MENU

Where the world comes to study the Bible

Anjos, Espíritos ao Serviço de Deus

Related Media

Introdução

Os teólogos têm frequentemente encarado os anjos como um tópico muito difícil.1 Porquê? Porque, embora exista uma abundante menção de anjos na Bíblia, a natureza desta revelação dá-se sem o mesmo tipo de descrição explícita que frequentemente encontramos noutros assuntos desenvolvidos na Escritura:

Cada uma das referências a anjos é incidental a outro assunto. Não são tratados em si mesmos. A revelação de Deus nunca visa informar-nos acerca da natureza dos anjos. Quando são mencionados, é sempre de modo a dar-nos mais informação sobre Deus, sobre o que Ele faz e como o faz. Uma vez que os detalhes acerca dos anjos não são relevantes para tal objectivo, tendem a ser omitidos. 2

Embora os teólogos tenham sido cautelosos no seu estudo de anjos, temos sido bombardeados em anos recentes com o que facilmente poderia ser chamado Angelmania (Anjomania). De facto, este é o título de um artigo de Dr. Kenneth Gangel em “Kindred Spirit”, a propósito da discussão e fascínio generalizado com anjos no nosso tempo por parte do mundo secular.3 Gangel escreve:

No seu livro de 1990, Angels: An Endangered Species (Anjos: Uma Espécie em Vias de Extinção), Malcolm Godwin estima que, ao longo dos últimos 30 anos, uma em cada dez canções pop mencionava um anjo. Mas isso não passava de diversão romântica.

Hoje em dia, a nossa cultura leva os anjos a sério, se não com precisão. Nos últimos dois anos, Time, Newsweek, Ladies’ Home Journal, Redbook e um grande número de outras revistas populares têm trazido artigos sobre anjos. Nos meados de 1994, ABC transmitiu um especial de duas horas em horário nobre intitulado “Angels: the Mysterious Messengers “ (“Anjos: os Mensageiros Misteriosos”). Na edição de 28 de Novembro de 1994, a Newsweek publicou um artigo denominado “In Search of the Sacred” (“Em Busca do Sagrado”), que observou que “20% dos americanos tiveram uma revelação de Deus no último ano e 13% viram ou sentiram a presença de um anjo” (p.54).

A Newsweek está certa: a sociedade moderna, aparentemente tão secular e irremediavelmente materialista, procura desesperadamente algum significado espiritual e sobrenatural. Se os anjos o puderem proporcionar, então que sejam os anjos. 4

As livrarias estão repletas de livros sobre este assunto. Estes livros não só clamam encontros com anjos, como também ensinam às pessoas o modo de contactá-los. Temos agora um programa semanal numa das principais estações televisivas, intitulado “Touched By An Angel” (“Tocado Por Um Anjo”). Certamente, alguém poderá argumentar, trata-se de uma história para mero entretenimento. Contudo, este programa não apenas demonstra o nosso fascínio com o assunto, mas ilustra um entendimento muito pobre daquilo que a Bíblia realmente ensina acerca dos anjos e de Deus, acompanhado de algumas distorções definitivas da Escritura. Através destes comentários, não pretendo fazer pouco caso de todos os denominados encontros com anjos, sobre os quais ocasionalmente lemos ou ouvimos falar. Porquê? Porque, como será discutido com maior detalhe mais tarde, os anjos são servos de Deus, descritos pelo autor de Hebreus como “espíritos, ao serviço de Deus, enviados a fim de exercerem um ministério a favor daqueles que hão-de herdar a salvação”. Veja também Salmo 91:11 e Mateus 4:11. Assim, decerto, para aqueles que crêem no registo da Escritura, podemos confiar completamente nos ensinamentos da Bíblia acerca de anjos e, “talvez com um grau de certeza menor, ter em consideração os relatos pessoais de cristãos respeitáveis”.5

Uma boa ilustração deste último aspecto pode ser encontrada num artigo de Sue Bohlin, intitulado “The Good, The Bad, and The Ugly” (“Os Bons, os Maus e os Feios”). Ela escreve:

Tinha cerca de treze anos de idade quando tive o meu primeiro encontro com um anjo. Dirigia-me para o piso de cima, em direcção ao meu quarto, apoiando todo o meu peso no corrimão, quando este subitamente se desprendeu da minha mão. Caí para trás, de cabeça. A meio de uma queda terrível, senti uma mão forte nas minhas costas, que me punha de pé. Não estava ali ninguém – bem, ninguém visível

As histórias de anjos são sempre fascinantes e, neste ensaio, refiro os anjos: os bons, os maus e os feios. Os anjos bons são os santos, os anjos maus são os malvados, que a Bíblia chama de demónios, e os anjos feios são demónios disfarçados de anjos bons. Estes anjos feios têm enganado muitas pessoas numa cultura que abraçou a “anjomania”.6

Embora muitos detalhes sobre os anjos sejam omitidos na Bíblia, é importante ter em mente três elementos importantes acerca da revelação bíblica que Deus nos deu. 

(1) A menção de anjos na Escritura é vasta. Dependendo da versão pesquisada, estes seres celestiais são referidos de 294 a 305 vezes na Bíblia. Referências a anjos ocorrem pelo menos 116 vezes no Antigo Testamento e 175 vezes no Novo Testamento.

(2) Estas referências abundantes encontram-se pelo menos em 34 livros, desde os mais antigos (Job ou Génesis) até ao último livro da Bíblia (Revelação).

(3) Finalmente, existem numerosas referências a anjos da parte do Senhor Jesus, o qual a Escritura declara ser o criador de todas as coisas, incluindo os seres angélicos. Paulo escreveu: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há, nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades (uma referência a anjos): tudo foi criado por ele e para ele” (Col. 1:16).

É a partir deste extenso corpo de Escritura que o estudo aqui apresentado será desenvolvido. A Bíblia será a autoridade para este estudo, e não as especulações dos homens, as suas experiências ou aquilo que as pessoas pensam parecer lógico.

Uma Definição Simples

Os anjos são seres espirituais criados por Deus para O servirem, embora superiores ao homem. Alguns, os anjos bons, permaneceram-Lhe obedientes e levam a cabo a Sua vontade, enquanto outros, anjos decaídos, desobedeceram, caíram da sua posição santa e erguem-se agora em oposição activa relativamente à obra e plano de Deus.

A Natureza dos Anjos

Os anjos são seres criados

O facto da sua criação é realçado no Salmo 148. Nele, o salmista convoca todos os que se encontram nos Céus celestiais, incluindo os anjos, para que louvem a Deus. A razão dada é “Ele ordenou e logo foram criados” (Salmo 148:1-5).

O momento da sua criação nunca é declarado; contudo, sabemos que foram criados antes do mundo. A partir do livro de Job, é-nos dito que estavam presentes quando a terra foi formada (Job 38:4-7); assim, a sua criação antecedeu a da terra, conforme descrito em Génesis 1.

É especificamente declarado que o agente da sua criação é Cristo, enquanto Aquele que criou todas as coisas (compare João 1:1-3 com Col. 1:16).7

A natureza da sua criação corresponde a uma hoste ou companhia, simultaneamente. Ao contrário dos seres humanos e do reino animal, criados em pares e que procriam, os anjos foram criados em simultâneo como uma companhia, uma hoste de miríades sem número (Col. 1:16; Neemias 9:6). Isso é sugerido pelo facto de que não estarem sujeitos à morte e não se propagarem, não sendo sequer suposto que tal aconteça. Não obstante, são uma hoste inumerável, criada antes da formação da terra (compare Job 38:7; Neemias 9:6; Salmo 148:2, 5; Heb. 12:22; Dan. 7:10; Mat. 26:53; Rev. 5:11; com Mat. 22:28-30; Lucas 20:20-36).

Os anjos são criaturas espirituais

(1) Os anjos são seres espirituais.

Embora algumas vezes lhes tenha sido dada a capacidade de se revelarem na forma de corpos humanos, como em Génesis 18:3, são descritos como “espíritos” em Hebreus 1:14. Tal sugere que não têm corpos materiais como nós. Portanto, não funcionam como seres humanos em temos de casamento e procriação (Marcos 12:25), nem estão sujeitos à morte (Lucas 20:36).

A Humanidade, incluindo o nosso Senhor encarnado, é “menor do que os anjos” (Heb. 2:7). Os anjos não estão sujeitos às limitações do homem, especialmente uma vez que são incapazes de morrer (Lucas 20:36). Os anjos têm mais sabedoria do que o homem (2 Sam. 14:20), mas ainda assim é limitada (Mat. 24:36). Os anjos têm poder superior ao homem (Mat. 28:2; Actos 5:19; 2 Pedro 2:11) mas, mesmo assim, estão limitados em poder (Dan. 10:13).

Os anjos, porém, têm limitações comparativamente ao homem, particularmente numa perspectiva futura. Os anjos não foram criados à imagem de Deus, não partilhando por isso o destino glorioso de redenção do homem em Cristo. Na consumação dos tempos, o homem redimido será exaltado acima dos anjos (1 Cor. 6:3).8

Tal também significa que não são omnipresentes. Não podem estar em todo o lado ao mesmo tempo.

(2) Todos os anjos foram criados santos, sem pecado, num estado de perfeita santidade.

Originalmente, todas as criaturas angélicas foram criadas santas. Deus considerou boa a Sua criação (Gén. 1:31) e, como é óbvio, Ele não poderia criar o pecado. Mesmo depois de o pecado entrar no mundo, os anjos bons de Deus, que não se rebelaram contra Ele, são chamados santos (Marcos 8:38). Estes são os anjos eleitos (1 Tim. 5:21), em oposição aos anjos maus, que seguiram Satanás na sua rebelião contra Deus (Mat. 25:41).9

(3) Enquanto seres criados, são meras criaturas.

Não são divinos e não devem ser adorados (veja Rev. 19:10; 22:9). Como uma ordem separada de criaturas, são quer diferentes dos seres humanos, quer superiores aos mesmos, com poderes bem para lá das nossas capacidades no momento presente (1 Cor. 6:3; Heb. 1:14; 2:7). Mas, como criaturas, estão limitados nos seus poderes, conhecimento e actividades (1 Pedro 1:11-12; Rev. 7:1). À semelhança de toda a criação, os anjos encontram-se sob a autoridade de Deus e sujeitos ao Seu julgamento (1 Cor. 6:3; Mat. 25:41).

Os Tipos de Anjos
(Bons e Maus)

Apesar de todos os anjos terem sido originalmente criados santos e sem pecado, deu-se uma rebelião por parte de Satanás que, envaidecendo-se devido à sua própria beleza, procurou exaltar-se acima de Deus e rebelou-se. Na sua revolta, levou consigo uma terça parte dos anjos (Rev. 12:4). Esta rebelião e queda são provavelmente descritas para nós em Isaías 14:12-14 e Ezequiel 28:15, personificadas nos reis de Babilónia e Tiro10. Profetizando sobre um futuro conflito angélico que ocorreria a meio da Tribulação, João escreveu: “Travou-se, então, uma batalha no Céu: Miguel e os seus anjos pelejavam contra o Dragão, e este pelejava também, juntamente com os seus anjos” (Rev. 12:7). Por outras palavras, existem anjos bons e anjos maus.

Como se torna claro a partir de Revelação 12:7 e muitas outras passagens, o líder destes anjos decaídos (ou demónios, como também são chamados) é Satanás (confira Mat. 12:25-27). Satanás, o líder dos anjos pecaminosos, é um mentiroso, um assassino e um ladrão (João 10:10). Por ser o grande antagonista de Deus, odeia Deus e o Seu povo. A Escritura ensina-nos que ele anda à volta como um leão que ruge, procurando a quem devorar através dos seus esquemas perversos (1 Pedro 5:8). Enquanto ser angélico, Satanás, em conjunto com os seus anjos demoníacos que actuam sob a sua autoridade, é brilhante e poderoso de modo sobrenatural e usa todos os seus poderes contra a Humanidade. Não só é um mentiroso, um ladrão e um deturpador, como também aquilo que o caracteriza acima de tudo é o engano. João descreve-o como aquele “que engana todo o mundo” (Revelação 12:9). Na sua astúcia, disfarça-se de anjo de luz (2 Cor. 11:14). Assim, em vista disto, o Apóstolo Paulo escreveu: “Por conseguinte, não é de admirar que os seus ministros se disfarcem em ministros de justiça…” (2 Cor. 11:15). Mais será dito ainda sobre este assunto.

O Ministério dos Anjos Bons

Os anjos bons e leais são os servos poderosos de Deus, que constantemente O servem, cumprindo sempre a Sua vontade. O Salmista descreveu-os assim: “Bendizei ao Senhor todos os Seus anjos, heróis poderosos, que cumpris as Suas ordens, sempre dóceis à Sua palavra. Bendizei ao Senhor todos os Seus exércitos, vós os Seus servos que executais a Sua vontade” (Salmo 103:20-21). Não admira, portanto, que o autor de Hebreus, mostrando a superioridade de Cristo mesmo relativamente aos anjos poderosos, tenha perguntado (a questão exige uma resposta positiva, quer no texto grego, quer contextualmente): “Não estão eles, todos os espíritos, ao serviço de Deus, enviados a fim de exercerem um ministério a favor daqueles que hão-de herdar a salvação?” (Heb. 1:14). A resposta é “Sim!”. Embora Deus possa sempre agir de forma independente, sem recurso a agentes, Ele decidiu usar instrumentos angélicos e humanos a fim de concretizar a Sua vontade. De um modo concordante, vez após vez na Bíblia, encontramos anjos actuando como servos de Deus, envolvidos em variados ministérios a favor das pessoas.

Os Anjos Protegem

Talvez nenhum aspecto do seu ministério a favor do homem seja mais discutido do que a ideia de um “anjo-da-guarda”. Ao longo dos anos, foi-me frequentemente perguntado: “Toda a gente tem um anjo-da-guarda?”. Embora nenhuma passagem declare especificamente que cada pessoa possui um anjo-da-guarda, a Bíblia ensina que os anjos guardam ou protegem, conforme o Salmo 91:11 declara. Adicionalmente, Mateus 18:10 pode sugerir a existência de um anjo-da-guarda, devido à afirmação de Cristo, feita em relação às crianças, quando disse “Livrai-vos de desprezar um só destes pequeninos, pois digo-vos que os seus anjos, nos céus, vêem constantemente a face de Meu Pai que está nos céus”. Mas deverá também ser realçado que o Salmo 91:11 se dirige àqueles que fazem do Senhor o seu refúgio.

O salmista explicou que nenhum mal ou desastre podem suceder àqueles que fizeram do Senhor o seu refúgio (mah£seh, “refúgio do perigo”; ...), pois Ele comissionou anjos para os protegerem. Os anjos protegem de ameaças físicas e dão aos crentes força para ultrapassar dificuldades, aqui retratadas como leões selvagens e serpentes perigosas. Ao tentar a Cristo, Satanás citou 91:11-12 (Mat. 4:6), o que mostra que até as promessas mais maravilhosas de Deus podem ser aplicadas de modo insensato.11

Alguém poderia argumentar que esta passagem do Antigo Testamento não deve ser aplicada nos tempos modernos, mas o autor de Hebreus não parece estabelecer essa distinção. O facto de serem espíritos ministradores que auxiliam os santos é apresentado como uma verdade geral da Bíblia e não deve ser restrita aos tempos bíblicos. Adicionalmente, a Escritura sugere que Miguel, o arcanjo, se encontra particularmente envolvido no ministério a favor de Israel. A respeito da referência a Miguel em Daniel 10:13, Ryrie escreve:

Miguel, que significa “quem é semelhante a Deus?” (v. 21; 12:1; Judas 9; Rev. 12:7), é o guardião especial dos assuntos de Israel (12:1) e designado o arcanjo (Judas 9). Um dos principais príncipes mostra uma hierarquia entre os anjos (confira Efésios 1:21). E eu fiquei ali com os príncipes da Pérsia. Com a ajuda de Miguel, o anjo bom (confira vv. 5-6) foi deixado num lugar de preeminência quanto a influenciar a Pérsia. Mas a batalha entre anjos bons e maus pelo controlo das nações continua (veja v. 20 e Rev. 20:3).

A respeito dos relatos de protecção angélica, o Dr. Kenneth Gangel deixa-nos o seguinte registo, similar a outros de que já ouvi falar, especialmente com missionários:

Um amigo meu, missionário veterano (agora reformado), conta a história de uma missionária, sozinha num recinto no Norte de África durante um motim por parte de uma das tribos locais. Escondeu-se num armário e orou, enquanto os guerreiros avançavam ao longo da estrada empoeirada em direcção
às casas onde os intrusos brancos viviam. Surpreendentemente, nunca os ouviu. Ninguém chegou a entrar no seu edifício e não havia qualquer evidência de tumulto. Veio a saber mais tarde que os guerreiros, que pretendiam matar toda a gente no recinto missionário e deixá-lo em cinzas, retiraram-se em vez disso assim que encontraram o recinto guardado por soldados altos, vestidos de branco e empunhando grandes espadas. Anjos?

Outro registo semelhante foi também relatado por um médico missionário, na sua igreja em Michigan:

Enquanto servia num pequeno hospital de campo em África, viajava de bicicleta a cada duas semanas através da selva até uma cidade vizinha, para ir buscar mantimentos. Isto requeria acampar durante a noite a meio do caminho. Numa destas viagens, vi dois homens lutarem na cidade. Um deles estava gravemente ferido, por isso tratei-o e dei-lhe testemunho do Senhor Jesus Cristo. Depois regressei a casa sem incidentes.

Ao chegar à cidade várias semanas mais tarde, fui abordado pelo homem que tinha tratado anteriormente. Contou-me que tinha sabido que eu levava dinheiro e medicamentos. Disse: “Eu e alguns amigos seguimos-te até à selva, sabendo que ias acampar durante a noite. Esperámos que adormecesses e planeámos matar-te e levar o teu dinheiro e remédios. Quando estávamos prestes a entrar no teu acampamento, vimos que estavas rodeado por 26 guardas armados”.

Perante esta afirmação, ri-me e disse que certamente estava sozinho naquele acampamento na selva. O jovem reafirmou o assunto, “Não, senhor, não fui o único a ver os guardas. Os meus amigos também os viram e todos os contámos. Foi por causa daqueles guardas que tivemos medo e te deixámos em paz”.

Neste ponto da apresentação na igreja em Michigan, um dos homens que se encontravam na igreja pôs-se de pé e interrompeu o missionário, perguntando: “Pode dizer-me a data exacta em que isto aconteceu?”. O missionário pensou um pouco e recordou-se da data.

O homem na congregação contou esta parte da história: “Nessa noite em África, era de manhã aqui. Estava a preparar-me para ir jogar golfe. Enquanto punha o meu saco no carro, senti o Senhor a chamar-me para rezar por si. De facto, o apelo era tão grande que convoquei os homens desta igreja para orarmos juntos. Podem todos os homens que se encontraram comigo nesse dia pôr-se de pé, por favor?”.

Os homens que se haviam encontrado para rezarem juntos levantaram-se – eram 26!

Perguntamo-nos uma vez mais, seriam anjos? Embora não me seja possível verificar esta história, não tenho qualquer dúvida de que possa ser verdadeira.

Os Anjos Providenciam

Tal como foram enviados anjos por Deus a fim de providenciarem sustento ao Senhor no final dos seus quarenta dias no deserto (Mat. 4:1-11), indubitavelmente Ele fez o mesmo, de vez em quando, pelos fiéis do nosso tempo. Alguns incluiriam neste âmbito a provisão de pão e água para Elias (1 Reis 19:5-6), mas esse foi um ministério do “Anjo do Senhor”, que podia simplesmente significar um anjo enviado pelo Senhor, mas será provavelmente melhor compreendido como uma referência a uma teofania, uma manifestação de Deus a Elias.12

Em 1944, a esposa na miséria de um pastor e evangelista na Suíça, Susie Ware, orou: “Deus, preciso de cinco libras (2,5 quilos) de batatas, duas libras (1 quilo) de farinha de pastelaria, maçãs, pêras, uma couve-flor, cenouras, costeletas de vitela para Sábado e carne de vaca para Domingo”. Algumas horas mais tarde, alguém bateu à porta e apareceu um jovem com um cesto, que disse: “Senhora Ware, trago-lhe o que pediu”. Era precisamente aquilo pelo qual havia orado – até mesmo a marca exacta de farinha que queria. O jovem sumiu-se e, embora o Reverendo e a senhora Ware tenham ficado a olhar pela janela do seu edifício, o homem nunca chegou a sair. Simplesmente desapareceu (Anderson, Joan Wester. Where Angels Walk, New York: Ballantine Books, 1992, pp. 60-62).13

A irmã da minha esposa, Connie Griffith, teve há cerca de 15 anos uma experiência que se encontra registada no livro de Jodie Berndt, Celebration of Miracles (Celebração de Milagres).14 Connie e o seu marido Geoff eram missionários em África que trabalhavam com o povo Hindu e tiveram uma oportunidade para visitarem missionários na Índia. A viagem envolvia um percurso de comboio durante 38 horas, desde Nova Deli até um orfanato no Sul. Haviam sido avisados para não comerem alimentos servidos no comboio, mas tinham muita pouca comida consigo, e Connie estava tão esfomeada que decidiu correr o risco. Comeu um pouco de caril de carneiro e depressa ficou extremamente doente.

Após chegar ao orfanato, Connie foi deitar-se, permanecendo na cama durante três dias. Geoff encontrava-se a viajar durante esse período e os missionários, imaginando que ela estava a reagir à pobreza miserável do ambiente circundante, pensaram que não quereria ser incomodada e deixaram-na sozinha. Foi somente quando estava na altura de partir para o próximo orfanato que constataram que estava desesperadamente doente. Compreenderam que precisava de ir para um hospital depressa, por isso saíram em direcção à unidade mais próxima, a três horas de viagem. Após cerca de quinze minutos de percurso, os músculos de Connie começaram a ter cãibras. Primeiro os seus dedos das mãos flectiram-se, seguidos dos seus joelhos e dedos dos pés, e os seus músculos faciais contraíram-se, impedindo-a de falar. Finalmente, viu-se paralisada enquanto o jipe baloiçava ao longo da estrada primitiva.

Estavam preocupados, pensando que ela talvez não sobrevivesse por se encontrar tão desidratada. Geoff clamou a Deus: “Por favor, faz um milagre! Faz qualquer coisa!”. Subitamente, o missionário que conduzia avistou um pequeno edifício da Cruz Vermelha junto ao trilho. Enquanto o jipe parava, Connie tentou protestar. Estava preocupada com a epidemia descontrolada de SIDA naquelas áreas remotas e com a prática de reutilização de seringas. À medida que o grupo abria caminho pelo edifício, bem iluminado e muito limpo, um homem indiano, vestido com uma camisa branca e calças largas, cumprimentou-os num inglês perfeito. Disse: “Sei o que se passa com ela. Está desidratada. Tenho alguns electrólitos nesta embalagem. Esta água já foi fervida”. Misturou os electrólitos com a água e deu a Geoff um conta-gotas embalado num saco plástico. “Está esterilizado”, afirmou, olhando directamente para Connie.

Foram dadas a Geoff instruções para colocar uma gota de cada vez na boca de Connie (que entretanto se abrira) até que chegassem ao hospital. Quando chegaram, uma hora e meia mais tarde, os músculos dela haviam relaxado, permitindo-lhe caminhar até ao interior do hospital. O médico declarou tratar-se do pior caso de desidratação que alguma vez vira. O corpo dela havia literalmente sugado a água para fora das células, pelo que, à chegada, se encontrava a poucas horas da morte.

Algumas semanas mais tarde, depois de regressarem a África, receberam uma carta do casal de missionários na Índia. Diziam: “Não vão acreditar nisto mas, quando regressávamos à nossa aldeia pelo caminho que havíamos seguido para vos levarmos ao hospital, aquele edifício da Cruz Vermelha tinha desaparecido. Não havia nada no lugar onde se encontrava”. Foi isto obra de um dos espíritos servidores de Deus? Um dia saberemos mas, entretanto, podemos certamente louvar ao Senhor.

Os Anjos Proclamam a Verdade de Deus

Ao longo da Bíblia, encontramos anjos envolvidos na comunicação da verdade ou mensagem de Deus, conforme o Espírito de Deus os orientava. Obviamente, tal é bastante concordante com o significado básico da palavra anjo. Tanto a palavra hebraica para anjo (mal`ak,) como o termo grego (aggelos, pronunciado angelos) significam “mensageiro”. Em várias passagens, é-nos dito que os anjos foram instrumentos usados por Deus para revelar a Sua Palavra (confira Actos 7:38, 53; Gál. 3:19; Heb. 2:2). Mas isso é apenas metade da história. Em numerosas ocasiões, apareceram para anunciar uma mensagem importante. Anunciaram o nascimento de João Baptista e Jesus (Lucas 1:11ss, 26 ss; Mat. 1:20 ss). Na Tribulação, Deus irá usá-los a fim de anunciar eventos-chave (confira Rev. 14:6). Hoje, porém, o cânone da Escritura de Deus, a Bíblia, está completo. Tenha atenção, portanto, a qualquer pessoa que afirme possuir uma nova revelação dada por um anjo, ou a alguém que declare ser um anjo com revelações novas. Lembre-se: Satanás é um enganador, promovendo a falsa doutrina com os seus anjos de fraude (2 Cor. 11:1-4, 12-13; 1 Tim. 4:1).

Os Anjos Punem ou Executam os Juízos de Deus

Com o seu enorme poder conferido por Deus, podem executar qualquer coisa que Deus os envie a fazer. Não admira, portanto, que os encontremos como agentes vitais a soltar os terríveis juízos da Tribulação, conforme descrito em Revelação, e até a batalhar com Satanás e os seus anjos malvados, a fim de restringir-lhes qualquer acesso ao Céu, confinando-os ao domínio desta terra e sua atmosfera imediata a meio da Tribulação (Rev. 12:7 ss). Tal será feito em antecipação do cativeiro e derrota final de Satanás, como é descrito em Revelação 12 e 20.

Mas essa não é a imagem que encontramos no nosso fascínio com anjos nos tempos modernos. Como Gangel escreve, “Duvido que muitas estatuetas de anjos castigadores tenham chegado às caixas de presentes no último Natal, mas a Bíblia não hesita em descrever esta parte da sua actividade”. 15

Pensamentos Finais sobre o Ministério dos Anjos

É claro que é reconfortante saber que Deus pode proteger, providenciar a encorajar-nos através de métodos sobrenaturais, mas isto nem sempre garante livramento deste tipo e, certamente, jamais nos deveríamos fiar nesta provisão de Deus. Assim, tendo considerado as variadas formas como os anjos ministram, devemos manter em mente que Deus nem sempre nos livra do perigo ou atende às nossas necessidades de um modo tão miraculoso, quer através de anjos, quer por Sua intervenção directa. Uma vez que, nos Seus propósitos soberanos, usar o sofrimento (uma ferramenta de crescimento para manifestar o carácter de Cristo, dar testemunho a outros, etc.) pode estar no Seu plano, o oposto é por vezes a Sua vontade, como a vida claramente ilustra e as Escrituras declaram (veja Heb. 11:36-40).

O Engano dos Anjos Decaídos e Malvados

Da mesma forma que as pessoas não pensam sobre o ministério punitivo dos anjos, existe também outra área completamente ignorada pelas ideias populares em torno dos anjos, mas que não é esquecida sem razão. O motivo encontra-se no engano de Satanás e no vazio do coração do homem, ao procurar respostas longe de Deus, da Sua revelação própria e do Seu plano de salvação, conforme revelado na Bíblia. Enquanto arquienganador e antagonista de Deus, da igreja e da Humanidade como um todo, Satanás é o mestre do disfarce. É claramente o seu disfarce de anjo de luz, em conjunto com os anjos seus servidores – que, de uma forma ou de outra, também se mascaram –, que se encontra por trás da actual Anjomania na sociedade de hoje. Como Bohlin salienta:

“...existem muitos livros, publicações e seminários repletos de ilusão demoníaca da espécie mais feia. Porque, quando se começa a falar com anjos, acaba-se a lidar com demónios.” 16

Sue Bohlin apresenta uma excelente discussão acerca do que procurar a fim de discernir a actividade destes anjos demoníacos e malvados. Ela escreve:

Saberá que está perto de “anjos feios”, ou demónios disfarçados de anjos de luz e santidade, se vir ou escutar estes termos:

1. Contactar ou estar em comunhão com anjos.

Encontram-se agora disponíveis livros com títulos como Ask Your Angels (Pergunte aos Seus Anjos; Daniel, Alma, Timothy Wyllie, e Andrew Ramer, Ask your Angels, New York: Ballantine, 1992) e 100 Ways to Attract Angels (100 Formas de Atrair Anjos; Sharp, Sally, 100 Ways to Attract Angels, Minnesota: Trust Publications, 1994). Mas a Bíblia não fornece nem permissão, nem precedentes para contactar anjos. Quando as pessoas começam a convocar anjos, não são os anjos santos que respondem. São os demónios, disfarçados de anjos bons perante pessoas que não entendem a diferença.

2. Amar ou rezar aos nossos anjos.

Alguns auto-intitulados “especialistas em anjos” instruem os seus seguidores a amarem os anjos e a invocá-los no intuito de obter saúde, curas, prosperidade e orientação. Porém, os anjos são servidores de Deus, e toda esta atenção, ênfase e glória deveriam ir para Ele, não para os Seus servos. Deus diz: “A ninguém darei a minha glória” (Isaías 42:8). As Escrituras não fazem qualquer referência a amar anjos – apenas Deus, a Sua palavra e as pessoas. E nunca nos diz para rezarmos aos anjos, mas somente ao Senhor.

3. Instrução, conhecimento ou discernimento vindos de anjos, particularmente aqueles com nome.

Alguns “professores” desta matéria proclamam que os anjos estão arduamente a tentar contactar-nos, de modo a darem-nos conhecimento mais profundo do universo espiritual (Karyn Martin-Kuri, numa entrevista com o jornal Body, Mind and Spirit, Maio/Junho de 1993. Também Albright, Naomi, Angel Walk, Tuscaloosa, Alabama: Portals Press, 1990). Invariavelmente, este “conhecimento angélico” é uma mistura de verdade e mentiras, e nunca está à altura da verdade absoluta das Escrituras.

Existem quatro nomes de anjos que persistem em aparecer na literatura deste foro: Miguel, Gabriel, Uriel e Rafael. Miguel e Gabriel são os únicos anjos mencionados pelo nome na Bíblia. Os outros dois aparecem no apócrifo Primeiro Livro de Enoch, que inclui um registo fantasioso das acções destes quatro seres. Aqueles que nos tempos modernos transmitem ensinamentos angélicos estão na verdade a canalizar informação oriunda de demónios.

4. Conhecimento especial ou ensinamentos de anjos.

Naomi Albright distribui ensinamentos acerca dos significados profundos das cores, números e letras do alfabeto, que afirma serem “conhecimento dado de cima, gerado em maior detalhe pelo Grande Mestre Angélico Sheate, Mestre Lady Cassandra, Anjo Carpelpous e o Mestre Anjo, Aquele que está no Alto” (newsletter Paths of Light [Caminhos de Luz], Angel Walk F.O.L., Followers of Light, No. 24, Julho de 1994, p. 6-10). Estes mesmos seres disseram à senhora Albright para enfatizar dois ensinamentos principais: primeiro, que Deus aceita todas as religiões; segundo, a Reencarnação (Albright, Angel Walk, p. 77-78). Tais ensinamentos continuam a aparecer em muita da literatura angélica da Nova Era, o que não deveria ser surpreendente, pois constituem mentiras heréticas provenientes do abismo do inferno, local de origem dos anjos “professores”.

Outros ensinamentos angélicos são que tudo é uma parte de Deus (panteísmo), que o aprendiz se isola dos demais através do conhecimento “profundo” que os anjos fornecem (trata-se de um atractivo básico para o ocultismo) e que, eventualmente, aquele que procura o contacto com estes anjos será visitado por um Mestre Ascendente ou um Anjo Brilhante (o que se resume a um encontro pessoal com um demónio).

Devemos recordar que os anjos de Deus não são professores. A palavra de Deus diz que são mensageiros – é isso que “anjo” quer dizer – e que nos prestam serviço. Deus revelou-nos tudo o que precisamos de saber para obtermos vida e piedade (2 Pedro 1:3); por isso, qualquer conhecimento oculto que seres espirituais nos tentem transmitir é por natureza ocultista e demoníaco.

5. Divindade humana.

A mensagem dos anjos feios é a de que precisamos de reconhecer que somos um com o divino, que somos divinos... que somos Deus. Em The Angel Book: A Handbook for Aspiring Angels (O Livro dos Anjos - Um Manual para Aspirantes a Anjos), Karen Goldman diz coisas como “Os anjos não caem do céu; eles emergem de dentro” (Goldman, Karen, The Angel Book —A Handbook for Aspiring Angels, New York: Simon & Shuster, 1988, p. 20). E “O propósito total na vida é conhecer o seu Anjo Interior, aceitá-lo e sê-lo. Desta forma, experimentamos finalmente a verdadeira completitude” (Ibid., p. 95).

O próximo fragmento de lixo herético foi fornecido por um demónio que se fazia passar por um anjo chamado Daefrenocles: “A maravilhosa luz dos Anjos, passando pelo Eloim até aos Arcanjos, Devas e Espíritos da Natureza – todos te trazem a compreensão de que és magnífico; és divino agora e divino em primeiro lugar” (newsletter These Celestial Times [Estes Tempos Celestiais], Vol. 3, No. 1, Gaithersburg, Maryland, p. 4). 

Muita da literatura angélica faz referência ao “anjo interior”. Mas os anjos são uma parte em separado da criação. Foram criados antes do homem como uma espécie diferente. Não estão dentro de nós. Não obstante o filme “It’s a Wonderful Life” (“Do Céu Caiu uma Estrela”), quando ouvimos uma campainha tocar não quer dizer que um anjo esteja a receber as suas asas. Nem as pessoas boas, especialmente crianças, se tornam anjos quando morrem. Permanecemos seres humanos – não anjos, e certamente não Deus.

Em resposta à mania dos anjos, aquilo de que a nossa cultura precisa é de discernimento sólido, edificado sobre os alicerces da palavra de Deus. Temos de recordar e partilhar com os outros três verdades acerca dos anjos:

1. O ministério dos anjos santos nunca contradirá a Bíblia.

2. As acções dos anjos santos serão sempre consistentes com o carácter de Cristo.

3. Um encontro genuíno com um anjo santo glorificará Deus, não o anjo. Os anjos santos nunca atraem a atenção para si mesmos. Tipicamente, fazem o seu trabalho e desaparecem.

É bem verdade que muitos “não o sabendo hospedaram anjos” (Hebreus 13:2). Mas temos de ter a certeza de hospedarmos o tipo certo de anjos! 17

Alguns Avisos
(Coisas a Fazer e a Não Fazer)

Além dos avisos supramencionados, e em vista das ilusões de Satanás, precisamos de estar alerta. A este respeito, aqui fica um conjunto de coisas que gostaria de sugerir:

Nunca Adorar Anjos

Conforme realçado na introdução deste estudo, onde quer que encontremos anjos mencionados na Bíblia, a referência aos mesmos é incidental a outro assunto. Não são o tema primário da passagem – o amor e graça de Deus são-no. Quando são referidos, é sempre no intuito de nos informarem mais acerca de Deus, do que Ele faz e de como o faz. Este mesmo facto ensina-nos que não só os anjos não são o mais importante, mas que também não devem ser adorados.

Em dois locais do livro da Revelação, João ficou tão impressionado com a revelação que tinha recebido de Deus através de um anjo, uma criatura muito gloriosa, que se curvou para o adorar.

Revelação 19:10 Prostrei-me aos seus pés para o adorar, mas ele disse-me: “Não faças isso; sou um servo como tu e como os teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus. O testemunho de Jesus é o espírito da profecia.”

E, novamente, é-nos dito em Revelação 22:

Revelação 22:8-9 Sou eu, João, que vi e ouvi estas coisas. Depois de as ver e ouvir, prostrei-me aos pés do anjo, que mas mostrava, para o adorar. 9 Mas ele disse-me: “Não faças isso! Sou um servo, como tu, como os teus irmãos, os profetas, e como aqueles que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus”.

Recomendámos não adorar anjos, mas porquê?  Primeiro, são meros “servos” como os crentes, convocados para servir o Senhor. Depois, foi dito a João para “adorar a Deus”. Os anjos são poderosos e fantásticos de muitas maneiras mas, tal como nós, são simples criaturas e servos do Deus vivo, que deseja a nossa adoração exclusiva. Isto significa que não lhes rezamos nem confiamos neles, embora Deus os possa utilizar como nossos guardiães. A nossa confiança deve residir em Deus, não nos anjos. Eles ministram sob as Suas ordens.

Lembre-se, a igreja em Colossos fora invadida por falsos professores, que ensinavam uma falsa humildade e culto dos anjos, afirmando ter revelações místicas especiais através de visões associadas à sua adoração de anjos (Col. 2:18). Tal era demoníaco porque usurpava o lugar preeminente e o carácter suficiente de Cristo enquanto Salvador e Senhor. O argumento era que Ele não bastava para a salvação e espiritualidade – “Do que vocês precisam é de adorar anjos, etc.”.

Não Participar na Publicidade a Anjos

Intimamente associada à adoração de anjos, mas de um modo mais subtil, está a publicitação aos mesmos que hoje em dia tem lugar na nossa cultura. Por vezes, não é apenas uma questão de coleccionar e apreciar estatuetas de anjos, de modo muito parecido com alguém que coleccionasse e gostasse de figuras e imagens de águias. A este respeito, Gangel deixa estas palavras de conselho:

É claro que não há nada de errado com gostar de imagens de anjos na mesa do café, desde que não se tornem ícones que de alguma forma substituam a nossa dependência na Palavra de Deus e o papel do Espírito Santo interior nas nossas vidas. 18

Não Ser Crítico Relativamente aos Relatos de Anjos

Quando ouvimos relatos acerca de anjos, é natural ficarmos cépticos – e há necessidade de uma certa dose de cepticismo, aquilo a que Gangel chama “cepticismo saudável”. As razões pelas quais é necessário um “cepticismo saudável” são as ilusões de Satanás acima referidas, bem como o estado de bancarrota espiritual da nossa cultura e sua inclinação para aceitar tudo excepto a verdade.

Hoje em dia, a credulidade das pessoas é em parte devida às oscilações pendulares da sociedade. Esta oscilou desde as grosseiras especulações místicas da Idade Média até ao racionalismo dos finais de 1800 e inícios de 1900. Agora, em parte devido ao fracasso do racionalismo, ao vazio que naturalmente surge na mente das pessoas e ao advento do demonismo e do ocultismo nestes últimos dias, o pêndulo oscilou de volta ao misticismo, visto de forma tão proeminente no movimento da Nova Era, ao ocultismo e aos cultos. Assim, a crença em Satanás, demónios e anjos é cada vez mais comum, não porque as pessoas acreditem na Bíblia, mas por causa da emergência do seu vazio espiritual. Os anjos tornaram-se substitutos fáceis, uma conveniente solução de compromisso em relação à realidade do Deus vivo conforme É revelado nas Escrituras.

Quando questionado “Acredita em anjos?”, Jamal Mashburn, estrela em ascensão dos Dallas Mavericks, respondeu: “Sim. Para mim, são como uma voz interior que me diz o que fazer e o que não fazer, para onde ir e para onde não ir. São como Deus, protegendo-me e cuidando de mim” (Dallas Morning News, 18 de Dezembro de 1994). Por que não? Deus parece tão distante e austero. Os anjos parecem tão amigáveis. 19

Por outro lado, os anjos são os espíritos servidores de Deus e Ele pode enviá-los a quem desejar. Nunca vi um anjo nem tive uma experiência na qual estivesse certo de estar envolvido um, mas creio que muitos relatos são verdadeiros.

Um bom amigo nosso, que passou por uma série de problemas de saúde bastante complicados, disse-me no Domingo passado que, a certa altura, estava tão em baixo que perdera toda a esperança de alguma vez voltar a ficar bom. Durante a noite, uma enfermeira dirigiu-se ao seu quarto de hospital para verificar o cateter e disse-lhe: “Parece-me mesmo em baixo e sem esperança, não é verdade?”. Ele respondeu: “Sim, é”. Ela ajoelhou-se, pegou na mão dele e orou por ele. Depois disso, o seu humor melhorou, tendo rapidamente começado a recuperar a nível físico. Nunca mais voltou a ver esta enfermeira, embora tenha perguntado e procurado por ela. Falou acerca disto com o seu médico, que acontecia ser cristão, tendo ele perguntado ao meu amigo se havia considerado a hipótese de se ter tratado de um anjo. Seria um anjo? Talvez. Simplesmente não sabemos, mas é certo que podia ser.

Adicionalmente, precisamos de evitar o espírito crítico que põe em causa e menospreza as afirmações dos outros, especialmente daqueles que não conhecem as Escrituras. Fazer troça ou subestimar o que dizem apenas fechará a porta a uma oportunidade para lhes dar testemunho acerca da verdade do Evangelho e da Bíblia.

Algumas Coisas Positivas para Fazer

Primeiro, quando confrontados com afirmações sobre anjos em relação às quais estejamos cépticos, procuremos formas de usar tais afirmações para mostrar interesse pela pessoa, envolvendo-a numa discussão acerca das realidades do Salvador ou das verdades da Palavra de Deus.

Em segundo lugar, estejamos gratos a Deus pelo ministério dos anjos e por aqueles relatos que não contradizem as Escrituras, podendo muito bem constituir genuínos casos de ministério angélico. Embora possamos não ser capazes de assegurar que se tratou de um anjo, podemos e certamente devemos louvar a Deus pelo auxílio ou encorajamento experimentados, tal como o meu amigo no hospital.

Finalmente, tenhamos conhecimento do que a Bíblia ensina sobre Deus, Jesus Cristo, a salvação, a verdadeira espiritualidade e o ministério dos anjos, a fim de que não nos deixemos ludibriar pelas falsificações de Satanás, que procuram levar as pessoas a contornar o carácter suficiente da pessoa e obra de Jesus Cristo. O livro de Colossenses constitui um excelente comentário a este assunto.

Gangel encerra o seu artigo sobre os anjos com um comentário apropriado:

Então nunca viu ou ouviu um anjo? Seja paciente – garanto-lhe que irá acontecer. Tal como João, um dia todos veremos e ouviremos “a voz de muitos anjos”, em número de “miríades de miríades” e de “milhares de milhares”. Juntamente com eles, louvaremos o Salvador, cantando: “Digno é o Cordeiro, que foi imolado, de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor” (Rev. 5:11-12).20

J. Hampton Keathley III, Th.M, licenciou-se em 1966 no Seminário Teológico de Dallas, trabalhando como pastor durante 28 anos. Em Agosto de 2001, foi-lhe diagnosticado cancro do pulmão e, no dia 29 de agosto de 2002, foi para casa para estar com o Senhor.

Hampton escreveu diversos artigos para a Fundação de Estudos Bíblicos (Biblical Studies Foundation), ensinando ocasionalmente Grego do Novo Testamento no Instituto Bíblico Moody, Extensão Noroeste para Estudos Externos, em Spokane, Washington.


1 O que aqui se apresenta é um pequeno estudo acerca dos anjos, em vista do fascínio moderno com este assunto. Será seguido por um estudo profundo sobre a doutrina da angelologia, o estudo dos anjos conforme é desenvolvido na Bíblia. 

2 Millard J. Erickson, Christian Theology, Baker Book House, Grand Rapids, 1983, p. 434.

3 “Kindred Spirit”, uma revista publicada trimestralmente pelo Seminário Teológico de Dallas, Verão de 1995, pp. 5-7.

4 Gangel, p. 5.

5 Gangel, p. 7.

6 Sue Bohlin, “The Good, The Bad, and The Ugly”, Probe Ministries, disponível em http://www.probe.org. Probe é um excelente recurso cristão que altamente recomendo.

7 A Criação do Filho inclui "todas" as coisas no Céu e na terra, visíveis e invisíveis, indicando o universo inteiro, material ou imaterial. É referida uma hierarquia altamente organizada de seres angélicos através das palavras "tronos" (qronoi), “dominações” (kuriothtes), “principados” (arcai), e “potestades” (exousiai). Tal não só indicia um domínio altamente organizado no mundo espiritual dos anjos, mas também mostra que Paulo escrevia a fim de refutar uma forma incipiente de Gnosticismo, que promovia a adoração de anjos em lugar da adoração de Cristo (confira Col. 2:18). Desta forma, Paulo demonstra a superioridade desta última adoração e seu legítimo lugar supremo (confira Efésios 1:21; 3:10; 6:12; Filipenses 2:9-10; Col. 2:10, 15).

8 Paul Enns, The Moody Handbook of Theology, Moody Press, Chicago, 1996, versão electrónica.

9 Charles C. Ryrie, Basic Theology, Victor Books, Wheaton, IL, 1987, versão electrónica.

10 Os termos e descrições aqui dadas vão certamente além de qualquer monarca humano. Paralelamente, outras passagens ensinam-nos com clareza que existem frequentemente forças angélicas ou demoníacas por trás do domínio de reis ou reinos humanos (confira Dan. 10 e Efésios 6:10-12).

11 The Bible Knowledge Commentary, OT, John F. Walvoord Roy B. Zuck, Editors, Victor Books, 1983, 1985, versão electrónica.

12 A respeito da menção do “anjo do Senhor” em Génesis 16:9, Ryrie escreve: “Uma teofania, uma automanifestação de Deus. Aqui, fala como Deus, identifica-Se com Deus e clama exercer as prerrogativas de Deus. Veja 16:7-14; 21:17-21; 22:11-18; 31:11, 13; Êx. 3:2; Juízes 2:1-4; 5:23; 6:11-24; 13:3-22; 2 Sam. 24:16; Zacarias 1:12; 3:1; 12:8. Uma vez que o anjo do Senhor cessa de aparecer após a encarnação, infere-se frequentemente que o anjo no Antigo Testamento é uma aparição pré-encarnada da segunda pessoa da Trindade” (Charles Caldwell Ryrie, Ryrie Study Bible, Expanded Edition, 1986, 1995, Moody, p. 27).

13 Bohlin.

14 Jodie Berndt, Celebration of Miracles, Thomas Nelson, Nashville, 1995, p. 105-112.

15 Gangel, p. 7.

16 Bohlin.

17 Bohlin.

18 Gangel, p. 7.

19 Gangel, p. 7.

20 Gangel, p. 7.

Related Topics: Angelology

Die Apokalypse Von Johannes Und Die Entrückung Der Gemeinde: Eine Neubewertung

Related Media

Einführung

Problem und Zielsetzung

Bei aller Aufmerksamkeit, welche der Entrückung der Gemeinde2 von Studenten und Lehrern der Eschatologie gewidmet wird, fragt man sich, warum die Doktrin der Entrückung der Heiligen, die von Paulus in 1.Thess 4,17 beschrieben wird, in der Apokalypse3 von Johannes nicht deutlicher erwähnt wird. Das ist besonders problematisch, wo Jesus sagt, dass Er diese Offenbarung seinen Dienern gibt, um zu zeigen “was sehr bald geschehen muss” (Offb 1,1)4.

Verschiedene Kommentatoren und Bibellehrer haben eine Reihe von Möglichkeiten präsentiert, welche die Entrückung im Buch der Offenbarung5 beschreiben. Allerdings ist keine weder vollständig zufriedenstellend noch wird sie der Tiefgründigkeit der Doktrin der Entrückung und der Paulinischen Verknüpfung mit der Auferstehung und dem ultimativen Ausdruck unserer Erlösung6 gerecht.

Dieses Papier besteht aus 2 Teilen. Zunächst werden einige der Probleme behandelt, die im Zusammenhang mit der Platzierung der Entrückung der Gemeinde an bestimmten Stellen der Apokalypse stehen. Zweitens wird es eine alternative Stelle für die Entrückung in der Offenbarung anbieten (ab Seite 26), die konsistent ist mit allen interpretativen Betrachtungen: lexikalisch, kontextuell, theologisch und literarisch.

Die vielen “Entrückungen” der Offenbarung

Robert Mounce bemerkt in seinem Kommentar zur Apokalypse, “dass genau die Diskussion einer ‘Entrückung der Gemeinde’ außerhalb von Johannes’ Bezugsrahmen liegt.”7 Dennoch bieten viele Kommentatoren eine Vielzahl von oft widersprüchlichen Passagen an, um dieses Vakuum zu füllen. Dieser Abschnitt untersucht die bekanntesten und plausibelsten Optionen, indem er kritisch die Argumente für jede einzelne unter die Lupe nimmt.8

Offenbarung 3,10

Das Versprechen des Schutzes in Offenbarung 3,10 wird von vielen Kommentatoren als der beste exegetische Beweis einer prätribulationalen Entrückung der Gemeinde betrachtet. Lewis Sperry Chafer hat Offenbarung 3,10 die “entscheidende Stelle” genannt in Bezug auf den Zeitpunkt der Entrückung9. Viele andere Prätribulationisten stimmen dem zu.10

Argumente für die Entrückung in Offenbarung 3,10. Das Versprechen in Offenbarung 3,10-11 ist folgendes: “Weil du meine Aufforderung zur Standhaftigkeit beherzigt hast, werde auch ich dich bewahren vor der Zeit der Versuchung, in der die ganze Menschheit den Mächten der Verführung ausgesetzt sein wird.” (NEÜ) Obwohl das Versprechen spezifisch der Gemeinde in Philadelphia gegeben wurde (Offb 3,7) ist das Versprechen anwendbar auf alle Gläubigen (Offb 3,13)

Diejenigen, welche in diesem Vers die Entrückung sehen, argumentieren primär auf der Basis der Phrase τηρησω ἐκ τῆς ὥρας “Ich will dich vor dieser Stunde bewahren”. Es wird angenommen, dass τηρήσω “bewahren” oder “beschützen” bedeutet, während die Präposition ἐκ “heraus von”11 bedeutet. Es wird betont, dass Gläubigen nicht nur Schutz vor der Versuchung sondern Schutz vor der gesamten Stunde der Versuchung versprochen wird, was ein Wegnehmen von der Erde in den Himmel erfordert12.

Obwohl einige damit argumentieren, ἐκ bedeute “herausheben aus” der Stunde der Versuchung, und deshalb den Schutz garantiert,13 hängt diese spezielle Bedeutung von ἐκ sehr stark von dem Typ des Verbs ab, mit dem es verbunden ist14. Daniel Wallace schlägt ein generelles Prinzip bei transitiven Präpositionen wie ἐκ vor, wenn diese im Zusammenhang mit Zustandsverben wie τηρέω verwendet werden: “Zustandsverben setzen die transitive Präposition außer Kraft. Praktisch immer, wenn ein Zustandsverb mit einer transitiven Präposition verwendet wird, ist die Präposition außer Kraft gesetzt; das, was verbleibt, ist der Zustand”15. Deshalb, so wird argumentiert, ist aus syntaktischen Gründen die Bedeutung des Abschnitts im Sinne von Bewahrung vor der Stunde der Versuchung und nicht Bewahrung durch die Stunde der Versuchung hindurch zu verstehen.

Probleme mit der Entrückung in Offenbarung 3,10. Obwohl der Schreiber dieses Artikels die grammatikalischen Argumente zugunsten des Verständnisses von τηρήσω ἐκ im Sinne von “bewahren vor” als ziemlich überzeugend ansieht, gibt es Gründe, die Rolle dieser Textstelle als “entscheidende Textstelle” über die Entrückung in Frage zu stellen.

Ungeachtet der grammatikalischen Erwägungen sind Kommentare wie der von Mounce unter kompetenten Auslegern sehr verbreitet: “Die Stunde der Versuchung ist gerichtet gegen die gesamte nichtchristliche Welt, aber der Gläubige wird vor ihr bewahrt, nicht durch ein vorheriges Erscheinen von Christus, um die Gemeinde körperlich aus der Welt zu nehmen, sondern durch geistlichen Schutz, den er gegen die Mächte des Bösen gibt.”16 Ähnliche Sichtweisen scheinen eine Abschwächung der Ausdruckskraft darzustellen, so dass “vor der Stunde” mehr allgemein oder bildlich verstanden wird; das heißt, dass Gläubige als “bewahrt vor der Versuchung” im Sinne von (nicht) betroffen sein von den Gerichten gesehen werden anstatt als “bewahrt vor der Stunde der Versuchung” in einem zeitlichen oder räumlichen Sinn. Sicherlich liegt ein solches ungenaues Verständnis der Ausdrucksweise im Rahmen der Möglichkeiten. Auf der anderen Seite argumentiert Beale, dass das Bewahren vor der Stunde der Versuchung sich nicht auf den Schutz vor einer zukünftigen Trübsal bezieht, sondern auf das Unheil des “Abfallens von dem Glauben, das heißt, Schutz vor Versuchungen, die Unglauben hervorrufen.”17

Noch ein Problem stellt die Wahl des Verbs τηρέω dar. Während die Entrückung sich in 1. Thess. 4,17 als eine plötzliche oder eine gewaltsame Bewegung darstellt, ist τηρέω ein Zustand. Wenn dieser Abschnitt dem Leser irgendetwas über die Entrückung mitteilt, dann beschreibt er lediglich das Ergebnis des Ereignisses, nicht das Ereignis selbst. Sogar Verfechter der prätribulatorischen Sichtweise geben dieses Manko zu. Thomas schreibt:

Das Statement bezieht sich nicht direkt auf die Entrückung. Was es garantiert, ist Schutz vor der Szenerie der “Stunde der Versuchung”, während diese Stunde am Laufen ist. Diese Auswirkung, die Gläubigen in Philadelphia (und somit alle Gläubigen in allen Gemeinden; vgl. 3,13) in einer Position der Sicherheit zu platzieren, setzt voraus, dass sie zu Beginn des Zeitabschnitts an einen anderen Ort (z.B. Himmel) versetzt worden sein mussten.18

Ein weiteres Problem der Identifikation von τηρέω ἐκ mit dem physischen Wegnehmen von dem Zeitabschnitt der Trübsal ist der Gebrauch desselben Konstrukts in Joh 17,15: ἵνα τηρήωῃς αὐτοὺς ἐκ τοῦ πονηροῦ “sie vor dem Bösen zu bewahren.” Ladd argumentiert:

Im Gebet unseres Herrn gibt es kein Konzept von einem körperlichen Wegnehmen der Jünger von der bösen Welt, sondern die Bewahrung vor der Kraft des Bösen, wenn sie in seiner engen Gegenwart sind. . . . In gleicher Weise muss das Versprechen von Offb 3,10: vor (ek) der Stunde der Versuchung bewahrt sein kein Versprechen im Sinne von Wegnehmen von genau der physischen Gegenwart der Trübsal sein.19

Andere Kommentatoren haben dieselben Bedenken vorgebracht.20 Während Gelehrte genügend Gegenargumente präsentiert haben, um zumindest die Tragfähigkeit der Ansicht zu belegen, dass die Entrückung in Offb 3,10 angedeutet wird,21 ist die Debatte darüber weit davon entfernt zur Ruhe zu kommen, und man muss innehalten wegen der dogmatischen Rechthabereien auf beiden Seiten.

Zusammenfassend kann sicher gesagt werden, dass eine Entrückung sehr gut durch den Vers beschrieben sein könnte, wenn das Zustandsverb mit einer transitiven Präposition andeutet “Bewahrung weg von” und wenn die Phrase “Stunde der Versuchung” wörtlich einen Zeitabschnitt meint, was damit eine Translation aus dieser Welt heraus erfordert. Doch sogar wenn man diese Bedingungen voraussetzt, fehlt das Schlüsselelement in Offb 3,10, die Entrückung selber. Der systematische Theologe muss das Ereignis von 1.Thess 1,17 in das Versprechen hineinlesen und Offb 3,10 als das Ergebnis ansehen. Diese diskussionswürdigen Variablen müssen Offb 3,10 mindestens auf einen Platz von sekundärer Bedeutung oder erhärtender Beweisführung verweisen in Bezug auf die Entrückung der Gemeinde in der Apokalypse von Johannes.

Offenbarung 4,1-2

Es ist von unzähligen Prätribulationisten argumentiert worden, dass die Erfahrung, die von Johannes in Offb 4,1-2 beschrieben wird, ein Symbol für die Entrückung der Gemeinde ist.22

Argumente für die Entrückung in Offenbarung 4,1-2. Der Abschnitt selbst liest sich so: “Danach blickte ich auf und sah im Himmel eine offene Tür. Die gleiche Stimme, die schon vorher mit mir gesprochen hatte, und die wie eine Posaune klang, sagte: ‘Komm hier herauf! Ich werde dir zeigen, was nach diesen Dingen geschehen muss.’ Im gleichen Augenblick wurde ich vom Geist ergriffen. Ich sah einen Thron im Himmel stehen, und auf dem Thron saß jemand.” Über diesen Abschnitt schreibt Seiss,

Diese offene Tür im Himmel ist die Tür der Himmelfahrt der Heiligen. Diese Posaune ist dieselbe, die Paulus beschreibt als die, welche die Entschlafenen in Jesus ruft und auf die sich der Erlöser bezieht als auf die Stimme, mit der seine Erwählten von den 4 Himmelsrichtungen gesammelt werden, aber von der wir keine Veranlassung haben, dass sie von jemandem anders gehört oder verstanden wird, als von denen, die bestimmt sind, um mit ihm in den Himmeln versammelt zu werden. Und dieses “KOMM HIER HERAUF” ist für jeden, der in demselben Stand wie Johannes steht, das gnädige und mächtige Wort des wiederkommenden Herrn selber, aufgrund dessen die, welche auf ihn warten, neue Kraft bekommen und mit Flügeln auffahren wie Adler. (Jes 40,31)23

Durch die Erwähnung der Posaune, der Stimme, des Himmel und des Geistes ebenso wie durch die angedeutete Aktion von Johannes’ Entrückung in den Himmel bietet sich diese symbolische Interpretation an.

