete homens e “os enforcam no monte, perante o SENHOR” (verso 9). A execução ocorre no início da sega da cevada.
Antes de passarmos para a conclusão da questão entre Israel e os gibeonitas, descrita nos versos 10 a 14, deixem-me fazer uma pausa para fazer algumas observações e aplicações com base naquilo que já vimos.
Nesta passagem somos relembrados da importância das alianças. Ao longo da história do Velho Testamento, e também do Novo, Deus sempre tratou com os homens por meio de alianças. Quando poupou Noé e sua família, Deus fez um pacto com eles e deu o arco-íris como sinal do pacto (Gênesis 9:1-17). Tempos depois, Deus fez uma aliança com Abraão, com um sinal correspondente, a circuncisão (Gênesis 12:1-3; 17:1-22). Então Deus fez aliança com Israel por intermédio de Moisés, e o sinal foi o sábado (Êxodo 19-20; 31:12-17; Deuteronômio 5). Deus fez aliança com Davi para edificar-lhe uma casa eterna (2 Samuel 7:12-17). Posteriormente, é claro, houve a Nova Aliança instituída por nosso Senhor Jesus Cristo por meio do Seu sangue derramado na cruz (Jeremias 31:31-34; Lucas 22:20; 1 Coríntios 11:25; 2 Coríntios 3:6; Hebreus 9:11-22). Deus não se relaciona com os homens de um jeito qualquer; Ele sempre trata conosco com base em uma aliança.
O problema de Davi com os gibeonitas, no fundo, é uma questão de manter a palavra. Israel tinha feito aliança com eles. Mesmo depois de quatrocentos anos, ela devia ser honrada. Saul quebrou-a quando tentou deixar a terra livre deles. Não interessa o quanto suas intenções pudessem ser boas, a aliança tinha de ser cumprida. Sua violação teve graves consequências. Custou a Saul e seus filhos suas vidas. Provocou a fome em Israel. Envolveu também outras alianças. Muitas das coisas descritas em nosso texto parecem cumprimento das advertências de Deus pela violação da aliança mosaica de Deuteronômio 28-30. Além disso, a aliança de Davi com Jônatas tinha de ser honrada, por isso Mefibosete não foi entregue aos gibeonitas.
Deus se relaciona com os homens em termos de alianças. O tempo não as enfraquece. Elas devem ser cumpridas. Mesmo quando os homens não as levam a sério, Deus leva. Ele espera que guardemos as nossas alianças:
“O que, a seus olhos, tem por desprezível ao réprobo, mas honra aos que temem ao SENHOR; o que jura com dano próprio e não se retrata”. (Salmo 15:4)
Mesmo quando uma aliança é feita de forma imprudente, como a dos israelitas com os gibeonitas, Deus espera que a guardemos. Quantas vezes já assistimos a cerimônias de casamento onde um homem e uma mulher fazem votos matrimoniais e, poucos anos depois, um dos cônjuges (ou ambos) decide que o casamento não é como ele (ou ela) esperava. Eles acham que a pessoa com quem se casaram não é realmente quem pensavam que fosse. Por isso, sentem-se livres para quebrar seus votos e passar para outro relacionamento. Se Deus esperava que os israelitas mantivessem sua aliança com os gibeonitas, mesmo tendo sido enganados por eles, e mesmo após quatrocentos anos, como você pensa que Ele se sente sobre a violação dos votos matrimoniais? Não há dúvida quanto a isso:
“Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão. E perguntais: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança. Não fez o SENHOR um, mesmo que havendo nele um pouco de espírito? E por que somente um? Ele buscava a descendência que prometera. Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis.” (Malaquias 2:13-16)
Graças a Deus por Ele guardar Suas alianças. Ao longo da história de Israel, Seu povo escolhido endureceu a cerviz e desobedeceu Aquele que os salvou da escravidão do Egito. Como teria sido fácil para Deus lavar as mãos e deixar esse povo rebelde. Mas Ele manteve Sua aliança. Ele o fez trazendo adversidade sobre o Seu povo quando ele pecou (tal como a fome que sobreveio a Israel na época de Davi); mas também providenciando um Salvador, o qual guardou perfeitamente a aliança mosaica e cumpriu a aliança com Abraão e com Davi. Ele instituiu a Nova Aliança, pela qual o homem pecaminoso é salvo pela fé em Jesus Cristo e no Seu sangue, o qual foi derramado para fazer expiação pelo pecado dos homens.
Fico impressionado com tantos prenúncios do evangelho nesta história. Não só o texto nos lembra de que Deus se relaciona com os homens por meio de Suas alianças, mas acima de tudo ele nos fala da Nova Aliança. Os pecados de Saul precisavam ser expiados ou as bênçãos de Deus não poderiam ser desfrutadas. O pecado de Saul causou adversidade, na forma de uma fome. Dinheiro não podia expiar esse pecado, só derramamento de sangue. Foi o derramamento de sangue que propiciou a expiação e apaziguou a Deus e os gibeonitas.
Há quem pense no evangelho do Novo Testamento como sangrento demais (lembre-se: “testamento” é uma palavra antiga para aliança). O que mais poderia remover os nossos pecados? Seriam os nossos esforços para fazer boas obras? Será que o nosso dinheiro pode nos salvar? Só o derramamento de sangue expia o pecado:
“Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão.” (Hebreus 9:22)
Só o sangue de uma Pessoa pode nos salvar dos nossos pecados — o sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, derramado na cruz do Calvário:
“no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Efésios 1:7)
“Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.” (Efésios 2:13)
“porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.” (Colossenses 1:19-20)
“Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!” (Hebreus 9:11-14)
“Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação, sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram,” (1 Pedro 1:17-18)
Há uma passagem no livro de Apocalipse que sempre me deixa atônito:
“E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios.” (Apocalipse 14:20)
Esse texto descreve o derramamento da ira de Deus sobre aqueles que rejeitaram Jesus Cristo e se rebelaram contra Ele. Como a ira de Deus poderia ser descrita em termos mais sangrentos? Tanto sangue foi derramado que chegou até o freio dos cavalos — em mais de 300 km. Isso é inacreditável! Seria exagero poético ou deve ser entendido literalmente? Não tenho certeza, mas eu diria que isso indica o quanto os homens são pecaminosos e o quanto é grande a pena pelo pecado. Quanto sangue de culpa teria de ser derramado para expiar os pecados do mundo inteiro? Nunca seria o suficiente. Só o derramamento do sangue de nosso Senhor, Seu precioso sangue, é suficiente. Você já reivindicou esse Seu sangue derramado como base para o seu perdão?
A história de Saul, Davi e os gibeonitas nos ensina ainda mais. Ela nos lembra não só de que o pecado precisa ser expiado pelo derramamento de sangue, mas também de que, um dia, ele terá de ser pago. Não estou certo da razão pela qual Deus esperou até depois da morte de Saul e seus filhos para causar a fome em Israel, mas fico impressionado por esse pecado não ter sido esquecido. No tempo de Deus, Ele cuidou desse pecado, como Ele cuidará de todo pecado. Algumas pessoas parecem pensar que, se Deus não lidar imediatamente com o pecado, Ele nunca o fará; elas não conseguem compreender que a demora de Deus é uma manifestação da Sua graça, não uma garantia para os homens pecarem sem medo do julgamento (ver 2 Pedro 3:1-3).
Os gibeonitas parecem prenunciar a graça salvadora de Deus concedida aos gentios como parte do Seu plano eterno de salvação. Os gibeonitas eram pecadores, merecedores da ira de Deus. Foi a imprudência de Israel (para não dizer pecado) que os levou a fazer aliança com eles. Esses gentios condenados foram salvos por uma falha de Israel. E, a maravilha das maravilhas, será por meio deles que Israel gozará novamente das bênçãos de Deus. Não é isso um prenúncio da forma como Deus levará a salvação aos gentios, e depois, por intermédio deles, abençoará os judeus? Peço que leiam os capítulos 9 a 11 de Romanos para ver como Paulo descreve essa maravilha.
Quando perceberam ter sido enganados pelos gibeonitas, os israelitas ficaram com muita raiva. Eles não podiam matá-los, pois a aliança acabara de ser feita, mas podiam “amaldiçoá-los”, tornando-os seus escravos, fazendo com que fossem cortadores de lenha e tiradores de água. Seria essa “maldição” uma maldição de fato? Não mesmo. Era uma grande bênção. Os gibeonitas foram privilegiados em ter parte na adoração do povo de Deus, cortando lenha para o altar e tirando água para o tabernáculo. Não é de admirar que eles, quatrocentos anos mais tarde, tenham uma percepção espiritual tão grande da vontade de Deus, de certo e errado, de expiação e justiça. Lembro-me de um salmo que diz:
“Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade.” (Salmo 84:10)
Quão gracioso foi Deus ao abençoar esses gentios, e por meio deles abençoar novamente Israel.
Rispa — Davi Corrige Mais Uma Coisa (21:10-14)
Então, Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do céu; e não deixou que as aves do céu se aproximassem deles de dia, nem os animais do campo, de noite. Foi dito a Davi o que fizera Rispa, filha de Aiá e concubina de Saul. Então, foi Davi e tomou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho, dos moradores de Jabes-Gileade, os quais os furtaram da praça de Bete-Seã, onde os filisteus os tinham pendurado, no dia em que feriram Saul em Gilboa. Dali, transportou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho; e ajuntaram também os ossos dos enforcados. Enterraram os ossos de Saul e de Jônatas, seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de Quis, seu pai. Fizeram tudo o que o rei ordenara. Depois disto, Deus se tornou favorável para com a terra.
Concordam comigo que essa história é muito estranha, mais até que o enforcamento dos “filhos” de Saul? Qual o motivo para o autor de Samuel registrar este incidente? Aonde ele queria chegar? Observe comigo, em primeiro lugar a história é tanto continuação quanto conclusão dos versos 1 a 9. É a execução dos filhos de Saul que faz Rispa agir, e depois Davi. A fome só termina depois do funeral de Saul e seus filhos (verso 14). Precisamos, então, tentar entendê-la dentro do contexto daquilo que já lemos e do capítulo como um todo.
Eis aqui Rispa, concubina de Saul, cujos filhos foram executados pelos gibeonitas. Aparentemente, seus corpos não foram removidos, como parece que deveriam ter sido (ver Deuteronômio 21:22-23). Quando eu estava lendo o Velho Testamento, deparei-me com um verso muito interessante:
“O teu cadáver servirá de pasto a todas as aves dos céus e aos animais da terra; e ninguém haverá que os espante.” (Deuteronômio 28:26)
Esse texto sugere que Rispa, de forma alguma, estava agindo normalmente. Qual mãe gostaria de ver os pássaros devorando a carcaça de seu(s) filho(s)? Uma vez que os corpos dos filhos de Saul ainda não tinham sido sepultados, essa mãe resolveu vigiá-los, ficando ali para poder espantar pássaros e animais selvagens. Davi soube disso, e por causa da atitude de Rispa, resolveu fazer alguma coisa. Os corpos eram de sete dos filhos de Saul, aos quais ainda não tinha sido dado um funeral apropriado. Davi lembrou-se de que Saul e seus três filhos7 também não tinham recebido um enterro adequado.
Vocês devem se lembrar de que Davi não teve nada a ver com o enterro precipitado de Saul e seus filhos, conforme descrito em 1 Samuel 31. Davi estava em Ziclague quando soube da morte de Saul. O corpo dele e os dos filhos foram levados pelos filisteus e pendurados no muro de Bete-Seã. Homens corajosos de Jabes-Gileade marcharam a noite inteira para roubá-los, queimá-los e enterrar seus ossos debaixo de um arvoredo em Jabes (31:11-13). Tudo foi feito na ausência de Davi. Saul e seus filhos ainda não tinham recebido um funeral adequado, embora seus corpos tenham sido resgatados da exposição vergonhosa feita pelos filisteus.
Aparentemente, pelo menos, é possível ver como Davi deve ter raciocinado. Os ossos dos sete filhos de Saul não tinham sido sepultados, isso levou Rispa a agir como agiu. O problema não seria “enterrado” até eles terem um funeral apropriado. Ao pensar nisso, talvez Davi tenha se lembrado de que Saul e seus três filhos também não tinham recebido um funeral digno. Para “enterrar o assunto” de vez, ele providencia para que os ossos de Saul e seus filhos sejam levados para o túmulo do pai de Saul, junto com os ossos dos sete homens executados. Uma vez sepultados, o caso estará encerrado, de uma vez por todas.
Tem mais alguma se passando também, eu acho. Há uma clara ligação entre a execução dos sete filhos de Saul pelos gibeonitas, as ações de Rispa e as medidas tomadas por Davi. Creio que o elo de ligação não seja só o fato de tudo estar relacionado a Saul e à falta de um sepultamento adequado. O que esses sete homens têm em comum com Saul e seus três filhos? Todos são filhos de Saul. E todos foram “pendurados”. Creio que posso inferir disso que Davi percebe a conexão entre Saul e os três filhos, os quais foram mortos e depois pendurados, e os outros sete filhos, os quais foram enforcados em público devido a tentativa de extermínio dos gibeonitas. Não seriam aquelas mortes e estes enforcamentos expiação pelo mesmo pecado? Quando Davi sepulta todos os “filhos” no túmulo do pai de Saul, ele não só lhes dá um enterro decente, mas também parece ligá-los ao mesmo pecado e ao mesmo julgamento. Esta é a única maneira de eu poder entender a razão pela qual o autor do texto dá tanta ênfase às ações de Rispa e à atitude de Davi. Pelo menos, podemos dizer que o assunto agora parece ter sido encerrado.
Mais um fato deve ser observado. As palavras finais do verso 14 são muito importantes: “Depois disto, Deus se tornou favorável para com a terra”. Talvez esperássemos ler algo como: “E então Deus retirou a fome que atormentava a terra há três anos”. Em vez disso, lemos que Deus, depois de expiado o pecado, ouve novamente as orações do povo suplicando-Lhe para cessar o julgamento imposto sobre a terra. Em outras palavras, o povo devia estar orando para Deus retirar a fome há três anos, mas Deus não atendia suas petições por causa do pecado de Saul e de sua casa sanguinária. Uma vez expiado o pecado, Deus ouve novamente as preces do povo. Deus é soberano, mas com frequência Ele age em resposta aos meios designados por Ele. Neste caso, o meio é a oração do Seu povo. Repare no que Salomão dirá alguns anos mais tarde:
“Quando os céus se cerrarem, e não houver chuva, por ter o povo pecado contra ti, e ele orar neste lugar, e confessar o teu nome, e se converter dos seus pecados, havendo-o tu afligido, ouve tu nos céus, perdoa o pecado de teus servos e do teu povo de Israel, ensinando-lhes o bom caminho em que andem, e dá chuva na tua terra que deste em herança ao teu povo. Quando houver fome na terra ou peste, quando houver crestamento ou ferrugem, gafanhotos e larvas, quando o seu inimigo o cercar em qualquer das suas cidades ou houver alguma praga ou doença, toda oração e súplica, que qualquer homem ou todo o teu povo de Israel fizer, conhecendo cada um a sua própria chaga e a sua dor, e estendendo as mãos para o rumo desta casa, ouve tu dos céus, lugar da tua habitação, perdoa e dá a cada um segundo todos os seus caminhos, já que lhe conheces o coração, porque tu, só tu, és conhecedor do coração dos filhos dos homens; para que te temam, para andarem nos teus caminhos, todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais.” (2 Crônicas 6:26-31)
Deus responde a oração. Neste caso, o autor do texto de 2 Samuel ressalta o fato de que Ele retira a fome porque atende as orações do Seu povo. E Ele atende porque o pecado que as impedia foi expiado. Precisamos entender bem esse ponto que o autor procura ressaltar: O pecado atrapalha as nossas orações, mas quando ele é tratado, Deus atende a nossa súplica. Não subestimemos a importância da oração.
Mais Guerras com os Filisteus e Mais Golias (21:15-22)
De novo, fizeram os filisteus guerra contra Israel. Desceu Davi com os seus homens, e pelejaram contra os filisteus, ficando Davi mui fatigado. Isbi-Benobe descendia dos gigantes; o peso do bronze de sua lança era de trezentos siclos, e estava cingido de uma armadura nova; este intentou matar a Davi. Porém Abisai, filho de Zeruia, socorreu-o, feriu o filisteu e o matou; então, os homens de Davi lhe juraram, dizendo: Nunca mais sairás conosco à peleja, para que não apagues a lâmpada de Israel. Depois disto, houve ainda, em Gobe, outra peleja contra os filisteus; então, Sibecai, o husatita, feriu a Safe, que era descendente dos gigantes. Houve ainda, em Gobe, outra peleja contra os filisteus; e Elanã, filho de Jaaré-Oregim, o belemita, feriu a Golias, o geteu, cuja lança tinha a haste como eixo de tecelão. Houve ainda outra peleja; esta foi em Gate, onde estava um homem de grande estatura, que tinha em cada mão e em cada pé seis dedos, vinte e quatro ao todo; também este descendia dos gigantes. Quando ele injuriava a Israel, Jônatas, filho de Simeia, irmão de Davi, o feriu. Estes quatro nasceram dos gigantes em Gate; e caíram pela mão de Davi e pela mão de seus homens.8
Parece que as coisas ficam ainda mais estranhas quando chegamos ao final do capítulo 21. Primeiro o pecado de um homem morto e sua casa sanguinária resultam na execução de sete de seus filhos. Quando esses homens são executados, seus corpos ficam expostos, de modo que a mãe de dois deles fica por perto para não deixar pássaros e animais selvagens se alimentarem deles. Davi, então, desenterra os ossos de Saul e seus filhos e os sepulta no túmulo do pai de Saul, junto com os corpos dos sete executados. Agora, para finalizar o assunto, lemos sobre as batalhas com os filisteus, onde o ponto alto é a aparição de uma porção de descendentes de Golias, tão terríveis e mortais quanto ele.
Mais uma vez não temos o período exato onde encaixar esses acontecimentos. Sabemos apenas que os filisteus estão atacando Israel e Davi lidera seus homens contra eles. No decorrer da batalha, Davi acaba ficando muito cansado, e Isbi-Benobe, um dos soldados filisteus, percebe suas condições e decide tirar o máximo proveito da situação. Ele é descendente dos gigantes, com armas muito parecidas com as de seu predecessor, Golias. Entre elas há uma lança nova, a qual ele espera estrear tirando o sangue do rei de Israel.
Quem mais está lá para socorrer Davi, senão Abisai, irmão de Joabe e do falecido Asael, todos filhos de Zeruia, irmã de Davi (2 Samuel 2:18)? Esse é o mesmo camarada que acompanhou Davi ao acampamento de Saul, oferecendo-se para matá-lo de um só golpe (1 Samuel 26:6-8). Ele também deu uma mãozinha a Joabe no assassinato de Abner (2 Samuel 3:30). Em algumas ocasiões, ele comandou uma das divisões do exército de Davi (2 Samuel 10:10; 18:2). Por duas vezes ele quis acabar com Simei pelas ofensas ditas contra Davi quando este fugia de Absalão (2 Samuel 16:9-12; 19:21-22). Ele também foi o cabeça de trinta valentes que enfrentou trezentos homens só com sua espada e matou a todos eles. Ele foi um herói de renome em Israel (2 Samuel 23:18). Muito embora Davi possa ter tido algumas decepções com ele — e talvez nem goste dele — certamente Davi fica em débito com Abisai.
O incidente deixa o exército de Davi perturbado, da mesma forma que talvez o deixe incomodado. Eles quase perdem seu rei na batalha. Quando Davi saía à guerra, ele ia à frente dos homens. Portanto, era o alvo principal, sobretudo dos campeões do exército inimigo (ver 1 Reis 22:29-33). Uma coisa é perder um soldado na guerra; outra, completamente diferente, é perder o rei. Desta vez Davi é salvo por Abisai, mas e na próxima? A época áurea de Davi já passou; ele não é mais o homem de guerra de antigamente. Seus homens não querem perdê-lo como rei, por isso, insistem para ele não sair mais à guerra com eles.
O parágrafo seguinte, versos 18 a 22, vem na sequência dos versos 15 a 17. Na batalha anterior com os filisteus, Davi foi atacado por um dos descendentes de Golias e quase foi morto. Os soldados decidiram que ele não iria mais acompanhá-los na guerra. Mas como poderiam vencer sem seu matador de gigantes? Davi era essencial para a vitória de Israel contra os filisteus? Os versos 18 a 22 nos dão a resposta. Nas batalhas subsequentes9, surgem outros descendentes de Golias, os quais também são mortos. Um deles é Safe, que é ferido por Sibecai, o husatita (verso 18). Depois, na batalha de Gobe, Elanã, filho de Jaaré-Oregim, o belemita, mata Golias, o geteu10 (verso 19).
O último descendente de Golias á guardado para o final, e não é de admirar. Esse camarada não só intimida os adversários por seu tamanho, mas também por suas extremidades. Dá para imaginar se ele fosse da linha ofensiva do Denver Broncos (time de futebol americano dos Estados Unidos), e você da linha defensiva do outro time? Os dois se abaixam, preparando-se para o chute da bola. Você olha para o chão e repara nas mãos dele. Aí começa a contar os dedos... um... dois... três... quatro... cinco............. seis? E então olha para a outra mão, e depois para os pés. Mas que visão sinistra! No entanto, Jônatas, filho de Simeia, irmão de Davi, também põe o gigante abaixo. Ele não cai de quatro; cai de vinte e quatro... Se pelas mãos de Davi ou por um de seus homens, todos eles caem diante do exército de Israel.
Conclusão
Por que estas histórias estão aqui, principalmente quando parecem estar fora da ordem cronológica, perto do fim do livro?11 Permitam-me fazer algumas observações, para depois tirar algumas aplicações.
Primeiro, o texto me faz lembrar das palavras do Senhor, registradas em Mateus:
“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo. Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta. Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão. Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo.” (Mateus 5:21-26)
Devo confessar que a relação desta passagem com o nosso texto não me ocorreu até o comentário de um irmão chamar minha a atenção, e com razão, creio eu. Certamente seria muito bom meditarmos nas lições do Senhor sobre ódio e assassinato, mas não é disso que vou falar. Gostaria de salientar a relação que nosso Senhor faz entre a ofensa a um irmão e a nossa adoração. Nosso Senhor nos ensina a primeiro por em ordem as nossas injustiças para depois começar a nossa adoração. O texto de 2 Samuel nos ensina algo muito parecido. Até o erro de Saul e sua casa contra os gibeonitas ser corrigido, Deus não derrama Suas bênçãos sobre a terra (por isso há fome). Quando a injustiça é reparada, as bênçãos de Deus voltam, e Ele ouve novamente as súplicas do povo para eliminar a fome.
Segundo, devo lembrar que o autor deste livro é altamente qualificado, especialista naquilo que se propõe a fazer. Se fico confuso com o que estou lendo, não é por falha do autor, mas porque ainda não consegui compreender o que ele se propôs a fazer — e fez. Neste trecho, ele não segue uma linha de tempo cronológica, mas trabalha cuidadosamente um tema, e é minha tarefa estudar o capítulo e descobrir qual é esse tema.
Terceiro, vejo uma certa ênfase no texto sobre a nova geração. Saul já saiu de cena, assim como seus filhos. São esses filhos que poderiam desafiar Salomão, filho de Davi, pelo trono. Mas Deus, na Sua providência, retirou-os da história. Davi se aposenta da carreira militar e não vai demorar a se retirar do trono, dando lugar a seu filho, Salomão. Rispa demonstra uma preocupação especial com os corpos dos filhos, protegendo-os dos pássaros e animais selvagens. E Golias, mesmo morto, é sucedido por seus descendentes, os quais continuam a andar nos passos (extragrandes) do pai. Parece que estamos passando de uma geração para outra.