Ein weiteres Argument für die Annahme, dass die Entrückung in Offb 4,12 geschieht (oder zwar unerwähnt, aber anzunehmen ist zwischen Kapitel 3 und 4) ist die Interpretation, dass die Phrase μετὰ ταῦτα “nach diesen Dingen” von Vers 1 einen entscheidenden Abschnittswechsel in der Apokalypse markiert. Kapitel 1 bis 3 werden genannt ταῦτα “diese Dinge” (vgl. 1,19), das aktuelle Zeitalter der Gemeinde, wohingegen alles ab Kapitel 4 Ereignisse repräsentiert, welche nach dem jetzigen Zeitalter der Gemeinde stattfinden.24 Zu diesem Argument trägt bei, dass einige eine Interpretation verfechten, welche die Briefe an die sieben Gemeinden in Kleinasien als Abfolge der Geschichte der Gemeinde in prophetischer Form darstellt,25 ebenso wie die Interpretation, dass die vierundzwanzig Ältesten, die zuerst in Offb 4,4 auftauchen, entweder ein Symbol für oder die Repräsentanten der entrückten, verklärten Heiligen sind.26

Probleme mit der Entrückung in Offenbarung 4,1-2. Während einige der Bilder ähnlich sind, gibt es bei der Interpretation der Entrückung in Offb 4,1-2 signifikante Schwierigkeiten. Tatsächlich scheint der Abschnitt in gewöhnlicher Sprache die tatsächliche Erfahrung von Johannes beim Empfangen der Vision zu beschreiben. Ein dispensationalistischer Schreiber, Robert Thomas, gibt diese Schwierigkeit zu und folgert, “Diese Aufforderung ist am ehesten zu verstehen als eine Einladung an Johannes, einen neuen Aussichtspunkt einzunehmen wegen der Offenbarung, die zu empfangen er im Begriff ist.”27

Zweitens muss, was die Bedeutung von μετὰ ταῦτα angeht, festgehalten werden, dass die Phrase durchgängig in der Offenbarung verwendet wird (4,1; 7,1; 7,9; 15,5; 18,1); An diesen Stellen beschreibt sie einen plötzlichen Wechsel im Inhalt von Johannes’ Vision, nicht einen Wechsel von Zeitalter, Epoche oder Dispensation. Bei der Betrachtung, ob ein chronologischer Ablauf in Bezug auf die prophetischen Ereignisse impliziert ist oder nicht, schreibt Smith,

Dieser Abschnitt beschreibt einen Ablauf oder ein Ausgeben als zeitliche Abfolge. Wenn diese Phrase auf den Ausdruck “Ich sah” angewendet wird, so wie es in diesem Buch elfmal geschieht, kann es sich nur um die Reihenfolge der Visionen und nicht notwendigerweise (obwohl meistens) um die chronologische Reihenfolge der Ereignisse handeln. Zum Beispiel, soweit es die verwendete Sprache betrifft, kann der Seher sich nur auf das Erhalten einer neuen Vision an sich beziehen und nicht notwendigerweise auf die Tatsache, dass die Dinge, über die er berichtet, zeitlich aufeinander folgen.28

Zusammenfassend scheint es, dass, solange jemand nicht spezifisch nach der Entrückung der Gemeinde vor der Großen Trübsal sucht, Offb 4,1-2 nicht notwendigerweise zu einer solchen Interpretation führt. In diesem Kontext ist es am besten, diesen Abschnitt als eine Einzelerfahrung von Johannes in einem ekstatischen geistlichen Zustand zu sehen, in dem er die Visionen empfangen hat.

Offenbarung 4,4 und 5,9-10

Argumente für die Entrückung in Offenbarung 4,4 und 5,9-10. Man hat oft geltend gemacht, dass die vierundzwanzig Ältesten im Himmel, die zuerst in Offenbarung 4,4 auftauchen, entweder Symbole oder lebende Repräsentationen der entrückten, verherrlichten Gemeinde darstellen. Walvoord schreibt, “Einer der Gründe, warum die vierundzwanzig Ältesten als erlöste und belohnte Menschen betrachtet werden, ist der, dass sie mit goldenen Kronen und eingekleidet in weißen Gewändern dargestellt werden (Offb 4,4). Das würde bedeuten, dass sie bereits beurteilt und belohnt wurden, so wie es der Fall ist bei einer Vorentrückung und dem nachfolgenden Richterstuhl Christi im Himmel.”29

Ähnlich schreibt Thiessen:

Wir folgern also, dass die Szene in Offb 4,5 ein direktes Resultat der Entrückung darstellt. Der Herr ist vom Himmel herabgekommen, die Toten in Christus, sowohl die aus der Zeit des Alten als auch des Neuen Testaments, sind auferweckt worden und die bis zur Wiederkunft des Herrn verbliebenen Gläubigen sind entrückt worden um mit den anderen zusammen den Herrn in der Luft zu treffen (1.Thess. 4,16-17). Diese “Ältesten” repräsentieren diese zwei Gruppen vor dem Thron. Daraus folgt, dass die Entrückung vor der Trübsal stattfindet, weil die Ältesten eingekleidet, gekrönt und inthronisiert sind, bevor das erste Gericht auf die Erde gesendet wird.30

Frühere Ausleger haben sich sehr stark auf die Lesart des Textus Receptus von Offenbarung 5,9-10 berufen für die Unterstützung ihrer Interpretation, dass die vierundzwanzig Ältesten die verherrlichte Gemeinde darstellen müsse. Der Abschnitt beschreibt die vierundzwanzig Ältesten, wie sie in der ersten Person Plural von ihrer Erlösung singen: ἠγόρασας τῷ θεῷ ἡμᾶς ἐν τῷ αἵματί σου . . . καὶ ἐποίησας ἡμᾶς τῷ θεῷ ἡμῶν βασιλεῖς καὶ ἱερεῖς, καὶ βασιλεύσομεν ἐπὶ τῆς γῆς du hast uns losgekauft zu Gott durch dein Blut . . . und hast uns zu Königen und Priestern gemacht für unseren Gott. Es wird dann argumentiert, dass, weil die Gemeinde bereits verherrlicht im Himmel gesehen wird, bevor sich die Ereignisse der Trübsal entfalten, sie deshalb vor diesem Punkt auferweckt/entrückt wurde.31

Probleme mit der Entrückung in Offenbarung 4,4 und 5,9-10. Das erste Problem bei dieser Herangehensweise ist, dass die Identifizierung der vierundzwanzig Ältesten mit der Gemeinde in Wirklichkeit gar nichts über die Entrückung selber aussagt. Wenn die Gruppe der vierundzwanzig Ältesten dazu bestimmt ist, die Gemeinde zu repräsentieren, dann ist nichts erwähnt, was die Art ihrer Ankunft dort beschreibt. Nochmals, die Entrückung und die Auferstehung selber fehlen.

Zweitens, der Deuter muss zuerst schlüssig beweisen, dass die Visionen aus Offenbarung 4 und 5 Beschreibungen der Zukunft sind und nicht die Situation im Himmel zur Zeit der Vision von Johannes darstellen.32 Wenn die Szene im Thronsaal, in der alle weiteren Visionen geschehen, dazu bestimmt ist, eine Beschreibung der gegenwärtigen himmlischen Situation darzustellen, dann ist die Identifikation der vierundzwanzig Ältesten mit der Gruppe der Entrückten entlarvt.

Drittens, obwohl das Singen der vierundzwanzig Ältesten in der ersten Person Plural in der Tat ein starkes Argument für die Identifikation mit der verklärten Menschheit ist, die textuellen Anhaltspunkte für diese Lesart sind unauffällig.33 Es ist höchst unwahrscheinlich, dass die vierundzwanzig Ältesten das Lied in der ersten Person Plural singen. Das schließt die Möglichkeit nicht aus, dass sie über sich selbst (und die erlöste Menschheit) in der dritten Person singen.34 Es bedeutet, dass eine derartige Interpretation keine notwendige Schlussfolgerung ist.

Zusammengefasst, die Unfähigkeit, die vierundzwanzig Ältesten sicher mit der Gemeinde identifizieren zu können, das Fehlen eines jeglichen Entrückungs-/Auferstehungsereignisses und die Ungewissheit bzgl. der Chronologie der Vision des himmlischen Thronsaals, all das hinterlässt die Entrückung vor Offenbarung 4,4 und 5,9-10 als eine mögliche aber nicht verifizierbare Hypothese.

Offenbarung 4-18

Ein weiteres verbreitetes Argument für die Entrückung in Offenbarung ist für einige Prätribulationisten der Einwand, dass die Gemeinde auf der Erde nirgendwo erwähnt wird zwischen Offenbarung Kapitel 4 bis 18.35

Neben dem, dass es ein Argument aufgrund des Verschweigens ist, kann diese Position auch zu einem Zirkelschluss führen. Als Antwort auf die Behauptung, dass “Heilige” in der Offenbarung die Anwesenheit der Gemeinde auf der Erde erfordert (vgl. Offb 12,17, etc.), zeigt Renald Showers zum Beispiel die Möglichkeit einer Unterscheidung zwischen Heiligen der Trübsal und Heiligen der Gemeinde auf. Obwohl die Möglichkeit der Unterscheidung mit Sicherheit gegeben ist, wäre der einzige Beweis für diese Unterscheidung die Vorentrückung. Aber solange die Vorentrückung nicht zuerst bewiesen ist, hat der Ausleger keine Wahl, als die gläubigen Heiligen der kommenden Trübsal als Mitglieder der Gemeinde zu klassifizieren. Ohne zuerst die Vorentrückung zu beweisen, können Prätribulationisten nicht seriös die Abwesenheit der Gemeinde in Offenbarung 4-18 als Entrückung unterstellen. Diese Schlussfolgerung scheint ein Zirkelschluss zu sein, da sie voraussetzt, was sie zu beweisen versucht.36

Ein weiteres Problem mit dieser Beweisführung ist, dass sie eine strikte chronologische Struktur des Buches der Offenbarung voraussetzt, eine Annahme, die zum einen weder allgemein vertreten wird, noch durch diese Aussage belegt wird. Damit die Abwesenheit der Gemeinde in Offenbarung 4-18 als relevant betrachtet werden kann, muss zuerst bewiesen werden, dass diese Kapitel Ereignisse beschreiben, die sich ausschließlich auf die siebzigste Jahrwoche Daniels beziehen.37

Deshalb bleibt in dem Argument, das auf der Abwesenheit des Wortes “Gemeinde” in Offenbarung 4-18 basiert, das Ereignis der Entrückung/Auferstehung der Gemeinde unerwähnt.

Offenbarung 7,9-17

Einige Studenten der Heiligen Schrift haben die Anwesenheit der großen Menge aus “jeder Nation, Stamm, Volk, und Sprache, stehend vor dem Thron und vor dem Lamm” in Offenbarung 7,9-17 als bezeichnend für die entrückten/auferweckten und verherrlichten Heiligen gesehen.

Argumente für die Entrückung in Offenbarung 7,9-17. Ein Vertreter dieser Sichtweise, Robert Van Kampen, behauptet kühn, dass es “ein unwiderlegbarer Beweis ist, dass diese Menge die entrückte Gemeinde sein muss, keine Märtyrer, die während der großen Trübsal durch den Antichristen starben.”38 Obwohl Van Kampen’s Werk auf einem leicht verständlichen Niveau verfasst ist, rechtfertigt die Behauptung von “unwiderlegbarer Beweis” einige Vorsicht, besonders weil Bücher mit einem populären Anreiz dazu tendieren, größeren Einfluss auf die Theologie der Gemeinde als Ganzes zu nehmen.39

Van Kampen schreibt, “Wie bereits an verschiedenen anderen Stellen in diesem Buch bemerkt wurde, sind die gemarterten Heiligen des fünften Siegels als Seelen unter dem Altar im Himmel dargestellt, welche noch nicht ihre Auferstehungsleiber erhalten haben (Offb 6,9). Wie in Offenbarung 20 erklärt wird, bekommen diese gemarterten Heiligen ihre Auferstehungsleiber nicht vor dem Beginn des Millenniums.”40

Er fährt fort, den Unterschied zwischen den Seelen der Heiligen in Offenbarung 6,9 und der großen Menge aus Offenbarung 7,9ff darzustellen:

Auf der anderen Seite stehen die Heiligen, die in Offenbarung 7,9 beschrieben werden, vor dem Thron, sind in weiße Gewänder gekleidet und halten Palmzweige in ihren Händen - was schlüssig darauf hinweist, dass sie bereits ihre Auferstehungsleiber besitzen. Diese große Menge können daher nur die auferweckten Heiligen sein, die entrückt wurden aus der großen Trübsal des Antichristen - und es muss exakt dieselbe himmlische Gruppe (die ebenfalls Leiber hat) sein, auf die sich Offenbarung 15,2 bezieht als “An seinem Ufer sah ich die stehen, die dem Tier standgehalten hatten . . . Sie hatten von Gott Harfen bekommen (Hervorhebung hinzugefügt).41

Probleme mit der Entrückung in Offenbarung 7,9-17. Van Kampen’s “schlüssiger” Beweis, dass die große Menge die entrückte Kirche darstellt, versagt an mehreren Fronten. Zuerst, es wird angenommen, dass nicht-auferweckte Seelen nicht dargestellt werden können als “stehen”, “gekleidet”, “halten”. Es ist nicht klar, woher diese Überzeugung herrührt, aber es gibt keine biblische Unterstützung für die Annahme, dass körperlose Seelen nichts tun können als formlos umher zu flattern.

Zweitens, den “Seelen” aus Offenbarung 6,9 werden weiße Gewänder gegeben. Van Kampen weist darauf hin, dass in weiße Gewänder gekleidet zu sein, beweist, dass die große Menge aus Offenbarung 5,9 auferweckt ist. Gilt nicht dasselbe für Offenbarung 6,9? Oder wurden die weißen Gewänder den Seelen gegeben und sie konnten sie aber nicht anziehen, weil sie noch keine Auferstehungsleiber hatten? Die Argumente erweisen sich als selbstzerstörend.

Drittens, obwohl Engel unkörperliche Wesen sind (sie sind Geister), sind sie in der Lage mit der physikalischen und materiellen Welt zu interagieren. Auf welcher Basis wird das unkörperlichen menschlichen Seelen verweigert, besonders, wenn sie auf das Himmelreich eingeschränkt werden? 42

Viertens, die genaue Natur der Vision wird nicht hinterfragt. Es wird einfach angenommen, dass alles in der Vision wörtlich zu nehmen ist, dass Johannes aus erster Hand Zukunftsereignisse sieht, wie sie tatsächlich passieren. Nichtsdestotrotz ist es möglich, und sehr wohl im Rahmen einer wörtlichen Herangehensweise an das apokalyptische Genre, die Vision als Symbol für ein zukünftiges Ereignis zu sehen. Das bedeutet, es kann durchaus ein allgemeines Bild sein, das die Botschaft vermittelt, dass diejenigen, welche Martyrium in der Trübsal erleiden, im Himmel versammelt und entlohnt werden und ihren Sieg feiern.

Nachdem Van Kampen’s “schlüssiger” Beweis alles andere als schlüssig ist, tauchen eine Anzahl weiterer Probleme mit der Identifizierung der großen Menge mit den auferweckten Heiligen auf.

Zuerst, wenn die große Menge die entrückte Gemeinde ist, wo sind die 144.000 aus Offenbarung 7,1-8 und warum wurden sie nicht entrückt? Das ist besonders verblüffend, wenn man sich die Beschreibung von ihnen in Offenbarung 14,4-5 anschaut: “Sie hatten sich dem Lamm gegenüber durch keinerlei Untreue schuldig gemacht, sondern sich wie eine Braut unberührt und rein gehalten, und sie folgen dem Lamm, wohin es auch geht. Als Erstlingsgabe waren sie für Gott und das Lamm freigekauft worden. Sie sind ohne Tadel. Keine Falschheit kann ihnen vorgeworfen werden.” Sicher würde eine derartig herausragende Menge in die Entrückung einbezogen werden, wenn diese irgendwo in Offenbarung 7 stattfinden würde!

Zweitens, die Menge, die in Offenbarung 7,9-17 beschrieben wird, scheint in Wirklichkeit die gemarterten Heiligen darzustellen, welche Verfolgung unter dem Tier erleiden und die letztlich siegreich im Himmel gezeigt werden.43 Deshalb versteht dieser Schreiber die Szene als voraus greifend, nicht in chronologischer Reihenfolge; sie zeigt die Trübsal als ein Ganzes und den Sieg der Märtyrer.

Offenbarung 11,11-19

Die oberflächlichen Parallelen zwischen 1.Thess 4,17 und Offenbarung 11,11-12 werden oft herangezogen um die Entrückung an dieser Stelle in der Apokalypse aufzuzeigen. Manchmal wird noch der Schall der siebten Posaune in 11,15 als Parallele zu 1.Kor 15,52 hinzugefügt und der Lobgesang und die vierundzwanzig Ältesten werden ferner in diesem Licht interpretiert.

Argumente für die zwei Zeugen als die Entrückung.

James Buswell, ein Befürworter dieser Sicht argumentiert wie folgt::

Es ist meine Ansicht, dass wir in der Auferweckung und Entrückung der zwei Zeugen (Offenbarung 11,11 ff.) eine exakte Synchronisation von Ereignissen vorliegen haben. Die zwei Zeugen werden in demselben Moment in den Himmel aufgenommen “in der Wolke”, in dem die Auserwählten von Gott aufgenommen werden in den Wolken, um mit dem Herrn in der Luft zusammen zu treffen (1.Korinther 15,52; 1.Thessalonicher 4,13-18).44

Natürlich steht Buswell nicht allein mit seiner Identifizierung der Entrückung in Offenbarung 11,11-19. Andere behaupten, dass die zwei Zeugen nicht wirklich Individuen sind, sondern Repräsentanten der Gemeinde als Ganzes, entweder symbolisch oder als zwei individuelle Mitglieder dieser Gemeinde.45

Die sprachlichen Parallelen scheinen in der Tat die Auferstehung und die Entrückung in den Himmel anzudeuten. Die folgende Tabelle illustriert diese Parallelen zwischen Offenbarung 11,11-12 und der Schlüsselstelle der Entrückung, 1.Thessalonicher 4,16-17.

Offenbarung 11,11-12

1.Thessalonicher 4,16-17

Und nach den drei Tagen und einem halben kam der Geist des Lebens aus Gott in sie, und sie standen auf ihren Füßen; und große Furcht fiel auf die, welche sie schauten. (11,11)

Denn der Herr selbst wird . . . mit der Posaune Gottes herniederkommen vom Himmel, und die Toten in Christo werden zuerst auferstehen (4,16)

Und ich hörte eine laute Stimme aus dem Himmel… (11,12a)

. . . wird mit gebietendem Zuruf, mit der Stimme eines Erzengels und mit der Posaune Gottes herniederkommen vom Himmel … (4,16)

… zu ihnen sagen: Steigt hier herauf! Und sie stiegen in den Himmel hinauf in der Wolke, und es schauten sie ihre Feinde . (11,12b)

danach werden wir, die Lebenden, die übrigbleiben, zugleich mit ihnen entrückt werden in Wolken dem Herrn entgegen in die Luft; und also werden wir allezeit bei dem Herrn sein. (4,17)

Probleme mit den Zwei Zeugen als die Entrückung. Diejenigen, die wie Mounce folgern, dass die zwei Zeugen keine Individuen sind sondern ein Symbol der bekennenden Gemeinde in den letzten stürmischen Tagen vor dem Ende des Zeitalters46, haben anscheinend eine Übermacht an Beweisen gegen sich. Zunächst, wenn die zwei Zeugen ein Symbol für die bekennende Gemeinde sind, würde ihr Tod durch die Hand des Tieres (Offb 11,7) nach den 1260 Tagen ihres Zeugnisses nahelegen, dass die gesamte Gemeinde durch das Tier vernichtet wurde. Zweitens, wenn die zwei Zeugen selber Symbole darstellen, scheint es ziemlich seltsam, die Symbole in symbolischer Sprache mit der Analogie zwei Ölbäume und die zwei Leuchter zu beschreiben (Offb 11,4). Die Symbolik der Ölbäume und Leuchter ist Sacharja 4 entliehen, wo die Vorbilder zwei wirkliche Individuen sind, Serubbabel und Josua.47 Drittens, die Aktivitäten und Erfahrungen der zwei Zeugen machen es schwierig die symbolische Interpretation aufrecht zu erhalten. Es heißt von ihnen, dass sie alle Arten von Plagen herbeirufen können (Offb 11,6), eine Fähigkeit, die schon immer besonders gesalbten Propheten vorbehalten war, niemals der ganzen Gemeinde im Allgemeinen. Nachdem sie getötet sind, heißt es, dass ihre Leichen auf den Straßen Jerusalems liegen (11,8), ein ziemlich lächerliches Ereignis, sollten die zwei Zeugen die gesamte bekennende Gemeinde darstellen; warum würde das Symbol in dieser Sache die Leichen auf Jerusalem oder irgendeine andere einzelne Stadt beschränken? Viertens, der gesamte Grundtenor des Abschnitts von 11,3-13 ist der einer geradlinigen Beschreibung von zukünftigen Ereignissen. Obwohl bestimmte Bilder und Symbole klar vorhanden sind (11,4;5;7-8), wird die Bedeutung dieser Symbole aus dem Kontext ersichtlich.48 Deshalb scheint die Beweislast auf der Seite derer zu liegen, welche die zwei Zeugen als Symbole interpretieren, denn sie müssen auf die symbolische Bedeutung der verschiedenen Details eingehen, die auf eine direkte Beschreibung der Erfahrung der zwei endzeitlichen Individuen hindeuten.

Nichtsdestotrotz, das größte Problem bei der Identifikation der Elemente aus Offenbarung 11,11-12 mit 1.Thessalonicher 4,16-17 ist, dass die beiden sich nur scheinbar decken. Eine genauere Untersuchung zeigt die Schwierigkeit, die Reihenfolge der Ereignisse in Übereinstimmung zu bringen. In Offenbarung 11,11-12, ist die Reihenfolge folgende: 1) Auferweckung; 2) laute Stimme; 3) Himmelfahrt. In 1.Thessalonicher 4,16-17, ist die Reihenfolge: 1) Ruf, Stimme, Posaune, Herabkommen; 2) Auferweckung; 3) Wegreißen. Das ist besonders problematisch, wenn man den Befehl der lauten Stimme in Offenbarung 11 betrachtet, der direkt an die zwei Zeugen gerichtet ist (λεγούσης αὐτοῖς) und sie auffordert, hinauf in den Himmel zu kommen (ἀνάβατε ὧδε). Im starken Gegensatz dazu kündigt der Ruf, die Stimme und die Posaune von 1.Thessalonicher 4,16-17 (ebenso wie die Posaune in 1.Korinther 15,51-52) das Herabkommen des Herrn an und die Auferweckung der toten Heiligen und die Verwandlung der lebenden Heiligen. Das Emporheben der verherrlichten Leiber erfolgt hinterher. Deshalb, in Offenbarung 11,12, ruft die Stimme die Zeugen in den Himmel; sie kündigt nicht ihre Auferweckung an.

Es ist ebenso interessant, wenn nicht gar relevant, festzuhalten, dass die zwei Zeugen aufgefordert werden “Kommt hier herauf!” (ἀνάβατε ὧδε); sie befolgen sofort die Aufforderung (ἀνέβησαν). Das Verb ἀνέβησαν, das im Aktiv steht, zeigt an, dass sie selber teilnehmen an der Aktion, sie werden nicht weggenommen oder weggerissen, so wie es das Verb ἁρπάζω nahelegt in seiner passiven Form in 1.Thessalonicher 4,17. Während die Zeugen aktiv involviert sind in einem allmählichen Aufstieg, wird die Gemeinde dargestellt als passive Teilnehmer einer plötzlichen Wegnahme.

Diese Probleme sind natürlich nicht unüberwindbar. Man könnte damit argumentieren, dass die Erzählung in der Offenbarung sich nur auf die einzigartige Erfahrung der zwei Zeugen konzentriert und Details zur Auferstehung/Entrückung auslässt.49 Das aber ist praktisch dasselbe, wie zu sagen, dass die Entrückung nicht wirklich in dem Abschnitt der “zwei Zeugen” vorkommt.

Argumente für die siebte Posaune als die Entrückung. Es wird oft behauptet, dass das Blasen der siebten Posaune in Offenbarung 11,15 die Entrückung der Gemeinde einleitet. Weil dieses die “letzte Posaune” in der Reihe von sieben im Buch der Offenbarung ist, wird sie oft gleichgesetzt mit der “letzten Posaune”, welche die Auferweckung/Entrückung der Heiligen ankündigt, die in 1.Korinther 15,52 beschrieben ist. Caird schreibt, “Wir wissen aus dem Neuen Testament, dass die letzte Posaune im christlichen Sprachgebrauch das klassische Signal für die Erscheinung von Christus geworden ist (Matt. xxiv. 31; 1 Kor. xv. 52; 1 Thess. iv. 16), und das ist fraglos die Bedeutung von Johannes siebter Posaune.”50

Probleme mit der siebten Posaune als die Entrückung. Zuerst, man kann nicht automatisch davon ausgehen, dass das Erschallen der Posaune von Offenbarung 11,15 tatsächlich ein Zukunftsereignis darstellt, im Gegensatz zu einem symbolischen Erklingen in der Vision von Johannes, wo es lediglich die Visionen der zukünftigen Ereignisse ankündigt. Das heißt, sind die Posaunen in Offenbarung nur Zeichen von Dingen die kommen oder sind sie die Dinge selber die kommen sollen? Schilling vertritt diejenigen, die vorschlagen, dass die siebte Posaune tatsächlich in der Zukunft erklingen wird. Er schreibt:

Dass die siebte Posaune der Offenbarung eine wörtliche Posaune ist, die in der Zukunft erklingen wird, wird angedeutet durch die Tatsache, dass das Geheimnis Gottes in den Tagen der siebten Posaune vollendet werden wird, wie Gott seinen Dienern den Propheten versprochen hat (Offb 10,7). Weil das Geheimnis Gottes nicht vollendet wurde bei der Enthüllung der Ereignisse der siebten Posaune in Offenbarung, deutet das darauf hin, dass die siebte Posaune tatsächlich erklingen wird in der Zukunft.51

Wie auch immer, diese Interpretation erfordert, dass der Genitiv der Phrase ἐν ταῖς ἡμέραις τῆς φωνῆς τοῦ ἑβδόμου ἀγγέλου in den Tagen des Schalls des siebten Engels verstanden wird als in den Tagen, während derer die siebte Posaune erklingt. Das ist aber nicht die einzige Möglichkeit, wie der Genitiv verwendet werden kann. Es könnte genauso gut bedeuten die Tage, die charakterisiert sind durch [oder assoziiert werden mit] den Schall von dem siebten Engel. Das erfordert kein tatsächliches Blasen der Posaune in der Zukunft wenn die Ereignisse stattfinden. Es könnte bedeuten dass das posaunen von dem siebten Engel auf die Tage der Zukunft hinweist, wenn das Geheimnis Gottes vollendet ist. Hätte Johannes deutlicher machen wollen, dass die Ereignisse während des Blasens der Posaune stattfinden, hätte er ἐν mit Dativ ohne ἐν ταῖς ἡμέραις verwendet, so wie es Paulus in 1.Korinther 15,52 getan hat. Aus diesem Grund wird Schillings Interpretation, dass die sieben Posaunen während der Trübsal ertönen müssen, von der Grammatik in Offenbarung 10,7 nicht gefordert..52

Zweitens, selbst wenn wir annehmen, dass das Blasen der siebten Posaune ein wörtliches zukünftiges Ereignis darstellt und nicht ausschließlich auf Johannes’ Vision beschränkt ist, bedeutet es nicht, dass die “letzte Posaune” von 1.Korinther 15,52 dieselbe ist wie die siebte Posaune von Offenbarung 11,15. Der Syllogismus, den einige aufbauen, ist folgender:

Annahme 1: Die Entrückung = Letzte Posaune (1.Kor 15,52)

Annahme 2: Letzte Posaune = siebte Posaune (Offb 11,15)

Schluss: Die Entrückung = siebte Posaune.

Allerdings ist dieser Syllogismus ein klassischer Fall für Mehrdeutigkeit, solange man nicht zuerst Annahme 2 schlüssig beweist. Was diese Annahme angeht, sagt uns 1.Korinther 15,52 nichts über die Reihe, von der diese besondere Posaune die letzte ist. Paulus sagt nicht “Die letzte Posaune, die jemals in der Geschichte des Universums geblasen wird”. Und er sagt auch nicht, dass es die finale Posaune in einer bestimmten eschatologischen Sequenz oder Vision ist. Er nimmt es einfach als gegeben an, dass seine Leser etwas verstehen, was für uns unverständlich ist. Es wird nicht aufgezeigt, dass der Ausdruck “letzte Posaune” gleichzusetzen ist mit der “siebten Posaune” in Offenbarung 11,15.

Es sprechen also tatsächlich mehrere Erwägungen gegen das Gleichsetzen der “letzten Posaune” von 1.Korinther 15,52 mit der “siebten Posaune” von Offenbarung 11,15. Zuerst muss erwähnt werden, dass nur in 1.Korinther 15,52 die endzeitliche Posaune als “letzte” Posaune bezeichnet wird (ἐν τῇ ἐσχάτῃ σάλπιγγι). An den anderen beiden Stellen im Neuen Testament, wo eine Posaune mit der Wiederkunft Christi oder der Auferstehung der Toten in Verbindung gebracht wird, wird sie σάλπιγγος μεγάλης genannt “Ein lauter Posaunenstoß” (Matth 24,31) und σάλπιγγι θεοῦ “Posaune Gottes” (1.Thess 4,16). Die erste Erwähnung basiert wahrscheinlich auf der Septuaginta von Jesaja 27,12-13 wo der laute Posaunenstoß die Sammlung der verstreuten Söhne Israels einleitet.53 Wenn wir richtig liegen in der Verbindung der Ereignisse von 1.Korinther 15,52 und 1.Thessalonicher 4,16-17, dann ist das Blasen der Posaune, das von Paulus beschrieben wird in beiden Kontexten wahrscheinlich eine Anspielung auf dasselbe endzeitliche Ereignis. Deshalb ist die “letzte Posaune” von 1.Korinther 15,52 die “Posaune Gottes”. Können wir dann die Posaune von Paulus mit der siebten Posaune der Offenbarung gleichsetzen?

Wenn sich die letzte Posaune von 1.Korinther 15,52 und die siebte Posaune von Offenbarung 11,15 auf dieselbe Posaune beziehen, dann würde Paulus’ Phrase ἐσχάτῃ σάλπιγγι bedeuten “die letzte einer Reihe”. Aber welche Reihe meint er? Diejenigen, die beide Posaunen gleichsetzen, würden sagen ἔσχατος was sich auf die “siebte” in der Reihe bezieht. Aber selbst wenn wir die neronische Datierung der Offenbarung akzeptieren (c. A.D. 68),54 dann ist der erste Korintherbrief, der circa 55 A.D. 55 geschrieben wurde, immer noch dreizehn Jahre zu früh dran, um auf der Symbolik der Offenbarung aufzubauen. Die zweite Alternative ist, dass der Autor der Offenbarung sich auf die Bücher von Paulus bezieht, speziell 1.Korinther, und die Apokalypse so erstellt hat, dass die siebte Posaune mit der mysteriösen “letzten Posaune” von Paulus korrespondiert. Jedoch ist das sehr zweifelhaft, weil wenn der Autor der Offenbarung sich auf Paulus’ alleinige Erwähnung der Posaune als die “letzte” bezogen hätte, scheint es wahrscheinlicher, dass er die siebte Posaune mit dessen Fachbezeichnung versehen hätte um die Anspielung offensichtlicher zu machen. Ferner, weil die “letzte Posaune” bei Paulus spezifisch und exklusiv mit der Auferstehung (nicht dem zweiten Kommen Christi) verbunden ist und weil Offenbarung 11,15 komplettes Stillschweigen über die Auferstehung wahrt, wird die Theorie dieser Verbindung weiter geschwächt. Die letzte Alternative ist, dass der Heilige Geist Paulus durch göttliche Inspiration “letzte” schreiben ließ ohne einen realen Bezug in dessen eigenem Kopf, in Wirklichkeit aber war Gottes Bezug die siebte Posaune von Offenbarung 11,15, die für mindestens weitere dreizehn Jahre noch nicht geschrieben war. Deswegen würde der Ausdruck “letzte” für Paulus und seine Erstleser in Korinth bedeutungslos gewesen sein. Das ist vermutlich die unwahrscheinlichste Hypothese, da ein solches ekstatisches Schreiben von verschlüsselter Heiliger Schrift einfach nicht erwartet wird beim Briefeschreiben.

Im Licht der obigen Erwägungen erscheint es etwas künstlich und erzwungen, die “letzte Posaune” von 1.Korinther 15,52, welche die Auferstehung ankündigt, und die siebte Posaune von Offenbarung 11,15 gleichzusetzen. Während es eine zufriedenstellende Erklärung für Paulus’ Gebrauch von ἔσχατος gibt, muss diese für 1.Korinther 15,52 noch gefunden werden, die Anmerkung dass es “die letzte in einer Reihe von sieben” bedeutet, scheint diesem Schreiber die am wenigsten wahrscheinliche Option zu sein.

Argumente dafür, dass der große Lobgesang die Entrückung bekanntgibt. Nachdem die Probleme, die mit dem Gleichsetzen der “letzten Posaune” aus 1.Korinther 15,52 und dem Blasen der sieben Engel aus Offenbarung 11,15 im vorigen Abschnitt diskutiert wurden, bleibt nur noch die Annahme übrig, dass der große Lobgesang des Himmels und der vierundzwanzig Ältesten in Offenbarung 11,15-18 die Entrückung der Gemeinde belegt.

Ein Vertreter dieser Ansicht, James Oliver Buswell, präsentiert ein Fünf-Punkte-Argument für die Entrückung der Gemeinde in Offenbarung 11,15-18. Sein Argument hängt nicht von der Identifikation von Paulus’ “letzter Posaune” und der siebten Posaune der Offenbarung ab. Deswegen wird es hier gebracht in praktisch seinen eigenen Worten:56

  1. Die siebte Posaune kündigt die Zeit der Belohnung der gerechten Toten an (Offenbarung 11,18).
  2. Die Zeit der Belohnung für die gerechten Toten ist zum Zeitpunkt der “Auferstehung der gerechten Toten.”
    Siehe Lukas 14,14. In diesem Abschnitt erklärt Christus, “Er wird dich belohnen bei der Auferstehung der Gerechten.”
  3. Die Auferstehung der Gerechten findet im selben Moment statt, “in einem Augenblick” zu dem die Heiligen, die leben wenn Christus wiederkommt, verwandelt und unsterblich gemacht werden (1. Korinther 15,52).
  4. Von diesem gleichen Moment wird vorhergesagt, dass er “bei der letzten Posaune” stattfindet (1.Korinther 15,52).
  5. Der Moment der Auferstehung der Gerechten, der Belohnung für die gerechten Toten, der Verwandlung in die Unsterblichkeit der lebenden Heiligen, der letzten Posaune ist der Moment der Entrückung der Heiligen, die aufgenommen werden, um den Herrn in der Luft zu treffen (1.Thessalonicher 4,13-18).

Buswell folgert deshalb: “Es scheint mir deshalb, dass die Übereinstimmung der Angaben, die sich um die siebte Posaune als die Posaune der Entrückung anhäufen, so vollständig, so präzise und so unmissverständlich sind, dass mehr Aufmerksamkeit dem Studium der siebten Posaune und ihrem Bezug zu andere Schriftstellen gewidmet werden sollte, als es jemals in der Geschichte der Gemeinde bisher gemacht wurde.”57

Probleme mit dem großen Lobgesang als Bekanntgabe der Entrückung. Buswell’s Fünf-Punkte-Argument wird unten Punkt für Punkt durchgegangen.

Buswell’s erste Voraussetzung behauptet, dass Offenbarung 11,18 die Zeit der Belohnung für die gerechten Toten ankündigt. Wie in diesem Artikel hervorgehoben wurde, ist es zweifelhaft, ob Johannes Ereignisse der Zukunft sieht, also ob das Blasen des siebten Engels ein Ereignis ist, das in der Zukunft stattfinden wird und die Zeit der Belohnung der Gerechten ankündigt, oder ob das Blasen ein Ereignis in Johannes’ Vision ist, das zukünftige Ereignisse symbolisiert. Wenn man entscheidet, dass Johannes in der Tat die Zukunft sich entfalten sieht und das Blasen der siebten Posaune wörtlich erfolgen wird, dann müssen wir entscheiden, was gemeint ist mit καὶ δοῦναι τὸν μισθὸν τοῖς δούλοις σου τοῖς προφήταις “und Belohnungen zu geben deinen Dienern und Propheten”. Es ist wahrscheinlich, dass der Ton der siebten Posaune sich in Wirklichkeit nicht auf die Belohnungen bezieht, welche die auferweckten Heiligen für ihre guten Taten empfangen. (vgl. 2.Kor 5,10), sondern dass er den göttlichen Zorn ankündigt über das Tier als Vergeltung für die Heiligen und Märtyrer, welche ihr Leben gegeben haben in der Trübsal. Es ist dann eine Antwort auf das fünfte Siegel von Offenbarung 6,9-11.58

Was Buswell’s zweite Annahme angeht, dass Lukas 14,14 die Belohnung der Gerechten bei der Auferstehung andeutet, diese Sicht berücksichtigt nicht, dass die Aussage von Jesus in Lukas 14,14 einfach nur eine Zusammenfassung von Belohnungen darstellt, die in dem Leben nach dem irdischen Leben kommen. Die Betonung liegt nicht auf dem Zeitpunkt der Belohnung, sondern auf Zeitlichkeit versus Ewigkeit.

Buswell’s dritte Annahme scheint stichhaltig zu sein, mit Ausnahme dessen, dass es möglich ist, dass die Auferstehung der Gerechten in mehreren Stufen anstatt von alle auf einmal erfolgt.

Die vierte Annahme, welche das Gleichsetzen der letzten Posaune mit der siebten Posaune betrifft, wurde erschöpfend diskutiert in dem vorherigem Abschnitt.

Buswell’s Folgerung scheint also nicht auf soliden oder unanfechtbaren Annahmen zu stehen. Es hat den Anschein, dass andere Schriftstellen, welche eine komplexere Herangehensweise an das Thema erfordern als eine simple Identifikation von ähnlichen Elementen, vernachlässigt werden.

Zusammenfassung bezüglich des großen Lobgesangs als Bekanntgabe der Entrückung. Es wurde oben gezeigt, dass es wirklich keinen guten Grund gibt in dem Lobpreis von Offenbarung 11,15-18 die Entrückung zu sehen, solange man nicht die “letzte Posaune” von Paulus mit der siebten Posaune von Offenbarung 11,15 zusammenbringt oder nachweist, dass die Belohnung der Diener, der Propheten in Offenbarung 11,18 eine Belohnung nach der Auferstehung ist. Ich habe versucht, aufzuzeigen, dass beide Annahmen unseriös sind.

Offenbarung 14,14-20

Eine weitere Stelle, an der die Entrückung/Auferweckung in Offenbarung platziert wird, ist die Zeit der Ernte in Offenbarung 14,14-20. Die Fragestellung reduziert sich somit auf die verwendete Symbolik. Zeigt sie Gericht, Erlösung oder beides? Wenn die Symbolik das Sammeln der Auserwählten aus den Nationen zeigt, ist das Sammeln der Auserwählten mit der Entrückung gleichzusetzen oder mit irgendeinem anderen Ereignis?

Argumente für die Entrückung in Offenbarung 14,14-20. David V. Schilling argumentiert in seiner Arbeit zum Master of Theology “Die Entrückung gemäß dem Buch der Offenbarung” damit, dass die erste Ernte von Offenbarung 14,14-20 die Entrückung der Gemeinde unmittelbar vor dem finalen Ausgießen von Gottes Zorn am Ende der Trübsal darstellt. Seine Argumente zusammenfassend schreibt er:

In Zusammenfassung der vorangegangenen Diskussion können mehrere Dinge gesagt werden. (1) In der Ernte von Offb 14,14-16 sitzt Jesus auf einer Wolke und Er scheint dort sitzen zu bleiben bis die Erde abgeerntet ist, weil der Sitzende . . . “schwang” . . . “seine Sichel über der Erde und die Erde wurde abgeerntet”. Das ist konsistent mit der Erwartung der Gemeinde, dem Herrn in den Wolken zu begegnen wenn er für die Entrückung der Gemeinde kommt (1.Thess 4,17). (2) Die laute Stimme des Engels vor der Ernte (Offb 14,15) mag die Erwartung der Stimme des Erzengels erfüllen, welche der Entrückung vorangeht (1.Thess 4,16). ). (3) Wenn es stimmt, dass die Ernte in dem Zeitraum stattfindet, der durch die siebte Posaune am Ende der Trübsal eingeleitet wird, dann könnte das die Erfüllung der Erwartung der Gemeinde sein, bei der letzten Posaune entrückt zu werden (1.Thess 4,16; 1.Kor 15,52). (4) Während die Stellen über die Entrückung keine Engel im Zusammenhang mit dem Entrückungsereignis erwähnen, werden Engel gebraucht in der Sammlung der Kinder des Königreichs (Matth 13,30) und bei der Sammlung der Auserwählten (Matth 24,31). Das könnte erklären, warum Christen aufgehoben werden um den Herrn in der Luft zu treffen (1.Thess 4,17).59

Deshalb sind die Zusammenhänge zwischen den Wolken, der lauten Stimme, der siebten Posaune und dem Sammeln der Auserwählten, die in Matth 13,30 und 24,31 erwähnt werden, als starke Hinweise auf eine begriffliche Verbindung zu verstehen.

Ein weiteres Argument ist das Bild des “erntens”. Für viele Gelehrte scheint es, als ob es zwei verschiedene, obschon miteinander verknüpfte Ernten in Offenbarung 14,14-20 gibt. Die erste ist die Ernte des Getreides, die zweite die Ernte der Trauben. Die erste wird oft betrachtet als Ernte der Gerechten. Caird’s lexikalische Argumente sind typisch für diese Sichtweise:

Das Hauptwort therismos (Ernte) und das Verb therizo, obwohl sie perfekt ebenso verwendet werden könnten für das Niedermähen der Feinde, werden niemals so in der Septuaginta gebraucht, selbst nicht in Abschnitten, wo Gericht mit Ernte verglichen wird; und im Neuen Testament werden sie verwendet für das Einsammeln der Menschen in das Königreich Gottes. (Matth 9,37f.; Mk 4,29; Luk 10,2; Joh 4,35-38).60              

Obwohl Caird die beiden Ernten miteinander in Verbindung bringt und beide den Gerechten zuordnet ,61 ordnen andere Kommentatoren die Ernte des Menschensohnes in Offenbarung 14,14-16 den Gerechten zu (die Entrückung); die zweite Ernte in Offenbarung 14,17-20 ist die Ernte der Bösen zum Gericht.62 Für einige ist die erste Ernte die der Gerechten, aber nicht notwendigerweise der in Himmel Entrückten, während die zweite ein Hinweis auf das Gericht ist.63

Probleme mit der Entrückung in Offenbarung 14,14-20. Zunächst zeigen viele Kommentatoren auf, dass die Bilder im gesamten Abschnitt von Offenbarung 14,14-20 Bilder des Gerichts und nicht von der Erlösung der Gerechten sind.64 Abschnitte wie Jeremia 51,33 und Joel 3,11-16 werden zitiert als Quellen für diese Bilder.65 Seiss schreibt bezüglich Joel 3,11-16: “Hier finden wir beides, eine Ernte und eine Weinlese; jeweils Teil des anderen und beide sind ausschließlich der Vernichtung der Bösen zugeordnet. Diese Ernte und diese Weinlese sind fraglos dieselben, wie im Text beschrieben [von Offenbarung 14].”66 Die Argumente dafür, dass sich beide auf Gericht beziehen, werden unten weiter ausgeführt.

Zweitens, contra Caird, θερίζω “ernten” taucht nur zwölf mal in der LXX auf, und niemals in apokalyptischer Literatur. Sechs von ihnen sind substantivische Partizipien, die auf diejenigen hinweisen, welche die Arbeit des Erntens tun.67 Eine Phrase ist καὶ ἦν ὁ τρυγητὸς ἕτοιμος τοῦ θερίζειν “und die Zeit des Sammelns kam, um zu ernten” (1.Samuel 13,21, LXX). Deswegen, obwohl Caird Recht hat damit, dass das Verb nicht verwendet wird beim Gericht über Feinde, wird es ebenso wenig verwendet beim Sammeln der Auserwählten. Das Substantiv, θερισμός, taucht nur vierzehn mal auf, es wird ebenfalls nie in apokalyptischen Texten verwendet, weder für Gericht noch für das Sammeln der Auserwählten. Im Neuen Testament wird das Verb θερίζω einundzwanzig Mal verwendet. Nur drei dieser Vorkommen stehen im apokalyptischen Kontext: alle in Offenbarung 14,15-16. Das Substantiv wird dreizehn Mal verwendet. Drei von diesen Vorkommen in Matthäus 13,30 und 13,39 und eines in Markus 4,29 beziehen sich anscheinend auf das Ende der Zeitalter. Der gesamte Rest bezieht sich entweder auf eine buchstäbliche Ernte (Johannes 4,35a) oder auf die “Ernte” der Evangelisation, mit der Ungläubige ins Königreich in diesem aktuellen Zeitalter gebracht werden (Lukas 10,2; Johannes 4,35b; etc.). Deshalb, wenn Offenbarung 14,14-15 sich auf eine Ernte des Neuen Testaments bezieht, sind die Parallelen entweder in Markus 4,29 oder Matthäus 13,30 oder 13,39 zu finden.

In Markus 4,26-29 wird nichts gesagt über entweder Gericht oder ein Sammeln zum Segen. Bei dem gegebenen nicht-endzeitlichen Kontext aller anderen Parabeln in Markus 4 (die vier Böden in Markus 4,3-20, die Lampe in 4,21-25, und das Senfkorn in 4,30-32) ist es ziemlich wahrscheinlich, dass diese Parabel keinen eschatologischen Fokus hat, sondern sich stattdessen auf das Aussäen von Gottes Wort im gegenwärtigen Zeitalter konzentriert. Deswegen würde “Ernte” sich auf Evangelisation beziehen, eine Analogie, die vollständig konsistent ist mit dem neutestamentlichen Sprachgebrauch und Symbolik der Ernte (Matthäus 9,37.38; Lukas 10,2; Johannes 4,35.38).

Ein wahrscheinlicherer Kandidat für den Bezug von Offenbarung 14,15-16 ist ist Matthäus 13,24-30 mit der Erklärung in Matthäus 13,36-43. Der Kontext ist das gemeinsame Aufwachsen von Weizen und Unkraut, die Söhne des Königreichs und die Söhne des Bösen (13,38). In dem Gleichnis sagt der Säende zu seiner Knechten “Lasst beides wachsen bis zur Ernte (θερισμός). Wenn es dann so weit ist, werde ich den Erntearbeitern sagen: Reißt zuerst das Unkraut aus und bindet es zum Verbrennen in Bündel. Und dann bringt den Weizen in meine Scheune.” (NEÜ). Die Reihenfolge bei der Ernte ist zuerst das Sammeln des Unkrauts zum Verbrennen (Gericht), dann das Sammeln des Weizens in die Scheune (das Königreich?).

Jesus erklärt bei der Auslegung des Gleichnisses, dass der Säende der Menschensohn ist (13,37), das Feld ist die Welt (κόσμος), die gute Saat sind die Söhne des Königreichs und das Unkraut sind die Söhne des Bösen (13,38). Der Feind, der das Unkraut sät ist der Teufel und die Ernte beschreibt Jesus als “das Ende des Zeitalters” während “Engel” die Erntearbeiter sind (13:39). Nachdem Jesus die Symbole erklärt hat, bringt er eine geradlinige Beschreibung des Endes des Zeitalters. Er sagt:

Der Menschensohn wird seine Engel ausschicken, und sie werden aus seinem Reich alle entfernen, die ein gesetzloses Leben geführt und andere zur Sünde verleitet haben, und werden sie in den glühenden Ofen werfen. Dann wird das große Weinen und Zähneknirschen anfangen. Und dann werden die Gerechten im Reich ihres Vaters leuchten wie die Sonne.68

Wie auch immer, die Szene, die in Offenbarung 14,14-16 beschrieben wird, ist bemerkenswert unterschiedlich. Zuerst scheint der “Menschensohn” auf einer weißen Wolke zu sitzen. Die Anspielung ist zweifellos auf Daniel 7,13 bezogen. Er hält eine scharfe Sichel in seiner Hand (Offb 14,14). Ein Engel kommt aus dem Tempel und instruiert den Menschensohn die Ernte zu beginnen (14,15). Der Menschensohn antwortet indem er seine Sichel über der Erde schwingt (γῆ) und die Erde aberntet. Die Szene wechselt plötzlich zu einem weiteren Engel, der die Ernte der Trauben durchführt, was sicherlich ein Hinweis auf Gericht darstellt (Vgl. Offb 14,19-20).69

Matthäus 13,41-43 spricht davon, dass der Menschensohn Engel aussenden wird zum ernten; Offenbarung 14,14-16 lässt einen Engel den Menschensohn instruieren zum ernten. In Matthäus 13,41-43 werden die Bösen aus den Gerechten heraus geerntet, die dann in das Königreich gesammelt werden. In Offenbarung 14,14-20 ist die Reihenfolge umgekehrt, wenn die erste Ernte die der Gerechten ist. Wenn wir beachten, dass die Worte von Jesus in Matthäus 13,41-43 eine geradlinige Auslegung sind, dann scheinen die Symbole aus Offenbarung 14,14-20 nicht adäquat das Ereignis dazustellen, das vom Herrn beschrieben wird.

Es gibt zwei wahrscheinlich bessere Erklärungen dafür, dass die erste Ernte sich auf die Gerechten und die zweite Ernte auf Gericht bezieht. Zuerst könnte Offenbarung 14,14-16 in einer zusammenfassenden Art das gesamte Einsammeln der Gerechten während der Trübsalsperiode repräsentieren. Das heißt, das Bild der “Ernte” kann sehr gut auf Evangelisation bezogen sein, anstatt auf die Vollendung (Vgl. Johannes 4,35). Eine zweite Möglichkeit ist, dass das Sammeln, das in Offenbarung 14,14-16 beschrieben wird, das Sammeln des Überrestes von Israels darstellt, die 144.000, die vorher in 14,1-15 beschrieben werden. Sie werden gesehen als gemeinsam gesammelt an einem Ort (Berg Zion, 14,1), sie sind erlöst von der Erde (γῆ, 14,3; Vgl. 14,15-16), und sie werden beschrieben als “Erstlingsfrüchte für Gott und das Lamm” (14,4), ein möglicher Hinweis auf das Sammeln der Erstlingsfrüchte der Ernte in Abschnitten wie Exodus 23,16 und 34,22. Dieses Einsammeln würde also entweder ähnlich oder gleich dem Sammeln der Auserwählten in Matthäus 24,31 sein (Vgl. Jes 27,12-13).70 In keiner dieser beiden Sichtweisen ist das Bild das einer Entrückung der Gemeinde Gottes, sondern das Sammeln der Gerechten in das Königreich entweder während der Trübsal (erste Sichtweise), oder das Sammeln der Auserwählten von Israel am Ende der Trübsal (zweite Sichtweise).

Trotzdem glaube ich, dass die beste Erklärung der Bilder der Ernte die ist, dass beide sich auf Gericht beziehen und eine Erweiterung der zweifachen Ernte in Joel 3,13 darstellen. Joel 3,13-16 liest sich folgendermaßen (ELB):

Die Nationen sollen sich aufmachen und hinabziehen in das Tal Josaphat; denn dort werde ich sitzen, um alle Nationen ringsum zu richten. Legt die Sichel an, denn die Ernte ist reif; kommt, stampft, denn die Kelter ist voll, die Kufen fließen über! Denn groß ist ihre Bosheit. - Getümmel, Getümmel im Tal der Entscheidung; denn nahe ist der Tag Jahwes im Tal der Entscheidung. Die Sonne und der Mond verfinstern sich, und die Sterne verhalten ihren Glanz. Und Jahwe brüllt aus Zion und lässt aus Jerusalem seine Stimme erschallen, und Himmel und Erde erbeben. Und Jahwe ist eine Zuflucht für sein Volk und eine Feste für die Kinder Israel.

Die Befehle zum Aussenden der Sichel sind in Offenbarung 14,15 und Joel 3,13 so ähnlich 3:13 dass wir kaum anders können, als es als Parallele anzusehen: ἐξαποστείλατε δρέπανα ὅτι παρέστηκεν τρύγητος εἰσπορεύσθε “Legt die Sichel an, denn die Ernte ist reif” und πέμψον τὸ δρέπανόν σου καὶ θέρισον, ὅτι ἦλθεν ἡ ὅρα θερίσαι, ὅτι ἐξηράνθη ὁ θερισμὸς τῆς γῆς “Leg deine Sichel an und ernte, denn die Stunde der Ernte ist gekommen, denn die Ernte der Erde ist reif.” Mehr noch, in beiden Stellen in Joel 3,13 und Offenbarung 14 wird das Ernten des Weizens gefolgt von der Ernte der Trauben. Es ist meine Annahme, dass diese Parallelen stark für ein Gerichtsszenario sprechen in der gesamten Offenbarung 14,14-20.

Eine weitere Erwägung ist die Tatsache, dass das Buch der Offenbarung als Ganzes sich stärker auf die Symbolik des AT als auf die des NT stützt. Das trifft zu einem solchen Grad zu, dass einige kritische Schriftgelehrten vorgeschlagen haben, die Offenbarung wäre ursprünglich eine jüdische Schrift und später von christlichen Bearbeitern übernommen worden.71 Das schließt die Möglichkeit von Anspielungen auf einige neutestamentlichen Abschnitte wie Matthäus 13 nicht aus, aber es legt nahe, dass der Ausleger zuerst schauen sollte, ob es nicht eine klarere alttestamentliche Anspielung gibt bevor er auf einen neutestamentlichen Abschnitt zurückgreift. Diese alttestamentliche Anspielung scheint Joel 3,13-16 und das letzte Gericht am Tag des Herrn zu sein.

Zusammengefasst, es scheint, dass das saloppe Gleichsetzen der Ernte in Offenbarung 14,14-16 mit der Entrückung der Gemeinde, das in 1.Thessalonicher 4,17 beschrieben wird, hoch problematisch ist. Die Bilder scheinen zutreffender das Einsammeln der Auserwählten in das Tausendjährige Königreich am Ende der Trübsal zu beschreiben oder das Ausmerzen der Bösen am Ende der Trübsalsperiode als Gericht. Obwohl man zugeben muss, dass die Entrückung tatsächlich hier in einer sehr kryptischen Art beschrieben sein könnte, ist nichts im Text, was dieses fordert, noch scheint mir dieser Abschnitt von selbst leicht auf eine solche Interpretation hinzudeuten.

Offenbarung 19,11-20,6

Nachdem Post-Tribulationisten die Entrückung der Gemeinde nach der Trübsal und beim zweiten Kommen Christi ansiedeln, ist die Abfolge der Ereignisse in Offenbarung 19,11-20,6 ein offensichtlicher Untersuchungsgegenstand. Das ist als besonders wichtig zu betrachten, weil Offenbarung 20,4-6 eine tatsächliche Auferstehung beschreibt, ein Ereignis, das eng assoziiert wird mit der Entrückung der Gemeinde in 1.Thessalonicher 4,17.

Argumente für die Entrückung in Offenbarung 19,11-20,6. Mir ist keine Diskussion bezüglich der Vision aus Offenbarung 19,11-16 unter Prämillennialisten bekannt; man stimmt einheitlich überein, dass dieser Abschnitt in lebendigen Abbildungen das zweite Kommen Christi beschreibt, um abschließendes Gericht an den Feinden Gottes zu üben und seine irdische Regierung aufzurichten. Deshalb, wenn gefordert ist, die Entrückung/Auferstehung und das zweite Kommen sauber zu synchronisieren, ist das hier der offensichtlichste Abschnitt um die Entrückung der Gemeinde zu platzieren.

Man kann ebenso argumentieren, dass die Auferstehung, die in Offenbarung 20,46 beschrieben ist, genau dieselbe Auferstehung in 1.Korinther 15,42 und 1.Thessalonicher 4,17 beim Kommen Christi ist. Deshalb, aufgrund der Analogie der Schrift muss die Entrückung der Gemeinde notwendigerweise zu diesem Zeitpunkt stattfinden.

Trotzdem gibt es große Schwierigkeiten mit dieser Sichtweise.

Probleme mit der Entrückung in Offenbarung 19,11-20,6. Zuerst, und das ist wahrscheinlich das Nebensächlichste, wird die Entrückung nicht erwähnt in Offenbarung 19,11-20,6.72 Um sicher zu sein, wird eine Auferstehung in einigen Details beschrieben in 20,4-6, aber ein Wegnehmen der Heiligen ist hier nicht zu finden. Indessen ist das ein Argument aufgrund des Verschweigens. Es ist in der Tat möglich, dass die Entrückung an dieser Stelle stattfindet, aber sie wird im Text einfach nicht erwähnt.

Ein größeres Problem mit der Entrückung der Gemeinde im Kontext dieses Abschnitts ist die augenscheinliche Reihenfolge der Ereignisse aus Offenbarung 19,11-20,6. Es scheint hier mit Sicherheit eine fortlaufende Steigerung anstelle einer Aufreihung von voneinander unabhängigen Visionen zu geben. Wenn diese Interpretation zulässig ist, dann geschieht die angenommene Entrückung/Auferstehung nicht im Moment des Herabkommens von Christus aus dem Himmel, sondern einige Zeit nach dem zweiten Kommen und der Zerstörung der Feinde Gottes. Im Gegensatz dazu sind in 1.Korinther 15,52 und 1.Thessalonicher 4,16-17 das Herabkommen Christi, die Posaune und die Auferstehung/Entrückung alles gleichzeitige Ereignisse.73 Wir würden deshalb die Auferstehung der Gemeinde nicht nach dem zweiten Kommen, sondern gleichzeitig mit ihm erwarten.

Ein weiterer Grund, warum die Auferstehung/Entrückung der Gemeinde und die Auferstehung der Seelen in Offenbarung 20,4 nicht als parallele Ereignisse gesehen werden sollten, ist die Identifikation der himmlischen Armeen, die Christus bei seinem zweiten Kommen begleiten (Offb 19,14) und ihre Unterscheidung von denen, die auferweckt wurden in 20,4. Obwohl einige argumentiert haben, dass die Armeen, die Christus in 19,14 begleiten, himmlische Heere sind,74 gibt es einige Anhaltspunkte die dagegen sprechen. Zuerst, die Armeen werden beschrieben als gekleidet in “weißes, reines Leinen”. Dieses Bild ist identisch mit dem “weißen Leinen” der Braut Christi, der Gemeinde, beschrieben in Offenbarung 19,8 als τὰ δικαιώματα τῶν ἁγίων ἐστίν “die rechtschaffenen Taten der Heiligen.” Zweitens, die Christus bei seiner Rückkehr begleitenden Armeen, werden in Offenbarung 17,14 explizit vorausgreifend interpretiert. Der Engel beschreibt die finale Schlacht von Armageddon und sagt “Diese [Die Armeen des Tieres] werden mit dem Lamme Krieg führen, und das Lamm wird sie überwinden; denn er ist Herr der Herren und König der Könige, und die mit ihm sind Berufene und Auserwählte und Gläubige.” Diese Beschreibung derer, die Christus bei seinem Kommen begleiten, um die Armeen des Tieres zu vernichten ist κλητοὶ καὶ ἐκλεκτοὶ καὶ πιστοί. Es ist signifikant, dass die Ausdrücke κλητός und εκλεκτός in der Offenbarung nur hier verwendet werden. Überall im Neuen Testament beziehen sie sich am häufigsten auf Gläubige.75 Der Ausdruck πιστός wird achtmal in Offenbarung verwendet. Dreimal beschreibt er Christus (Offb 1,5; 3,14; 19,11); zweimal beschreibt er Christen (Offb 2,10.13) und zweimal bezieht er sich auf die Glaubwürdigkeit der prophetischen Worte der Offenbarung selber (Offb 21,5; 22,6). Das andere Vorkommen ist hier in Offenbarung 17,14. Wenn man die lexikalischen Beweise betrachtet, scheint es ziemlich klar zu sein, dass die betrachteten erlösten Heiligen von Offenbarung 17,14 Christus bei seinem Kommen begleiten. Deswegen wären die Menge der Reiter aus Offenbarung 19,11 die auferweckten und verherrlichten Heiligen.

Was sagt uns das über diejenigen, die in Offenbarung 20,4 auferweckt werden? Nachdem die Vision von 19,11 bis 20,10 in einem Ablauf zu sein scheint und nachdem die Christus begleitenden Armeen die auferweckte verherrlichte Gemeinde sind, scheint es, dass das unerwähnte Subjekt des Verbs der dritten Person Plural in Offenbarung 20,4 am besten verstanden wird als Bezug auf Christus und die ihn begleitenden Armeen des Himmels. Der Absatz beginnt mit: Καὶ εἶδον θρόνους καὶ ἐκάθισαν ἐπ ᾿ αὐτοὺς καὶ κρίμα ἐδόθη αὐτοῖς. Einige Übersetzungen haben das Problem des fehlenden Subjekts hier erkannt und ihre Übersetzungen entsprechend angepasst.76 Deswegen, wenn man den gesamten Abschnitt von 19,11 bis 20,10 als eine lange von Johannes beschriebene Vision liest, realisiert man, dass unmittelbar vor 20,4 die einzigen in der Vision anwesenden Personen Christus und seine Armeen sind, die auf die Erde hinabfahren. Deswegen sind diejenigen, die auf den Thronen sitzen und denen das Gericht gegeben ist, diejenigen, die Christus auf weißen Pferden begleiten. Wenn das der Fall ist, wären die Auferweckten aus Offenbarung 20,4-6 auf die Heiligender Trübsal beschränkt, die während der Trübsal gemartert wurden.

Dass die Auferstehung aus Offenbarung 20,46 beschränkt zu sein scheint auf ausschließlich diejenigen aus der Trübsal, wird weiterhin belegt durch ihre Beschreibung in 4,4b: “die, welche das Tier nicht angebetet hatten, noch sein Bild, und das Malzeichen nicht angenommen hatten an ihre Stirn und an ihre Hand” Die Beschreibung scheint für alle Seelen zuzutreffen, die auferweckt wurden. Ladd schreibt:

Die Sprache deutet auf zwei verschiedene Gruppen hin: eine Gruppe, der das Gericht gegeben wurde und eine kleinere Schar, welche die Märtyrer der großen Trübsal sind. Im Griechischen ist die Sprache ziemlich ungrammatisch, was Charles dazu führte, die erste Phrase als eine Randbemerkung zu behandeln. Nichtsdestotrotz ist es gut möglich, dass Johannes tatsächlich zwei Gruppen sah: eine größere Schar aller Heiligen und dann eine kleinere Gruppe - die Märtyrer - die er zur besonderen Beachtung hervorhob.77

Man kann hier sicherlich nicht dogmatisch sein. Für den gegenwärtigen Schreiber unterstützen die Anhaltspunkte am ehesten eine Unterscheidung zwischen denen, die auf dem Thron sitzen als die verherrlichten Heiligen, die Christus bei seinem Kommen begleiten und denen die in Offenbarung 20,4 auferweckt werden. Die andere Alternative, welche die beiden Gruppen gleichsetzt, zieht anscheinend nicht die Identifikation in Offenbarung 17,14 in Betracht, die augenscheinliche Steigerung der Vision von Offenbarung 19,11 bis 20,10, das unspezifizierte Subjekt des Verbs ἐκάθισαν in Offenbarung 20,4 als einen Bezug auf die Armeen des Himmels, die gerade auf die Erde herabkamen und die Feinde des Volkes Gottes vernichteten, und die Beschreibung der Auferweckten in Offenbarung 20,4-6 als die, welche gemartert wurden unter der Regierung des Tieres (Offb 20,4). Unter diesen Erwägungen scheint es hoch unwahrscheinlich, dass die Auferstehung in Offenbarung 20,4-6 am besten mit der Auferweckung/Entrückung der Gemeinde in 1.Korinther 15,51-52 und 1.Thessalonicher 4,17 zusammenpasst.

Zusammenfassung

Von den obigen Abschnitten erfüllt keiner vollständig zufriedenstellend die Referenz der Entrückung der Gemeinde im Buch der Offenbarung. Einige mögen eine Entrückung/Auferweckung einschließen während das Ereignis als solches fehlt (z.B. Offb 3,10). Andere mögen oberflächlich betrachtet ähnliche Elemente zuordnen, ihnen fehlt aber wirkliche Übereinstimmung bei einer genaueren Betrachtung (Offb 4,1-2; 11,11-19; 19,11-20,6). Nach einer kurzen Untersuchung der positiven und negativen Hinweise bleibt uns der Eindruck von Mounce, dass “gerade die Diskussion der ‘Entrückung der Gemeinde’ außerhalb des Bezugsrahmens von Johannes liegt”78. Von diesem Punkt in der Neubewertung der Apokalypse von Johannes und der Entrückung der Gemeinde wenden wir uns der letzten Stelle in der Offenbarung zu, die ein gelegentlicher Kandidat für die Entrückung der Gemeinde ist: Offenbarung 12,5.

Die Entrückung in Offenbarung 12,5

Der vorherige Teil untersuchte die vielen Stellen in der Apokalypse, wo Kommentatoren, Ausleger und Theologen die Entrückung der Gemeinde identifiziert haben. Dieser Teil wird eine letzte Stelle der Entrückung im Buch der Offenbarung untersuchen, eine, die von den Kommentatoren trotz ihrer Verdienste79 entweder übersehen oder abgelehnt wurde aus Gründen, die, wie ich hoffe aufzeigen zu können, schwache Einwände sind. In diesem Teil werde ich aufzeigen, dass ein beeindruckendes Argument aus der Analyse von Genre, Kontext und Wortbedeutung präsentiert werden kann, um die Entrückung der Gemeinde mit dem Wegnehmen des männlichen Kindes in Offenbarung 12,5 zu identifizieren.

Betrachtungen des Genre

Die meisten evangelischen Gelehrten stimmen darin überein, dass die Offenbarung des Johannes zum größten Teil ein Beispiel für neutestamentliche “apokalyptische/prophetische” Literatur ist.80 Indem der Offenbarung die Kategorie “apokalyptisch/prophetisch” zugewiesen wird, möchte der gegenwärtige Schreiber den Gebrauch von offenbarenden Bildern unterstreichen, nicht die Übereinstimmung des Autors mit apokalyptischer Literatur der zwischentestamentlichen Epoche.81 Während das Zweite erhebliche Debatten und Diskussionen bewirkt82, ist Ersteres ziemlich gut etabliert in evangelikalen Kreisen.83

Der hermeneutische Zugang zu dieser Art von Literatur unterscheidet sich sowohl qualitativ als auch quantitativ im Vergleich zum Zugang zur Nichtapokalyptischen/prophetischen Literatur. Qualitativ ist die Sicherheit von Schlussfolgerungen bei der Natur eben dieses Genre zu einem größeren Grad verringert als Schlussfolgerungen bei Episteln oder erzählender Literatur.84 Quantitativ erfordert die Auslegung von apokalyptischer Literatur zusätzlichen Aufwand, da Bilder verglichen werden müssen, Bezüge zu identifizieren sind, mögliche Quellen oder Hinweise müssen untersucht werden und Entscheidungen müssen getroffen werden, ob die Vision auf Details eingeht oder das Gesamtbild zeigt.85

In Bezug auf Offenbarung 12 beginnen wir mit einer kurzen einführenden Untersuchung des Literaturtyps, der Perspektive des Abschnitts, der Struktur des Abschnitts und der Funktion und Bedeutung der Symbole im allumfassenden Kontext von apokalyptischer Literatur.86

Ein kurzes Statement bezüglich des zu ermittelnden Literaturtyps. Während viele Abschnitte aus Offenbarung sich anderen Genretypen annähern (z.B. Offb 2-3 als Epistel), fällt Offenbarung 12 unter die breite Definition von Apokalypse dieses Artikels, indem er Symbole verwendet um eine Offenbarung vom Himmel zu beschreiben. Die Vision beginnt mit καὶ σημεῖον μέγα ὦφθη ἐν τῷ οὐρανῷ “und ein großes Zeichen erschien im Himmel . . .” Die Kombination des Symbols (σημεῖον) ebenso wie der himmlische Ursprung des Symbols (ἐν τῷ οὐρανῷ) machen diese Identifikation klar.

Zweitens, die Perspektive des Abschnitts ist ziemlich klar, selbst wenn die Symbole, oberflächlich betrachtet, es nicht sind. Da sind der Schmerz und die Qual der Frau (12,2) und die drohende unmittelbare Gefahr durch den Drachen gegenüber dem Kind, das im Begriff ist geboren zu werden (12:4). Die wachsende Spannung wird gemildert als das Kind entrückt wird von der sich abzeichnenden Gefahr, während die Frustration des Drachens sich erhöht.(12:5). Er wendet seine Aufmerksamkeit der Frau zu, die ihrerseits errettet wird von seiner Gegenwart (12,6.14). Am Ende wandelt sich die Frustration in Zorn, als er in einem großen Kampf aus dem Himmel geworfen wird und Krieg gegen den “Rest ihrer Nachkommenschaft” beginnt, ein Krieg, der er zu gewinnen scheint (Offb 13). Damit tragen die allgemeinen Themen der Erlösung vom Feind für bestimmte Menschen Gottes und das wiederholte Vereiteln und das Besiegen des Drachen und seiner Armeen zu der Perspektive des Abschnitts bei. Eine derartige Perspektive ist sicherlich eine enorme Ermutigung für die Heiligen jedes Zeitalters, die physische oder geistige Verfolgung erleiden, die nach einem Ausweg und Erlösung von der Qual dieser κοσμός (Welt) suchen. Obwohl einigen bestimmt ist, den Tod zu erleiden (Offb 12,17; 13,7.10), wird ihr Ende immer noch das perfekte Paradies und Seligkeit sein (Offb 14,1-5; 20,4-6), wohingegen das Ende ihrer Feinde ewige Pein sein wird (Offb 19,19-21). Damit fokussiert sich die Vision von Offenbarung 12 primär auf diejenigen, welche auf wunderbare Art erlöst werden vom Zorn des Drachens, beide, das männliche Kind und die Frau.

Drittens, die Struktur der Textstelle ist schwierig zu ermitteln. Innerhalb des größeren Abschnitts scheint es so, dass Offenbarung 12 im Zentrum einer chiastischen Struktur liegt, in der die triumphierende Autorität der zwei Zeugen für 1260 Tage in Kapitel 11 die totalitäre Autorität der zwei Tiere für 42 Monate in Kapitel 13 spiegelt. Während das Zeugnis der zwei Zeugen mit Tod und Auferstehung endet, beginnt die Karriere der zwei Tiere mit dem Tod und der Auferstehung des ersten Tieres (Offb 1,3). Während die beiden Zeugen von allen Nationen gehasst werden (11,10), werden die zwei Tiere angebetet (13,3-4).87 Ob diese chiastische Struktur sich nach außen fortsetzt bis zu beiden Enden der Offenbarung sei dahingestellt;88 aber es scheint, dass die Zentralität des zwölften Kapitels innerhalb von Offenbarung 11-13 eine sichere Annahme ist. Wie später erwähnt werden wird, gibt es weitere Überlegungen, warum die Geburt und das Wegreißen des männlichen Kindes im Brennpunkt nicht nur dieses Abschnitts steht, sondern auch das in der Offenbarung vorherrschende Thema der Niederlage von Gottes Feinden und der Wiederkunft Christi ist.

Innerhalb der kleineren Einheit von Kapitel 12 an sich werden zuerst die Frau und der Drache eingeführt und die Ereignisse von 12,1-6 scheinen durchgängig chronologisch aufeinander zu folgen. Der Krieg im Himmel von 12,17 scheint eine Ausweitung des Schicksals des Drachens auf das Entrücken des männlichen Kindes in den Himmel zu sein. Dann rekapituliert 12,3-18 die Ereignisse nach der Entrückung des männlichen Kindes und lässt Details einfließen bezüglich der Verfolgung der Frau und der Bewahrung, die erstmalig in 12,6 beschrieben wird.

Viertens, die Funktion und die Bedeutung der Symbole wird unten genauer im Detail diskutiert. Im Vorblick: ich werde damit argumentieren, dass die Frau das Israel des Glaubens symbolisiert oder das wahre Israel, entsprechend der Erwählung in beiden Testamenten, im Alten und Neuen (Vgl. Röm 9-11). Das männliche Kind ist ein Symbol für das gesamte Volk Gottes, das im mystischen Leib Christi verbunden ist, die Gemeinde, beginnend mit dem Kommen des Heiligen Geistes zu Pfingsten und vollendet mit der Entrückung der Gemeinde. Der Drache symbolisiert die Mächte der Welt, die durch die Geschichte hindurch im Einklang zusammen arbeiten gegen das Volk Gottes, ebenso wie die Macht hinter diesen Mächten, Satan selber.

Die Symbole von Offenbarung 12

Es gibt primär drei symbolische Persönlichkeiten in Offenbarung 12,1-6 – die Frau, der Drache und das männliche Kind. Jedes wird der Reihe nach besprochen werden.

Die Frau. Das erste Zeichen ist die Frau, eingeführt in Offenbarung 12,1. Sie wird beschrieben als “bekleidet mit der Sonne und mit dem Mond unter ihren Füßen und auf ihrem Kopf war eine Krone von 12 Sternen” (12,1). Das ist ihr Aussehen. Ihr Zustand ist der folgende: “Sie war schwanger und stand kurz vor der Geburt. Die Wehen hatten bereits begonnen und sie schrie vor Schmerzen” (12:2).

Manche haben diese Frau identifiziert als die Gemeinde des Alten sowohl wie des Neuen Testaments.89 Andere, besonders Dispensationalisten, die eine starke Unterscheidung zwischen Israel aus dem Alten Testament und der Gemeinde des Neuen Testaments verfechten, sehen die Frau ausschließlich als Repräsentation der Nation Israel.90 Wieder andere neigen mehr zu der Sichtweise, dass es sich um Israel handelt, aber mit einer Einschränkung: Die Frau ist das “vollkommene Israel”.91

Wenn wir anerkennen, dass die Frau ein Symbol darstellt und nicht lediglich ein historisches Individuum, scheint es am wahrscheinlichsten, dass die Frau primär den wahren, erwählten, und gläubigen Überrest vom Israel des Alten und Neuen Testaments repräsentiert. Das heißt, sie stellt den Leib des vereinigten Israels dar, dessen Mitglieder nicht nur die physische Nachkommenschaft von Jakob sind, sondern das kleinere geistliche “Israel innerhalb Israels”, das Paulus “der Überrest, erwählt aus Gnade” (Röm 11,5) nennt. Das schließt die Möglichkeit nicht aus, dass das Symbol einen weiteren Bezug zu Maria als Mutter Jesu beinhaltet, der historisch einige Aspekte der Vision erfüllt.92 Trotzdem deutet es an, dass die primäre Signifikanz des Symbols die israelitische Glaubensgemeinschaft ist.

Das wird unterfüttert durch die Beschreibung der Frau. Wenn wir das Griechisch aus Offenbarung 12,1 und Genesis 37,9 (LXX) vergleichen, sehen wir eine starke lexikalische Entsprechung. In Offenbarung 12,1 steht: καὶ σημεῖον μέγα ὤφθη ἐν τῷ οὐρανῷ, γυνὴ περιβεβλημένη τὸν ἥλιον, καὶ ἡ σελήνη ὑποκάτω τῶν ποδῶν αὐτῆς καὶ ἐπὶ τῆς κεφαλῆς αὐτῆς στέφανος ἀστέρων δώδεκα “Und ein großes Zeichen erschien im Himmel: eine Frau bekleidet mit der Sonne, und der Mond unter ihren Füßen, und auf ihrem Kopf eine Krone mit zwölf Sternen.” In der LXX von Genesis 37,9 steht: ὥσπερ ὁ ἥλιος, καὶ ἡ σελήνη, καὶ ἕνδεκα ἀστέρες προσεκύνουν με “und siehe die Sonne, und der Mond und die elf Sterne verbeugten sich vor mir.” Beides, Reihenfolge und der Gebrauch der Symbole verweisen auf die Schlussfolgerung, dass die Frau Israel repräsentiert. Die Sonne, Mond und Sterne korrespondieren mit den Symbolen in Josephs Traum aus Genesis 37,9, wo sie den Erzvater, Erzmutter und die Söhne Jakobs, entsprechend Vater, Mutter und die zwölf Stämme der Nation Israels repräsentieren.93

Das Symbol einer Frau für die Nation Israel ist in der ganzen alttestamentlichen prophetischen und apokalyptischen Literatur zu finden.94 In der Tat hallt auch der Zustand der “Geburtswehen” im Alten Testament wider.95 Trotzdem gibt es eine große grammatikalische Wichtigkeit, oft übersehen von den Auslegern, die bei der Identifizierung der Frau und des ihr geborenen männlichen Kindes hilft.

In Offenbarung 12,5 modifiziert das neutrale Adjektiv ἄρσεν das maskuline υἱόν. Dieser Mangel an Harmonie, obwohl merkwürdig für das Griechische, ist nicht unüblich in der Offenbarung.96 Oft wird ein krasser grammatikalischer Konflikt verwendet, um den Leser darauf zu stoßen, dass auf eine bestimmte Passage des Alten Testaments Bezug genommen wird. Dies ist der Fall in Offenbarung 12,5. G. K. Beale argumentiert, dass der Abschnitt, auf den durch ἄρσεν in Offenbarung 12,5 hingewiesen wird, Jesaja 66,7 ist. Er folgert:

Johannes lässt mit Absicht das neutrale pronominale Adjektiv ἄρσεν (anstelle des maskulinen) das maskuline υἱὸν irregulärer Weise modifizieren. Wie oben bei den textuellen Vergleichen zwischen Jesaja 66 und Offenbarung 12 beobachtet wurde, reflektiert die unübliche Grammatik die tatsächliche Wortwahl des Textes aus Jesaja, wo beides, das Erwähnen von ‘männlich’ und der körperschaftliche Plural von ‘Sohn’ (oder ‘Kind’) in synonymen Phrasen auftritt, die Jerusalem darstellen als in Wehen liegend. Dass Johannes keinen achtlosen grammatikalischen Schnitzer gemacht hat, wird klar in Offb 12,13, wo das maskuline τὸν ἄρσενα korrekt verwendet wird.

Auf der anderen Seite sehen einige keine grammatikalische Unstimmigkeit im Gebrauch von ἄρσεν, sondern betrachten es als ein Substantiv als Apposition (Hinzufügung) an ‘Sohn’, das es weiter beschreibt. . . . Aber das lässt nach wie vor die Frage unbeantwortet, warum das Neutrum in Offb 12,5 auftaucht und das Maskulinum in Offb 12,13; Hinzu kommt, dass der substantivische Gebrauch normalerweise artikular ist, wie in Offb 12,13.97

Deswegen liegt die Intention von Johannes’ “schlechter Grammatik” darin, den Leser zurück auf die Bilder in Jesaja 66,7 zu verweisen, wo steht: “Ehe sie Wehen hatte, hat sie geboren; ehe Schmerzen sie ankamen, wurde sie von einem Knaben entbunden.” Der nächste Vers demonstriert, dass die Frau und das Kind nicht vorgesehen sind um Individuen zu repräsentieren, sondern Gruppen: “Wer hat solches gehört, wer hat dergleichen gesehen? Kann ein Land an einem Tage zur Welt gebracht, oder eine Nation mit einem Male geboren werden? Denn Zion hat Wehen bekommen und zugleich ihre Kinder geboren”. Der Absatz wechselt vom Singular “Sohn” zum Plural “Söhne” und beschreibt die Geburt “eines Landes” und “einer Nation.”

Deshalb, mit den gegebenen symbolischen Parallelen zwischen der Beschreibung der Frau in Offenbarung 12,1 und Israel aus Genesis 37,9 ebenso wie der beabsichtigten verbalen Anspielung auf Jesaja 66,7, wo die Frau klar die Nation Israel, “Zion” darstellt, ist die Folgerung, die mit den Anhaltspunkten am besten übereinstimmt, die, dass wenn sich der Schauplatz aus Offenbarung 12 öffnet, die Frau primär das Israel des Alten Testaments in Wehen darstellt.98 Dennoch ist es vollkommen möglich, dass Maria, die Mutter Jesu, auch teilweise im Blickfeld ist, aber nur zweitrangig.

Der Drache. Später, in Offenbarung 12,9 wird der Drache genannt “Die alte Schlange, die der Teufel und Satan genannt wird, welche die ganze Welt verführt.” Obwohl der Drache identifiziert wird als “Satan”, ist er weitaus mehr als nur ein Individuum. Die Symbolik der sieben Köpfe und zehn Hörner ist nicht gedacht um ihn als das Tier aus Offenbarung 13 zu identifizieren, sondern als die Nationen der gesamten Geschichte, die Gottes Volk entgegenstanden. Tatsächlich sind die sieben Köpfe und zehn Hörner des Drachens in Offenbarung (und das Tier in Offenbarung 13) wahrscheinlich dazu bestimmt, um den sieben Köpfen und zehn Hörnern der vier Tiere aus Daniel 7,1-8 zu entsprechen.99 Deswegen symbolisiert der Drache beides, das weltliche System als den großen inimicus vom Volk Gottes über die gesamte Geschichte und den heimlichen Beherrscher des Weltsystems, Satan selber.

Das männliche Kind. Die Crux der Argumentation dieses Papiers liegt in der Identifikation des männlichen Kindes, das der Frau, Israel, geboren wird. Der folgende Teil wird diese Identifikation mit größerem Tiefgang untersuchen. Im Vorgriff: es wird argumentiert, dass das männliche Kind, das der Frau geboren wird ebenso wie der Drache und möglicherweise die Frau eine Doppelbedeutung hat, eine als Individuum, Jesus Christus, die andere als gemeinschaftlicher Leib, die Gemeinde. Fünf Hauptargumente für diese Identifikation werden gebracht: 1) Die Konsistenz in der Symbolik in Offenbarung 12; 2) die Signifikanz der Anspielung auf Jesaja 66,7-8; 3) die lexikalischen Aspekte, die das Entrücken des männlichen Kindes einschließen; 4) die Identifizierung des männlichen Kindes als den Einen, der „über alle Nationen mit einem eisernen Stab herrschen wird”; und 5) die Abwesenheit von Tod und Auferstehung des Messias spricht für die Identifikation des männlichen Kindes mit der Gemeinde.

Die Identifikation des männlichen Kindes

In Offenbarung 12,5 steht: καὶ ἔτεκεν υἱὸν ἄρσεν, ὅς μέλλει ποιμαίνειν πάντα τὰ ἔθνη ἐν ῥάβδῳ σιδηρᾷ, καὶ ἡρπάσθη τὸ τέκνον αὐτῆς πρὸς τὸν θεὸν καὶ πρὸς τὸν θρόνον αὐτοῦ “Und sie gebar einen männlichen Sohn, der alle Nationen weiden soll mit eiserner Rute; und ihr Kind wurde entrückt zu Gott und zu seinem Throne.” (ELB). Um es klarzustellen, viele Kommentatoren identifizieren das männliche Kind mit niemandem anders als mit Jesus Christus.100 Sicherlich führt ein erstes Lesen dieses Abschnitts von selber zu dieser Interpretation. Dennoch, die nachfolgenden Überlegungen verringern jede für sich die Wahrscheinlichkeit, dass Jesus Christus allein hier im Blick ist und stärken gleichzeitig die Ansicht, dass das Kind den gesamten Leib Christi, die neutestamentliche Gemeinde umfasst.

Die Identifikation des männlichen Kindes als Leib von Christus ist konsistenter mit der Symbolik von Offenbarung 12,1-6.101 Wie schon zu Beginn dieses Teils bemerkt wurde, ist Offenbarung 12 ein Kapitel von symbolischen Repräsentationen der Wirklichkeit, nicht ein Abbild der Wirklichkeit selber. Die Frau wurde gezeigt als wahrscheinlichste symbolische Darstellung des gläubigen, geistlichen Überrestes von Israel aus der physischen Nachkommenschaft von Jakob. Deshalb repräsentiert die Frau primär einen körperschaftlichen Leib, dessen individuelle Mitglieder durch die Geschichte hindurch wechseln, obwohl eine Anwendung auf Maria, die Mutter von Jesus, nicht verneint wird durch diese Identifikation. Ähnlich ist es mit dem Drachen, der, obwohl er Satan symbolisiert, ebenso gezeigt wurde als eine symbolische Darstellung der Nationen oder heidnischen Mächte des Weltsystems, die Widersacher von Israel und Gottes Volk durch die Geschichte hindurch sind. Nochmal, der Drache repräsentiert ein körperschaftliches Gebilde (die Nationen) ebenso wie ein Individuum (Satan).

Das männliche Kind dann als einen einzelnen Mann, Jesus von Nazareth, zu nehmen, würde die Konsistenz mit den Symbolen in Offenbarung 12,1-7 brechen. Zugegebenermaßen ist eine derartige Inkonsistenz das Vorrecht des Autors [der Offenbarung], aber es kommt nicht mit der Tatsache zurecht, dass Johannes den Abschnitt nicht ex nihilo verfasst, sondern eine Vision beschreibt, die unserer Meinung nach tatsächlich so stattgefunden hat. Deswegen könnten die Elemente der Vision gemischt werden; das heißt, die Frau und der Drache könnten körperschaftliche Gebilde symbolisieren während das männliche Kind ein tatsächliches menschliches Wesen ist. Dennoch, eine Interpretation, die das männliche Kind versteht als ein körperschaftliches Gebilde widerspricht nicht dem Kontext des Abschnitts; tatsächlich stimmt sie besser mit dem Kontext überein.

Diese Interpretation leugnet nicht die Tatsache, dass das Individuum, Jesus Christus, Teil der Vision ist. Sie schlägt stattdessen vor, das Jesus Christus nicht allein in der Vision ist noch dass er die primäre Identifikation darstellt. Stattdessen ist die Gemeinde, der Leib Christi, der in mystischer geistlicher Einheit mit ihm ist durch die Taufe des Heiligen Geistes (1.Kor 12,13-14), im Blick.102 Es ist nicht zu leugnen, dass diese unio mystica eine der größten und deutlichsten Lehren des Neuen Testaments ist. 1.Korinther 12,27 sagt, “Jetzt seid ihr (Plural) der Leib (Singular) von Christus, und Glieder davon.” In Römer 12,5 steht, “Genauso sind wir alle in Verbindung mit Christus ein einziger Leib und einzeln genommen Glieder, die voneinander abhängig sind.” Epheser sagt, dass das Ziel des Priestertums des Leibs ist dass wir alle zu einem „reifen Mann” werden (ἄνδρα τέλειον); im selben Kontext gebraucht Paulus das Bild des Leibes, Christus als der Kopf (4,15-16). In ähnlicher Weise demonstriert der Bericht in Apostelgeschichte 9,4, dass Christus selber so innig mit seiner Gemeinde assoziiert ist, dass die Verfolgung der Gemeinde mit der Verfolgung des auferstandenen Christus gleichgesetzt wird!

Deshalb schließt die Identifikation des männlichen Kindes in Offenbarung 12,5 die Annahme nicht aus, dass auch Christus mit im Bild ist. Gleichzeitig ist sie konsistent mit den Visionen der körperschaftlichen Wesen, die in der Frau und dem Drachen gesehen werden.103 Sie ist ebenso konsistent mit der realen und geistlichen Einheit, die Gläubige als der Leib Christi durch die Taufe des Heiligen Geistes genießen.

Die Identifikation des männlichen Kindes als der Leib Christi erklärt am besten den Hinweis auf Jesaja 66,7. Dieser Aspekt wurde kurz erwähnt in der Diskussion der Identifikation der Frau als Israel. Dort wurde gezeigt, dass der Gebrauch des neutralen Adjektivs als ἄρσεν eine Modifikation des männlichen υἱόν ein absichtliches Mittel des Autors ist, um einen Hinweis auf die LXX in Jesaja 66,7 zu geben.104 Der Hinweis ist subtil und beabsichtigt wahrscheinlich nicht, eine vollständige Übertragung der Bedeutung von Jesaja 66,7-8 auf Offenbarung 12,5 herzustellen. Dennoch, gewisse Elemente von Jesaja 66,7‑8 legen die Identifikation des männlichen Kindes mit dem körperschaftlichen Leib der Gemeinde nahe.

In Jesaja 66,7-8 wird das Kind der Frau, die zweifellos eine Personifizierung von Israel oder Jerusalem („Zion”, 66,8) darstellt, nicht als einzelnes Individuum gezeigt, sondern als körperschaftlicher Leib selber, da er später τὰ παιδία “die Kinder” genannt wird. Diese Parallele findet sich sowohl in der LXX als auch im MT.105 Im Originalkontext verspricht Gott Israel eine übernatürliche Wiederherstellung und Erneuerung (Jes 66,10-24), genauso wie eine Sammlung von Völkern aus allen Nationen, damit sie die Herrlichkeit des Herrn sehen (Jes 66,18-19). Es ist in diesem Kontext, wo Gott „den neuen Himmel und die neue Erde” schafft. Während diese ultimative Erneuerung der neuen Himmel und der neuen Erde in der Offenbarung als noch zukünftig dargestellt wird (Vgl. Offb 21,1-22,5), ist diese Erneuerung in der Gemeinde in embryonaler Form zu sehen (Röm 8,20-22). Wenn das männliche Kind verstanden wird als Leib Christi, ist der Punkt der Anspielung beides, der Ursprung der messianischen Gemeinde (die Nation Israel) genauso wie der Bezug zwischen der messianischen Gemeinde und der eschatologischen Wiederherstellung.

Zusammenfassend kann gesagt werden, dass die Anspielung auf Jesaja 66,7, angedeutet durch das neutrale Adjektiv ἄρσεν in Offenbarung 12,5 am besten erklärt wird, wenn das männliche Kind ein körperschaftliches Wesen ist: die Gemeinde anstelle nur eines Individuums, Jesus Christus.

Identifikation des männlichen Kindes als Leib Christi nimmt die Sprache von Offenbarung 12,5 ernst.106 Die Bestimmung des männlichen Kindes ist beschrieben durch das Folgende: καὶ ἡρπάσθη τὸ τέκνον αὐτῆς πρὸς τὸν θεὸν καὶ πρὸς τὸν θρόνον αὐτοῦ “und er wurde entrückt zu Gott und seinem Thron.” Wenn dieser Abschnitt als Bezug auf die Himmelfahrt Christi genommen wird, wie so oft, dann erzeugt diese Sichtweise ein sehr ernsthaftes lexikalisches Problem. Kühn gesagt, das Verb ἁρπάζω scheint diesem Schreiber höchst unpassend zu sein für die Himmelfahrt Christi. Diese kühne Annahme kann durch folgende Erwägungen dargelegt werden:

1. Der unbeeinflussten Bedeutung von ἁρπάζω innewohnend ist der Begriff des „wegreißens” (engl. „snatch up”), nicht ein bloßes Verschieben oder Transportieren von einem physikalischen Ort zu einem anderen.107 Bei jeder Verwendung sowohl in der Septuaginta (die Apokryphen eingeschlossen) und dem Neuen Testament, steuert ἁρπάζω diese Bedeutung dem Abschnitt bei (siehe Grafik in Abbildung 2). Diese Bedeutung von „wegreißen” passt in keinster Weise auf die Beschreibungen der Himmelfahrt Jesu zum Vater.108

2. Für die Himmelfahrt Christi verwenden die Autoren des Neuen Testaments Ausdrücke wie ἐπαίρω “aufgehoben werden” (Apostelgeschichte 1,9), ἀναβαίνω “auffahren” (Johannes 20,17; Epheser 4,8-10), und ἀναλαμβάνω “aufgenommen werden” (Markus 16,19; Lukas 1,11). Das sind neutralere Ausdrücke für einen räumlichen Standortwechsel in einer Richtung nach oben. Einige dieser Ausdrücke werden verwendet mit Jesus als den Akteur (Johannes 20,17; Epheser 4,8-10) nicht nur als passives Objekt der Aktion. Jesus war aktiv einbezogen in seine eigene Himmelfahrt, die dargestellt wird als eine graduell aufsteigende Aktion.109

Johannes war sich dieser Ausdrücke der Himmelfahrt sehr wohl bewusst. Neben dem Gebrauch des Wortes ἀναβαίνω für die Himmelfahrt Christi in Johannes 20,17, verwendet Johannes exakt dasselbe Wort etwa zwölf Mal im Buch der Offenbarung selber. Besonders bemerkenswert ist, dass Johannes ἀναβαίνω gebraucht, nur zwölf Verse vorher, wo er die Auffahrt der zwei auferweckten Zeugen in den Himmel beschreibt (Offb 11,12). Das Vokabular zur Himmelfahrt frisch im Kopf benutzt Johannes stattdessen ἁρπάζω in Offenbarung 12,5. Wenn dass Entrücken des männlichen Kindes in den Himmel die Himmelfahrt Christi repräsentiert, muss man fragen, warum Johannes nicht den Auffahrts-Ausdruck verwendete, besonders deshalb, weil er den meisten Sinn machen würde und am klarsten darlegen würde, dass das männliche Kind tatsächlich Jesus Christus ist.110

3. Ein weiterer Umstand der zu betrachten ist, ist die vorgegebene Bedeutung von ἁρπάζω im Alten und Neuen Testament ebenso wie der Kontext von Offenbarung 12,5. Wie in der Grafik im Diagramm 2 gezeigt, wird ἁρπάζω neben seiner einfachen oder normalen Bedeutung von „wegreißen, wegschnappen” wiederholt verwendet in Abschnitten, die gewalttätige Angriffe, Raub, oder Errettung implizieren. Keine dieser differenzierten Bedeutungen sind ἁρπάζω innewohnend, aber dieses Verwendungsmuster demonstriert die Arten von Situationen in denen ἁρπάζω die Aktion beschreibt. Die Frage, die wir stellen müssen, ist diese: trifft auf Offenbarung 12,5 eine dieser vorgegebenen Bedeutungen von ἁρπάζω zu, und wenn, hilft es bei der Interpretation der Figur des männlichen Kindes?

Offenbarung 12,1-4 baut eine ziemlich intensive Situation auf, in der der Drache mit „offenem Rachen” darauf lauert, das männliche Kind zu verschlingen, sobald es geboren ist. Die Vision zeichnet klar die unmittelbar bestehende Gefahr für das männliche Kind ausgehend von dem beabsichtigten Angriff des Drachens. Deswegen scheint der Ausdruck ἁρπάζω hier in einem rettenden Kontext gebraucht zu werden, ein Kontext, der passend ist für diesen Ausdruck (Apostelgeschichte 23,10; Judas 23). Eine solche Rettungsnuance ist vollkommen inkompatibel zu der neutestamentlichen Darstellung der Himmelfahrt Christi. Jesus Christus wurde nicht weggerissen zu Gott, um irgendeiner Bedrohung, real oder imaginär, zu entkommen, weder durch Satan noch durch irgendjemand sonst.111 Ladd betont dieses Problem wenn er schreibt, “Das kann kaum ein Hinweis auf die Himmelfahrt Christi sein, da seine Entrückung nicht den Zweck des Entkommens vor Satans Feindseligkeit hatte. Im Gegenteil, als der gekreuzigte und auferstandene Christus hatte er bereits den Triumph über die satanische Macht gewonnen (Hebräer 2,14; Kolosser 2,15).”112

Zusammenfassend gesagt, die lexikalischen Probleme, die mit dem Identifizieren des männlichen Kindes als Jesus Christus im Zusammenhang stehen, scheinen beträchtlich zu sein. Zumindest die Interpretation, dass das männliche Kind ausschließlich Jesus Christus repräsentiert, wird durch die Verwendung von ἁρπαζω nicht gestützt. Es ist bestenfalls widersprüchlich.

Die Identifikation des männlichen Kindes als Leib Christi harmoniert am besten mit dem Zitat von Psalm 2,9, das am Anfang, in der Mitte und am Ende der Offenbarung zu finden ist.113 J. Dwight Pentecost argumentiert, dass das Zitieren von Psalm 2,9 ein unwiderlegbarer Beweis ist, dass es sich bei dem männlichen Kind um Jesus Christus handelt. Er schreibt: “Weil das Kind geboren ist ‘um über alle Nationen mit einem eisernen Stab zu herrschen’ (Offb 12,5), kann es sich nur auf Christus beziehen, der Eine, dessen Recht es ist zu regieren. Der Psalmist bestätigt diese Interpretation in Psalm 2,9, der anerkanntermaßen messianisch ist.”114 Eine derart gewagte Aussage bedarf einer umfassenden Antwort.

Es ist meine Annahme, dass das Zitieren von Psalm 2,9 in Wirklichkeit die Identifikation des männlichen Kindes als Leib Christi statt als Jesus Christus allein stärkt. Das wird gezeigt bei einer Untersuchung der anderen zwei Vorkommnisse des Zitats von Psalm 2,9 im Buch der Offenbarung.

Psalm 2,9 wird zuerst zitiert in Offenbarung 2,26-28, wo die Verheißung des Psalms von Jesus Christus auf die Gläubigen ausgedehnt wird. Jesus sagt:

Dem, der siegreich aus dem Kampf hervorgeht und bis zuletzt nicht aufhört, so zu handeln, wie ich es will, werde ich Macht über die Völker geben, sodass er mit eisernem Zepter über sie regieren und sie wie Tongeschirr zerschmettern wird. Ich verleihe ihm damit dieselbe Macht, die auch ich von meinem Vater bekommen habe. Und ´als Zeichen dieser Macht` werde ich ihm den Morgenstern geben. (NGÜ)

Bei der Rückkehr von Christus auf die Erde, die in Offenbarung 19,14-15 festgehalten ist, wird der Abschnitt erneut zitiert, dieses Mal für Christus geltend:

Ihm folgten, auf weißen Pferden reitend und in reines, leuchtend weißes Leinen gekleidet, die Heere des Himmels. Aus dem Mund des Reiters kam ein scharfes Schwert. Mit diesem Schwert wird er den Völkern eine vernichtende Niederlage beibringen; er wird mit eisernem Zepter über sie regieren und sie den furchtbaren Zorn des allmächtigen Gottes erfahren lassen, indem er sie wie reife Trauben in der Weinpresse zertritt. (NGÜ)

Diese doppelte Anwendung der Verheißung von Psalm 2,9 harmoniert perfekt mit der Identifikation des männlichen Kindes mit dem Leib Christi, da eine derartige Interpretation nicht abstreitet, dass etwas von Christus im Bild ist, sondern behauptet, dass es Christus in Einheit mit seinem geistlichen Leib, der Gemeinde, ist, der symbolisiert wird.115 Das platziert das Entrücken des männlichen Kindes in die Mitte einer großen Inclusio (Offb 2,26-27; Offb 19,15), woraus argumentiert werden kann, dass das Ereignis aus Offenbarung 12,5 mindestens ein signifikanter, wenn nicht zentraler Abschnitt in der Struktur des Buches ist.

Das männliche Kind als den Leib Christi zu identifizieren erklärt am besten das Auslassen der sine qua non des Evangeliums, das ist der Tod und die Auferstehung des Messias. Eine der Schwierigkeiten, die Kommentatoren mit dem männlichen Kind als Jesus Christus haben, ist das Auslassen von dem Tod und der Auferstehung in der Offenbarung 12,5.116 Oftmals wird der Gedanke der Verkürzung bemüht. Trotzdem erscheint es sehr merkwürdig, dass die sine qua non des christlichen Glaubens in Offenbarung 12,5 gestrichen wird ohne jede Andeutung. Obwohl eine solche Auslassung sicherlich im Rahmen des Möglichen ist, die Identifikation des männlichen Kindes als Leib Christi spart dieses Problem vollständig aus.

Zusammenfassung. Zusammen genommen, die fünf präsentierten Argumentationslinien scheinen das Übergewicht der Beweise zugunsten der Interpretation zu neigen, dass das männliche Kind nicht nur Christus allein ist, sondern der Leib Christi, die Gemeinde. Das „entrücken” des männlichen Kindes wäre dann gleichzusetzen mit der Entrückung der Gemeinde, wie es in 1.Thessalonicher 4,17 beschrieben ist.

Argumente gegen die Identifikation des männlichen Kindes mit der Gemeinde

Trotz der obigen Überlegungen haben eine Reihe von Gelehrten gegen die körperschaftliche Interpretation des männlichen Kindes und zugunsten der Sichtweise argumentiert, dass Jesus Christus allein repräsentiert wird.

Vergeistigung außerhalb von Raum und Zeit.117 Ein Argument gegen die hier präsentierte Interpretation kommt aus einer Vergeistigung des Abschnittes bis zu dem Punkt, dass er keinerlei zukünftige Ereignisse vorhersagt. Eine solche Sichtweise unterstützend, schreibt Ladd:

Das ist keine Vision eines Ereignisses, das stattfindet am Ende; es ist eine Vision in stark phantasievollen Ausdrücken eines himmlischen Krieges zwischen Gott und Satan, das seinen Gegenpart in der Geschichte im Konflikt zwischen der Gemeinde und dämonischen Bösen hat. Als solche transzendiert die Vision vollständig die üblichen Kategorien von Zeit und Raum. Sie ist nicht gedacht, eine Vorhersage der Geschichte zu sein, sondern eine Repräsentation des Kampfes in der geistlichen Welt, die hinter der Geschichte liegt. . . . Mit anderen Worten, dieses Kapitel verkörpert ein surrealistisches Wort-Bild, das den geistlichen Kampf beschreibt, der hinter den historischen Ereignissen steht.118

Natürlich grenzt dieses Verständnis an eine Ablehnung des futuristischen Anspruchs der Offenbarung als Ganzes. Selbst dann gibt es Anhaltspunkte in dem Abschnitt selber, welche die Vision in den „üblichen Kategorien von Raum und Zeit” verankern, ohne die symbolische oder figurative Erscheinung zu verleugnen, in der die zukünftigen Ereignisse dargestellt werden. Zuerst, wie oben in einiger Ausführlichkeit beschrieben, sind die Symbole selber in alttestamentlichen Abschnitten verankert, welche ihrerseits reale, historische oder historisch-prophetische Bezüge haben. Zum Beispiel, der siebenköpfige, zehnhörnige Drachen von Offenbarung 12,3 scheint eine Verschmelzung der vier Tiere aus Daniel 7,4-7 zu sein, welche ihrerseits aufeinanderfolgende Weltmächte der aktuellen Geschichte (Dan 7,17-20) symbolisieren. Zweitens, die chronologischen Anzeichen in Offenbarung 12,6 („eintausend zweihundert und sechzig Tage”) und 12,14 („Zeit, Zeiten und eine halbe Zeit”), welche eine Anspielung sind auf die gleichen Zeitelemente in Daniel 12,7 und wahrscheinlich 9,27, dienen ebenso dazu die Vision an Zeit-Raum Ereignisse der Zukunft zu verankern.

Überbetonungen des „Offensichtlichen. Oftmals werden Ausleger gegen die Interpretation als Leib Christi argumentieren, nicht etwa indem sie eindeutige Argumente oder Gegenbeweise bringen, sondern indem sie einfach die entgegengesetzte Sicht über-betonen Deswegen schreibt Smith, “Der Bezug hier ist unmissverständlich zur Geburt von Christus in Bethlehem in Judäa. Im Griechischen steht, ‘Sie brachte einen Sohn hervor, einen männlichen’”119 Bezogen auf die Anspielung auf Psalm 2,9 schreibt er “Der zweite Teilsatz verweist deutlich auf Psalm 2,9. . . . und stellt die Tatsache fest, dass das männliche Kind Christus ist.”120 Bezüglich des „Entrückens” zu Gott schreibt Smith,

Eindeutig bezieht sich das auf die Himmelfahrt Christi. Einwände wurden gegenüber dieser Sichtweise mit der Begründung gemacht, dass das originale Wort für entrücken ein gewaltsames Wegreißen weg von der Gefahr beschreibt. Vgl. Judas 23; Apostelgeschichte 23,10. Dass das Wort nicht beschränkt ist auf diese Verwendung wird klar von seinem Gebrauch in Apostelgeschichte 8,39, wo der Heilige Geist Philippus entrückt und noch einmal in 2.Korinther 12,2.4 wo Paulus sagt, dass er ins Paradies entrückt wurde. In der Tat mag dieses Wort die genau entgegengesetzte Bedeutung haben, so wie es der Fall ist, wo die Schafe an einem Ort der Sicherheit von der Welt geschnappt werden (Johannes 10,12) und noch einmal im gleichen Kapitel in der Deklaration „Keiner kann sie aus meiner Hand reißen” (Vers 28).121

Nachdem die lexikalischen Aspekte ziemlich ausführlich im vorhergehenden Teil diskutiert wurden und unten kurz auf sie eingegangen wird, erübrigt es sich zu sagen, dass Smith’s Beweise nicht wirklich die Schlussfolgerung „offensichtlich” ermöglichen. Nirgendwo argumentiert dieses Papier, dass die unbeeinflusste Bedeutung von ἁρπάζω “retten” ist, wohingegen demonstriert wurde, dass es nicht einfach nur bedeutet „auffahren” ohne die Assoziation eines gewaltsamen Wegreißens.122

Vermischen von Metaphern. Ein weiteres Argument gegen die Sichtweise des körperschaftlichen Leibes ist die Andeutung, dass das Sehen des männlichen Kind als die Gemeinde Metaphern für die Gemeinde vermischt. Smith schreibt, “Die Gemeinde kann nicht nicht konsistent als Braut und als männliches Kind betrachtet werden.”123 Walvoord schreibt:

Wenn die Identifikation der vierundzwanzig Ältesten sachgemäß als die Gemeinde im Himmel angesehen wird, wäre es das Vermischen von Metaphern, die Gemeinde als männliches Kind darzustellen, besonders, wenn die Gemeinde in Kapitel 19 als die Ehefrau und Braut betrachtet wird. Es gibt keinen guten Grund dafür, das männliche Kind nicht als Christus zu identifizieren und das Drama von Vers 5 nicht als Panorama seiner Geburt, seines Lebens und seiner Himmelfahrt zu interpretieren.124

Zuerst, es ist kein Vermischen von Metaphern, wenn die Symbole in zwei verschiedenen Visionen auftauchen, wie es hier geschieht. Zweitens, Epheser 4,13 sieht die Gemeinde als einen „Mann” (ἄνδρα). Wenn das keinen Widerspruch zum Porträtieren der Gemeinde als Braut darstellt, dann auch nicht das Porträtieren der Gemeinde als männliches Kind in Offenbarung 12,5. Drittens vermischt Walvoord’s eigene Identifikation der Gemeinde als die vierundzwanzig Ältesten und die Braut nicht die Metaphern gemäß seiner eigenen Kriterien?

Entrückt zu Gott und seinem Thron ist nicht anwendbar auf die Gemeinde. Andere behaupten, dass die Gemeinde nicht beschrieben werden kann als „entrückt zu Gott und seinem Thron”, dass dieser Bestimmungsort reserviert ist allein für den Sohn Gottes.125 Dennoch sehen wir an anderen Stellen der Offenbarung, dass der Bestimmungsort von Gottes Thron nicht ausschließlich dem Sohn Gottes vorbehalten ist (Offb 4,4; 7,9); und es muss darauf hingewiesen werden, dass Offenbarung 12,5 nicht sagt, dass das männliche Kind auf dem Thron sitzt, sondern dass es entrückt wird „zu Gott und seinem Thron”, was die Richtung des Wegreißens andeutet (πρὸς τὸν θεὸν καὶ πρὸς τὸν θρόνον αὐτοῦ).

αρπάζω ist praktisch identisch mit ἀναλαμβάνω. Wenn es zu lexikalischen Problemen kommt mit dem Gebrauch von ἁρπάζω, dann schwächen einige Kommentatoren, die das männliche Kind nur für Christus allein halten, einfach die Bedeutung des Ausdrucks per Kommentar ab. Swete schreibt also:

Mit ἡρπάσθη (Vg. raptus est, A.V., R.V., “was caught up”) vergleiche Apg 8,39 . . . 2.Kor 12,2.4 . . . 1.Thess 4,17 . . . . Hier, wenn unsere Interpretation korrekt ist, passt es zu ἀνελήμφθη in 2.Kö 2,11, Apg 1,2.11.22, 1.Tim 3,16, die Himmelfahrt darstellend als eine Entrückung – eine bildliche und wahre, wenn nicht sogar erschöpfende Darstellung.

In ähnlicher Weise argumentiert Thomas so:

Es bezieht sich am ehesten auf die Himmelfahrt Christi zum Thron seines Vaters nach der Auferstehung (vgl. Apg 2,33.34; 5,31; 7,55.56; Röm 8,34; Eph 1,20; Hebr 8,1; 10,12; 12,2; 1.Petr 3,22). Harpazo muss nicht die Nebenbedeutung des Entkommens vor einer unmittelbar bevorstehenden Gefahr in sich tragen. Es ist schlicht eine weitere Möglichkeit, die Aktion von ἀνελήμφθη zu beschreiben . . . aus Apg 1,2.22; 1.Tim 3,16 (Swete). Der Hauptzweck seiner Himmelfahrt war nicht Satan’s Feindseligkeit zu entkommen, das war nur ein Nebeneffekt. Sobald der Messias erst einmal in der himmlischen Gegenwart war, hatte Satan keinen weiteren Zugang zu ihm, deshalb musste er seine Feindseligkeit umleiten.126

Aber ein derartiges Wegdeuten des Wortes ignoriert schlicht den soliden Hinweis, dass ἁρπάζω mit sich die Bedeutung des „Wegreißens” trägt, dass Christus in keinem der Abschnitte über die Himmelfahrt jemals als „weggerissen” dargestellt wurde, und dass der Kontext von Offenbarung 12,5 in der Tat eine Rettung vor einer unmittelbaren Bedrohung durch den Drachen darzustellen scheint. Thomas’ Diskussion einer Flucht des Messias vor Feindseligkeit muss deshalb im Licht der Tatsache zurückgewiesen werden, dass Christus nach seiner Auferstehung unter keiner wie auch immer gearteten Bedrohung von Satan stand, weder real noch imaginär.127

Psalm 2,9 belegt, dass Christus gemeint ist, nicht die Gemeinde. Pentecost schreibt, “Weil das Kind geboren wurde um ‘alle Nationen mit einem eisernen Stab zu regieren’ (Offb 12,5), kann es sich nur auf Christus beziehen, den Einen, dessen Recht es ist, zu regieren”128 und er führt später an, dass die Anspielung auf Psalm 2,9 “das männliche Kind hier als niemand anderen als Jesus Christus identifiziert.”129

Robert Thomas bezieht sich stark auf die Anspielung auf Psalm 2,9 wenn er annimmt:

Obwohl einige frühere Ausleger υἱόν ἄρσεν als Christus und die Gemeinde interpretierten oder sogar die Gemeinde allein, ist es ein eindeutiger Bezug auf Jesus Christus (Swete, Seiss).130 Die Verifizierung findet sich in dem relativen Ausdruck ὅς μέλλει ποιμαίνειν πάντα τὰ ἔθνη ἐν ῥάβδῳ σιδηρᾷ ( . . . “der dabei ist, alle Nationen mit einem eisernen Stab zu vernichten”). Die Worte dieses Ausdrucks sind von Ps 2,9 und werden dem Überwinder von 2,27 zugerechnet, wie auch dem kriegerischen König in 19,15 (Alford). . . . Bei seiner triumphalen Rückkehr wird Christus „alle Nationen” zerstören . . . und dann die Herrschaft haben über neue Nationen, die entstehen werden, wenn er seine Königsherrschaft aufrichtet. Dieses Bild, das von Psalm 2 abgeleitet ist, erfordert, dass die hier gezeigte Geburt die von Jesus Christus ist.131

Auch Thomas scheint einen unbelegten inhaltlichen Gedankensprung zu machen, indem er die andere Beweisführungen für die Identifikation des männlichen Kindes mit der Gemeinde missachtet. Nur das Aufzeigen der Anspielung auf Psalm 2,9 und seine Anwendbarkeit auf Christus schließt nicht automatisch aus, dass der Abschnitt sich auch auf die Gemeinde bezieht (vgl. Offb 2,26-28). In Wirklichkeit, wie oben gezeigt, legt Offenbarung 19, 11-16 nahe, dass beide, Christus und die himmlischen Heerscharen (die verherrlichten Heiligen) die Nationen vernichten, die sich gegen sie versammelt haben.132 Deswegen versagt Thomas’ „Verifizierung”, dass Offenbarung 12,5 ein eindeutiger Bezug auf „Jesus Christus” ist, darin, die Schwächen der Beweisführung zu überwinden.