Quarto, há uma sensação muito clara de fechamento neste capítulo. Se pensarem nisso, o capítulo descreve o fim da carreira militar de Davi. Ainda não é o final do seu reinado sobre Israel, mas é o fim de sua carreira militar. Ele não sairá mais para lutar junto com seus homens (verso 17). Sua carreira começou, como devem se lembrar, com o confronto com Golias e a vitória sobre os filisteus (1 Samuel 17). O início foi a derrota de Golias e do exército filisteu. O fim de sua carreira é um confronto final com um dos descendentes de Golias e a derrota dos filisteus.
Vocês já viram como um atleta profissional se “aposenta”? Eles só não querem é se aposentar depois de uma temporada ruim. Eles querem parar enquanto ainda estão por cima. Eu entendo isso. É melhor sair com um grito de triunfo do que com um gemido de derrota. Creio que podemos concordar que Davi saiu tão bem como qualquer outra pessoa. É bem verdade que ele precisou de uma certa ajuda para acabar com Isbi-Benobe, mas o sujeito foi morto e os filisteus foram derrotados.
O sucesso na forma como estou pensando deve ser visto em maior escala. Quando os israelitas exigiram um rei, era para poderem ter alguém lutando suas batalhas e liderando-os na guerra, principalmente contra os filisteus (1 Samuel 8:19-20; 9:16). O que farão agora, se Davi não é mais capaz de estar à sua frente?
A resposta é linda, mas deixem-me retroceder um pouco no tempo. Quando a primeira geração de israelitas teve a chance de conquistar Canaã, eles não conseguiram por terem ficado com medo dos gigantes que disseram haver na terra (Números 13:25-33). Quando estavam sendo ameaçados pelos filisteus, Golias era o campeão que aterrorizada o exército de Israel. Davi se apresentou e matou Golias, e os filisteus foram derrotados. Mas agora Davi não pode mais lidar com os “Golias” levantados pelos filisteus contra ele. Isso significa que Israel está em apuros? Não mesmo! A liderança de Saul não conseguiu produzir ninguém para enfrentar Golias, incluindo o próprio Saul. Mas a liderança de Davi gerou muitos valentes homens de guerra. Davi não pode mais lutar? Sem problemas. Os rapazes fazem fila para enfrentar todos os Golias levantados pelo exército filisteu contra eles. E assim os descendentes de Golias são mortos e o exército filisteu é derrotado. Que maneira de encerrar a carreira militar de Davi! O povo não precisa mais de um rei para lutar por eles; eles mesmos estão dispostos a lutar, mesmo contra os descendentes de Golias. Isso é o que eu chamo de aposentadoria em grande estilo.
Há também uma sensação de conclusão de coisas inacabadas, coisas não resolvidas pela administração de Saul, mas agora corrigidas por Davi. O pecado de Saul e sua casa sanguinária contra os gibeonitas é expiado, e a terra pode novamente desfrutar das bênçãos de Deus. Não só os sete “filhos” de Saul recebem um funeral adequado, mas também Saul e seus filhos, os quais tinham sido sepultados às pressas em Jabes-Gileade. E o exército de Israel atinge um ponto em que não precisa mais de Davi para lutar suas batalhas por eles, ou mesmo com eles. Há muitos valentes capazes de fazer o que Davi não pode mais fazer.
Para mim, essa é uma lição muito importante sobre liderança. Com frequência as pessoas querem líderes para trabalhar por elas. A grandeza e a contribuição de um líder são julgadas pelo tamanho do buraco deixado por ele ao sair. Em termos bíblicos, isso deveria ser uma ofensa para o líder temente a Deus. A tarefa dos líderes não é fazer tudo, mas facilitar o ministério, treinar, equipar e incentivar outras pessoas a substituí-los e até mesmo a serem melhores que eles. Se liderança cristã deve ser assim, então Davi foi um grande líder. Sob o comando de Saul, ninguém estava disposto a enfrentar Golias. No ministério de Davi, muitos se dispuseram a isso e foram capazes disso. Agora Davi está livre para se afastar (primeiro como comandante das forças militares e depois como rei), pois ele fez um trabalho muito bem feito — e ajudou a criar um nível subalterno de liderança que está pronto para assumir o seu lugar. A maioria dos ditadores temem o fato de haver outros como eles, e tentam eliminá-los porque os vêem como concorrentes. Esse não é o caso com Davi. E não deveria ser assim com nenhum de nós.
Tradução: Mariza Regina de Souza
1 O termo “cananeus” é usado tanto em sentido mais estrito como de forma mais ampla quando se refere de modo geral aos habitantes de Canaã. Aqui parece acontecer a mesma coisa com o termo “amorreus”. O autor de Samuel parece usar o termo no sentido geral.
2 Em 1 Samuel 15:7, vemos que Saul se lembra de que os queneus ajudaram Israel na época do Êxodo, e por isso ele os poupa quando ataca os amalequitas. Será que ele simplesmente se esquece da aliança entre Israel e os gibeonitas? É difícil de acreditar.
3 Existe, é claro, uma questão dolorosa a respeito da relação de Jônatas com tudo isso. Ele não parece ter sido alguém que compactuaria com esse pecado, nem que manteria silêncio sobre isso se soubesse. Simplesmente não sabemos.
4 Aqui “filhos” é usado em sentido mais amplo, como em outros lugares, para incluir os cinco filhos de Merabe, os quais, na verdade, são netos de Saul.
5 Rispa é a concubina com quem Abner dormiu após a morte de Saul. Quando Isbosete o confrontou sobre isso, Abner transferiu sua lealdade para Davi (ver 2 Samuel 3:7 e ss).
6 Há algumas ironias muito estranhas aqui. Merabe era a filha mais velha de Saul, e Mical, a mais nova (1 Samuel 14:49). Saul ofereceu a primeira a Davi e depois retirou a oferta (1 Samuel 18:17-19). Mical, então, foi dada a Davi como esposa (1 Samuel 18:27) e depois tomada e dada a outro homem (1 Samuel 25:44); posteriormente ela voltou para Davi por insistência deste (2 Samuel 3:13-16). Ela nunca lhe deu filhos (2 Samuel 6:23), por isso, não foi envolvida na agonia de perdê-los.
7 O autor menciona somente Saul e Jônatas, mas em 1 Samuel 31 está escrito que ele e seus três filhos foram mortos. Presumo, então, que não é só Saul e Jônatas que têm um funeral apropriado, mas todos os três filhos.
8 Veja a passagem paralela em 1 Crônicas 20:4-8.
9 Observe o “depois disto” no verso 18.
10 O nome “Golias” não apresenta muitos problemas para nós. Acabamos de ler sobre dois Mefibosetes nos início do capítulo (versos 7 e 8). Esse Golias talvez tenha recebido o nome de seu pai, mas a passagem paralela de 1 Crônicas 20:5 o chama de “Lami, irmão de Golias”.
11 Por “este livro” estou me referindo ao único livro de Samuel do Velho Testamento hebraico, o qual está dividido em 1 e 2 Samuel na nossa Bíblia.
Related Topics: Bibliology (The Written Word)
Jurnalul Electronic Al Păstorilor

The quarterly Net Pastor's Journal is produced by Dr. Roger Pascoe and The Institute for Biblical Preaching.
This is also available in the following languages English, French, Russian, Simplified Chinese, and Traditional Chinese.
Related Topics: Pastors
La Revue Internet Des Pasteurs, Fre Ed 8, Edition du l’été 2013
Edition du printemps 2013
Sous la direction du
Dr Roger Pascoe,
Président de l’Institut pour la Prédication Biblique
Cambridge, Ontario, Canada

Renforcer les capacités de l’Eglise dans la prédication biblique et le leadership
1ère Partie : La Preparation Du Predicateur
“Le prédicateur et l’œuvre de Dieu”(suite)
Par: Dr. Roger Pascoe,
Président de l’Institut pour la prédication biblique,
Cambridge, Ontario, Canada
Dans le numéro précédent de cette Revue (voir l’édition du printemps 2013) nous avons commencé à aborder la question de la préparation spirituelle et personnelle du prédicateur, et c’est ce sujet que nous allons poursuivre dans le présent numéro. Nous avions souligné que, pour l’apôtre Paul, l’ordre de préparation commence premièrement la préparation du prédicateur, puis ensuite celle du message. En d’autres termes, avant que vous puissiez prêcher la Parole avec puissance, avec précision et avec crédibilité, vous devez être spirituellement et personnellement préparé et qualifié pour le faire. L’apôtre Paul appelle «homme de Dieu» une personne qui est qualifiée pour prêcher la Parole de Dieu.
Un homme de Dieu c’est quelqu’un qui est reconnu par Dieu comme étant «éprouvé et vrai» - testé et approuvé par Dieu. Même si cela peut sembler un standard difficile à atteindre, les Saintes Écritures nous donnent quatre grandes choses auxquelles nous devons donner la priorité si nous voulons être qualifiés pour le privilège incomparable de la prédication de la Parole:
- Protéger votre vie morale
- Diriger votre vie de famille
- Nourrir votre vie intérieure ou votre spiritualité
- Discipliner votre vie du ministère
Dans le numéro précédent, nous avions commencé à examiner la question de la protection de votre vie morale, en étudiant deux textes: 2 Tim 2:22; 1 Tim 6:3-12. Dans ces textes, nous constatons que pour protéger sa vie morale l’homme de Dieu doit :
- ... fuir les pièges du péché - ils peuvent détruire votre ministère
- ... rechercher les vertus pieuses - ils renforceront votre ministère
- ... livrer des batailles spirituelles - ils vont attaquer votre ministère
La dernière fois nous avons vu que l’homme de Dieu doit «fuir les pièges du péchés». Cette fois, nous allons examiner la deuxième et la troisième caractéristique de l’homme de Dieu.
L’HOMME DE DIEU DOIT RECHERCHER LES VERTUS PIEUSES - elles renforceront votre ministère. Tout en fuyant les pièges du péché ... nous devons rechercher les vertus divines. Le temps utilisé (impératif) implique un effort continu, continuer de «rechercher» ou de «poursuivre» ces vertus divines. Tout comme nous ne pouvons jamais dire que nous avons fini de fuir les pièges du péché, de même nous ne pourrons jamais dire que nous avons terminé de rechercher les vertus divines. C’est une occupation pour toute la vie - fuir l’un et poursuivre de l’autre.
Notre texte énonce ces vertus divines en trois parties. Tout d’abord, l’homme de Dieu doit rechercher la droiture et la piété (1 Tim 6:11).1 La droiture et la piété sont les deux faces d’une même pièce, car la droiture décrit notre relation à Dieu et à la piété décrit le reflet de Dieu en nous.
La droiture dont il est question ici n’est pas la droiture de Christ qui nous est imputée au moment de notre conversion et que nous n’avons pas besoin de poursuivre. La droiture dont il s’agit ici c’est la droiture pratique que nous devons manifester en vivant selon la Parole de Dieu. C’est ce qu’un homme de Dieu fait - vivre en droiture devant Dieu et devant ses semblables. L’homme de Dieu doit poursuivre la «droiture»:
1) en cherchant la «parole de la justice (droiture)» (Héb 5 :13). Cela concerne la maturité dans la Parole de Dieu. Nous devons être habiles dans la «parole de la justice» en l’étudiant et la maitrisant de sorte que nous soyons en mesure de l’expliquer avec précision et de l’appliquer dans la pratique. Sans cette maturité dans la parole de justice, nous restons de simples «bébés» spirituels.
2) en cherchant la «pratique de la justice (droiture)». Cela concerne la conformité à la volonté de Dieu. «quiconque pratique la justice est né de lui.» (1 Jean 2:29). La pratique de la justice est la marque de tous ceux qui sont «nés de Dieu». Leur comportement est droit, honnête, juste, équitable. En tant qu’enfants de Dieu, ils reflètent sa nature. C’est une obligation pour celui qui est né de Dieu (1 Pierre1:14-16).
3) en cherchant «l’activité de la justice (droiture)». Cela concerne l’activité dans l’œuvre de Dieu, « les œuvres justes des saints» (Ap 19 :8). Cela signifie être «zélés pour les bonnes œuvres» pour lesquelles nous avons été créés en Jésus-Christ (Eph 2:10)
Stephen Olford a écrit: «Tout ce que nous disons et faisons doit être caractérisé par la rectitude morale (droiture) et l’intégrité dans le ministère qui découle d’une bonne relation avec Dieu. Notre prédication doit être une activité intègre, tout comme notre vie»2
AW Tozer écrit: «J’ai entendu toutes sortes de prédicateurs. J’ai entendu ceux qui sont ennuyeux, ceux qui sont assommants ; j’ai aussi entendu ceux qui sont éloquents. Mais ceux qui m’ont aidé le plus sont ceux qui étaient émerveillés dans la présence du Dieu dont ils parlent. Ils peuvent avoir un sens de l’humour, ils peuvent être avoir un air jovial, mais quand ils parlent de Dieu leur voix prend totalement un autre ton. Là c’est différent, c’est quelque chose de merveilleux. Je crois que nous devons avoir à nouveau le concept biblique de Dieu, ce concept qui rend Dieu majestueux et pousse les hommes à se mettre face contre terre et crier: «Saint, Saint, Saint est le Seigneur Dieu Tout-Puissant». Cela fera plus de bien à l’église ... que toute autre chose.»3
4) en cherchant le «chemin de la justice» (2 Pierre 2:21). Cela concerne l’obéissance à la vie de Dieu. Ceux qui connaissent «le chemin de la vérité» (2:2) recherchent la «voie de la justice». Nous devons rechercher la «voie de la justice» en marchant dans l’obéissance totale à Dieu en paroles, en actions et en pensées.
Ainsi, l’homme de Dieu doit poursuivre la droiture (notre relation à Dieu) et il doit poursuivre sa vertu jumelle, la piété (notre reflet de Dieu). La piété a à voir avec notre spiritualité, la manifestation de Dieu dans nos vies, notre «ressemblance à Dieu», ou, comme D.A. Carson l’a dit, notre connectivité à Dieu. C’est ce que nous appelons communément la spiritualité.
Comme 1 Tim 3:16 le dit le «mystère de la piété» a été pleinement révélé en Jésus-Christ. Il est notre modèle, notre exemple de piété. Ainsi, l’homme de Dieu doit poursuivre et manifester la piété en nourrissant sa vie spirituelle.
Pour que nos vies soient un reflet de Dieu et que d’autres puissent voir Dieu en nous, nous devons en d’autres termes être comme Dieu. Dieu dit: «Soyez saints car je suis saint» (1 Pierre 1:16), de sorte que les autres puissent dire: «je sais que cet homme qui passe toujours chez nous est un saint homme de Dieu» (2 Rois 4:9). C’est cela que signifie pour un homme de Dieu de poursuivre la piété.
Ainsi donc, le premier volet dans cette liste de vertus divines que l’homme de Dieu doit poursuivre c’est la droiture et la piété. Le deuxième volet des vertus divines exhorte l’homme de Dieu à poursuivre la foi et l’amour (1 Tim 6.11). La foi et l’amour sont des vertus internes. L’homme de Dieu doit développer et de démontrer la foi dans sa vie. Cela concerne notre confiance en Dieu. «La foi» est synonyme ici de «confiance absolue en Dieu pour tout, loyauté complète à Dieu, confiance inébranlable en Son pouvoir, Ses desseins et Sa provision »4
Nous vivons par la foi (cf. Rom 1:17), prions par la foi (cf. Matt 21:22), combattons par la foi (cf. Eph 6:16), triomphons par la foi (cf.1 Jean 5 :4), et mourrons par la foi (cf.Heb 11-13). En effet, «Sans la foi, il est impossible d’être agréable à Dieu» (Héb.11:6). «La foi vient de ce qu’on entend et ce qu’on entend vient de la parole de Dieu» (Rom 10:17) «le fruit de l’Esprit, c’est la bienveillance (la fidélité)» (Gal 5.22)
Outre le développement et la démonstration de la foi, l’homme de Dieu doit développer et démontrer l’amour. Cela signifie être bienveillant envers les autres (cf.2 Thess 1:3; Tit 2:2). L’amour dans le sens biblique n’est pas une sensation sentimentale, mais il agit toujours dans l’intérêt des autres (Phil 2:4). C’est l’amour dont il est question dans le plus grand commandement - Tu aimeras le Seigneur, ton Dieu, de tout ton cœur, de toute ton âme et de toute ta pensée, et ton prochain comme toi-même (Matt. 22:37-39). «Le fruit de l’Esprit, c’est l’amour» (Gal. 5.22) «l’amour de Dieu est déversé dans notre cœur par le Saint-Esprit qui nous a été donné» (Rm 5:5). «Tu aimeras le Seigneur, ton Dieu, de tout ton cœur, de toute ton âme, de toute ta pensée et de toute ta force, et ton prochain comme toi-même» (cf. Mc. 12:30-31). «Aimez les frères et sœurs» (1 Pierre. 2,17). «Aimez vos ennemis» (Matthieu 5:44) ; les maris doivent aimer leur femme comme leur propre corps» (Eph. 5:28)
Ainsi, l’homme de Dieu doit rechercher la droiture et la piété, la foi et l’amour, et, troisièmement, l’homme de Dieu doit rechercher la patience et la douceur (1 Tim 6:11). Tout comme la foi et l’amour sont des vertus internes, ces deux traits spirituels sont des vertus externes. La patience est l’exercice d’une forte discipline soumise a la seigneurie du Christ. C’est l’endurance pour l’amour de Christ en toutes circonstances. C’est l’endurance d’un soldat, d’un fermier, ou d’un athlète (2 Tim. 2:3-6). Avoir de la douceur c’est ressembler à Christ. Il a dit: «laissez-vous instruire par moi, car je suis doux et humble de cœur» (Mt 11:29). C’est une attitude d’humilité, c’est considérer les autres comme supérieurs à vous-mêmes (Phil. 2:3), c’est traiter les gens comme Christ les traiterait, avec la douceur et la bonté de Christ (2 Cor. 10.1).
Ainsi donc, l’homme de Dieu doit fuir les pièges du péché - ils peuvent détruire votre ministère. Deuxièmement, l’homme de Dieu doit poursuivre les vertus divines - ils renforcent votre ministère. Troisièmement, L’HOMME DE DIEU DOIT LIVRER DES BATAILLES SPIRITUELLES - Ils attaqueront votre ministère. “Combats le bon combat de la foi, saisis la vie éternelle» (1 Tim. 6:12-14).
Le ministère est un combat spirituel dans lequel nous confrontons constamment le monde, la chair, le diable et les mauvaises passions, les faux enseignements, les fausses valeurs. Ce n’est pas un combat contre la chair et le sang mais contre les esprits méchants dans les lieux célestes (Eph 6:12). Non seulement nous luttons contre les erreurs dans la croyance et le comportement, mais nous nous battons aussi pour la vérité, la foi donnée aux saints une fois pour toutes. Ce n’est pas «combattre» dans le sens de s’engager dans des controverses, mais c’est dans le sens de :
1) défendre notre confession chrétienne (12a). «Combats le bon combat de la foi» renvoie au contenu de la vérité (Jude 3) que nous devons défendre et proclamer. Donc, ne soyez pas fluctuant pas dans ce que vous croyez. Ne compromettez pas la vérité. Combattez pour «la foi» - l’énoncé de la vérité à laquelle nous croyons et que nous chérissons. C’est cela notre vocation en tant que chrétiens.
De même que Jésus n’a jamais fluctué dans la confession de vérité (il s’est accroché à sa confession même lorsqu’il était contre-interrogé par Pilate et sous la menace de la crucifixion), ainsi nous devons nous battre pour ce que nous savons et croyons. «Saisis la vie éternelle à laquelle tu as été appelé» - c’est-à-dire accompli le ministère avec l’éternité en vue. Prêchez la vérité que vous avez hardiment professée lorsque vous avez été sauvé. Faites de cette vérité de l’Evangile une réalité concrète dans votre vie et votre ministère. Gardez-la jusqu’à la fin, jusqu’à ce que vous obteniez le prix, sans changer de direction.
2) Garder la Commission Chrétienne (13-14). «garde le commandement reçu en vivant sans tache et sans reproche jusqu’à l’apparition de notre Seigneur Jésus-Christ». Ou encore, comme William Hendriksen l’a dit, l’homme de Dieu doit «garder sa commission sans tache et ni souillure jusqu’au jour même de sa mort ou la fin des temps si elle se produit avant ce moment ... autrement dit jusqu’à l’apparition de notre Seigneur Jésus-Christ.»5 Notre ministère doit être marqué par la pureté et la persévérance. Nous ne devons causer aucun opprobre au nom du Christ dans notre conduite et nous ne devons pas dévier de notre occupation dans le ministère. Ne modifiez pas votre direction, maintenez-la jusqu’à ce que vous franchissiez la ligne d’arrivée, jusqu’à ce que vous remportiez les batailles spirituelles de votre ministère.
2ème Partie : Le Leadership : Etre Un Modele Selon Le Cœur De Dieu
«Votre Sanctification Personnelle» (suite)
Par: Dr. Roger Pascoe,
Président de l’Institut pour la prédication biblique,
Cambridge, Ontario, Canada
Dans cette section, nous poursuivons notre étude sur ce que cela signifie d’être un modèle de piété en tant que leader chrétien. Cela concerne votre pureté personnelle. Dans les deux dernières éditions de la Revue Internet des Pasteurs, nous avons examiné la pureté personnelle dans notre conduite - dans notre comportement sexuel et notre éthique. Dans le présent numéro, nous examinons un autre aspect de la pureté dans notre conduite - LA PURETE DANS NOTRE CONDUITE SOCIALE. Cela concerne nos relations interpersonnelles.
En tant qu’homme de Dieu, vos relations interpersonnelles doivent refléter l’honnêteté et la franchise, l’ouverture et la transparence, et l’authenticité et l’humilité:
1) L’honnêteté et la franchise. Il s’agit d’un comportement éthique qui se manifeste dans nos relations sociales avec les autres. Les autres doivent nous reconnaitre comme des hommes de Dieu dont le «oui» est «oui» et dont le «non» est «non» (2 Cor. 1:17-20). Les autres ne devraient pas avoir à deviner ce que nous voulons dire vraiment. Les gens ne devraient jamais avoir à se demander si nous disons la vérité. Nos propos ne doivent pas être recouvert d’un vernis, ni notre communication enveloppée de mystère. Que nos paroles soient honnêtes et franches.
2) L’ouverture et la transparence. Imitons l’exemple de l’apôtre Paul, qui a dit aux Corinthiens: «Nous vous avons parlé ouvertement, nous vous avons largement ouvert notre cœur ... Maintenant en retour ... vous soyez aussi ouvert ... Faites-nous une place dans votre cœur! Nous n’avons fait de tort à personne, nous n’avons ruiné personne, nous n’avons exploité personne « (2 Cor. 6:11-13; 7:2).
Les hommes de Dieu ne doivent pas être sournois ou isolés. Les gens avec qui nous traitons devraient nous trouver accessibles et connaissables, parce que nous sommes ouverts et transparents. Je ne parle pas de révéler des informations confidentielles ou des choses qu’il ne serait pas sage de révéler. Mais je parle de nos relations sociales de tous les jours dans lesquelles d’autres personnes devraient être capables de communiquer facilement avec nous parce que nous sommes chaleureux et conviviaux ; parce que nous sommes des hommes de Dieu qui ont vécu les mêmes déceptions, porté les mêmes fardeaux, et confronté les mêmes tentations que les autres.
Les autres doivent être en mesure de voir que nous sommes faillibles et vulnérables, mais fidèle et honnête envers Dieu. En d’autres termes, nous construisons la confiance dans nos relations sociales avec d’autres personnes précisément parce que nous pouvons nous identifier avec eux dans les circonstances de leur vie et, par conséquent, nous pouvons sympathiser avec eux. De cette façon, nous établissons des relations avec des personnes de sorte à leur donner confiance en nous, et que nous puissions les aider à porter leurs fardeaux.
L’apôtre Paul a précisé aux Corinthiens que ses relations sociales, et interpersonnelles étaient l’exact opposé de ces faux enseignants qui ne font que «falsifier la parole de Dieu» (2 Cor. 2.17) et qui sont caractérisés par la ruse et la tromperie. Ce n’est pas ce que nous sommes, dit-il. Au contraire, sa conduite a été marquée par la sincérité devant Dieu (2 Cor. 2:17). «Nous rejetons les actions honteuses qui se font en secret, nous ne nous conduisons pas avec ruse et nous ne falsifions pas la parole de Dieu. Au contraire, en faisant connaître clairement la vérité, nous nous recommandons à toute conscience d’homme devant Dieu» (2 Cor 4:2). C’est ca la norme pour nous tous dans le ministère.
3) L’authenticité et l’humilité. L’authenticité a à voir avec qui vous êtes vraiment - ne cherchez pas à ressembler à une personne en public tout en étant une autre en privé. L’hypocrisie ne pas avoir de place dans un homme de Dieu. Nous devons être des hommes dont la vie et les relations sont exactement ce qu’ils apparaissent à l’extérieur pour les autres. Voilà ce que c’est que d’être authentique dans nos relations - pas de faire semblant d’être des saints hommes de Dieu, alors qu’en réalité, nous cachons un secret, une double vie. Rappelez-vous que Jésus détestait l’hypocrisie.
L’humilité va de paire avec authenticité. Une personne humble c’est quelqu’un qui ne cherche pas à attirer l’attention sur lui-même. Ne pensez pas que parce que vous êtes un responsable dans l’église que vous êtes «quelqu’un» et que vous devez toujours être le centre de l’attention. En fait, vous êtes le serviteur de tous (Mc 9:35).
L’orgueil est le contraire de l’humilité. L’apôtre Paul met en garde ceux qui manquent d’humilité: «Si quelqu’un enseigne une autre doctrine et ne s’attache pas aux saines paroles de notre Seigneur Jésus-Christ et à l’enseignement qui est conforme à la piété, il est aveuglé par l’orgueil, il ne sait rien, il a la maladie des controverses et des querelles de mots. C’est de là que naissent les jalousies, les disputes, les calomnies, les mauvais soupçons» (1 Tim. 6:3-4). L’apôtre Jacques a dit: «Dieu résiste aux orgueilleux, mais il fait grâce aux humbles» (Jacques 4:5; 1 Pet. 5:5). Et Paul dit encore: «Ne faites rien par esprit de rivalité ou par désir d’une gloire sans valeur, mais avec humilité considérez les autres comme supérieurs à vous-mêmes. Que chacun de vous, au lieu de regarder à ses propres intérêts, regarde aussi à ceux des autres» (Phil. 2:3-4).
Conclusion: Les hommes de Dieu doivent être connus pour la pureté dans leur conduite - sexuelle, éthique et sociale. Il est si facile de trébucher dans ces domaines et de gâcher votre témoignage ou, au pire, de ruiner votre ministère. Satan est si actif, en essayant de faire tomber les hommes pieux dans le péché par leur conduite et, par conséquent, déshonorer le nom de Christ. Satan n’aime pas ce que nous faisons et son objectif principal est d’attaquer notre ministère et si possible de le détruire. En le faisant, non seulement il provoque des ravages dans nos vies, mais aussi dans la vie de l’église, sans compter le ridicule et l’opprobre que peut subir le nom du Christ.
Ainsi, efforçons-nous de protéger nos vies morales, en étant des modèles de piété pour ceux que nous dirigeons et en tenant ferme à cause du Christ, afin que nous puissions terminer notre course avec joie, après avoir combattu le bon combat de la foi.
La prochaine fois, nous allons continuer le sujet sur comment être un modèle de piété à travers la pureté dans nos pensées, dans nos motivations, et dans nos paroles.
3ème Partie : Meditation
«Le ministère des vases de terre (section 1): la nature du ministère» (2 Cor. 4:7-16)
Par: Dr Roger Pascoe,
Président de l’Institut pour la prédication biblique,
Cambridge, Ontario, Canada
Si ce Dieu dont parle Paul est si puissant qu’il peut commander à la lumière de briller du sein des ténèbres, et s’il peut faire briller la lumière dans nos cœurs pour nous révéler sa gloire, pourquoi est-ce que les instruments humains dont il se sert dans le ministère sont si défaillants et impuissant? Pourquoi y a t-il un tel contraste entre la puissance et la gloire de Dieu d’une part et la faiblesse et la fragilité du serviteur de Dieu d’autre part? C’est cela le paradoxe du ministère. Dieu utilise des messagers faibles pour proclamer un message puissant afin qu’il n’y ait aucun doute quant à la nature et la source divines du message.
Nous verrons que l’apôtre Paul utilise une série de paradoxes pour décrire le ministère. Cet article va examiner le premier paradoxe: le faible messager comparé au puissant message.
LA PUISSANCE POUR LE MINISTERE. L’apôtre Paul la décrit comme un trésor glorieux contenu dans un vase de terre. «Mais nous avons ce trésor dans des vases de terre ...» (4:7a). «Ce trésor» c’est ce que l’apôtre Paul a désigné plus haut comme étant l’Évangile de la gloire de Christ (4:3-4); la lumière de la connaissance de la gloire de Dieu visible sur la face de Jésus-Christ (4:6). Le message que nous prêchons est le «trésor». Les «vases d’argile» sont les serviteurs, les agents humains en qui le trésor est incarné (incarné et manifesté), et par qui elle est proclamée. C’est le paradoxe du ministère - le contraste entre la gloire du message et l’incroyable faiblesse du serviteur que Dieu utilise pour proclamer ce message.
L’image ici est celle d’un pot fragile, cassable, un pot d’argile sans valeur qui contient un trésor. Cette image dépeint des mortels fragiles et faibles qui contiennent un trésor divin, qui est l’Évangile de Jésus-Christ.
Le contraste entre le «trésor» et le «vase de terre» est intentionnel - «afin que l’excellence de la puissance soit de Dieu et non de nous» (7b). Dieu a conçu le ministère de cette façon paradoxale, en utilisant des messagers humains pour proclamer son message divin afin mieux démontrer la source, la puissance, le caractère extraordinaire, et l’effet surnaturel de l’Evangile par les moyens mêmes qu’il choisit pour l’annoncer et l’afficher, à savoir, des instruments humains faibles et fragiles. Puisque l’Evangile transforme si radicalement la vie, il ne peut pas s’agir que d’un message purement humain, son auteur ne peut être que Dieu. Le puissant message de Dieu n’est pas limité par la faiblesse extrême de l’homme - au contraire, il est renforcé par celle-ci. Tel est le cas pour tous les serviteurs de l’Évangile: nous sommes faibles juste pour que la puissance de Dieu puisse se manifester à travers nous. C’est ainsi que c’était avec Gédéon et ses 300 hommes, qui a mis en fuite les Madianites en se contentant de rompre leurs vases de terre de sorte que la lumière puisse briller (Juges 7:15; Héb. 11:34). Et il en est ainsi avec nous - dans notre faiblesse avouée et évidente, Dieu manifeste sa puissance et sa gloire.
Cela nous donne une bonne perspective sur le ministère. Nous pouvons être reconnaissants pour notre faiblesse corporelle et nos limitations mentales, parce que c’est ce que Dieu utilise pour apporter la gloire à lui-même. Le messager est faible, dépendant, et temporel, mais le message est puissant, souverain et éternel. Nous sommes des créatures formées à partir de la poussière de la terre, et que Dieu dans sa grâce a choisi pour porter son nom, son évangile.
C’est cela la puissance paradoxale du ministère. Ensuite nous avons, LES PRESSIONS DU MINISTERE (4:8-9). Paul prend des exemples dans sa propre vie pour montrer la façon dont il a vécu le paradoxe de sa propre faiblesse humaine contrastée avec la puissance surabondante de Dieu. Malgré les circonstances les plus écrasantes dans sa vie, Dieu l’a toujours délivré. Ce qui humainement parlant semblait impossible n’était pas du tout un problème pour Dieu. Il a connu ...
La pression: «pressés de toute part ... mais pas écrasés». Satan veut nous accabler au travers des pressions quotidiennes, mais il ne peut pas nous écraser.
La perplexité: «perplexes ... mais non dans le désespoir». des situations se produisent dans le ministère que nous ne pouvons pas comprendre. Nous ne savons pas quoi faire, mais nous ne désespérons pas.
La persécution: «persécutés ... mais non abandonnés» (voir 2 Tim. 4:16-17; 2 Tim. 3:12; Jean. 16:33 Heb.13:5; Matt. 28:20).
Les agressions physiques: «frappés ... mais pas détruits». Paul a été agressé par lapidation à Lystres (Actes 14:19 f) et laissé pour mort, mais il n’a pas été détruit car Dieu l’a ressuscité nouveau.
Ce sont la quelques-unes des expériences paradoxales de la faiblesse du messager par lequel le puissant message de Dieu est proclamé.
Ainsi, nous avons vu les paradoxes rencontrés dans les pressions du ministère. Maintenant, voyons LE BUT DU MINISTERE (4:10-12). Ces versets sont la somme des versets 8-9. La réalité pour les serviteurs authentiques, c’est que, paradoxalement, ils meurent afin de vivre. La faiblesse de l’instrument humain se manifeste en «portant toujours avec nous dans notre corps la mort du Seigneur Jésus» (10a). Mais, la puissance de Dieu se manifeste dans notre faiblesse précisément dans le but que «la vie de Jésus soit aussi manifestée dans notre corps» (10b). En tant que serviteurs de Christ, nous sommes unis au Christ afin que sa mort soit la nôtre et que sa vie devienne la nôtre. «Pour nous qui vivons sommes toujours livrés à la mort à cause de Jésus, afin que la vie de Jésus soit aussi manifestée dans notre chair mortelle» (11). Toute souffrance vécue par le serviteur du Christ l’est uniquement à cause de «l’amour de Jésus.» Nous ne désirons pas de telles expériences, et nous ne les infligeons pas à nous-mêmes. Mais plutôt, de même qu’il a souffert, nous aussi nous souffrons. De même que le monde le haïssait, il nous hait aussi. Alors que nous nous identifions à Christ, nous vivrons ce qu’il a vécu. Nous sommes «livrés à la mort pour Jésus», vivants comme mort au monde, mais vivants pour Dieu, car vivre c’est pour Christ et mourir est un gain.
En mourant avec le Christ, sa vie est «manifestée dans notre chair mortelle.» Nous portons les marques de la mort de Christ en nous-mêmes et nous manifestons aussi sa résurrection, sa vie glorifiée. «Ainsi donc, la mort travaille en nous, mais la vie en vous» (12). En d’autres termes, à travers les expériences de mort de Paul (persécuté, écrasé, terrassé etc.) il a apporté l’Évangile aux Corinthiens, ce qui a produit la vie en eux. Pour leur permettre de vivre dans le Christ, il devait mourir spirituellement et métaphoriquement parlant. En fin de compte, cela vaut la peine de supporter chaque épreuve. Il ya un but dans le fait d’être «livrés à la mort à cause de Jésus» - à savoir que d’autres pourront ainsi vivre en lui. Ce fut le cas pour Jésus lui-même. Il est mort afin que nous puissions vivre. Et ce cycle se reproduit maintenant en nous et continuera jusqu’à ce qu’il revienne.
Ceci est un principe biblique: la vie naît de la mort. «Si le grain de blé ne tombe en terre et ne meurt, il reste seul. Mais s’il meurt, il porte beaucoup de fruit « (Jean 12:24). Ainsi, des hommes et des femmes donnent leur vie (spirituellement et, dans certains cas, physiquement) dans le ministère chrétien afin que d’autres puissent vivre.
Enfin, abordons LA PERSPECTIVE DU MINISTERE (4:13-15). Malgré les pressions du ministère, nous servons dans la perspective de la foi, la foi nous pousse à parler de Christ. Paul dit: Ce que le psalmiste dit dans le Psaume 116 à propos de son esprit de foi est vrai pour moi: «J’ai cru, c’est pourquoi j’ai parlé» (13). Ce que nous disons exprime ce que nous croyons (cf. Rom. 10:9). Inversement, la croyance doit être exprimée en paroles.
Malgré les pressions du ministère, nous servons les autres dans la perspective de l’avenir. La résurrection du Christ constitue les prémices (le précurseur) et la garantie de notre résurrection. Tout comme Dieu «a ressuscité le Seigneur Jésus» d’entre les morts (cf. Eph. 1:19-20), ainsi il «nous ressuscitera aussi avec Jésus, et nous présentera avec vous.» Un jour, ceux qui sont les fruits de notre ministère seront «présentés» avec nous devant Dieu (cf. Col. 1:22, 28).
La perspective de notre propre résurrection à venir, ainsi que celle de ceux que nous avons servis constitue notre encouragement pour le ministère ; cela en dépit de ce que nous vivons comme expérience, y compris la souffrance et la mort (cf. vv. 8-11). «Toutes choses» (15) - toutes les expériences dans le ministère - sont «pour pour vous» (ceux que nous servons). Ce que nous souffrons pour le Christ s’étend à ce que nous souffrons pour son peuple, afin que, paradoxalement, à travers nos expériences de souffrance et de difficultés, la grâce de Dieu se propage à un grand nombre et fasse «abonder des actions de grâces à la gloire de Dieu.» C’est cela la bonne perspective de ministère.
«Par conséquent, nous ne perdons pas courage» (4:16a). Remarquez comment cette phrase encadre ce passage au verset 1 et encore ici au verset 16. Tout ce qui est dit entre les deux (vv. 2-15) est une explication de la raison pour laquelle «nous ne perdons pas courage» dans le ministère. Et tout ce passage renvoie au ministère décrit dans 3:7-18 et dans 4:16 à 5:11, qui voit la mort physique comme la fin ultime des souffrances présentes dans le ministère.
Ainsi, la logique est la suivante:
- Une image du glorieux ministère de la nouvelle alliance (3:7-18).
- Ce ministère nous amène à ne pas perdre courage en dépit des circonstances (4:1-16a).
- Même si nous mourons physiquement au cours de notre ministère, nous ne perdons pas courage à cause de la perspective d’une future résurrection (4:16-5 :11).
C’est facile de perdre courage dans le ministère, mais voici la bonne perspective: vivons comme des gens qui sont prêts à mourir pour l’Évangile. Ne laissons pas les circonstances, les perplexités, ou l’abattement nous détourner du ministère. C’est le prix à payer pour être un véritable serviteur de l’évangile par amour pour Jésus et par amour pour son peuple.
4ème Partie : Plans De Predication
Par: Dr Roger Pascoe,
Président de l’Institut pour la prédication biblique,
Cambridge, Ontario, Canada
Jean 4:1-22, Le Dialogue De Jésus Avec La Samaritaine, Section 1
Pour la version audio anglaise de ces messages, cliquez sur ces liens: Link 1 - Jean 4:1-3; Link 2 - Jean 4:4-11; Link 3 - Jean 4:12-14; Link 4 - Jean 4:14-18
Titre: L’approche d’évangélisation du maître
Sujet: Surmonter les barrières spirituelles et sociales de l’évangélisation
Point n° 1: Surmonter les obstacles sociaux (7-9)
1. En rejetant les préjugés culturels
2. En s’engageant dans une conversation personnelle
Point n° 2: Passer à la vérité spirituelle (10-15)
1. En passant du physique au spirituel (10-12)
2. En passant de ce qui est temporel à ce qui est éternel (13-15)
Point n° 3: Toucher la conscience coupable (16-18)
1. En sollicitant une admission volontaire (16-17a)
2. En proclamant la révélation divine (17b-18)
1 Adapté de Stephen Olford, La prédication par exposition ointe (Nashville: Broadman & Holman, 1998), p.43-44
2 Olford, ibid., p.44
3 AW Tozer, cité par Austin L. Sorenson, dans Aides pour le pupitre Avril 1979
4 John MacArthur, «L'homme de Dieu», dans La Bible d’Etude du Croyant (Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1991), 1866
5 William Hendriksen, «Commentaire sur 1 Timothée» dans Exposé sur les épîtres pastorales (Grand Rapids: Baker Books, 1957), 205
Related Topics: Pastors
The Net Pastors Journal, Rus Ed 8, Летнее издание 2013
Летнее издание 2013
Составлено
Др. Роджер Паскоу, президент
Институт Библейского проповедования
Кембридж, Онтарио, Канада

«Укреплять церковь в библейском проповедовании и руководстве»
Часть I: Проповедование И Підготовка Проповедника
“Проповедник и работа Божья” (продолжение)
Написано Роджером Паскоу,
президентом Института Библейского проповедования,
город Кембридж, провинция Онтарио, Канада
В предыдущем издании (за весну 2013 года) мы начали рассуждать о духовной и личностной подготовке проповедника., В этом издании мы продолжим эту тему. Мы обратили внимание, что порядок подготовки проповедника для апостола Павла заключался в том, что сперва проповедник проходит подготовку, а потом уже готовиться проповедь. Иными словами, перед тем, как проповедовать Слово в силе, делать это точно, сохраняя кредит доверия, нужно на духовном и личном уровне подходить для этого. Апостол Павел называет «мужем Божьим» тех, кто годится на эту роль.
«Божий муж» - это тот, кого Сам Бог назвал «испытанным и верным», кого Бог проверил и одобрил. Все это походит на не реальный для достижения стандарт. Однако Писание наставляет нас в четырех основных направлениях, которым мы должны уделить первоочередное внимание, чтобы иметь право на беспрецедентную привилегию проповеди Слова:
1. Блюсти вашу нравственную жизнь
2. Устраивать вашу семейную жизнь
3. Питать свою внутреннею жизнь
4. Дисциплинировать жизнь служения
В нашем предыдущем издании мы начали рассмотривать предмет «соблюдения вашей нравственной жизни», для это мы рассматривали тексты из 2 Тим. 2:22 и 1 Тим. 6:3-12. В приведенных текстах мы узнали, что дабы блюсти свою нравственную жизнь, муж Божий должен…
1. ... избегайте греховных ловушек: они могут разрушить ваше служение
2. ... стремитесь к благочестивым качествам: они укрепят ваше служение
3. ... ведите духовные бои: они ожидают вас в служении.
В прошлый раз мы видели, что муж Божий должен “избегать западни греха”. На сей раз, мы исследуем вторую и третью особенность «мужа Божьего».
МУЖ БОЖИЙ ДОЛЖЕН СТРЕМИТЬСЯ К БЛАГОЧЕСТИВЫМ КАЧЕСТВАМ: они только укрепляют ваше служение. Мы должны стремиться к благочестивым качествам в той же мере, как избегаем греховных привычек..
Повелительное наклонение настоящего времени подразумевает непрерывное усилие, от одного убегать, а за другим - гнаться. Поскольку мы не сможем сказать, что уже завершили избегать греховных ловушек, мы не можем заявить, что уже приобрели все благочестивые достоинства. Одного убегать, за вторым гнаться – это задача на всю жизнь.
Повелительное наклонение настоящего подразумевает непрерывное усилие в настойчивости "достичь" или “получить” эти благочестивые достоинства. Так же, как мы никогда не можем говорить, что закончили бежать от греховных ловушек, так же, мы никогда не можем сказать, что вполне получили эти благочестивые достоинства. Это - пожизненное занятие - убегать одного и гнаться за другим.
Наш текст излагает эти благочестивые достоинства в трех двустишиях. Во-первых, муж Божий должен следовать после справедливости и набожности (1 Тим. 6:11). Справедливость и набожность - две стороны той же самой монеты благочестивого характера, поскольку справедливость описывает наше отношение к Богу, и набожность описывает наше отражение Бога.
Справедливость, упомянутая здесь, не является справедливостью Христа, который является оценочным нам во время нашего спасения и которого мы никогда не должны преследовать. Справедливость, упомянутая здесь, является практической справедливостью, которую мы должны проявить правом, живущим согласно Слову Господню. Это - то, что муж Божий делает - живой вертикально перед Богом и нашим ближним. Муж Божий должен следовать после "справедливости" …
1) После после “слова справедливости” (Евр. 5:13). Это имеет отношение к зрелости в Слове Божьем. Мы должны быть квалифицированы в и преследовать “слово справедливости”, изучая это и справляясь с этим так, чтобы мы были в состоянии объяснить это точно и применить это фактически. Без этой зрелости в слове справедливости мы остаемся простыми духовными "малышами".
2) После после “практики справедливости”. Это имеет отношение к соответствию желанию Бога. “Все, которые справедливость методов рождается его” (1 Иоанна 2:29). Практическая справедливость - марка всех, кто “рождается Богом”. Их поведение является правильным, честным, только, ярмарка. Как дети Бога, они отражают его характер. Это - обязательство того, кто рождается Бога (1 Петр. 1:14-16).
3) После после “деятельности справедливости”. Это имеет отношение к деятельности в работе Бога, “справедливые действия святых” (Откр. 19:8). Это означает быть “рьяным хороших работ”, для которых мы были созданы в Христе Иисусе (Эф. 2:10).
Стивен Олфорд пишет: “Все, что мы говорим и делаем должно быть охарактеризовано моральной прямотой (справедливостью / правильностью) и целостностью в служении, которая исходит из верных отношений с Богом. Наше проповедование, как и наша жизнь, должно быть справедливой деятельностью.”
A. В. Тозер пишет: “Мне пришлось слушать самых разных проповедников. Я слышал и унылых, и сухих; я слышал и красноречивых; однако наибольшую пользу принесли те, кто был преисполнен благоговейного страха в присутствии Бога, о котором они говорили. У них могло бы быть чувство юмора, они могли бы быть веселыми; но когда они говорили о Боге, их голос приобретал совершенной иной тон. Это было замечательным. Я полагаю, что у нас должно быть снова библейское понятие о Боге, который делает Бога ужасным и заставляет мужчин лечь лицом вниз и кричать, “Святой, святой, святой, Господь всемогущий Бога.’ Это сделало бы больше для церкви чем … что-либо еще.”
4) После после “способа справедливости” (2 Петр. . 2:21). Это имеет отношение к повиновению к жизни Бога. Те, кто знает “способ правды” (2:2), преследуют “способ справедливости”. Мы должны следовать за “способом справедливости”, идя в полном повиновении Богу в слове, деле, и мысли.
Таким образом, муж Божий должен следовать после справедливости (наше отношение к Богу) и он должен следовать после его двойного достоинства, набожность (наше отражение Бога). Набожность имеет отношение к нашей духовности, проявлению Бога в наших жизнях, нашей "богоподобности", или, как D.A. Карсон высказался, наша связность Богу. Это - то, что мы обычно называем духовностью.
Как 1 Тим. 3:16 указывает, “тайна набожности” была полностью показана в Иисусе Христе. Он - наш образец, наш пример набожности. Таким образом, муж Божий должен преследовать и проявить набожность, лелея его духовную жизнь.