Die Entrückung des männlichen Kindes bezieht sich auf den Tod oder die Auferstehung als die Inthronisierung statt auf die Himmelfahrt. Diese Sichtweise wird von Gelehrten wie Caird und Beale vertreten.133 Das Hauptargument liegt in der Anspielung auf Psalm 2,9, der ein Inthronisierungs-Psalm ist. Es wird dann gezeigt, dass in Christus’ Tod und Auferstehung er „proklamiert wird als der Sohn Gottes mit Macht” (Röm 1,4). Sogar Thomas zeigt auf, dass „das königliche Thema nicht deutlich genug in dem aktuellen Kontext hervorgehoben wird, um die Sicht zu belegen, dass es sich um seine Annahme der Herrschaft handelt”134. Dennoch gibt es noch größere Bedenken bei dieser Sichtweise. Wenn das „Entrücken” sich entweder auf den Tod oder die Auferstehung als die Inthronisierung bezieht, muss man erklären, warum das Ziel „hin zu Gott und seinem Thron” an dieser Stelle eingefügt wird. Beale meint, dass „die Anspielung auf die Auferstehung von den Toten implizit in dem Wort ἁρπάζω (‘entrücken’) liegt, welches oft verwendet wird für ein gewaltsames Wegnehmen. Die Idee ist möglicherweise, dass der Teufel kurzzeitig das Christuskind verschlang, indem er es zu Tode brachte, nur damit der Sieg mit der Auferstehung weggenommen wurde.” Trotzdem versagt diese Erklärung darin, die präpositionale Phrase πρὸς τὸν θεὸν καὶ τὸν θρόνον ernst zu nehmen, welche das Ziel der Bewegung mit ἁρπάζω nahelegt.135 Vierzig Tage lang nach seiner Auferstehung erschien Christus auf der Erde den Jüngern (Apg 1,3); erst nach diesem Zeitraum stieg er in den Himmel auf (Apg 1,9). Deswegen kann sich das „Entrücken” nicht auf den Tod oder die Auferstehung als die Inthronisierung beziehen, weil Jesus nicht unmittelbar danach zu Gott entrückt wurde (Johannes 20,17); noch lässt es sich leicht auf die Himmelfahrt Christi beziehen, weil, obwohl Christus auffuhr zu Gott und seinem Thron, er nicht „weggerissen” wurde (Apg 1,9).136 Obschon oberflächlich reizvoll, sind die Annahmen von Caird und Beale beide unbefriedigend; trotzdem sind sie zu loben, weil sie sich den Schwierigkeiten stellen, die sich ergeben, die Himmelfahrt an sich mit ἁρπάζω zu beschreiben.

Schillings vier Argumente gegen die Gemeinde als das männliche Kind in Offenbarung 12,5. Schilling, dessen Th.M. Arbeit an der Trinity Evangelical Divinity School behandelt die Entrückung der Gemeinde in der Offenbarung, beantwortet die Frage, “Kann das männliche Kind, das zu Gottes Thron ‘entrückt’ wird die Entrückung der Gemeinde darstellen, nachdem die Kirche eindeutig der Leib Christi ist (1.Kor 12,12)?”137 Das ist exakt die Frage, die in diesem Papier mit „Ja” beantwortet wird. Die vier besten Argumente von Schilling gegen diese Sichtweise werden hier trotzdem in ihrer Gänze zitiert:

    1. Die Repräsentation des männlichen Kindes passt eindeutig auf Jesus Christus und es ist kein weiterer symbolischer Bezug notwendig.
    2. Das männliche Kind würde das Individuum Christus bei seiner Geburt repräsentieren und dann sich ändern um die vielen Individuen der Gemeinde bei der Entrückung zu repräsentieren. Nachdem es keine Anzeichen dafür gibt, dass eine Änderung eintritt, scheint es am besten die Interpretation des männlichen Kindes unverändert zu lassen.
    3. Das Symbol lässt verschiedene Schlüsseldetails aus dem Entrückungsereignis aus (z.B. das Zusammentreffen mit Christus in den Wolken, etc.). Wenn dieser Abschnitt dazu bestimmt ist, die Entrückung darzustellen, dann würden zumindest einige Details der Entrückung vorhanden sein (1.Thess 4,16-17; 1.Kor 15,52), welche dieses Ereignis von der Geburt, Himmelfahrt und Erhöhung von Jesus Christus zum Thron Gottes unterscheiden.
    4. Die “Übrigen der Nachkommenschaft” (Offb 12,17) sind eindeutig diejenigen, welche das „Zeugnis von Jesus tragen” und “die Gebote Gottes halten”. Von diesen würde man erwarten, Teil der Gemeinde zu sein und zu dieser Zeit entrückt zu werden, wenn das die Entrückung der Gemeinde wäre. Weil sie nicht entrückt wurden, weist dies also ebenfalls darauf hin, dass dieses Ereignis nicht die Entrückung war.

Schilling’s erstes Argument wird widerlegt durch Folgendes, alles wurden ausführlich oben diskutiert: 1) ἁρπάζω ist unpassend für die Himmelfahrt Christi; 2) die Symbole in Offenbarung 12,1-4 sind körperschaftliche Gebilde, was nahelegt, dass eine ähnliche Dimension auch für das männliche Kind gilt; 3) das männliche Kind scheint vor den Kieferbacken des Drachens „gerettet” zu werden durch wegreißen; das trifft nicht zu für die Himmelfahrt von Christus; 4) der Tod und die Auferstehung werden nirgendwo angedeutet. Deswegen ist Schilling’s Behauptung, dass „die Darstellung des männlichen Kindes eindeutig auf Jesus Christus zutrifft” eine Übertreibung und ungenau in verschiedenen Punkten.

Sein zweites Argument ignoriert die Anspielung in Offenbarung 12,5 auf die Geburt einer neuen Nation für Jerusalem in Jesaja 66,7-8, wo das körperschaftliche Individuum, Zion, ein Wehen liegt und ein körperschaftliches Individuum zur Welt bringt, ihr „Kind”, das männliche, das beschrieben wird als „eine Nation” und „Söhne” im Plural. Der gegenwärtige Schreiber sieht kein stichhaltiges Gegenargument in Schilling’s zweitem Punkt.

Schilling’s drittes Argument scheint das Genre zu ignorieren und zudem selbst-verteidigend zu sein. Zuerst vergisst er, dass der Kontext eine symbolische Vision der Realität ist, nicht die Realität an sich. Während 1.Thess 1,4-17 die Entrückung in normaler wörtlicher Sprache beschreibt, ist Offenbarung eine symbolische Repräsentation des Ereignisses. Zweitens weist Schilling auf das Fehlen verschiedener Details der Entrückung hin, vermeidet aber, darauf hinzuweisen, dass Leben, Tod und Auferstehung von Christus vollständig abwesend ist in seiner eigenen Interpretation.

Zuletzt, Schilling’s Einwand, dass die “Übrigen der Nachkommenschaft” einen Widerspruch in der Identifizierung des männlichen Kindes mit der Gemeinde zeigt, übersieht die chronologischen Hinweise in dem Absatz. Es zeigt sich, dass die „Übrigen der Nachkommenschaft” der Frau für eine gewisse Zeit auf der Erde sind nach der Entrückung des männlichen Kindes. Die „Übrigen der Nachkommenschaft” in die Gemeinde einzuschließen, verrät Schilling’s Voreingenommenheit bezüglich einer Nach-Entrückungsposition. Es widerlegt jedoch nicht die Identifikation des männlichen Kindes als die Gemeinde.

Zusammenfassung. Beim Untersuchen der Argumente, die von verschiedenen Kommentatoren und Gelehrten, welche die Sichtweise ablehnen, dass das männliche Kind die Gemeinde repräsentiert, vorgebracht wurden, stellt der gegenwärtige Schreiber Folgendes fest: 1) Es gibt keinen guten Grund, die Sichtweise abzulehnen, dass das männliche Kind die Gemeinde repräsentiert; 2) die Identifikation des männlichen Kindes allein als Jesus Christus ist nicht ausreichend für alle Hinweise; und 3) die Identifikation des männlichen Kindes als die Gemeinde schließt alle Hinweise ein. Deshalb scheint für den gegenwärtigen Schreiber die beste Erklärung für die Identifikation des männlichen Kindes in Offenbarung 12,5 der Leib von Christus, die Gemeinde zu sein.

Auswirkungen und Zusammenfassung

Die Apokalypse des Johannes und die Entrückung der Gemeinde

Wenn das männliche Kind nicht einfach nur das Individuum Jesus Christus repräsentiert, sondern die unio mystica, die Gläubigen aus allen Generationen der Gemeinde, die ἐν Χριστῷ sind, dann ist Offenbarung 12,5 die einzige explizite Erwähnung der Entrückung der Gemeinde im Buch der Offenbarung. Obwohl andere Abschnitte in der Tat eine Entrückung beinhalten können (z.B. Offb 3,10), ist das Ereignis an sich nicht beschrieben. Die Stelle Offenbarung 12,5, die im Herzen der Apokalypse steht und welche die zwei Anspielungen auf Psalm 2,9, die an den beiden Enden des Buches zu finden sind, zusammenbringt, scheint eine passende Stelle für die Entrückung der Gemeinde in dem Buch zu sein, das geschrieben wurde, um „seinen Dienern zu zeigen, was sehr bald geschehen muss”.

Anhang

Bild 1: “Die zwei Zeugen und die zwei Tiere”

Bild 2: “ ᾿Αρπάζω in der LXX, Apokryphen, und NT”


1 Eine Version dieses Papiers wurde erstmals präsentiert auf dem Southwest Regional Meeting of the Evangelical Theological Society, Friday, April 7, 2000. Michael J. Svigel kann für Fragen oder Anmerkungen erreicht werden werden unter [email protected].

2 Mit Ausnahme von direkten Zitaten von anderen Autoren benutzt dieses Papier den Ausdruck “Gemeinde” durchgängig um die Gemeinschaft der lebenden und in Christus verstorbenen Gläubigen des Neuen Bundes zu bezeichnen. Diese muss unterschieden werden von der sichtbaren oder örtlichen Gemeinde, in denen Gläubige und Ungläubige zu finden sind.

3 Ein Schreiber drückt den Sachverhalt folgendermaßen aus: “Das Hauptproblem mit dem Buch der Offenbarung liegt darin, dass es keine klare Erwähnung der Entrückung der Gemeinde von Offenbarung 4 bis Offenbarung 18 gibt. Noch einmal, man muss sich der schwerwiegenden Tatsache stellen, dass ein Buch, das detailliert die Ereignisse präsentiert, die zum zweiten Kommen Christi führen, jede Hoffnung der Entrückung der Gemeinde für die Heiligen der Trübsal komplett auslassen würde.” (John F. Walvoord, The Rapture Question, rev. and exp. ed. [Grand Rapids: Academie Books, 1979], 260).

4 Neue evangelistische Übersetzung (NEÜ).

5 Einige der gebräuchlichsten und nachhaltigsten Vorschläge sind Offenbarung 3,10; 4,1-2; 7,9-17; 11,11-19; 14,14-16; und 19,11-20,6. Es kommt oft vor, dass Ausleger in Teile der Offenbarung abdriften, die mit ihren vorgefassten Entrückungsansichten übereinstimmen. Diejenigen, welche eine Vorentrückungsposition vertreten, tendieren dazu, die Entrückung in den Eröffnungskapiteln der Offenbarung zu finden und ignorieren quasi die anderen Teile des Buches. Vertreter der Zwischenentrückung und Entrückung vor dem Zorn werden die Entrückung irgendwo in der Mitte oder zum Ende hin finden, bevor in Kapitel 16 die Schalen des Zorns ausgegossen werden. Natürlich werden Anhänger der Nachentrückung die Entrückung in einem späteren Abschnitt wie Offenbarung 20,4-6 finden. Allerdings stimmen die meisten Gelehrten darin überein, dass diese Herangehensweise, egal ob beabsichtigt oder unbewusst, verkehrt ist. Um mir ein Wortspiel zu gestatten: man muss zulassen, dass die Entrückung dem Text sozusagen entspringt. Die Regeln der Genre-bezogenen Interpretation dürfen nicht überstrapaziert werden. Man muss fragen wo die Entrückung in der Offenbarung zu finden ist, bevor man sich fragt, wann die Entrückung stattfindet, sofern der Zeitpunkt tatsächlich durch den Kontext bestimmbar ist.

6 Vgl. Rö 6,5; 8; 1 Kor 15; Phil 3,10-11; 1.Thess 4,14-17, etc.

7 Robert Mounce, The Book of Revelation, rev. ed. (Grand Rapids: William B. Eerdmans, 1998), 119. Das wirft die Frage auf ob wir überhaupt erwarten sollten, die Lehre von der Entrückung im Buch der Offenbarung zu finden. Nachdem es so aussieht, dass diese Lehre eindeutig Paulinisch ist und ihm durch eine spezielle Offenbarung durch den Herrn gegeben wurde (1.Kor 15,51, 1.Thess 4,15) scheint es wahrscheinlich zu sein, dass das Entrückungs-/Auferstehungsereignis entweder unausgesprochen oder verhüllt in den Lehren von Christus ist. Deshalb sind die Stellen in Matth 24,30-31; Mk 13,24-27; Luk 17,22-37; Joh 14,1-4 keine Belegstellen für die Entrückung der Gemeinde oder anders ausgedrückt, die Entrückung ist verhüllt und lässt damit die Möglichkeit einer späteren klaren Offenbarung zu. Bis zu dem Zeitpunkt, als 1.Korinther verfasst wurde, wurde diese Lehre offensichtlich von Paulus vertreten und gelehrt. Ist es daher notwendig, dass die Entrückung auch noch im Buch der Offenbarung auftaucht? Wenn wir die Apokalypse als ein ausschließlich (oder sogar primär) menschliches Werk betrachten (d.h. wir verstehen es im Großen und Ganzen als durch die eigene Vorstellung des Autors erstellt), möchte man sehr wohl erwarten, das die Entrückung in dem Buch dargestellt wird, vorausgesetzt, der Autor kannte die Paulinische Lehre. Aber selbst wenn Johannes die Paulinische Lehre von der Entrückung unbekannt war, würde er keinen Grund gehabt haben sie mit einzufügen. Wie auch immer, wenn wir das Buch begreifen als Johannes’ präzise Schilderung der offenbarten Visionen aus dem Himmel, ist es unerheblich, ob Johannes die Lehre von der Entrückung kannte oder nicht. Auch wenn wir Gott das Gegenteil zugestehen, man kommt nicht umhin zu erwarten, dass Gott etwas von der Entrückung in seiner letzten großen apokalyptischen Botschaft an die Gemeinde mitteilt. Zusammengefasst kann man die Entrückung nicht einfach von der Apokalypse damit entschuldigen, dass sie eine paulinische Lehre und keine johanneische Lehre ist, wenn das Buch eine Darlegung von offenbarten Visionen vom Himmel ist. Die Frage ist also nicht ob sie paulinisch oder johanneisch ist, sondern ob sie wahr ist.

8 Obwohl für jede Option vielfach Beispiele herangezogen werden können, werden für den Zweck der vorliegenden Arbeit nur einige bedeutende Kommentatoren zur Unterstützung zitiert.

9 Lewis Sperry Chafer, Systematic Theology, vol. 4 (Dallas: Dallas Seminary Press, 1948), 369-371.

10 Siehe (z.B.) Paul D. Feinberg, “The Case for the Pretribulation Rapture Position,” in Three Views on the Rapture: Pre-, Mid-, or Post-Tribulational? (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1996); Charles C. Ryrie, The Final Countdown, rev. and exp., (Wheaton: Victor Books, 1982), 87; Henry C. Thiessen, Lectures in Systematic Theology (Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans, 1949), 478-79. J. Ramsey Michaels präsentiert ein interessantes Argument, dass nämlich das Versprechen von Offb 3,10 das Versprechen der offenen Tür in Kap. 3,8 beantwortet, welches verstanden wird nicht als eine offene Tür für das Evangelium sondern als Eingang in den Himmel, wie in Offb 4,1 (J. Ramsey Michaels, Revelation, The IVP New Testament Commentary Series, Grand Osborne, ed. [Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1997], 83-85).

11 Feinberg, “Pretribulation Rapture,” 63.

12 Robert L. Thomas, Revelation 1-7, An Exegetical Commentary, Kenneth Barker, ed. (Chicago: Moody Press, 1992), 283-290. Siehe Standardargumente in Thomas R. Edgar, “An Exegesis of Rapture Passages,” in Issues in Dispensationalism, Charles C. Ryrie, John R. Master, and Wesley R. Willis, eds. (Chicago: Moody Press, 1994), 211-217; Feinberg, “Pretribulation Rapture,” 63-72.

13 Vgl. Robert Gundry, The Church and the Tribulation (Grand Rapids: Zondervan, 1973), 54-61.

14 Vieles der Debatte über Offenbarung 3,10 dreht sich nicht um die Phrase als Ganzes, sondern um die armselige kleine Präposition, ἐκ. Wohl kaum hat ein Zwei-Buchstaben Wort soviel Prügel bezogen in theologischen Debatten.

15 Daniel B. Wallace, Greek Grammar Beyond the Basics: An Exegetical Syntax of the New Testament (Grand Rapids: Zondervan, 1996), 359.

16 Mounce, Revelation, 103. In ähnlicher Weise schreibt Ladd, “Obwohl die Gemeinde in diesen letzten schrecklichen Tagen auf der Erde sein und heftige Verfolgung und Martyrium erleiden wird durch die Hand des Tieres, wird sie vor der Stunde der Versuchung bewahrt werden, die über die heidnische Welt kommt. Gottes Zorn, ausgegossen über die Herrschaft des Antichristen, wird die Gemeinde nicht treffen.” (George E. Ladd, A Commentary on the Book of the Revelation of John [Grand Rapids: Eerdmans, 1972], 62).

17 G. K. Beale, The Book of Revelation, The New International Greek Testament Commentary, ed. I. Howard Marshall and Donald A. Hagner (Grand Rapids: Zondervan, 1999), 291. Allerdings stimme ich nicht mit der semi-futuristischen (“eclectic” or “modified idealist,” ibid., 48-49) Herangehensweise von Beale an die Offenbarung überein und sehe deshalb die “Stunde der Versuchung” nicht ausschließlich als Versprechen an die Gemeinde in Philadelphia oder die Gemeinde während das aktuellen Zeitalters sondern auch an die Gemeinde der Vollendung.

18 Thomas, Revelation 1-7, 288.

19 George Eldon Ladd, The Blessed Hope: A Biblical Study of the Second Advent and the Rapture (Grand Rapids: Eerdmans, 1956), 85-86.

20 Beale, Revelation, 290-292; Robert H. Gundry, The Church and the Tribulation (Grand Rapids: Zondervan, 1973), 58-59; William R. Kimball, The Rapture: A Question of Timing (Grand Rapids: Baker Book House, 1985), 83-85.

21 Lies (z.B.) Thomas R. Edgar, “Robert H. Gundry and Revelation 3:10,” Grace Theological Journal 3 (Spring 1982): 19-49; David G. Winfrey, “The Great Tribulation: Kept ‘Out Of’ oder ‘Through’?” Grace Theological Journal 3: (Spring, 1982): 3-18; Jeffrey L. Townsend, “The Rapture in Revelation 3:10,” Bibliotheca Sacra 137 (1980): 252-266.

22 Allen Beechick, The Pre-Tribulation Rapture (Denver: Accent Books, 1980), 173; H. A. Ironside, Revelation, Ironside Commentaries, rev. ed. (Neptune, NJ: Loizeaux Brothers, Inc., 1996), 61; William R. Newell, Revelation: Chapter-by-Chapter (Chicago: Grace Publications, 1935; rev. ed. Grand Rapids: Kregel Publications: 1994), 90-91; C. I. Scofield, The New Scofield Study Bible: NASB (New York: Oxford University Press, 1967), 1776; J. A. Seiss, The Apocalypse: A Series of Special Lecture on the Revelation of Jesus Christ with Revised Text, 14th ed. (Philadelphia, PA: Approved-Books Store, 1900), 1: 229; John F. Walvoord, The Revelation of Jesus Christ (Chicago: Moody Press, 1966), 103.

23 Seiss, Apocalypse, I: 229.

24 Siehe z.B. Renald Showers, Maranatha: Our Lord, Come! (Bellmawr, NJ: The Friends of Israel Gospel Ministry, Inc., 1995), 74, als einen zeitgenössischen Vertreter dieser Sichtweise.

25 Siehe z.B. F. W. Grant, The Prophetic History of the Church: Revelation 2 and 3 (Neptune: NJ: Loizeaux Brother, 1902).

26  J. Dwight Pentecost, Things to Come (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1958), 207-209.

27  Thomas, Revelation 1-7, 336-337. Vgl. Ladd, Blessed Hope, 76-77.

28 Jacob B. Smith, A Revelation of Jesus Christ: A Commentary on the Book of Revelation, ed. J. Otis Toder (Scottsdale, PA: Herald Press, 1961), 101. Siehe ebenso Thomas, Revelation 1-7, 333, wo er schreibt, “Das vorherige Auftreten der Phrase μετὰ ταῦτα . . . in V. 1 beschreibt die Reihenfolge von Johannes’ Empfang der Offenbarung. Es markiert den Beginn einer neuen Vision, wie es das viele Male in dem Buch tut.
. . . Es ist wahr, dass die Reihenfolge der Visionen, die Johannes gegeben wurden, möglicherweise übereinstimmt mit der Reihenfolge der Ereignisse, welche sie vorhersagen . . . , aber wann immer εἶδον auf meta tauta folgt. . . Johannes’ primärer Bezug ist der auf den Beginn einer neuen Vision.”

29 Walvoord, Rapture Question, 259.

30 Thiessen, Theology, 482.

31 Chafer, Systematic Theology, 4:371-372. Siehe ebenso Seiss, Apocalypse, I: 250.

32 Diese Frage ist der Kern der interpretatorischen Herangehensweisen an das Buch der Offenbarung im Allgemeinen (Vgl. die ausgezeichnete Diskussion über die Interpretation der Symbole in Beale, Revelation, 50-69). Obwohl eine detaillierte Untersuchung dieses Themas außerhalb des Fokus dieses Papiers liegt, ist das Thema, soweit es die vierundzwanzig Ältesten betrifft, einen kurzen Exkurs wert. Die Identifikation der  vierundzwanzig Ältesten als Repräsentanten (entweder symbolisch oder föderativ) der Gemeinde anstelle von himmlischen Wesen zur Zeit der Vision des Johannes wirft viele Probleme auf. Zuerst, eines dieser Wesen interagiert mit Johannes in Offenbarung 7,13-17. Diese Unterhaltung zwingt uns, einige vorläufige Entscheidungen zu treffen, welche die Natur der Visionen/Szenen betreffen, von denen Johannes in der Offenbarung Zeugnis ablegt.  Entweder 1) wurde er geistig in die Zukunft versetzt, so dass er eine Konversation mit einem bereits verwandelten Gläubigen machen konnte (es sei denn, er führte ein Selbstgespräch);  2) Der Himmel und alle, die darin sind (sterblich oder unsterblich), befinden sich in einem zeitlosen Zustand, Johannes ist in der Lage den Himmel in seiner eigenen Zeit zu besuchen und mit Leuten Konversation zu machen, die aus der zeitlichen Sicht der Erde aus betrachtet, noch nicht dort sind, aber dort sein werden und es jetzt schon sind; 3) Johannes wurde in den Himmel seiner Zeit versetzt und unterhielt sich mit einem realen Wesen, das überhaupt nichts mit der verwandelten Gemeinde zu tun hat, weil zu der Zeit von Johannes die Gemeinde noch nicht verwandelt war; 4) Johannes wurde entrückt in eine geistige Scheinwelt, in der nicht reale Visionen als real erscheinen, in Wirklichkeit aber einfach nur “Diashows”, “Videoclips”, “Sketche” etc. sind, welche symbolisch zukünftige Ereignisse porträtieren; deshalb spricht er nicht mit einem realen Wesen, sondern mit einer komplexen interaktiven geistigen Multimedia Präsentation. Am wenigsten weit hergeholt und am konsistentesten mit dem Rest der Offenbarung scheint eine Kombination von 3) und 4) zu sein. Johannes, wie Paulus in 2.Kor 12,1-4, wurde in Wirklichkeit ins Paradies versetzt, wo er, wie in Jesaja 6,1-13, eine  Gotteserscheinung ebenso wie andere Elemente der himmlischen Szenerie beobachtete, von denen vorher nichts berichtet wurde. Deshalb sind Offenbarung 4 und 5 eine Beschreibung des Thronsaals im Himmel, zumindest so wie er Johannes gezeigt wurde. Weil er die Behausung von begrenzten Wesen ist (vier Kreaturen, vierundzwanzig Älteste, Engel, etc) muss er wahrscheinlich als ein Ort mit linearer Zeit betrachtet werden. Im Anschluss an Offenbarung 4 und 5 werden eine Reihe von Visionen und symbolischen Szenen präsentiert, etwa so, wie ein monumentaler aufwändiger Film aufgebaut ist. Johannes sieht nicht die tatsächlichen Ereignisse an sich, noch sieht er chronologisch in Echtzeit sich entfaltende symbolische Repräsentationen. Stattdessen, wie bei der alttestamentlichen apokalyptischen Literatur (Sacharja, Daniel, etc.) sieht er Episoden, eine nach der anderen in einer vom Himmel designten Reihenfolge, mit Zwischenteilen, Einschüben und Rückblenden in verschiedenen medialen Darstellungen. Deshalb ist ein strikt chronologisches Herangehen an die Offenbarung nicht leicht beizubehalten; ebenso verhält es sich auch mit der Ansicht, dass Johannes die Zukunft so sieht wie sie tatsächlich sein wird, stattdessen sieht er eine symbolische Darstellung dieser Zukunft.

33 Vgl. Bruce M. Metzger, A Textual Commentary on the Greek New Testament, 2d ed. (New York: American Bible Society, 1994), 666-667.

34 Mounce, Revelation, 121, nimmt die dritte Person Plural in Offenbarung 5,9-10 als Beweis dafür, dass die vierundzwanzig Ältesten nicht die Gemeinde sind, weil die Heiligen nicht über andere singen würden, wenn sie selbst gemeint sind. Dennoch, das Ziel der Anbetung ist Gott und Gott Lobpreis zu singen in der dritten Person mit seiner Gnade als Merkmal ist im alten Hymnengesang nicht unbekannt (Vgl. Ps 112; 114; 127).

35 Ironside, Revelation, 61; Showers, Maranatha!, 245; Walvoord, Rapture Question, 260.

36 Showers, Maranatha!, 247-248.

37 Die meisten Kommentatoren der Offenbarung vertreten die Meinung, dass es sich um eine Art Zusammenfassung der Visionen der Apokalypse anstelle einer strikten chronologischen Übersicht handelt. Weil die Meisten Offenbarung 12,5 als die Geburt und die Himmelfahrt von Christus ansehen (was später diskutiert wird), können dieselben Kommentatoren eine strikte futuristische Sichtweise und ein chronologisches Entfalten der Visionen von Offenbarung 4 bis 22 nicht ohne Widerspruch vertreten. Es scheint dem Textmaterial und der Natur des apokalyptischen Genres im Allgemeinen mehr gerecht zu werden, dass die Visionen der Offenbarung in der chronologischen Reihenfolge aufgeschrieben wurden, in der sie erhalten wurden, aber die Ereignisse, welche sie darstellen, sind manchmal chronologisch, während sie woanders nur Verallgemeinerungen oder Wiederholungen sind.

38 Robert Van Kampen, The Sign, exp. ed. (Wheaton, IL: Crossway Books, 1993), 308.

39 Die Intention hier ist nicht ein Strohmann-Argument zu generieren, sondern den Wert einer kühnen Behauptung zu untersuchen.

40 Van Kampen, Sign, 308-9.

41 Ibid., 309. Note: die Phrase “Hervorhebung hinzugefügt” ist die von Van Kampen.

42 Sieh Showers, Maranatha!, 248-249, wo er zeigt, dass nicht-auferweckte Geistwesen tatsächlich alle hier erwähnten Aktivitäten ausführen können.

43 Vgl. Ladd, Revelation, 117-120.

44 James O. Buswell, A Systematic Theology of the Christian Religion (Grand Rapids: Zondervan, 1963), 2: 456.

45 Norman B. Harrison, The End: Re-Thinking the Revelation (Minneapolis, MN: The Harrison Service, 1948), 114-121; Mounce, Revelation, 217; Henry Barclay Swete, Commentary on Revelation, reprint (Grand Rapids: Kregal Publications, 1977), 134-140.

46 Mounce, Revelation, 217. Vgl. Swete, Revelation, 134, 140.

47 Es ist ziemlich interessant, festzuhalten, dass der Kontext der zwei Zeugen in Offenbarung 11 das Vermessen des Tempels ist, offensichtlich der Tempel auf der Erde in Jerusalem (vgl. 11,1-2). Im Kontext von Sacharja 4 finden wir einen Bezug zu der Vollendung des Projektes, den Tempel in Jerusalem inmitten der Not wieder aufzubauen (Sach 4,7-10). Es ist möglich, dass die Bilder von Offenbarung 11,1-6 eine zukünftige Wiederherstellung des Tempels in Jerusalem während der ersten dreieinhalb Jahre von Daniels 70. Jahrwoche nahelegen, was eine wörtliche Erfüllung der Abschnitte in Daniel 9,27 und 2.Thess 2,4 ermöglicht, in denen ein irdischer Tempel angedeutet wird.

48 Das Symbol von dem “Feuer”, das aus ihrem Mund kommt, ist wahrscheinlich am besten erklärt durch die Beschreibung in 11,6, wo gesagt wird, dass sie Autorität haben Plagen auf die Erde herabzurufen, wann immer sie wollen.

49 Buswell, Theology, 2: 456; also see David V. Schilling, “The Rapture According to the Book of Revelation,” (Th.M. thesis, Trinity Evangelical Divinity School, 1990), 65-66, der folgert, dass die Auferweckung/Himmelfahrt der zwei Zeugen nicht die Entrückung der Gemeinde per se ist, sondern dass “es möglich ist, dass dieses Ereignis [das der zwei Zeugen] zusammenfällt mit der Entrückung der Gemeinde”

50 George Bradford Caird, The Revelation of Saint John, Black’s New Testament Commentary, Henry Chadwick, ed., reprint ed. (Peabody, MA: Hendrickson Publishers, 1993), 107. Vgl. Schilling, “Rapture,” 132ff.;

51 Schilling, “Rapture,” 132.

52 Der aktuelle Schreiber sieht die Posaunen der Offenbarung (genau wie das Öffnen der Siegel) als Ereignisse, die ausschließlich in Johannes himmlischer Erfahrung stattfanden und die Visionen der zukünftigen Ereignisse ankündigten. Sie sind nicht gleichzusetzen mit den zukünftigen Ereignissen an sich so wie während der Trübsal Jesus Christus eine Schriftrolle nehmen wird und ein Siegel nach dem andern öffnen wird. Ich erwarte auch nicht, dass sich sieben Engel aufstellen und ihre Posaunen blasen, während sich die Ereignisse auf der Erde entfalten. Ich glaube, dass Johannes nicht in die Zukunft schaut und Ereignisse sieht, die während der Trübsal stattfinden; Er sieht zu seinem Zeitpunkt eine Reihe von Visionen, die symbolisch auf die Ereignisse der Trübsal hindeuten. Die siebte Posaune ist Teil der Vision, nicht Teil der zukünftigen Ereignisse. Wie auch immer, die hier präsentierte Interpretation basiert nicht auf diesem Verständnis.

53 Interessanterweise wird die Posaune nur in der Version der Ölbergrede von Matthäus erwähnt. Sowohl Markus und Lukas lassen jede Erwähnung eines Posaunenstoßes bei der Wiederkunft Christi aus. Bei der gegebenen Vorliebe von Matthäus’ für Hinweise und Zitate des Alten Testaments verweist er wahrscheinlich auf Jesaja 27,12-13, wo die Sammlung von Gottes Volk, Israel, angekündigt wird durch die “große Posaune”. Die LXX liest sich καὶ ἐσται ἐν τῇ ἡμέρᾳ ἐκείνῃ συμφράξει κύριος ἀπὸ τῆ? διώρυγος τοῦ ποταμοῦ ἕως ῾ρίοκορούρων ὑμεῖς δὲ συναγάγετε τοὺς υἱοὺς Ισραηλ κατὰ ἕνα ἕνα καὶ ἔσται ἐν τῇ ἡμέρᾳ ἐκείνῃ σαλπιοῦσιν τῇ σάλπιγγι τῇ μεγάλῃ καὶ ἥξουσιν οἱ ἀπολόμενοι ἐν τῇ χώρᾳ τῶν ᾿Ασσυρίων καὶ οἱ ἀπολόμενοι ἐν Αἱγύπτῳ καὶ προσκυνήσουσιν τῷ κρυίῳ ἐπὶ τὸ ὄρος τὸ ἅγιον ἐν Ιερουσαλημ. In Matthäus 24,31 steht καὶ ἀποστελεῖ τοὺς ἀγγέλους αὐτοῦ μεγὰ σάλπιγγος μεγάλης, καὶ ἐπισυνάξουσιν τοὺς ἐκλεκτοὺς αὐτους ἐκ τῶν τεσσάρων ἀνέμων ἀπ ᾿ ἄκρων οὐρανῶν ἕως [τῶν] ἄκρῶν αὐτῶν. Im Licht dessen scheint Matthäus’ Bericht das Ereignis an die Wiederherstellung der verstreuten Israeliten in ihrem Land unter der zukünftigen Herrschaft Christi zu hängen.

54 Für eine Diskussion der Argumente für und gegen ein neronisches Datieren der Offenbarung, siehe Donald Guthrie, New Testament Introduction, 4th rev. ed. (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1990), 957-961.

55 Siehe Diskussion in Guthrie, NT Introduction, 457-459.

56 Buswell, Theology, 2: 458-459.

57 Ibid. 2: 459.

58 Das Öffnen des fünften Siegels offenbart folgendes: “Da sah ich unter dem Altar die Seelen der Menschen, die man umgebracht hatte, weil sie an Gottes Wort festhielten und ihm als seine Zeugen treu geblieben waren. Sie riefen mit lauter Stimme: “Du heiliger und wahrhaftiger Herrscher! Wie lange dauert es noch, bis du unser Blut an den Bewohnern der Erde rächst und sie richtest?” “Habt noch eine kurze Zeit Geduld!”, bekamen sie zur Antwort, während jeder von ihnen ein weißes Gewand erhielt. Erst müsse noch eine bestimmte Zahl ihrer Glaubensgeschwister zum Ziel kommen und so wie sie getötet werden.” Ein Thema, das sich durch die ganze Offenbarung zieht, ist die Vergeltung Gottes an den Feinden seines Volkes für ihr ungerechtes Leiden und ihren Tod. Offenbarung 8,1-5 porträtiert die Gebete der Heiligen, die vom Altar kommen  (wo die Seelen sind, die Vergeltung fordern) mit dem Ergebnis, dass ein Engel Feuer vom Altar wirft und katastrophale Umwälzungen auslöst. Dann schwört in Offenbarung 10,6-7 ein Engel, “bei dem Einen, der für immer und ewig lebt,” der Schöpfer des Himmels, Erde und Meer, dass “keine Verzögerung mehr sein wird!” sondern dass “in den Tagen wenn der siebte Engel seine Posaune bläst, das Geheimnis Gottes vollendet ist, wie er es seinen Dienern den Propheten gesagt hat.” In Offenbarung 11,18-19, nach dem Blasen der siebten Posaune, preisen die vierundzwanzig Ältesten Gott dafür, dass “Die Völker hatten sich wütend gegen dich aufgelehnt, doch jetzt entlädt sich dein Zorn über sie. Jetzt ist die Zeit gekommen, wo du Gericht über die Toten hältst und wo du die verdirbst, die die Erde verderben.” Die Diener, die Propheten und die Heiligen werden belohnt durch das Zorngericht gegen diejenigen, welche sie verfolgt und getötet haben. Offenbarung 18,4-24 skizziert das Gericht von Babylon als Vergeltung für die Ermordung der Heiligen. Eine Stimme vom Himmel ruft Gottes Volk auf, aus Babylon herauszugehen, so dass sie nicht deren Plagen empfangen (18,4). Dann sagt er, “Denn ihre Sünden türmen sich bis zum Himmel auf, und Gott wird sie dafür zur Rechenschaft ziehen. Vergeltet ihr, wie sie auch euch vergolten hat! Zahlt ihr doppelt heim, was sie anderen antat! Gießt ihr ein doppelt so starkes Getränk in ihren eigenen Kelch!” (18,5-6). In 18,20 wirft die Stimme ein: “Ihr Himmel, jubelt über ihren Untergang! Freut euch ihr Heiligen, freut euch Apostel und Propheten! Für alles, was sie euch antat, hat Gott nun sein Urteil an ihr vollstreckt!” In 18,24 wird gesagt, “Blut klebt an ihren Händen, das Blut von Propheten und von Menschen, die Gott geheiligt hat, ja das Blut von allen, die auf der Erde ermordet worden sind.” (Vgl. Offb 19,1-10). Alles das zeigt, dass der Sound der siebten Posaune die Ankündigung des Gerichts über Babylon ist, das Reich des Tieres und die Zeit in der Gott sein Versprechen gegenüber den Märtyrern der Trübsal erfüllt, Rache zu üben an denen, die sie getötet haben. Aus meiner Sicht geschieht die Belohnung nicht bei der siebten Posaune, sondern wird damit angekündigt. in den nachfolgenden Visionen, besonders Offenbarung 14-19, schildert Johannes das Gericht über die Bösen. Deshalb glaube ich, dass ein Verheiraten der tatsächlichen Auferstehung/Belohnung der Heiligen mit dem Moment der siebten Posaune unhaltbar ist aus zwei Hauptgründen: 1) die Toten, die erwähnt werden, scheinen Märtyrer der Trübsal zu sein, welche in der ganzen Offenbarung erwähnt werden als Rache an ihren Mördern erwartend; und 2) diese Ereignisse sind nicht beschränkt auf den genauen Moment des Posaunenstoßes, sondern der Stoß kündigt diese lediglich an in Johannes’ Vision. Tatsächlich finden die Ereignisse statt mit den Schalen des Zorns, der Zerstörung von Babylon und der Schlacht von Armageddon.

59 Schilling, “Rapture,” 207-208. Der zur Verfügung stehende Platz gestattet keine tiefgehende Präsentation aller Argumente Schilling’s. Der Leser wird stark ermutigt, Schilling’s Arbeit für eine vollständige Erklärung und Verteidigung seiner Position zu konsultieren.

60 Caird, Revelation, 190.

61 Ibid., 188-195.

62 G. H. Lang, The Revelation of Jesus Christ: Select Studies, 2d ed. (London: The Paternoster Press, 1948), 236-243; Schilling, “Rapture,” 207-208.

63 Ladd, Revelation, 198; Swete, Revelation, 188-193.

64 G. R. Beasley-Murray, The Book of Revelation, New Century Bible, Matthew Black, gen. ed. (London: Marshall, Morgan & Scott, 1974), 228; Mounce, Revelation, 278; Thomas, Revelation 8-22, An Exegetical Commentary, Kenneth Barker, ed. (Chicago: Moody Press, 1995), 219-220.

65 In Jeremia 51,33 steht: “Denn so spricht Jahwe, der allmächtige Gott Israels: ‘Die Tochter Babylons gleicht einem Dreschplatz, wenn er gerade festgestampft wird. Ein Weilchen noch, dann kommt die Zeit der Ernte für sie.’”

66 Seiss, Apocalypse, III: 38-40

67 Ruth 2,3.4.5.6.7.14.

68 Matthäus 13:41-43, NEÜ. Die Kursivschrift in der originalen Übersetzung soll jeweils den Hinweis auf die alttestamentlichen Passagen in Daniel 3,6 und 12,3 widerspiegeln. Während ich die erste Anspielung für fragwürdig halte ist die nachfolgende nahezu sicher.

69 Siehe jedoch Caird, Revelation, 188-195.

70 Siehe kurze Diskussion in Fußnote 53 weiter vorne.

71 J. Massyngberde Ford argumentiert dass die Offenbarung “wenig Anzeichen zeigt, ein rein christliches Werk zu sein” und schlägt vor, dass sie eine überarbeitete jüdische Apokalypse aus dem ersten Jahrhundert ist. Die Hauptargumente dafür sind die enormen Unterschiede zwischen christlicher Apokalypse und Offenbarung, besonders das massive Fehlen von neutestamentlichen Bezügen und die Fülle an alttestamentlichen Anspielungen und Zitaten (J. Massyngberde Ford, Revelation, The Anchor Bible, W.F. Albright and David Noel Freedman, eds. [Garden City, NY: Doubleday & Company, 1975], 3-26).

72 Walvoord, Revelation, 268.

73 1.Thessalonicher 4:16,17 sagt, ὅτι αὐτὸς ὁ κύριος ἐν κελεύσματι, ἐν φωνῇ ἀρχαγγέλου καὶ ἐν σάλπιγγι θεοῦ, καταβήσεται ἀπ ᾿ οὐρανοῦ καὶ οἱ νεκροὶ ἐν Χριστῷ ἀναστὴσονται πρῶτον, ἔπειτα ἡμεις οἱ ζῶντες οἱ περιλειπόμενοι ἅμα σὺν αὐτοῖς ἁρπαγησόμεθα ἐν νεφέλαις εἰς ἀπάντησιν τοῦ κυρίου εἰς ἀέρα· καὶ οὕτως πάντοτε σὺν κυρίῳ ἐσόμεθα. In 1.Kor 15,52 steht ἐν ἀτόμῳ, ἐν ῥιπῇ ὀφθαλμοῦ, ἐν τῇ ἐσχάρῃ σάλπιγγι· σαλπίσει γὰρ καὶ οἱ νεκροὶ ἐγερθήσονται ἄφθαρτοι καὶ ἡμεῖς ἀλλαγησόμεθα 1.Thessalonicher verbindet das Herabkommen von Christus mit dem “Ruf,” der “Stimme des Erzengels” und der “Posaune Gottes” wohingegen 1.Korinther 15:52 die “letzte Posaune” mit der Auferstehung und der Verwandlung der Lebenden verbindet. Deswegen geschehen alle diese gleichzeitigen Ereignisse “in einem Moment, in einem Augenblick.”

74 Ladd, Revelation, 255.

75 Einmal wird der Ausdruck ἐκλεκτός gebraucht um den Begriff “Engel” zu modifizieren (1.Tim 5,21). Trotzdem, Engel werden nicht als “berufen” oder “treu” beschrieben.

76 Die NET Bibel übersetzt deshalb: “Then I saw thrones and seated on them were those who had been given authority to judge.” (“Dann sah ich Throne und auf ihnen saßen die, denen Autorität zum Richten gegeben war.”) Ähnlich ist es bei der NIV “I saw thrones on which were seated those who had been given authority to judge.” (“Ich sah Throne, auf denen jene saßen, denen Autorität zum Richten gegeben war.”)

77 Ladd, Revelation, 263. Trotzdem glaubt Ladd, dass beide Gruppen, obwohl sie in dem Abschnitt unterschieden werden, nichtsdestotrotz zur selben Zeit nach der Wiederkunft von Christus auferweckt werden. Er schreibt, “Beide Gruppen kommen wieder zum Leben zur selben Zeit bei der ersten Auferstehung. . . . Die Identität der zweiten Gruppe ist klar. Aber wer ist in der ersten undefinierten Gruppe enthalten? Nur eine Möglichkeit ergibt sich von selbst. Es sind die Gerechten, die auf natürliche Weise gestorben sind, die nicht gemartert wurden. . . . dieser Abschnitt platziert die Auferweckung beider, der Heiligen und Märtyrer, bei dem Offenbarwerden von Christus.” (Ladd, Blessed Hope, 83, Hervorhebung von Ladd). Dennoch übersieht Ladd’s Interpretation die Identifizierung der Christus begleitenden Armeen bei seiner Rückkehr in Offenbarung 17,14 und die Anwesenheit der Armeen in Offenbarung 19,14 (beides Mal ist von derselben Gruppe die Rede); diese Schar der Heiligen ist verherrlicht vor der Schlacht von Armageddon und der Auferstehung der Märtyrer in Offenbarung 20,4-6. Trotz der Beweise sagt Ladd, “Nach der Schlacht von Armageddon geschieht die Auferweckung. . . . Beide Gruppen kommen wieder zum Leben zur selben Zeit in der ersten Auferstehung (ibid., 83). Deshalb, wenn mein Verständnis von Offenbarung 17,14; 19,14; und 20,4 korrekt ist, ist Ladd’s Annahme nicht zu halten.

78 Mounce, Revelation, 119. Siehe Fußnote 7 oben.

79 Mounce (Revelation, 231-234), macht in seiner Diskussion des männlichen Kindes absolut keine Erwähnung der hier gezeigten Interpretation. Anscheinend hält er das für nicht diskussionswürdig, aus welchen Gründen auch immer. Beale (Revelation, 641-642) erwähnt diese Sichtweise nur, stellt sie aber nicht adäquat dar mit ihren Pro-Argumenten und macht keinen Versuch sie zu widerlegen. Ein derartiges Behandeln (oder Nicht-Behandeln) bei solchen Kommentatoren wie Mounce oder Beale ist eher als leichtfertiges Abtun zu werten als ein Auseinandersetzen mit der Materie.

80 “Apokalyptisch” wird hier in einem allgemeinen Sinn verwendet und schließt die Anwesenheit anderer Elemente (Sendschreiben, Prophetie) nicht aus. Trotzdem schlägt Beale in Revelation, 37 vor, dass “Apokalypse am besten verstanden wird als eine Intensivierung von Prophetie”. Eine Einführung in das Neue Testament beschreibt die Offenbarung als eine “Prophetie, ausgedrückt in apokalyptischer Form und niedergeschrieben in Briefform” (D. A. Carson, Douglas J. Moo, and Leon Morris, An Introduction to the New Testament [Grand Rapids: Zondervan, 1992], 39). Cf. Craig A. Blaising and Darrell L. Bock, Progressive Dispensationalism (Wheaton: BridgePoint Books, 1993), 90-96; James Moffatt, “Revelation of St. John the Divine,” in The Expositors Greek Testament, vol 5, ed. W. Robertson Nicoll (Grand Rapids: Eerdmans, n.d.), 295-305.

81 Siehe die Diskussion über die angenommenen Quellen der Offenbarung in Guthrie, NT Introduction, 965-968, wo er schreibt, “Die offensichtlichste Quelle von Ideen und geistigen Bildern ist das Alte Testament. . . Obwohl der Schreiber vertraut ist mit den [zwischentestamentlichen] jüdischen [apokalyptischen] Arbeiten, ist er unabhängig von ihnen kann daher nicht als Weiterführung betrachtet werden” (965-967). Cf. George E. Ladd, “The Revelation and Jewish Apocalyptic,” Evangelical Quarterly 29 (1957):94-100.

82 Eine kurze Übersicht dieser Debatte ist am leichtesten zugänglich in Beale, Revelation, 39-43.

83 Siehe Beale, Revelation, 37-39.

84 Cf. Millard J. Erickson, A Basic Guide to Eschatology (Grand Rapids: Baker Books, 1998), 183-184; Grant R. Osborne, The Hermeneutical Spiral: A Comprehensive Introduction to Biblical Interpretation (Downers Grove: InterVarsity Press, 1991), 231-232. Die dogmatischen und oft spaltenden Positionen über die Interpretation der Eschatologie in der Vergangenheit sind zum größten Teil aus der Gunst der heutigen evangelikalen Studenten der Eschatologie gefallen.

85 Bei Darrell Bock finden wir eine exzellente Diskussion der hermeneutischen Probleme im Zusammenhang mit apokalyptischer Literatur. Er schreibt: “Auslegung der Apokalypse ist keine Frage von wörtlicher versus bildlicher/allegorischer Herangehensweise, sondern, wie ein fragliches Bild zu identifizieren und zu verstehen ist” (Blaising and Bock, Progressive Dispensationalism, 93).

86 Diese Prinzipien sind entliehen von Osborne, Hermeneutical Spiral, 230-232, in welchem er eine Reihe von grundlegenden “Hermeneutischen Prinzipien” für das Herangehen an apokalyptischer Literatur diskutiert.

87 Siehe Diagramm 1 im Anhang.

88 Siehe E. S. Fiorenza, “Composition and Structure of the Book of Revelation,” Catholic Biblical Quarterly 39 (1977): 344-366. Sie zeigt auf, dass die Struktur der gesamten Offenbarung naturgemäß konzentrisch ist (nicht exakt chiastisch), mit den entsprechenden Abschnitten: 1,1-8 || 22,10-21; 1,9-3,22 || 19,11-22,9; 4,1-9.21 and 11,15-19 || 15,5-19,10; mit dem Brennpunkt auf 10,1-15,4. Andere Versuche, eine chiastische Struktur zu identifizieren haben unterschiedliche Ergebnisse hervorgebracht (Vgl. Michelle V. Lee, “A Call to Martyrdom: Function as method and Message in Revelation,” Novum Testamentum XL, 2 [1998]: 174-194). Es scheint für den aktuellen Schreiber (obgleich provokativ), dass Bestrebungen, eine chiastische Struktur in der Offenbarung zu identifizieren, wahrscheinlich letztendlich nicht haltbar sind.

89 Lang, Revelation, 198-201.

90 Walvoord, Revelation, 188.

91 Ladd, Revelation, 167; Mounce, Revelation, 23.

92 G. K. Beale schreibt, “Obwohl die Mutter Jesu hier in zweiter Linie gemeint sein kann, liegt der primäre Fokus hier nicht auf einem Individuum, sondern auf der Gemeinschaft des Glaubens.” (Revelation, 628).

93 Siehe Smith, Revelation, 181.

94 Vgl. Ford, Revelation, 195: “Obwohl die Frau ein Individuum sein kann, legt eine Studie des AT Hintergrundes nahe, dass sie eine Gemeinschaftsfigur ist. . . . Im AT ist das Bild einer Frau das klassische Symbol für Zion, Jerusalem, und Israel, z.B. Zion deren Ehemann Yahweh ist (Jes 54,1.5, Jer 3,20, Hes 16,8-14, Hosea 2,19-20), wer ist eine Mutter (Jes 49,21, 50,1, 66,7-11, Hosea 4,5, Bar 4,8-23), und wer ist in Geburtswehen (Micha 4,9-10, vgl. Jes 26,16-18, Jer 4,31, 13,21, Sir 48,19[21]).” Siehe ebenso Mounce, Revelation, 231;

95 Vgl. Isaiah 66,7; Micah 5,3.

96 Vgl. Revelation 1,8.

97 Der Leser wird verwiesen auf die vollständige Diskussion in G. K. Beale, Johns Use of the Old Testament in Revelation, Journal for the Study of the New Testament Supplement Series 166, ed. Stanley E. Porter (Sheffield, England: Sheffield Academic Press, 1998), 341-343.

98 Mounce, Revelation, 232; Swete, Revelation, 148.

99 In Daniel 7, hat das erste Tier, das Babylon repräsentiert (7,4) einen Kopf; das zweite Tier, Medo-Persien (7,5) hat einen Kopf; das dritte Tier, das Griechenland darstellt (7,6) hat vier Köpfe; und das vierte Tier, Rom (7,7) hat einen Kopf und zehn Hörner. Wenn wir nun alle feindlichen Nationen vom Volk Gottes in einem großen Monster symbolisieren müssten, würde es also sieben Köpfe und zehn Hörner haben. Deswegen ist das Symbol des Drachens in Offenbarung 12 Satan, der durch die Mächte der Welt wirkt. Im Eschaton sieht das Tier aus dem Meer aus wie ein Drache, der sieben Köpfe und zehn Hörner hat und es hat dieselben Fähigkeiten wie Löwe, Bär und Leopard , so wie die vier Weltmächte von Daniel 7,1-7 (Vgl. Offenbarung 13,1-2).

100 Mounce, Revelation, 231-234; Newell, Revelation, 175-76; Ford C. Ottman, The Unfolding of the Ages in the Revelation of John (Grand Rapids: Kregel Publications, 1967), 284-85; Pentecost, Things to Come, 215; Smith, Revelation, 183-184; Swete, Revelation, 151; Thomas, Revelation 8-22, 125-26; Walvoord, Revelation, 189-90.

101 Arthur E. Bloomfield, All Things New: The Prophecies of Revelation Explained (Minneapolis, MN: Bethany House Publishers, 1959), 215.

102 Ironside, Revelation, 140.

103 Lang, Revelation, 198.

104 Beale, Use of OT in Revelation, 341-343.

105 MT: בְּטֶרֶם יָבוֹא חֵבֶל לָהּ וְהִמְלִיטָה זָכָר(66:7)…. כִּי־חָלָה גַּם־יָלְדָה צִיּוֹן אֶת־בָּנֶיהָ (66:8).
LXX: ἔτεκεν ἄρσεν … καὶ ἔτεκε Σιὼν τὰ παιδία αὐτῆς.

106 Bloomfield, All Things New, 217.

107 BAGD definiert das Wort auf die folgenden Arten: “snatch, seize, i.e., plötzlich und gewaltsam nehmen, oder wegnehmen im Sinne von 1. stehlen, entführen, losreißen. . . . 2. wegreißen oder wegnehmena. gewaltsam . . . . b. auf eine Weise, dass kein Widerstand erfolgt” (BAGD, 109). Deswegen schreibt Ford, “Das Verb harpazo, ‘wegreißen,’ wird niemals für die Himmelfahrt Christi verwendet, aber dafür anabaino, ‘ascend,’ für die Zwei Zeugen in 11,12, hat diesen Sinnbezug, und wird verwendet als Verwandtschaft zur Himmelfahrt von Jesus. Aber in unserem aktuellen Text  scheint es keinen christologischen Bezug zu geben. In der LXX und dem NT bedeutet harpazo etwas gewaltsam wegnehmen, üblicherweise mit der Andeutung, dass kein Widerstand möglich ist.” (Ford, Revelation, 200).

108 Manche haben versucht, das Problem zu vermeiden indem sie andeuten, dass das wegreißen vom Tod gemeint ist und dass die gesamte Szenerie in Offenbarung 12,1-6 ein Midrasch von Psalm 2 ist. Caird schreibt deshalb: „Mit der Geburt des Messias meint Johannes nicht die native Geburt sondern das Kreuz. Der Grund dafür ist, dass er seine Ausführungen des zweiten Psalms fortsetzt, die er mit der Vision der siebten Posaune begonnen hat. In dem Psalm ist es nicht bei seiner Geburt, sondern bei seiner Inthronisation auf dem Berg Zion, dass der gesalbte König von Gott angesprochen wird ‘Du bist mein Sohn; heute habe ich dich gezeugt’ und ihm Autorität gegeben wird, alle Völker mit einem eisernen Stab zu zerschmettern (Ps. 2, 7-9). Der Geburtstag eines Königs ist der Tag seines Amtsantritts. Für die christliche Auslegung dieses Psalms hatte Johannes als Hilfe die Predigttradition der urtümlichen Kirche, dass Jesus ‘sich durch die Auferstehung aus den Toten und in der Kraft des Heiligen Geistes als Sohn Gottes erwiesen hat’ (Röm 1,4). Sohnschaft und Inthronisation gehören untrennbar zusammen, und deshalb wird das männliche Kind nicht früher geboren, als es weggerissen wird zu Gott und seinem Thron. Aber für Johannes als den vierten Evangelisten ist das Kreuz der Punkt, an dem Jesus in seinen königlichen Ruhm hineinkommt. ‘so wie auch ich den Kampf bestanden und mich mit meinem Vater auf seinen Thron gesetzt habe.’ (Offb 3,21). . . . “Der Prinz wird weggerissen von den Fängen des Drachens nicht durch Magie sondern durch Tod; und sein Platz in Sicherheit ist nicht irgendein abgeschiedenes Eiland, sonder der Thron Gottes, von wo aus er zurückkehren wird um den Drachen zu töten.” (Caird, Revelation, 149-59). Das Problem mit einer solchen Sichtweise besteht darin, dass das Ziel des wegreißens „zu Gott und seinem Thron” ein Ereignis ist, das nach den Überlieferungen der Evangelien etwa vierzig Tage nach der Auferstehung stattfand. Ebenso, der große Midrasch von Psalm 2 ist zweifelhaft, weil in Psalm 2 der Vater des Sohnes Gott ist; in Offenbarung 12,5 ist die Mutter des Sohnes Israel. Auf welche Weise also, würde die „Geburt” des Sohnes in einem königlichen Sinn durch Tod, Auferstehung und Himmelfahrt im Zusammenhang stehen mit der Geburt der Nation von Israel? Caird’s Schlussfolgerungen scheinen diese Umstände nicht zu beachten.

109 Die Phrase in Apostelgeschichte 1,10 legt stark eine graduelle Auffahrt nahe, kein plötzliches Wegreißen. Im Griechischen steht: καὶ ὡς ἀτενίζοντες ἦσαν εἰς τὸν οὐρανὸν πορευομένου αὐτοῦ “Als sie zum Himmel blickten, während er ging . . .” Die Kombination des Imperfekt von εἰμι mit dem beiläufigen Partizip Präsens  ἀτενίζοντες und dem Partizip Präsens πορευομένου ergibt den besten Sinn, wenn die Himmelfahrt Christi ein graduelles Ereignis war. Beides, Sprache und Grammatik lassen wenig Raum für ein plötzliches und vehementes Wegreißen aus ihren Augen, weil entsprechend dieses Absatzes sie beobachteten während er auffuhr.

110 Zum Zeitpunkt der Erstveröffentlichung dieses Artikels auf dem Southwest Regional Evangelical Theological Society Meeting am Freitag, 7. April 2000, stand in der NET Bibelübersetzung von diesem Vers “Her child was taken up to God and to his throne.” Als Antwort auf meine ursprüngliche Kritik dieser Übersetzung in dieser Fußnote änderten die Editoren der NET Bibel die Übersetzung in eine, die weit über meinen Vorschlag von “caught up” oder “snatched up” hinausging. Jetzt steht in der NET Bibel: “Her child was suddenly caught up.” Die NET Bibel muss gelobt werden für ihre Bereitschaft, Änderungen vorzunehmen im Licht neuer Erkenntnisse.

111 Lang, Revelation, 198.

112 Ladd, Revelation, 170. Es muss darauf hingewiesen werden, dass Ladd nicht schließt, dass das männliche Kind die Gemeinde ist, sondern “Johannes’ anschauliche Art ist, den Sieg von Gottes Gesalbten über jeden satanischen Versuch ihn zu vernichten, festzustellen.”

113 Buswell, Theology, 2: 462; Ironside, Revelation, 140.

114 Pentecost, Things to Come, 215.

115 Der Gebrauch von Psalm 2,9 in Offenbarung spricht ebenso bis zu einem gewissen Grad für eine Identifikation der „himmlischen Heere” in Offenbarung 19,14 mit den überwindenden Gläubigen der Gemeinde (Offb 2,26-28). Es sind die Armeen, die tatsächlich die Nationen in Stücke schlagen. Das würde dann nahelegen, dass die Gemeinde, der Leib Christi vor der Rückkehr von Christus auf die Erde, wie in Offenbarung 19,11-21 beschrieben, entrückt, auferweckt und verherrlicht ist.

116 Vgl. Michaels, Revelation, 149. Er erklärt die Schwierigkeit damit dass er andeutet, dass 1) Johannes durchgängig andere Symbole (solche wie ein Lamm) für den Tod von Christus verwendet; und 2) dass die Betonung in Offenbarung 12,5 auf Jesus’ Identifikation mit dem „Samen” aus Genesis 3,15 liegt.

117 Das Identifizieren dieser Herangehensweise als „vergeistigend” zu bezeichnen ist nicht als Abwertung gemeint, da eine genaue Untersuchung von Ladd’s Interpretation aufzeigt, dass es genau das ist

118 Ladd, Revelation, 166-167.

119 Smith, Revelation, 183.

120 Ibid., 183-184.

121 Ibid., 184.

122 Vgl. D. A. Carson, Exegetical Fallacies, 2d ed. (Grand Rapids: Baker Books, 1996), 87-123; für eine Diskussion von logischen Trugschlüssen. Smith scheint dem Reiz des selektiven Beweises, unbelegten inhaltlichen Gedankensprüngen, Falschaussagen, leichtfertigem Abtun und dem Missbrauch von Wörtern wie „offensichtlich” und „zweifelsohne” zu erliegen.

123 Smith, Revelation, 184.

124 Walvoord, Revelation, 190-191.

125 Smith, Revelation, 184; Walvoord, Revelation, 191.

126 Thomas, Revelation 8-22, 126.

127 Der Zeitraum von Christus’ Erscheinungen auf der Erde während der vierzig Tage nach seiner Auferstehung ist in keiner Weise gekennzeichnet von Verfolgung durch Satan. Zu sagen, dass das Entkommen von Satans Feindseligkeit ein Nebeneffekt der Auferstehung ist, verleugnet die volle Bedeutung der Auferstehung. Jesus stand nicht länger im Konflikt mit Satan, sondern hatte war vollständig siegreich über ihn in seinem Tod und Auferstehung. Thomas liegt richtig, wenn er in dem Kontext von Offenbarung 12,5 eine unmittelbar bevorstehende Gefahr und Feindschaft durch den Drachen gegenüber dem männlichen Kind und deshalb einen „Rettungs-” Kontext für den Gebrauch von ἁρπάζω in 12,5 sieht, aber seine Anwendung auf die Himmelfahrt Christi ist theologisch nicht korrekt. Wenn dem so wäre, dann müsste Christus durch Satans Angriffe bedroht worden sein gerade nach seiner Auferstehung!

128 Pentecost, Things to Come, 215.

129 Ibid., 286.

130 Thomas’ beiläufiger Verweis auf Seiss ist einigermaßen unklar hier. Tatsächlich glaubt Seiss, dass das männliche Kind alle Gläubigen der Ersten Auferstehung umfasst. (Seiss, Apocalypse II: 335-338).

131 Thomas, Revelation 8-22, 125-126.

132 Offenbarung 19,19 sagt, dass das Tier und seine Armeen “versammelt werden um Krieg zu führen mit dem, der auf dem Pferd ritt und seiner Armee” (Hervorhebung hinzugefügt).

133 Caird, Revelation, 149-150; Beale, Revelation, 639-642. Siehe ebenso Fußnote 108 oben.

134 Thomas, Revelation 8-22, 125.

135 Während ἁρπάζω πρὸς τὸν θρόνον möglicherweise als rein metaphorisch verstanden werden kann für die „Inthronisierung” von Christus bei der Auferstehung, führt die Phrase ἁρπάζω πρὸς τὸν θεόν nicht notwendigerweise zu einer metaphorischen Interpretation. Obwohl die Inthronisierung sicherlich Bestandteil des Bildes ist, handelt es sich hier um eine Inthronisierung die wörtlich stattzufinden scheint in der Gegenwart Gottes und seines Thrones im Himmel, nicht geistig durch die Auferstehung.

136 Vgl. ebenso die Kommentare von Michaels, Revelation, 149.

137 Schilling, “Rapture,” 54.

Related Topics: Dispensational / Covenantal Theology, Eschatology (Things to Come)

A Trindade (Triunidade) de Deus

Related Media

Introdução

Uma vez que a palavra trindade não se encontra na Bíblia, alguns questionam se esta é ou não uma doutrina bíblica, mas a ausência de um termo usado para descrever uma doutrina não significa necessariamente que tal termo não seja bíblico. A questão é a seguinte: será que o termo reflecte com precisão o que a Escritura ensina? Na realidade, devido à natureza incompreensível da verdade que este conceito encerra, algumas pessoas acreditam tratar-se de uma palavra insuficiente para descrever com exactidão o que a Bíblia nos ensina acerca desta verdade sobre Deus. Quando alguém estuda uma doutrina como esta, lê sobre ela num livro de teologia ou num artigo como este, pode parecer que o escritor está a dizer: “Aqui estão as doutrinas em que acreditamos, e é nisto que você deve acreditar – por isso, acredite!”. Porém, como Ryrie salienta, “Se é esse o caso, é apenas porque está a olhar para os resultados do estudo de alguém, não para o processo” 1 que conduziu a pessoa até à sua posição relativamente a uma doutrina em particular. 

O objectivo é investigar os factos da Escritura de modo a que a pessoa veja, a partir do processo de investigação apresentado neste estudo, aquilo que a Bíblia nos ensina sobre a forma como Deus existe. Historicamente, a Igreja acredita que Ele existe como Santíssima Trindade ou Triunidade. A personalidade tripla de Deus é uma doutrina exclusivamente cristã e uma verdade das Escrituras. Esta é a doutrina que em seguida será investigada. O nosso objectivo, portanto, consiste em demonstrar que a doutrina da trindade (triunidade) da Divindade é outra revelação bíblica que nos ensina mais acerca da natureza de Deus ou como Ele existe. A Bíblia ensina-nos que Deus não apenas existe como um ser Espiritual pessoal, mas que o faz sobre a forma de Trindade Santa.

A Natureza
desta Revelação a Respeito de Deus

Antes de investigarmos os factos das Escrituras, quero começar por realçar que esta é uma doutrina que ultrapassa o âmbito da mente finita do homem. Encontra-se fora da esfera da razão natural ou lógica humana. O Dr. Walter Martin salienta:

Nenhum homem pode explicar totalmente a Trindade, ainda que, em todas as eras, estudiosos tenham proposto teorias e avançado hipóteses na tentativa de explicar este misterioso ensinamento bíblico. Mas, apesar dos esforços valiosos destes eruditos, a Trindade permanece em grande parte incompreensível para a mente do homem.

Quiçá a principal razão para tal seja o facto de a Trindade ser alógica, ou para lá da lógica. Por consequência, não pode ser sujeita à razão ou lógica humana. Por causa disto, os oponentes da doutrina argumentam que a ideia da Trindade tem de ser rejeitada e considerada insustentável. Esse raciocínio, porém, faz da razão corrompida do homem o único critério para a determinação da verdade da revelação divina. 2

Portanto, com que assunto nos deparamos? O derradeiro problema é sempre saber se a evidência bíblica apoia a doutrina da Trindade ou tri-personalidade de Deus. Em caso afirmativo, ficaremos certos de que é verdadeira. Compreendê-la é outro assunto. John Wesley afirmou: “Tragam-me um verme capaz de compreender um homem, e eu mostro-vos um homem que consiga compreender o Deus Uno e Trino”.3

Não devemos ficar incomodados com este facto. Porquê? Porque a Palavra de Deus diz-nos que devemos esperar que a Sua revelação – a revelação de um Criador infinito, omnisciente e sumamente sábio – contenha uma profundidade infinita, correspondente à Sua mente infinita. Em Isaías, Deus fala-nos sobre isto, dizendo:

“Os Meus planos não são os vossos planos, os vossos caminhos não são os Meus caminhos” – diz o Senhor. “Quanto os céus estão elevados acima da terra, tanto se acham elevados os Meus caminhos acima dos vossos e os Meus planos acima dos vossos planos”. (Isaías 55:8-9).

A respeito dos pensamentos de Deus serem superiores aos nossos, Kenneth Boa apresenta uma excelente reflexão:

De tudo isto sucede que não podemos nem devemos esperar compreender a Bíblia de modo exaustivo. Se pudéssemos, a Bíblia já não seria divina, mas sim limitada à inteligência humana. Uma ideia muito importante advém disto, algo que faz tropeçar muitos não-cristãos e até mesmo cristãos: Uma vez que a Bíblia é uma revelação infinita, leva frequentemente o leitor para dos limites da sua inteligência.

Independentemente de quão simples a Bíblia seja na sua mensagem de pecado e salvação gratuita em Cristo, estão subjacentes a todas as suas doutrinas incríveis subtilezas e profundidade. Até uma criança pode receber Cristo como seu Salvador, apropriando-se assim do dom gratuito da vida eterna. Não obstante, nenhum filósofo conseguiu mais do que roçar a superfície do que diz respeito às coisas que aconteceram na Cruz. A Bíblia obriga qualquer leitor a embater no tecto da sua própria compreensão, para lá do qual não pode ir até que veja o Senhor cara-a-cara.

Até que a pessoa reconheça que a sua própria sabedoria e inteligência não são suficientes, não está preparada para escutar a sabedoria superior de Deus. Jesus fez alusão a isto quando disse a Deus: “escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos” (Lucas 10:21).4

Deus comunicou aos homens de forma verdadeira, mas não exaustiva. Moisés expressou-nos isto em Deuteronómio 29:29: “As coisas ocultas pertencem ao Senhor, nosso Deus, mas aquilo que Ele revelou é para nós e nossos filhos até às derradeiras gerações, a fim de que ponhamos em prática todas as palavras desta lei”.

A compreensão do modo como o correspondente em grego da palavra mistério era usado no Novo Testamento poderá ajudar-nos. Corresponde à palavra grega musterion e refere-se ao que estava previamente oculto, mas que agora nos é revelado através da revelação da Palavra (1 Cor. 15:51; Efésios 3:3, 4, 9). Por vezes, é simplesmente usada em referência àquilo que Deus torna conhecido mediante a Sua revelação ao homem, que este último não poderia saber de outra maneira (1 Cor. 2:7). Contudo, há um sentido em que algumas das verdades de Deus, embora claramente reveladas na Bíblia, permanecem um mistério. Ainda que seja uma verdade revelada nas Escrituras, tal como a doutrina da encarnação do Filho de Deus ou a natureza divina/humana de Jesus Cristo, a Trindade é uma espécie de mistério na medida em que ultrapassa os limites da compreensão humana. Deus não nos explicou todos os mistérios da Sua revelação, sem dúvida simplesmente porque ainda não os conseguimos compreender.

O Apóstolo Paulo escreveu: “Hoje, vemos como por um espelho, de maneira confusa, mas, então, veremos face a face. Hoje conheço de maneira imperfeita; então, conhecerei exactamente, como também sou conhecido” (1 Cor. 13:12).

Uma cidade como Corinto, famosa pelos seus espelhos de bronze, teria apreciado particularmente a ilustração final de Paulo. A perfeição e imperfeição mencionadas no versículo 10 foram comparadas com destreza a duas imagens contrastantes: uma delas obtida pelo reflexo indirecto da face de alguém num espelho de bronze, correspondendo a segunda imagem à visualização directa dessa mesma face. Esse, afirmou Paulo, era o contraste entre o tempo imperfeição no qual escreveu e o tempo perfeito que o esperava a si e à Igreja, assim que o reflexo parcial do presente desse lugar ao esplendor da visão perfeita. Então, Paulo veria Deus (confira 15:28; 1 João 3:2) da mesma forma que Deus o via agora. Então, o conhecimento parcial (confira 1 Cor. 8:1-3) seria substituído pelo conhecimento perfeito de Deus. 5

Devido à nossa capacidade limitada nesta vida, algumas das revelações de Deus, que nos são dadas na Bíblia, desafiam a explicação e a ilustração. Ao procurarmos explicar verdades que caem nesta categoria, as nossas explicações e, em especial, as nossas tentativas de as ilustrar ficam necessariamente aquém da nossa habilidade para clarificar e compreendê-las.

Será que isto significa que uma doutrina não pode ser verdadeira simplesmente porque desafia a nossa imaginação ou capacidade humana para a compreender? A resposta é “claro que não”! Seria pura arrogância dizer que assim era. A verdade é que temos de reconhecer a nossa necessidade de simplesmente confiar na revelação especial de Deus para nós, a Bíblia, e sujeitar as nossas mentes ao ensinamento que é verdadeiramente expresso nas suas páginas. Isto não significa que não ponhamos as Escrituras à prova a fim de ter a certeza que estas coisas são verdadeiramente ensinadas; porém, uma vez convencidos de que é isto que a Bíblia diz, temos de as agarrar através da fé e aguardar pela compreensão completa num futuro eterno.

Seria o cúmulo do egotismo que uma pessoa dissesse que, só por uma ideia contida na Bíblia não fazer sentido (não se conformar ao seu raciocínio), não pode ser verdadeira, tendo a Bíblia de estar errada neste ponto. 6

A doutrina da trindade ou triunidade faz parte da revelação de Deus, de Alguém infinito àqueles que são finitos. Portanto, uma vez mais temos de perguntar: não parece lógico que, ao longo do nosso estudo sobre Deus, acabemos por encontrar coisas que são incompreensíveis, misteriosas e supra-racionais em relação à capacidade do pensamento humano, racional e finito? Então, compreendamos, desde o início deste estudo, que “Deus, na Sua existência sob a forma de Três num Só, está para lá dos limites da compreensão humana”.7

Existe outro tópico relevante acerca da natureza desta revelação nas Escrituras. Precisamos de reflectir durante um momento nas palavras explícito e implícito, pois estes dois vocábulos são importantes a fim de se compreender correctamente aquilo que as Escrituras ensinam sobre esta doutrina. Explícito significa “total e claramente expresso; deixando nada implícito; total e claramente definido ou formulado”. Implícito significa “tácito ou subentendido, embora não expresso directamente”.

Ryrie escreve:

A Trindade não é, obviamente, uma palavra bíblica. Nem o são triunidade, trino, trinal, subsistência ou essência. Ainda assim, usamo-las, muitas vezes de forma útil, a fim de tentar exprimir esta doutrina, tão repleta de dificuldades. Para além disso, esta é uma doutrina não explícita no Novo Testamento, ainda que se diga frequentemente que está implícita no Antigo e explícita no Novo Testamento. Porém, explícito significa “caracterizado mediante uma expressão completa e clara”, adjectivo dificilmente aplicável a esta doutrina. Não obstante, a doutrina tem origem nas Escrituras e, por isso, é um ensinamento bíblico. 8

Contexto Histórico

Embora a Bíblia ensine implicitamente a verdade a respeito da Triunidade de Deus quer no Antigo, quer no Novo Testamento, o desenvolvimento e delineação desta doutrina foram provocados pela ascensão de grupos heréticos ou professores que negavam ou a divindade de Cristo, ou a do Espírito Santo. Isto levou a jovem Igreja a estruturar formalmente a doutrina da Triunidade. Na verdade, Tertuliano, em 215 d.C., foi o primeiro a mencionar esta doutrina usando o termo Trindade. 9 A respeito dos obstáculos que a Igreja recém-formada enfrentou, Walter Martin escreve:

Estando o Novo Testamento completo no final do primeiro século, a Igreja nascente lutava pela sua vida contra inimigos antigos – a perseguição e o erro doutrinal. De um lado, encontrava-se o império Romano, o Judaísmo ortodoxo e as religiões pagãs hostis; do outro, as heresias e as doutrinas divisórias. Nos seus primeiros tempos, o Cristianismo foi, de facto, uma experiência arriscada.

É provável que nenhuma doutrina tenha sido alvo de maior controvérsia na Igreja recém-formada do que a Trindade. Certamente, o ensinamento de “um Deus em três Pessoas” era aceite na Igreja nascente, mas só quando este ensinamento começou a ser posto em causa é que surgiu uma doutrina sistemática da Trindade.

A heresia gnóstica, por exemplo (que se infiltrou na Cristandade durante a vida dos apóstolos), foi alvo de forte condenação na Epístola de Paulo aos Colossenses e na Primeira Epístola de João. Ao negarem a divindade de Cristo, os gnósticos ensinavam que era inferior em natureza ao Pai, um tipo de superanjo de emanação impessoal de Deus.

Sucedendo aos gnósticos, apareceram vários teólogos especulativos, como Orígenes, Luciano de Antioquia, Paulo de Samósata, Sabélio e Ário de Alexandria. Todos propagaram perspectivas não-bíblicas da Trindade e da divindade de nosso Senhor.

Mas talvez o teste mais crucial à doutrina cristã na Igreja recém-formada tenha sido a “heresia ariana”. Foi esta heresia que estimulou a estruturação de pensamento a respeito da Trindade e da divindade de Cristo...

Hoje em dia, existem ainda resquícios da heresia gnóstica (Ciência Cristã), ariana (Testemunhas de Jeová) e sociniana (Unitarismo) a circular na Cristandade. Todos estes erros têm uma coisa em comum: dão a Cristo todos os títulos, excepto aquele que Lhe dá direito a todos os restantes – o título de Deus e Salvador.

Mas a doutrina cristã da Trindade não “começou” no Concílio de Niceia, nem derivou de “influências pagãs”. Embora religiões como a egípcia, caldeia, hindu e outras religiões pagãs abranjam supostas “trindades”, estas não têm qualquer semelhança com a doutrina cristã, única e livre de qualquer capricho cultural pagão...10

A questão, portanto, é simplesmente esta: embora o termo Trindade nunca seja especificamente usado, nem a doutrina explicitamente explicada nas Escrituras, mesmo assim aparece de forma implícita. Os concílios da Igreja, na sua batalha contra a heresia, foram obrigados a reflectir acerca do que a Bíblia afirma sobre o modo como Deus existe. O resultado consistiu na doutrina da Triunidade; mas note-se que o desenvolvimento desta doutrina se baseou num estudo cuidadoso das Escrituras.

Cairns discute este tempo de controvérsia teológica na Igreja recém-formada e o cuidado extremo conferido ao assunto:

Tratou-se de uma era em que foram desenvolvidos os principais dogmas da Igreja Cristã. A conotação desfavorável transmitida pela palavra “dogma” em tempos de laxidão doutrinal, como na actualidade, não deverá obscurecer o valor do dogma para a Igreja. A palavra “dogma” proveio do Latim, a partir da palavra grega dogma, derivada do verbo dodeo. Tal termo significava pensar. Os dogmas ou doutrinas formulados neste período foram o resultado de um intenso processo de pensamento e pesquisa da alma, de modo a interpretar correctamente o significado das Escrituras nos pontos em disputa e a evitar as opiniões erróneas (doxai) dos filósofos. 11

Finalmente, deve ser dito que…

...a doutrina da Trindade é a marca distintiva da religião cristã, separando-a de todas as outras religiões do mundo. Trabalhando sem o benefício das revelações feitas na Escritura, é verdade que os homens têm chegado a algumas verdades limitadas a respeito da natureza e Pessoa de Deus. As religiões pagãs, assim como todas as especulações filosóficas, baseiam-se na religião natural e não podem, por isso, erguer-se a nenhum conceito mais elevado do que a unidade de Deus. Em alguns sistemas, encontramos o monoteísmo, com a sua crença num só Deus. Em outros, encontramos o politeísmo, com a sua crença em vários deuses individuais. Mas nenhuma das religiões pagãs ou sistema de filosofia especulativa alguma vez chegou a uma concepção trinitária de Deus. O facto é que, à parte da revelação sobrenatural, não há nada na experiência ou consciência humana que possa dar ao homem a mais pequena pista para chegar até ao Deus distinto da fé cristã – o Deus Trino e Uno, encarnado, redentor e santificador. Algumas religiões pagãs apresentaram tríades de divindades – como, por exemplo, a tríade egípcia de Osíris, Ísis e Hórus, de alguma forma análoga a uma família humana com pai, mãe e filho; ou a tríade hindu de Brahma, Vishnu e Shiva que, no ciclo de evolução panteísta, personifica o poder criativo, conservador e destrutivo da natureza; ou a tríade exposta por Platão, de bondade, intelecto e vontade –, que não são exemplos de tri-personalidade própria e verdadeira; não são pessoas reais a quem nos possamos dirigir e adorar, mas somente personificações das faculdades ou atributos de Deus. Nenhum destes sistemas tem algo em comum com a doutrina cristã da Trindade, excepto uma noção “trina”.12

Antes de investigarmos as evidências relativas à Trindade, vamos defini-la, procedendo depois ao estudo das evidências mencionadas.

Definição da
Trindade (Triunidade) de Deus

Trindade: o dicionário Webster fornece a seguinte definição de trindade: “A união de três pessoas divinas (ou hipóstases), Pai, Filho e Espírito Santo, numa só divindade, de modo que os três são um só Deus enquanto substância, mas três Pessoas (ou hipóstases) quanto à individualidade”. Alguns sinónimos por vezes usados são triunidade, trino e trinalidade. O termo “trindade” é formado a partir de “tri”, três, e “dade”, unidade. Triunidade é um termo mais adequado do que “trindade”, uma vez que expressa melhor a ideia de Três num Só. Deus É Três num Só. “Hipóstases” é o plural de hipóstase, que significa “a substância, a realidade subjacente, ou essência”.

Ryrie escreve:

Não é fácil construir uma definição da Trindade. Algumas são feitas através da declaração de várias proposições. Outras erram ou no aspecto da unidade, ou do carácter triplo. Uma das melhores é a de Warfield: “Há um só Deus verdadeiro, mas na unidade da Divindade existem três Pessoas co-eternas e co-iguais, as mesmas em substância mas distintas em subsistência.” 13

Pessoa: Ao falar-se da Triunidade, o termo “pessoa” não é utilizado da mesma forma que no seu uso comum, no qual significa uma identidade completamente distinta de outras pessoas. Na verdade, a palavra pessoas tende a diminuir o valor da unidade da Trindade. De acordo com o ensinamento da Escritura, as três Pessoas são inseparáveis, interdependentes e unidas eternamente num só Ser Divino.

É evidente que a palavra “pessoa” não é ideal para o propósito. Os escritores ortodoxos têm-se debatido com este termo. Alguns optaram pelo termo subsistência (o modo ou qualidade de existência); portanto, “Deus tem três subsistências”. A maioria continuou a usar pessoas porque não se conseguiu encontrar um termo melhor. “A palavra substância fala do ser ou natureza essencial de Deus, e subsistência descreve o Seu modo ou qualidade de existência”.14

Essência: No seu uso teológico, essência refere-se às “qualidades intrínsecas ou indispensáveis, permanentes e inseparáveis que caracterizam ou identificam o ser de Deus”. As palavras triunidade e trindade são utilizadas para mencionar o facto de que a Bíblia fala de um Deus, mas atribui as características de Deus a três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.

A doutrina da trindade afirma que existe um Deus, único em essência ou substância, mas trino em personalidade. Isto não significa três Deuses independentes que existem como um, mas três Pessoas que são co-iguais, co-eternas, inseparáveis, interdependentes e eternamente unidas num Ser e Essência Divina absolutos.

Tipicamente, as palavras triunidade e trindade são usadas para nos ajudarem a expressar uma doutrina que provém das Escrituras, embora repleta de dificuldades para a mente humana. Novamente, deve ser enfatizado que esta é uma doutrina não explicitamente declarada no Antigo ou no Novo Testamento, mas que está implícita em ambos. Repare nos aspectos seguintes:

(1) O Cristianismo Evangélico tem acreditado na doutrina da Trindade, Triunidade ou Divindade Trina e Una devido ao ensinamento da Bíblia como um todo (Antigo e Novo Testamentos), não por causa de uma ou duas passagens em particular. Como será mostrado mais à frente, o conjunto da Escritura dá testemunho desta doutrina.

(2) Muitas passagens específicas ensinam-nos que existem três Pessoas distintas que possuem divindade, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo; mas, com igual ênfase, a Bíblia também nos ensina que há um só Deus verdadeiro, ou uma Essência Divina, ou Substância e Ser.

(3) Analisando a Escritura como um todo, é possível verificar que se realçam os seguintes pontos: (a) a unidade de Deus, um Ser e Essência Divinos, e (b) a diversidade de Deus dentro desta unidade, três Pessoas identificadas como Pai, Filho e Espírito Santo. A Bíblia fala destas Pessoas de uma tal forma que atribui divindade e personalidade absolutas e não diminuídas a cada uma, enquanto realça que há um só Deus em substância divina. É a doutrina da trindade que harmoniza e explica estes dois impulsos da Escritura – unidade em três personalidades. 

Ao verificarmos que a Bíblia ensina estas três coisas – (a) há um só Deus; (b) Pai, Filho e Espírito são Deus; (c) cada um deles é anunciado como Pessoa distinta –, enunciamos a doutrina da Triunidade de Deus. Em esquema, pode ser expressa como se segue:

Antigo Diagrama da Santíssima Trindade

As três Pessoas são as mesmas em sustância, isto é, em essência ou natureza essencial, mas distintas em subsistência, que descreve o modo ou qualidade de existência de Deus na forma de três Pessoas. Por modo de existência não queremos dizer um Deus agindo de três formas diferentes, mas um Ser Divino que existe como três Pessoas distintas dentro de uma Substância ou Essência Divinas. Novamente, isto não corresponde exactamente a três indivíduos, como quando pensamos em três indivíduos pessoais, mas sim a um Ser Divino que age e pensa como um dentro de uma personalidade tripla. Tal revela-se incompreensível para as nossas mentes finitas e limitadas, mas é o ensinamento da Escritura. “No Ser de Deus não existem três indivíduos, mas somente três distinções pessoais e próprias dentro da Divina Essência”. 15

Distinções Reconhecíveis e Importantes

O New Bible Dictionary (Novo Dicionário Bíblico) contém um excelente resumo deste aspecto:

Na relação entre as Pessoas, existem distinções reconhecíveis.

a. Unidade na diversidade

Na maioria das vezes, a doutrina é formulada afirmando que Deus É Um na Sua existência essencial, mas que, no Seu ser, existem três Pessoas, embora não formem indivíduos distintos e em separado. São três modos ou formas de existência da essência divina. ‘Pessoa’ é, porém, uma expressão imperfeita da verdade, visto que o termo denota um indivíduo racional e moral em separado. Mas no ser de Deus não existem três indivíduos, mas sim três distinções pessoais próprias dentro de uma essência divina [itálicos meus]. Novamente, no homem, a personalidade implica independência de vontade, acções e sentimentos, conduzindo ao comportamento peculiar de uma pessoa. Tal não poderá ser pensado em associação com a Trindade. Cada Pessoa é autoconsciente e auto-orientada, mas nunca agindo de forma independente ou em oposição. Ao afirmarmos que Deus É uma Unidade, queremos dizer que, embora Deus em Si mesmo seja um triplo centro de vida, a Sua vida não se encontra dividida em três. Ele É um só em essência, personalidade e vontade. Ao declararmos que Deus é uma Trindade em Unidade, queremos dizer que existe uma unidade na diversidade, e que a diversidade se manifesta em Pessoas, em características e operações.

b. Igualdade em dignidade

Existe igualdade perfeita em natureza, honra e dignidade entre as Pessoas. A Paternidade pertence à essência própria da primeira Pessoa, e assim foi desde a eternidade. Trata-se de uma propriedade pessoal de Deus, “do Qual toda a família, nos Céus como na Terra, toma o nome” (Efésios 3:15).

O Filho é denominado “filho único”, talvez para sugerir um carácter único em detrimento de derivação. Cristo sempre declarou ter uma relação única com Deus como Pai e, aparentemente, os judeus que o ouviam não tinham ilusões acerca das suas afirmações. De facto, procuraram matá-lo, pois ele “dizia que Deus era Seu Pai, fazendo-Se igual a Deus” (João 5:18).

O Espírito é revelado como o Único que conhece as profundezas da natureza de Deus: “A nós, porém, Deus revelou-as por meio do Espírito, o Qual tudo penetra, mesmo as profundezas de Deus… As [coisas] que são de Deus, ninguém as conhece, a não ser o Espírito de Deus” (1 Cor. 2:10 ss). Isto equivale a dizer que o Espírito é “apenas o próprio Deus na essência mais íntima do Seu ser”.

Tal coloca a marca do ensinamento do Novo Testamento sobre a doutrina da igualdade das três Pessoas.

c. Diversidade em modo de actuação

Nas funções atribuídas a cada Pessoa na Divindade, especialmente com referência à redenção do homem, é evidente que está envolvido um certo grau de subordinação (em relação, não em natureza); primeiro o Pai, segundo o Filho e, em terceiro, o Espírito. O Pai actua através do Filho mediante o Espírito. Por isso, Cristo pode dizer: “o Pai é maior do que eu”. Como o Filho é enviado pelo Pai, assim o Espírito é enviado pelo Filho. Da mesma forma que a função do Filho era revelar o Pai, também a função do Espírito consiste em revelar o Filho, conforme Cristo testemunhou: “Ele glorificar-Me-á, porque há-de receber do que é Meu, para vo-lo anunciar” (João 16:14).

Tem de ser reconhecido que a doutrina se ergueu como expressão espontânea da experiência cristã. Os primeiros cristãos sabiam estar reconciliados com Deus Pai, e que a reconciliação estava assegurada pela obra expiatória do Filho, que lhes tinha sido mediada como uma experiência pelo Espírito Santo. Portanto, a Trindade era para eles um facto antes de se tornar uma doutrina; porém, de forma a preservá-la no credo da Igreja, a doutrina teve de ser formulada. 16

Erros a Evitar
Relativamente à Trindade

Triteísmo. Este é o ensinamento de que existem três Deuses, por vezes relacionados, mas somente numa associação vaga. Uma tal abordagem abandona a inteireza bíblica de Deus e a unidade dentro da Trindade.

Sabelianismo ou Modalismo. Sabélio (200 d.C.), promotor deste ponto de vista, falou do Pai, Filho e Espírito Santo, mas entendia que não mais eram do que três manifestações de um Deus. Este ensinamento veio a ser conhecido como modalismo, uma vez que contempla um Deus que Se manifesta de forma variada em três modos de existência: Pai, Filho e Espírito Santo.

Arianismo. As raízes desta doutrina encontram-se em Tertuliano, que tornou o Filho subordinado ao Pai. Orígenes levou isto mais longe, ensinando que o Filho estava subordinado ao Pai “com respeito à essência”. O resultado final foi o Arianismo, que negava a divindade de Cristo. Ário ensinou que apenas Deus era O Não Criado; uma vez que Cristo era filho do Pai, Cristo fora criado pelo Pai. Acreditava assim que houvera um momento em que Cristo não existia. Ário e o seu ensinamento foram condenados no Concílio de Niceia, em 325 d.C. 17

Fundamento Bíblico para a Trindade

Uma vez que a Trindade envolve os conceitos-chave de unidade e carácter triplo, o fundamento para esta doutrina estará dependente da descoberta destes dois aspectos na Escritura, à medida que revela a forma como Deus existe.

O Que as Escrituras Dizem Sobre o Carácter Uno de Deus

Antigo Testamento

(1) Deuteronómio 6:4 “Escuta, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!”

O versículo 4 foi sujeito a várias traduções, embora seja provável que a afirmação acentue o carácter único de Yahweh, devendo ser traduzida “O Senhor é nosso Deus, somente o Senhor”.

Contudo, há também uma ênfase secundária – a indivisibilidade do Senhor. Tal é aparente na maioria das traduções inglesas. Esta confissão prepara claramente o caminho para a posterior revelação da Trindade, mas como? “Deus” (Elohim) é uma palavra plural, e o termo único (hebraico echad) refere-se a um sentido colectivo. Como tal, é usada relativamente à união de Adão e Eva (Gn. 2:24) para descrever duas pessoas numa só carne. Para além disso, é utilizada em sentido colectivo, como um conjunto de cachos de uvas, em vez de em sentido absoluto, como em Números 13:23, quando os espiões trouxeram um só cacho. Paralelamente, a unidade de Deus está implícita naquelas passagens do Antigo Testamento que declaram não existir outro Deus além de Yahweh, o Deus de Israel.

(2) Deuteronómio 4:35 “Foste testemunha de todos estes factos para que soubesses que só o Senhor é Deus e que não há nenhum outro além d’Ele.”

(3) Isaías 46:9 “Lembrai-vos dos tempos passados, desde o princípio. Sim, Eu sou Deus e não há outro, Eu sou Deus e não há nenhum semelhante a Mim.”

(4) Isaías 43:10 “Vós sois as Minhas testemunhas – oráculo do Senhor –, e os Meus servos que escolhi, a fim de que Me reconheceis e Me acreditais e compreendeis que Eu sou. Antes de Mim, não havia deus nenhum, e não haverá outros depois de Mim.”

O Novo Testamento é ainda mais explícito:

(5) 1 Coríntios 8:4-6 “Portanto, no que se refere a comer carnes sacrificadas aos ídolos, sabemos todos que o ídolo não é nada neste mundo, e que não há outro Deus senão um só. Porque, ainda que haja alguns que sejam chamados deuses, quer no Céu, quer na terra, existindo assim muitos deuses e muitos senhores, para nós não há mais que um só Deus, o Pai de Quem tudo procede e para Quem nós existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio do Qual todas as coisas existem e nós igualmente existimos.”

(6) Efésios 4:4-6 “Há um só corpo e um só Espírito, como existe uma só esperança no chamamento que recebestes. Há um único Senhor, uma única fé, um único baptismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, actua por meio de todos e Se encontra em todos.”

(7) Tiago 2:19 “Crês que há um só Deus; fazes bem. Os demónios também crêem e estremecem.”

Passagens da Escritura Demonstrativas de Que Deus, Que É Um, Também É Três

Escrituras do Antigo Testamento

Embora não haja uma declaração explícita no Antigo Testamento que afirme a Triunidade, podemos dizer com confiança que o Antigo Testamento não só deixa espaço para a Triunidade, mas também sugere de várias formas que Deus É um Ser Trino e Uno:

(1) O nome Elohim, traduzido Deus, é a forma plural de El. Embora seja aquilo que é chamado um plural de plenitude, apontando para o poder e majestade de Deus, certamente permite a revelação do Novo Testamento relativa à Triunidade de Deus.

(2) Existem muitas circunstâncias em que Deus usa o pronome plural para Se descrever (veja Gn. 1:26; 3:22; 11:7; Isa. 6:8).

(3) No registo da criação, tanto Deus Pai como Deus Espírito Santo são vistos na obra criativa. É afirmado que Deus criou o céu e a terra (Gn. 1:1), mas que foi o Espírito Santo quem se moveu sobre a terra infundindo-a com vida, no sentido de proteger e participar na obra da criação (Gn. 1:2).

(4) Escrevendo sobre o Messias, Isaías revelou-O igual a Deus, chamando-Lhe “Deus Poderoso” e “Pai Eterno” (Isa. 9:6).

(5) Várias passagens revelam uma distinção de Pessoas dentro da Divindade.

  • Em Salmo 110:1, David demonstra a existência de uma distinção de Pessoas ente “SENHOR”, aquele que fala, e aquele a quem David se dirige, “meu Senhor”. David estava a indicar que o Messias não era um rei comum, mas o seu próprio Senhor, Adoni (meu Senhor), um que era o próprio Deus. Assim, Deus Primeira Pessoa dirige-se a Deus Segunda Pessoa. É precisamente isto que Pedro quer dizer quando cita este Salmo para mostrar que a ressurreição do Messias fora antecipada no Antigo Testamento (Actos 2:34-36).
  • O Redentor (que tem de ser divino, Isa. 7:14; 9:6) é diferenciado do Senhor (Isa. 59:20).
  • O Senhor é distinguido do Senhor em Oseias 1:6-7. Aquele que se encontra a falar é Yahweh, o Senhor; ainda assim, repare na afirmação do versículo 7: “Compadecer-Me-ei… e os salvarei pelo Senhor, seu Deus”.
  • O Espírito é distinguido do Senhor num conjunto de passagens (Isa. 48:16; 59:21; 63:9-10).

(6) Na profecia messiânica de Isaías 7:14, Deus tornou claro que Aquele que nasceria da virgem também seria Emanuel, Deus connosco.

(7) Duas outras passagens que sugerem a Trindade são Isaías 48:16 e 61:1. Em Isaías 48:16, as Três Pessoas são mencionadas, mas vistas como distintas entre si. Veja também Gn. 22:15-16.

Escrituras do Novo Testamento

A hipótese da Triunidade de Deus é ainda mais forte no Novo Testamento. Nele, pode ser demonstrado de forma inequívoca que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. Para além disso, o Novo Testamento ensina-nos que estes três nomes não são sinónimos, mas falam de três Pessoas distintas e iguais.

(1) O Pai é chamado Deus (Jo. 6:27; 20:17; 1 Cor. 8:6; Gal. 1:1; Ef. 4:6; Fil. 2:11; 1 Ped. 1:2).

(2) Jesus Cristo, o Filho, é declarado Deus. A Sua divindade é provada através dos nomes divinos ue Lhe são dados, das Suas obras, que só Deus poderia fazer (sustentar todas as coisas, Col. 1:17; criação, Col. 1:16; julgamento futuro, João 5:27), dos Seus atributos divinos (eternidade, João 17:5; omnipresença, Mateus 28:20; omnipotência, Heb. 1:3; omnisciência, Mt. 9:4) e das afirmações explícitas que declaram a Sua divindade (João 1:1; 20:28; Tito 2:13; Heb. 1:8).

(3) O Espírito Santo é reconhecido como Deus. Ao compararmos os comentários de Pedro em Actos 5:3 e 4, vemos que, ao mentir ao Espírito Santo (vs. 3), Ananias estava a mentir a Deus (vs. 4). Ele tem os atributos que só Deus pode possuir, como omnisciência (1 Cor. 2:10) e omnipresença (1 Cor. 6:19), e regenera as pessoas para uma vida nova (João 3:5-6, 8; Tit. 3:5), o que tem necessariamente de ser uma obra de Deus, pois apenas Deus tem poder sobre a vida. Por fim, a Sua divindade torna-se evidente através dos nomes divinos utilizados para O mencionar, como “Espírito do nosso Deus” (1 Cor. 6:11), que deverá ser entendido como “o Espírito, que é nosso Deus”.

Ryrie escreve: “Mateus 28:19 afirma melhor tanto a unidade como o carácter trino, ao associar igualmente as três Pessoas, unindo-as num nome singular. Outras passagens, como Mateus 3:16-17 e 2 Coríntios 13:14, associam de forma equitativa as três Pessoas, mas não contêm a forte ênfase na unidade de Mateus 28:19.” 18

O New Bible Dictionary (Novo Dicionário Bíblico) acrescenta a isto a evidência seguinte:

A evidência dos escritos do Novo Testamento, independentemente dos Evangelhos, é suficiente para mostrar que Cristo instruiu os seus discípulos acerca desta doutrina em maior extensão do que é registado por qualquer um dos quatro Evangelistas. Eles proclamam de todo o coração a doutrina da Trindade como fonte tripla de redenção. A descida do Espírito aquando do Pentecostes deu maior proeminência à personalidade do Espírito e, ao mesmo tempo, lançou nova luz do Espírito sobre o Filho. Pedro, explicando o fenómeno do Pentecostes, representa-o como actividade da Trindade: “Este Jesus…, elevado pela direita de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou o que vedes e ouvis” (Actos 2:32-33). Assim, a igreja do Pentecostes foi fundada sobre a doutrina da Trindade.

Em 1 Cor., mencionam-se os dons do Espírito, a variedade de serviços para o mesmo Senhor e a inspiração do mesmo Deus para a obra (1 Cor. 12:4-6).

Pedro segue a salvação até à mesma fonte trina e una: “eleitos segundo a presciência de Deus Pai, pela santificação do Espírito, para obedecerem a Jesus Cristo” (1 Ped. 1:2). A bênção apostólica – “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2 Cor. 13:14) – não só resume os ensinamentos apostólicos, mas interpreta ainda o significado mais profundo da Trindade na experiência cristã, a graça salvadora do Filho que dá acesso ao amor do Pai e à comunhão do Espírito.

O que é incrível, porém, é que esta confissão de Deus como Três num Só teve lugar sem turbulência ou controvérsia por parte de um povo doutrinado durante séculos na fé no Deus único e que, ao entrarem na Igreja cristã, estas pessoas não estavam conscientes de qualquer ruptura com a sua antiga fé. 19 

A partir da evidência acima mencionada, deverá ficar claro que a Escritura ensina que Deus é Três num Só.

Considerações e Respostas Face às Dificuldades Concernentes à Trindade

O Significado de “Unigénito”

João 1:14 E o Verbo fez-Se homem e habitou entre nós, e nós vimos a Sua glória, glória que Lhe vem do Pai, como Filho único, cheio de graça e de verdade.

João 1:18 Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus unigénito, que está junto do Pai, o tornou conhecido.

Em João 1:18, a versão bíblica inglesa King James Version (e a versão portuguesa Almeida Revista e Corrigida) apresenta huios, “Filho”, em vez de theos, “Deus”, lendo-se “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigénito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer”.

Uma vez que, nas nossas mentes, a palavra “unigénito” sugere nascimento ou começo, alguns têm tentado usar esta designação de Jesus Cristo para dizer que Cristo teve um início, que meramente se tornou o Filho de Deus. Tal interpretação nega a Sua eternidade e ainda o conceito da trindade. Assim, o que quer dizer João com o termo “unigénito”?

“Unigénito” corresponde ao grego monogenes, palavra composta de monos, usado como adjectivo ou advérbio, significando “sozinho, único”. Kittel escreve: “Em palavras compostas com genes, os advérbios descrevem a natureza, mais do que a fonte de derivação (ênfase minha). Daí monogenes ser usado para o filho único. De um modo mais geral, significa ‘único’ ou ‘incomparável’.” 20 No Novo Testamento, o termo apenas ocorre em Lucas, João e Hebreus, mas um uso instrutivo encontra-se em Hebreus 11:17, onde é utilizado acerca de Isaac, enquanto monogenes de Abraão. Em sentido estrito, Isaac não era o único Filho do Patriarca; porém, era o filho único da promessa de Deus. A ênfase não se encontra na origem, mas sim no carácter singular e lugar especial no coração de Abraão.

Vine apresenta um excelente resumo quanto ao uso de monogenes em João 1:14 e 18:

Referindo-se a Cristo, a frase “Filho único do Pai”, João 1:14, R.V. (veja também a margem) indica que, enquanto Filho de Deus, Ele era o único representante do Ser e carácter d'Aquele que O enviara. No texto original, o artigo definido é omitido tanto antes de “Filho único” como de “Pai”, sendo que, nos dois casos, a sua ausência serve para realçar as características mencionadas nos termos usados. A finalidade do Apóstolo é demonstrar o tipo de glória que ele e os seus companheiros Apóstolos contemplaram. O facto de não estar meramente a fazer uma comparação com relações terrenas é indicado pelo para, "do". A glória pertencia a uma relação única e a palavra “filho” não implica um começo da Sua filiação. Sugere de facto relação, mas tem de ser distinguida da geração conforme aplicada ao homem.

Só podemos entender correctamente a expressão “filho único” aplicada ao Filho no sentido de uma relação não originada. “A filiação não é um evento no tempo, ainda que remoto, mas um facto independente do tempo. O Cristo não se tornou, mas é necessária e eternamente o Filho. Ele, uma Pessoa, possui cada atributo de Divindade pura. Tal implica eternidade, existência absoluta; a este respeito, Ele não se encontra 'atrás' do Pai” (Moule).

Em João 1:18, a frase “o Filho unigénito, que está no seio do Pai” exprime tanto a Sua união eterna com o Pai na Divindade como a inefável intimidade e amor entre ambos, com o Filho a partilhar todos os conselhos do Pai e desfrutando de todo o Seu carinho. Outra interpretação é monogenes Theos, ‘unigénito de Deus’. Em João 3:16, a frase “Deus amou o mundo, de tal maneira, que deu o seu Filho unigénito” não deve ser interpretada como significando que Cristo se tornou o Filho Unigénito através da Encarnação. O valor e grandiosidade do dom residem na Filiação d’Aquele que foi dado. A Sua Filiação não resultou de Ele ser dado. Em João 3:18, a frase “Nome do Unigénito Filho de Deus” realça a revelação completa do carácter e vontade de Deus, do Seu amor e graça, conforme é transmitido no Nome d’Aquele que, ao estar numa relação única com Ele, foi providenciado por Ele como Objecto da fé. Em 1 João 4:9, a afirmação “Deus enviou o Seu Filho unigénito ao mundo” não significa que Deus enviou ao mundo um ser que se tornou Seu Filho aquando do nascimento em Belém. Compare com a afirmação paralela “Deus enviou o Espírito de Seu Filho”, Gal. 4:6, R.V., que não poderia significar que Deus enviara Alguém que se tornara o Seu Espírito assim que Ele O enviou. 21

O Significado de “Primogénito”

Outro termo que tem sido mal-interpretado por alguns quando usado em referência a Cristo é “primogénito”. É aplicado a Cristo em Romanos 8:29; Colossenses 1:15, 18; Hebreus 1:6; e Revelação 1:5. Novamente, devido à noção de nascimento que esta palavra invoca nas nossas mentes, esta passagem tem sido usada para ensinar que Cristo não era a segunda Pessoa eterna da Trindade, pois tivera um início como primogénito de Deus. “Primogénito” corresponde ao grego prototokos (de protos, primeiro, e tikto, produzir), mas esta palavra pode significar (a) primeiro no tempo, ou (b) primeiro em prioridade. O objectivo e foco do termo têm de ser retirados do contexto em que é usado.

Em Colossenses 1:15, conforme o versículo 16 torna claro, faz-se referência à soberania de Cristo, expressando a Sua prioridade e preeminência sobre a criação, não no sentido temporal – o primeiro a nascer –, mas no sentido de (a) ser o Criador soberano, Aquele no qual se encontravam os planos da criação como arquitecto (“por Ele foram criadas todas as coisas” pode também significar “n’Ele…”), (b) ser Aquele por Quem todas as coisas foram criadas enquanto construtor (“tudo foi criado por Ele”), e (c) ser Aquele para Quem todas as coisas foram criadas enquanto dono (“e para Ele”). Colossenses 1:15 declara a soberania de Cristo enquanto Criador. Podemos observar este sentido de prototokos, expressando soberania ou prioridade, no uso desta palavra por parte da Septuaginta em Salmo 89:27, no qual a frase que se segue explica o significado de “primogénito” ou prototokos. Salmo 89:27 diz: “E Eu o constituirei em primogénito, o Altíssimo entre os reis da terra”. Quem é o primogénito? Ele é “o Altíssimo entre os reis da terra”, o soberano Senhor.

Nas palavras de Colossenses 1:18, “Ele é o princípio, o Primogénito dos mortos”, encontra-se o significado de primeiro no tempo, o primeiro a erguer-se num corpo imortal e glorificado. Mas, mesmo aqui, ele é o primogénito dos mortos de modo a poder tornar-se preeminente em todas as coisas, enquanto cabeça do Corpo, a Igreja (vs. 18b). O importante é que prototokos pode significar quer primeiro no tempo, quer primeiro em prioridade, sendo o contexto que determina o seu significado. Como segunda Pessoa da Trindade, Cristo é Deus e soberano; porém, como Deus-Homem que morreu pelos nossos pecados e foi erguido dos mortos, Ele é a cabeça preeminente do corpo de Cristo, a Igreja. Em Colossenses 2:9, o Apóstolo confirmou este significado, ao escrever “Pois n’Ele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. 

A palavra para “Divindade” é theotetos, uma palavra forte (apenas usada aqui no Novo Testamento) para a essência de Cristo enquanto Deus. A plena divindade de Cristo encontra-se, não obstante, numa forma corpórea – uma humanidade plena (confira Col. 1:22). Tanto a divindade como a humanidade de Cristo foram postas em causa por esta primitiva heresia tipo Gnóstica. Esses heréticos diminuíam Cristo ao estatuto de anjo, cujo “corpo” era apenas aparente, não real. Paulo afirmou aqui que Cristo é completamente Deus e verdadeiramente homem (confira 1 João 4:1-6).22

Implicações Práticas da Doutrina da Trindade

Qualquer doutrina é prática e tem implicações específicas na vida. Isso verifica-se também com a Triunidade da Divindade, que chama a nossa atenção para o conceito da tripla personalidade de Deus. Tal comunica todos os elementos da personalidade – acção moral, inteligência, vontade, emoção e comunhão existente no interior das três Pessoas da Divindade. Quais são algumas das implicações desta doutrina, não apenas de um ponto de vista teológico, mas também para a experiência e vida cristãs?

(1) Ensina-nos que Deus É um Deus de revelação e comunhão.

A Escritura ensina-nos que Deus É luz, e uma das principais funções da luz é a iluminação. O acto de revelar é tão natural para Deus como é para o sol. Antes da criação de qualquer ser, anjo ou humano, houve revelação e comunicação, que tiveram lugar no interior das Pessoas da Santíssima Trindade: o Pai em relação ao Filho, o Filho em relação ao Pai, e de forma semelhante com o Espírito. Quando, nos decretos eternos de Deus, Ele decidiu criar um universo com seres angélicos e humanos, tratou-se apenas da expressão desta mesma natureza de Deus.

Portanto, se Deus É comunhão em Si mesmo, pode permitir que essa comunhão extravase para as Suas criaturas, comunicando-Se a elas de acordo com a sua capacidade de receber. Foi isto que aconteceu a um nível supremo quando veio para redimir os homens: permitiu que a Sua comunhão se inclinasse, de modo a alcançar o homem proscrito e a erguê-lo. E, assim, porque Deus É uma Trindade, tem algo para partilhar: a Sua própria vida e comunhão. 23

(2) Significa que a Trindade é a base de toda a verdadeira comunhão no mundo.

Uma vez que Deus É uma comunhão em Si mesmo, as Suas criaturas morais, feitas à Sua imagem, só alcançam a plenitude da vida quando em comunhão. Tal reflecte-se no casamento, no lar, na sociedade e, acima de tudo, na igreja, cuja koinonia é constituída com base na comunhão das três Pessoas. A comunhão cristã é, portanto, a coisa mais divina sobre a terra, o equivalente terreno da vida divina, conforme Cristo orou verdadeiramente pelos seus seguidores: “Para que todos sejam um só; como Tu, ó Pai, estás em Mim e Eu em Ti, que também eles estejam em Nós” (Jo. 17:21). 24   

(3) Acrescenta variedade à vida do universo.

Existe… diversidade na vida de Deus. Deus Pai projecta, Deus Filho cria, Deus Espírito Santo estimula; uma grande variedade de vida, operação e actividade. Por essa razão, podemos compreender que, se o universo é uma manifestação de Deus, devemos esperar diversidade na vida dentro do conjunto do universo criado. Pensamos que a chamada uniformidade da natureza é totalmente falsa. Todas as maravilhas da criação, todas as formas de vida, todo o movimento no universo são um reflexo, um espelho da vida múltipla de Deus. Não há semelhança monótona, nem uniformidade de padrão em larga escala, pois a natureza reflecte os vários lados da natureza e carácter do Deus vivo. 25

Que Opções Existem Relativamente à Trindade?

À semelhança do que acontece com a soberania de Deus e a vontade do homem (ou o mistério do Deus-homem), existem três atitudes básicas que uma pessoa pode manifestar relativamente ao conceito bíblico da Trindade. Primeiro, historicamente, os homens têm-na ignorado ou rejeitado como ilógica e incompatível com a razão humana. Segundo, por a considerarem incompatível com a razão humana, têm procurado resolver o problema reduzindo-o à sua própria razão e, no processo, gravitam tipicamente entre um de dois extremos, defendendo que Deus É um ou que É três, mas que não pode ser ambos. Terceiro, numa perspectiva histórica e em grande parte, a igreja tem aceitado completamente este conceito, mantendo ambas as verdades (Deus É Três num Só, Trino e Uno) num equilíbrio apropriado. Baseando-se em toda a informação da Bíblia, a Igreja tem aceitado esta doutrina através da fé, embora seja incompreensível para as nossas mentes finitas. 26

O Problema dos Dois Extremos

Sempre que o homem eleva o seu raciocínio acima da revelação clara da Escritura e se confronta com aquelas verdades na Escritura que desafiam a lógica humana, usualmente incorre em um de dois extremos. Por exemplo, quando confrontado com duas verdades que parecem contradizer-se (por exemplo, a soberania de Deus e o livre-arbítrio do homem, ou a divindade não diminuída de Cristo e a verdadeira humanidade concentrada numa Pessoa, ou Deus É Um e Três), acontece uma de duas coisas. Na tentativa de harmonizar a verdade com o seu raciocínio, irá inevitavelmente mover-se de um extremo para o outro. Aceitará um (verdade A, Deus É um), apenas para negligenciar ou rejeitar completamente o outro (verdade B, Deus É uma personalidade tripla), ou irá pender para o outro lado, minimizando ou rejeitando a verdade A e enfatizando a verdade B.

Kenneth Boa apresenta alguns comentários excelentes acerca deste assunto:

Na tentativa de atenuarem a força da doutrina do Deus Trino e Uno, muitos têm caído em erro. Um desses erros é o unitarismo. Tal perspectiva considera Deus como uma só Pessoa. Uma vez que, para a maioria, esta Pessoa é Deus Pai, Jesus Cristo e o Espírito Santo são desprovidos da sua genuína divindade. Jesus fica reduzido a um simples homem ("o humilde mestre de Nazaré") e o Espírito Santo é transformado numa força ou fluido impessoal que emana de Deus. A Igreja Unitária Universalista é um exemplo deste extremo.

As Testemunhas de Jeová são essencialmente unitaristas, uma vez que negam a divindade de Jesus Cristo e consideram o Espírito Santo uma força impessoal (Walter Martin, The Kingdom of the Cults, Minneapolis: Bethany Fellowship, 1965, p. 47). Este novo Arianismo repudia a Trindade, dando-a como não razoável.

O segundo extremo é o triteísmo. Trata-se de uma variação do politeísmo, dado que Pai, Filho e Espírito Santo são considerados três deuses em separado. Por vezes, tal é levado ainda mais longe, até à ideia de que existem muitos deuses diferentes, alguns talvez associados a outros mundos ou domínios. O Mormonismo é um exemplo de triteísmo, pois fala do Pai, Filho e Espírito Santo como três Deuses distintos (Ibid., p. 178). O Mormonismo é na verdade politeístico, uma vez que indica que há outros deuses além destes três.

A única forma de evitar estes extremos é aceitar todos os factos bíblicos de forma equilibrada. Por ser supra-racional, a Trindade não pode ser compreendida pela mente humana. Mesmo assim, quando alguém coloca a sua fé em Deus e na verdade da Sua Palavra, encontra satisfação nesta e em outras áreas difíceis da verdade revelada. Não há necessidade de uma luta contínua. 27

Conclusão

A doutrina da Trindade encontra-se verdadeiramente além da compreensão humana ou dos limites das nossas mentes finitas mas, ainda assim, é uma verdade vital da Bíblia. É uma doutrina intimamente ligada a outras doutrinas-chave, como a divindade de Cristo e o Espírito Santo. De facto, a nossa salvação está enraizada na natureza misteriosa da Divindade, que coexiste como três Pessoas distintas, todas envolvidas na nossa salvação em todos os seus aspectos – passados, presentes e futuros. Abrange tudo o que sabemos e praticamos enquanto cristãos – a nossa santificação, comunhão, a nossa vida de oração, o nosso estudo bíblico ou a nossa adoração colectiva. Que isto é verdade e um facto precioso no qual se pode confiar torna-se evidente na bênção final de Paulo em 2 Coríntios 13:14 e na saudação e doxologia de Pedro em 1 Pedro 1:1-5.