Для наших жизней, чтобы быть отражением Бога так, чтобы другие могли видеть Бога в нас, мы должны, по определению, походить на Бога. Бог говорит, “Быть святым, поскольку я являюсь святым” (1 Петр. 1:16), так, чтобы другие завершили: “Это - святой муж Божий , который регулярно проходит нами” (2 Короля 4:9). Вот что это значит для человека Бога, чтобы преследовать набожность.
Так, тогда, первое двустишие в этом списке благочестивых достоинств, за которыми муж Божий должен следовать после, является справедливостью и набожностью. Второе двустишие благочестивых достоинств призывает человека Бога следовать после веры и любви (1 Тим. 6:11). Вера и любовь - внутренние достоинства. Муж Божий должен развить и продемонстрировать веру в наши жизни. Это имеет отношение к доверию к Богу. "Вера" здесь означает что “уверенное доверие к Богу для всего, полной лояльности Ему, недрогнувшей уверенности в Его власти, цели, и предоставлении.”
Мы живем верой (Рим. 1:17), молитесь верой (сравните с Матовый. 21:22), борьба верой (сравните с Еф. 6:16), победа верой (сравните с 1 Иоанна 5:4), и умирают верой (сравните с Евр. 11:13). Действительно, “без веры невозможно понравиться Богу” (Евр. 11:6). “Вера прибывает, слыша, и слыша Божье Слово” (Рим. 10:17). “Плоды Духа - верность” (Гал. 5:22).
Наряду с развитием и демонстрацией веры, муж Божий должен развить и продемонстрировать любовь. Это имеет отношение к доброжелательности к другим (сравните с 2 Фес. 1:3; Синица. 2:2). Библейская любовь не сентиментальное чувство, но библейская любовь всегда действует на благо других (Фил. 2:4). Это - любовь к большой заповеди - чтобы любить Бога Ваш Бог со всем Вашим сердцем, со всей Вашей душой, и со всем Вашим умом, и Вашим соседом как самостоятельно (Матф. 22:37-39). “Плоды Духа - любовь” (Гал. 5:22). “Любовь к Богу вылита … Святым Духом, кто дан нам” (Рим. 5:5). “Любите Бога Ваш Бог со всем Вашим сердцем, душой, умом, и силой, и Вашим соседом как самостоятельно” (сравните с Марка 12:30-31). “Любите братство” (1 Петр. 2:17). “Любите своих врагов” (Матф. 5:44). “Мужья должны любить своих жен как их собственные тела” (Эф. 5:28)
Так, муж Божий должен следовать после справедливости и набожности, веры и любви, и, в-третьих, муж Божий должен следовать после терпения и смиренности (1 Тим. 6:11). Так же, как вера и любовь - внутренние достоинства, эти две духовных черты - внешние достоинства. Терпение - осуществление сильной дисциплины при светлости Христа. Это - выносливость ради Христа при любых обстоятельствах. Это - выносливость солдата, фермера, и атлета (2 Тим. 2:3-6). Смиренность - Христоподобие. Сам он сказал, “Учитесь от меня, поскольку я являюсь кротким и непритязательным из сердца” (Матф. 11:29). Это - отношение смирения, уважая других лучше чем вы непосредственно (Фил. 2:3), рассматривая людей, поскольку Христос рассматривал бы их, со смиренностью и мягкостью Христа (2 Кор. 10:1).
Во-первых, тогда муж Божий должен сбежать из греховных ловушек - они могут разрушить Ваше служение. Во-вторых, муж Божий должен следовать за благочестивыми достоинствами - они усиливают Ваше служение. В-третьих, МУЖ БОЖИЙ ДОЛЖЕН ВЕСТИ ДУХОВНЫЕ БОИ - они нападут на Ваше служение. “Боритесь с хорошей борьбой веры, схватите на вечной жизни” (1 Тим. 6:12-14).
Служение - духовное сражение, в котором мы постоянно спорим с миром, плотью, и дьяволом, и против ложных страстей, ложного обучения, и ложных ценностей. Это не борьба против плоти и крови, но против духовного зла в небесных местах (Эф. 6:12). Мы не только боремся против ошибок веры и поведения, но и мы также боремся за правду, вера, раз и навсегда поставленная святым. Это не "борется" как в том, чтобы быть спорным, но как в …
(1) Защита нашего христианского признания (12a). “Боритесь, хорошая борьба веры” обращается к телу правды (Иуда 3), который мы должны защитить и объявить. Так, не изменяйтесь по своим верованиям. Не ставьте под угрозу правду. Боритесь за “веру” - что тело объективной, логической правды, которой мы верим и дорожим. Это - наше христианское призвание.
Так же, как Иисус никогда не изменял правду даже когда подвергнуто перекрестному допросу Пилат и под угрозой распятия на кресте, но держался на его признание, таким образом, мы должны бороться за то, что мы знаем и верим. “Схватите вечную жизнь, к которой Вас назвали” - то есть служитель в свете вечности. Проповедуйте правду, в которой Вы смело признавались, когда Вы были спасены. Сделайте эту истинную правду практической действительностью в Вашей жизни и служение. Палка с этим до конца, пока Вы не получаете приз без непостоянства в направлении.
2) Хранение христианской Верности (13-14). “Держите эту заповедь без пятна или вины до появления нашего Господа Иисуса Христос”. Или, как Уильям Хендриксен высказался, муж Божий должен “сохранять свою верностю неиспорченной и незапятнанной до самого дня его смерти, или, если завершение возрастов должно произойти перед тем временем... тогда ‘до появления нашего Господа Иисуса Христос.’” Наше служение должно быть отмечено чистотой и настойчивостью. Мы не должны принести упрек на имени Христа в нашем поведении, и мы не должны отклониться от нашего министерского занятия. Не изменяйте свое руководство, палка с этим, пока Вы пересекаете финишную черту, до духовных сражений, которые нападут на наше служение, выиграна.
Часть II. Лидерство: Являть Собой Пример Благочестия
“Личная святость” (продолжение)
Написано Роджером Паскоу,
президентом Института Библейского проповедования,
город Кембридж, провинция Онтарио, Канада
В этой секции мы продолжаем наше исследование того, что это означает быть благочестивым образцом для подражания как христианским лидером. Это имеет отношение к Вашей личной чистоте. В последних двух выпусках Пасторов СЕТИ ДЖОЕРНЭЛА мы смотрели на личную чистоту в нашем поведении - наше сексуальное поведение и наше этическое поведение. В этом выпуске мы будем смотреть на еще один аспект чистоты в нашем поведении - ЧИСТОТА В НАШЕМ СОЦИАЛЬНОМ ПОВЕДЕНИИ. Это имеет отношение к нашим межличностным отношениям.
Как человек Бога, Ваши межличностные отношения должны отразить честность и прямоту, открытость и прозрачность, и подлинность и смирение:
1) Честность и прямота. Это - этическое поведение, проявленное в наших общественных отношениях с другими. Другие люди должны знать, что мы мужчины Бога, чей "да" "да" и чей "нет" - "нет" (2 Кор. 1:17-20). Другие люди не должны иметь к второму предположению, что мы действительно имеем в виду. Людям никогда не придется задаваться вопросом, говорим ли мы правду. Мы не должны скрыться позади фанеры, и при этом наша коммуникация не должна быть скрыта в тайне. Позвольте нашей речи быть честной и прямой.
2) Открытость и прозрачность. Давайте подражать примеру апостола Пола, который сказал Посланию к коринфянам, “Мы говорили открыто с Вами, наше сердце является широко открытым... Теперь взамен... Вы также быть открытым... Откройте сердце для нас. Мы никого не обидели, мы никого не развратили, мы никого не обманули” (2 Кор. 6:11-13; 7:2).
Мужчины Бога не должны быть скрытны или изолированы. Люди, что мы имеем дело с нами, должны найти нас доступными и узнаваемыми, потому что мы открыты и прозрачны. Я не говорю о раскрытии конфиденциальной информации или информации, которая не была бы мудра, чтобы показать. Но я говорю о наших ежедневных общественных отношениях, где другие люди, с которыми мы имеем дело, должны быть в состоянии легко общаться с нами, потому что мы являемся теплыми и дружелюбными, мужчины Бога, которые испытали те же самые разочарования, несли те же самые трудности, и столкнулись с теми же самыми искушениями, которые они имеют.
Другие люди должны быть в состоянии видеть, что мы являемся склонными ошибаться и уязвимыми, все же преданными и верными для Бога. Другими словами, мы строим веру в наши общественные отношения с другими людьми точно, потому что мы можем идентифицировать с ними при их жизненных обстоятельствах и, таким образом, можем сочувствовать им. Таким образом мы строим отношения с людьми, которые вселяют в них веру в нас так, чтобы мы могли помочь перенести их трудности.
Апостол Павел предупреждал Послание к коринфянам, что его социальное, межличностные отношения были полной противоположностью тех мошеннических министров, которые “торговали вразнос словом Бога” (2 Кор. 2:17) и кто характеризовался хитростью и обманчивостью. Это не то, кто мы, говорит он. Напротив, его поведение было отмечено искренностью в виде Бога (2 Кор. 2:17). “Мы отказались от скрытых вещей позора, не идущего в хитрости, ни обращающегося со словом Бога обманчиво, но проявлением правды, рекомендующей нас непосредственно к совести каждого человека в виде Бога” (2 Кор. 4:2). Это - стандарт для нас всех в министерстве.
3) Подлинность и смирение. Подлинность имеет отношение к тому, чтобы быть, кто Вы действительно - не пытающийся быть похожими на одного человека публично и другого конфиденциально. Лицемерие не должно присутствовать в мужчинах Бога. Мы должны быть мужчинами, жизни которых и отношения состоят точно в том, что они появляются на внешней стороне другим. Вот что это значит, чтобы быть подлинным в наших отношениях - не симулирующий быть святыми мужчинами Бога, когда в действительности мы живем тайна, двойной образ жизни. Помните, Иисус терпеть не мог лицемерие.
Смирение идет взявшись за руки с подлинностью. Скромный человек - кто-то, кто не пытается привлечь внимание себе. Не думайте что, потому что Вы - лидер в церкви, что Вы - "кто-то" и что Вы должны всегда быть центром внимания. Фактически, Вы - слуга всех (Знак 9:35).
Гордость - противоположность смирения. Апостол Павел предупреждает нас о тех, кто горд: “Если кто-либо преподает иначе и не соглашается на полезные слова, даже слова нашего Господа Иисуса Христос, и к доктрине, которая согласуется с набожностью, он горд, не зная ничто, но одержим спорами и аргументами по словам, из которых прибывают зависть, борьба, оскорбление, злые подозрения” (1 Тим. 6:3-4). Апостол Джеймс говорит: “Бог сопротивляется гордому, но дает изящество скромному” (Джеймс 4:5; cf. 1 Домашнее животное. 5:5). Снова, Павел говорит: “Не позвольте ничему быть сделанным через эгоистичное стремление, или тщеславие, но в скромности ума позволяло каждому уважению другие лучше чем себя. Позвольте каждому из Вас взгляд не только для его собственных интересов, но также и для интересов других” (Фил. 2:3-4).
Заключение: Мужчины Бога должны быть известны их чистотой поведения - сексуальный, этичный, и социальный. Настолько легко ошибиться в этих областях и испортить Ваше доказательство или, в худшем, разрушить Ваше министерство. Сатана настолько активна, пытаясь заставить благочестивых мужчин грешить в их поведении и, таким образом, приносить позор к имени Христа. Сатане не нравится то, что мы делаем и его главная цель состоит в том, чтобы напасть на наше министерство и возможно разрушить его. При этом он не только вызывает опустошение в наших жизнях, но и в жизни церкви также, не говоря уже о насмешке и позоре, который может быть принесен к имени Христа.
Так, давайте стремиться охранять наши моральные жизни, будучи благочестивыми образцами для подражания для тех мы ведем и положение сильного для Христа, так, чтобы мы могли закончить наш курс от радости, борясь с хорошей борьбой веры.
В следующий раз мы продолжим предмет того, чтобы быть благочестивым образцом для подражания через чистоту в наших мыслях, побуждениях, и словах.
Часть III. Молитвенные Размышления
“Служение земных сосудов, Часть 1: Природа служения” (2 Кор. 4:7-16)
Написано Роджером Паскоу,
президентом Института Библейского проповедования,
город Кембридж, провинция Онтарио, Канада
Если Бог, о Котором говорит апостол Павел столь силен, что мог повелеть свету появиться из мрака, что Он осиял наши сердца, дабы явить нам Свою славу, отчего же тогда мы, люди-сосуды, которыми Он пользуется в служении, столь хрупки и немощны? Что же является причиной столь разительного контраста между Божьим могуществом и славой и человеческой слабостью и неустойчивостью выбираемых им служителей? Это и есть парадокс служения. Дабы не осталось сомнения в божественной природе и источнике Вести, Бог использует для провозглашения могучей Вести хлипких глашатаев.
Для описания служения апостол Павел использует целый ряд парадоксальных утверждений. В этой статье мы проанализируем первый парадокс: слабый глашатай и могучая Весть.
ВЛАСТЬ ДЛЯ СЛУЖЕНИЯ. Апостол Павел описывает это как великолепное сокровище, содержавшееся в глиняном сосуде. “Но у нас есть это сокровище в глиняных сосудах...” (4:7a). “Это сокровище” то, к чему обращается апостол Павел ранее как евангелие славы Христа (4:3-4); свет знания славы Бога перед лицом Иисуса Христа (4:6). Сообщение, которое мы проповедуем, является "сокровищем". “Глиняные сосуды” являются служительами, человеческими агентами, в которых сокровище воплощено (то есть воплощено и показано), и кем это объявлено. Это - парадокс служения - резкий контраст между славой сообщения и невероятной слабостью служительа кого использование Бога, чтобы объявить то сообщение.
Картина здесь имеет хрупкий, хрупкий, дешевый глиняный горшок, который содержит сокровище. Эта картина изображает хрупких, хилых смертных, которые содержат божественное сокровище, которое является евангелием Иисуса Христа.
Контраст между "сокровищем" и “глиняным сосудом” является намеренным - “так, чтобы превосходство власти могло иметь Бога а не нас” (7b). Бог проектировал служение этим парадоксальным способом, используя человеческих посыльных, чтобы объявить его божественное сообщение, чтобы увеличить источник, власть, экстраординарный характер, и сверхъествественный эффект евангелия самыми средствами, которые он хочет объявлять и показывать это, а именно, через слабые человеческие суда. Так как евангелие так радикально преобразовывает жизни, это не могло возможно быть просто человеческое сообщение; его автор может только быть Богом. Сильное сообщение бога не ограничено чрезвычайной слабостью человека - скорее это увеличено этим. Такой имеет место для каждого служительа евангелия: мы слабы именно так, что власть Бога может быть проявлена в нас. Таким образом, это было с Гедеоном и его 300 мужчинами, которые обращали в бегство мидианитян, просто ломая их глиняные сосуды так, чтобы свет сиял (судьи 7:15 и так далее; Евр. 11:34). И такой это с нами - в нашей признанной и очевидной слабости, Бог показывает свою власть и славу.
Это дает нам надлежащий взгляд на служение. Мы можем быть благодарными за нашу физическую слабость и умственные ограничения, потому что именно это использование Бога принести славу себе. Посыльный является слабым, зависимым, и временным, но сообщение является сильным, верховным, и вечным. Мы - существа, сформированные из праха земного, кого Бог в его изяществе хотел носить свое имя, его евангелие.
Это - парадоксальная власть для служения. Тогда, ДАВЛЕНИЯ СЛУЖЕНИЯ (4:8-9). Павел дает примеры от своей собственной жизни того, как он испытал парадокс своей собственной человеческой слабости, противопоставленной с излишней властью Бога. Несмотря на самые сокрушительные обстоятельства, Бог всегда поставлял ему. Что, по-человечески говоря было похоже, что невозможные проливы не были никаким вызовом власти Бога. Он испытал …
Давление: “Трудно нажатый на каждой стороне..., но не сокрушенный”. Сатана хочет пересилить нас с ежедневными давлениями, но он не может сокрушить нас.
Недоумение: “Озадаченный..., но не в отчаянии”. Ситуации происходят в служение, которое мы не можем выяснить. Мы не знаем, что сделать, но мы не отчаиваемся.
Преследование: “Преследуемый..., но не оставленный” (см. 2 Тим. 4:16-17; 2 Тим. 3:12; Иоанна 16:33; Евр. 13:5; Матовый. 28:20).
Физическое нападение: “Пораженный..., но не разрушенный”. Павел был поражен, мостя в Lystra (законы 14:19f) и уехался мертвый, но он не был разрушен для Бога, поднял его снова.
Они - некоторые из парадоксальных событий слабости посыльного, через которого сильное сообщение Бога объявлено.
Так, мы видели парадоксы, испытанные во власти и давлениях служениа. Теперь, ЦЕЛЬ СЛУЖЕНИЯ (4:10-12). Эти стихи - суммирование стихов 8-9. Действительность для подлинных служительов - то, что, как это ни парадоксально, они умирают, чтобы жить. Слабость человеческого судна проявлена во “всегда несущий о в теле смерть от Господа Иисуса Христа” (10a). Но, власть Бога проявлена в нашей слабости в самой цели, что “жизнь Иисуса может также быть проявлена в нашем теле” (10b). Слуги Христа объединены с Христом так, чтобы его смерть была нашей, и его жизнь является нашей. “Поскольку нам, кто живет, всегда поставляют до смерти для пользы Иисуса, что жизнь также Иисуса также может быть проявлена в нашей смертной плоти” (11). Любое страдание, испытанное служительом Христа, не для пользы страдания, но исключительно для пользы “Иисуса.” Мы не желаем таких событий, намного меньше причиняем их нам непосредственно. Скорее как Он перенес, мы тоже. Поскольку мир ненавидел его, таким образом, он ненавидит нас. Поскольку мы идентифицированы с ним, таким образом, мы испытаем то, что он испытал. Нам “поставляют до смерти для пользы Иисуса”, живя, поскольку мертвый к миру и осознающий Бога, для жить Христос и умереть выгода.
В смерти с Христом его жизнь “проявлена в нашей смертной плоти.” Мы переносим марки смерти Христа в нас непосредственно, и мы также проявляем его возрожденную, прославленную жизнь. “Таким образом, смерть работает в нас, но жизни в Вас” (12). Другими словами, через смертельные события Пола (преследование, сокрушенное, пораженное и т.д.), он принес евангелие Посланию к коринфянам, которое произвело жизнь в них. Для них, чтобы жить в Христе, он должен был умереть духовно и метафорически. В конечном счете, это делает каждое затруднение стоящим. Есть цель к тому, чтобы быть " поставленным до смерти для пользы Иисуса” - то есть, что другие могут жить в нем. Такой имел место для Иисуса непосредственно. Он умер так, чтобы мы могли жить. И тот цикл теперь воспроизведен в нас и продолжит быть, пока он не приезжает снова.
Это - библейский принцип: жизнь является результатом смерти. “Кроме зерна пшеницы попадают в землю и умирают, это пребывает один. Но если это умирает, это ясно показывает много фруктов” (Иоанна 12:24). Таким образом мужчины и женщины дают свои жизни (духовно и, в некоторых случаях, физически) в христианском служение так, чтобы другие могли жить.
Наконец, ПЕРСПЕКТИВА СЛУЖЕНИЯ (4:13-15). Несмотря на давления служениа, мы служитель с точки зрения веры. Вера побуждает нас говорить за Христа. Павел говорит, Что Псалмист в Псалме 116 сказал о своем духе веры, верен для меня: “Я верил; поэтому, я говорил” (13). Что мы говорим экспрессы, чему мы верим (сравните с Rom. 10:9f.). Наоборот, вера должна быть выражена в словах.
Несмотря на давления служениа, мы служитель другим из-за будущей перспективы. Восстановление Христа - первые плоды (предшественник) и гарантия нашего восстановления. Так же, как Бог “поднял Господа Иисуса Христа” от мертвых (сравните с Еф. 1:19-20), таким образом, он “также поднимет нас с Иисусом и подарит нам Вас.” Однажды, те, кто фрукты нашего служениа, будут "представлены" вместе с нами перед Богом (сравните с полковник 1:22, 28).
Будущая перспектива нашего собственного восстановления, наряду с теми, кому мы послужили, является нашей поддержкой для служения, несмотря на наши события, даже страдая и смерть (сравните с стихи 8-11). “Все вещи” (15) - все события в служение - "ради Вас" (те кого мы служитель). То, что мы переносим для Христа, распространяется на то, что мы переносим для его людей, так, чтобы, как это ни парадоксально, через наши события страдания и затруднения, изящество Бога распространилось многим, и “заставляют благодарение иметься в большом количестве к славе Бога. ”Это - правильная перспектива служениа.
“Поэтому, мы не падаем духом” (4:16a). Заметьте как эта фраза держатели для книг этот проход в стихе 1 и снова здесь в стихе 16. Все, что сказано промежуточный (стихи 2-15), объяснение того, почему “мы не падаем духом” в служение. И этот весь проход, который связи назад с служениом, описанным в 3:7-18 и связях, отправляют 4:16-5:11, который рассматривает фактическую, физическую смерть как окончательную судьбу, к которой приводит существующее страдание в служение.
Так, последовательность мысли - это:
1. Картина великолепного служения Нового Завета (3:7-18).
2. Это служение заставляет нас не падать духом несмотря на обстоятельства (4:1-16a).
3. Даже если мы физически умираем в ходе нашего служения, мы не падаем духом из-за перспективы будущего восстановления (4:16-5:11).
Это легко пасть духом в служение, но здесь является надлежащей перспективой: давайте жить как те, кто подготовлен умереть для евангелия. Давайте не позволять обстоятельствам, недоумениям, или отчаянию вынимать нас из служения. Это - цена того, чтобы быть подлинным служителем евангелия для пользы Иисуса и пользы его людей.
Часть IV. Планы Проповедей
Иоанна 4:1-22, Беседа Иисуса Христа С Самарянкой, Часть 1
Если вы желаете прослушать эти проповеди на английском языке, перейдите по следующим ссылкам: Иоанна 4:1-3; Иоанна 4:4-11; Иоанна 4:12-14; Иоанна 4:14-18
Название: Подход к благовестию самого Господа
Тема: Как преодолевать духовные и общественные барьеры в благовестии
Пункт №1: Барьеры, причинные общественным устройством (7-9)
1. Не обращать внимание на обусловленные культурой предрассудки
2. Участвовать в личных беседах
Пункт №2: Переход к духовной истине (10-15)
1. Переход от физического к духовному (10-12)
2. Переход от временного к вечному (13-15)
Пункт №3: Взывать к совести (16-18)
1. Способствовать добровольному раскаянию (16-17a)
2. Открывая истины от Бога (17б-18)
Related Topics: Pastors
Jurnalul Electronic Al Păstorilor, Rom Ed 8, Editia de vară 2013
Ediţia de vară 2013
Coordonat de ...
Dr. Roger Pascoe, Președinte,
The Institute for Biblical Preaching
(Institutul pentru Predicare Biblică)
Cambridge, Ontario, Canada

„Consolidarea Bisericii în Predicarea Biblică și Lidership”
Partea I: Predicarea: Pregătirea Predicatorului
“Predicatorul şi Lucrea lui Dumnezeu” (continuare)
De: Dr. Roger Pascoe
Institutul pentru Predicare Biblică,
Cambridge, Ontario, Canada
În ediţia precendentă a acestui Jurnal (vezi Ediţia de Primăvară 2013) am început să discutăm despre tema pregătirii spirituale şi personale a predicatorului, temă care va continua în această ediţie.
Am observat că pentru apostolul Pavel, în ordinea pregătirii este primordială pregătirea predicatorului şi mai apoi pregătirea mesajului. Cu alte cuvinte, înainte ca să poţi predica Cuvântul cu putere, precizie, şi credibilitate, trebuie să fi pregătit şi calificat din punct de vedere spiritual şi personal pentru aceasta. Persoana care este aptă să predice Cuvântul este numit de către apostolul Pavel un “om al lui Dumnezeu.”
Un om al lui Dumnezeu este aprobat de Dumnezeu şi găsit ca „încercat şi adevărat” – verificat şi aprobat de Dumnezeu. Deşi acest lucru poate suna ca un standard descurajator în a fi implinit, Scriptura ne călăuzeşte spre patru sfere principale pe care trebuie să le includem ca priorităţi dacă dorim să fim calificaţi pentru privilegiul fără precedent de a predica Evanghelia:
1. Protejarea vieții tale morale
2. Dirijarea vieții tale personale
3. Hrănirea omului dinlăuntru
4. Disciplinarea vieții tale spirituale
În ultima ediţie, am început să tratăm subiectul protejării vieţii tale morale, prin studiul a două pasaje: 2 Tim. 2:22; 1 Tim. 6:3-12.
În aceste pasaje observăm că pentru a-şi proteja viaţa morală un om al lui Dumnezeu trebuie...
1. ...să fugă de capcanele păcătoase – acestea pot să îţi distrugă slujirea
2. ...să urmeze principiile duhovniceşti – acestea vor întări slujirea voastră
3. ...să lupte batăliile spirituale – acestea vor ataca slujirea voastră.
Ultima dată am observat că omul lui Dumnezeu trebuie „să fugă de capcanele păcătoase”. De data aceasta vom examina a doua şi a treia caracteristică a unui om al lui Dumnezeu.
OMUL LUI DUMNEZEU TREBUIE SĂ URMEZE PRINCIPIILE DUHOVNICEŞTI – acestea îţi împuternicesc slujirea. La fel cum fugim de capcanele păcătoase … trebuie să urmăm virtuţiile duhovniceşti. Prezentul imperativ implică un efort continuu, menţinându-ne în „urmărirea” sau “căutarea” acestor virtuți duhovniceşti. Așa cum noi nu putem spune că am terminat să fugim de capcanele păcătoase, tot la fel nu putem spune că am finalizat sarcina de a urma virtuțile duhovniceşti. Aceasta este o ocupaţie de-o viaţă – fugind de una şi căutând-o pe cealaltă.
Textul nostru stabileşte aceste virtuţi duhovniceşti în trei cuplete. În primul rând, omul lui Dumnezeu trebuie să caute dreptatea şi evlavia (1 Tim.6:11).1 Dreptatea şi evlavia sunt două părţi ale aceleiaşi monede a caracterului dumnezeiesc, căci dreptatea descrie relaţia noastră faţă de Dumnezeu iar evlavia descrie reflecţia noastră a lui Dumnezeu.
Dreptatea la care se face referire aici nu este neprihănirea lui Hristos, care ne este atribuită în momentul mântuirii noastre şi pe care nu trebuie niciodată să o căutăm. Dreptatea la care se face referire aici este neprihănirea practică pe care noi trebuie să o manifestăm prin trăirea după îndemnurile Cuvântului lui Dumnezeu. Asta este ceea ce face un om al lui Dumnezeu – trăieşte drept înaintea lui Dumnezeu şi a aproapelui. Omul lui Dumnezeu trebuie să caute “dreptatea” prin…
1) Căutarea “învăţăturii despre dreptate” (Evrei 5:13). Acest lucru se face prin maturitate în Cuvântul lui Dumnezeu. Trebuie să fim his has to do with maturity in the Word of God. Trebuie să fim meşteri în şi a căuta „învăţătura despre dreptate” prin studierea şi stăpânirea lui pentru a putea să îl explicăm corect şi să-l aplicăm într-un mod practic. Fără această maturitate în cuvântul dreptăţii, noi rămânem doar nişte „copii”.
2) Căutarea „practicării neprihănirii”. Acest lucru are de-a face cu conformarea faţă de voia lui Dumnezeu. “Oricine trăieşte în neprihănire este născut din El” (1 Ioan 2:29). Neprihănirea practică este semnul celor care sunt “născuţi din Dumnezeu”. Comportamentul lor este drept, cinstit, corect, echitabil. Ca şi copii ai lui Dumnezeu, aceştia reflectă natura Lui. Aceasta este obligaţia celui ce este născut din Dumnezeu (1 Pet.1:14-16).
3) Căutarea “activităţii dreptăţii”. Aceasta se referă la activitatea în lucrarea lui Dumnezeu, “faptele neprihănite ale sfinţilor” (Apoc.19:8). Aceasta înseamnă să “umblăm în faptele bune” pentru care am fost creaţi în Christos Isus (Ef. 2:10).
Stephen Olford scrie: “Tot ce spunem şi facem trebuie să fie caracterizat de rectitudine morală (dreptate / corectitudine) şi integritate în slujire, care rezultă dintr-o relaţie apropiată cu Dumnezeu. Predicarea noastră, asemenea trăirii noastre, ar trebui să fie o activitate dreaptă”.2
A. W. Tozer scrie: “Am auzit tot felul de predicatori. I-am auzit pe cei plictisitori, uscaţi; l-am auzit pe cei elocvenţi; dar cei care m-au ajutat cel mai mult au fost cei care erau copleșiţi în prezenţa Dumnezeului despre care au vorbit. Ei ar putea avea un simţ al umorului, ar putea fi joviali, dar atunci când au vorbit despre Dumnezeu un alt ton a adus unitatea din vocea lor; aceasta fiind altceva, ceva minunat. Cred că ar trebui să avem din nou conceptul biblic al lui Dumnezeu, acela ce-L face pe Dumnezeu îngrozitor și îi face pe oamenii să se plece cu faţa la pământ strigând: “Sfânt, sfânt, sfânt, Domnul Dumnezeu, Cel Atotputernic”. Aceasta ar face mai mult pentru biserică decât… orice altceva.”3
4) Căutarea „căii neprihănirii” (2 Pet. 2:21). Aceasta se referă la ascultarea faţă de viaţa lui Dumnezeu. Cei care cunosc “calea adevărului” (2:2) caută „calea neprihănirii”. Trebuie să căutăm calea neprihănirii prin umblarea în ascultare totală faţă de Dumnezeu în cuvânt, fapte şi gând.
Prin urmare, omul lui Dumnezeu trebuie să caute învăţătura despre dreptate (relaţia cu Dumnezeu) şi trebuie să caute şi virtutea ei geamănă, sfinţenia (reflecţia noastră a lui Dumnezeu). Evlavia are legătură cu spiritualitatea noastră, cu manifestarea lui Dumnezeu în viaţa noastră, cu dumnezeirea noastră, sau, după cum o spune D.A. Carson, conectivitatea noastră la Dumnezeu. Asta este ceea ce în mod comun numim spiritualitate.
După cum putem observa în 1 Tim 3:16, “taina evlaviei” a fost pe deplin descoperită în Isus Hristos. El este tiparul nostru, exemplul nostru de evlavie. Deci, omul trebuie să caute şi să manifeste evlavia prin hrănirea vieţii sale spirituale.
Pentru ca vieţile noastre să fie o reflecţie a lui Dumnezeu prin care alţii să îl vadă pe Dumnezeu în noi, noi trebuie, prin definiţie să fim ca şi Dumnezeu. Dumnezeu spune “Fiţi sfinţi după cum şi Eu sunt sfânt” (1 Petru 1:16), pentru ca alţii să ajungă la concluzia: “Iată, ştiu că omul acesta care trece întotdeauna pe la noi este un om sfânt al lui Dumnezeu”
(2 Regi 4:9). Asta înseamnă ca un om al lui Dumnezeu să caute evlavia.
În concluzie, prima cupletă din această listă a virtuţiilor duhovniceşti pe care omul lui Dumnezeu trebuie să le caute sunt dreptatea şi evlavia. A doua cupletă a virtuţilor duhovniceşti pe care omul lui Dumnezeu trebuie să le caute sunt credinţa şi dragostea (1 Tim. 6:11). Credinţa şi dragostea sunt valori interne. Omul lui Dumnezeu trebuie să dezvolte şi să demonstreze credinţa în viaţile noastre. Este cu privire la încrederea în Dumnezeu. „Credinţa” aici se referă la acea încredere nezdruncinată în Dumnezeu cu privire la orice, loialitate depină faţă de El, încredere neclintită în puterea, scopul şi sprijinul Său.”
Acest lucru are de a face cu încredere în Dumnezeu. “Credința” aici înseamnă că “încrederea deplină în Dumnezeu pentru toate lucrurile, loialitate deplină faţă de El, o încredere neclintită în puterea, scopul, și providenţa Sa.”4
Noi trăim prin credinţă (Rom. 1:17), ne rugăm prin credinţă (cf. Matt. 21:22), luptăm prin credinţă (cf. Eph. 6:16), câştigăm prin credinţă (cf. 1 In. 5:4), şi murim prin credinţă (cf. Evr. 11:13). Cu sguranţă, “fără credinţă este cu neputinţă să fim plăcuţi lui Dumnezeu” (Evr. 11:6). “Credinţa vine în urma auzirii, iar auzirea vine prin Cuvântul lui Dumnezeu” (Rom. 10:17). “Roada Duhului este credincioşia” (Gal. 5:22).
Împreună cu dezvoltarea şi demonstrarea credinţei, omul lui Dumnezeu trebuie să dezvolte şi să demonstreze dragoste. Aceasta are de-a face cu bunăvoinţa faţă de alţii (cf. 2 Tes.1:3, Tit . Aceasta are de-a face cu bunăvoinţa faţă de alţii (cf. 2 Tes.1:3, Tit 2:2). Dragostea biblică nu este un sentiment emoţional, ci dragostea biblică acţionează întotdeauna în interesul celor din jur (Fil. 2:4). Aceasta este dragostea celei mai mari porunci – să iubeşti pe Domnul Dumnezeul tău cu toată inimata, cu tot sufletul tău, şi cu tot cugetul tău şi pe aproapele tău ca pe tine însuţi (Matei “Roada Duhului este dragostea” (Gal.5:22). “dragostea lui Dumnezeu a fost turnată în inimile noastre prin Duhul Sfânt care ne-a fost dat.” (Rom. 5:5). “Să iubeşti pe Domnul Dumnezeul tău cu toată inima ta, cu tot sufletul tău, cu tot cugetul tău şi cu toată puterea ta, şi pe aproapele tău ca pe tine însuţi” (cf. Marcu 12:30-31). “Iubeşte frăţietatea” (1 Pet. 2:17). “Iubeşte pe duşmanul tău” (Mat. 5:44). “Tot aşa trebuie să-şi iubească şi bărbaţii nevestele, ca pe trupurile lor” (Ef. 5:28)
Deci, omul lui Dumnezeu trebuie să caute dreptatea, evlavia, credinţa şi dragostea şi în al treilea rând, omul lui Dumnezeu trebuie să caute răbdarea şi blândeţea (1 Tim. 6:11). În acelaşi mod în care credinţa şi dragostea sunt virtuţi interne, acestea două sunt virtuţi externe. Răbdarea este exerciţiul unei discipline puternice sub domnia lui Hristos. Este răbdarea pentru
Este rezistenţă de dragul lui Hristos în orice circumstanțe. Aceasta este rezistenţa unui soldat, fermier, și a unui atlet (2 Tim. 2:3-6). Blândeţea este asemănarea cu Hristos. El însuși a spus, “învățați de la Mine căci Eu sunt blând și smerit cu inima” (Matei 11:29). Aceasta este o atitudine de smerenie, punând pe alţii mai presus decât pe tine (Filipeni 2:03), tratând oamenii în modul în care Hristos i-ar trata, cu blândețea și bunătatea lui Hristos (2 Cor. 10:1).
În primul rând, omul trebuie să fugă de capcanele păcătoase – care pot distruge slujirea noastră. În al doilea rând omul lui Dumnezeu trebuie să caute virtuţile duhovniceşti – care întăresc slujirea. Şi în al treilea rând, OMUL LUI DUMNEZEU TREBUIE SĂ LUPTE BĂTĂLIILE SPIRITUALE – acestea îţi vor ataca slujirea. “Luptă lupta cea bună a credinţei, apucă viaţa veşnică” (1 Tim. 6:12-14).
Slujirea este un câmp de luptă în care în mod constant luptăm cu lumea, cu firea, cu diavolul şi împotriva pasiunilor, învăţăturilor şi a valorilor false. Nu este o luptă împotriva cărnii, şi a sângelui ci împotriva răutăţilor spirituale din locurile cereşti (Ef. 6:12). Nu trebuie să luptăm doar împotriva erorilor de credinţă şi comportament, ci noi totodată luptăm pentru adevăr, pentru credinţa care i-a eliberat pe sfinţi o dată pentru totdeauna. Aceasta nu este o luptă de condamnat ci …
1) O apărare a mărturisirii noastre creștine (12a). “Lupta lupta cea bună a credinței” se referă la corpul de adevăr (Iuda 3), pe care trebuie să îl apărăm și să îl proclamăm. Deci, nu varia în convingerile tale. Nu compromite adevărul. Luptă pentru “credință” - acest sistem unitar al adevărului obiectiv, propozițional în care noi credem și ne este atât de drag. Aceasta este vocația noastră creștină.
La fel cum Domnul Isus nu a schimbat adevărul nici chiar în momentul când a fost interogat de Pilat, sub amenințarea cu răstignirea, ci a ţinut la mărturisirea Lui, tot astfel trebuie să luptăm şi noi pentru ceea ce știm și credem. “Apucă viaţa veşnică, la care ai fost chemat” - adică slujeşte în lumina veșniciei. Predică cu îndrăzneală adevărul mărturisit atunci când ai fost mântuit. Fă aceste adevăruri ale Evangheliei o realitate practică în viața și lucrarea ta. Rămâi cu el până la capăt, până când vei obține premiul prin păstrarea direcției.
2) O păstrare a poruncii creştine (13-14). “păzeşte porunca, fără prihană şi fără vină, până la arătarea Domnului nostru Isus Hristos”. Sau, după cum spune şi William Hendriksen, omul lui Dumnezeu trebuie să “păstreze porunca sa nepătată și neatinsă până în ziua morții sale, sau, în cazul în care consumarea vârstei trebuie să aibă loc înainte de această dată ... atunci până la arătarea Domnul nostru Isus Hristos.”5 Slujirea noastră trebuie să fie marcată de puritate și de perseverență. Trebuie să nu aducem nici o ocară numelui lui Hristos prin comportamentul nostru și noi nu trebuie să ne abatem de la ocupația slujirii noastre. Nu schimba direcția, stai pe ea până când vei trece linia de sosire, până la luptele spirituale care atacă lucrarea noastră sunt câștigate.
Partea II. Conducerea: Fiind Un Model Duhovnicesc De Urmat
„Sfinţenia ta personală” (continuare)
De: Dr. Roger Pascoe
Institutul pentru Predicare Biblică
Cambridge, Ontario
În această secţiune continuăm studiul nostru cu privire la ce înseamnă să fii un model duhovnicesc de urmat ca şi lider creştin. Acest lucru are de-a face cu puritatea ta personală. În ultimele două ediţii a Jurnalului pentru Păstori NET am privit la puritatea personală în comportamentul nostru – comportamentul sexual şi comportamentul etic. În aceată ediţie vom privi la încă un aspect al purităţii în comportamentul nostru – PURITATEA ÎN COMPORTAMENTUL SOCIAL. Acest lucru are de-a face cu relaţiile noastre interpersonale.
Ca şi om a lui Dumnezeu, relaţiile tale interpersonale trebuie să reflete onestiate şi sinceritate, deschidere şi transparenţă şi autenticitate şi smerenie:
1) Onestitate şi sinceritate. Acesta este un comportament etic manifestat în relaţile noastre cu alţii. Ceilalţi oameni trebuie să ne cunoască ca şi oameni ai lui Dumnezeu a căror „da” este „da” şi a căror „nu” este „nu” (2 Cor. 1:17-20). Ceilalţi oameni nu ar trebui să se gândească de două ori la intenţia vorbirii noastre. Oamenii nu trebuie să se întrebe niciodată dacă spunem sau nu adevărul. Nu trebuie să ne ascundem după o mască, nici comunicarea noastră nu ar trebui ascunsă în mister. Vorbirea noastră trebuie să fie onestă şi sinceră.
2) Deschidere şi transparenţă. Haideţi să urmăm exemplul apostolului Pavel, când spunea corintenilor, „Am dat drumul gurii faţă de voi, corintenilor! Ni s-a lărgit inima… Faceţi-ne şi voi la fel… lărgiţi-vă şi voi!... N-am nedreptăţit pe nimeni, n-am vătămat pe nimeni, n-am înşelat pe nimeni.” (2 Cor. 6:11-13; 7:2).
Oamenii lui Dumnezeu nu trebuie să fie secretoşi sau izolaţi. Oamenii cu care discutăm trebuie să ne găsească abordabili şi cogniscibili, pentru că suntem deschişişi transparenţi. Nu vorbesc despre a da informaţii confidenţiale sau informaţii care nu ar fi înţelept de împărtăşit. Dar vorbesc de relaţiile noastre sociale de zi cu zi unde ceilalţi oameni cu care avem de-a face ar trebui să comunice uşor cu noi pentru că suntem calzi şi prietenoşi, oameni ai lui Dumnezeu care au experimentat aceleaşi dezamăgiri, au purtat aceleaşi poveri şi au făcut faţă aceloraşi ispite ca şi ei.
Ceilalţi oameni trebuie să vadă că şi noi suntem predispuşi la greşeli şi vulnerabili, dar în acelaşi timp credincioşi şi dedicaţi lui Dumnezeu. Cu alte cuvinte, noi construim încredere în relaţiile noastre cu alţi oameni tocmai pentru că ne putem identifica cu ei în circumstanţele vieţii lor şi astfel putem să empatizăm cu ei. În acest fel construim relaţii cu oamenii, relaţii care le oferă încredere în noi pentru ca să-i putem ajuta să-şi poarte poverile.
Apostolul Pavel i-a îndemnat în această privinţă pe corinteni, pentru că relaţiile lui sociale, interpersonale erau exact opusul relaţiilor acelor lucrători care „strică Cuvântul lui Dumnezeu” (2 Cor. 2:17) şi care erau caracterizaţi de viclenie şi amăgire. Noi nu suntem asta, spune el. Din contră, comportamentul său a fost marcat de sinceritate înaintea lui Dumnezeu (2 Cor. 2:17). „Ca unii care am lepădat meşteşugirile ruşinoase şi ascunse, nu umblăm cu vicleşug şi nu stricăm Cuvântul lui Dumnezeu. Ci, prin arătarea adevărului, ne facem vrednici să fim primiţi de orice cuget omenesc, înaintea lui Dumnezeu.” (2 Cor. 4:2). Acesta este standardul pentru noi toţi în lucrare.
3) Autenticitate şi smerenie. Autenticitatea are de-a face cu a fi cine eşti cu adevărat – nu încercând să fii cineva în public şi altcineva în privat. Ipocrizia nu trebuie să existe în oamenii lui Dumnezeu. Trebuie să fim oameni a căror vieţi şi relaţii sunt exact ceea ce văd ceilalţi din afară. Asta înseamnă să fii autentic în relaţiile noastre – nu să pretindem că suntem oameni sfinţi ai lui Dumnezeu, când în realitate trăim un secret, un stil duplicitar de viaţă. Nu uita, Isus a urât ipocrizia.
Smerenie merge mână în mână cu autenticitatea. O persoană smerită este cienva care nu încearcă să atragă atenţia asupra lui. Să nu crezi că dacă eşti lider în biserică, asta te face „cineva” şi că ar trebui să fii întotdeauna în centrul atenţiei. De fapt, tu eşti slujitorul tuturor (Marcu 9:35).
Mândria este opusul smereniei. Apostolul Pavel ne-a avertizat cu privire la cei care sunt mândrii: „Dacă învaţă cineva pe oameni învăţătură deosebită, şi nu se ţine de cuvintele sănătoase ale Domnului nostru Isus Hristos şi de învăţătura care duce la evlavie,este plin de mândrie şi nu ştie nimic; ba încă are boala cercetărilor fără rost şi a certurilor de cuvinte, din care se naşte pizma, certurile, clevetirile, bănuielile rele,” (1 Tim. 6:3-4). Apostolul Iacov spune: „Dumnezeu stă împotriva celor mândri, dar celor smeriţi le dă har.” (Iacov 4:5 cf. 1 Petru 5:5). Apoi, Pavel spune: „Nu faceţi nimic din duh de ceartă sau din slavă deşartă; ci, în smerenie, fiecare să privească pe altul mai presus de el însuşi.Fiecare din voi să se uite nu la foloasele lui, ci şi la foloasele altora.” (Filipeni 2:3-4)
Concluzie: Oamenii lui Dumnezeu trebuie să fie cunoscuţi pentru puritatea comportamentului lui – sexual, etic şi social. Este uşor să alunecăm în aceste domenii şi să ne pătăm mărturia sau, mai rău, lucrarea noastră. Satan este atât de activ, încercând să-i facă pe oamenii duhovniceşti să păcătuiască în comportamentul lor şi, astfel, să dezonoreze numele lui Hristos. Lui Satan îi displace ceea ce facem şi obiectivul lui principal este să atace lucrarea noastră şi dacă este posibil să o distrugă. Făcând lucrul acesta, el nu numai că aduce dezastru în viaţa noastră dar şi în viaţă bisericii, să nu mai menţionez ridicolul şi ruşinea care poate fi adusă numelui lui Hristos.
De aceea, haideţi să ne dăm toate silinţele pentru a ne proteja viaţa morală, fiind un model duhovnicesc demn de urma pentru cei pe care îi conducem şi să stăm tari pentru Hristos, pentru ca să ne terminăm alergarea cu bucurie, luptând lupta cea bună a credinţei.
Data viitoare vom continua acest subiect a modelului duhovnicesc demn de urmat prin puritatea în gândirea, motivaţia şi cuvintele noastre.
Partea III. Gânduri Devoţionale
„Lucrarea vaselor de lut, Pt. 1: Natura lucrării” (2 Cor. 4:7-16)
De: Dr. Roger Pascoe
Institutul pentru Predicare Biblică,
Cambridge, Ontario
Dacă acest Dumnezeu despre care Pavel vorbeşte este atât de puternic încât să poruncească ca lumina să strălucească în întuneric şi El este cel care a făcut să strălucească lumina în inimile noastre pentru ca să-şi descopere gloria, atunci de ce vasele umane pe care le foloseşte în lucrare sunt atât de falimentare şi neputincioase? De ce există un contrast aşa de mare între puterea şi gloria lui Dumnezeu şi slăbiciunea şi fragilitatea lucrării umane? Acesta este paradoxul lucrării. Dumnezeu foloseşte mesageri slabi pentru a proclama un mesaj puternic pentru ca nimeni să nu se îndoiască de natura divină şi de sursa mesajului.
Vom descoperi faptul că apostolul Pavel a folosit o serie de paradoxuri pentru a descrie lucrarea. Acest articol va examina primul paradox: mesagerul slab vs. mesajul puternic.