2 Cor. 13:14. A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.

1 Pedro 1:1-5. Pedro, Apóstolo de Jesus Cristo, aos peregrinos da Dispersão, do Ponto, da Galácia, da Capadócia, da Ásia e da Bitínia, 2 eleitos segundo a presciência de Deus Pai, pela santificação do Espírito, para obedecerem a Jesus Cristo e receberem a aspersão do Seu sangue. Graça e paz vos sejam dadas em abundância. 3 Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que na Sua grande misericórdia nos regenerou pela ressurreição de Jesus Cristo, dentre os mortos, para uma esperança viva, 4 para uma herança incorruptível, que não pode contaminar-se, e imarcescível, reservada nos céus para vós, 5 a quem o poder de Deus guarda para a fé, para a salvação que está pronta para se manifestar nos últimos tempos.

Que o Senhor o abençoe no seu estudo da Sua preciosa Palavra e na sua caminhada em companhia de Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

Tradução de C. Oliveira


1 Charles C. Ryrie, A Survey of Bible Doctrine, Moody Press, Chicago, 1972, p. 29.

2 Walter Martin, Essential Christianity, Vision House, Santa Anna, 1975, p. 21

3 Encyclopedia of 7700 Illustrations, Assurance Publishers, p. 504.

4 Kenneth Boa, Unraveling the Big Questions About God, Lamplighter Books, p. 12.

5 The Bible Knowledge Commentary, NT, John F. Walvoord e Roy B. Zuck, Editors, Victor Books, Versão Electrónica.

6 Ibid., p. 16.

7 Ibid., p. 42.

8 Charles C. Ryrie, Basic Theology, Victor Books, Wheaton, IL, 1987, versão electrónica.

9 Earle E. Cairns, Christianity Through the Centuries, Zondervan, Grand Rapids, 1967, p. 122.

10 Martin, pp. 22-23.

11 Cairns, p. 141.

12 Loraine Boettner, Studies in Theology, The Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1976, pp. 80-81.

13 Ryrie, versão electrónica, citando B.B. Warfield, “Trinity,” The International Standard Bible Encyclopaedia, James Orr, ed., Grand Rapids: Eerdmans, 1930, 5:3012.

14 Boa, p. 46.

15 R. A. Finlayson, “Trinity,” The New Bible Dictionary, Eerdmans, p. 1300.

16 The New Bible Dictionary, Versão Electrónica, Logos Bible Software.

17 Paul Enns, The Moody Handbook of Theology, Moody Press, p. 199.

18 Ryrie, Basic Theology, p. 53.

19 The New Bible Dictionary, Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, Inc., 1962, Versão Electrónica, Logos Bible Software.

20 Kittel, Gerhard, e Friedrich, Gerhard, Editors, The Theological Dictionary of the New Testament, Abridged in One Volume, Grand Rapids, Michigan: William B. Eerdmans Publishing Company, 1985.

21 W. E. Vine, Vine’s Expository Dictionary of Old and New Testament Words, Grand Rapids, MI: Fleming H. Revell, 1981, pp. 140-141.

22 Norman L. Geisler, The Bible Knowledge Commentary, edição do Novo Testamento, John F. Walvoord e Roy B. Zuck, Editors, Victor Books, p. 677.

23 The New Bible Dictionary, Logos Research Systems, Versão Electrónica.

24 Ibid.

25 Ibid.

26 Boa, p. 50.

27 Boa, pp. 50-51.

Related Topics: Trinity

Esperança

Related Media

Introdução

Existem muitos termos e conceitos-chave na Escritura, tais como fé, esperança, amor, alegria, graça, paz, agradar ao Senhor, etc., com os quais nos cruzamos à medida que lemos as nossas Bíblias, mas, com frequência, não passam de conceitos vagos para muitas pessoas. O estudo seguinte destina-se a providenciar uma explicação bíblica condensada acerca da esperança, tal como é encontrada na Palavra de Deus. Conforme o tempo permitir, disponibilizaremos outros estudos condensados em relação a termos-chave, especialmente do Novo Testamento. 

Uma Definição de Esperança

O que é a esperança? Será um “talvez” fraco ou um tipo de optimismo inseguro? A ideia moderna de esperança é “querer, esperar, mas sem certeza de concretização; desejar muito, mas sem garantia real de obter o que se deseja”.

Na Escritura, de acordo com os termos hebraicos e gregos traduzidos pela palavra “esperança” e com a utilização bíblica respectiva, a esperança é uma indicação de certeza. Na Escritura, “esperança” significa “uma expectativa forte e confiante”. Embora este sentido seja arcaico nos termos modernos, a esperança equivale a confiar e a uma expectativa confiante.

A esperança pode referir-se à actividade de esperar ou ao objecto esperado – o conteúdo da esperança de alguém. Através da sua própria natureza, a esperança realça duas coisas: (a) carácter futuro, e (b) invisibilidade. Lida com coisas que não conseguimos ver, que não recebemos ou com ambas.

Romanos 8:24-25 Porque na esperança é que fomos salvos. Mas a esperança que se vê não é esperança, pois aquilo que alguém vê, como é que o espera ainda? 25 Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.

Em termos bíblicos, da perspectiva do objecto esperado, a esperança é sinónima de salvação e suas múltiplas bênçãos – passadas, presentes e futuras –, conforme prometido na Escritura. Isto também é verdade em relação ao que já recebemos enquanto crentes, porque tais bênçãos estão contidas na categoria daquilo que não conseguimos ver. Podemos contemplar alguns dos resultados, mas tal também requer fé e esperança. Por exemplo, não vemos a obra justificadora de Deus, a imputação de Cristo por nossa causa, a presença interior do Espírito Santo quando somos salvos nem a nossa co-união com Cristo. Acreditamos que estas coisas são reais, mas trata-se de uma questão de esperança pessoal. Cremos no testemunho de Deus na Palavra e esperamos os resultados nas nossas vidas.

Em resumo, a esperança é a expectativa confiante, a certeza segura de que aquilo que Deus prometeu na Palavra é verdadeiro, aconteceu ou irá acontecer, de acordo com a Sua Palavra certa. 

Uma Descrição da Esperança

É Dinâmica ou Activa

Na Bíblia, a esperança nunca é uma coisa estática ou passiva. É dinâmica, activa, directiva e sustém a vida. Isto torna-se óbvio à medida que lemos a Palavra. Pegue num índice, procure a palavra “esperança” e encontrará, referência após referência, serem indicados os resultados activos da esperança nas vidas daqueles que verdadeiramente têm uma esperança bíblica e vivem de modo concordante.

Por outras palavras, a esperança bíblica não é uma fuga da realidade ou dos problemas. Não nos deixa ociosos, à deriva ou a baloiçar no alpendre. Se a nossa esperança é bíblica e baseada nas promessas de Deus, levar-nos-á a agir.

Tem Resultados

(1) Muda a forma como nos vemos. Transforma-nos em peregrinos, pessoas que vêem esta vida como uma estadia temporária.

2 Pedro 1:13 Tenho por meu dever, enquanto estiver neste tabernáculo, manter-vos vigilantes, com as minhas admoestações,

1 Pedro 2:11 Caríssimos, rogo-vos que, como estrangeiros e peregrinos, vos abstenhais dos desejos da carne, que combatem contra a alma.

(2) Muda aquilo que valorizamos. A esperança, se bíblica, foca a nossa mente nas coisas do Céu, em detrimento das coisas terrenas. Aqui, as palavras de Nosso Senhor destroem as nossas ilusões.

Mateus 6:19-21 Não acumuleis tesouros na terra, onde a ferrugem e a traça os corroem e os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar. 20 Acumulai tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem os corroem nem os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar. 21 Pois, onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.

(3) Afecta o que fazemos com as nossas vidas – os nossos talentos, tempo, tesouros.

Tito 2:1-13 Quanto a ti, ensina o que é conforme à sã doutrina. 2 Os anciãos devem ser sóbrios, graves, prudentes, firmes na fé, na caridade e na paciência. 3 Do mesmo modo, as anciãs devem mostrar no seu exterior uma compostura santa; não devem ser maldizentes nem dadas ao vinho, mas devem dar bons conselhos, 4 a fim de ensinarem as jovens a amar os seus maridos e filhos, 5 a serem prudentes e honestas, cuidadosas da casa, bondosas e submissas a seus maridos, para que a palavra de Deus não seja desacreditada. 6 Exorta também os jovens a que sejam moderados. 7 E tu serve de exemplo em tudo, pelo teu bom comportamento, pureza de ensinamentos, gravidade, 8 e por uma linguagem sensata e irrepreensível, para que os nossos adversários sejam confundidos por não terem mal algum a dizer de nós. 9 Exorta os servos a serem obedientes aos seus senhores. Que procurem agradar-lhes em tudo e que não os contradigam 10 nem os defraudem, mostrando-se fiéis em tudo, para que em tudo honrem a doutrina de Deus, nosso Salvador. 11 A graça de Deus, fonte de salvação, manifestou-se a todos os homens, 12 ensinando-os a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos, a fim de que vivamos no século presente com toda a sobriedade, justiça e piedade, 13 aguardando a bem-aventurada esperança e a vinda gloriosa do grande Deus e Salvador nosso, Jesus Cristo.

1 João 3:1-3 Vede com que amor nos amou o Pai, ao querer que fôssemos chamados filhos de Deus. E, de facto, somo-lo! Por isso, o mundo não nos conhece, porque não O conheceu a Ele. 2 Caríssimos, agora somos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como Ele é. 3 E todo o que n’Ele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro.

A vida cristã, quando compreendida de acordo com a verdade de Deus, é uma obsessão magnífica com uma esperança eterna, uma esperança que não conduz a uma atitude escapista, mas sim à busca da vida numa dimensão completamente nova. Faz-nos ser optimistas, como se pode dizer hoje em dia, relativamente às potencialidades desta vida como comissários de Deus. Dá-nos poder para vivermos corajosamente, para sermos tudo o que Deus nos chamou a ser em Cristo.

Assim, por que optamos tão rapidamente pelos tesouros terrenos e nos mostramos tão lentos a ficarmos obcecados com os tesouros celestes? Talvez seja porque não acreditamos nas realidades celestiais. Estas representam um cliché celestial nas nossas mentes, mas nada mais.1 Compreenda que, nas palavras de Pedro, só a pessoa que acredita nesta esperança celeste e está tão focada nela é que é capaz de ter uma afeição tão leve pelas coisas deste mundo que consegue pôr as coisas mais importantes em primeiro lugar.

Por outras palavras, a esperança bíblica não é uma fuga da realidade ou dos problemas. Não nos deixa ociosos, à deriva ou a baloiçar no alpendre. Se a nossa esperança é bíblica e não apenas um cliché celestial ou semelhante ao sinal “em caso de emergência, parta o vidro”, vai levar-nos a agir.

Mas, ao ser dinâmica, a esperança também tem outras características:

Traz Recompensas e Bênçãos

(1) Dá-nos alegria e paz.

Romanos 15:13 Que o Deus da esperança vos encha plenamente de alegria e de paz na vossa crença, para que abundeis na esperança, pela virtude do Espírito Santo.

Romanos 5:2 pelo Qual temos acesso, pela fé, a esta graça, na qual permanecemos e também nos gloriamos, apoiados na esperança da glória de Deus.

(2) Dá-nos protecção.

Salmo 33:18 Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que O temem, sobre os que esperam na Sua misericórdia;

(3) Dá-nos força, coragem, audácia.

Salmo 31:24 Sede corajosos e valentes no vosso coração, todos quantos esperais no Senhor.

(4) Dá-nos resistência, conforto, confiança na hora da morte.

1 Tessalonicenses 4:13 Não queremos, irmãos, que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para não vos entristecerdes como os outros, que não têm esperança.

(5) Dá-nos confiança no ministério.

1 Timóteo 4:10 Se nos afadigamos e recebemos ultrajes, é porque pomos a nossa esperança em Deus vivo, Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis.

A Derivação (Origem) da Esperança

Onde e Como Obtemos Esperança?

Negativa – avisos relativos à falsa esperança

Existe um conjunto de avisos na Escritura contra colocarmos a nossa esperança em algo que não o Senhor, pois essas coisas vão deixar-nos envergonhados, frustrados, desapontados e na ruína.

Job 8:11-15 Porventura sobe o junco sem lodo? Ou cresce a espadana sem água? 12 Estando ainda na sua verdura, e ainda não cortada, todavia antes de qualquer outra erva se seca. 13 Assim são as veredas de todos quantos se esquecem de Deus; e a esperança do hipócrita perecerá. 14 A sua esperança fica frustrada, e a sua confiança será como a teia de aranha. 15 Encostar-se-á à sua casa, e ela não se terá firme; ampará-la-á, e ela não ficará em pé.

Salmo 33:17 O cavalo é vão para a segurança: não livra ninguém com a sua grande força. Conclusão: a salvação deve vir do Senhor.

Salmo 146:5 Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacob por seu auxílio, e cuja esperança está posta no Senhor, seu Deus; isto é, em vez de no homem.

Provérbios 10:28 A esperança dos justos é alegria, mas a expectação dos ímpios perecerá.

Provérbios 11:7 Morrendo o homem ímpio, perece a sua expectação, e a esperança da iniquidade perde-se. O homem forte deposita esperança na sua força física, dinheiro, poder ou cargo mas, por fim, perecerá.

Provérbios 24:14 Tal será o conhecimento da sabedoria para a tua alma; se a achares, haverá para ti galardão, e não será cortada a tua expectação. Sem a sabedoria de Deus, que concede esperança piedosa, a sua esperança estará depositada no sítio errado e será destruída.

Positiva – os meios e a base da única esperança verdadeira

Deus é chamado “o Deus da Esperança”. Tal significa que Ele É a fonte de toda a esperança real. Para que possamos ter esperança (uma expectativa confiante), é necessário que esta provenha d’Ele, uma vez que só Ele tem poder para a dar.

Salmo 62:5 Ó minha alma, espera somente em Deus, porque dele vem a minha esperança.

Romanos 15:13 Que o Deus da esperança vos encha plenamente de alegria e de paz na vossa crença, para que abundeis na esperança, pela virtude do Espírito Santo.

Quem está sem Cristo, encontra-se sem Deus e sem esperança.

Efésios 2:12 …lembrai-vos de que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.

1 Timóteo 1:1-2 Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa, 2 A Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da de Cristo Jesus, nosso Senhor!

(1) A esperança depende do conhecimento da Palavra de Deus.

Romanos 15:4 Porque tudo o que dantes foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança.

Colossenses 1:5-6 Por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já antes ouvistes, pela palavra da verdade do evangelho, 6 Que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade;

(2) A esperança depende de conhecer e confiar na Graça de Deus.

2 Tessalonicenses 2:16 E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo e nosso Deus e Pai, que nos amou, e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança,

(3) A esperança depende de uma vida preenchida pelo Espírito.

Romanos 15:13 Que o Deus da esperança vos encha plenamente de alegria e de paz na vossa crença, para que abundeis na esperança, pela virtude do Espírito Santo.

1 Pedro 1:13 Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo.

Amigos, em que têm depositado a vossa esperança? Será que a vossa vida o prova? Alterou quem sois, aquilo que valorizais e os que fazeis com a vossa vida?

Artigo original por J. Hampton Keathley III, Th.M.

Tradução de C. Oliveira

J. Hampton Keathley III, Th.M., licenciou-se em 1966 no Seminário Teológico de Dallas, trabalhando como pastor durante 28 anos. Em Agosto de 2001, foi-lhe diagnosticado cancro do pulmão e, no dia 29 de Agosto de 2002, partiu para casa, para junto do Senhor.

Hampton escreveu diversos artigos para a Fundação de Estudos Bíblicos (Biblical Studies Foundation), ensinando ocasionalmente Grego do Novo Testamento no Instituto Bíblico Moody, Extensão Noroeste para Estudos Externos, em Spokane, Washington.


1 John White, The Cost of Commit­ment, p. 4.

Related Topics: Comfort

From the series: La Revue Des Pasteurs

La Revue Internet Des Pasteurs, Fre Ed 24, Edition du l’été 2017

Edition d’été 2017
Auteur: Dr Roger Pascoe, Président
The Institute for Biblical Preaching
Cambridge, Ontario, Canada
(http://tibp.ca/)

C:\Users\Roger\Documents\My Documents\Institute for Biblical Preaching\Forms, Binder Cover Page, Logo\IBP Logos\IBP Logo.jpg

“Renforcer l’Église dans la prédication et le leadership bibliques “

Partie I: La Puissance, Pt. 7

“Défis Finals”

A. La Grande Ironie: La Puissance Divine Dans La Faiblesse Humaine

La première grande ironie dans la prédication est la démonstration de la puissance divine dans notre faiblesse humaine (1 Cor. 2:5). L’apôtre Paul a pris la décision expressément de ne pas venir à l’église de Corinthe en tant que quelqu’un qui a parlé avec éloquence, ou comme celui qui communique la sagesse humaine. Il n’est pas venu pour eux pour les impressionner avec son art oratoire ou son intelligence, mais pour prêcher le message que Dieu lui avait confié, à savoir “le témoignage de Dieu” (2:1), le message de “Jésus Christ, et Jésus Christ crucifié” (2:2). Ce faisant, il est venu “dans la faiblesse, dans la crainte, et dans beaucoup de tremblement.” (2:3). Cette faiblesse et la peur n’était pas due à l’opposition ou au ridicule des hommes mais due à la possibilité que son propre intellect et les réalisations peuvent être affichés et, par conséquent, ternir le message de l’Évangile. Sa “faiblesse” était ses propres capacités et éducation, ce qui pourrait amener les gens à faire confiance au prédicateur plutôt qu’au message.

En conséquence, cette conscience de sa propre faiblesse humaine l’a amené à parler de telle façon et prêcher un message tel que ceux qui l’ont entendu ne pouvait que conclure que son message venait de Dieu et pas de lui. L’absence de mots persuasifs et la sagesse humaine (2:4) a permis d’agrandir la “démonstration de lesprit et de puissance” (2:4) quand les gens ont répondu au message. La réponse des gens a la foi a été, alors, de toute évidence, non à cause de lui mais à cause de la puissance de Dieu manifestée en lui (2:5).

La deuxième grande ironie dans la prédication, c’est que la puissance de Dieu saccomplit dans notre faiblesse (2 Cor. 12:9). Paul avait une épine dans la chair qu’il a demandé à Dieu d’enlever mais Dieu a refusé de le faire. Ce que son “écharde dans la chair” était, que nous ne connaissons pas et il n’est pas importante. La vérité est qu’une personne qui a une forme de faiblesse temporelle mais dont la prédication est puissante, démontre la vérité que la puissance de Dieu s’accomplit dans et par sa faiblesse humaine. Dieu nous accepte avec nos insuffisances et faiblesses et prouve que la puissance du message que nous prêchons vient de Lui et non pas de nous.

Notre réaction devrait être comme celle de Paul - “Par conséquent, encore plus, je me glorifierai bien plus volontiers dans mes infirmités afin que la puissance du Christ repose sur moi” (12:9). En d’autres termes, nous devrions être prêts à sortir de la voie et de reconnaître nos propres faiblesses afin que la puissance de Dieu puisse se manifester à travers nous (voir également le même principe dans 2 Corinthiens 4:7).

L’Esprit Saint ne peut utiliser qu’un prédicateur de manière puissante, qui entièrement dépend de lui pour la force et la direction et qui fait peu de lui-même et beaucoup de Christ. Seulement quand on ne nous voit pas et quand notre faiblesse humaine est évidente, alors la puissance de l’Esprit Saint se manifeste à travers nous.

Ces prédicateurs qui essaient de prêcher l’Évangile à l’aide de méthodes intelligentes et même la ruse rabaissent la puissance de l’Évangile lui-même et s’intéressent à eux-mêmes. Les prédicateurs doivent se rendre compte que notre rôle est asservi au Seigneur et à son message. Nous devons nous rendre compte que “sans moi vous ne pouvez rien faire” (Jn. 15:5). Alors seulement ainsi, Dieu prend plaisir à travailler à travers nous dans la puissance divine. C’est le paradoxe de la puissance divine dans la faiblesse humaine.

La troisième grande ironie dans la prédication n’est que la prédication n’est pas à propos de nous (2 Cor. 4:5). “Nous ne prêchons pas nous-mêmes, mais Jésus Christ le Seigneur”. Nous sommes des serviteurs qui proclamons un message à propos de Jésus Christ le Seigneur. La prédication n’est pas sur nous, mais c’est sur lui, le Christ Jésus, le Seigneur, l’oint, le Sauveur, le Dieu suprême. Nous ne sommes que ses esclaves (serviteurs) qui prêchent sur lui. Nous faisons ce que nous faisons “pour la cause de Jésus.” Les serviteurs qui se font une place importante dans leur prédication ne sont pas des serviteurs authentiques” pour la cause de Jésus.”

Le message sous-jacent et avant tout de l’ironie “divine”, c’est que Dieu est primordiale et nous sommes insignifiants. La chose la plus importante que nous pouvons accomplir dans notre prédication est que Dieu soit adoré, aimé, loué, et qu’on se confie à Lui et non pas au prédicateur. A travers “l’ironie divine” les gens voient le Christ et non pas le prédicateur. À travers et en dépit de la faiblesse de prédicateur, le Seigneur parle puissamment à son peuple, pour que les gens mettent leur confiance en Dieu et pas en l’homme.

B. Le Grand Problem: “L’orgueil Dans La Vie Du Predicateur”

Quand l’orgueil est présent dans le prédicateur, de grands dons de compétence peuvent devenir de grands obstacles pour le prédicateur. Trop souvent les prédicateurs eux-mêmes peuvent être un obstacle à l’Évangile en se concentrant sur la dépendance d’eux-mêmes plutôt que de Dieu. Les grands dons que Dieu donne aux hommes peuvent, ainsi, être leur plus grande source de confiance. L’orgueil peut amener un prédicateur à utiliser son don spirituel pour l’auto-glorification (cf. Jn. 7:18) au lieu de glorification de Dieu. Les prédicateurs ne doivent pas chercher, ni accepter, l’éloge des gens, mais doivent orienter cette louange à Dieu.

Prédicateurs, en vertu des dons qu’ils ont, peuvent générer les éloges des hommes. Mais s’ils veulent la puissance dans leur prédication, ils ne doivent jamais attirer la foi et la louange des gens à eux-mêmes, mais à Dieu. “Nous devons chercher premièrement le royaume de Dieu et sa justice” (Matt. 6:33). Nous avons besoin d’être complètement absorbés avec Dieu, afin qu’à travers nous, le message de Dieu s’écoule vers les autres, tout à fait libres débarrassé du ‘‘moi’’ et nous totalement identifier avec le Christ. Pour ce faire, nous devons être remplis d’une conscience purement divine, avec une “sainte Passion”, et avec la Parole de Dieu.

Nous avons besoin de nous focaliser à la prédication de l’Évangile. C’est le même principe que Paul a exprimé lorsqu’il a parlé de l’effort vers le but (Phil. 3:14). C’est cet engagement absolu à la prédication de l’Évangile, une absorption totale avec l’œuvre que Dieu nous a appelés à faire. C’est une obéissance indéfectible à l’appel de Dieu, indépendamment de savoir si notre message ou notre personne est acceptée ou applaudi par les hommes. Ce doit être une passion dévorante avec la prédication.

La solution à lorgueil chez le prédicateur est la croix de Christ. La croix du Christ résout ce problème de l’orgueil chez le prédicateur parce qu’il nous montre que nous ne sommes que des pécheurs avec rien à offrir à Dieu et en nous montrant que seule l’œuvre du Christ sur la croix peut nous rendre justes et acceptables à Dieu.

Le ‘‘vieil homme’’ qui veut que la louange et l’approbation meurt à la croix et l’homme nouveau” vient à la vie (cf. Eph. 4:22-24). Par la croix, nous nous renions” et nous nous abandonnons à suivre le Christ. En embrassant la croix du Christ nous nous donnons entièrement à Dieu, lui permettant de diriger et d’utiliser notre vie plutôt que de nous diriger nous-mêmes. Par la croix nous recevons une nouvelle puissance, la puissance de l’Esprit Saint. À la croix, le vieil homme est mort et nous devenons de nouvelles créatures en Christ (2 Cor. 5:17).

Pour prêcher avec puissance, les prédicateurs doivent venir chaque jour à la croix, reconnaissant notre nature de néant et la suprématie de Christ. C’est dans la croix du Christ que nous devons nous glorifier (Gal. 6:14) et d’où nous tirons notre puissance dans la prédication. La croix et notre soumission au Seigneur est notre seul sujet de fierté pour nous glorifier, de sorte que la seule pensée qui nous absorbe, c’est le Christ et son Évangile. Cela demande que nous soyons “crucifié avec Christ” (Gal. 2:20).

Conclusion

Si la grande ironie d’une prédication puissante est que Dieu démontre sa puissance divine dans et à travers notre faiblesse humaine, et si le grand problème dans la prédication est l’orgueil dans la vie du prédicateur, alors peut-être vous pourriez penser que les prédicateurs doivent inévitablement être victimes de sentiments d’insécurité et d’infériorité. Mais ce n’est pas le cas.

Ironiquement, pour dépendre totalement de Dieu comme vous prêcher demande un solide sentiment de sécurité personnelle. Par sentiment de sécurité personnelle je ne veux pas dire “orgueil” mais un sentiment de bien-être spirituel et la sécurité en Dieu. Si un prédicateur prêche en conformité avec l’ “ironie divine” (la puissance de Dieu à travers la faiblesse personnelle) et la vérité qu’il est mort à l’ancienne soit et vivant à la nouvelle ‘‘soit’’, morts au péché et vivant pour Dieu, alors il a besoin d’avoir un sentiment de sécurité personnelle.

Un sentiment d’insécurité et d’infériorité est très répandu chez les prêcheurs en dépit de toutes les apparences contraires. Si vous souffrez d’un sentiment d’insécurité personnelle, cela rend très difficile à retirer ‘‘le moi’’ de vue et de permettre à Dieu d’être tout en tous. L’insécurité est, en fait, de mettre le ‘‘moi’’ d’abord à cause de ce sentiment d’insuffisance personnelle. C’est une forme d’orgueil et d’égocentrisme.

La prédication n’est pas un endroit pour quelqu’un qui a besoin de l’approbation des homes. Nous devons tirer notre sécurité du fait que nous savons que nous sommes approuvés par Dieu, doués (talentueux) et appelés par Dieu, fortifiés par Dieu, et aimés par Dieu. Seulement quand nous avons cette conscience intérieure de notre sécurité en Dieu et, partant d’un sentiment de bien-être spirituel pouvons-nous prêcher puissamment pour Dieu, parce qu’alors nous ne voulons pas l’attention sur nous-mêmes, mais toute l’attention se doit d’être à Dieu.

Parler fidèlement pour Dieu peut impliquer le rejet de la part de personnes. Ainsi, les prédicateurs ont besoin d’une saine identité de soi, d’une stabilité émotionnelle, et la sécurité dans le Christ. C’est seulement dans la mesure où nous savons qui nous sommes en Christ et que nous avons l’approbation de Dieu que nous pouvons tout à fait dépendre de Dieu et non pas de nous-mêmes.

C. Le Grand Defi: “Le Moment De La Predication”

Le moment de la prédication est lorsque nous passons à la chaire pour prêcher. Le moment de la prédication est le moment où tout autre chose s’efface de la vue et nous faisons face à la congrégation ; le moment où il y a un sentiment que si l’Esprit de Dieu ne nous remplit pas nous remplir de puissance d’en haut, nous sommes finis et nos efforts seront vains ; le moment de la vérité absolue quand nous faisons face à l’épreuve difficile de la question de savoir si l’Esprit Saint nous fortifie ou pas.

Le “moment de la prédication “, c’est quand nous sommes sur la chaire face à l’œuvre la plus merveilleuse dans nos vies. C’est ce moment où nous ressentons notre propre faiblesse intense et l’inadéquation et notre totale dépendance de Dieu. C’est ce moment où Dieu œuvre beaucoup parmi son peuple assemblé avec puissance, autorité et onction. C’est ce moment de totale dépendance de l’Esprit Saint - ce moment, au-dessus de tout autre moment, lorsque nous avons un sentiment de la présence de Dieu avec nous.

Lorsque le prédicateur prêche avec onction, il y aura un effet évident sur la congrégation, parce qu’ils sentent une différence chez le prédicateur. Quand un prédicateur met de côté ‘‘le moi’’ et prêche dans la puissance du Saint Esprit, quelque chose lui arrive. Il perd la conscience de soi et il devient absorbé par la Parole de Dieu qui est communiquée dans son essence et avec puissance au peuple de Dieu. Lorsque le prédicateur prêche avec onction cela a un effet pratique sur les auditeurs. Dieu agit par son serviteur pour produire de l’effet à travers sa Parole et l’action de l’Esprit Saint.

La présence de cette puissance spirituelle amène les gens à être très doux et focalisés, non pas sur l’homme mais sur ce que Dieu dit à travers lui. L’attention des gens est dirigée vers Dieu et son message pour eux. Ce n’est pas pour dire que tout ce qui est prêché en sous l’onction de l’Esprit Saint sera reçu volontiers, mais il aura l’authenticité et la puissance que vient seulement de Dieu et qui a son effet sur la vie des gens. Dans le résultat final, la congrégation va remercier Dieu pour cette prédication.

Part II: Se Preparer Pour La Predication

“Organiser le Sermon”

A. Organise Chaque Sermon Avec Un But

Ce qu’un prédicateur dit est le “contenu” du message. Ce qu’un prédicateur veut que le message accomplisse est le “but” du message. Le but commun de prêcher un message est de pousser les gens à l’action - d’entraîner l’auditeur à prendre des actions à l’intérieur et / ou à l’extérieur en faveur ou contre quelque chose. Tous les sermons doivent pousser les auditeurs à réagir avec une certaine sorte d’action. La Bible parle de “exhorter les uns les autres” - de prendre ce que nous savons et de la transformer en action.

Il Y A Trois Objectifs Spécifiques Pour Prêcher Un Message :

a) Pour inspirer, atteindre l'émotion, de motiver (le travail d'un orateur). Paul dit à Timothée d’ "activer le don…" - d'être inspiré d'utiliser son don pour que le feu devienne une flamme vivante.

b) Pour informer, enseigner (le travail d’un enseignant). Paul dit souvent : “Je ne veux pas que vous ignorez…” Son but était de les enseigner. Jésus a parlé de l’utilité des de paraboles que certains entendent et comprennent ; et d’autres entendent et ne comprennent pas. Encore une fois, son but était l’enseignement.

c) Pour convaincre, pour gagner un argument (le travail d’un avocat, homme d’état). Savoir…la crainte du Seigneur, nous cherchons à convaincre les hommes. Ici lobjectif est de les convaincre.

Dans la plupart des messages, l’une de ces fins est le but principal (alors que les autres fins peuvent jouer un rôle secondaire), en fonction du besoin de la congrégation - s’ils doivent être motivés, enseignés, ou convaincus.

Structurez Vos Messages Pour Accomplir Un But Spécifique

Les exposants efficaces préparent et présentent leur message à accomplir le but précis du discours et son objectif global. Pour vous aider avec ceci, voici cinq questions que vous devez vous poser sur chaque sermon :

(1) “De quoi est-il question dans mon sermon?”

(2) “Pourquoi je prêche ce message ?” Non parce que c’est encore dimanche matin et non pas pour plaire à soi. La raison doit être de glorifier Dieu et de changer les auditeurs.

(3) “Qu’est-ce que je veux que mes auditeurs sachent, fassent, ou de deviennent à la suite de la prédication de ce sermon ? Quelle action ou réaction je veux les amener à prendre ?”

(4) “Comment puis-je mieux d’atteindre mon but précis ?” - en inspirant, en informant ou convaincant

(5) “Comment puis-je mieux atteindre mon objectif global ?” - poussant les gens à l’action.

Avoir un but sert de contrôle de votre sermon. En effet, l’exposition biblique doit contrôler tout sauf le texte biblique.

L’objectif contrôle le contenu- ce que vous prenez en compte et ce que vous laissez. Inclure uniquement les éléments qui contribuent à l’objectif. En gardant cela à l’Esprit vous permettra de gagner du temps dans votre recherche de commentaires, qui sont souvent répétitifs et contiennent beaucoup de bonnes recherches, mais qui n’est pas bon pour votre but. Tout ce qui ne contribue pas à la finalité, même s’il peut être intéressant et précis, devrait être éliminée.

L’objectif contrôle la structure. Comme l’objectif détermine le contenu, l’objectif de chaque message doit se refléter dans vos principaux points. Chaque message doit être divisé en une série de rubriques clairement énoncées, propositionnelles et applicationnelles, telles que si le peuple n’a entendu rien de plus que cela, ils comprennent votre message. Le résultat est de présenter les points principaux de manière à ce que les gens partent avec une compréhension d’au moins une vérité de la Bible et ses nombreuses applications à leur vie.

L’objectif contrôle la présentation - votre manière de présenter vos messages et comment appliquer vos messages.

Conclusions:

Le contenu et la présentation sont le moyen par lequel les prédicateurs atteignent leur but divin. Paul déclare que la prédication a été ordonné par Dieu pour le salut (1 Cor. 1:17-18). C’est un message que les Juifs ne recevraient pas parce que c’était un scandale pour eux, et qui ne seraient pas gentils recevraient pas, parce qu’il est une folie pour eux. Mais c’est le message qu’il prêchait de toute façon (1 Cor. 2:1-9).

Pourquoi prêcher un message qui n’est pas acceptable ? Parce que Paul dépendait de l’Esprit Saint, non pas sur sa propre capacité. Ce qu’il prêchait était intellectuellement et culturellement répugnants pour les Juifs et les gentils mais qui était acceptable à Dieu afin d’accomplir son but - que leur “foi ne devrait pas être dans la sagesse des hommes, mais dans la puissance de Dieu” (2 Cor. 2:5).

Un prédicateur doit prêcher un message qui accomplit son but - que ce soit pour inspirer, enseigner, ou convaincre, et certainement pour passer à l’action. Quand vous savez le dessein de Dieu dans le message, cela orientera la composition de votre message et votre présentation de ce message.

B. Organier Chaque Sermon Avec Creativite

1. L’arrangement

La prédication est à la fois l’art et de la science. La science est la recherche du texte - ce qu’elle signifie et ce qu’il dit. L’art est la présentation du sermon - comment présenter le matériel découvert dans la recherche d’une façon qui est informative et convaincante. Il s’agit d’un travail créatif. Sermons doivent être disposés de manière que les auditeurs peuvent facilement comprendre et suivre le message.

2. La Formulation

La Formulation affecte le sens. Choisissez votre Formulation de manière créative afin que vos expressions restent gravées dans l’esprit des gens. C’est vrai dans toute forme de prise de parole en public - par exemple, le président John F. Kennedy : “Ne demandez pas ce que votre pays peut faire pour vous. Demandez ce que vous pouvez faire pour votre pays.” ou, le discours de Martin Luther King, “Jai fait un rêve…” La formulation et l’exécution de ces phrases restent gravées dans votre mémoire.

3. Le Vocabulaire

Le choix du vocabulaire est extrêmement important pour une communication efficace. Le vocabulaire peut-être technique (par exemple des établissements universitaires ou théologique), simple, ou même de la conversation. Mais vous êtes bien avisés de ne pas utiliser de jargon, et certainement de ne jamais utiliser le vocabulaire grossier, mais de toujours être raffiné et digne dans votre utilisation de la langue. Toujours être conscient des nuances de sens dans les mots et essayer d’utiliser le mot le plus précis.

4. Les Caractéristiques Littéraires

Les caractéristiques littéraires d’un sermon déterminent le degré de compréhension et de réception effective par les auditeurs. Il y a quatre éléments littéraires essentiels :

1) la clarté. Si le sens de vos déclarations n’est pas clair, ils vont confondre le public. Lorsque le prédicateur saisit le sens, il doit sélectionner des mots expriment exactement ses pensées et qui transmettent le sens exactement.

2) la brièveté. Moins vous prenez du temps pour exprimer vos pensées adéquatement et avec précision, plus vous allez commander l’attention et l’acceptation de l’auditeur.

3) la cohérence. La cohérence est obtenue et maintenue par les conjonctions entre les pensées. Les conjonctions peuvent être des phrases ou d’expressions de transition, ou la répétition de l’idée principale qui mène au point suivant.

4) l’unité. L’unité est préservée en rendant toutes les parties du message (a) se rapporter au thème (sujet) du sermon, et (b) supporte la proposition du sermon.

Partie III: Expose Du Culte

“La Compréhension de l’Evangile- II” (1 Cor. 3:1-4)

Par: Dr. Stephen F. Olford

Introduction

Dans les versets que nous étudions, Paul parle toujours de l’évangile et le problème de sa compréhension. Il prévoit la question de savoir comment les gens peuvent connaitre l’initiation spirituelle, l’illumination, et l’interprétation, et pourtant être, infantile, dans leur compréhension des choses de Dieu. La réponse qu’il donne est celui de la chair au lieu de la spiritualité dans la vie chrétienne. Il présente, en outre, que cette chair est la cause fondamentale de la division dans l’église de Jésus Christ. Trois aspects de chrétiens charnels sont portés à notre attention :

I. La Catégorie Des Charnels

“Pour moi, frères, ce n’est pas comme à des hommes spirituels que j’ai pu vous parler, mais comme à des hommes charnels, comme à des enfants en Christ” (1 Corinthiens 3:1). Compte tenu des derniers versets du chapitre précédent, Paul nous présente trois catégories de personnes ici sur terre :

1) Il y a l’homme naturel. “Mais lhomme naturel ne reçoit pas les choses de lEsprit de Dieu, car elles sont une folie pour lui ; il ne peut les connaître, parce que cest spirituellement quon en juge” (1 Corinthiens 2:14). L’homme naturel est l’homme non régénérés. Il est l’homme tel qu’il est. Formé dans l’iniquité et conçu dans le péché (Psaume 51:5). Il peut être civilisée et cultivée ; il peut être éduqué et raffiné ; mais toute cette amélioration est dans l’aspect de son caractère naturel. Il est encore dépourvu de l’Esprit de Dieu. Bien qu’un candidat à l’Évangile, il est perdu et irréversible. C’est l’homme naturel.

2) Il y a l’homme spirituel. “Mais celui qui est spirituel juge toutes les choses, mais il nest lui-même jugé à juste titre par personne” (1 Corinthiens 2:15). L’homme spirituel possède non seulement la vie physique, mais aussi la vie spirituelle. Il a deux vies, car il a deux naissances ! Le premier est venu à travers Adam, tandis que la seconde vient par le Christ. Cette vie spirituelle se nourrit de nourriture spirituelle et mûrit en fonction de sa nature, et comme la nature de cette vie est spirituelle, tout développement est spirituel.

La chose la plus importante dans la vie spirituelle, c’est que nous devrions grandir. Nous avons, sans aucun doute, tous rencontré des gens qui ne semblent pas évoluer. Leur vie spirituelle est évidemment éventée et statique ; il n’y a rien de frais dans leur expérience du Christ. Une telle condition est aussi tragique que cela est vrai.

À ce stade, on peut se demander : “Pouvons-nous produire la croissance ?” La réponse est “non” la capacité de grandir est dans la nature de la vie en nous, qu’elle soit physique ou spirituelle. Dieu seul peut permettre à la vie de se développer. En même temps, il y a certaines conditions qui favorisent la croissance. On nous exhorte à “…croitre dans la grâce et dans la connaissance de notre Seigneur et Sauveur Jésus Christ…” (2 Pierre 3:18). Cela signifie simplement que nous voulons stimuler la croissance en se pliant dans la grâce qui est en notre Seigneur et Sauveur Jésus Christ, et nous sommes d’émuler la croissance en se conformant à la vérité comme il est en notre Seigneur et Sauveur Jésus Christ. Quand un chrétien satisfait à ces lois de la croissance spirituelle, il fait l’expérience de ce que c’est que d’être rempli de l’Esprit Saint. C’est la vie chrétienne normale.

3) Il y a l’homme charnel “Pour moi, frères, ce nest pas comme a des hommes spirituels que je vous ai parlés, mais comme à des hommes charnels, comme à des enfants en Christ… pour vous êtes encore des hommes charnels…” (1 Corinthiens 3:1, 3). Pour connaître les caractéristiques d’un Chrétien charnel, il est très important de noter les différences qui Paul fait entre les mentions du mot “chair” dans les versets 1 et 3. Dans le premier cas, le mot signifie “la participation à la nature de la chair ;” mais dans l’autre référence, l’Apôtre emploie un terme plus sévères qui signifie “sensuelle” et implique généralement une vie sous le contrôle de la “nature charnelle” au lieu d’être régi par l’Esprit de Dieu. Comme W. E. Vine le dit : “En ce qui concerne le premier terme utilisé dans le verset 1, les saints de Corinthe, alors qu’ils ne faisaient pas des progrès, n’étaient pas anti-spirituels ; ils étaient ‘bébés.’ En ce qui concerne le terme utilisé dans le verset 3, leur jalousie et les conflits les ont rendus coupable de céder à des désirs qui ont leur source dans la nature corrompu et déchue de l’homme.”

Nous voyons donc qu’un Chrétien charnel est une personne dont la vie spirituelle est dérisoire, et donc dont la marche spirituelle est vaincue. Dans quelle catégorie êtes-vous? Êtes-vous un homme naturel, un homme spirituel, ou un homme charnel ? À Corinthe, les saints étaient, pour la plupart, charnel, et alors Paul se rend à discuter :

II. La Capacite Des Chrétiens Charnels

“J’ai vous ai donné du lait et non pas de la nourriture solide, car vous ne pouviez pas la supporter et même jusqu’à présent vous n’êtes pas en mesure de le recevoir” (1 Corinthiens 3:2). La capacité des chrétiens charnels est lamentablement limitée. C’est une capacité qui est limitée à une formule infantile. Paul décrit ce régime que du lait plutôt que de la viande. L’Apôtre désirait nourrir les Corinthiens avec de la viande qui est la parole, mais il ne pouvait pas. Comme les Ecritures font remarquer dans un autre passage : “Mais la nourriture solide est pour les hommes faits, pour ceux dont le jugement est exercé par lusage à discerner ce qui est bien et ce qui est mal” (Hébreux 5:14). En d’autres termes, la nourriture solide est pour le spirituel ; pour ceux dont la mesure de maturité leur permet de discerner le bien et le mal. D’autre part, le lait de la Parole est pour les chrétiens charnels dont la capacité limitée, les rendant incapables de :

1)apprécier la viande de la parole. ““Pour moi, frères, ce nest pas comme a des hommes spirituels que je vous ai parlés, mais comme à des hommes charnels, comme à des enfants en Christ… pour vous êtes encore des hommes charnels…” (1 Corinthiens 3:1, 3)...Bien que l’Apôtre adoucit ses menaces en l’affectueux terme “frères”, a-t-il, il est néanmoins été clair qu’il parle à des gens qui sont incapable d’apprécier “les choses profondes de Dieu.” Rien n’est plus décevant, si ce n’est pas décourageant, d’un prédicateur de l’Evangile, qu’une congrégation de bébés qui ne grandit pas ! Et combien cela est vrai de tant de chrétiens aujourd’hui ! Sauvés depuis des années, mais continuent à boire du lait, encore enveloppé dans les vêtements de bébé de leurs premiers jours dans le Christ ! Et maintenant encore, ils aiment le Ministère du lait et de l’eau des soi-disant prédicateurs populaires ; mais quand il s’agit de pure, riche, le lait ou la viande de la parole, il n’est pas apprécié. Par manque de croissance et de l’expérience de la Parole de justice, il n’y a pas de discernement de la vérité. N’étant pas en mesure de comprendre la vérité, les chrétiens charnels sont également incapables de :

2) S’approprier de la nourriture solide de la parole. “Je vous ai donné du lait et non pas de la nourriture solide, car vous n’étiez pas en mesure de le recevoir, et même maintenant, vous n’êtes toujours pas en mesure” (1 Corinthiens 3:2). C’est la plus grande suprême tragédie de ‘‘charnel’’ dans la vie chrétienne. En raison de l’incapacité d’apprécier la vérité, il y a défaillance correspondant pour s’approprier et appliquer la vérité. L’épître aux Hébreux décrit cela parfaitement lorsqu’il dit : “or quiconque en est au lait na pas lexpérience de la Parole de justice lait est nain dans la parole de la justice ? Car il est un enfant (Hébreux 5:13). “La parole de la justice” doit signifier l’enseignement d’un chrétien entièrement mature. En étant nain dans la parole de la justice, l’écrivain implique l’expérience de la manipulation et de l’application de la Parole de Dieu ; ou le contraire de l’injonction de Paul dans 1 Timothée 2:15, où il dit : “Fais preuve de diligence pour te présenter devant Dieu comme un homme éprouvé, un ouvrier qui na point à rougir, qui dispense droitement la Parole de la vérité.

Dites-moi, ne vous manquez-vous à votre appréciation et l’application de la vérité ? Après des années de ce qu’on appelle la vie de l’église, êtes-vous encore inexpérimentée et maladroite dans la parole de la justice ? Si oui, vous vous tenez debout, un bébé farouche, qui pour le moins est une véritable tragédie.

Oh, si vous pouviez seulement vous voir comme le ciel vous voit, vous mettriez à terme la chair aujourd’hui ! On s’efforcera, dans la puissance de l’Esprit Saint, d’être spirituel, tout grandi et faire plaisir à votre Dieu. Avant de conclure, cependant, nous devons considérer le troisième aspect de cette chair :

III. La Conduite Des Chrétiens Charnels

“Car vous êtes toujours charnels. Car là ou où il y a de l’envie, de troubles civils, et de divisions parmi vous, vous n’êtes pas charnel et se comporter comme de simples hommes ? Car quand un dit, ‘Moi je suis de Paul.” et l’autre, ‘Je suis d’Apollos, n’êtes-vous pas des hommes charnels ?” (1 Corinthiens 3:3-4). Dans ce classique de d’image de parole d’enfance spirituelle, Paul nous dit que le croyant qui semble ne jamais passer le stade enfantin est charnel dans tous ses comportements. Sa conduite se caractérise par :

1) Le mécontentement malsain. “…En effet, puisqu’il y a parmi vous de la jalousie et des disputes, n’êtes-vous pas des charnels ? et ne marchez-vous pas selon l’homme ? (1 Corinthiens 3:3). Le mot “envie” signifie “zèle hors de contrôle qui conduit facilement à la jalousie et autres.” Paul est tout à fait précis! Car vous le savez aussi bien que je sais comment certains enfants sont mécontents et envieux lorsqu’ils cessent d’être le centre d’attraction. De la même façon, ces bébés de Corinthe étaient devenus envieux de d’autres héros de beau-parleurs, car ces cultes héros servirent à attirer l’attention sur eux-mêmes. Le message que l’Apôtre prêchait était secondaire. Ce qui importait vraiment était de savoir s’ils appartenaient à la section proéminente de l’église. Quel esprit charnel et convoitise charnelle !

2) Mauvaise la discorde. “… En effet, puisqu’il y a parmi vous de la jalousie et des disputes, n’êtes-vous pas des charnels ? Et ne marchez-vous pas selon l’homme ? (1 Corinthiens 3:3).” des disputes” signifient “se bagarrer” ou ce que Phillips rend comme “se quereller.” Voir une pépinière de bébé, mécontents et il ne sera pas long avant qu’il y a de la discorde et des conflits. La même chose est vraie dans l’église. Où il y a ceux qui refusent de grandir, il y a toujours des querelles et des disputes. Tout ce qui se passe, et tous ceux qui servent, deviennent une pomme de discorde.

3) Division malsaine. “… En effet, puisqu’il y a parmi vous de la jalousie et des disputes, n’êtes-vous pas des charnels ? Et ne marchez-vous pas selon l’homme ?” Car quand un dit, ‘Je suis de Paul,” et l’autre, ‘Je suis d’Apollos, n’êtes-vous pas des hommes charnels ?” (1 Corinthiens 3:3, 4). Bien que le mot “divisions” ne soit pas dans les meilleurs manuscrits, la pensée est tout à fait claire par le contexte. Si Paul parle des factions dont ces chrétiens charnels avaient créées. Au lieu de trouver leur centre dans le Christ, ils dirent : “Je suis de Paul ;” “Je suis d’Apollos ;” “Je suis de Céphas;” “Je suis du Christ.” Pensez-y, ce qui rabaisse le Christ jusqu’au niveau des simples hommes, au lieu de faire de Lui le seul et unique centre de toute vraie communion ! Les divisions dans l’Eglise ne sont rien de nouveau. Mais que ce soit au temps de Paul ou de nos jours, c’est une sorte de preuve d’enfance spirituelle.

Votre vie est caractérisée par ces marques d’esprit charnel ? Créez-vous de mécontentement, la discorde et la division dans les cercles dans lesquels vous vous déplacez ? Comment ces traits de la chair sont repoussés ! Et pourtant combien de fois sont-ils vus dans nos vies !

Conclusion : Comme nous nous examinons à la lumière de cet exposé, comment il nous donne envie de se développer jusqu’à ce que nous ayons laissé derrière puériculture (l’enfance) spirituelle. Il n’est pas étonnant que Paul ait déclaré : “Lorsque j’étais enfant, je parlais comme un enfant, j’ai compris comme un enfant, je pensais comme un enfant ; mais lorsque je suis devenu homme, j’ai fait disparaître ce qui était de l’enfant.” (1 Corinthiens 13:11).

Êtes-vous prêt à adopter cette attitude aujourd’hui ? C’est à vous de dire un “oui” convaincant ou un “no” enfantin.

Partie IV. Les Grands Point Du Sermon

Pour ecouter la version audio de ces sermon en Anglais, cliquez sur ces liens: Link 1 - Jn. 13:4-5, Pt. 4; Link 2 - Jn. 13:6-11, Pt. 5; Link 3 - Jn. 13:12-13, Pt. 6; Link 4 - Jn. 13:14-17, Pt. 7

Titre: Laver les pieds des Disciples

Point #1: Nous devons comprendre les éléments de bases du vrai sens de service. (1-3)

(Les messages audio de ce point ont été inclus avec la dernière édition de ce journal officiel)

1. La base du vraie du service est la confiance qui viennent de la connaissance

(1a) la connaissance du lieu où nous allons et comment nous y arrivons (1a)

- “Jésus savait que son heure était venue…”

(1b) la connaissance de qui nous sommes et comment nous intégrer (2-3a)

- “Jésus savait que le Père avait remis toutes choses entre ses mains”

(1c) la connaissance d’où nous venons et pourquoi nous sommes ici (3b)

- “Jésus savait…qu’il était venu de Dieu et allait à Dieu”

2. La base du vrai sens du service est la motivation qui provient de l’amour

(2a) la motivation qui provient de l’amour est indiqué dans l’objet de cet amour (1c)

- “ayant aimé les siens”

(2b) La motivation qui provient de l’amour est illustré dans la mesure de l’amour

- “ayant aimé les siens qui étaient dans le monde, il les aima jusqu’à la fin”

Point # 2 : Nous devons démontrer le caractère de vrai sens de service (4-11)

1. Cependant nous nous présentons aux autres (4b-c)

2. Les choses que nous faisons pour les autres (5)

3. La manière de collaborer avec les autres (6-11)

(3a) … par courtoisie pour ceux qui s’opposent à nous (6-8)

(3b) … en étant patient avec ceux qui ne comprennent pas nous (9-11)

Point # 3 : Nous devons imiter la nature du véritable sens de service (12-17)

1. En se rappelant que le Seigneur est notre maître (12-13, 16)

2. En faisant l’un pour l’autre ce que Jésus a fait pour nous (14-15)

3. En pratiquant ce que nous prêchons (17)

From the series: La Revue Des Pasteurs

Related Topics: Pastors

Jurnalul Electronic Al Păstorilor, Rom Ed 24, Editia de Vară 2017

Ediția de Vară, 2017
Autor: Dr. Roger Pascoe, Președinte,
Institutul de Predicare Biblică
Cambridge, Ontario, Canada
(http://tibp.ca/)

C:\Users\Roger\Documents\My Documents\Institute for Biblical Preaching\Forms, Binder Cover Page, Logo\IBP Logos\IBP Logo.jpg

“Întărind Biserica în Predicare biblică și conducere”

Partea I: Puterea Predicării, Pt. 7

„Ultimele provocări”

A. Marea Ironie: Puterea Divină În Slăbiciunea Umană

Prima mare ironie a predicării este manifestarea puterii divine în slăbiciunea noastră umană (1 Cor. 2:5). Apostolul Pavel a luat decizia să nu vină la biserica din Corint ca unul care vorbea elocvent sau ca unul care transmitea înțelepciune omenească. El nu a venit să-i impresioneze cu oratoria sau inteligența sa, ci să predice mesajul pe care Dumnezeu i-l încredințase, și anume „taina lui Dumnezeu (2:1), mesajul lui „Isus Hristos şi pe El răstignit (2:2). Pentru aceasta, el a venit „slab, fricos şi plin de cutremur (2:3). Slăbiciunea și frica apostolului nu erau provocate de opoziția întâmpinată și nici de batjocura oamenilor, ci de posibilitatea manifestării propriului intelect și a realizărilor sale, ceea ce ar fi umbrit mesajul evangheliei. „Slăbiciunea sa consta în propriile abilități și în educația sa, acestea putându-i determina pe ascultători să se încreadă în predicator și nu în mesajul lui.

Prin urmare, această conștiență a propriei slăbiciuni umane l-a făcut să vorbească în așa fel și să predice un astfel de mesaj încât cei care-l ascultau să nu poată spune altceva decât că mesajul său venea de la Dumnezeu și nu de la el. Absența cuvintelor persuasive și a înțelepciunii omenești (2:4) au făcut să se vadă mai bine „dovada dată de Duhul şi de putere (2:4) atunci când oamenii răspundeau la mesaj. Prin urmare, răspunsul oamenilor față de evanghelie s-a datorat nu lui, ci puterii lui Dumnezeu manifestate în el (2:5).

Cea de-a doua mare ironie a predicării este faptul că puterea lui Dumnezeu este făcută desăvârșită în slăbiciunea noastră (2 Cor. 12:9). Pavel avea un țepuș în carne și L-a rugat pe Dumnezeu să i-l ia, însă Dumnezeu l-a refuzat. Nu știm ce era acest „țepuș în carne” și nici nu este important acest lucru. Ideea este că, dacă o persoană are o formă de slăbiciune temporară, însă predică cu putere, în ea se vede clar acest adevăr conform căruia puterea lui Dumnezeu este făcută desăvârșită în și prin slăbiciunea sa umană. Dumnezeu ne ia așa cum suntem, cu slăbiciunile și neajunsurile noastre, și dovedește că puterea mesajului pe care îl predicăm este de la El și nu de la noi.

Prin urmare, răspunsul nostru ar trebui să fie precum cel al lui Pavel: „Deci mă voi lăuda mult mai bucuros cu slăbiciunile mele, pentru ca puterea lui Hristos să rămână în mine. (12:9). Cu alte cuvinte, ar trebui să fim gata să ne recunoaștem slăbiciunile, pentru ca puterea lui Dumnezeu să se manifeste în noi (vezi același principiu și în 2 Corinteni 4:7).

Duhul Sfânt poate folosi cu putere un predicator numai dacă acesta se bazează pe deplin pe El pentru putere și călăuzire și dacă predicatorul se smerește pe sine și Îl înalță pe Hristos. Puterea Duhului Sfânt poate lucra prin noi numai atunci când noi suntem ascunși, iar slăbiciunea noastră este vizibilă.

Acei predicatori, care încearcă să predice evanghelia folosind metode istețe sau chiar șmecherii, umbresc puterea evangheliei, atrăgându-i pe oameni înspre ei. Predicatorii trebuie să înțeleagă că rolul lor este de a fi utili Domnului și mesajului Său. Trebuie să înțelegem că „despărțiți de Mine nu puteţi face nimic (Ioan 15:5). Numai atunci Dumnezeu găsește plăcere să lucreze prin noi cu puterea Sa divină. Aceasta este ironia puterii divine manifestate în slăbiciunea umană.

Cea de-a treia ironie a predicării este faptul că predicarea nu ne are în centru pe noi (2 Cor. 4:5). „Căci noi nu ne propovăduim pe noi înşine, ci pe Domnul Hristos Isus. Noi suntem robi care proclamă un mesaj despre Hristos Isus, Domnul. Predicarea nu ne are în centru pe noi, ci pe El, Hristos Isus – Unsul, Salvatorul, Supremul. Noi nu suntem decât robii Lui care predică despre El. Noi facem ceea ce facem „pentru El. Predicatorii care se scot pe ei în evidență prin predicarea lor nu sunt slujitori autentici „pentru El.

Mesajul fundamental și cel mai important al „ironiei divine” este acela că Dumnezeu este suprem, iar noi suntem insignifianți. Cel mai important lucru pe care îl putem realiza prin predicare este ca oamenii să Îl adore, să Îl iubească, să Îl laude pe Dumnezeu și să își pună încrederea în El și nu în predicator. Prin slăbiciunea predicatorului și în ciuda acesteia, Domnul vorbește cu putere poporului Său, pentru ca poporul Său să își pună încrederea în Dumnezeu, nu în om.

B. Marea Problemă: „Mândria Predicatorului”

Atunci când predicatorul este mândru, darurile și abilitățile pot deveni piedici în calea sa. Adesea, predicatorii înșiși pot fi un obstacol în calea evangheliei, făcându-i pe oameni să depindă de ei și nu de Dumnezeu. Așadar, marile daruri pe care Dumnezeu le dă oamenilor pot fi cele mai mari responsabilități ale lor. Mândria îl poate face pe predicator să își folosească darul său spiritual pentru a se înălța pe sine (cf. Ioan 7:18) în loc să Îl glorifice pe Dumnezeu. Predicatorii nu trebuie să caute, nici să accepte, lauda oamenilor, ci să o redirecționeze către Dumnezeu.

Predicatorii, prin darurile pe care le au, pot atrage laudele oamenilor. Însă dacă vor să predice cu putere, nu trebuie să atragă laudele și credința oamenilor către ei înșiși, ci către Dumnezeu. Noi trebuie să căutăm „mai întâi Împărăția lui Dumnezeu (Mat. 6:33). Noi trebuie să fim atât de absorbiți de Dumnezeu încât mesajul Lui să curgă prin noi spre ceilalți, nestânjenit de eul nostru și în deplină identificare cu Hristos. Pentru a putea face acest lucru, trebuie să fim plini de cunoștința lui Dumnezeu, de o „râvnă sfântă” și de Cuvântul lui Dumnezeu.

Noi trebuie să fim dedicați pe de-a-ntregul predicării evangheliei. Este vorba despre același principiu exprimat de Pavel atunci când vorbea despre alergarea către țintă (Fil. 3:14). Este acea dedicare absolută față de predicarea evangheliei, o absorbire totală de către lucrarea la care ne-a chemat Dumnezeu. Este o ascultare statornică față de chemarea lui Dumnezeu, indiferent dacă mesajul nostru sau persoana noastră este acceptată ori aplaudată de oameni sau nu. Predicarea trebuie să fie o pasiune totală.

Soluția pentru mândria predicatorului este crucea lui Hristos. Crucea lui Hristos rezolvă această problemă a mândriei predicatorului, pentru că ne arată că noi nu suntem decât niște păcătoși, care nu-I pot oferi nimic lui Dumnezeu, și că numai lucrarea de pe cruce a lui Hristos ne poate face drepți înaintea lui Dumnezeu și acceptați de El.

„Omul cel vechi care dorește laude și aprobare moare la cruce, iar „omul cel nou prinde viață (cf. Efes. 4:22-24). Prin cruce, noi ne „lepădăm de noi înșine și ne dedicăm urmării lui Hristos. Îmbrățișând crucea lui Hristos, noi ne predăm pe deplin lui Dumnezeu, lăsându-L pe El să conducă și să folosească viețile noastre. Prin cruce, noi ne situăm sub o nouă autoritate, și anume sub autoritatea Duhului Sfânt. La cruce, omul cel vechi este considerat mort, iar noi devenim făpturi vii în Hristos (2 Cor. 5:17).

Pentru a putea predica cu putere, predicatorii trebuie să meargă în fiecare zi la cruce și să-și recunoască acolo nimicnicia, precum și supremația lui Hristos. Noi trebuie să ne lăudăm cu crucea lui Hristos (Gal. 6:14) și din ea să ne luăm puterea pentru a predica. Crucea și supunerea față de Domnul sunt singurele lucruri cu care ne putem lăuda, așa că singurul gând care poate pune stăpânire pe noi este Hristos și evanghelia Sa. Pentru aceasta, trebuie să fim „răstigniți împreună cu Hristos (Gal. 2:20).

Concluzie

Dacă marea ironie a puterii predicării este că Dumnezeu Își manifestă puterea Sa divină în și prin slăbiciunea noastră umană și dacă mare piedică ce stă în calea predicării cu putere este mândria predicatorului, atunci poate vă gândiți că predicatorii trebuie neapărat să se simtă inferiori și nesiguri, însă nu așa stau lucrurile.

În mod ciudat, pentru a depinde în totalitate de Dumnezeu atunci când predici, ai nevoie de o siguranță personală puternică. Atunci când spun „siguranță personală” nu mă refer la „mândrie”, ci la o bunăstare spirituală și la siguranța pe care o ai atunci când ești în Dumnezeu. Dacă un predicator predică în conformitate cu „ironia divină” (puterea lui Dumnezeu în slăbiciune) și cu adevărul că el este mort față de firea sa pământească și viu față de natura sa cea nouă, mort față de păcat și viu față de Dumnezeu, atunci va avea acel sentiment de siguranță.

Predicatorii suferă adesea din cauza sentimentelor de nesiguranță și inferioritate, deși aparențele par să indice contrariul. Dacă suferi din cauza sentimentelor de nesiguranță, este foarte greu să nu mai privești la tine și să Îi permiți lui Dumnezeu să aibă locul central. Atunci când te simți nesigur, de fapt te pui pe tine în prim plan din cauză că te simți inadecvat. Aceasta este însă o formă de mândrie și de egoism.

Predicarea nu este potrivită pentru persoana care are nevoie de aprobare umană. Sentimentul nostru de siguranță trebuie să vină din faptul că avem aprobarea lui Dumnezeu și că suntem chemați, dăruiți, împuterniciți și iubiți de El. Când vom fi conștienți de această siguranță pe care o avem în Dumnezeu, din care decurge sentimentul de bunăstare spirituală, numai atunci vom putea predica cu putere pentru Dumnezeu, pentru că atunci nu vom mai dori să primim noi atenția oamenilor, ci vom îndrepta această atenție către Dumnezeu.

Atunci când vorbești cu credincioșie în numele lui Dumnezeu poți să fii respins de oameni. De aceea, predicatorii au nevoie de o imagine de sine sănătoasă, precum și de stabilitate emoțională și de siguranță în Hristos. Noi vom putea depinde în totalitate de Dumnezeu și nu de noi înșine numai în măsura în care vom fi conștienți de identitatea noastră în Hristos și de aprobarea lui Dumnezeu.

C. Marea Provocare: “Momentul Predicării”

Momentul predicării este acel moment în care mergem la amvon ca să predicăm. Momentul predicării este momentul în care totul trece în plan secundar, iar noi stăm față în față cu biserica; este momentul în care avem acel sentiment copleșitor că dacă Duhul lui Dumnezeu nu ne umple cu putere de sus, suntem terminați și toate eforturile noastre sunt zadarnice; este momentul adevărului absolut, când suntem puși în fața unui test dur, pentru a vedea dacă Duhul Sfânt ne împuternicește sau nu.

„Momentul predicării” este acel moment când stăm la amvon, în fața celei mai minunate sarcini din viața noastră. Este momentul în care simțim în mod profund slăbiciunea și inadecvarea noastră, precum și dependența totală de Dumnezeu. Este acel moment în care Dumnezeu lucrează în poporul Său adunat acolo cu putere și autoritate. Este acel moment de dependență totală de Duhul Sfânt – acel moment, mai presus de toate, când simțim prezența lui Dumnezeu alături de noi.

Când predicatorul are parte de ungere divină, predicarea va avea un efect vizibil asupra bisericii, pentru că aceasta își va da seama că predicatorul este altfel. Când predicatorul se pune deoparte pe sine și predică în puterea Duhului Sfânt, ceva se întâmplă cu el. El uită de sine și este absorbit de dorința transmiterii Cuvântului lui Dumnezeu în esența și puterea sa către biserică. Când predicatorul are parte de ungerea divină, predicarea are un efect practic asupra ascultătorilor. Dumnezeu lucrează prin slujitorul Său pentru a-Și desăvârși lucrarea prin Cuvântul Său și prin cea a Duhului Sfânt.

Prezența acestei puteri spirituale îi face pe oameni să stea în tăcere și atenți nu la om, ci la ceea ce ce Dumnezeu le vorbește prin el. Atenția oamenilor este îndreptată către Dumnezeu și către mesajul Său pentru ei. Aceasta nu înseamnă că tot ceea ce este predicat sub ungerea Duhului Sfânt va fi primit cu bucurie, însă va avea autenticitatea și puterea ce provin numai de la Dumnezeu și care au efect în viețile oamenilor. În cele din urmă, biserica Îi va mulțumi lui Dumnezeu pentru o astfel de predicare.

Partea A II-A: Pregătirea Pentru Predicare

„Organizarea predicii”

A. Structurează Fiecare Predică Urmărind Un Scop

Ceea ce spune predicatorul reprezintă „conținutul” mesajului. Ceea ce predicatorul dorește să realizeze prin mesajul său reprezintă „scopul” mesajului. Unul din scopurile generale ale predicării unui mesaj este determinarea oamenilor la acțiune – să-l faci pe ascultător să acționeze în interior și/ sau în exterior în favoarea sau împotriva a ceva anume. Orice predică ar trebui să îi determine pe ascultători să răspundă cu un anumit gen de acțiune. Biblia spune să ne „îndemnăm unii pe alții – să transformăm cunoașterea în fapte.

Există Trei Scopuri Specifica Pentru Predicarea Unui Mesaj:

a) A inspira, a atinge emoțiile, a motiva (ceea ce face un orator). Pavel îi spune lui Timotei să „înflăcăreze darul… – să fie inspirat să-și folosească darul, pentru ca focul din el să devină o flacără arzătoare.

b) A informa, a învăța (ceea ce face un învățător). Pavel spunea adesea: Nu vreau să nu știți… Scopul lui a fost să-i învețe. Isus a spus despre folosirea pildelor că unii vor auzi și vor înțelege, iar alții vor auzi și nu vor înțelege. Așadar, scopul Său a fost să-i învețe pe oameni.

c) A convinge, a câștiga o dezbatere (ceea ce face un avocat, un politician). „Ca unii care cunoaştem deci frica de Domnul, pe oameni căutăm să-i încredinţăm. Aici scopul este convingerea oamenilor.

În majoritatea mesajelor, unul din aceste scopuri este cel dominant (pe când celelalte două pot avea un rol secundar), în funcție de nevoile bisericii – dacă aceasta are nevoie de motivare, învățare sau covingere.

Creează-Ți Mesajele În Așa Fel Încât Acestea Să Atingă Un Anumit Scop

Predicatorii eficienți își pregătesc și prezintă mesajul în așa fel încât să atingă scopul specific al predicii, precum și scopul său general. Ca ajutor în sensul acesta, prezint în continuare cinci întrebări pe care trebuie să ți le pui în legătură cu fiecare predică:

(1) „Despre ce este predica mea?”

(2) „De ce predic acest mesaj?” Nu pentru că este duminică dimineața și nu pentru propria plăcere. Motivul trebuie să fie glorificarea lui Dumnezeu și schimbarea ascultătorilor.

(3) „Ce vreau ca ascultătorii mei să știe, să facă sau să devină în urma predicării acestei predici? Cum aș vrea ca aceștia să răspundă sau să acționeze?”

(4) „Cum pot să-mi ating scopul specific?” – inspirând, informând sau convingând.

(5) „Cum pot să-mi ating scopul general?” – să-i determin pe oameni să acționeze.

Scopul predicii slujește și ca metodă de control a predicii. În predicarea expozitivă, scopul trebuie să controleze totul, cu excepția textului biblic.

Scopul determină conținutul – ceea ce pui în predică și ce lași deoparte. Include în predică numai ceea ce contribuie la atingerea scopului! Având lucrul acesta în minte, vei economisi mult timp atunci când vei studia comentariile biblice, unde adesea se repetă informațiile, care sunt bune, însă nu slujesc scopului tău. Tot ce nu slujește scopului tău, chiar dacă este interesant sau corect, trebuie eliminat.

Scopul determină structura. Din moment ce scopul determină conținutul, atunci scopul fiecărui mesaj ar trebui să se reflecte în punctele principale ale predicii. Fiecare mesaj ar trebui împărțit în câteva părți, care să poarte titluri formulate clar și aplicativ, astfel încât dacă oamenii nu ar auzi altceva decât acele titluri, să înțeleagă care este mesajul tău. Astfel, vei prezenta punctele principale ale predicii în așa fel încât oamenii să înțeleagă cel puțin un adevăr biblic și multiplele sale aplicații în viața lor.

Scopul determină transmiterea – felul în care îți prezinți mesajul și cum îl aplici.

Concluzii:

Conținutul mesajului și transmiterea acestuia sunt mijloace prin care predicatorii își ating scopul dat de Dumnezeu. Pavel afirmă că predicarea a fost hotărâtă de Dumnezeu pentru mântuire (1 Cor. 1:17-18). Acesta a fost un mesaj pe care evreii nu l-au primit, pentru că era o nebunie pentru ei. Totuși, el a continuat să predice acest mesaj (1 Cor. 2:1-9).

De ce să predici un mesaj inacceptabil? Pentru că Pavel se baza pe Duhul Sfânt și nu pe propriile abilități. Mesajul său crea repulsie, din punct de vedere intelectual și cultural, atât evreilor, cât și neamurilor, însă era acceptabil înaintea lui Dumnezeu pentru a-Și atinge scopul – pentru ca „credința voastră să fie întemeiată nu pe înțelepciunea oamenilor, ci pe puterea lui Dumnezeu” (2 Cor. 2:5).

Predicatorul trebuie să predice un mesaj care își atinge scopul – fie să inspire, să învețe sau să convingă și, cu siguranță, să-i determine pe oameni la acțiune. Atunci când vei ști care este scopul lui Dumnezeu cu mesajul tău, acesta va determina formularea mesajului tău, precum și transmiterea acestuia.

B. Structurează Fiecare Predică Cu Creativitate

1. Aranjarea

Predicarea este atât un proces artistic, cât și unul științific. Procesul științific este studierea textului biblic – ce înseamnă și ce vrea să spună. Procesul artistic constă în prezentarea predicii – cum să prezinți materialul descoperit în timpul cercetării, într-un mod care să fie atât informativ, cât și convingător. Aceasta este o muncă creativă. Predicile trebuie să fie astfel aranjate încât ascultătorii să poată înțelege și urmări mesajul fără dificultate.

2. Formularea

Felul în care este formulat mesajul influențează înțelesul acestuia. Formulează-ți mesajul în mod creativ, pentru ca oamenii să-l rețină ușor. Acest lucru este valabil pentru orice tip de discurs public. Iată, de pildă, replica președintelui John F. Kennedy: „Nu întreba ce poate face țara ta pentru tine. Întreabă ce poți face tu pentru țara ta. Sau discursul lui Martin Luther King: „Am un vis... Terminologia și rostirea acestor fraze îți rămân în memorie.

3. Vocabularul

Alegerea vocabularului este etrem de importantă pentru o comunicare eficientă. Vocabularul poate fi tehnic (ex. academic sau teologic), simplu sau chiar colocvial. Totuși, nu ar trebui folosite dialecte locale și niciodată un limbaj vulgar. Întotdeauna trebuie să avem un limbaj cult și demn. De asemenea, trebuie să fim conștienți de nuanțele semnificațiilor cuvintelor și să încercăm să folosim termenii cei mai potriviți.

4. Caracteristici Literare

Caracteristicile literare ale unei predici determină gradul de înțelegere și de asimilare eficientă de către ascultători. Există patru elemente literare esențiale:

1) Claritatea. Dacă înțelesul afirmațiilor tale nu este clar, acestea vor produce confuzie în rândul ascultătorilor. Atunci când predicatorul descoperă înțelesul textului, el trebuie să aleagă acele cuvinte care exprimă cu exactitate gândurile sale și care comunică cu fidelitate înțelesul pasajului.

2) Concizia. Cu cât vei folosi mai puțin timp pentru a-ți exprima gândurile cu acuratețe și în mod adecvat, cu atât vei putea stăpâni mai bine atenția și acceptarea ascultătorilor.

3) Coerența. Coerența se obține și se păstrează făcând legătura între ideile exprimate. Această legătură se realizează prin fraze sau expresii care fac tranziția de la o idee la alta ori prin repetarea punctului principal, care duce la următorul punct.

4) Unitatea. Unitatea se păstrează făcând ca toate părțile unui mesaj (a) să aibă legătură cu tema (subiectul) predicii și (b) să sprijine ideea principală a predicii.

Partea A III-A: Devoțională

„Înțelegerea evangheliei - II” (1 Cor. 3:1-4)

De: Dr. Stephen F. Olford

Introducere

În versetele pe care le avem în față, Pavel vorbește tot despre evanghelie și despre înțelegerea acesteia. El anticipează întrebarea legată de felul în care oamenii pot cunoaște inițierea spirituală, iluminarea și interpretarea și totuși să aibă o înțelegere infantilă a lucrurilor lui Dumnezeu. Pavel spune că de vină este trăirea firească în loc de cea duhovnicească din viața creștinului. Mai mult, el arată că această trăire firească este cauza primară a divizării din biserica lui Isus Hristos. Ne sunt supuse atenției trei aspecte ale creștinilor lumești:

I.              I. Categoria Creștinilor Lumești

Cât despre mine, fraţilor, nu v-am putut vorbi ca unor oameni duhovniceşti, ci a trebuit să vă vorbesc ca unor oameni lumeşti, ca unor prunci în Hristos (1 Cor. 3:1). Având în minte ultimele versete ale capitolului anterior, Pavel ne înfățișează trei categorii de oameni care există pe pământ:

1) Omul firesc. „Dar omul firesc nu primeşte lucrurile Duhului lui Dumnezeu, căci pentru el sunt o nebunie; şi nici nu le poate înţelege, pentru că trebuie judecate duhovniceşte (1 Cor. 2:14). Omul firesc este omul care nu a fost născut din nou. El este așa cum este – născut în nelegiuire și zămislit în păcat (Ps. 51:5). Chiar dacă este un om civilizat și cult, chiar dacă este educat și rafinat, toate aceste îmbunătățiri sunt ale omului firesc. El este tot lipsit de Duhul lui Dumnezeu. Deși pare a fi persoana potrivită pentru a primi evanghelia, el este pierdut și corupt. Acesta este omul firesc.

2) Omul duhovnicesc. Omul duhovnicesc, dimpotrivă, poate să judece totul, şi el însuşi nu poate fi judecat de nimeni (1 Cor. 2:15). Omul duhovnicesc are nu doar viață fizică, ci și viață spirituală. El are două vieți, pentru că a beneficiat de două nașteri! Prima viață a venit prin Adam, iar cea de-a doua vine prin Hristos. Această viață spirituală este întreținută cu hrană spirituală și se maturizează conform naturii sale; din moment ce natura aceastei vieți este una spirituală, atunci și dezvoltarea sa va fi spirituală.

Cel mai important lucru în viața spirituală este creșterea. Cu toții am întâlnit, fără-ndoială, oameni care par că nu cresc. Viața lor spirituală este statică și vlăguită, iar oamenii aceștia nu mai experimentează nimic nou în Hristos. Această stare este pe cât de adevărată, pe atât de tragică.

Sigur, acum am putea să ne întrebăm: „Putem noi produce creșterea?” Răspunsul este „nu”. Puterea de creștere este în natura vieții din noi, fie ea fizică sau spirituală. Numai Dumnezeu poate face ca viața să se dezvolte. În același timp însă, există anumite condiții favorizează creșterea. Noi suntem îndemnați să creștem „... în harul şi în cunoştinţa Domnului şi Mântuitorului nostru Isus Hristos... (2 Petru 3:18). Aceasta înseamnă că noi trebuie să stimulăm creșterea rămânând în harul care este în Domnul și Salvatorul nostru Isus Hristos și conformându-ne adevărului care este în Domnul și Salvatorul nostru Isus Hristos. Când un creștin îndeplinește aceste legi ale creșterii spirituale, experimentează umplerea cu Duhul Sfânt. Aceasta este viața creștină normală.

3) Omul lumesc. Cât despre mine, fraţilor, nu v-am putut vorbi ca unor oameni duhovniceşti, ci a trebuit să vă vorbesc ca unor oameni lumeşti, ca unor prunci în Hristos pentru că tot lumeşti sunteţi (1 Cor. 3:1, 3). Pentru a înțelege caracteristicile unui creștin lumesc, este foarte important să observăm diferențele pe care le face apostolul Pavel între termenul „lumesc” din versetul 1 și cel din versetul 3. În versetul 1, termenul are sensul de „părtaș la natura firii”, pe când în versetul 3, apostolul folosește un termen mai dur, cu sensul de „senzual”, care se referă de obicei la viața trăită sub controlul „firii pământești”, în loc de cel al Duhului lui Dumnezeu. W. E. Vine afirmă următoarele: „În privința termenului folosit în versetul 1, sfinții din Corint, deși nu făceau niciun progres, totuși nu erau anti-spirituali, ci doar erau «prunci». În privința celui de-al doilea termen, invidia și certurile lor îi făceau vinovați de tânjirea după poftele ce vin din natura căzută și coruptă a omului.”

Așadar, vedem că omul lumesc este acea persoană a cărei viață spirituală nu se dezvoltă și a cărui umblare spirituală este oprită. În ce categorie te găsești tu? Ești un om firesc, un om duhovnicesc sau unul lumesc? În Corint, sfinții erau, în mare parte, lumești, așa că Pavel merge mai departe și vorbește despre:

II. Capacitatea Creștinilor Lumești

V-am hrănit cu lapte, nu cu bucate tari, căci nu le puteaţi suferi; şi nici acum chiar nu le puteţi suferi” (1 Cor. 3:2). Capacitatea creștinilor lumești este jalnic de limitată. Este o capacitate limitată la hrana pruncilor. Pavel descrie această dietă ca fiind ca laptele în comparație cu carnea. Apostolul își dorea mult să îi hrănească pe corinteni cu carnea Cuvântului, însă nu putea s-o facă. După cum spune Scriptura în altă parte:Dar hrana tare este pentru oamenii mari, pentru aceia a căror judecată s-a deprins, prin întrebuinţare, să deosebească binele şi rău (Evr. 5:14). Cu alte cuvinte, carnea sau hrana solidă este pentru cei spirituali, pentru cei a căror măsură de maturitate îi face în stare să discearnă între bine și rău. Pe de altă parte însă, laptele Cuvântului este pentru creștinii lumești, a căror capacitate limitată îi face incapabili de:

1) A aprecia carnea Cuvântului. Cât despre mine, fraţilor, nu v-am putut vorbi ca unor oameni duhovniceşti, ci a trebuit să vă vorbesc ca unor oameni lumeşti, ca unor prunci în Hristos (1 Cor. 3:1). Deși apostolul își îndulcește mustrarea folosind termenul „fraților”, totuși le spune clar că el vorbește unor oameni care nu pot să înțeleagă „lucrurile adânci ale lui Dumnezeu. Nimic nu este mai dezamăgitor, dacă nu chiar descurajator, pentru un predicator al evangheliei decât o biserică de prunci care nu vor să crească! Și cât de adevărat este lucrul acesta și despre mulți creștini din zilele noastre! Sunt mântuiți de ani de zile, dar se hrănesc tot cu lapte și sunt îmbrăcați tot cu hainele de bebeluși ca în primele lor zile în Hristos! Din când în când, se bucură de lucrarea de lapte amestecat cu apă a așa-numiților predicatori de succes, însă nu le place deloc laptele curat și bogat sau carnea Cuvântului. Din cauza lipsei de creștere și de experiență în Cuvântul neprihănirii, nu există cunoaștere a adevărului. Astfel, neputând înțelege adevărul, creștinii lumești nu pot nici:

2) A se hrăni cu carnea Cuvântului. V-am hrănit cu lapte, nu cu bucate tari, căci nu le puteaţi suferi; şi nici acum chiar nu le puteţi suferi” (1 Cor. 3:2). Aceasta este cea mai mare tragedie a vieții unui creștin lumesc. Pentru că nu poate înțelege adevărul, creștinul lumesc nu poate nici să se hrănească cu adevărul și nici să-l aplice în viața lui. Autorul Epistolei către Evrei explică foarte clar lucrul acesta atunci când spune: Şi oricine nu se hrăneşte decât cu lapte nu este obişnuit cu cuvântul despre neprihănire, căci este un prunc (Evr. 5:13). „Cuvântul despre neprihănire înseamnă, cel mai probabil, învățătura creștină completă. Vorbind despre lipsa de obișnuiță cu cuvântul despre neprihănire, autorul se referă de fapt la mânuirea și aplicarea fără pricepere a Cuvântului lui Dumnezeu, exact opusul poruncii lui Pavel din 2 Timotei 2:15, unde spune: Caută să te înfăţişezi înaintea lui Dumnezeu ca un om încercat, ca un lucrător care n-are de ce să-i fie ruşine şi care împarte drept Cuvântul adevărului.

Reușești să înțelegi și să aplici adevărul în viața ta? După ani de zile de mers la biserică, ești tot neexperimentat și nepriceput în cuvântul despre neprihănire? Dacă da, atunci ești un prunc, ceea ce, ca să nu spun mai rău, este o adevărată tragedie.

O, dacă ai putea să te vezi așa cum te vede cerul, ai termina-o chiar azi cu această trăire lumească! Te-ai lupta, prin puterea Duhului Sfânt, să fii spiritual, matur și să fii o plăcere pentru Dumnezeul tău. Înainte de a încheia, însă, trebuie să privim și la cel de-al treilea aspect al creștinului lumesc:

III. Comportamentul Creștinului Lumesc

„... pentru că tot lumeşti sunteţi. În adevăr, când între voi sunt zavistii, certuri şi dezbinări, nu sunteţi voi lumeşti şi nu trăiţi voi în felul celorlalţi oameni? Când unul zice: «Eu sunt al lui Pavel!», şi altul: «Eu sunt al lui Apolo»: nu sunteţi voi oameni de lume? (1 Cor. 3:3-4). În această imagine a prunciei spirituale, Pavel ne spune că acel credincios care pare să nu depășească stadiul prunciei este un creștin lumesc în toată purtarea sa. Comportamentul său este caracterizat de:

1) Nemulțumire nesănătoasă. „... pentru că tot lumeşti sunteţi. În adevăr, când între voi sunt zavistii, certuri şi dezbinări, nu sunteţi voi lumeşti şi nu trăiţi voi în felul celorlalţi oameni? (1 Cor. 3:3). Termenul tradus aici prin „zavistie” înseamnă „zel scăpat de sub control care duce ușor la invidie și altele asemenea”. Câtă dreptate are Pavel! Pentru că știm cu toții cât de nemulțumiți și invidioși sunt unii copii atunci când nu mai sunt în centrul atenției. Tot așa, acești prunci din Corint deveniseră invidioși unii pe alții din cauza predicatorului preferat, pentru că această adulație a predicatorilor atrăgea atenția asupra propriilor persoane. Mesajul predicat de apostol era pe locul doi, pentru că ceea ce conta în primul rând pentru ei era să facă parte din tabăra mai importantă din biserică. Ce dorință lumească și firească!

2) Ceartă nesănătoasă. „... pentru că tot lumeşti sunteţi. În adevăr, când între voi sunt zavistii, certuri şi dezbinări, nu sunteţi voi lumeşti şi nu trăiţi voi în felul celorlalţi oameni? (1 Cor. 3:3). „Ceartă” înseamnă „ciondăneală”. Dacă priviți la niște prunci nemulțumiți, în curând veți vedea acolo neînțelegere și ceartă. La fel stau lucrurile și în biserică. Acolo unde sunt creștini care refuză să crească, întotdeauna există ceartă și ciondăneală. Tot ce se întâmplă și oricine slujește devine un măr al discordiei.

3) Dezbinare nesănătoasă. „... pentru că tot lumeşti sunteţi. În adevăr, când între voi sunt zavistii, certuri şi dezbinări, nu sunteţi voi lumeşti şi nu trăiţi voi în felul celorlalţi oameni? Când unul zice: «Eu sunt al lui Pavel!», şi altul: «Eu sunt al lui Apolo»: nu sunteţi voi oameni de lume? (1 Cor. 3:3, 4). Deși termenul „dezbinări” nu apare în cele mai bune manuscrise, ideea este exprimată destul de clar în context. Așadar, Pavel vorbește despre taberele formate de acești creștini lumești. În loc să se concentreze asupra lui Hristos, aceștia spuneau: „eu sunt al lui Pavel, „eu sunt al lui Apolo, „eu sunt al lui Chifa, „eu sunt al lui Hristos. Oamenii aceștia Îl aduceau pe Hristos la nivelul oamenilor, în loc să facă din El obiectul încinării lor! Dezbinările din biserică nu sunt o noutate, însă, atât în vremea lui Pavel, cât și în vremea noastră, sunt o dovadă sigură a imaturității spirituale.

Este viața ta marcată de aceste semne ale creștinului lumesc? Provoci în jurul tău nemulțumire, ceartă și dezbinare? Cât de dezgustătoare sunt aceste trăsături ale firii! Și. Totuși, cât de des pot fi văzute în viața noastră!

Concluzie: Cercetându-ne pe noi înșine în lumina acestui mesaj, vom dori să creștem până când vom lăsa în urmă imaturitatea spirituală. Nu-i de mirare că Pavel a spus:Când eram copil, vorbeam ca un copil, simţeam ca un copil, gândeam ca un copil; când m-am făcut om mare, am lepădat ce era copilăresc (1 Cor. 13:11).

Ești pregătit să iei și tu o astfel de atitudine chiar azi? Depinde de tine să spui un „da” bărbătesc sau un „nu” copilăresc.

Partea A IV-A: Schițe De Predici

Pentru versiunea audio a acestor predici în limba engleză, dați click pe unul din link-urile de mai jos: Link 1 - Jn. 13:4-5, Pt. 4; Link 2 - Jn. 13:6-11, Pt. 5; Link 3 - Jn. 13:12-13, Pt. 6; Link 4 - Jn. 13:14-17, Pt. 7

Titlu: Spălarea picioarelor ucenicilor

Punctul #1: Trebuie să înțelegem baza adevăratei slujiri (1-3)

(mesajele audio pentru punctul acesta au fost incluse în numărul anterior al acestui jurnal)

1. Baza adevăratei slujiri este încrederea ce vine din cunoștință

(1a) Cunoașterea destinației noastre și a drumului într-acolo (1a)

- „Isus... ştia că I-a sosit ceasul…”

(1b) Cunoașterea identității noastre și a locului nostru (3a)

- „Isus ştia că Tatăl Îi dăduse toate lucrurile în mâini”

(1c) Cunoașterea locului din care venim și a scopului pentru care suntem aici (3b)

- “Isus ştia… că de la Dumnezeu a venit şi la Dumnezeu Se duce”

2. Baza adevăratei slujiri este motivația ce vine din dragoste

(2a) Motivația ce vine din dragoste este arătată în obiectul dragostei (1c)

- „fiindcă iubea pe ai Săi”

(2b) Motivația ce vine din dragoste se vede în măsura dragostei

- „fiindcă iubea pe ai Săi, care erau în lume, i-a iubit până la capăt”

Punctul #2: Trebuie să arătăm natura adevăratei slujiri (4-11)

1. În felul în care ne prezentăm celorlalți (4b-c)

2. Prin lucrurile pe care le facem pentru semenii noștri (5)

3. Prin felul în care ne raportăm la ceilalți (6-11)

(3a) … purtându-ne frumos cu cei care ne stau împotrivă (6-8)

(3b) … fiind răbdători cu cei care nu ne înțeleg (9-11)

Punctul #3: Trebuie să imităm natura adevăratei slujiri (12-17)

1. Amintindu-ne că Domnul este Stăpânul nostru (12-13, 16)

2. Făcând unii pentru alții ceea ce Isus a făcut pentru noi (14-15)

3. Făcând ceea ce predicăm (17).

Related Topics: Pastors

The Net Pastors Journal, Rus Ed 24, Летнее издание 2017

Летнее издание 2017
Автор:
Др. Роджер Паскоу, президент
Институт Библейской Проповеди
Кембридж, Онтарио, Канада
(http://tibp.ca/)

C:\Users\Roger\Documents\My Documents\Institute for Biblical Preaching\Forms, Binder Cover Page, Logo\IBP Logos\IBP Logo.jpg

“Укреплять Церковь через Проповедование Библии и Руководство”

ЧАСТЬ I СИЛА ПРОПОВЕДИ Ч. 7

“Последний вызов”

A. ВЕЛИКАЯ ИРОНИЯ: БОЖЕСТВЕННАЯ СИЛА - В ЧЕЛОВЕЧЕСКОЙ СЛАБОСТИ

Первая великая ирония в проповеди - проявление божественной силы в нашей человеческой слабости (1Кор.2: 5). Апостол Павел принял сознательное решение не приходить в коринфскую церковь как красноречивый и все знающий человек, несущий человеческую мудрость. Он не приходил к ним, чтобы произвести на них впечатление своими ораторскими или умственными способностями, но проповедовать весть, которую Бог доверил ему, а именно «свидетельство Бога» (2: 1), послание «Иисуса Христа и Его распятого »(2: 2). При этом он пришел «в слабости, в страхе и во многом трепете» (2: 3). Такая слабость и страх объясняются не оппозицией или насмешками людей, а тем, что его собственный интеллект и достижения могли бы быть выражены таким образом, чтобы не запятнать послание Евангелия. Его «слабостью» были его собственные способности и образование, которые могли бы заставить людей доверять проповеднику больше, чем посланию.

В результате этого осознания собственной слабости он говорил и проповедовал так, чтобы те, кто слышал его, могли сделать вывод, что его послание было от Бога, а не от него самого. Отсутствие убеждающих слов и человеческой мудрости у него (2: 4) служило тому, чтобы позволить «продемонстрировать силу Духа» (2: 4), когда люди ответили на послание. Тогда ответ людей в вере был, очевидно, не из-за него, а из-за проявленной в нем силы Бога (2: 5).

Вторая большая ирония в проповеди заключается в том, что сила Бога совершается в нашей слабости (2Кор.12: 9). У Павла было жало во плоти, о котором он просил Бога удалить, но Бог отказался сделать это. То, что было его «жалом во плоти», мы не знаем, и это не особо нам важно. Дело в том, что человек, у которого есть некоторая форма временной слабости, но чья проповедь немощи, показывает правду о том, что сила Бога совершенна в человеческой слабости. Бог берет нас с нашими недостатками и слабостями и доказывает, что сила проповеди, которую мы проповедуем, исходит от Него, а не от нас.

Наш ответ должен быть таким же, как слова Павла: «Поэтому я с большим удовольствием буду хвалиться своими немощами, чтобы сила Христова могла проявиться через меня» (12: 9). Другими словами, мы должны быть готовы отойти от пути и признать нашу собственную слабость, чтобы Божья сила могла проявиться через нас (см. также тот же принцип во 2 Коринфянам 4: 7).

Святой Дух может только использовать проповедника мощным образом, который полностью зависит от Него в силе и водительстве и который мало делает от себя и много для Христа. Только когда мы спрятаны и наша человеческая слабость - очевидна, тогда сила Святого Духа может прийти через нас.

Те проповедники, которые пытаются проповедовать Евангелие, используя умные методы и даже хитрость, умаляют силу самого Евангелия и привлекают к себе самим. Проповедники должны понимать, что наша роль подчинена Господу и Его посланию. Мы должны понять, что «без Меня не можете делать ничего» (Иоанна 15:5). Только тогда Бог с радостью работает через нас в божественной силе. Это - ирония божественной силы через человеческую слабость.

Третья большая ирония в проповеди состоит в том, что проповедь - не о нас (2 Коринфянам 4: 5). «Мы не проповедуем себя, но Иисуса Господа Христа». Мы слуги, которые проповедуют о Иисусе Христе. Проповедь - она не о нас, но о Нём, о Христе Иисусе, Господе, Помазанном, Спасителе, Высшем. Мы всего лишь его слуги, которые проповедуют о Нем. Мы делаем то, что мы делаем "ради Иисуса". Служители, которые делают себя заметными в своей проповеди, не являются подлинными служителями «ради Иисуса».

Основная и главная идея «божественной иронии» состоит в том, что Бог является первостепенным, а мы - незначительным. Самое главное, что мы можем сделать в нашей проповеди, - это то, что Бога, а не проповедника следует почитать, любить, хвалить и доверять. Через «божественную иронию» люди видят Христа, а не проповедника. Несмотря на слабость проповедника, Господь сильно говорит Своему народу, чтобы люди уповали на Бога, а не на человека.

Б. ВЕЛИКАЯ ПРОБЛЕМА: “ГОРДОСТЬ В ПРОПОВЕДНИКЕ”

Когда в проповеднике присутствует гордость, великий дар проповеди может стать большим препятствием для проповедника. Слишком часто проповедники сами могут быть препятствием для Евангелия, фокусируясь на себе, а не на Боге. Таким образом, великие дары, которые Бог дает людям, могут быть их самой большой ответственностью. Гордость может заставить проповедника использовать свой духовный дар для самовосхваления (см. Ин 7:18) вместо Божьего прославления. Проповедники не должны искать и принимать хвалу людей, но направлять эту хвалу Богу.

Проповедники, благодаря своим дарам, могут порождать похвалу людей. Но если они хотят силы в своей проповеди, они никогда не должны вытягивать веру и похвалу людей для себя, но только для Бога. Мы должны «в первую очередь искать Царство Божье и его праведность» (Мф.6: 33). Мы должны полностью погрузиться в Бога, чтобы через нас послание Бога вытекало для других, полностью свободное от нас самих и полностью отождествляемое со Христом. Для этого мы должны быть наполнены Божьим пониманием, «святой страстью» и Словом Божьим.

Нам нужно иметь целеустремленную преданность проповеди Евангелия. Это тот же принцип, о котором Павел говорил, когда побуждал стремиться к высшему званию (Фил.3: 14). Это - абсолютная приверженность проповедованию Евангелия, полная отдача и посвящение тому, что Бог призвал нас делать. Это - непоколебимое послушание призыву Бога, независимо от того, принимается ли наше послание или мы сами людьми. Это должна быть всепоглощающая страсть к проповедованию.

Решение гордиться в проповеди - это крест Христов. Крест Христа решает эту проблему гордости проповедника, потому что он показывает нам, что мы являемся только грешниками, у которых нет ничего, чтобы предложить Богу, и показывая нам, что только работа Христа на кресте может сделать нас праведными и приемлемыми для Бога.

«Ветхий человек», который хочет похвалы и одобрения, умирает на кресте, и «новый человек» оживает (см. Еф.4: 22-24). Через крест мы «отказываемся от себя» и отдаем себя, чтобы следовать за Христом. Обнимая крест Христов, мы полностью отдаем себя Богу, позволяя скорее Ему направлять и использовать наши жизни, чем нам самим. Через крест мы обретаем новую силу, силу Святого Духа. На кресте ветхое умерло, и мы стали новыми творениями во Христе (2-е Коринфянам 5:17).

Чтобы проповедовать с силой, проповедники должны ежедневно приходить ко кресту, признавая их собственное “ничто” и верховенство Христа. Мы должны хвалиться крестом Христа (Галатам 6:14), и из него мы будем получать силу для проповеди. Крест и наше подчинение Господу - это единственное хвастовство, которое есть у нас, так что единственная мысль, которая должна поглощать нас, это - Христос и Его Евангелие. Для этого нужно, чтобы мы были «распяты со Христом» (Галатам 2:20).

Заключение

Если великая ирония сильной проповеди заключается в том, что Бог проявляет свою божественную силу через нашу человеческую слабость, и если великая проблема проповеди - гордость проповедника, то, возможно, вы можете подумать, что проповедники неизбежно имеют проблему неуверенности в себе и неполноценности, но это не так.

По иронии судьбы, чтобы полностью полагаться на Бога, поскольку вы проповедуете, требуется сильное личное чувство безопасности. Под личным чувством безопасности я подразумеваю не «гордость», а чувство духовного благополучия и безопасности в Боге. Если проповедник проповедует в соответствии с «божественной иронией» (сила Бога является через человеческую слабость) и с истиной, что он мертв для ветхого «я» и жив для нового «я», мертв для греха и живет для Бога, тогда ему надо обладать чувством личной безопасности.

Чувство неуверенности и неполноценности в себе - очень распространено среди проповедников, несмотря на все видимые образы. Если вы страдаете от чувства личной неуверенности, это очень усложняет убирание себя из поля зрения и позволению Богу быть всем во всем. Ненадежность, по сути, это поставить себя на первое место из-за этого чувства личной неадекватности. Это форма гордости и эгоцентризма.

Проповедь - это не место для человека, которому нужно ободрение людей. Мы должны обрести свою безопасность от знания того, что мы одобрены Богом, одарены и призваны Богом, уполномочены Богом и любимы Богом. Только когда у нас есть это внутреннее осознание нашей безопасности в Боге и последовательного чувства духовного благополучия, мы можем проповедовать с силой для Бога, потому что тогда мы не будем хотеть внимания к себе, но все внимание будем отдавать Богу..

Говорить истину в Боге может вызвать отвержение людей. Таким образом, проповедникам нужна здоровая самооценка, эмоциональная стабильность и безопасность во Христе. Только в той мере, в какой мы знаем, кто мы во Христе, и что мы имеем Божье одобрение, мы можем полностью зависеть от Бога, а не от себя.

C. ВЕЛИКИЙ ВЫЗОВ: “МОМЕНТ ПРОПОВЕДИ”

Момент проповеди, когда мы переходим к кафедре проповедовать. Момент проповеди - это момент, когда все остальное исчезает из поля зрения, и мы встречаемся с собранием; Момент, когда есть непреодолимое чувство, что, если Дух Божий не наполнит нас силой свыше, мы закончимся, и наши усилия будут напрасными; момент абсолютной истины, когда мы сталкиваемся с кислым тестом того, наделяет ли нас Святой Дух силой, либо - нет.

«Момент проповеди» - это когда мы стоим за кафедрой с самым прекрасным заданием в нашей жизни. Это - тот момент, когда мы сильно ощущаем нашу собственную слабость и неадекватность, нашу полную зависимость от Бога. Это - тот момент, когда Бог могущественно работает среди своих собравшихся людей с властью, авторитетом и помазанием. Это - тот момент полной зависимости от Святого Духа; это - момент больше всех любых моментов, когда у нас есть чувство присутствия Бога с нами.

Когда проповедник проповедует с помазанием, это окажет очевидное влияние на людей, потому что они чувствуют разницу в проповеднике. Когда проповедник отстраняется от себя и проповедует в силе Святого Духа, с ним что-то происходит. Он теряет самосознание, и он становится поглощенным Словом Божьим, которое сообщается по своей сути и в силе Божьему народу. Когда проповедник проповедует с помазанием, он оказывает практическое влияние на слушателей. Бог работает через своего слугу, чтобы воздействовать на Его работу через Свое Слово и работу Святого Духа.

Присутствие этой духовной силы заставляет людей быть спокойными и сосредоточенными не на человеке, а на том, что Бог говорит через него. Внимание людей направлено на Бога и Его послание для них. Это не означает, что все, что проповедуется под помазанием Святого Духа, будет с радостью принято, но это послание будет иметь подлинность и силу, которые только исходят от Бога и которые оказывают влияние на жизнь людей. В конечном итоге, собрание будет благодарить Бога за такую проповедь.

ЧАСТЬ II: ПОДГОТОВКА К ПРОПОВЕДИ

“Организация проповеди”

A. ОРГАНИЗОВЫВАЙТЕ КАЖДУЮ ПРОПОВЕДЬ С ЦЕЛЬЮ

Что говорит проповедник, так это «содержание» послания. То, что проповедник хочет донести до собрания, является «целью» послания. Одна общая цель проповеди послания - побудить людей к действию - заставить слушателя действовать внутренне и / или внешне в пользу или против чего-либо. Все проповеди должны побуждать слушателей к ответу с каким-то действием. Библия говорит об «увещевании друг друга» - принять то, что мы знаем, и начать действовать.

Для проповеди существуют три конкретные цели:

А) вдохновлять, достичь эмоций, мотивировать (работа оратора). Павел говорит Тимофею «возгревать дар ...» - быть вдохновленным использовать свой дар, чтобы огонь стал живым пламенем.

Б) Информировать, учить (работа учителя). Павел часто говорил: «Я бы не хотел, чтобы вы были невежественны ...» Его целью было научить их. Иисус говорил об использовании притч, которые кто-то услышит и поймет; некоторые будут слышать и не понимать. Опять же, его целью было - научить.

В) убедить, выиграть спор (работа юриста, государственного деятеля). «Зная ... ужасы Господни, мы убеждаем людей». Здесь цель состоит в том, чтобы убедить их.

В большинстве посланий одной из этих целей является главная цель (в то время как другие цели могут играть второстепенную роль), в зависимости от потребностей собрания - нужно ли мотивировать, обучать или убеждать.

Украсить послания для достижения определенной цели

Эффективные участники готовят и представляют свое послание для достижения конкретной цели проповеди и ее общей цели. Чтобы помочь вам в этом, вот пять вопросов, которые вы должны задать к каждой вашей проповеди:

1) «О чем моя проповедь?»

2) «Почему я проповедую это послание?» Не потому, что снова воскресное утро, не для того ли, чтобы угодить себе? Причина должна заключаться в том, чтобы прославить Бога и принести изменения.

3) «Что я хочу, чтобы мои слушатели знали, что делали или кем становились в результате моих проповедей? Какие действия или ответ я ожидаю получить от них?"

4) «Как я могу лучше всего достичь свою конкретную цель?» - вдохновляя, информируя или убеждая...

(5) «Как я могу лучше всего достичь мою общую цель?» - побудить людей к действию.

Наличие цели служит контролем вашей проповеди. В библейском изложении цель должна контролировать все, кроме библейского текста.

Цель контролирует содержание - то, что вы включаете, и что оставляете. Включите только то, что способствует достижению цели. Помня об этом, вы сэкономите время на изучение комментариев, которые часто повторяются и содержат много хороших исследований, но это не подходит для вашей цели. Все, что не способствует достижению цели, хотя это может быть интересно и точно, должно быть устранено.

Цель управляет структурой. Поскольку цель определяет содержание, цель каждого послания должна быть отражена в ваших основных пунктах. Каждое послание должно быть разделено на ряд четко сформулированных предложенных, применимых заголовков, так чтобы, даже если бы люди ничего не слышали, они бы поняли ваше послание из заголовков. В результате мы должны представить основные моменты таким образом, чтобы люди уходили с пониманием хотя бы одной истины Библии и ее многочисленных применений в жизни.

Цель контролирует донесение послания - как вы представляете свои послания и как применяете их.

Выводы:

Содержание и донесение послания - это средство, с помощью которого проповедники достигают своей Богом данной цели. Павел утверждает, что проповедь была назначена Богом для спасения людей (1Кор.1: 17-18). Это послание, которое евреи не получили, потому что для них это был скандал, и что язычники не получили бы, если бы это была глупость для них. Но это было то послание, о котором он проповедовал в любом случае (1Кор.2: 1-9).

Зачем проповедовать послание, которое неприемлемо? Потому что Павел зависел от Святого Духа, не от своих способностей. Он проповедовал то, что было интеллектуально и культурно отвратительно для евреев и язычников, но что было приемлемо для Бога, чтобы достичь свою цель, - что их «вера должна быть не в мудрости людей, но в силе Божьей» (2-е Коринфянам 2: 5).

Проповедник должен проповедовать послание, которое достигает своей цели - либо вдохновлять, учить, или убеждать, и, конечно же, побуждать к действию. Когда вы знаете, в чем состоит цель Бога в послании, это направит план вашей проповеди и ее донесение до слушателей.

B. ПОДХОДИТЕ К КАЖДОЙ ПРОПОВЕДИ ТВОРЧЕСКИ

1. Расположение

Проповедование - это и искусство, и наука. Наука - это исследование текста - что он означает, и о чем он говорит. Искусство - это презентация проповеди - как представить материал, открытый в исследовании, таким образом, чтобы он был информативным и убедительным. Это - творческая работа. Проповеди должны быть организованы так, чтобы слушатели могли легко понять и следовать за посланием.

2. Выражение

Фразирование влияет на смысл. Выбирайте свои фразы творчески, чтобы ваши фразы входили в разум людей. Это важно для любых форм публичных выступлений - например, в речи президента Джона Ф. Кеннеди: «Не спрашивайте, что может сделать ваша страна для вас. Спросите, что вы можете сделать для своей страны». Или речь Мартина Лютера Кинга “У меня есть мечта...” Формулировка и донесение этих фраз останется в вашей памяти.

3. Словарь

Выбор словаря чрезвычайно важен для эффективного общения. Словарь может быть техническим (например, академическим или теологическим), простым или даже разговорным. Но вам рекомендуется не использовать народный язык и, конечно, никогда не использовать грубые слова, но всегда быть усовершенствованными и достойными в использовании вами языка. Всегда осознавайте нюансы смысла в словах и старайтесь использовать самое точное слово.

4. Литературные особенности

Литературные характеристики проповеди определяют степень эффективного восприятия и понимания слушателями. Есть четыре основных литературных элемента:

1) Ясность. Если смысл ваших фраз не ясен, они будут путать аудиторию. Когда проповедник понимает смысл, ему нужно выбрать слова, которые точно отражают его мысли и точно передают смысл.

2) Краткость. Чем меньше времени вы потратите, чтобы выразить свои мысли адекватно и точно, тем больше внимания и принятия слушателей вы получите.

3) Согласованность Согласованность достигается и поддерживается с помощью связующих звеньев между мыслями. Связи могут быть переходными предложениями или выражениями, или повторением основной идеи, которая ведет к следующему пункту.

4) Единство. Единство сохраняется благодаря тому, что все части послания (а) относятся к теме (предмету) проповеди и (б) поддерживают предложение проповеди.

ЧАСТЬ III: ТОЛКОВАНИЕ ОТРЫВКА ПИСАНИЯ

“Понимание Евангелия- II” (1 Кор. 3:1-4)

Профессор Стивен Ф. Олфорд

Введение

В ранних местах Писания Павел все еще говорит о Евангелии и о проблеме его понимания. Он предвосхищает вопрос о том, как люди могут знать духовное посвящение, озарение и истолкование, и также быть “младенцами” в своем понимании Бога. Ответ, который он дает, - это вопрос о плотской, а не духовной жизни в христианстве. Более того, он показывает, что такая плотская любовь является основной причиной разделения в Церкви Иисуса Христа. Мы можем наблюдать три типа плотских христиан:

I. КАТЕГОРИЯ ПЛОТСКИХ ХРИСТИАН

«И я, братия, не мог говорить с вами, как с духовными людьми, но как с плотскими, как с младенцами во Христе» (1 Коринфянам 3: 1). Принимая во внимание заключительные стихи предыдущей главы, Павел представляет нам три категории людей здесь на земле:

1) Есть Обычный Человек. «Но обычный человек не получает вещей от Духа Божьего, потому что они - глупость для него; И он не может знать их, потому что они духовно различаются» (1 Коринфянам 2:14). Обычный человек - это не возрожденный человек. Он человек такой, какой он есть, - сформировавшийся в беззаконии и зачатый во грехе (Псалом 51: 5). Он может быть цивилизованным и культурным; Он может быть образованным и утонченным; Но все это улучшение находится в сфере его естественного характера. Он все еще лишен Духа Божьего. Хотя он и является кандидатом на Евангелие, он потерян и расстроен. Это естественный и обычный человек.

2) Есть Духовный Человек. «Но духовный судит о всем, а о нем судить никто не может» (1 Коринфянам 2:15). Духовный человек живет обычной физической жизнью, но имеет и духовную. У него две жизни, потому что у него два рождения! Первый пришел через Адама, тогда как второй пришел через Христа. Эта духовная жизнь питается духовной пищей и созревает в соответствии с ее природой; И поскольку природа этой жизни духовна, все развитие - духовное.

Самое важное в духовной жизни - это то, что мы должны расти. У нас, без сомнения, встречались люди, которые, похоже, не растут. Их духовная жизнь, очевидно, статична и черства; Нет ничего нового в их переживании со Христом. Такое состояние так же трагично, как и правдиво.

На этом этапе мы можем спросить: «Можем ли мы расти?» Ответ «нет». Сила роста зависит от природы жизни в нас, будь то физической или духовной. Только Бог может привести к развитию жизни. В то же время существуют определенные условия, которые способствуют росту. Мы призваны «... возрастать в благодати и познании Господа нашего и Спасителя Иисуса Христа ...» (2 Петра 3:18). Это просто означает, что мы должны стимулировать рост, пребывая в благодати, как в нашем Господе и Спасителе Иисусе Христе, и мы должны подражать росту, следуя истине, как это есть в нашем Господе и Спасителе Иисусе Христе. Когда христианин исполняет эти законы духовного роста, он испытывает то, что должно исполниться Святым Духом. Это нормальная христианская жизнь.

3) Есть Плотской Человек. «И я не мог говорить с вами, братья, как с духовными , но как с плотскими, как с младенцами во Христе ... потому что вы все еще плотские ...» (1 Коринфянам 3: 1, 3). Чтобы понять характеристики плотского христианина, наиболее важно отметить различия, которые Павел делает между упоминаниями слова «плотской» в стихах 1 и 3. В первом случае слово означает «природная плоть» Плоть ", но в другой ссылке апостол использует более суровый термин, который означает "чувственный" и обычно подразумевает жизнь под контролем "плотской природы" вместо того, чтобы быть управляемой Духом Божьим. Как пишет В. Э. Вайн: «В отношении первого термина, использованного в стихе 1, Коринфские святые, пока они не продвигались вперед, не были анти-духовными. В отношении термина, использованного в стихе 3, их ревность и борьба сделали их виновными в уступчивости похотям, источником которых является пагубная и падшая природа человека».

Итак, мы видим, что плотской христианин - это человек, чья духовная жизнь карликовая, и поэтому его духовная жизнь побеждена. Какой вы человек? Вы естественный человек, духовный человек или плотской человек? В Коринфе святые люди были, по большей части, плотскими, и поэтому Павел продолжает обсуждать:

II. СПОСОБНОСТИ ПЛОТСКИХ ХРИСТИАН

«Я питал вас молоком, а не твердой пищей; ибо вы были еще не в силах, да и теперь не в силах »(1 Коринфянам 3: 2). Способность плотских христиан пассивно ограничена. Это способность, которая ограничена простой формулой. Павел описывает эту диету, как молочную, а не мясную. Апостол хотел кормить коринфян “мясом” Слова, но он не мог. Как указывают Писания в другом месте: «Твердая пища принадлежит тем, кто достиг совершеннолетия, даже те, кто по причине употребления имеют свои чувства, чтобы различать добро и зло» (Евреям 5:14). Другими словами, жесткое мясо или твердая пища - для духовного человека; для тех, чья зрелость позволяет им различать добро и зло. С другой стороны, “молоко” Писания предназначено для плотских христиан, чья ограниченная способность делает их неспособными:

1) Оценить “мясо” Писания. И я, братья, не мог говорить с вами, как с духовными людьми, но как с плотскими, как с младенцами во Христе »(1 Коринфянам 3: 2). Хотя Апостол смягчает свой упрек ласковым словом «братья», он тем не менее делает очевидным, что он обращается к людям, которые неспособны оценить «глубокие вещи Бога». Ничто не может быть более разочаровывающим, если не обескураживающим, для проповедника Евангелия, чем собрание младенцев, которые не вырастут! И насколько это верно для многих христиан сегодня! Верят в течение многих лет, но все еще пьют молоко; все еще завернутые в пеленки первых дней во Христе! Время от времени они наслаждаются служением так называемых популярных проповедников «молоко и вода»; Но когда дело доходит до чистого, богатого “молока или мяса” Слова, оно просто не ценится. Из-за недостатка роста и опыта в Слове праведности у них нет проницательности в истине. Будучи неспособными оценить истину, плотские христиане также не могут:

2) Усвоение “Мяса” Писания. «Я питал вас молоком, а не твердой пищей; ибо вы были еще не в силах, да и теперь не в силах »(1 Коринфянам 3: 2). Это - высшая трагедия плотской жизни в христианстве. Из-за неспособности оценить истину существует соответствующая неспособность соотнести и применить истину. Автор Евреям четко выражает мысль, говоря: «Ибо всякий, питаемый молоком, несведущ в слове правды, потому что он - младенец» (Евреям 5:13). «Слово правды» должно означать полностью развитое христианское учение. Будучи несведущим в слове правды, автор подразумевает неопытное обращение и применение Божьего Слова; или полная противоположность тому, что Павел сказал во 2 Тимофею 2:15: “Будьте усердны, чтобы представить себя Богу достойным, делателем неукоризненным, верно преподающим слово истины.

Скажите мне, неужели вы не понимаете и не применяете истину? После многих лет так называемой церковной жизни, вы все еще неопытны и неумелы в слове правды? Если это так, вы становитесь самонадеянным младенцем, что, мягко говоря, является большой трагедией.