PUTEREA PENTRU LUCRARE. Apostolul Pavel o descrie ca o comoară glorioasă pusă într-un vas de lut. „Comoara aceasta o purtăm în nişte vase de lut…” (4:7a). „Comoara aceasta” este termenul prin care apostolul Pavel se referă la gloria Evangheliei lui Hristos (4:3-4); lumina cunoştinţei slavei lui Dumnezeu pe faţă lui Isus Hristos (4:6). Mesajul pe care îl predicăm este „comoară”. „Vasele de lut” sunt slujitorii, agenţii umani, în care comoara este întrupată (sau încarnată şi arătată), şi prin care este proclamată. Acesta este paradoxul lucrării – contrastul dur dintre gloria mesajului şi slăbiciunea incredibilă a lucrătorului pe care Dumnezeu îl foloseşte să proclame mesajul.
Imaginea de aici este a unui vas de lut fragil, fărămicios şi ieftin care conţine o comoară. Această imagine portretizează muritori fragili şi firavi care conţin o comoară divină, care este Evanghelia lui Isus Hristos.
Contrastul dintre „comoară” şi „vase de lut” este intenţional – „pentru ca aceasta nemaipomenită putere să fie de la Dumnezeu, şi nu de la noi” (7b). Dumnezeu a proiectat lucrarea într-un mod paradoxal, folosind mesageri umani pentru a proclama mesajul Său divin pentru a intensifica sursa, puterea, caracterul extraordinar şi efectul supranatural al Evangheliei prin acele mijloace pe care le-a ales ca să o proclame şi să o arate, şi anume prin vasele umane slabe. De vreme ce Evanghelia schimbă vieţile în mod radical, nu este posibil să fie doar un mesaj uman; autorul ei poate să fie numai Dumnezeu. Mesajul puternic a lui Dumnezeu nu este limitat de slăbiciunea omului – ci mai degrabă este sporită de ea. Lucrul acesta este adevărat pentru fiecare slujitor al Evangheliei: noi suntem slabi pentru ca puterea lui Dumnezeu să fie manifestată prin noi. La fel a fost cazul cu Ghedeon şi cei 300 de oameni ai lui, care i-au învins pe madianiţi pur şi simplu spărgând vasele lor de lut pentru ca lumina să strălucească (Judecători 7:15ff; Evrei 11:34). La fel este şi cu noi – prin slăbiciunea noastră mărturisită şi evidentă, Dumnezeu îşi arată puterea şi gloria.
Lucrul acesta ne oferă o perspectivă corectă asupra lucrării. Putem fi mulţumitori pentru slăbiciunea noastră trupească şi pentru limitarea mentală, pentru că de asta se foloseşte Dumnezeu pentru a-şi aduce slavă. Mesagerul este slab, dependent şi temporal, dar mesajul este puternic, suveran şi etern. Noi suntem creaturi făcute din pământ, pe care Dumnezeu, prin harul Său, a ales să-I poarte numele şi Evanghelia.
Aceasta este puterea paradoxală a lucrării. Apoi, PRESIUNILE LUCRĂRII (4:8-9). Pavel dă exemple din propria lui viaţă pentru a arăta cum a experimentat el paradoxul dintre propria lui slăbiciune umană contrastată cu puterea abundentă a lui Dumnezeu. În ciuda circumstanţelor apăsătoare, Dumnezeu l-a eliberat întotdeauna. Ceea ce din punct de vedere omenesc a arătat ca o strâmtoare imposibilă, pentru puterea lui Dumnezeu nu a fost nici o problemă. Pavel a experimentat…
Presiune: „Încolţiţi în toate chipurile, dar nu la strâmtoare”. Satana doreşte să ne învingă prin presiuni zilnice, dar el nu ne poate zdrobi.
Dezorientare: „În grea cumpănă, dar nu deznădăjduiţi”. Apar situaţii în lucrarea noastră în care nu ştim ce să facem. Nu ştim ce trebuie să facem dar nu disperăm.
Persecuţie: „Prigoniţi dar nu părăsiţi”. (vezi 2 Tim. 4:16-17; 2 Tim. 3:12; Ioan 16:33; Evrei 13:5; Matei 28:20)
Atacuri fizice: „Trântiţi jos, dar nu omorâţi”. Pavel a fost lovit de multe ori cu pietre în Listra (Fapte 14:19f) şi lăsat aproape mort, dar nu a fost niciodată distrus pentru că Dumnezeu l-a ridicat din nou.
Acestea sunt unele din experienţel paradoxale ale slăbiciunii mesagerului prin care mesajul puternic al lui Dumnezeu este proclamat.
Am văzut, aşadar, paradoxurile experimentate în puterea şi presiunea lucrării. Acum, SCOPUL LUCRĂRII(4:10-12). Aceste versete sunt o însumare a versetelor 8-9. Realitatea pentru lucrătorii autentici este că, în mod paradoxal, ei mor pentru a trăi. Slăbiciunea vaselor umane este manifestată în „purtăm întotdeauna în noi, în trupul nostru, omorârea Domnului Isus” (10a). Dar puterea lui Dumnezeu este manifestată în slăbiciunea noastră pentru scopul acesta „pentru ca şi viaţa lui Isus să se arate în trupul nostru” (10b). Slujitorii lui Hristos sunt uniţi cu Hristos pentru ca moartea Sa să fie a noastră şi viaţa Lui să fie a noastră. „Căci noi, cei vii, totdeauna suntem daţi la moarte din pricina lui Isus, pentru ca şi viaţa lui Isus să se arate în trupul nostru muritor.”(11). Orice suferinţă trăită de slujitorul lui Hristos nu este de dragul suferinţei, ci numai de „dragul lui Isus”. Noi nu ne dorim astfel de experienţe, cu mult mai puţin cele care ne fac să suferim. Mai degrabă, vrem să suferim aşa cum El a suferit. Aşa cum lumea l-a urât pe El, ne va urî şi pe noi. Pe măsură ce ne identificăm cu El, vom experimenta ceea ce El a experimentat. Noi suntem „scăpaţi de la moarte de dragul lui Isus”, trăim morţi faţă de lume şi vii faţa de Dumnezeu, pentru că a trăi este Hristos iar a muri un câştig.
În moartea împreună cu Hristos, viaţa Lui „se arată în trupurile noastre”. Noi purtăm semnele morţii lui Hristos în noi şi noi de asemenea manifestăm viaţa înviaţă din morţi şi glorioasă. „Astfel că în noi lucrează moartea, iar în voi viaţa”. (12). Cu alte cuvinte, prin experienţele morţii ale lui Pavel (persecuţie, zdrobire, lovire, etc.) el a adus Evanghelia la corinteni care a produs viaţăîn ei. Pentru ca ei să trăiască în Hristos, el a trebuit să moară spiritual şi metaforic. Până la urmă, lucrul acesta merită toată suferinţa. Există un scop în a fi „scăpat de moarte de dragul lui Isus” – pentru ca alţii să trăiască în El. Aşa a fost şi pentru Domnul Isus. El a murit pentru ca noi să trăim. Şi ciclul este acum reprodus în noi şi noi îl vom continua până se va întoarce.
Acesta este un principiu biblic: viaţa se naşte din moarte. „Adevărat, adevărat vă spun că dacă grăuntele de grâu care a căzut pe pământ nu moare, rămâne singur; dar dacă moare, aduce mult rod.” (Ioan 12:24). Astfel bărbaţii şi femeile îşi dau viaţa (spiritual, şi câteodată, fizic) în lucrarea creştină pentru ca alţii să trăiască.
În final, PERSPECTIVA LUCRĂRII(4:13-15). În ciuda presiunii lucrării, noi lucrăm printr-o perspectivă a credinţei. Credinţa ne ajută să vorbim pentru Hristos. Pavel spune: Ceea ce psalmistul a spus în Psalmul 116 despre duhul credinţei este adevărat desper mine: „Am crezut, de aceea am vorbit” (13). Ceea ce spunem exprimă ceea ce credem (cf. Rom. 10:9). De asemenea credinţa trebuie exprimată în cuvinte.
În ciuda presiunii lucrăii, noi slujim pe alţii pentru că există şi o perspectivă a viitorului. Învierea lui Hristos este pârga (precursorul) şi garanţia învierii noastre. Aşa cum Dumnezeu „a înviat din morţi pe Domnul Isus” (cf. Ef. 1:19-20) tot aşa „ne va învia şi pe noi împreună cu Isus şi ne va face să ne înfăţişăm împreună cu voi”. Într-o zi, acei care sunt roadele lucrăii noastre vor fi „înfăţişaţi” împreună cu noi înaintea lui Dumnezeu (cf. Col. 1:22,28)
Perspectiva viitoare învieri a noastre, împreună cu cei pe care i-am slujit, ne încurajează în lucrarea noastră, în ciuda experienţelor, chiar şi a suferinţelor şi a morţii (cf. vv. 8-11). „Toate aceste lucruri” (15) – toate experienţele lucrării – sunt „în folosul vostru” (a celor pe care îi slujim). Ceea ce suferim pentru Hristos se extinde în ceea ce suferim pentru poporul Său, pentru ca astfel, în mod paradoxal, prin experienţele noastre în suferinţă şi necazuri, harul lui Dumnezeu să se răspândească la mulţi şi „să facă să sporească mulţumirile spre slava lui Dumnezeu”. Aceasta este perspectiva corectă asupra lucrăii.
„De aceea, noi nu cădem de oboseală” (4:16a). Observaţi cum această frază este atât în versetul 1 cât şi în versetul 16. Tot ceea ce s-a spus între (vv. 2-15) sunt motive pentru care noi nu trebuie „să cădem de oboseală” în lucrare. Şi tot acest pasaj are legătură cu lucrarea descrisă în 3:7-18 şi se leagă cu 4:16-5:11, care priveşte la moartea fizică ca destinaţia ultimă la care suferinţa prezentă în lucrare conduce.
Deci, urmarea acestui gând este:
1. O imagine a lucrării glorioase a Noului Legământ (3:7-18).
2. Această slujire ne determină să nu cădem de oboseală indiferent de circumstanţe (4:1-16a).
3. Chiar dacă murim fizic în timpul slujirii noastre, noi nu cădem de oboseală din cauza perspectivei învierii viitoare (4:16-5:11).
Este uşor să îţi pierzi entuziasmul când eşti în lucrare, dar iată perspectiva corectă: să trăim ca şi cei care sunt gata să moară pentru evanghelie. Să nu permitem circumstanţelor, nedumeririlor sau deznădejdilor să ne scoată din lucrare. Acesta este preţul de a fi un slujitor autentic al evangheliei de dragul Domnului Isus şi de dragul poporului Său.
Partea IV–A. Schiţe De Predici
Ioan 4:1-22, Dialogul Domnului Isus Cu Femeia Samariteancă, Partea 1
Pentru varianta audio in Engleză a acestor mesaje faceţi click pe aceste link-uri: Ioan 4:1-3; Ioan 4:4-11; Ioan 4:12-14; Ioan 4:14-18
Titlu: Abordarea Stăpânului faţă de Evanghelizare
Subiect: Depăşirea barierelor spirituale şi sociale în evanghelizare
Punctul 1: Bariere inter sociale (7-9)
1. Prin ignorarea prejudecăţilor culturale
2. Prin implicarea în conversaţie personală
Punctul 2: Concentrează-te pe adevărul spiritual (10-15)
1. Prin schimbarea temei de discuţie de la cele fizice la cele spirituale (10-12)
2. Prin schimbarea temei de discuţie de la cele temporare la cele eterne (13-15)
Punctul 3: Atinge Conştiinţa Vinovată (16-18)
1. Prin solicitarea unei recunoaşteri voluntare (16-17a)
2. Prin prezentarea revelaţiei divine (17b-18)
1 Adaptat din Stephen Olford, Anointed Expository Preaching (Nashville: Broadman & Holman,1998), 43-44.
2 Olford, Anointed, 44.
3 A. W. Tozer, citat de Austin L. Sorenson, in Pulpit Helps, April 1979.
4 John MacArthur, “The Man of God” (“Omul lui Dumnezeu”) in The Believer’s Study Bible (Biblia de Studiu a Credinciosului) (Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1991), 1866.
5 William Hendriksen, “Commentary on 1 Timothy” (“Comentariu pe 1 Timotei”) in Exposition of the Pastoral Epistles (Expunerea Epistolelor Pastorale) (Grand Rapids: Baker Books, 1957), 205.
Related Topics: Pastors
La Revue Internet Des Pasteurs, Fre Ed 1, Edition de l'Automne 2011
Edition de l’Automne 2011
Produit par le
Dr Roger Pascoe, Président de
l’Institut pour la Prédication Biblique
Cambridge, Ontario, Canada

Ceci est la première édition d’une revue trimestrielle pour pasteurs. Chaque édition contiendra des articles sur une partie ou l’ensemble des sujets suivants : la prédication, le leadership dans l’église, le ministère pastoral, l’histoire de l’église, les plans de prédication, ainsi que des méditations pour votre propre encouragement. Le ministère en ligne est destiné particulièrement aux pasteurs et à toute personne impliquée dans le ministère chrétien de façon générale.
Notre mission est de « renforcer les capacités de l’église dans les domaines de la prédication biblique et du leadership ». Nous espérons que cette publication électronique y contribuera car nous cherchons à enseigner, aider, et encourager les serviteurs de Dieu à travers le monde, y compris dans les régions les plus éloignées.
Que le Seigneur vous bénisse dans votre service pour lui et que ces articles soient pour vous une source d’inspiration et de motivation dans la proclamation de la Parole de Dieu et dans votre leadership au sein du peuple de Dieu.
1ère partie : La Predication: Qu’est ce que la prédication ?
Par : Dr Roger Pascoe, Président de
l’institut pour la Prédication Biblique
Cambridge, Ontario, Canada
La prédication biblique c’est la proclamation publique d’un message divin tiré des Saintes Ecritures. La prédication sous-entend la proclamation d’un message de la part de Dieu pour une certaine audience, à un certain endroit, et à un certain moment. Il s’agit d’un message provenant de la Parole de Dieu (les Saintes Ecritures) et que vous expliquez et appliquez à la vie de vos auditeurs.
Il est primordial qu’un tel message soit d’abord personnalisé et appliqué votre propre vie (ce que nous appelons « la prédication incarnationnelle ») afin que ce que vous prêchez soit exemplifié et que votre audience constate en vous le vécu du message avant eux.
La prédication biblique n’est ni une conférence publique, ni un discours, ni un monologue dramatique. Elle a des formes et fonctions qui lui sont propres. «Un prédicateur n’est pas un auteur lisant son propre manuscrit ; il est une Voix, un Feu, un Héraut, plein d’assurance et de bonne volonté dans sa mission sacrée – un orateur parlant au nom du ciel et par son autorité. Il y a plus d’auteurs au pupitre que de prédicateurs. » 1
Il existe plusieurs définitions de la prédication biblique (souvent appelée prédication par exposition), telles que celles de :
Stephen Olford : « la prédication par exposition est l’explication et la proclamation divinement inspirée du texte de la Parole de Dieu, en prêtant attention à la signification historique, contextuelle, grammaticale et doctrinale du passage considéré, et dans l’intention spécifique de susciter une réponse source de transformation en Christ».
Haddon Robinson : « La prédication par exposition est la communication d’un concept biblique induit et transmis au moyen d’une étude historique, grammaticale, et littéraire d’un passage dans son contexte, et que le Saint Esprit applique d’abord à la personne et à l’expérience du prédicateur, puis à travers lui, à ses auditeurs. »2
John Stott : « L’expositeur révèle ce qui semble fermé, rend clair ce qui est obscure, défait ce qui est noué et déploie ce qui est solidement enrobé… Notre responsabilité en tant que expositeurs est de dévoiler le texte de sorte à ce qu’il livre son message clairement, pleinement, de façon pertinente, sans addition, ni soustraction, ni falsification. »3
J.I. Packer : « Le vrai concept de la prédication (par exposition) est que le prédicateur doit devenir un porte-parole pour le texte, en le dévoilant et en l’appliquant comme parole venant de Dieu pour les auditeurs, en s’exprimant seulement pour laisser le texte parler par lui-même et être compris, et de sorte à ce que les auditeurs puisse discerner la voix de Dieu. »4
J’ai deux définitions – une courte et une autre plus longue
Ma définition courte : « Prêche la Parole » (2 Tim 4 :2)
Ma définition longue : « La prédication biblique est une proclamation de la Parole de Dieu par la puissance du Saint Esprit ; une proclamation qui interprète avec précision sa signification, explique clairement sa vérité, déclare son message avec autorité, et applique sa signification de façon pratique (en adéquation avec la vie contemporaine) dans le but de susciter une réponse source de transformation spirituelle chez les auditeurs. »
Toute prédication doit être biblique. Elle doit être tirée de (et en fait être) la Parole de Dieu prononcée par le prédicateur. La prédication biblique c’est la vérité de Dieu livrée par un canal humain. La prédication biblique requiert une perception plus élevée des saintes écritures – c'est-à-dire qu’elles sont inspirées du Saint Esprit et par conséquent pleinement dignes de confiance. La Parole de Dieu est l’autorité suprême pour les chrétiens en matière de foi et de conduite. Elle est donc notre seule autorité pour la prédication. Si nous échouons à prêcher la Parole de Dieu, notre prédication ne vaut pas mieux que de la simple philosophie.
Il y a deux approches pour la prédication : l’une appelée prédication biblique (ou prédication par exposition) et l’autre appelée prédication thématique. La prédication thématique commence par le choix du prédicateur qui décide du sujet et le développe ensuite à l’aide de différents textes y afférents. Les dangers dans la prédication thématique c’est que : (1) l’audience peut être dans la confusion parce qu’une grande variété de textes sont habituellement cités ; (2) et elle peut être source d’égarement, particulièrement si les textes sont utilisés en dehors de leur contexte (ce qui est souvent le cas). Mais la prédication thématique peut être bénéfique parce qu’elle donne l’opportunité de présenter un large éventail de prescriptions bibliques sur un sujet donné. En d’autres termes, elle peut servir à faire une présentation systématique sur un sujet biblique.
Par contre la prédication biblique commence avec le texte à partir duquel le prédicateur détermine le sujet par la suite. Dans ce cas, le prédicateur est conduit premièrement par le texte, puis en second lieu par le sujet. Le prédicateur ne traite que de ce texte et rien que de ce sujet dans sa prédication. Cela ne signifie pas que nous ne pouvons pas faire référence à d’autres textes y afférents. Nous pouvons par moment faire allusion à d’autres textes pour appuyer ce que nous disons. De la sorte, nous démontrons l’unité de la Parole de Dieu. Donc les deux approches sont valables, mais je crois que notre première approche de la prédication devrait être de partir de la Parole de Dieu et de développer le sujet qui est abordé par le passage choisi. Mais quelle que soit l’approche que vous choisissez, faites en sorte de « prêcher la parole ! »
Qu’est-ce donc la prédication ? La prédication implique quatre choses :
1. La proclamation
2. L’interprétation
3. L’explication
4. L’application
Dans les prochaines parutions de notre revue nous allons développer chacun de ces aspects de la prédication. Que le Seigneur vous bénisse alors que vous cherchez à le glorifier en proclamant avec précision et clarté la vérité divine dans la vie des gens.
2ème partie: Leaderhip: Etre un modèle selon Dieu
« Sois un modèle – en pensée, en parole, en actes »
Par : Dr Roger Pascoe, Président de
l’institut pour la Prédication Biblique
Cambridge, Ontario, Canada
Qu’est ce qu’un modèle ?
Un modèle est un exemple – quelque chose ou quelqu’un à imiter ou à suivre. Etre un modèle selon Dieu était très important pour l’apôtre Paul. Non seulement il était un modèle dans sa propre vie, mais il nous exhorte à devenir aussi des modèles dans notre vie. Voici comment il l’exprime :
- « Je vous en conjure donc, soyez mes imitateurs. » 1 cor4 :16
- « Ces choses leur sont arrivées pour servir d’exemples » 1 cor 10 :11
- « Soyez mes imitateurs, comme je le suis moi-même de Christ. » 1 cor 11 :1
- « Soyez tous mes imitateurs, frères, et portez les regards sur ceux qui marchent selon le modèle que vous avez en nous. » Phil 3 :17
- « … en sorte que vous êtes devenus un modèle pour tous les croyants de la Macédoine et de l’Achaïe. » 1 thess 1 :7
- « Vous savez vous-mêmes comment il faut nous imiter, car nous n’avons pas vécu parmi vous dans le désordre. » 2 Thess 3 :7
- « … mais nous avons voulu vous donner en nous-mêmes un modèle à imiter. 2 thess 3:9
- « …sois un modèle pour les fidèles, en parole, en conduite, en charité, en foi, en pureté. » 1 tim 4:12
D’autres auteurs du Nouveau Testament ont aussi mis l’accent sur l’importance d’être un modèle ou un exemple.
Jacques : « Prenez, mes frères, pour modèles de souffrance et de patience les prophètes qui ont parlé au nom du Seigneur. » Jacques 5 :10
Pierre : « Et c’est à cela que vous avez été appelés, parce que Christ aussi a souffert pour vous, vous laissant un exemple, afin que vous suiviez ses traces.» 1pierre 2 :21
Hébreux : « … et que vous imitiez ceux qui, par la foi et la persévérance, héritent des promesses. » Hébreux 6 :12
L’apôtre Jean nous enseigne aussi que nous devons imiter les bons exemples et nous détourner des mauvais. « Bien-aimé, n’imite pas le mal, mais le bien. » 3 jean 11. Gaus (à qui Jean écrivait) devait imiter Démétrius comme un modèle pour sa vie et son leadership. Tout le monde rendait « un bon témoignage de Démétrius. » (v12). En occurrence, il avait une bonne réputation comme une personne sur qui on pouvait compter, quelqu’un à imiter et suivre. Il était évidement un homme de bon caractère et qui pratiquait la vérité.
Naturellement le meilleur exemple est celui de Dieu et du Seigneur Jésus. Paul dit : «Devenez donc les imitateurs de Dieu, comme des enfants bien-aimés » (Eph 5 :1) Comment imitons nous Dieu ? Nous imitons Dieu de manière positive et négative. Positivement nous imitons Dieu en «marchant dans la charité, à l’exemple de Christ, qui nous a aimés » (V2). Nous imitons Dieu en ne permettant pas à un comportement malsain de se manifester parmi nous, « ainsi qu’il convient à des saints. » (v3)
Jésus lui-même a dit a ses disciples : « car je vous ai donné un exemple, afin que vous fassiez comme je vous ai fait. » (Jean 13 :15). Jésus venait de laver les pieds de ses disciples, leur donnant ainsi un grand exemple de service et d’humilité. Un exemple qu’il les exhorte à mettre en pratique dans leur vie. Bien évidemment le plus grand exemple c’est le sacrifice du Seigneur Jésus à la croix. C’était l’exemple suprême d’humilité, de sacrifice, et de souffrance pour le bonheur des autres. (Phil 2 :1-16)
Etre un exemple pour les autres c’est ce que nous appelons « mentorat ». Nous pouvons être un mentor pour les gens de différentes manières, n’est ce pas ? Il y a le mentorat intentionnel où nous passons du temps avec quelqu’un et il apprend de nous (votre manière de vivre, ce que vous pensez, comment vous agissez, ce que vous croyez, comment vous réagissez, comment vous entretenez des relations avec les autres, etc.). Et il ya aussi un mentorat « passif » dans lequel les gens vous observent simplement à distance (ils voient comment vous agissez, entendent ce que vous dites, etc.). Et ils apprennent de vous. Bien souvent ils vous imitent sans que vous ne vous en rendiez compte. Ceci est particulièrement vrai pour les pasteurs. Nous sommes observés par nos fidèles, nos voisins, nos familles, et tous ceux avec qui nous traitons. Ils sont à l’affût pour voir comment nous vivons afin de déterminer si nous sommes vraiment des personnes dignes d’être suivis ou imités. Vous ne savez jamais quand est-ce qu’une personne vous observe et quelle est l’influence que vous avez sur sa vie. Nous faisons continuellement l’objet d’un examen minutieux dans nos familles, sur nos lieux de travail, et dans la communauté chrétienne.
Votre exemple peut être aussi frappant que celui des Thessaloniciens qui ont été, comme le disait Paul, « mes imitateurs et ceux du Seigneur, en recevant la parole au milieu de beaucoup de tribulations, avec la joie du Saint Esprit, en sorte que vous êtes devenus un modèle pour tous les croyants de la Macédoine et de l’Achaïe. 1 Thess 1 :6-10. Ce qu’il ont vu et entendu chez l’apôtre Paul est devenu le soubassement de leur propre vie et de leur témoignage, de sorte qu’eux mêmes sont devenus des exemples pour les autres. C’est cela l’impact qu’une personne modèle peut avoir sur les autres. Vous inspirez les autres et ils observent ce que vous faites, ce que vous dites, ce que vous pensez, ce que vous ressentez, et comme résultat, ils suivent parce que vous êtes un « modèle pour le troupeau. » (1pierre 5 :3)
Soyons donc de façon consciente et intentionnelle des modèles chrétiens, positifs, qui craignent Dieu et que les autres peuvent suivre avec confiance. Etre un modèle selon Dieu comporte plusieurs aspects. Dans le présent article, nous allons examiner un seul aspect, puis dans les numéros suivants nous considérerons les autres. Aujourd’hui nous voulons voir ce que cela signifie d’être …
Un modèle d’engagement.
L’apôtre Paul était un exemple pour Timothée. Il a encouragé Timothée à être un exemple par son engagement. « Sois un modèle pour les fidèles, en parole, en conduite, en charité, en foi, en pureté… Occupe-toi de ces choses, donne-toi tout entier à elles, afin que tes progrès soient évidents pour tous. » (1 tim 4 :12 et 15). L’engagement signifie s’occuper de ces choses cités plus haut, se donner tout entier à elles.
Si nous voulons être des modèles dans nos vies personnelles et dans le ministère pastoral, nous devons nous donner entièrement aux choses auxquelles Dieu nous a appelés. La vie chrétienne est une vie d’engagement total, si du moins nous voulons être des disciples authentiques du Seigneur.
Jésus a dit : « quiconque d’entre vous ne renonce pas à tout ce qu’il possède ne peut être mon disciple. » (Luc 14 :33). N’est ce pas là un engagement à 100% qu’il demande? C’est justement ce genre d’engagement qui retient l’attention des autres et qui les pousse à s’engager totalement à leur tour pour le Seigneur.
En tant que pasteurs et dirigeants d’églises cette injonction est bien évidement encore plus pertinente. Si nous ne sommes pas entièrement consacrés à Dieu, qui voudra bien nous suivre ? Pourquoi quelqu’un voudrait-il bien nous suivre ? Nos vies doivent être si radicalement différentes et empruntes de pureté que les autres perçoivent aisément notre total engagement comme disciples de Christ en parole, en pensée, et en action. Nous devons acquérir la discipline et l’engagement quotidiens des athlètes, des laboureurs, et des soldats comme nous le dit l’apôtre Paul (2tim 2 :4-6). Quelles sont les caractéristiques de ces personnes sus-cités que nous devons manifester dans nos propres vies ?
D’abord l’exemple du soldat (2tim 2 :5). Ce qui est exigé en premier lieu d’un bon soldat c’est d’être discipliné et endurant. Les soldats doivent être continuellement sur le qui-vive. Ils doivent être toujours vigilants pour débusquer l’ennemi. Ils ne peuvent pas se permettre de s’assoupir à la tache ou de devenir légers dans leur loyauté et leur fidélité à « celui qui les a enrôlé ». Leur devoir est de servir et protéger leur pays. C’est cela leur devoir inconditionnel quelles que soient les circonstances.
Ensuite l’exemple de l’athlète (2tim2 :5). La première caractéristique des athlètes c’est certainement l’effort dans la discipline. Les athlètes doivent beaucoup s’auto-discipliner pour s’entrainer et se former de façon continue afin de devenir les meilleurs dans leurs disciplines sportives. A cause leur vie d’autodiscipline les athlètes renoncent aux plaisirs dont leurs amis jouissent. Ils doivent avoir un sommeil suffisant, manger la nourriture appropriée, éviter les mauvaises habitudes, et abandonner les autres activités afin de poursuivre leur but. Bien sûr les athlètes sont soumis à bien plus de choses que leur discipline dans l’entrainement. Ils sont aussi soumis à la discipline de l’obéissance. Les athlètes doivent connaitre et se soumettre aux règlements de façon scrupuleuse. Autrement le danger qu’ils encourent c’est de remporter la course mais se voir disqualifiés par la suite parce qu’ils ont violé les règles du jeu (voir 2 cor 9 :24 -27). Leurs efforts auraient alors été vains.
Enfin l’exemple du laboureur (2tim2 :6). Les laboureurs nous offrent un bon exemple de discipline dans la constance. Ils doivent travailler dur pour préparer le sol, semer, enlever les mauvaises herbes. Cela demande de l’auto-discipline, car personne n’est là pour pousser le laboureur à travailler. Il pourrait décider de mener la vie facile, prendre quelques semaines de congés, laisser les champs et les récoltes prendre soin d’eux-mêmes …
Ensuite, lorsqu’il a fini son travail il doit faire preuve d’une dépendance complète, car seul Dieu peut envoyer le soleil et la pluie pour faire pousser les plantes. Le laboureur est limité dans ce qu’il peut faire. Même s’il travaille très dur, il ne peut pas faire pousser une plante (seul Dieu en est capable). Tout ceci demande donc une totale dépendance.
Conclusion
Sur la base de ces exemples d’engagement (le soldat, l’athlète et le laboureur), je voudrais vous encourager à investir tout le temps et l’énergie nécessaires pour bien vous conduire dans votre vie privée et dans votre ministère publique en étant un modèle d’engagement dans l’endurance, dans l’effort, et dans la constance. Permettez aux gens voir votre degré d’engagement dans le témoignage chrétien et le ministère. Permettez aux gens de voir combien vous êtes sérieux dans la vie chrétienne, et que votre ministère pastoral n’est pas juste un emploi, mais une vocation, un appel.
Ne soyez pas partagé dans votre cœur au sujet de la vie chrétienne et du ministère. La médiocrité n’a pas de place dans la vie chrétienne. Tout ce que nous faisons doit être fait pour la gloire de Dieu, et cela sous-entend que nous le fassions de notre mieux, avec excellence, et de tout cœur.
3ème partie : Histoire De L’histoire : Se souvenir du passé
Par : Dr Michael A. G. Haykin,
Professeur d’histoire de l’église et de spiritualité biblique
au Séminaire Théologique Baptiste du Sud, Louisville, Kentucky
1. Pourquoi Nous Souvenir Du Passe?
Un des merveilleux dons que Dieu a accordé à la race humaine c’est la mémoire et la capacité de se souvenir du passé. Le fait de nous souvenir de notre passé personnel est absolument vital pour savoir qui nous sommes et pour avoir un certain sens de notre identité au plan personnel. Nous savons tous à quel point les maladies qui ravagent la mémoire des individus détruisent leurs capacités à fonctionner de façon raisonnable dans le présent. Ceci s’applique aussi aux communautés et aux nations. Lorsqu’une communauté ou une nation oublie son passé et ses origines, elle se retrouve complètement désorientée et finalement incapable d’avancer vers son avenir. Ne sachant pas d’où elle est venue, elle ne peut se frayer un chemin vers le futur. Bien sur, dans notre monde déchu ce don du souvenir peut faire l’objet d’abus tout comme n’importe quel autre don. Ce don peut emprisonner un individu ou une communauté dans un passé plein de regret et de désespoir, ou alors un passé plein d’amertume et d’une haine revancharde.
S’il est vrai que la connaissance du passé est incontournable pour mener une vie sensée au présent et au futur (et je le crois fermement), alors le mouvement évangélique moderne a un avenir incertain car nous vivons une époque où le niveau de connaissance de notre passé en tant qu’évangéliques est dramatiquement bas. Qui sont nos devanciers et que croyaient-ils ? Quelle était leur expérience de Dieu et comment ont-ils conçu les églises qu’ils ont fondées (ces églises dont nous avons justement hérité). Qu’est ce qui a fait d’eux ce qu’ils étaient et que pouvons-nous apprendre de leurs vies et leurs convictions pour mieux vivre notre foi chrétienne aujourd’hui ? Bien trop d’évangéliques n’en savent absolument rien, et ils ne s’en soucis pas du tout d’ailleurs. A cet égard, ils sont influencés par la culture moderne qui se préoccupe passionnément du siècle présent, anticipant impatiemment le futur, mais totalement désintéressé par le passé. Et même lorsqu’un intérêt passager est manifesté pour le passé, c’est pour servir d’échappatoire et de diversion. Il n’y a pas de réel recours au passé pour en tirer de la sagesse pour le présent et le futur. Cet oubli des évangéliques de leur passé peut être assimilé à une forme de conformité au monde.
Les écritures font pourtant énormément cas de l’importance du souvenir5.
- 1 chron 16:12/psaume 105:5 « Souvenez-vous des prodiges qu’il a faits, de ses miracles et des jugements de sa bouche »,
- Heb 13 :7 « Souvenez-vous de vos conducteurs qui vous ont annoncé la parole de Dieu ; considérez quelle a été la fin de leur vie, et imitez leur foi. » Notez que cet appel au souvenir vient après le plus long chapitre de l’épitre aux hébreux (le ch 11) où un rappel est fait sur les héros de la foi)
- Michée 6 :5 « Mon peuple, rappelle-toi ce que projetait Balak, roi de Moab, Et ce que lui répondit Balaam, fils de Beor, De Sittim à Guilgal, Afin que tu reconnaisses les bienfaits de l’Eternel. »
- Deut 24 :9 « Souviens-toi de ce que l’Eternel, ton Dieu, fit à Marie pendant la route, lors de votre sortie d’Egypte. » Luc 17 :32 « Souvenez-vous de la femme de Lot. »
Dans notre revue trimestrielle nous voulons nous souvenir des événements et des gens du passé, depuis les premiers jours de l’église jusqu’aux événements et personnages récents, en passant par la grande réforme. Cela du fait que les événements de ces époques ont contribué à faire de nous ce que nous sommes aujourd’hui. Si ces événements ne s’étaient pas produits les choses seraient carrément différentes aujourd’hui. Nous allons nous en souvenir non seulement pour avoir une meilleure idée de nos origines, mais aussi pour savoir ce que les gens de cette époque peuvent nous apporter comme sagesse pour le présent.
4ème Partie: Meditations: La prédication pleine d’autorité de Jésus6
Par : Dr John MacArthur, Pasteur de
l’Eglise Communauté de la Grace, Sun Valley, Calif.
« Dès ce moment Jésus commença à prêcher » (Mat 4 :17)
Notre Seigneur a proclamé le message de l’évangile avec conviction. Sa mission n’était pas de se disputer ou de débattre avec ses opposants mais de prêcher la vérité du salut. Il n’a pas seulement proclamé des certitudes, mais il l’a fait avec la plus grande autorité (mat 7 :28).
Les scribes ne pouvaient pas prêcher avec autorité parce qu’ils avaient tellement mélangé des opinions et interprétations purement humaines avec les vérités bibliques qu’ils avaient perdu leur autorité depuis longtemps. Les gens étaient alors très stupéfaits d’entendre quelqu’un comme Jésus prêcher avec une autorité réelle comme le faisaient les prophètes (mat 7 :28-29).
Jésus a prêché précisément et uniquement ce que son Père l’a envoyé proclamer, ce qui sans aucun doute a donné du poids à son autorité. Il confirme lui-même ce fait. « Car je n’ai point parlé de moi-même ; mais le Père, qui m’a envoyé, m’a prescrit lui-même ce que je dois dire et annoncer. » (Jean 12 :49)
S’appuyant sur cette autorité divine, Christ nous envoie dans le monde comme ses ambassadeurs en ces termes : « Tout pouvoir m’a été donné dans le ciel et sur la terre. Allez, faites de toutes les nations des disciples. » (Mat 28 :18b-19a). Tous les croyants qui sont témoins de l’évangile proclameront la vérité de Dieu par Son autorité et par Sa puissance.
Question à méditer : l’autorité de Jésus qui a impressionné les gens de son époque est due à son authenticité. Si les gens ne montrent pas de respect pour Dieu et pour sa parole de nos jours, dans quelle mesure cela peut-il être attribuable au manque d’authenticité de son peuple ? Priez que Dieu nous donne de manifester et de témoigner fidèlement de sa grâce dans votre vie.
5ème Partie : PLANS DE SERMONS
Par : Dr Roger Pascoe, Président de
l’institut pour la Prédication Biblique
Cambridge, Ontario, Canada
L’objectif que nous poursuivons en vous donnant des plans de sermons dans la Revue Internet des Pasteurs c’est de vous aider dans la préparation de vos prédications. Bien souvent, la partie la plus difficile dans la préparation d’un message c’est de découvrir la structure du passage biblique sur lequel vous devez prêcher. Dans des numéros subséquents de notre revue je vous expliquerai en détail comment procéder pour trouver la structure du texte (ou le plan) telle que l’auteur lui-même l’a voulue.
Ces plans de sermon visent à vous présenter quelques-uns de mes propres produits finis. J’espère que vous pourrez voir comment ils sont liés et dérivent directement du passage de l’écriture lui-même.
La principale chose dans ces plans de sermon c’est la mise en exergue des principes induits par le texte, tout ceci en rapport avec le seul sujet dont traite le passage. Ces principes sont formulés de sorte à les mettre en connexion directe avec l’auditeur du sermon. En utilisant cette façon de formuler les principaux points, la prédication n’est plus une conférence publique sur une partie de l’histoire ancienne, mais un message de la part de Dieu pour vos auditeurs d’aujourd’hui. A mesure qu’ils entendent ces principaux points pendant le message, ils sont impliqués dans la prédication parce qu’ils voient que les principes émis par le passage concernent leurs vies (leurs problèmes, leurs comportements, leurs décisions, leurs attitudes, leur vie spirituelle, leur famille, etc.)
Je vais commencer par une série de plans de sermon sur l’évangile de Jean. Ces plans ne seront pas une séquence de versets et de chapitres mais seront groupés de la manière suivante :
- Les 7 actes supranaturels de Jésus (notamment ses miracles)
- Les 7 dialogues significatifs de Jésus
- Les 7 affirmations de Jésus sur lui-même (notamment ses affirmations en « Je suis »)
Je sais que tant que vous n’avez pas vraiment entendu les prédications correspondantes vous pourriez avoir des difficultés à comprendre les plans de sermon seuls. Pour cette raison, nous avons publié sur un site internet mes prédications correspondant à ces plans (voir http://bible.org/roger-pascoe-radio-message). Etant donné que ces prédications ont été enregistrées pour les auditeurs d’une radio (et non pas pour des cultes du dimanche), vous constaterez que nous avons fait plusieurs prédications pour couvrir un seul plan de sermon.
Sentez-vous libre d’utiliser ces plans de sermon pour vous-même. Vous pouvez les utiliser tels qu’ils sont publiés, ou alors les modifier comme bon vous semble. Que vous utilisiez ces plans de sermons ou pas, mon espoir c’est que vous puissiez remarquer les parties des écritures d’où viennent les principes énumérés, et que vous sachiez comment les formuler pour votre audience.
Voici donc trois plans de sermon sur les 7 actes supranaturels de Jésus.
2. Jésus change l’eau en vin (Jean 2 :1-11)
Thème : la foi en action
Point n°1 : La foi est le reflet d’une certitude inébranlable (2 :1-5)
1. La certitude que Jésus connait nos circonstances (2 :3)
2. La certitude que Jésus se soucie de nos problèmes (2 :4)
3. La certitude que Jésus répond à nos besoins (2 :5)
Point n°2 : La foi répond avec une obéissance inconditionnelle (2 :6-8)
1. L’obéissance aux choses qui ne semblent pas raisonnables (2 :7)
2. L’obéissance en dépit de ce que les autres pourraient penser (2 :8)
Point n°2 : la foi reconnait qu’une bénédiction n’est pas un mérite (2 :9-11)
1. La foi reconnait d’où vient la bénédiction imméritée ((2 :9-10)
2. La foi reconnait la finalité d’une bénédiction imméritée (2 :11)
3. Jésus guérit le fils d’un officier du roi (Jean 4 :46-54)
Thème : La foi en la Parole de Dieu
Contexte : 4 :46
Point n°1 : Notre besoin de Dieu est mis à nu par notre désespoir
1. Là où nous voyons des besoins physiques Dieu voit des besoins spirituels (4 :47-48)
2. Là où nous persistons dans l’ignorance Dieu résiste par la sagesse (4 :49-50a)
Point n°2 : La foi en Dieu est le remède à notre déchéance spirituelle (4 :50b-53)
1. La foi commence par l’acceptation de la parole de Dieu (4 :50b)
2. La foi agit en obéissant à la volonté de Dieu (4 :50c)
3. La foi est confirmée par les œuvres de Dieu (4 :51-52)
4. La foi est prouvée par la conviction qu’apporte la vérité de Dieu (4 :53)
4. Jésus guérit le paralytique de Bethesda (Jean 5 :1-47)
Thème : la réponse à l’autorité de Jésus
Contexte : 5 :1-5
Point n°1 : Le signe de l’autorité de Jésus (5 :6-9, 14)
1. Jésus pose une question provocante : «Veux-tu être guéri ? » (5 :6-7)
2. Jésus donne un ordre émouvant : « Lève-toi, prends ton lit, et marche. » (5 :8-9)
3. Jésus donne un avertissement solennel : « ne pèche plus… » (5 :14)
Point n°2 : Controverse sur l‘autorité de Jésus
1. Controverse sur l’action de Jésus le jour du sabbat (5 :10-13, 15-16)
2. Controverse sur la divinité de Jésus (5 :17-18)
1 Joseph Parker, cité par Stephen F. Olford, Prêcher la Parole de Dieu (Memphis: Institut pour la Prédication Biblique, 1984), p34
2 Haddon W. Robinson, La Prédication Biblique : Préparation et Présentation de Messages par Exposition (Grands Rapides : Baker Book House, 1980), p20
3 Stott, Entre Deux Mondes (Grands Rapides : Editions William B. Eerdmans, 1982), p.126
4 Paraphrasé du Répertoire de Westminster, 1645
5 Toutes les références sont tirées de la Bile Louis Second
6 John MacArthur, « La prédication pleine d’autorité de Jésus », publié dans Lectures quotidiennes sur la vie du Christ (Chicago : Moody Publisher, 2008), 29 janvier
Related Topics: Pastors
Jurnalul Electronic Al Păstorilor, Rom Ed 1, Editia Toamnă 2011
Editia Toamnă 2011
Coordonat de
Dr. Roger Pascoe, Președinte,
The Institute for Biblical Preaching
(Institutul pentru Predicare Biblică)
Cambridge, Ontario, Canada

Aceasta este prima ediție trimestrială a Jurnalului Electronic pentru Păstori, fiecare ediție incluz‚nd una sau mai multe din următoarele teme: predicare, conducere bisericească, probleme pastorale din slujire, istoria bisericii, schițe de predici c‚t și articole devoționale pentru Óncurajarea dumneavoastră. Lucrarea acestui site este Ón mod special pentru păstori dar și pentru oamenii implicați Ón slujirea creștină
Scopul nostru este: „Consolidarea Bisericii Ón Predicarea Biblică și Lidership” sper‚nd că această publicație electronică va ajuta la Ómplinirea acestui scop Ón timp ce căutăm a Ónvăța, ajuta și Óncuraja oamenii din slujire din toate colțurile lumii, chiar și Ón părțile mărginașe.
Dumnezeu să vă binecuvinteze Ón slujirea dumneavoastră pentru El și fie ca aceste articole să fie o inspirație și motivare Ón proclamarea Cuv‚ntului lui Dumnezeu dar și Ón conducerea oamenilor lui Dumnezeu.
Partea I. Predicarea: Ce Este?
Dr. Roger PASCOE, Președintele Institutului Biblic pentru Predicare
Cambridge, Ontario, CANADA
Predicarea biblică este proclamarea publică a mesajului lui Dumnezeu, care este derivat din conținutul Sfintelor Scripturi. Predicarea biblică implică declararea unui mesaj din partea lui Dumnezeu, pentru un anumit public, Óntr-un anumit loc și Óntr-o anumită perioadă de timp, iar acest mesaj din Cuv‚ntul Domnului - Sfintele Scripturi – este explicat și aplicat ascultătorilor.
Este vital ca un asemenea mesaj să fi fost personalizat şi aplicat mai Ónt‚i Ón propria ta viaţă (ceea ce noi numim “predicarea Óntrupată”), astfel Ónc‚t ceea ce predici să fie exemplificat Óntr-un asemenea mod Ónc‚t publicul să poată vedea Ónaintea lor, prin persoana ta, exemplul mesajului trăit.
Predicarea biblică nu este o prelegere; nu este un discurs; nu este un monolog dramatic. Ea are o formă şi o funcţie proprie. “Un predicator nu este un autor care-și citește propriul manuscris, ci este o Voce, un Foc, un Crainic, Óndrăzneţ şi pasionat Ón slujirea sa sacră - un orator vorbind Ón numele şi prin puterea cerului. Sunt mai mulţi autori la amvon dec‚t predicatori.” 1
Există mai multe definiţii ale predicării biblice (numite uneori predicarea expozitivă), cum ar fi:
Stephen Olford: “Predicarea expozitivă este explicarea şi proclamarea textului Cuv‚ntului lui Dumnezeu prin puterea Duhului Sf‚nt, prin păstrarea semnificației istorice, contextuale, gramaticale şi doctrinare a pasajului dat, cu scopul de a invoca un răspuns care să transforme prin Hristos.”2
Haddon Robinson: „Predicarea expozitivă este comunicarea unui concept biblic, derivat și transmis printr-un studiu istoric, gramatical şi literar a unui pasaj Ón propriul context, pe care Duhul Sf‚nt Ól aplică mai Ónt‚i personalității şi experienţei predicatorului, iar mai apoi prin acesta către ascultătorii săi.”3
John Stott: „Interpretul deschide mai Ónt‚i ceea ce pare a fi Ónchis, deslușește ce este neclar, dest‚lcește ce este Ónnodat și desface ce este bine ambalat ... Responsabilitatea noastră ca interpreți este de a deschide textul astfel Ónc‚t mesajul acestuia să fie clar, direct, precis, relevant, fără adăugire, omitere sau falsificare.”
J.I. Packer: „Ideea adevăratei predicări (expozitive) este că predicatorul trebuie să devină un purtător de cuv‚nt al textului, deschiz‚ndu-l și aplic‚ndu-l ca fiind un cuv‚nt de la Dumnezeu pentru ascultători, vorbind doar pentru ca textul să poată vorbi singur şi să fie auzit, formul‚nd fiecare punct al textului Óntr-o asemenea manieră Ónc‚t ascultătorii să poată discerne (vocea lui Dumnezeu).”