О, если бы вы могли видеть только себя так, как вас видят небеса, вы бы закончили с этим сегодня! Вы стали бы стремиться, в силе Святого Духа, быть духовными, взрослыми и доставлять удовольствие вашему Богу. Прежде чем мы закончим, однако, мы должны рассмотреть третий аспект плотской жизни:

III. ПОВЕДЕНИЕ ПЛОТСКИХ ХРИСТИАН

«Ибо вы все еще плотские. Ибо, где у вас зависть, ссоры и разногласия, разве вы не плотские и поступаете, как простые люди? Ибо, когда говорят: «Я - Павов». А я - Аполлосов», то не плотские ли вы?» (1 Коринфянам 3: 3-4). В этой классической картине духовного детства Павел говорит нам, что верующий, у которгог никогда, кажется, не проходит детство, является плотским во всем его поведении. Его поведение характеризуется:

1) Нездоровое недовольство. «... Ибо, если между вами зависть, ссоры и разногласия, разве вы не плотские и не по человеческому обычаю поступаете?» (1 Коринфянам 3: 3). Слово «зависть» означает «рвение из-под контроля, которое легко приводит к ревности и тому подобное». Насколько точен Павел! Потому что вы знаете, как я знаю, как некоторые дети проявляют недовольство и зависть, когда перестают быть центром внимания. Подобным же образом эти коринфские младенцы стали завистливыми друг к другу, потому что такое поклонение герою служило для привлечения внимания к себе. Сообщение, которое проповедовал Апостол, было вторичным. Что действительно имело значение, принадлежали они или нет к выдающейся части церкви. Какая плотская жизнь и плотская похоть!

2) Нездоровые ссоры «... Ибо, если между вами зависть, ссоры и разногласия, разве вы не плотские и не по человеческому обычаю поступаете?» (1 Коринфянам 3: 3). «Ссора» означает «пререкание» или то, что Филлипс называет «склокой». Наблюдайте за комнатой, где много недовольных младенцев, и немного времени пройдет, как возникнут разногласия и раздоры. То же самое верно и в церкви. Там, где есть те, кто отказывается вырасти, всегда есть споры и ссоры. Все, что происходит, и все, кто служит, становятся яблоком раздора.

3) Нездоровое разделение. «... Ибо, если между вами зависть, ссоры и разногласия, разве вы не плотские и не по человеческому обычаю поступаете?» Ибо, когда говорят: «Я - Павлов», а другой, «я - Аполлосов», то не плотские ли вы?” (1 Коринфянам 3: 3, 4). Хотя слово «разделения» не в лучших рукописях, мысль вполне понятна в контексте. Итак, Павел говорит о фракциях, которые эти плотские христиане создали. Вместо того, чтобы найти свой центр во Христе, они говорили: “Я - Павлов”, «Я - Аполлосов», «Я - Кифин», «Я - Христов». Подумайте об этом, как Христа свели до уровня простых людей, вместо того, чтобы сделать Его Единственным и единственным центром всего истинного общения! Разделения в церкви - не новость. Но будь то во времена Павла или будь то наши дни, это является верным свидетельством духовного младенчества.

Есть ли у вашей жизни характерные черты плотской природы? Вы создаете недовольство, диссонанс и разделение в кругах, в которых вы движетесь? Как отвратительны эти характеристики плотской природы! И все же как часто они встречаются в нашей жизни!

Вывод

Когда мы исследуем себя в свете этого изложения, как это заставляет нас хотеть расти, пока мы не оставим духовное детство. Неудивительно, что Павел заявил: «Когда я был младенцем, то по-младенчески говорил, по-младенчески мыслил, по-младенчески рассуждал, а как стал мужем, то оставил младенческое» (1 Коринфянам 13:11).

Готовы ли вы принять такую позицию сегодня? Она - ваша, чтобы сказать мужественное «да» или детское «нет».

ЧАСТЬ IV. ПЛАН ПРОПОВЕДИ

Чтобы прослушать аудио версию этих проповедей на английском языке, нажмите на следующие ссылки: Link 1 - Jn. 13:4-5, Pt. 4; Link 2 - Jn. 13:6-11, Pt. 5; Link 3 - Jn. 13:12-13, Pt. 6; Link 4 - Jn. 13:14-17, Pt. 7

Название: Умывание ног учеников

Point #1: Мы должны понимать основы истинного служения (1-3)

(Аудиосообщения для этого пункта были включены в последний весенний выпуск этого издания)

1. Основой истинного служения является уверенность, которая приходит от знания

(1a) Знание того, куда мы идем, и как мы туда добираемся

- «Иисус знал, что пришел его час ...»1а

(1б) Знание того, кто мы и как мы живем (2-3a)

- «Иисус знал, что Отец отдал все в Его руки»

(1в) Знание того, откуда мы пришли и почему мы здесь 3б

- «Иисус знал ... что Он пришел от Бога и идет к Богу»

2. Основой истинного служения является мотивация, идущая из любви

(2a) Мотивация, идущая из любви, показана в размере этой любви (1в)

- «полюбив своих»

(2б) Мотивация, идущая из любви, проявляется в степени этой любви

- «полюбив своих, которые были в мире, он любил их до конца»

2: Мы должны продемонстрировать характер истинного служения (4-11)

1. Как мы представляем себя другим людям (4б-в)

2. В том, что мы делаем для других (5)

3. То, как мы относимся к другим (6-11)

(3а) ... будучи вежливым с теми, кто выступает против нас (6-8)

(3б) ... будучи терпеливыми с теми, кто нас неправильно понимает (9-11)

3: Мы должны подражать природе истинного служения (12-17)

1. Помня, что Господь - наш Учитель (12-13, 16)

2. Делая друг для друга то, что Иисус сделал для нас (14-15)

3. Практикуя то, что мы проповедуем (17)

Related Topics: Pastors

Guardando o Coração

Related Media

Introdução

“Guarda o teu coração acima de todas as outras coisas, porque dele brotam todas as fontes da vida”
(Provérbios 4:23, Bíblia Ave Maria).

Vivemos certamente numa sociedade orientada para o consumo, materialista e hedonista, focada no prazer próprio. Em comparação com algumas partes do mundo, a maioria de nós está acostumada a níveis muito altos de luxo à laia dos nossos confortos, prazeres e segurança. Com isto surgiu a ideia proeminente de que a felicidade provém de feitos, reconhecimento, bens materiais, conforto e coisas do género. Temos vindo a acreditar na noção errada (e promovida por Satanás) de que, caso adquiramos certas coisas, estaremos verdadeiramente felizes, e até seguros. Em resultado, as pessoas desenvolvem os seus próprios planos, através dos quais procuram escalar a montanha do sucesso ou da felicidade. Como é óbvio, os planos escolhidos são em grande parte o produto da mentalidade de uma sociedade controlada pela Wall Street e pela Madison Avenue.

Enquanto Cristãos, poderemos ter rejeitado algumas ou até muitas destas noções. Mesmo assim, o coração é enganador e desesperadamente perverso e, uma vez que todos somos tão facilmente influenciados pelo mundo que nos rodeia, os nossos corações necessitam de ser guardados.

A Escritura ensina-nos claramente que os assuntos reais da vida são espirituais e que são realmente questões do coração, do homem interior. Talvez seja por essa razão que a palavra “coração” é encontrada tantas vezes na Bíblia. Uma vez que a palavra “coração” pode ser traduzida de várias formas, dependendo do contexto, o número de vezes que é encontrada varia de acordo com as diferentes traduções da Bíblia inglesa (863 vezes na NASB, 963 na KJV e 791 na NIV). Como estes números sugerem, o coração é um conceito proeminente e uma das palavras mais comummente usadas da Bíblia. A maioria destas ocorrências dá-se metaforicamente em relação ao homem interior. Quando usado metaforicamente (dependendo do contexto), “coração” refere-se à mente, emoções, vontade, natureza pecaminosa, inclusivamente à totalidade do homem interior, ou simplesmente à pessoa como um todo, sendo com frequência traduzido nesse sentido. Como ilustração simples do modo como várias traduções lidam com a palavra “coração”, compare a tradução da versão JFA em Êxodo 9:14 – “Enviarei todas as a minhas pragas sobre o teu coração [referindo-se ao faraó], e sobre os teus servos” – com a versão KJA, em português – “Mandarei todas as minhas pragas contra ti, contra os teus conselheiros e contra o teu povo”.1

O termo “coração”, portanto, diz geralmente respeito à pessoa interior e à vida espiritual nos seus diversos aspectos. Este uso múltiplo de “coração”, em conjunto com a forma como é usado, foca fortemente a nossa atenção na importância da vida espiritual. Tal como o coração humano, é central e vital para a nossa existência.

Devido ao vasto número de passagens que usam a palavra “coração”, foquei-me primariamente, embora não de forma exclusiva, nos Salmos e Provérbios. É neles que encontramos a maior concentração das diferentes utilizações do termo na Bíblia.

Propósito e Objectivo

Esclarecimento: Primeiro, um objectivo deste estudo passa por mostrar como podemos usar um índice para compreender a perspectiva de Deus sobre um assunto em particular. Um segundo objectivo é auxiliar-nos a ver novamente quão importante o nosso mundo interior realmente é em termos das nossas ideias acerca de Deus, nós mesmos e outros, e em termos das nossas motivações, metas e aspirações.

Exortação: O modelo aqui apresentado é um apelo à aplicação pessoal, para que cada um de nós possa lidar com a vida interior à luz da Palavra de Deus, de forma prática e pessoal. 

Encorajamento: Outro objectivo é o encorajamento. Todos precisamos de ser encorajados a procurar o Próprio Deus e os Seus recursos, à medida que nos debatemos com os diversos apelos das nossas naturezas pecaminosas nos altos e baixos da vida.

Importância do Coração na Escritura

Conforme evidenciado pelas múltiplas recorrências, o termo “coração” é uma palavra muito importante, pois Deus está profundamente preocupado com o homem interior ou a condição do coração.

1 Samuel 16:7 Mas o Senhor disse a Samuel: “Não te impressione o seu belo aspecto, nem a sua alta estatura, porque Eu rejeitei-o. O que o homem vê não importa; o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração”.

Jeremias 17:9-10 Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? 10 Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, Eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas acções.

Estas passagens ensinam-nos que o Senhor observa e esquadrinha o coração, a pessoa interior. Por que é o coração tão importante? Porque as questões da vida – as nossas acções, obras, aspirações, etc. – procedem todas do coração (Pv. 4:23; Mt. 6:21; 12:34; 15:18). O que fazemos em palavras e actos é, antes de mais, produto do que somos por dentro.

No Seu Sermão da Montanha, o Senhor Jesus falou fortemente contra a hipocrisia meramente exterior e orientada para as aparências dos Fariseus religiosos. Em Mateus 5:17-48, não menos de cinco vezes Ele comparou a aproximação meramente exterior à Escritura do Antigo Testamento, conforme ensinada pelos Fariseus, com o Seu próprio ensinamento – que, como é óbvio, estava de acordo com o verdadeiro plano da Palavra de Deus. Fez isto através das seguintes afirmações:

“Ouvistes que foi dito... Eu, porém, digo-vos...” (vss. 21-22)
“Ouvistes que foi dito... Eu, porém, digo-vos...” (vss. 27-28)
“Também foi dito... Eu, porém, digo-vos...” (vss. 31-32)
“Ouvistes que foi dito... Eu, porém, digo-vos...” (vss. 33-34)
“Ouvistes que foi dito... Eu, porém, digo-vos...” (vss. 38-39)
“Ouvistes que foi dito... Eu, porém, digo-vos...” (vss. 43-44)

O que estava o Senhor a mostrar ao povo? Ele estava a chamar a atenção das pessoas para os preceitos morais que durante anos lhes haviam sido ensinados pelos seus líderes religiosos, preceitos que tinham origem nas Escrituras do Antigo Testamento. Contudo, com as palavras “Eu, porém, digo-vos”, Ele abordava de novo esses mesmos assuntos como, antes de mais, questões do coração. Isto, e só isto, é Cristianismo autêntico. O Cristianismo bíblico centra-se numa caminhada interior e íntima com Deus através da fé. Tudo o resto não passa de hipocrisia religiosa.

Por exemplo, Jesus ensina-nos que o adultério e o assassínio começam no coração. Pode não ter cometido adultério literalmente mas, se olhar para uma mulher ou para um homem com isso em mente, já cometeu adultério. Onde? No seu coração! (Mt. 5:28). A nossa caminhada com Deus é sempre uma questão do coração.

Contudo, como uma das consequências da queda, as pessoas olham para a aparência exterior. Deus, porém, está sempre preocupado com o coração, com a realidade e condição daquilo que está no interior. Porquê? Porque, caso o interior do copo esteja limpo, assim estará o exterior.

1 Samuel 16:7 Mas o Senhor disse a Samuel: “Não te impressione o seu belo aspecto, nem a sua alta estatura, porque Eu rejeitei-o. O que o homem vê não importa; o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração”.

Um dos objectivos da vida cristã é a formação de um carácter semelhante a Cristo, o carácter de Cristo que se constrói nas nossas existências através das diversas ferramentas capazes de mudar a vida que Deus escolheu usar:

  • O ministério do Espírito Santo (Gl. 5:16-26)
  • A verdade da Palavra (Sl. 19:7-14; 119:9-11; João 17:17)
  • As provações e provas da vida (Tg. 1:2-4; Sl. 119:67, 71)
  • O ministério dos outros, como o ferro aguça ferro (Pv. 27:17)

Para que estas ferramentas sejam verdadeiramente eficazes, necessitamos de diligência pessoal ao lidar honestamente com o coração.

Cirurgia de Coração Aberto

Uma vez que o coração é tão importante para aquilo que pensamos, dizemos e fazemos, cada um de nós precisa de fazer regularmente uma cirurgia de coração aberto com o bisturi da Palavra, sob a mão orientadora do grande médico, o Senhor Jesus. Conseguimos isto mediante o ministério instrutivo, orientador e sentenciador do Espírito Santo. Como uma espada afiada de dois gumes, a Palavra divide o homem interior em pedaços, a fim de revelar a verdadeira condição e necessidades dos nossos corações (Hb. 4:12).

Hoje em dia, a maior parte das pessoas quer ser bem-sucedida de acordo com a sua definição própria de sucesso. Porém, ao escutar a actual propaganda do sucesso, uma e outra vez o foco da atenção incide sobre uma de duas coisas. Primeiro, a vasta maioria do pensamento, literatura e conversa debruça-se sobre o “eu” exterior – em quão inteligente pareço, que tipo de impressão provoco, quantos aplausos registo no contador de aplausos, quanto faço, quanto possuo, quão depressa subo a escada do sucesso na minha empresa, e assim a lista continua. Muito pouco do que lê coloca alguma ênfase no homem interior, no coração, a fonte dos nossos pensamentos, motivações, ambições, valores e decisões. E, em segundo lugar, quando aquilo que lê ou ouve coloca ênfase no coração, geralmente fá-lo de uma forma completamente autocentrada, mesmo em muita da literatura Cristã.

De forma oposta ao actual tipo de espiritualidade antropocêntrica (centrada no homem), tão comum hoje em dia, encontra-se a espiritualidade bíblica teocêntrica (centrada em Deus), que contempla a glória de Deus e o avanço do Seu reino como busca prioritária e razão de viver. O objectivo da Escritura não é o ganho material ou até espiritual para a própria pessoa, nem sua auto-realização ou promoção, mas sim a compreensão do nosso chamamento como arautos e embaixadores de Jesus Cristo. “Um dia, Franz Kafka fez a seguinte observação: 'Os Pais da Igreja não tinham medo de ir para o deserto, pois tinham riqueza nos seus corações. Mas nós, com riqueza a toda a volta, temos medo, porque o deserto se encontra nos nossos corações'”. 2

Bloesch também escreve:

Na nossa sociedade actual, o ideal humanista da felicidade ou bem-estar interior foi incorporado na fé Cristã sem qualquer modificação drástica, pelo que foi dada à religião uma orientação decididamente antropocêntrica. Reconhece-se geralmente que muita da religião popular (tanto conservadora como liberal) é narcisista (egocêntrica), focando-se nos sentimentos interiores e em esperanças e objectivos puramente pessoais. Deus É considerado necessário para ajudar o Seu povo a alcançar os desejos dos seus corações ou a encontrar a felicidade perfeita. Alguns fazem até o objectivo da religião parecer consumismo capitalista – adquirir os bens desta vida. Mas será que a prosperidade acompanha inevitavelmente a verdadeira fé? 3

De forma importante e interessante, a Bíblia diz muito pouco sobre o sucesso, especialmente esse tipo de sucesso, mas, conforme verificado, fala tremendamente sobre o coração, porque o coração é a fonte do verdadeiro sucesso. Não admira, portanto, que a palavra “coração” seja encontrada na Bíblia literalmente centenas de vezes. Assim, no que diz respeito a descrever o homem e as suas necessidades, coração é um dos termos mais comummente usados da Bíblia e, novamente, a maioria destas ocorrências é usada metaforicamente em relação ao homem interior, quanto à sua mente, emoções, vontade e natureza pecaminosa, ou inclusivamente em relação à totalidade da pessoa interior.

Não admira, portanto, que Salomão nos desafie:

Guarda o teu coração acima de todas as outras coisas, porque dele brotam todas as fontes da vida. (Provérbios 4:23, Bíblia Ave Maria).

Swindoll escreve: “Quão importante é o coração? É nele que o carácter se forma. Abrange sozinho os segredos do verdadeiro sucesso. Os seus tesouros não têm preço – mas podem ser roubados”.4

Todos precisamos de colocar a nós mesmos esta questão: Quão bem estou a guardar (preservar) o meu coração? É a condição do meu coração a minha maior preocupação? Deveria ser, já que é tão determinante para todos os aspectos da vida. Em última análise, determina o nosso amor a Deus e aos outros. Determina quem somos e o que fazemos.

Necessidades do Coração

O Coração Necessita de Ser Guardado

O coração necessita de ser guardado devido à sua inclinação natural enquanto parte da nossa decadência. Isto é verdade até em relação àqueles que foram regenerados pelo Espírito de Deus através da fé em Jesus Cristo. Embora os crentes possuam a nova natureza e a capacidade de conhecer Deus e discernir coisas espirituais, e tenham recebido o ministério esclarecedor e fortalecedor do Espírito Santo, ainda estão na posse da velha natureza ou da miserável capacidade para o mal e actividades egoístas, através da qual podem empenhar-se de forma independente em lidar com a vida sozinhos, longe de Deus.

Usando analogias ou ilustrações bíblicas, podemos ser:

(1) Pessoas empenhadas em construir as suas próprias cisternas, mas que sempre se revelam cisternas rotas, que não conseguem reter água (Jr. 2:13).

(2) Pessoas sempre dispostas a voltarem-se para o braço de carne, em detrimento de para o braço de Deus e Seus recursos (Jr. 2:13; 17:5 ss).

(3) Pessoas que procuram caminhar à luz das suas próprias tochas (Is. 50:11).

Recorrendo às palavras de Isaías, podemos ficar repletos de influências do Oriente, isto é, substitutos humanos para o plano de Deus para a vida (Is. 2:5-6). Obviamente, portanto, conforme Provérbios 28:26 nos adverte, o coração do homem não é um refúgio seguro: “O que confia no seu próprio coração é um insensato; porém o que caminha na sabedoria será salvo”. (Veja também Pv. 20:9 e Jr. 17:9).

Isaías 55:8-11 “Porque os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os Meus caminhos”, diz o Senhor. 9 “Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os Meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. 10 Porque, assim como a chuva e a neve descem dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir e brotar, para que dê semente ao semeador, e pão ao que come, 11 assim será a palavra que sair da Minha boca: ela não voltará para Mim vazia, antes fará o que Me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.”

Jeremias 10:23 Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem é do homem que caminha o dirigir os seus passos.

Aqui estão algumas razões pelas quais o coração necessita de ser guardado:

(1) O coração necessita de ser guardado porque, por natureza, não pensamos nem contemplamos a vida da mesma forma que Deus o faz. Somos inerentemente ignorantes em relação à Sua mente e aos Seus caminhos. Precisamos desesperadamente da sabedoria e orientação do Senhor para conhecermos os Seus caminhos, o nosso próprio coração e o seu rumo pervertido. Provérbios 19:3 avisa-nos que a nossa loucura subverte ou perverte o nosso caminho. “Perverte” corresponde à palavra hebraica salaph, “torcer, perverter, virar de pernas para o ar”.

(2) O coração necessita de ser guardado porque, à semelhança de ovelhas, somos propensos a desviar-nos de Deus nos nossos corações (Is. 53:6a). Queremos viver de forma independente, controlando e dirigindo os nossos próprios assuntos. Queremos comandar os nossos próprios destinos. Sim, alguns de nós querem confiar em Deus quanto a conduzir-nos para o Céu, mas, com demasiada frequência, preferiríamos dirigir os nossos próprios assuntos aqui na terra, por estarmos tão empenhados nos nossos próprios desejos. Seguir completamente as Suas orientações significa que podemos ser convocados a desistir de algo que pensamos ser necessário para obter segurança ou felicidade. Pensamos, portanto, que é muito mais seguro ficarmos nós no comando. Como resultado da sua queda, o homem é inerentemente rebelde.

(3) O coração necessita de ser guardado porque não é apenas enganador – é mais enganador do que qualquer outra coisa (Jr. 17:9a). Devido aos seus meios e estratagemas naturalmente egoístas, autocentrados e autoprotectores, não podemos confiar nele (Sl. 81:12-14; Jr. 17:9; 2:13). Mas, a fim de experimentarmos o caminho de Deus, temos primeiro de repudiar a nossa autoconfiança ou dependência naqueles mecanismos que usamos para nos protegermos. Depois, em lugar da autoconfiança, temos de aprender a confiar completamente no Senhor, independentemente da aparência das coisas. Em vez de nos apoiarmos no nosso próprio conhecimento, confiamos no Senhor para que dirija o nosso caminho (Pv. 3:5; Salmo 37:5). Contudo, por causa dos nossos medos e preocupações egoístas, o nosso coração engana-nos através dos seus raciocínios vãos, e desejamos voltar-nos para as nossas próprias soluções.

(4) O coração necessita de ser guardado porque é desesperadamente doente, isto é, incuravelmente perverso (Jr. 17:9b). A NVI traduz isto como “incurável”. Lembre-se que a palavra “coração” pode ser usada em relação à mente, emoções, vontade, todo o homem interior ou, tal como aqui, à natureza pecaminosa, parte do homem interior.

A natureza pecaminosa não pode ser erradicada, não pode ser aperfeiçoada nem tornada melhor. A correcção humana não funciona no coração do homem. Assim, uma vez mais, quem confia no seu próprio coração é tolo! A atracção desta velha natureza está sempre lá para nos enganar.

(5) O coração necessita de ser guardado porque não pode ser compreendido pela nossa própria sabedoria. Apenas Deus pode revelar e desnudar aos nossos olhos os corações (Jr. 17:10; 20:12, Pv. 17:3; Sl. 139:23). É difícil conhecer as nossas próprias motivações e razões (1 Cor. 4:4). Somos naturalmente habilidosos a enganar-nos a nós mesmos.

(6) O coração necessita de ser guardado porque é a fonte da vida; a fonte das atitudes, valores, crenças, aspirações e buscas (Pv. 4:23; Mt. 13:34; 15:18; 6:21). Por consequência, temos de guardá-lo ou ele conformar-se-á ao mundo circundante, levando-nos sempre por maus caminhos.

(7) O coração necessita de ser guardado porque, tal como constitui a fonte, forma também as correntes que dela fluem – os olhos, a boca, os pés, isto é, palavras e acções. Os métodos para guardar o coração irão surgir à medida que estudarmos algumas das suas outras necessidades. Mas, para compensarmos o nosso carácter, precisamos de fazer mais do que guardar os nossos corações.

O Coração Necessita de Ser Dado

A fim de compensar o seu carácter, tem de fazer mais do que guardar o seu coração. É o reverso que o torna autêntico... Também tem de dar o seu coração. Resistir a entregar-se por medo de se queimar pode parecer seguro, mas a longo prazo revela-se letal.5

(1) Dar o coração significa risco, confusões, ficar vulnerável: significa ter de avançar na fé, acreditando em Deus em detrimento de nas próprias estratégias. Significa ter de desistir de algo... por vezes, de muito. Pode até significar ficar com o coração partido e torcido como uma toalha. Mas não o dar significa fechá-lo à chave em segurança dentro do caixão do egoísmo. E, à semelhança de um corpo que jaz num caixão, o coração irá mudar; embora seguro, escuro e imóvel, irá apodrecer e tornar-se um saco de ossos.

(2) Dar o coração também significa responsabilidade: “Como diz a máxima, 'As pessoas estão dispostas a dar a Deus crédito, mas não dinheiro'. Enquanto a responsabilidade estiver no futuro e suspensa no espaço, aceitá-la-ei. Mas, se começar na verdade a interferir com a minha vida pessoal, esquecê-la-ei”.6

Acreditar que é possível dar o seu coração sem responsabilidade é como acreditar que pode educar filhos sem disciplina, gerir uma empresa sem regras ou liderar um exército sem autoridade. A responsabilidade é para a Grande Comissão o que os carris são para um comboio. É o método de controlo de qualidade, facilita a liderança, protege a congregação, faz do ministério uma alegria, ajuda as pessoas a manter os seus compromissos. 7

(3) Dar o coração significa envolvimento: Envolvimento com Deus, com a família, com outros cristãos e com não-cristãos. E o que inclui esse envolvimento? Inclui amor sacrificial, andar pela fé e não pela vista, espontaneidade em vez de rigidez, o risco da vulnerabilidade e disposição para se tornar responsável. No Dicionário Webster, descobrimos que estar envolvido significa “entrar como participante, relacionar-se intimamente, ligar, incluir”.

O empenho religioso é de longe demasiadas vezes egocêntrico e, embora isto possa ser purificado e colocado ao serviço de Deus através da Sua Palavra, com excessiva frequência a verdadeira comunhão com Deus e amá-Lo com todo o nosso coração são actos corrompidos e anulados pela ânsia e luta por poder, segurança ou outros desejos egoístas que procedem de um coração mantido longe de Deus, enquanto fonte de força, alegria e significado para a vida.

Por isso o Senhor disse: “Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas tem afastado para longe de mim o seu coração, e o seu temor para comigo consiste em mandamentos de homens, aprendidos de cor; portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa com este povo” (Is. 29:13).

Obviamente, reter o coração expõe a nossa incapacidade e relutância quanto a entregá-lo quer a Deus, quer ao serviço das outras pessoas. Decerto, uma vez que jamais atingiremos a derradeira maturidade nesta vida, e por ser tão difícil abandonar os nossos diversos métodos de autoprotecção, haverá sempre espaço para crescimento no que diz respeito a dar o coração.

O Coração Necessita de Preparação

Salmo 78:8 E não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde, geração que não regeu o seu coração, e cujo espírito não foi fiel a Deus.

Salmo 108:1 Cântico. Salmo de David. Meu coração está firme, ó Deus, meu coração está firme; vou cantar e salmodiar.

A palavra “regeu”, no Salmo 78:8, e “firme”, no Salmo 108:1, corresponde ao hebraico kuwn. O seu significado básico é “estar firme, estabelecido, estável”. A partir daqui, veio a significar (a) “ser fundado, estabelecido, fixo”, sendo usado no Antigo Testamento em relação a uma casa fixa nos alicerces, à instituição de um trono ou reino e a pessoas estabelecidas, seguras e que perseveram. (b) Veio depois a significar “arranjar a fim de preparar, estar pronto, organizar, colocar em ordem”. Como tal, foi utilizado relativamente a palavras preparatórias para um discurso sábio, à preparação de comida, a preparar os alicerces para o templo de Salomão, à oração a ser preparada, organizada e colocada em ordem diante de Deus, à preparação de uma estrada, sacrifício, dos passos ou do caminho de alguém (Salmo 119:133), à actividade criativa de Deus, ao que Ele estabeleceu como Céus pelo Seu entendimento e à preparação do coração.

Esta palavra é usada em Salmo 78:8 quanto a preparar o coração para que esteja firme, focado e fixo no Senhor, no sentido de confiar e repousar no amor, bondade, sabedoria, graça e poder de Deus (confira Salmo 112:7-8). Aqui, a questão é que o coração só pode tornar-se firme, estável, após ter sido adequadamente preparado em termos bíblicos.

A mesma palavra é utilizada em Salmo 108:1 quanto a preparar o coração para adorar o Senhor. A KJV traduz isto por “My heart is fixed” (correspondendo ao português “O meu coração está firmado”), enquanto a NASB, NIV e RSV têm todas “My heart is steadfast” (correspondendo ao português “O meu coração está firme”). A Bíblia Amplificada apresenta “My heart is fixed—steadfast [in the confidence of faith]” (correspondendo ao português “O meu coração está firmado – fixo [na confiança da fé]”). Tal como os Céus foram preparados, firmados e estabelecidos pelo entendimento de Deus, também os nossos corações foram feitos estáveis através da compreensão que provém da Palavra de Deus (confira Col. 2:1-6).

Da mesma forma que o coração humano necessita de preparação através de uma dieta adequada e de exercício, de modo a aguentar uma actividade vigorosa e a estar globalmente saudável, o coração espiritual de cada um precisa de ser adequadamente preparado, a fim de ser capaz de responder a Deus com eficácia nas variadas situações da vida.

Este é um dos métodos através dos quais podemos guardar o coração, mas a ênfase encontra-se na necessidade de preparação espiritual através das diversas disciplinas bíblicas – confissão honesta e profunda do pecado, oração fervorosa, estudo bíblico cuidadoso, meditação na Palavra, leitura e memorização da Escritura e comunhão com fiéis. Precisamos de tais disciplinas de modo a estabilizar o coração, a fim de respondermos a Deus de forma positiva e confiante nas múltiplas circunstâncias da vida.

O Coração Necessita de Purificação

Jeremias 17:9 Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?

Hebreus 4:12 Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.

(1) O coração é purificado ao ser renovado. A mente precisa de renovação quanto às suas ideias, valores, motivações e crenças. Os pensamentos e intenções do coração têm de ser mudados através da preservação e meditação na Palavra. Abrangida neste tópico está a ideia de trocarmos o nosso ponto de vista pelo de Deus (Rom. 12:2; Is. 55:8 ss; Sl. 51:10; 119:9-11; Pv. 3:3; 7:3; 2 Cor. 4:16; Ef. 4:23).

(2) O coração é purificado ao ser testado (Dt. 8:2; Jr. 17:10; Sl. 139:23-24). Uma das razões para o sofrimento, provações e as variadas irritações que Deus traz ou permite é revelar a condição dos nossos corações, mostrando as suas verdadeiras cores, a fim de que possamos ver o nosso pecado e lidar com ele através da confissão e fé na provisão de Deus.

(3) O coração é purificado através da confissão ou arrependimento (Actos 8:22). Isto é vital para todo o processo, claro.

O Coração Necessita de Prostração

Uma e outra vez, é-nos dito na Escritura para adorar a Deus com todo o coração. Tal realça a necessidade de envolvimento total com Deus, um envolvimento que inclui a mente, as emoções e a vontade. Portanto, repare nas seguintes passagens da Escritura – devemos, com todo o nosso coração...

  • Amar a Deus (Dt. 6:5; Mt. 22:37; Marcos 12:30).
  • Procurar Deus (Dt. 4:29; Jr. 29:13).
  • Voltar para o Senhor (Joel 2:12).
  • Regozijar e exultar no Senhor (Sofonias 3:14).
  • Dar graças. Tal significa aprender a viver pelo louvor e acção de graças, puramente focados no Senhor (Sl. 9:1; 86:12; 119:7; confira Rom. 1:21).
  • Crer em Deus e na Sua Palavra (Actos 8:37).

O Coração Necessita de Ser Derramado

Salmo 62:8 Confiai n’Ele, ó povo, em todo o tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus É o nosso refúgio.

Precisamos de nos dirigir ao Senhor em oração, de modo a derramar diante d’Ele os nossos corações e fardos. Aqui, o mandamento baseia-se na promessa de que Ele Se preocupa e quer saber de nós.

O Coração Necessita de Ser Centrado

Provérbios 4:21 Que eles não se afastem dos teus olhos; conserva-os no íntimo do teu coração.

Deus não deve nunca ser apenas um assunto secundário. Nesta passagem, a palavra “íntimo” é o hebraico tawek, que significa “o meio, o centro”. Precisamos de manter a verdade de Deus no palco principal dos nossos corações. Quando a Palavra de Deus não é central para a vida, Deus também será posto de lado por outros cuidados, desejos e assuntos. Ficamos como navios sem porto, âncora ou leme, apenas para sermos empurrados de um lado para o outro pelos ventos variáveis e tempestades da vida.

Precisamos de colocar a verdade de Deus no palco principal devido à importância da Sua verdade para a nossa relação com Deus, nossas ambições, valores e buscas. Quando Deus não É o centro, ignoramo-Lo e aos Seus propósitos, princípios e promessas (confira Is. 40:9; Hb. 2:9; 12:1-2). De facto, as pessoas tentam frequentemente santificar a sua autocentralização, transformando-a num tipo de piedade autocentrada. A respeito deste problema, J. I. Packer escreve:

Os Cristãos modernos tendem a fazer da satisfação a sua religião. Mostramos muito mais preocupação relativamente à realização pessoal do que a agradar ao nosso Deus. Típica do Cristianismo actual, de qualquer modo nos países de língua inglesa, é a sua massiva série de livros de “como-fazer” para crentes, orientando-nos para relações mais bem-sucedidas, maior satisfação no sexo, tornar-se melhor pessoa, compreender as nossas possibilidades, obter maior entusiasmo a cada dia, perder peso, melhorar a nossa dieta, gerir o nosso dinheiro, tornar as nossas famílias mais felizes, e assim sucessivamente. Para as pessoas cuja paixão primordial é glorificar a Deus, estas são sem dúvida preocupações legítimas; mas os livros de “como-fazer” exploram-nas regularmente de uma forma auto-absorta, que trata do nosso proveito da vida em detrimento da glória de Deus enquanto centro de interesse.8 

O Coração Necessita de Exposição e Convicção

Provérbios 5:12 E digas: “Como aborreci a correcção! E desprezou o meu coração a repreensão!”

João 16:8 E, quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.

Judas 1:15 Para fazer juízo contra todos e condenar, de entre eles, todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra Ele.

2 Timóteo 4:2 Que pregues a palavra, instes, a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina;

Tito 1:13 Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé.

Tito 2:15 Fala disto, e exorta e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze.

Provérbios 28:13 O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.

1 Coríntios 4:5 Portanto, nada julgueis, antes do tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor.

Efésios 5:11 E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as;

Um dos propósitos de centrar os nossos corações na Palavra é a admoestação.

2 Timóteo 3:16 Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça.

Adicionalmente, uma das razões para testar o coração com provações é levar à convicção relativa ao arrependimento, que conduzirá à confissão e a mudanças na vida.

Jeremias 17:10 Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os rins: e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas acções.

Salmo 139:23-24 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.

O Coração Necessita de Ser Animado, Encorajado, Confortado

Provérbios 15:13,15 O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração, o espírito se abate… Todos os dias do aflito são maus, mas o de coração alegre tem um banquete contínuo.

2 Coríntios 9:7 Cada um contribua, segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria.

João 14:1 Não se turbe o vosso coração: credes em Deus, crede, também, em Mim.

João 14:27 Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.

A vida está cheia de dor e desilusões que trazem mágoa e desencorajamento, pelo que o coração precisa de ser animado, confortado e encorajado. Mas a nossa tendência é procurar animar e confortar os nossos corações com os métodos do mundo – através das nossas estratégias para obter felicidade e dos detalhes da vida, tais como a busca de poder, prazer, bens, estatuto, entre outros. Deus deu-nos todas as coisas para que as aproveitássemos; porém, o Seu plano para a alegria e encorajamento duradouros provém de um coração que foi preparado e focado para confiar no Senhor (Jo. 16:27; Sl. 37:4)

O Coração Necessita de Ser Fortalecido

Salmo 37:31 A lei do seu Deus está em seu coração; os seus passos não resvalarão.

Salmo 40:8 Deleito-me em fazer a Tua vontade, ó Deus meu; sim, a Tua lei está dentro do meu coração.

Salmo 119:11 Escondi a Tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra Ti.

Salmo 19:7-9 A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices. 8 Os preceitos do Senhor são rectos e alegram o coração: o mandamento do Senhor é puro e alumia os olhos. 9 O temor do Senhor é limpo e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente.

(1) Os absolutos da Palavra de Deus proporcionam um ALICERCE seguro, promotor de um carácter correcto no pensamento, atitudes, orientação, escolhas, valores, prioridades, aspirações, etc. (Mt. 6:21 ss).

(2) A força do coração advém da sua humildade. Uma pessoa humilde caminha na dependência do Senhor, em detrimento de numa autoconfiança orgulhosa (Sl. 10:17; 31:23-24).

(3) A força do coração advém de esperar no Senhor e confiar em Deus para o suprimento das necessidades. O que quer a Bíblia dizer exactamente quando nos exorta a esperar no Senhor? Essencialmente, com base na utilização deste desafio na Escritura, esperar no Senhor é um termo sumário para viver pela fé ou dependente do Senhor, conforme nos é explicado na Palavra. Por um lado, convoca-nos à entrega ao Senhor com a confiança de uma criança. Por outro, incita-nos a abandonar qualquer forma de existência independente, através da qual procuramos lidar com a vida mediante os nossos métodos e estratégias.

Na Bíblia, esperar no Senhor é o oposto de avançar e tratar do assunto com as próprias mãos, voltados para as nossas próprias soluções humanas. O Salmo 27:14 diz: “Espera no SENHOR, sê corajoso, e Ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no SENHOR” (LLT). 

(4) A força do coração advém de fazer de Deus a nossa porção. Tal significa que Deus É a recompensa ou o maior bem e companheiro do coração (Sl. 73:26; 119:56-57). Em Sl. 119:57, “porção” é o hebraico cheleq. Usava-se relativamente a uma recompensa ou ganho, mas também a uma porção escolhida, como um modo de vida habitual. De modo contrastante, compare com Salmo 50:18b, “tens a tua parte em associação com adúlteros”. A NVI apresenta “Você vê um ladrão, e já se torna seu cúmplice, e com adúlteros se mistura (isto é, escolheste para tua porção, para teu modo de vida, a companhia de adúlteros)”.

O Coração Necessita de Desejos e Aspirações Bíblicos 

Uma das necessidades do coração mais fundamentais e modificadoras da vida é ter desejos e aspirações bíblicos. Repare, por favor, na ênfase contida nas passagens seguintes:

(1) Salmo 37:4 Deleita-te também no SENHOR, e Ele te concederá os desejos do teu coração.

Embora esta passagem esteja repleta de mandamentos, podemos sumariá-la em quatro responsabilidades-chave:

  • Olhe para cima: Tire os olhos de cima das pessoas e das circunstâncias e confie no Senhor. Não se preocupe, não seja invejoso, mas confie, alegre-se, empenhe-se.
  • Olhe para a frente: Descanse e espere no Senhor e naquilo que Ele está a fazer. Saiba que o modo de vida dos obreiros do mal é apenas temporário e instável ou inseguro. Deus recompensará a sua rectidão; um dia habitará na terra e terá recompensas eternas.
  • Seja produtivo: Enquanto esperamos na provisão de Deus para o suprimento das nossas necessidades e entregamos o nosso caminho e circunstâncias ao Senhor, alegrando-nos sempre n’Ele, devemos fazer o bem, cultivar a fidelidade e habitar na terra.
  • Esteja satisfeito: Compare Sl. 37:16 ss com 1 Tim. 6:6 ss.

No centro ou coração de tudo isto, encontra-se o versículo 4 (Salmo 37) e as palavras “deleita-te também no Senhor”. Esta é a base da confiança, compromisso e repouso no Senhor.

Primeiro, o Mandamento. “Deleita-te” é anag, que significa (1) “ser macio, suave, delicado”. Em árabe, uma linguagem irmã, significava “atrair” e “aliciar”, sendo usado relativamente aos gestos amorosos de mulheres, nos seus olhares e forma de caminhar. Há um certo carácter feminino nesta palavra, que se adequa à natureza da relação entre Deus e os crentes. Israel era a esposa do Senhor, e a Igreja é a noiva de Cristo. À semelhança do que acontecia com Israel, devemos responder ao Senhor como Sua noiva casta, sensíveis ao Seu amor e cuidado. Conhecê-Lo assim deve edificar a nossa confiança e compromisso, evitando que sejamos afastados d’Ele. No texto hebraico, o verbo “deleitar” é um radical reflexivo, que veio a significar “ter um belo deleite, deleitar-se de forma requintada”. Portanto, o Salmista afirma, com efeito, que Deus deverá ser a nossa fonte de alegria mais bela. Devemos deleitar-nos na Sua pessoa e existência. Ele convoca-nos a procurá-Lo, de modo a podermos conhecer e deleitar-nos na Sua divina pessoa e existência.

Segundo, a Promessa. “Desejos” é o hebraico mishalab, que pode significar “orações, pedidos, petições”. Os nossos pedidos baseiam-se usualmente nos desejos, carências ou naquilo que vemos como nossas necessidades, embora esta não constitua uma das principais palavras hebraicas para “desejo”. “Do teu coração” dirige-nos para a fonte dos pedidos, a nossa pessoa interior, através do funcionamento da mente, emoções e vontade. “Desejos do teu coração” refere-se ao resultado do funcionamento desses elementos, quanto à formação de aspirações, desejos e anseios.

Quando o nosso deleite está genuinamente no Senhor, os nossos pedidos, produto dos desejos, são transformados e conformam-se à vontade de Deus. Assim que começarmos a alegrar-nos verdadeiramente no Senhor e a confiar n’Ele nas nossas necessidades e desejos, deixaremos de depender de estratégias próprias para obter segurança e relevância. Será então que os nossos desejos e pedidos começarão a mudar naturalmente.

Portanto, Deus promete-nos satisfazer tais pedidos, como sugere o contexto, no momento próprio.

(2) Salmo 94:19: “Quando os cuidados do meu coração se multiplicam, as Tuas consolações recreiam a minha alma.”

Os pensamentos ansiosos (cuidados) multiplicam-se quando a alegria do homem não está no Senhor. Se tal se verifica, a sua confiança também não estará n’Ele, repousando antes nas próprias estratégias e soluções para a vida. Portanto, o que diz o Salmista? “As Tuas consolações recreiam a minha alma”. Qual é a maior consolação ou fonte de conforto de Deus? É Ele mesmo. Quando os Cristãos não conseguem alegrar os seus corações no Senhor, procurando-O como fonte número um de conforto, começam a revelar-se, voltando-se para os seus próprios métodos.

Repare também na ênfase das passagens seguintes:

Salmo 42:1 Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por Ti, ó Deus!

Salmo 62:10 Não confieis na opressão, nem vos desvaneçais na rapina; se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração.

Salmo 73:25-28 A quem tenho eu no céu senão a Ti? E na terra não há quem eu deseje, além de Ti. 26 A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre. 27 Pois eis que os que se alongam de Ti, perecerão; Tu tens destruído todos aqueles que, apostatando, se desviam de Ti. 28 Mas, para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as Tuas obras.

Tais Salmos não apenas exprimem o desejo de um homem altamente espiritual, mas reconhecem a carência do homem enquanto ser criado com um vazio que só Deus pode preencher. Admitem que nada mais pode satisfazer verdadeiramente.

Por fim, compare Salmo 86:11 com Mateus 6:21-24. A maior indicação da decadência do homem é a sua propensão para tentar lidar com a vida ou procurar satisfação, relevância e segurança longe do Senhor.

Salmo 86:11 Ensina-me, Senhor, o Teu caminho, e andarei na Tua verdade; une o meu coração ao temor do Teu nome.

Mateus 6:21-24 Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. 22 A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; 23 Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas! 24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque, ou há-de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamon.

Mesmo no seu melhor, uma pessoa assim é culpada de ter um coração dividido, que tenta caminhar com um pé apoiado no Senhor e outro nas suas próprias soluções. Assim, o que diz o Salmista? “Une (remove qualquer divisão de confiança) o meu coração ao temor do Teu nome”. Temer o Senhor é fundamentalmente confiar ou voltar-se para Ele, numa atitude de confiança total (Sl. 40:3; 115:11).

Problemas do Coração

(1) Foco ou padrão de pensamento incorrectos.

  • Em Salmo 19:14, o Salmista orou por um foco e padrão de pensamentos correctos. Reconheceu o perigo de ter um foco ou centro errados.
  • Quando dominado pela natureza pecaminosa e ponto de vista do homem, o coração colhe malvadez para si mesmo – imaginações impuras, calúnia, crenças falsas, falsas aspirações e soluções, desejos impuros, fraude, etc. (Salmo 41:6).
  • Uma vez que o coração é a fonte da vida, e dado ser incuravelmente perverso, a injustiça começa no coração (confira Sl. 36:1; 58:2; Mt.15:18-19). Lembre-se: os dardos inflamados do maligno, tal como aconteceu com Eva, são dirigidos ao coração (mente, emoções e vontade) (Ef. 6:16).  

(2) Um coração incrédulo (Hb. 3:12). Um coração incrédulo é aquilo que nos leva a procurar as nossas próprias soluções para a vida. Foi isto que aconteceu a Eva.

(3) Medo e ansiedade (Is. 35:4; 51:7). O medo ou a ansiedade são removidos através de um coração fiel ou da confiança no plano e provisão de Deus, independentemente dos problemas ou da aparência das coisas sob a nossa perspectiva (Sl. 112:7; 13:5; 27:3).

(4) Agitação, frustração do coração. A ausência de paz porque o coração não está verdadeiramente centrado no Senhor (Sl. 38:8-10).

(5) Coração desfalecido, deprimido, perdido. A ausência de resiliência (Sl. 40:12; Lc. 18:1).

(6) Desviar-se do Senhor. Voltar-se para o pecado e infidelidade, reincidir no erro (Dt. 17:17; Sl. 44:18; Pv. 7:25; Hb. 3:12).  

(7) Confiar nas fontes de esperança erradas, tais como estratégias humanas para a obtenção de segurança, relevância ou felicidade (Sl. 62:10; compare 64:6 com o versículo 10; 73:25 ss. Também Sl. 81:12, “para que andassem segundo os seus próprios conselhos”).

(8) Coração solitário e partido (Sl. 69:20; Pv. 15:13; 17:22).

(9) Coração amargurado (Sl. 73:21; Pv. 14:10; Tg. 3:14).

(10) Teimosia de coração (Êx. 7:14; Sl. 78:8; 81:12; Jr. 3:17).

(11) Coração dividido – o oposto da devoção exclusiva (2 Cr. 25:2; Sl. 86:11; Mt. 6:21-24; Tg. 1:6-8).

(12) Coração arrogante ou orgulhoso – o oposto de um coração humilde (2 Cr. 32:26; Is. 9:9; Sl. 101:5).

(13) Falsos valores do coração (Mt. 6:21; Fp. 3:8).

(14) Dureza de coração (Pv. 28:14; Hb. 3:7-13).

Não admira, portanto, que Salomão nos desafie: “Guarda o teu coração acima de todas as outras coisas, porque dele brotam todas as fontes da vida” (Provérbios 4:23, Bíblia Ave Maria).

Conforme enfatizado previamente, o coração é o local onde o nosso carácter é formado e conservado, o lugar que determina quem somos e o que fazemos. Como a Escritura nos avisa, as questões da vida brotam do coração. Este abrange sozinho os segredos do verdadeiro sucesso ou do significado da vida. Se o coração estiver repleto com o que é bom, as nossas palavras e acções suceder-se-ão a ele. Se estiver cheio do que é mau, o mesmo acontecerá com as nossas palavras e acções.

Por consequência, os tesouros dos nossos corações não têm preço – mas, conforme realçado, podem ser roubados. Enfrentamos três ladrões – o mundo, a carne e o diabo –, e estes perseguem-nos constantemente, procurando formas de roubar os bons tesouros do coração e substitui-los com aquilo que é mau e inútil – ou, pelo menos, com aquilo que não é o melhor.

Quão bem estou a guardar o meu coração? É o estado do meu coração a minha maior preocupação? Deveria ser, por ser tão determinante para todos os aspectos da vida. Em última análise, determina o meu amor por Deus e pelos outros. Define o que sou e o que faço.

Conclusão

Como vimos, Deus encontra-Se extremamente preocupado com os nossos corações. Porém, o que torna tudo mais difícil é o facto de, conforme Jeremias 17:9 nos adverte, o coração ser mais enganador do que todas as outras coisas, e incuravelmente perverso. Parte desta falsidade provém da natureza autoprotectora do coração e da sua propensão para confiar nas suas próprias soluções. Confiaríamos mais depressa em nós mesmos do que em qualquer outra pessoa, incluindo Deus.

Por causa disto, até mesmo a nossa adoração a Deus é suspeita, precisando de ser limpa ou purificada de intenções egoístas. Lembre-se, Deus alerta-nos na Sua Palavra para a possibilidade de sermos muito religiosos e, em simultâneo, mantermos os nossos corações afastados da verdadeira fé e adoração do Senhor (Is. 29:23).

Tendo em conta que a maioria das pessoas passa muito tempo a trabalhar, o tempo que passam na igreja deverá representar apenas uma fracção do seu envolvimento com Deus. Em resultado, a menos que sejamos desafiados e preparados para viver toda a vida para Deus, com um coração focado e pronto a confiar n’Ele na rotina diária, o Cristianismo degenera numa religiosidade meramente externa, na qual as pessoas “brincam às igrejas”.

A não ser que lidemos realmente com os nossos corações, o nosso empenho religioso ou adoração a Deus tornam-se egocêntricos. E, embora tal possa ser purificado e trazido para o serviço de Deus através da Palavra, demasiadas vezes a religião verdadeira é corrompida e anulada por fortes desejos e esforço despendido em preocupações centradas no próprio, como o poder, conforto e segurança. A Palavra de Deus é mais do que um manual de doutrina ou um conjunto de prescrições para uma existência adequada, que possamos aplicar a fim de fazer decorrer a vida à nossa maneira. É um livro inspirado por Deus, projectado para nos envolver apaixonadamente com o Deus vivo, de modo a confiarmos n’Ele mesmo quando a vida parece não fazer sentido. Tudo o que podemos fazer é confiar que Deus está no comando e que um plano bom e eterno permanece por completo no seu lugar.

O que tentamos fazer com frequência é desenvolver “confiança em Deus através da compreensão de por que acontecem as coisas e de como organizar as nossas vidas de modo a excluir delas infortúnios graves. Caso compreendêssemos os porquês e comos da vida, é claro que não haveria necessidade de confiar. Um mundo previsível nada mais requereria do que conformidade aos seus princípios”. 9

O Cristianismo e as promessas da Bíblia são questões de confiança, e a confiança é uma questão do coração.

Artigo original por J. Hampton Keathley III, Th.M.

Tradução de C. Oliveira

J. Hampton Keathley III, Th.M., licenciou-se em 1966 no Seminário Teológico de Dallas, trabalhando como pastor durante 28 anos. Em Agosto de 2001, foi-lhe diagnosticado cancro do pulmão e, no dia 29 de Agosto de 2002, partiu para casa, para junto do Senhor.

Hampton escreveu diversos artigos para a Fundação de Estudos Bíblicos (Biblical Studies Foundation), ensinando ocasionalmente Grego do Novo Testamento no Instituto Bíblico Moody, Extensão Noroeste para Estudos Externos, em Spokane, Washington.


1 Nota de tradução – o autor solicitava a comparação do texto correspondente a Êxodo 9:14 em duas versões bíblicas disponíveis em inglês: a KJV (“I will send all my plagues upon thine heart, and upon thy servants”) e a NASB (“I will send my plagues on you [marginal reading has “heart”] and your servants”). Na tradução, procurou apresentar-se versões bíblicas portuguesas com sentidos semelhantes.

2 Donald G. Bloesch, Faith and Its Counterfeits, InterVarsity, Downers Grove, IL, 1981, p. 14.

3 Bloesch, p. 12 ss.

4 Charles Swindoll, The Quest for Character, Multnomah Press, Portland, 1987, p. 28.

5 Swindoll, Quest, p. 113.

6 Bill Hull, The Disciple Making Pastor, Fleming H. Revell, Westwood, NJ, 1988, p. 162.

7 Hull, p. 159 ss.

8 J. I. Packer, Keeping in Step With the Spirit, Fleming H. Revell Company, Old Tappan, 1984, p. 97.

9 Larry Crabb, Who We Are and How We Relate, Navpress, Colorado Springs, 1992, p. 71.

Related Topics: Spiritual Life

Q. How can we discern if a ministry project is a good use of God’s resources?

Hello Pastor Bob,

I work part time for ***** in development/volunteer recruitment. I am a graduate of Moody Bible Institute. I have a concern which has prompted this question: A few years ago the group I work for decided to go from a 3 day a week summer day camp to 5 days a week with before camp care and after camp care. Approximately 85% of those who attend receive a scholarship to attend. Approximately 95% of the camp budget goes toward staff salaries for the 7 weeks of camp. The group does not have the money to support this camp. They took money from reserve to use for this camp and our tithe is down $17,000 from last year. It is a $100,000 budget. Do you think this is good use of God’s resources? Do you think they should find more prudent ways to share the gospel?

Please let me know your thoughts on this along with Scripture if possible.
Thank you so much.

Answer

Sister *****,

Thanks for your question. My answer will probably be more general and generic than specific, but here are my thoughts regarding the matter you have set forth.

First, I would call attention to our Lord’s words in Matthew 25:14-30.

The Master (our Lord) expects us to make a profit, to gain from the assets He has place in our hands. These assets our Lord has sovereignly dispersed to His servants, according to their ability to employ them. He expects to see an increase while we have these assets in our care.

Second, consider Luke 16:1-13.

We need to be very clear on what that profit or gain is, which we learn from texts like Luke 16:1-13. In brief, the profit our Lord expects is spiritual – the use of material assets which results in the salvation of souls, and thus their greeting us gratefully in heaven. The unrighteous steward was one who put off investing wisely until late in his life. Note, too, that while money is an earthly thing which does not last, wise spiritual investments with money result in eternal fruit. And the way we handle such “little things” as money becomes the basis for our assignments in heaven (see Matthew 25:20-23).

Having/keeping a reserve is not a bad thing; we do it in our church. The New Testament encourages us to save up for future needs (1 Corinthians 16:1-4; 2 Corinthians 9). But investments, including spiritual investments, involve some measure of risk, which is another way of saying it requires faith (Matthew 25; 1 Corinthians 10:31).

That said, we are warned in Scripture against hoarding our assets (bigger barns – Luke 12:15-34). Note that in this text Jesus goes on to point out how God provides for His creatures, and then warns us about being anxious about God’s provision for us. We see Jesus commending the widow for giving out of her poverty (Mark 12:42-44), and Paul commending the Macedonians for giving out of their poverty (2 Corinthians 8). In the feeding of the 5,000, and then later of the 4,000 Jesus underscores the abundance of His provision (see Mark 6:30-8:21; note especially 8:16-21). While there is something to be said for having money set aside for unexpected needs, there are also times when we need to give what we have to obey our Lord’s commands.

As I write, there are many victims seeking to recover from the effects of hurricanes Harvey and Irma. It would be hard to justify maintaining a reserve while many suffer. But the necessity of utilizing reserves has to be measured by the immensity and legitimacy of the need, and of the fruit of such ministry. Thus, ministries (even churches) should be asking, “Is this expenditure really resulting in the proclamation of the gospel and the salvation of lost souls?” I would hate to justify the budgets of some churches and institutions based on the answer to this question.

I believe that we cannot minister to folks spiritually and totally ignore/avoid ministry to their physical needs (for Jesus it was physical healing and food – feeding 5,000). The great danger I have seen is that the meeting of physical needs (which are endless – here we may look at Mark 1:35-39 and John 12:1-8; Acts 6:1-6) may take priority over ministering to spiritual needs. There can be a kind of social and political pressure that is applied to Christian ministries, to emphasize/prioritize the meeting of physical needs, and diminishing their emphasis on meeting spiritual needs. Care for the needy is important (Galatians 2:10; Acts 6:1-6), but needy believers seem to have priority (Galatians 6:10).

One further comment. I think the means by which we practice and proclaim the gospel should be consistent with the gospel. Does the church (or organization) putting on a circus, for example, really convey the fact that God has reached out to needy sinners who receive Him? Christians going into Urban ghettos to help the needy, or into prisons to proclaim the gospel, or those going to hurricane stricken places to help restore basic housing and services, are doing things which are more akin to the gospel. Interestingly, the Greek word rendered “save” or “saved” is used of actions which rescue others, and not just of spiritual salvation. See Matthew 8:25; 9:21 (get well); 9:22 (made well); 27:40, 42 (save Himself from death on the cross); Mark 5:23 (get well).

That’s probably enough for now. I have not sought to directly pronounce on your specific situation, but I think I have highlighted some principles which should guide organizations and churches in the way they spend the money God has provided.

Blessings,
Bob Deffinbaugh

Related Topics: Finance

Pages