Am două definiţii - una scurtă şi una mai lungă:
Definitia mea scurtă: „propovăduieşte Cuv‚ntul” (2 Timotei 4:2).
Definitia mea lungă: „predicarea biblică este proclamarea Cuv‚ntului lui Dumnezeu, Ón puterea Duhului Sf‚nt ... care interpretează sensul său exact, explică Ón mod clar adevărul său, declară mesajul său cu autoritate, şi aplică semnificaţia sa Óntr-un mod practic (cu relevanţă pentru viaţa contemporană) ... cu scopul de a genera un răspuns spiritual de transformare al ascultătorilor.”
Toată predicarea trebuie să fie biblică. Acesta trebuie să fie derivată din şi, de fapt, să fie Cuv‚ntul lui Dumnezeu vorbit de predicator. Predicarea biblică este adevărul lui Dumnezeu transmis prin intermediul unui agent uman. Astfel, predicarea biblică necesită o privire de ansamblu a Óntregii Scripturi - care este inspirată de Duhul Sf‚nt şi, prin urmare, pe deplin demnă de Óncredere. Scriptura este cea mai Ónaltă autoritate pentru creştini Ón ceea ce credem şi trăim. Este, prin urmare, singura autoritate a noastră pentru predicare. Dacă nu reuşim să predicăm Scripturile, atunci propovăduirea noastră nu este altceva dec‚t filozofie.
Există două abordări pentru predicare - predicarea biblică (sau, expozitivă) şi predicarea tematică. Œn predicarea tematică predicatorul alege mai Ónt‚i tema despre care va predica, dezvolt‚nd mesajul cu ajutorul diferitelor pasaje relevante. Pericolele predicării tematice sunt că: (1) această metodă de predicare poate fi confuză pentru public și greu de urmărit deoarece, de obicei sunt menționate o varietate de texte, şi (2) pot fi uneori Ónşelătoare, Ón special Ón cazul Ón care textele sunt scoase din context (fapt care se este Ónt‚mplă adesea). Dar, predica tematică poate fi benefică, deoarece oferă posibilitatea de a prezenta un spectru larg de predare scripturistică pe un subiect dat. Cu alte cuvinte, aceasta poate fi o prezentare sistematică a unui subiect biblic.
Predicarea biblică, pe de altă parte, Óncepe cu textul, din care predicatorul stabilește subiectul. Œn acest caz, predicatorul este călăuzit Ón primul r‚nd de de text , iar apoi de subiectul care reiese din text, trat‚nd numai acest text şi subiectul acestuia Ón predica lui. Aceasta nu Ónseamnă că nu va face referire și la alte texte relevante. De multe ori folosim alte pasaje pentru a sprijini ceea ce spunem iar prin acest mod să demonstrăm unitatea Cuv‚ntului lui Dumnezeu. Deci, ambele abordări sunt valide, dar consider că abordarea noastră primară pentru predicare trebuie să Ónceapă cu Cuv‚ntul, iar dezvoltarea subiectului predicii să fie prin intermediul pasajului ales. Indiferent de abordarea pe care o alegeți, asiguraţi-vă că “predicați Cuv‚ntul!”
Deci, ce este predicare? Predicarea implică 4 lucruri:
1. Proclamare
2. Interpretare
3. Explicare
4. Aplicare
Œn următoarele ediții ale acestui jurnal, o să adresăm fiecare din aceste aspecte ale predicării. Dumnezeu să vă binecuvinteze Ón căutarea dumneavoastră de a-l glorifica pe El prin declararea adevărului lui Dumnezeu cu acuratețe și claritate pentru viața fiecăruia.
Part II. Lidership: A Fi Un Model Dumnezeiesc
„Fiți O Pildă – Œn G‚ndire, Œn Cuv‚nt și Œn Fapte”
Dr. Roger PASCOE,
Președintele Institutului Biblic pentru Predicare
Cambridge, Ontario, CANADA
Ce Este Un Model?
Un model este un exemplu – o persoană sau un lucru ce poate fi imitat. A fi un model dumnezeiesc a fost foarte important pentru apostolul Pavel. Nu numai că el Ónsuși a fost un exemplu prin propria sa viaţă, dar el ne Óndeamnă să fim, de asemenea, modele evlavioase Ón vieţile noastre. El prezintă lucrurile astfel:
ți pe inimă aceste lucruri; Óndeletnicește-te cu totul Ón ele, pentru ca Ónaintea ta să fie văzută de toți...” (1 Timotei 4:12,. 15). A fi dedicat Ónseamnă să „Óți pui pe inimă aceste lucruri; să te Óndeletnicești cu totul Ón ele”.
Dacă vrem să fim exemple de evlavie Ón viaţa noastră creştină şi Ón lucrarea noastră pastorală, trebuie să fim complet absorbiți de lucrarea pe care Dumnezeu ne-a chemat să o facem. Viaţa creştină este una care necesită un angajament total, dacă vrem să fim ucenicii autentici a lui Isus Hristos. El a spus, “cine nu se leapădă de tot ce are nu poate fi ucenicul Meu” (Luca 14:33). Aceasta Ónseamnă că trebuie să fim dedicați 100%, nu-i aşa? Iar acest model de dedicare atrage atenția altora şi Ói influenţează să se dedice și ei Domnului Ón totalitate.
Desigur, ca pastori şi lideri ai bisericii, această poruncă este oportună. Dacă noi nu suntem dedicați lui Dumnezeu, atunci cine ne va urma? De ce ar vrea cineva să ne urmeze? Vieţile noastre trebuie să fie diferite radical şi cu motivație curată, astfel Ónc‚t alte persoane să recunoască faptul că suntem Ón totalitate dedicați Ón a fi ucenici ai lui Hristos Ón cuv‚nt,Ón g‚ndire, şi Ón faptă. Noi trebuie să avem disciplina de zi cu zi şi dedicarea sportivilor, fermierilor şi a soldaţilor, spune apostolul Pavel (2 Tim. 2:4-6). Care sunt caracteristicile acestor oameni și ce trebuiesc demonstrate Ón propriile noastre vieţi?
Œn primul r‚nd, soldatul (2 Tim. 2:4). Cerința soldaților buni este devotamentul și disciplina răbdării a acestora. Aceștia trebuie să fie mereu la datorie. Ei trebuie să fie Óntotdeauna atenți la orice semn al inamicului. Ei nu pot dormi la locul de muncă şi nici nu pot slăbi Ón loialitatea şi ascultarea lor faţă de “cel care i-a recrutat” pentru a servi ca soldați. Datoria lor este de a sluji şi proteja ţara lor. Acesta este angajamentul lor nepieritor indiferent de circumstanțele ce pot apărea.
Œn al doilea r‚nd, atletul (2 Tim. 2:5). Caracteristica principală a sportivilor este, probabil, angajamentul lor față de disciplinare și Óndurarea efortului. Sportivii trebuie să fie foarte disciplinaţi, Ón angajamentul lor de a exersa și de a se pregăti continuu pentru a deveni cei mai buni Ón sportul lor. Sportivii trebuie să renunţe la multe dintre plăcerile de care prietenii lor se bucură, din cauza vieții auto-disciplinate. Ei trebuie să doarmă suficient, să măn‚nce alimente corespunzătoare, să evite obiceiurile rele, și să renunțe la alte activităţi (care pot fi perfect acceptabile Ón sinea lor), astfel Ónc‚t aceștia să-și poată urmări țelul lor. Desigur, sportivii sunt legați nu doar de angajamentul Ón a exersa Óntr-un mod disciplinat. Aceștia sunt, totodată, obligați prin angajamentul lor să se disciplineze și să asculte. Sportivii trebuie să cunoască şi să respecte regulile cu scrupulozitate. Œn caz contrar, există pericolul ca după ce au c‚știgat cursa să fie ulterior descalificați pentru Óncălcarea regulilor de joc (cf. 1 Cor. 9:24-27). Œn acest caz, eforturile lor ar fi fost Ón zadar.
Œn al treilea r‚nd, fermierul (2 Tim. 2:6). Agricultorii sunt un exemplu al angajamentului Ón strădanie. Ei trebuie să lucreze și să se ostenească din greu pentru culturile lor: să pregătească solul, să planteze seminţele, şi să Ónlăture buruienile. Acest lucru necesită auto-disciplină, pentru că nimic altceva nu-l poate determina pe fermier să facă aceste lucruri. El ar putea decide să ia viaţa mai uşor. Să Óși ia c‚teva săptăm‚ni libere de la muncă. Să lase c‚mpul și recoltele să se Óngrijească singure. Dar rezultatele ar fi dezastruoase. Un fermier de succes muncește continuu la semănăturile sale. Iar după ce și-a finalizat munca, el trebuie să experimenteze o depedență completă de Dumnezeu pentru că doar El poate trimite lumina soarelui şi ploaia pentru a face recoltele sa crească. Agricultorul este limitat Ón ceea ce poate face. Chiar dacă el ar lucra din greu tot nu ar putea face semănăturile să crească - doar Dumnezeu poate. Acest lucru necesită dependenţă completă.
Concluzii
Urmărind aceste exemple de angajament (soldaţi, sportivi, şi fermieri), permiteţi-mi să vă Óncurajez să investiți timp și energia necesară pentru a vă comporta bine Ón viața dvs privată și Ón lucrarea publică, și pentru a fi un exemplu al dedicării prin răbdare, Óndurare și strădanie. Lăsați oamenii să vadă că sunteți serios cu privire la viața creștină și că lucrarea pastorală nu este doar un job pentru dvs ci o vocație, o chemare.
Nu fiți cu inima Ómpărțită cu privire la viața creștină și lucrare. Mediocritatea nu are nici un drept Ón viața creștină. Tot ceea ce facem trebuie să fie făcută pentru Gloria lui Dumnezeu și asta Ónseamnă să o facem cu toată puterea , cu excelență și cu o dedicare din toată inima.
Lăsați oamenii să vadă că sunteţi dedicat mărturiei şi slujirii creştine. Ceilalți trebuie să vadă că ești serios cu privire la viaţa creştină şi că slujirea pastorală dvs. nu este doar un loc de muncă pentru tine, dar o vocaţie, o chemare.
Nu fiți dedicat vieții creștine si lucrării cu jumătate de inimă. Mediocritatea nu are loc Ón viaţa creştină. Tot ceea ce facem trebuie să fie făcut pentru slava lui Dumnezeu şi asta Ónseamnă să lucrăm cu toată puterea noastră, cu excelenţă, şi cu o dedicare din toată inima.
Partea III. Istoria Bisericii: “Rememorarea Trecutului”
By: Dr. Michael A. G. Haykin
Profesor de Istoria Bisericii şi Spiritualitate Biblică
Southern Baptist Theological Seminary, Louisville, Kentucky
1. Trebuie Să Ne Amintim De Trecut
Unul dintre darurile bune pe care Dumnezeu le-a dat fiinţelor umane este memoria și abilitatea de a ne aminti de trecut. Amintindu-ne de trecutul nostru personal este absolut vital Ón a ştii cine suntem şi Ón a avea un simţ al identităţii personale. Cu toţii cunoaștem modul Ón care bolile care fac ravagii Ón memoria unei persoane distrug‚nd capacitatea acesteia de a funcţiona Óntr-un mod semnificativ Ón prezent. Acelaşi lucru este valabil şi pentru comunităţi şi naţiuni. C‚nd o comunitate sau naţiune uită trecutul său şi de unde provine, ea ajunge complet dezorientată şi Ón cele din urmă Ón imposibilitatea de a progresa Ón viitor. Neștiind de unde a venit, Ói este greu să stabilească un traseu pentru viitor. Desigur, ca de orice dar bun din lumea noastră căzută, de acesta se poate abuza. Poate lega o persoană, chiar şi o comunitate, Ón trecutul regretului fără speranţă sau amărăciunii neiertătoare sau urii răzbunătoare.
Dar dacă este adevărat că, cunoaşterea trecutului este vitală semnificației prezentului şi viitorului, şi eu cred că este, atunci evanghelicalismul modern se confruntă cu un viitor foarte nesigur pentru că trăim Óntr-o vreme Ón care cunoaşterea trecutului nostru ca și creştini evanghelici este Óngrijorător de scăzută. Cine au fost Ónaintaşii noştri şi ce au crezut ei? Care a fost experienţa lor cu Dumnezeu şi modul Ón care au format bisericile pe care le-au fondat, biserici pe care noi le-am moştenit? Ce i-a făcut pe ei ceea ce erau şi ce putem Ónvăţa din viaţa şi g‚ndirea lor pentru a trăi o viaţă mai bună ca şi creştini Ón zilele noastre? Mult prea mulți evanghelici nici nu ştiu dar nici nu le pasă. Œn acest sens, ei sunt de fapt imprerceptibili Ón cultura modernă, care este Óndragostită cu pasiune de prezent, anticip‚nd cu nerăbdare viitorul, şi total dezinteresați de trecut, sau dacă există vreun interes față de trecut, acesta este folosit ca o punte spre un divertisment evazionist. Nu există nici o ancoră puternică Ón trecut pentru a obţine Ónţelepciunea pentru prezent sau viitor. Uitarea Evanghelică a trecutului este, aşadar, de fapt, o formă a lumescului.
Scripturile, pe de altă parte, amintintesc foarte mult de trecut:
- 1 Cronici 16:12 / Psalmul 105:5: „Aduceţi-vă aminte de minunile pe cari le -a făcut, de minunile Lui și de judec„țile rostite de gura Lui”
- Evrei 13:7: Aduceţi-vă aminte de mai marii voştri, cari v-au vestit CuvÓntul lui Dumnezeu; uitați-v„ cu băgare de seam„ la sfÓrșitul felului lor de vieţuire, şi urmaţi-le credinţa! [Notă: acest apel pentru reamintire vine după cel mai lung capitol din Evrei, capitolul 11, capitol Ón care sunt amintiți marii eroi ai credinței lui Dumnezeu].
- Mica 6:5: „Poporul Meu, adu-ţi aminte ce plănuia Balac Ómpăratul Moabului, și ce i-a r„spuns Balaam, fiul lui Beor, și ce s-a ÓntÓmplat din Sitim pÓnă la Ghilgal, ca să cunoşti binefacerile Domnului!”
- Deuteronom 24:9: Adu-ți aminte ce a f„cut Domnul, Dumnezeul t„u, Mariei, pe drum, la ieşirea voastră din Egipt. Cp. Luca 17:32: “Amintiţi-vă de nevasta lui Lot.”
Œn această ediție trimestrială a acestui jurnal, vrem să ne amintim evenimente şi persoane din trecut, de la primele zile ale Bisericii p‚nă la Marea Reformă dar şi de evenimente și de oameni mai recenți. Noi facem acest lucru, deoarece evenimentele din acele zile ne-au ajutat să devenim ceea ce suntem astăzi. Dacă evenimentele din acei ani nu s-ar fi Ónt‚mplat, lucrurile ar fi fost destul de diferite Ón ziua de azi. Ne vom reaminti, nu numai pentru a obţine o idee mai bună de unde am venit, ci pentru că oamenii din acea zi pot să ne dea Ónțelepciune pentru prezent.
Partea IV. G‚nduri Devoţionale
Predicarea Autoritară A Domnului Isus
Dr. John MacArthur, Pastor
Grace Community Church, Sun Valley, California
"Din momentul acela Isus a Ónceput să propovăduiască” (Matei 4:17)
Domnul nostru a vestit mesajul Evangheliei cu certitudine. Misiunea lui nu a fost de a-i contesta sau de a aduce argumente Ón discuțiile cu oponenţii săi, ci de a predica adevărul m‚ntuirii. El nu a proclamat certitudini Óntr-un mod slab ci a făcut-o cu cea mai mare autoritate (cf. Mat. 7:29).
Scribii nu puteau Ónvăța cu autoritate datorită faptului că au amestecat multe opinii umane cu adevărurile biblice astfel Ónc‚t orice urmă de autoritate a acestora dispăruse cu mult timp Ón urmă. Tocmai de aceea impactul asupra oamenilor care l-au auzit pe Domnul Isus predic‚nd cu o autoritate reală, asemenea profeților a fost uluitor (cf Mat.7:28-29).
Domnul Isus a predicat, cu precizie și doar ceea ce Tatăl i-a Óncredințat pentru proclamare, fapt ce cu siguranță a avut greutate Ón autoritatea Sa. El a mărturisit despre acest lucru: „căci Eu n'am vorbit dela Mine Ónsumi, ci Tatăl, care M-a trimes, El Ónsuși Mi-a poruncit ce trebuie s„ spun și cum trebuie s„ vorbesc.” (Ioan 12:49; cf. 3.: 34; 08:38).
Bazat pe această autoritate divină, Hristos ne trimite Ón lume ca ambasadori ai Săi, zic‚nd: "Toată puterea mi-a fost dată Ón cer şi pe păm‚nt. Duceţi-vă şi faceţi ucenici din toate neamurile "(Mat. 28:18 b-19a). Toţi credncioșii care sunt martori fideli ai Evangheliei vor vesti doar adevărul lui Dumnezeu prin autoritatea Lui - şi cu puterea Lui.
Intreabă-te: Autoritatea lui Isus Ónregistrată Ón r‚ndul oamenilor din zilele Lui a avut, de asemenea, ceva de-a face cu autenticitatea Lui. Dacă oamenii nu arată respect față de Dumnezeu şi Cuv‚ntul Său astăzi, Ón ce măsură se datorează aceasta lipsei de autoritate a poporul Său? Roagă-te pentru ca noi să emanăm realitatea plină a harului Său.
Partea V. Schițe De Predicie
Dr. Roger PASCOE, Președintele Institutului Biblic pentru Predicare
Cambridge, Ontario, CANADA
Scopul de a vă oferi schițe de predici Ón Jurnalul Electronic al Păstorilor (The NET Pastors Journal) este de a vă ajuta Ón pregătirea predicilor dvs. De multe ori, una dintre cele mai dificile părți ale pregătirii unei predici este descoperirea pasajului din care veți predica. Œn edițiile Jurnalului Electronic al Păstorilor ce vor urma intenționez să descriu detalii despre modul Ón care se poate ajunge la identificarea structurii (sau a outline-ului) pasajului conform intenției autorului.
Aceste schițe de predici au scopul de a arăta rezultatul final al unora dintre schițele mele de predici. Sper să puteți observa modul Ón care acestea se relaționează și reies direct din pasajul din Scriptură. Punctele principale in aceste schițe de predici sunt declarații ale principiilor prezente Ón pasaj și care au legătură cu tema centrală a pasajului.
Aceste principii sunt formulate Óntr-un mod prin care ascultătorii se pot conecta la predică. Prin folosirea Ón acest mod a punctelor principale, predica nu este o prelegere cu privire la o bucată de istorie antică ci un mesaj din partea lui Dumnezeu pentru ascultătorii din ziua de azi.
Œn timp ce ei ascultă aceste puncte pe parcursul predicii ei sunt atrași de mesaj deoarece pot observa principiile pasajului se relaționează cu viața lor – cu probleme lor, cu comportamentul lor, cu deciziile lor, cu atitudinea lor, cu spiritualitatea lor, cu famillia lor, etc.
Am să Óncep cu o serie de schițe de predici pe Evanghelia după Ioan. Aceste schițe nu vor fi Ón ordinea capitolelor și versetelor dar vor fi grupate astfel:
). Datorită faptului că aceste predici sunt Ónregistrate pentru ascultătorii de radio (și nu pentru serviciile divine din cadrul bisericii) veți putea observa că un singur outline poate fi tratat Ón mai multe predici.
Aveți permisiunea de a folosi aceste schițe (ouline-uri). Le puteți folosi așa cum sunt sau le puteți modifica at‚t pentru a le predica c‚t și pentru a le publica. Fie că veți folosi sau nu aceste schițe, speranța mea (și scopul pentru care sunt publicate) este că veți putea observa de unde provin principiile din pasajele din Scriptură și modul Ón care acestea sunt formulate pentru auditoriul contemporan.
Iată deci trei schițe de predici din seria Cele Șapte Minuni ale Domnului Isus:
1. Ioan 2:1-11, Isus Schimbă Apa Ón Vin
Subject: Credința Ón Acțiune
Idea #1: Credința reflectă Óncredere de neclintit (2:1-5)
1. Œncredere că Domnul Isus cunoaște circumstanțele (2:3)
2. Œncredere că Domnului Isus Ói pasă de problemele tale (2:4)
3. Œncredere că Domnul Isus răspunde nevoilor noastre (2:5)
Idea #2: Credința răspunde cu ascultare netagăduită (2:6-8)
1. Ascultarea Ón lucrurile care nu au logică (2:7)
2. Ascultare indifferent de părerile celor din jur (2:8)
Idea #3: Credința recunoaște binecuv‚ntarea nemeritată (2:9-11)
1. Credința recunoaște de unde vine binecuv‚ntarea nemeritată (2:9-10)
1. Credința recunoaște Óncotro Óndreaptă binecuv‚ntarea nemeritată (2:11)
2. Ioan 4:46-54, Isus vindecă fiul unui slujbaj
Subject: Credința Ón Cuv‚ntul lui Dumnezeu
Context: 4:46
Idea #1: Nevoia Noastră De Dumnezeu Este Expusă Prin Disperarea Noastră Umană (4:47-50a)
1. Noi vedem nevoi fizice pe c‚nd Dumnezeu vede nevoile spiritual (4:47-48)
2. Noi inistăm ignoranți pe c‚nd Dumnezeu se Ómpotrivește cu Ónțelepciune (4:49-50a)
Idea #2: Credința Œn Dumnezeu Este Remedial Pentru Sărăcia Noastră Spirituală (4:50b-53)
1. Credința Óncepe prin a crede Ón Cuv‚ntul lui Dumnezeu (4:50b)
2. Credința acționează Ón ascultare față de Cuv‚ntul lui Dumnezeu (4:50c)
3. Credința este confirmată de dovada lucrării lui Dumnezeu (4:51-52)
4. Credința este dovedită prin convingerea despre Cuv‚ntul lui Dumnezeu (4:53)
3. Ioan 5:1-47, Isus VIndecă Slăbănogul De La Scăldătoarea Betesda Partea. 1
Subject: Răspunsul față de autoritatea Domnului Isus
Context 5:1-5
Idea #1: Semnul Autorității Domnului Isus (5:6-9, 14)
1. Isus pune o Óntrebare de căutare: “Vrei să te faci bine?” (5:6-7)
2. Isus dă o poruncă care intrigă: “Ridică-te, ia-ți patul și umblă” (5:8-9)
3. Isus dă un avertisment solemn: “Să nu mai păcatuiești... “(5:14)
Idea #2: Controversa Cu Privire La Autoritatea Domnului Isus
1. Controversa cu privire la acțiunea lui Isus Ón ziua de sabat (5:10-13, 15-16)
2. Controversa lui Isus cu privire la dumnezeirea Sa (5:17-18)
1 Joseph Parker citat Ón Stephen F. Olford, Preaching the Word of God (Memphis: The institute for Biblical Preaching, 1984),34.
2 Stephen F.Olford and David L. Olford, Anointed Expository Preaching (Tennessee: B&H Publishing Group, 1998), 69.
3 Haddon W. Robinson, Biblical Preaching: The Development and Delivery of Expository Messages (Grand Rapids: Baker Book House, 1980), 20.
Related Topics: Pastors